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DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DE CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS DE

ESCOLA PARTICULAR EM LIMA CAMPOS – MA.

Flávia dos Santos Leite1


RESUMO
O presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil psicomotor da criança de 4-6 anos no ensino
infantil em escola particular. Foi abordada uma pesquisa de campo de abordagem quantitativa e
análise comparativa, a amostra foi composta de 13 crianças do 1º, 2º período e 1º ano do ensino
infantil, de ambos os gêneros. Para a análise do desenvolvimento motor das crianças, foi elaborada
uma ficha de avaliação de cada habilidade motora a partir da Sequência de Desenvolvimento das
Habilidades Fundamentais proposta por Gallahue e Ozmun (2005). Cada movimento fundamental foi
avaliado e classificado em estágio inicial, elementar ou maduro. O Tratamento estatístico foi feito
através do programa SPSS versão 18.0, para calcular frequências e valores percentuais. Com os testes
realizados antes da prática de Educação Física verificou-se que a maioria das crianças encontrou-se
no estágio inicial das habilidades motoras fundamentais, uma vez que, nas habilidades giro corporal,
salto em distância, rolamento de bola, arremesso por cima e chute foi encontrado um percentual
acima de 50% de crianças no estágio inicial. Com testes realizados após a prática de Educação Física,
durante dois meses, constatou-se que com a prática de atividade física, a maioria subiu do nível
inicial para o nível elementar, sendo que, nas habilidades giro corporal, equilíbrio em um só pé, salto
em distância, rolamento de bola, arremesso por cima e chute foi encontrado um percentual acima de
50% de crianças no estágio elementar. Comprovou-se que dentre as habilidades avaliadas, os
participantes do presente estudo obtiveram avanço das habilidades motoras estabilizadoras,
locomotoras e manipulativas.
1 Palavras-chave: habilidades motoras, educação física, infância.

ABSTRACT
The present study had objective to evaluate the psychomotor profile of children 4-6 years in
kindergarten in a private school. A field survey of aspect quantitative and comparative analysis, the
st
sample consisted of 13 children of the 1st, 2nd period and 1 grade of kindergarten, of both genders.
For the analysis of motor development of children, so an evaluation form for each motor skill from
the Sequence central Skills Development proposed by Gallahue and Ozmun (2005). Each
fundamental movement was assessed and rated in initial, elementary or mature stage. The Statistical
analysis was done using SPSS version 18.0 to calculate frequencies and percentages. The tests
performed before practice Physical Education it was found that most children found in the early stage
of fundamental motor skills , since the body whorl skills , long jump , bowling ball , shot from above
and kick found a percentage above 50 % of children in the early stages. With tests conducted after the
practice of Physical Education, for two months, it was found that the practice of physical activity,
most of the initial level rose for the elementary level, and in the body whorl skills, balance on one
foot, long jump, ball roll, pitch shot went over and found a percentage above 50 % of children at the
elementary stage. It was proved that among the skills assessed, the participants of this study had
advancement of stabilizing, locomotors and manipulative motors skills.

Keywords: motor skills, physical education, childhood.

1
Licenciada em Educação Física e Pós- graduada em Esporte, Fitnes e Saúde pela Faculdade de Educação São Francisco
- FAESF
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1. INTRODUÇÃO

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacional (1997), torna-se fundamental mudar a ênfase


na aptidão física e no rendimento padronizado, tendo a educação física que ser mais abrangente,
contemplando as dimensões de cada prática corporal, podendo sistematizar situações de ensino e
aprendizagem, garantindo aos alunos acesso ao conhecimento prático e conceitual, mostrando um
trabalho que incorpore a afetividade, o cognitivo e dimensões socioculturais dos alunos.
Uns dos termos trabalhados na educação física e de grande importância para o meio de
ensino da educação física é a psicomotricidade, que para Vítor da Fonseca (1999, p. 9), é a evolução
das relações recíprocas, incessantes e permanentes dos fatores neurofisiológicos, psicológicos e
sociais que intervêm na integração, elaboração e realização do movimento humano.
Nesse contexto, a infância é entendida como um período de grande importância para o
desenvolvimento motor, sobretudo porque é nessa fase que ocorre o desenvolvimento das habilidades

43 motoras fundamentais, as quais servem de base para o desenvolvimento das habilidades motoras
especializadas que o indivíduo utilizará nas suas atividades cotidianas, de lazer ou esportivas
(Gallahue e Ozmun 2005).
Gallahue e Ozmun (2005) destacam que a fase das habilidades motoras fundamentais se
estende dos dois aos sete anos de idade e é composta por três estágios de desenvolvimento das
habilidades motoras: estágio inicial, caracterizado pelas primeiras tentativas da criança de realizar
uma habilidade motora fundamental, no qual os movimentos são realizados com o uso exagerado do
corpo; estágio elementar, no qual os movimentos fundamentais envolvem maior controle e
coordenação rítmica, mas ainda são restritos e exagerados; e estágio maduro, caracterizado por
movimentos eficientes, coordenados e controlados.
É importante destacar que nem todos os indivíduos atingem o estágio maduro em todas as
habilidades motoras fundamentais, pois “a aquisição de novas habilidades está diretamente
relacionada não apenas à faixa etária da criança, mas também às interações vividas com os outros
seres humanos do seu grupo social” (SOARES; ALMEIDA, 2006, p. 1).
Dessa forma, faz-se necessário trabalhar a psicomotricidade desde os primeiros anos na vida
escolar, possibilitando as crianças de arriscar, errar, criar e experimentar atividades para adquirir
conhecimentos que complementarão suas aprendizagens e habilidades.
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Diante da premissa o presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil psicomotor da
criança de 4-6 anos no ensino infantil em escola particular.

METODOLOGIA
No trabalho foi abordada uma pesquisa de campo de abordagem quantitativa e análise
comparativa. Segundo Richardson (1989), o método quantitativo caracteriza-se pelo emprego da
quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento dessas através
de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais complexas.
A análise comparativa é o que “estabelece procedimentos de comparação entre elementos, para
evidenciar lhes as semelhanças e/ou diferenças.” (OLIVEIRA NETTO, 2006, p.17).
A pesquisa aconteceu na Escola Evangélica Presbiteriana, sendo esta, da rede particular de
ensino, localizada no Município de Lima Campos, Maranhão. Foi realizada do dia 15 de Agosto a 15
de Outubro, utilizando um dia semanal, sexta- feira, sendo 45min o tempo para a aplicação dos testes
para cada faixa etária nos horário de 09h30min às 11h00. A avaliação ocorreu em dois momentos, à
primeira em agosto com a amostra selecionada e a segunda no final do mês de outubro, para assim
51 estabelecer a comparação dos indivíduos sorteados.
A amostra foi composta de 13 crianças do 1º, 2º período e 1º ano do Ensino Infantil, de
ambos os gêneros, com idade entre 4-6 anos, que foram selecionadas a partir da ordem alfabética
da chamada. Após a coleta e revisões dos dados, eles foram organizados, classificados e
armazenados em banco construído no programa MICROSOFT OFFICE EXCEL 2007, para
análise descritiva e estatística dos dados, distribuídos em tabelas e gráficos. O Tratamento
estatístico foi feito através do programa SPSS versão 18.0, para calcular frequências e valores
percentuais.
Os critérios de inclusão foram:
* Crianças com idade de 4 a 6 anos de idade;
* Crianças que estudem no 1º, 2º período e 1º ano do ensino infantil da Escola Evangélica
Presbiteriana, em Lima Campos – MA;
* Crianças que os pais ou responsáveis concordem com a participação da mesma na pesquisa;
* Crianças que não tenham alterações patológicas que contra-indique a realização dos testes
propostos.
Como critérios de exclusão foram estabelecidos:
* Crianças que não tenham idade entre 4 a 6 anos de idade;
* Crianças que não façam parte do 1º, 2º período e 1º ano do ensino infantil;
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* Crianças que os pais ou responsáveis não concordem com a participação da mesma na pesquisa;
* Crianças que tenham alterações patológicas que contra-indique a realização dos testes.

Protocolo de Pesquisa
O primeiro foi à assinatura do Termo de Consentimento pelos pais ou responsável da
criança
Na segunda fase, ocorreu a aplicação de um questionário para traçar o perfil do
educador, em seguida à observação do comportamento motor e emocional através do exame de
atividade espontânea, onde a criança pôde se expressar espontaneamente, sendo assim verdadeira
em seus atos e atitudes. E por fim aplicação de testes para Habilidades Motoras Fundamentais -
Desenvolvimento Motor de Gallahue (2005). Os testes aplicados foram:

Movimentos Estabilizadores Fundamentais:


Giro Corporal
Os movimentos de giro corporal podem envolver rolar para frente, para os lados ou para trás.
52 Em cada um desses movimentos, o corpo é momentaneamente invertido e deve manter o
controle da posição à medida que, “viaja” através do espaço.
Equilíbrio em um só pé
Os movimentos para o equilíbrio em um só pé podem envolver o equilíbrio com os
participantes com os olhos abertos ou fechados e com os braços ao lado do corpo, flexionados
ou nos quadris.
Caminhada Direcionada
Na caminha direcionada será realizada utilizando barras para caminhada, variando em
comprimentos, largura e alturas acima da superfície de apoio.

Movimentos Locomotores Fundamentais:


Galope e deslizamento
O galope e o deslizamento envolvem a combinação de dois elementos fundamentais, a
passada e o salto, com o mesmo pé sempre na frente, na direção do movimento. Quando a
pessoa se move para frente ou para trás, o movimentos é chamado de galope; quando ele se
move para a lateral, é chamado de deslizamento.
Salto em distância
O salto à distância trata-se de um movimento padrão complexo. O impulso e o pouso deverão
ser feito com os dois pés em salto horizontal.
Corrida
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A corrida é uma forma exagerada de caminhada e deverá ser trabalhada em diferentes


velocidades.
Movimentos Manipulativos Fundamentais:
Rolamento de Bola
A habilidade de rolar bola será avaliada pela precisão em derrubar pinos de boliche.
Arremesso por cima
O arremesso por cima deverá ser realizado com atenção centralizada na forma, precisão e
distância. Os componentes do arremesso variam conforme os três fatores enfatizados pelo
indivíduo e também conforme a posição inicial assumida.
Chute
Chutar é uma forma de bater, na qual o pé é usado para fornecer força a um objeto. As
variações precisas da ação de chutar serão realizadas por meio de ajustes com a perna que
chuta e com a inclusão de braço e tronco no desempenho.

53 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A tabela 1 de testes realizados antes da prática de Educação Física demonstra a frequência


de crianças em cada estágio de desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais.
Verificou-se que a maioria das crianças encontrou-se no estágio inicial das habilidades
motoras fundamentais, uma vez que, nas habilidades giro corporal, salto em distância, rolamento de
bola, arremesso por cima e chute foi encontrado um percentual acima de 50% de crianças no estágio
inicial.
Verificou-se também que poucas crianças encontraram-se no estágio maduro das habilidades
motoras fundamentais. Segundo Gallahue e Ozmun (2005), por volta dos sete anos de idade, é
possível que a criança encontre-se no estágio maduro de desenvolvimento motor na maioria das
habilidades motoras, no entanto, percebeu-se que algumas restrições do ambiente e/ou inibição na
maioria dos participantes durante a realização das tarefas, por esses motivos os resultados de acordo
com a faixa etária não foram obtidos.
Os mesmos autores afirmam para que uma criança obtenha bons resultados nas realizações
das habilidades especializadas necessita-se que ela tenha as habilidades fundamentais desenvolvidas,
assim pode-se afirmar que, essas crianças encontraram maiores dificuldades para obter sucesso no
processo de habilidades motoras especializadas.
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Notou-se que dentre as habilidades avaliadas, os participantes do presente estudo
apresentaram um bom resultado das habilidades motoras estabilizadoras e locomotores, na qual a
maioria estava no estágio elementar ou maduro.
Com relação às habilidades motoras de manipulação verificou-se que os avaliados se
encontraram com grande prevalência no estágio inicial.
INICIAL ELEMENTAR
TESTES (%) (%) MADURO (%) Não Realizou (%)
Giro Corporal 76,9 7,6 0 15,4

Equilíbrio em um 46,4 53,6 0 0


só pé
Caminhada 30,8 53,7 15,5 0
Direcionada
Galope e 38,5 61,5 0 0
Deslizamento
Salto em Distância 69,2 30,8 0 0

Corrida 0 53,6 46,4 0

54
Rolamento de 53,6 38,7 7,7 0
Bola

Arremesso por 69,2 30,8 0 0


cima

Chute 69,2 30,8 0 0

Tabela 1: Testes realizados antes da prática de educação física

A tabela 2, de testes realizados após a prática de Educação Física, durante dois meses,
aponta o desenvolvimento de crianças em cada estágio de desenvolvimento das habilidades motoras
fundamentais.
Verificou-se que a maioria das crianças progrediu do estágio inicial para o estágio
elementar ou estágio maduro, das habilidades motoras fundamentais, uma vez que, nas habilidades
estabilizadoras Equilíbrio em um pé só; Rolamento do corpo; Caminhada direcionada, os resultados
apontam que mais de 60% evoluíram do estágio inicial, para o estágio elementar e/ou maduro, pode-
se afirmar que os participantes obtiveram resultados positivos nos testes acima apontados.
Quanto às habilidades manipulativas, Rolamento da bola; Arremesso por cima; e Chute, é
notório a evolução das crianças do nível inicial para o elementar.
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Nos estágios elementar e maduro os resultados apontam mais de 70% de resultados
significativos, dentre eles as habilidades locomotoras, Galope e deslizamento; Salto em distância; e
Corrida, onde os resultados mostram avanços, tanto do estágio inicial para o estágio elementar,
quanto do estágio elementar para o estágio maduro.
Gallahue e Ozmun (2005), afirmam que por volta dos quatro a cinco anos é possível que a
criança se encontre no estágio elementar, e por volta dos seis anos de idade, a criança encontre-se no
estágio maduro de desenvolvimento motor na maioria das habilidades motoras, assim pode-se
observar que as aulas de educação física proporcionaram resultados positivos nessas habilidades.
De acordo com o que foi avaliado e observado no presente estudo, foi possível observar
que na tabela 1 de testes, a maioria dos participantes se encontrou no estágio inicial. Durante as
aulas de educação física aplicadas na escola, foi possível perceber que o resultado inicial deu-se por
conta da falta de aulas de educação física na escola, e a inibição dos participantes no primeiro
contato com a experiência, ao decorrer das aulas de educação física, com aulas aplicadas de acordo
com as habilidades sugeridas, foram notórios os desenvolvimentos dessas habilidades. Esses
resultados vêm ao encontro da maioria dos estudos brasileiros feitos com crianças nessa faixa etária
55
INICIAL ELEMENTAR MADURO Não Realizou
TESTES (%) (%) (%) (%)
Giro Corporal 30,8 61,5 7,7 0

Equilíbrio em
um 0 53,6 46,4 0
só pé
Caminhada 0 23,1 76,9 0
Direcionada
Galope e 0 38,5 61,5 0
Deslizamento
Salto em
Distância 30,8 69,2 0 0

Corrida 0 23,1 76,9 0

Rolamento de 0 84,6 15,4 0


Bola

Arremesso por 0 69,2 30,8 0


cima

Chute 0 69,2 30,8 0

Tabela 2: Testes realizados após a prática de educação física


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(JUNIOR et al, 2010, p. 01) realizaram um estudo sobre as habilidades motoras


fundamentais, equilíbrio, salto horizontal, corrida, chute e arremesso com 24 crianças escolares com
idade entre oito e nove anos e verificaram que a maioria das crianças não se encontravam no estágio
maduro de desenvolvimento motor de algumas habilidades motoras fundamentais.
O estudo mostra que dentro das habilidades avaliadas, os participantes de forma geral,
apresentaram características do estágio elementar ou maduro em quase todas as habilidades motoras,
como rolamento da bola com a mão dominante e não dominante arremesso com a mão dominante,
chute com pé dominante, equilíbrio, corrida e salto horizontal, com exceção das habilidades
rolamento do corpo, salto vertical, arremesso com a mão não dominante e chute com o pé não
dominante, nas quais mais da metade dos avaliados apresentaram características do estágio inicial.
Assim, pode-se dizer que as avaliadas não se encontravam em sua maioria no estágio de
desenvolvimento motor proposto para sua idade.

AS FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR


56 O desenvolvimento motor é um processo continuo e demorado e, pelo fato das mudanças
mais acentuadas ocorrem nos primeiros anos de vida, existe a tendência em se considerar o estudo do
desenvolvimento motor como sendo apenas o estudo da criança.
É necessário enfocar a criança, pois, enquanto são necessárias cerca de vinte anos para que o
organismo se torne maduro, autoridade em desenvolvimento da criança concordam que os primeiros
anos de vida, do nascimento até os seis anos, são anos cruciais para o individuo. As experiências que
a criança tem durante esse período determinarão, em grande extensão, que tipo de adulto a pessoa se
tornará (TANI, 2011, p. 65).
Entretanto, a capacidade de movimentar-se das crianças é muito importante para que ela
possa interagir melhor com o meio em que vive, e é sobre o desenvolvimento motor na infância que a
maioria dos estudos está concentrada. Como se pode observar que no inicio do século passado,
muitos estudos sobre a sequencia do desenvolvimento motor dos bebes foram realizados cujo
evidencias e observações são consideradas até nos dias atuais. Posteriormente, alguns estudos foram
conduzidos com o propósito de analisar e descrever padrões fundamentais de movimentos de pré-
escolas e escolares.
Fase motora reflexa
Segundo Gallahue e Ozmun (2005, p. 57) os reflexos são as primeiras formas de movimento
humano. Os reflexos são movimentos involuntário, controlados subcorticalmente, que formam a base
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para as fases do desenvolvimento motor a partir da atividade reflexa, o bebê obtém
informações sobre o ambiente imediato. As reações do bebê ao toque, à luz, a sons e a alterações na
pressão provocam atividade motora involuntária. Esses movimentos involuntários e a crescente
sofisticação cortical nos primeiros meses de vida pós-natal desempenham importante papel para
auxiliar a criança a aprender mais sobre seu corpo e o mundo exterior.
Os reflexos primitivos podem ser classificados como agrupamentos de informações, à
medida que auxiliam a estimular a atividade cortical e o desenvolvimento. São caçadores de
alimentação e protetores porque há consideráveis evidências de que sejam filogenéticos por natureza.
Os reflexos primitivos, como os reflexos de sugar e de procurar pelo olfato, são considerados
mecanismos de sobrevivência primitivos. Sem eles, o recém-nascido seria incapaz de obter alimento.
Os reflexos posturais compõem a segunda forma de movimento involuntário e são
notavelmente similares, na aparência, a comportamentos voluntários posteriores, mas são
inteiramente involuntários. Esses reflexos parecem servir como equipamentos de teste neuromotor
para mecanismos estabilizadores, locomotores e manipulativos.

57
Fase de movimentos rudimentares
As primeiras formas de movimentos voluntários são os movimentos rudimentares,
observados no bebê desde o nascimento até, aproximadamente, a idade de 2 anos. Os movimentos
rudimentares são determinados pela maturação e caracterizam-se por uma sequência de aparecimento
altamente previsível. Esta sequência é resistente a alterações em condições normais. O ritmo em que
essas habilidades aparecem, porém varia de criança a criança e depende de fatores biológicos,
ambientais e da tarefa.
As habilidades motoras rudimentares do bebê representam as formas básicas de movimento
voluntário que são necessárias para a sobrevivência. Elas envolvem movimentos estabilizadores,
como obter o controle da cabeça, do pescoço, e dos músculos do tronco; as tarefas manipulativas de
alcançar, agarrar e soltar; e os movimentos locomotores de arrastar-se, engatinhar e caminhar. A fase
de movimentos rudimentares do desenvolvimento pode ser dividida em dois estágios que representa
progressivamente ordens superiores de controle motor.
Estágio de inibição de reflexos: o estágio de inibição de reflexos da fase de movimentos
rudimentares inicia-se no nascimento. No nascimento, os reflexos dominam repertório de
movimentos do bebê. Dali em diante, entretanto, os movimentos do bebê são crescentemente
influenciados pelo córtex em desenvolvimento.
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O desenvolvimento do córtex e a diminuição de certas restrições ambientais fazem com que
vários reflexos sejam inibidos e gradualmente desapareçam. Os reflexos primitivos e posturais são
substituídos por comportamentos motores voluntários.
No nível da inibição de reflexos, o movimento voluntário é precariamente diferenciado e
integrado porque o aparato neuromotor do bebê está ainda em estágio rudimentar de
desenvolvimento. Os movimentos, embora intencionais, parecem descontrolados e grosseiros. Se o
bebê deseja entrar em contato com um objeto, haverá atividade global da mão inteira, pulso, ombro e
até do tronco. O processo de movimentar a mão para o contato com o objeto, apesar de voluntário,
apresenta alta de controle.
Estágio de pré-controle: por volta de um ano de idade, as crianças começam a ter precisão e
controle maiores sobre seus movimentos. O processo de diferenciação entre os sistemas sensorial e
motor e a integração de informações motoras e perceptivas, em um todo mais significativo e
coerente, acontecem. O rápido desenvolvimento dos processos cognitivos superiores e dos processos
motores encoraja rápidos ganhos nas habilidades motoras rudimentares nesse estágio. No estágio de

58
pré-controle, as crianças aprendem a obter e a manter seu equilíbrio, a manipular objetos e a
locomover-se pelo ambiente com notável grau de proficiência e controle, considerando-se o curto
período que tiveram para desenvolver essas habilidades.

Fase de movimentos fundamentais


As habilidades motoras fundamentais da primeira infância são consequências da fase de
movimentos rudimentares do período neonatal. Esta fase do desenvolvimento motor representa um
período no qual as crianças pequenas estão ativamente envolvidas na exploração e na experimentação
das capacidades motoras de seus corpos. É um período para descobrir como desempenhar uma
variedade de movimentos estabilizadores, locomotores e manipulativos, primeiro isoladamente e,
então, de modo combinado. As crianças que estão desenvolvendo padrões fundamentais de
movimento estão aprendendo a reagir com controle motor e competência motora a vários estímulos,
obtendo crescente controle para desempenhar movimentos discretos, em série e contínuo como fica
evidenciado por sua habilidade em aceitar alterações nas exigências das tarefas.
Uma das principais concepções erradas sobre o conceito desenvolvimentista d fase de
desenvolvimentos fundamentais é a noção de que essas habilidades são determinadas
maturacionalmente e são pouco influenciadas pela tarefa e por fatores ambientais.
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Embora a maturação realmente desempenhe papel básico no desenvolvimento de padrões de


movimentos fundamentais, não deve ser considerada como a única influência. As condições do
ambiente – a saber, oportunidades para a prática, encorajamento, instrução e ecologia (cenário) do
ambiente em si – desempenham papel importante no grau máximo de desenvolvimento que os
padrões de movimentos fundamentais atingem.
Estágio inicial: o estágio inicial de uma fase de movimentos fundamentais representa as
primeiras tentativas da criança orientadas para o objetivo de desempenhar uma habilidade
fundamental. O movimento é caracterizado por elementos que faltam ou que se apresentam em uma
sequência imprópria, marcadamente uso limitado ou exagerado do corpo e fluxo rítmico e
coordenação deficientes. Tipicamente, os movimentos locomotores, manipulativos e estabilizadores
da criança de 2 anos de idade estão no nível inicial. Algumas crianças podem estar além desse nível
no desempenho de alguns padrões de movimento, porém a maioria está no estágio inicial.
Estágio elementar: o estágio elementar envolve maior controle e melhor coordenação rítmica
dos movimentos fundamentais. Aprimora-se a sincronização dos elementos temporais e espaciais do

59 movimento, mas os padrões de movimento neste estágio são ainda geralmente restritos ou
exagerados, embora mais bem coordenados. Crianças de inteligência e funcionamento físico normais
tendem a avançar para o estagio elementar principalmente por meio de processo de maturação a
observação de crianças de 3 ou 4 anos de idade revela inúmeros movimentos fundamentais no estagio
elementar. Muitos indivíduos, tanto adultos como crianças, vão além do estagio elementar em muitos
padrões de movimento.
Estágio maduro: o estágio maduro na fase de movimentos fundamentais é caracterizado por
desempenhos mecanicamente eficientes, ordenados e controlados. A maioria dos dados disponíveis
sobre a aquisição de habilidades motoras fundamentais sugere que as crianças podem e devem atingir
o estágio maduro aos 5 ou 6 ano de idade.
As habilidades manipulativas que requerem acompanhamento e intercepção de objetos em
movimento (apanhar, derrubar, rebater) desenvolvem-se um pouco mais tarde, em função das
exigências visuais e motoras sofisticadas dessas tarefas. Até mesmo a observação casual movimentos
de crianças e de adultos revela que muitos deles não desenvolveram suas habilidades motoras
fundamentais até o nível maduro. Embora algumas crianças possam atingir esses estágios
basicamente pela maturação e com um mínimo de influências ambientais, a grande maioria precisa de
oportunidades para a prática, o encorajamento e a instrução em um ambiente que promova o
aprendizado.
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Sem essas oportunidades, torna-se virtualmente impossível um individuo atingir o estagio


maduro de certa habilidade nesta fase, o que vai inibir a aplicação e o desenvolvimento na fase
posterior.
Fase de movimentos especializados
As habilidades motoras especializadas são resultado da fase de movimentos fundamentais.
Na fase especializada, o movimento torna-se uma ferramenta que se aplica a muitas atividades
motoras complexas presentes na vida diária, na recreação e nos objetivos esportivos. Este é um
período em que ad habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas fundamentais são
progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para o uso em situações crescentemente
exigentes. Os movimentos fundamentais de saltar em um pé só e pular, por exemplo, podem agora
ser aplicados a atividades de pular corda, as desempenho de danças folclóricas e ao desempenho de
salto triplo no atletismo.
O aparecimento e a extensão do desenvolvimento de habilidade na fase de movimento
especializado dependem de muitos fatores da tarefa, individuais e ambientais. O tempo de reação e a

60 velocidade do movimento, a coordenação, o tipo de corpo, a altura e o peso, os hábitos, a pressão do


grupo social a que se pertence e a estrutura emocional são apenas alguns desses fatores. A fase de
movimentos especializados tem três estágios.
Estágio transitório: em algum período, nos seus 7 ou 8 anos de idade, as crianças geralmente
entram em um estágio de habilidade motoras transitório (Haubenstricker e Seefeldt, 1986 apud
Gallahue e Ozmun 2005, p.62). No período transitório, o indivíduo começa a combinar e a aplicar
habilidades motoras fundamentais ao desempenho de habilidades especializadas no esporte e em
ambientes recreacionais. Caminhar numa ponte de cordas, pular corda e jogar bola são exemplos de
habilidades transitórias comuns. As habilidades motoras transitórias comuns. As habilidades motoras
transitórias contêm os mesmos elementos que os movimentos fundamentais, mas com forma,
precisão e controle maiores. As habilidades motoras fundamentais, que foram desenvolvidas e
refinadas no estágio anterior, são aplicadas em brincadeiras, jogos e em situações da vida diária. As
habilidades transitórias são simplesmente aplicações de padrões de movimentos fundamentais em
formas mais específicas e mais complexas.
O estágio transitório é um período agitado para os pais e para os professores, bem como para
as crianças. Elas se encontram ativamente envolvidas na descoberta e na combinação de numerosos
padrões motores e, frequentemente, ficam exultantes com a rápida expansão de suas habilidades
motoras.
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Estágio de aplicação: aproximadamente aos 11 aos 13 anos, mudanças interessantes


acontecem no desenvolvimento das habilidades do indivíduo. No estágio anterior, as habilidades
cognitivas limitadas da criança, as habilidades afetivas a as experiências, combinadas com a avidez
natural desse ser ativo, fizeram que o foco normal (sem interferência adulta) sobre o movimento fosse
amplo e generalizado a “todas” as atividades. No estágio de aplicação, a sofisticação cognitiva
crescente e certa base ampliada de experiências tornam o indivíduo capa de tomar numerosas
decisões de aprendizado e de participação baseadas em muitos fatores da tarefa, individuais e
ambientais.
No estágio de aplicação, os indivíduos começam a buscar ou a evitar a participação em
atividades específicas. Há ênfase crescente na forma, habilidade, precisão e nos aspectos
quantitativos do desempenho motor. Esta é a época para refinar e usar habilidades mais complexas
em jogos avançados, atividades de liderança e em esportes escolhidos.
Estágio de utilização permanente: o estágio de utilização permanente da fase especializada
de desenvolvimento motor começa por volta dos 14 anos de idade e continua por toda a vida adulta.

61 O estágio de utilização permanente representa o auge de processo de desenvolvimento motor e é


caracterizado pelo uso do repertório de movimento adquiridos pelo indivíduo por toda a vida.
Interesses, competências e escolhas feitas durante a fases anterior são adquiridos e, mais tarde,
refinados e aplicados a atividades cotidianas, recreativas e esportivas ao longo da vida. Fatores como
tempo, dinheiro, equipamentos e instalações disponíveis, e limitações físicas e mentais afetam este
estágio. Entre outros pontos, o nível de participação de um indivíduo em certas atividades dependerá
de talento, oportunidades, condições físicas e motivação pessoal. O nível de desempenho permanente
de um indivíduo pode variar desde o status profissional e olímpico até competições universitárias e
escolares, passando pela participação em atividades esportivas organizadas ou não organizadas,
competitivas, cooperativas ou recreativas, até tarefas simples da vida diária.
Em essência, o estágio de utilização permanente representa o auge de todos os estágios e
fases precedentes. Ele deve, entretanto, ser considerada uma continuação de um processo
permanente.
FATORES QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO MOTOR
O desenvolvimento e refinamento de padrões motores e de habilidades motoras são
influenciados de maneira complexas. Tanto os processos como o produto do movimento de um
indivíduo estão enraizados em um ambiente experimental e genérico peculiar, conectados as
exigências específicas da tarefa motora. Qualquer estudo estaria incompleto sem a discursão de
vários desses fatores influenciadores. (Gallahue e Ozmun, 2005, p.30).
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O desenvolvimento motor representa um aspecto do processo desenvolvimentista total e está


intricadamente inter-relacionada às áreas cognitiva e a afetiva do comportamento humano, sendo
influenciado por muitos fatores.

Fatores intrínsecos ao indivíduo


Inúmeros fatores biológicos que afetam o desenvolvimento motor parecem surgir desse
padrão previsível que é responsável pela individualidade também pode ser responsável pela
similaridade de muitas maneiras ordenada e previsível.
Este comprometimento pode ocorrer tanto no período pré quanto pós-natal e são oriundos de
fatores internos e externos. Entre os fatores internos estão às influências genéticas e as condições
maternais do ambiente pré-natal. Já entre os fatores externos, a alimentação, o álcool, o tabagismo e
as drogas ganham destaque, pois se sabe que, embora o feto esteja protegido pela placenta, certas
substâncias podem penetrá-la e causar reações negativas como deformidades físicas e disfunções
comportamentais. Afirma: GALLAHUE e OZMUN, 2005, p. 74.

62 O processo de crescimento auto-regulador compensará os desvios mínimos no padrão de


crescimento, mas é frequentemente incapaz de compensar os desvios maiores, especialmente
no período neonatal e na infância. Por exemplo, bebês de baixo peso ao nascer, abaixo de 1,5
kg, e crianças que experimentam deficiências nutricionais severas e prolongadas
frequentemente sofrem de defict permanente na altura e no peso, bem como em seu
desenvolvimento cognitivo e motor.

Um agente causador de deformidades físicas ou, até mesmo, a morte de um feto é


denominado teratógeno. Para GALLAHUE & OZMUN (2001, p. 641), teratógenos são quaisquer
substâncias que possam fazer o bebê desenvolver-se de maneira anormal. Entre os fatores
teratogênicos estão, as drogas e medicações, as doenças maternas e a nutrição. Os maiores riscos para
o desenvolvimento pré-natal ocorrem entre a terceira e a oitava semana de gestação, uma vez que este
período é considerado como o momento em que o embrião está mais suscetível a possíveis danos
causados por fatores teratogênicos.
Com relação aos fatores externos, consideram que as infecções e doenças bem como as
drogas e as substâncias químicas como os fatores mais prejudiciais ao desenvolvimento. Entre as
infecções e doenças estão a citomegalovírus (que pode causar o nascimento de um feto morto, aborto,
baixo peso e irregularidade no sistema nervoso), microencefalia (cabeça excessivamente pequeno, e
baço e fígado maiores que o normal), diabetes (que aumentam em 50% a probabilidade de morte do
feto), sífilis (que ataca o sistema nervoso do feto).
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Fatores ambientais
Ao longo de vários anos passados, consideráveis questionamentos e pesquisas tem se
concentrado no período pré-natal e no início da infância. Na medida em que estes influenciam o
funcionamento subsequente das crianças em função da grande dependência dos bebês humanos de
seus protetores e por ser um período longo de inúmeros cuidados paternos e maternos influenciam o
desenvolvimento posterior da criança.
Portanto, o ambiente em que o a criança vive pode dar diferentes formatos ou moldar
aspectos do seu comportamento motor. O ambiente positivo age como facilitador do
desenvolvimento normal, pois possibilita a exploração e interação com o meio.
Graminha (1997, p. 10) a influência do ambiente na aquisição de habilidades motoras em
crianças pré-escolares, foi observada que o desenvolvimento de crianças saudáveis sofreu influências
negativas dos fatores de risco ambientais, tais como a utilização de brinquedos inadequados para a
faixa etária e a falta de orientação pedagógica em creches públicas. Gallahue, (2005, p. 81); afirma
que:
63 Uma pesquisa feita por Dennis (1960) examinou bebês criados em três instituições separadas
no Irã. Descobriu-se que os bebês em duas instituições estavam gradativamente atrasados em
seu desenvolvimento motor. Na terceira instituição havia pouco retardo motor. A
discrepância levou Dennis a pesquisar os estilos de vida das crianças em cada instituição. Os
resultados a quietude ambiental e a ausência geral de oportunidade motora ou de experiência
foram as causa do retardo motor nas duas primeiras instituição.

Entretanto, quando se procurou verificar que outros fatores de risco, além do biológico,
apareceram na vida das crianças, o que se encontrou foi que 36% haviam sido expostas a fatores do
contexto ambiental tais como bebê não desejado, dificuldades financeiras da família, gestação na
adolescência, criança adotada, insegurança e/ou inconsistência dos pais, superproteção,
indiferença/rejeição, agressividade e depreciação.

Fatores de tarefa física


O desenvolvimento motor não é um processo estatístico, não é somente o produto de fatores
biológicos, mas também é influenciado por condições ambientais e leis físicas.
Alguns fatores adicionais afetam o desenvolvimento motor. A influência da classe social, do
gênero e da bagagem cultural e étnica, todos esses fatores tem um impacto no crescimento e
desenvolvimento motores da criança.
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A interação dos fatores ambientais como biológicos modifica o curso do desenvolvimento


motor no período neonatal, na infância, na adolescência e na idade adulta.
Os fatores das tarefas pertinentes à área psicomotora são denominados fatores “físicos” e
“mecânicos”. Esses fatores tem impacto profundo sobre a aquisição, manutenção e a diminuição de
nossas habilidades motoras no decorrer da vida. (Gallahue e Ozmun, 2005. p.92).
Nosso nível de aptidão física e as exigências mecânicas de uma tarefa influencia
grandemente a habilidade de nos movimentarmos com controle, habilidade e segurança.
A aptidão motora de um indivíduo tem efeito decisivo no desempenho de qualquer
habilidade motora que requeira reações rápidas, velocidade de movimento, agilidade e coordenação
de movimentos, força explosiva e equilíbrio.
Além disso, o corpo humano é capaz de se mover de inúmeras maneiras. Aprender todas as
habilidades envolvidas na realização de uma brincadeira de criança, de um esporte ou de uma dança,
mas para algumas crianças essas tarefas podem parecer impossíveis.

64
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO DESENVOLVIMENTO DA
PSICOMOTRICIDADE
Estudos relacionados ao desenvolvimento motor não apresentavam grande expressão na área
da Educação Física até a década de 1970, no entanto o aumento do volume e da qualidade das
pesquisas durante as décadas de 1980 e 1990 fez do desenvolvimento motor uma área legítima de
pesquisa científica, com grande destaque internacional nos dias atuais (GALLAHUE; OZMUN,
2005).
Segundo Haywood apud Marques (1995) o ser humano adquire habilidades motoras
progredindo de movimentos simples e desorganizados, para execuções altamente organizadas e
complexas.
Keogh apud Marques (1995) comentou que este processo sequencial é caracterizado por um
conjunto de mudanças no padrão fundamental de movimento, ocasionando uma maior capacidade de
controlar os movimentos. Neto (1984) enfatiza que toda criança possui uma enorme necessidade de
se movimentar, e é da qualidade do seu comportamento motor que depende o seu processo de
desenvolvimento. Jersild apud Tani, Manoel, Kokunbun et al. (1988) comenta que é principalmente
por meio do desenvolvimento motor que a criança deixa de ser uma criatura frágil de primeira
infância, para se tornar uma pessoa livre e independente do auxílio alheio.
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Para Gallahue (1989) e Gallahue e Ozmum (2003) o processo do desenvolvimento motor


revela-se primeiramente através de mudanças no comportamento motor, onde todos nós estamos
envolvidos no processo de aprendizagem em um mundo em constante mudança. As diferenças de
desenvolvimento no comportamento motor podem ser causadas por fatores inerentes ao indivíduo
(biologia), ao ambiente (experiência) e a natureza da tarefa (física/mecânica).
É necessário conciliar experiências motoras apropriadas para cada nível de desenvolvimento
particular. Dessa forma, na fase de movimentos fundamentais (3 a 6 anos), segundo Gallahue (2003),
a criança percebe que o seu corpo é dotado de capacidades motoras e começa a explorar e
experimentar tais capacidades. É um período para descobrir uma variedade de movimentos
estabilizadores, locomotores e manipulativos. No estágio elementar (crianças de 3 ou 4 anos) ocorre
um maior controle e melhora nos padrões de movimento, contudo ainda são restritos, embora mais
bem coordenados.E no estágio maduro (crianças de 5 a 6 anos) os movimentos caracterizam-se por
desempenhos mecanicamente eficientes.
Deve ser trabalhadas nessa faixa etária atividades de manipulação (arremessar e apanhar),
estabilizadoras (andar com firmeza e o equilíbrio em um pé só) e locomotoras (correr e pular).
65 A estabilidade é o aspecto mais fundamental do aprendizado de movimentar-se. Por ela, as
crianças obtêm e mantêm um ponto de partida para as explorações que fazem no espaço. A
estabilidade envolve a habilidade de manter em equilíbrio a relação indivíduo/força de gravidade.
A locomoção é um aspecto fundamental no aprendizado do movimentar-se, efetiva e
eficientemente, pelo ambiente. Envolve a projeção do corpo no espaço externo, alterando sua
localização relativamente a pontos fixos da superfície.
A manipulação motora rudimentar envolve o relacionamento de um indivíduo com objetos e
é caracterizada pela aplicação de força nos objetos e a recepção de força deles.
Assim, a vivência e a exploração de movimentos locomotores, manipulativos e
estabilizadores influenciarão bastante o desenvolvimento das habilidades motoras das crianças.
Quando o assunto é o desenvolvimento de uma criança e adolescente, torna-se pertinente
aos professores de Educação Física e Desporto conhecerem as suas fases constitutivas, para lhes
fornecer corretos estímulos. As crianças são quanto ao seu desenvolvimento, imaturas e, por isso, é
necessário estruturar experiências motoras significativas apropriadas para seus níveis de
desenvolvimento particulares (GALLAHUE, 2003, p. 63).
Nos dias de hoje, reconhece-se a importância das brincadeiras com fins de auxiliar no
desenvolvimento infantil e na aprendizagem da criança.
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Ao jogar e brincar, a criança estará sendo estimulada a trabalhar o raciocínio lógico, a


aprender lidar com símbolos, a equilibrar-se, desenvolvendo os aspectos psicomotores, afetivos e
cognitivos. Para as crianças, as brincadeiras possuem um sentindo funcional, isto é, possibilitam
compreensão, geram satisfação e hábitos que se estruturam num sistema. Por isso a importância de
um profissional de educação física, afirma Ladan:

A responsabilidade dos profissionais da área de Educação Física que intervêm direta ou


indiretamente no desenvolvimento da criança não é só o de assegurar o crescimento físico
saudável, mas o de orientar os pais no sentido de que crescimento e desenvolvimento
envolvem independência e esta gera sentimentos de capacidade e segurança, levando-a a ter
iniciativas, a ser capaz de tomar decisões, participando ativamente do seu meio sociocultural,
aprendendo a utilizar-se de todas as suas capacidades. Para Piaget, “a criança estabelece
relação com o exterior através da circulação entre as percepções (assimilação) e os
movimentos (acomodação) e é o conjunto de adaptações que (na sua circulação materializada
pela motricidade) irá transformar a inteligência prática (sensório-motora) em inteligência
reflexiva (gnósica)”. (1978, p. 09)

O objetivo é alertar sobre a necessidade de garantir à criança o direito a um desenvolvimento

66 harmônico, trabalhando corpo e mente, dando-lhe espaço para que se desenvolva na área motora e
consequentemente na cognitiva, social e emocional. Assim, para que o trabalho do profissional de
Educação Física possa contribuir com a efetivação do processo de ensino e aprendizagem, devem-se
ampliar as dimensões do comportamento da criança, levando em conta seus interesses e necessidades
para que então haja o desenvolvimento psicomotor.

Diferenças entre os Desenvolvimentos


Quando se observa as habilidades motoras fundamentais de crianças, é possível observar os
vários estágios de desenvolvimentos que uma criança passa dentro de cada padrão de movimento,
observa-se que existem maneiras diferentes de habilidades dentro de cada padrão, entre uma criança e
outra. O fato de uma criança atingir ou não o estágio na sua faixa etária, depende basicamente do
ensino e das oportunidades da prática.
A falta de oportunidade de prática sistematizada e estruturada com objetivos de proporcionar
experiências motoras diversificadas, e a falta de instruções apropriadas têm sido indicadas como
razões para que crianças não alcancem níveis mais elevados de desempenho motor nas habilidades
motoras fundamentais (Cotrim et al., 2011; Lemos et al., 2012; Pang & Fong, 2009), ficando aquém
do nível esperado para as respectivas idades (e.g., Braga et al., 2009; Ferraz, 1992; Valentini, 2002).
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Para Gallahue; Ozmun (2005) as diferenças entre crianças, fazem lembrar o princípio
da individualidade de todo aprendizado. A sequência de progressão o longo dos estágios inicial,
elementar e maduro é a mesma para a maioria das crianças. O ritmo, entretanto variará, dependendo
tanto dos fatores ambientais, como dos fatores hereditários.

O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA


Pode-se afirmar que a educação física pode ser definida como uma disciplina que trabalha e
cuida do indivíduo ao todo, não somente corpo e mente (físico, psíquico e emocional), mas se
trabalha também o lado social e cultural, buscando trabalhar a realidade através da corporeidade.
O processo metodológico, das aulas de educação física não se restringe apenas, em exercitar
o lado técnico e esportivo ou tais habilidades e destrezas, e sim de capacitar o indivíduo a
desenvolver sua autonomia dentro das suas possibilidades corporais, para que se possa exercer de
maneira social e cultural de forma adequada.
Na educação, o papel do professor de educação física é familiarizar as crianças ao processo

67 de ensino-aprendizagem, pois ela terá contato com diferentes pessoas, costumes, a um diferente
espaço físico no qual elas não estão acostumadas. Professor deve saber quais as mudanças que
ocorrem nessa fase, tanto no intelectual, quanto no físico, como também no comportamento. Assim
será possível oferecer à criança atividades que desenvolvam o desenvolvimento total de suas
habilidades fundamentais, podendo assim ser trabalhado o lúdico, o movimento e a corporeidade.
(Flinchum 1982, Harrow 1983, Tani 1988, Gallahue 1989 e Eckert 1993). Para que estas
habilidades sejam desenvolvidas é necessário que se dê à criança oportunidades de desempenha-las.
O movimentar-se é de grande importância biológica, psicológica, social e cultural, pois, é através da
execução dos movimentos que as pessoas interagem com o meio ambiente, relacionando-se com os
outros, apreendendo sobre si, seus limites, capacidades e solucionando problemas. Os professores de
educação física devem se preocupar em adaptar como foco principal na educação física pré-escolar e
series iniciais os trabalhos que desenvolva as habilidades fundamentais. Vale ressaltar que o não
desenvolvimento dessas habilidades básicas, inicial, elementar e maduro, não se terá um bom
desenvolvimento nas habilidades especializadas.
Entretanto, em um processo educacional, a relação entre professores e alunos deve ser uma
relação dinâmica, como toda e qualquer relação entre seres humanos. Na sala de aula, os alunos não
deixam de serem pessoas para transformar-se em coisas, em objetos, que o professor pode manipular
jogar e de lado para outro. Afirma Piletti que:
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O aluno não é um deposito de conhecimentos memorizados que não entendem, como um


fichário ou uma gaveta. O aluno é capaz de pensar, refletir, discutir, ter opiniões, participar,
decidir o que quer e o que não quer. O aluno é gente, é ser humano, assim como o professor.
Na realidade, o que acontece numa relação não autoritária entre pessoas? Todas podem
crescer a partir desse tipo de relação (1995, p. 80).

Com esse tipo de relação em sala de aula, em quanto o professor ensina também aprende, e
enquanto aprende também ensina. O professor ouve os alunos, respeita seu ponto de vista; desta
forma, o professor deixará de ser mero instrutor ou treinador para transformar-se em educador.
A aprendizagem é um processo continuou, que dura toda a vida. Só crescemos e nos
desenvolvemos na medida em que estivermos dispostos a modificar nossas crenças, nossas
convicções. Se nos apegarmos as nossas ideias, sem disposição para discuti-las e para modifica-las,
permaneceremos parados no tempo, ou melhor, caminharemos para trás. (PILETTI, 1995, p. 80).
Um aluno se aproxima do professor quando se sente seguro e sente que essa aproximação é
agradável, e o professor se aproxima dos alunos juntos aos quais se sente bem. Professor não é
neutro, sem sentimentos, frio e distantes. É uma pessoa e, como tal, tem sentimentos, simpatias,
antipatias, amor, ódio, medo, timidez, etc.
68 Sabe-se que o professor desempenha um papel muito importante na vida escolar de seus
discentes, mas, que é preciso e necessário haver uma mudança em relação a forma de transmitir os
conhecimentos. O professor deve procurar melhorar e adequar o seu método de ensino-aprendizagem.
Um professor de educação física precisa motivar seus alunos a participar ativamente das
atividades propostas, no entanto, é necessário primeiramente “quebrar o gelo”, pois muitos, por
timidez ou falta de ambiente, ficam de lado e não participam. Utilizar joguinhos, brincadeiras, cantos
que tenham a função de criar um clima de descontração e alegria é uma ótima maneira de estimular a
socialização, afirma (Ferreira, 2003).
Cabe também ao professor avaliar as atitudes dos alunos, assessorado de informação com
base cientificas e completas, de como agem e se comportam na faixa etária trabalhada, de acordo
com suas características pessoais, biológicas e psicomotoras.
O aluno é reflexo de sua experiência no lar. Pode ser independente ou não, rítmico ou
arrítmico; e o professor deve estar preparado para atender a todos e a cada um, proporcionando-lhe
“crescer”.
O professor bem informado equilibrará as atividades de modo que, ao mesmo tempo,
despertem alegria e interesse, que contenham qualidades educativas para que, ao final da ação, o
aluno tenha adquirido experiência e habilidades, conscientização de possibilidade e valorização da
vitória nas atividades encontradas. (Ferreira, 2003).
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A verbalização do professor deve incidir sobre a valorização de características e


possibilidade dos brinquedos e possíveis estratégias de exploração. Enfim, o professor deve oferecer,
informações sobre diferentes formas de utilização de brinquedos, contribuindo para a ampliação do
referencial infantil.
A dimensão corporal não pode estar ausente. Na relação com objetos, solicitam-se o corpo e
os sentidos. O educador deve, também, brincar e participar das brincadeiras, demonstrando não só o
prazer de fazê-lo, mas estimulando as crianças para tais ações.
Ao propor uma brincadeira é importante que o professor brinque também. Assim, ele poderá
observar crianças e acompanha-las de perto de forma prazerosa.

CONCLUSÃO

Dentre os resultados obtidos, constatou-se que, em relação às habilidades motoras


fundamentais, maior parte das crianças, de forma geral, apresentou sucesso no processo de
desenvolvimento nas características do estágio elementar ou maduro em grande parte das habilidades

69 motoras, como rolamento da bola, equilíbrio, corrida, galope e deslizamento e caminhada


direcionada.
Nas habilidades rolamento do corpo, salto em distância, arremesso por cima e chute, nas
quais mais da metade dos avaliados apresentaram características no estágio inicial nos testes
aplicados antes das aulas de educação física. Foi notório o desenvolvimento satisfatório mostrado
entre as tabelas. Assim, pode-se dizer que as crianças avaliadas no primeiro teste não se encontravam
em sua maioria no estágio de desenvolvimento motor proposto para sua idade, uma vez que crianças
a partir dos 4 e 5 anos tem condições de apresentar características do estágio elementar e crianças a
partir dos 6 anos tem condições de apresentar características do estágio maduro na maioria das
habilidades motoras fundamentais.
Vale ressaltar a importância de se trabalhar essas fase de desenvolvimento motor infantil,
pois esse atraso na aprendizagem das habilidades motoras fundamentais pode dificultar o aprendizado
das habilidades especializadas, além de dificultar a realização das atividades da vida diária. É de
grande importância ressaltar que o desenvolvimento motor da criança também pode sofrer influência
da maturação, da condição socioeconômica, além das experiências realizadas fora do ambiente
escolar, como as brincadeiras com os amigos na rua ou em casa.
Os fatores que se enquadra fora do âmbito escolar não foram investigados neste estudo por
uma questão de limitação do tema da pesquisa, pois se resumem as aulas de educação física na
escola.
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Nos resultados obtidos após o período da aula de educação física na escola, verificou-se que
as aulas no ensino infantil contribuíram para um desenvolvimento satisfatório, no tempo que condiz
com cada faixa etária, onde consequentemente irá reduzir os níveis de dificuldades de aprendizado
nas habilidades especializadas.
São poucos os estudos no cenário científico brasileiro que relacionam as aulas de educação
física no ensino infantil como fator importante para o desenvolvimento motor infantil.
Desse modo, mostra-se necessário que sejam desenvolvidos mais estudos sobre esse tema
para que se estabeleçam mais parâmetros sobre a contribuição da iniciação das aulas de educação
física na educação inicial para o desenvolvimento motor infantil. Espera-se também que o presente
estudo contribua com os profissionais de Licenciatura em Educação Física, mostrando que a aula de
educação física na educação infantil é importante para o desenvolvimento motor, contribuindo para
que as habilidades motoras especializadas sejam desenvolvidas com sucesso, desde que os mesmo
sejam respeitados o nível de desenvolvimento, a faixa etária, os interesses e as necessidades de cada
criança.

70 REFERÊNCIAS

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