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CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 4
2.7.1. Distúrbios que afectam os alunos principalmente detectados nos primeiros anos da
educação infantil ............................................................................................................................ 11
3. Conclusão .................................................................................................................................. 18
4. Bibliografia ................................................................................................................................ 19
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CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO
A criança e o jovem com multideficiência apresenta necessidades educativas especiais de carácter
prolongado, que se enquadram no domínio cognitivo, sensorial e/ou motor. Esta é uma
problemática que apresenta um quadro complexo e muito específico.
O programa elaborado para o aluno com deficiências associadas desenhara o perfil das suas
diversas necessidades educativas as quais se distribuem por um amplo campo de áreas de
atenção. A criança com deficiências associadas pode ter necessidade de estimulação auditiva e/ou
visual, um programa especifico de psicomotricidade, e, por vezes, orientações que lhe
proporcionem autonomia vital. Esta atenção deve ser dada de forma global e
multiprofissionalmente (na ocasião do diagnostico e tratamento) com implicações tanto escolares
como sociais.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Compreender a multideficiência
1.1.2. Específicos
Descrever os tipos, as causas, características e os direitos de crianças com multideficiência;
Citar as sintomatologias das dificuldades de aprendizagem;
Mencionar as necessidades da criança/jovem com multideficiência;
Abordar da inclusão de alunos com multideficiência no ensino regular.
1.2. Metodologia
Para a concretização do presente trabalho fez-se pesquisas aprofundadas de obras literárias as
quais auxiliaram na percepção e reflexão dos conteúdos de pesquisa, e como prova disso vêem
referenciadas na página final do mesmo.
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CONTRERAS & VALENCIA (1997), definem multideficiência como sendo o conjunto de duas
ou mais incapacidades ou diminuições de ordem física, psíquica ou sensorial.
Acontece quando, na mesma pessoa, se podem encontrar mais do que uma deficiência, mas é
sempre mais do que a mera combinação ou associação de deficiências.
Normalmente resulta da associação de uma deficiência mental severa, com uma ou mais
deficiências sensoriais ou motoras e/ou necessidades de saúde especiais (OVERLOVE &
SOBSEY, 1991). Já para Snell, 1978, “são todos os indivíduos com deficiência mental moderada
e profunda que têm pelo menos mais uma deficiência (pode ser auditiva, visual, alguma
paralisia).
É importante referir que a multideficiência é sempre mais que a mera associação de deficiências
(podem ou não estar relacionadas, tal como pode, ou não, existir uma prevalente sobre a outra),
constituindo um grupo muito heterogéneo entre si, apesar de apresentar características
específicas/particulares. A inclusão da pessoa multideficiente no sistema regular de ensino
representa, frequentemente, um desafio para os educadores que intervêm junto delas.
- Direito à educação: deve ser total, efectivo e eficaz, desde a intervenção precoce (fundamental
na preparação das estruturas fundamentais a um positivo desenvolvimento), à estruturação
necessária no proporcionar do contacto com o outro, passando pelo acompanhamento médico,
psicopedagógico e social (da pessoa e da sua família – colaboração desta é fundamental para
intervenções verdadeiramente positivas e bem sucedidas).
Causas genéticas;
Causas pré-natais;
Causas perinatais;
Causas pós-natais;
Causas ambientais.
Para não repetirmos, mencionaremos aqui apenas as patologias mais comuns que dão origem a
deficiências associadas.
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De acordo com LADEIRA & AMARAL (1999), e esta classificação inicial podemos acrescentar
as combinações resultantes das diferentes deficiências físicas, psíquicas e sensoriais entre si, de
entre as quais a mais característica é a combinação deficiência sensorial/deficiência sensorial
(exemplo: surdo-cego).
Como pode observar-se, deu-se preferência ao termo deficiência física motora, dado que a
primeira engloba as diferentes alterações orgânicas, neurológicas, motoras… enquanto a segunda
é mais restritiva.
Sobrepõe as letras / ausência de espaços entre as palavras, letras desalinhadas, desenha letras de
forma estranha, não consegui colorir superfícies mantendo-se dentro das linhas definidas,
caligrafia indecifrável, tem dificuldades em usar tesouras, não consegue colar as coisas e
desorganização nos trabalhos.
Não consegui compreender enunciados orais nem o que está a ser ensinado se o discurso
obedecer a um ritmo usual; pode coompreender a informação se for repetida muito lentamente;
não consegue identificar de que direcção vem o som; não reconhece a identidade de sons comuns;
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não consegue distinguir a voz do professor de entre outras vozes; não segue as instruções e não
retira benefícios de instruções orais.
Défices conceptuais
Não consegue fazer leitura de situações sociais, não compreende a linguagem do corpo; não
consegue comparar as semelhanças/diferenças existentes nas coisas e as actividades de
classificação são difíceis; não compreende relações temporais: ontem, hoje, amanha, antes,
depois; pouca imaginação; pouco sentido de humor; respostas lentas; não consegue tirar
conclusões, não consegue ler em voz alta correctamente; tem dificuldades de escrever; não
consegue pensar de uma forma ordenada e lógica; os comentários na sala de aula estão
frequentemente fora do contexto.
Défices de memória
Não consegue recordar o que acabou de ser visto; não consegue recordar o que acabou de ouvir;
vocabulário visual pobre, poucas palavras automaticamente conhecidas; lento a memorizar;
linguagem de expressão limitada, não se lembra dos nomes de objectos; escrita pobre.
Distorções a nível de motricidade grossa, não consegue saltar, atirar uma bola; Dificuldades em
actividades de: cortar, colar, escrever; Produz ruídos com a boca; Apresenta atraso na fala; Tem
tiques.
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Muitas das suas necessidades são idênticas às que são deficientes profundas. Contudo, a
perca ou diminuição da função nos sistemas sensoriais e motores torna ainda mais urgente a
necessidade de uma educação adequada.
A maioria encontra-se impossibilitada de usar a fala para comunicar, pelo que necessitam que
comuniquem com ela através de outras formas de comunicação.
As necessidades educativas de cada criança/jovem será o reflexo das suas capacidades e
características pessoais.
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Esta figura indica que as crianças/jovens com multideficiências apresentam acentuadas limitações
cognitivas que, podendo estar associadas a limitações visuais, motoras e auditivas, causam
dificuldades a nível da participação e intervenção em diferentes contextos; influenciam a forma
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Face ao exposto, verifica-se que as crianças com multideficiências têm características muito
particulares, devido à complexidade das suas problemáticas, as quais fazem com que manifestem
determinadas necessidades. As suas necessidades devem ser consideradas no que diz respeito à
sua inclusão em contexto social e educativo. Como forma de promover o respeito destas
crianças/jovens e o seu acesso à educação e à saúde, é fundamental conhecer e compreender essas
necessidades. Estas crianças/jovens podem apresentar necessidades em três categorias diferentes:
necessidades físicas e médicas, necessidades educativas e necessidades emocionais.
2.7.1. Distúrbios que afectam os alunos principalmente detectados nos primeiros anos da
educação infantil
De acordo com CORREIA (1999), cita-nos os seguintes distúrbios:
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Afasia (do grego, a+fasia, não falar) é um distúrbio na formulação e compreensão da linguagem.
Dislexia do grego dis- distúrbio, lexis palavra: É uma dificuldade na área da leitura, escrita e
soletração, que pode também ser acompanhada de outras dificuldades, como, por exemplo, na
distinção entre esquerda e direita, na percepção de dimensões (distâncias, espaços, tamanhos,
valores), na realização de operações aritméticas (discalculia) e no funcionamento da memória de
curta duração.
A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização, sendo comum
provocar uma defasagem inicial de aprendizado.
Disgrafia: normalmente vem associada à dislexia, porque se o aluno faz trocas e inversões de
letras, consequentemente encontra dificuldade na escrita. Além disso, está associada a letras mal
traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e desorganização ao produzir um texto.
Discalculia é definido como uma desordem neurológica específica que afecta a habilidade de
uma pessoa de compreender e manipular números.
Para ser classificada como discalculia não pode ser causada por problemas na visão e/ou audição.
O termo discalculia é usado frequentemente ao consultar especificamente à inabilidade de
executar operações matemáticas ou aritméticas, mas é definido por alguns profissionais
educacionais como uma inabilidade mais fundamental para conceitualizar números como um
conceito abstracto de quantidades comparativas.
A Dislalia (do grego dys + lalia) é um distúrbio da fala, caracterizado pela dificuldade em
articular as palavras. Basicamente consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo ou
acrescentando fonemas, trocando um fonema por outro ou ainda distorcendo-os ordenadamente.
A falha na emissão das palavras pode ainda ocorrer em fonemas ou sílabas. Assim sendo, os
sintomas da Dislalia consiste em omissão, substituição ou deformação dos fonemas.
Rinolalia é a ressonância nasal em grau maior ou menor, que o normal, no ato de falar. Podendo
ter como causa problemas nas vias nasais, na adenóide, por lábio leporino ou fissura palatina. Os
sujeitos acometidos são chamados de fanhos.
ii) Família: conhecer os seus interesses e necessidades, bem como as suas expectativas face ao
futuro;
iii) Actividade: perceber como funciona a criança nos seus contextos e o modo como estes se
organizam. Face ao exposto é essencial que o processo de avaliação da criança/jovem com
multidocência se baseie na recolha de informação sobre as suas capacidades e necessidades, bem
como as necessidades das suas famílias. Só dessa forma é possível compreender como é que a
criança interage nos diversos contextos, como é que os contextos se organizam para responder às
suas necessidades e, com base nessa informação, planificar e organizar a intervenção mais
adequada.
De acordo com LADEIRA & AMARAL (1999), neste processo de avaliação é fundamental o
trabalho em equipa e em parceria entre os diversos profissionais (exemplo: professores,
psicólogos, terapeutas, médicos) envolvidos no processo educativo da criança/jovem com
multideficiência. É igualmente imprescindível a participação da família, na medida em que esta
poderá dar o seu contributo para se conhecer as necessidades e os interesses da criança/jovem,
bem como as necessidades da família. Esta partilha de informação é muito importante para ajudar
a construir respostas educativas adequadas ao perfil das crianças/jovens.
aprendizagens significativas para a criança, as quais podem passar pelo seu envolvimento em
actividades da vida real. Neste caso a planificação da intervenção deve definir os intervenientes
dessas actividades, a sua rotina, o tipo de participação que o aluno irá ter, as adequações
necessárias, as estratégias a utilizar pelo adulto e o processo de comunicação a utilizar.
A inclusão pressupõe o acesso aos contextos regulares de ensino por parte de alunos com NEE e
a sua participação activa nesses contextos, mesmo os que apresentam dificuldades severas. Esta
inclusão deve procurar fazer-se sempre que possível, atendendo à individualidade desses alunos e
facultando-lhes os apoios necessários, de modo proporcionar-lhes uma educação de qualidade.
Como afirma NUNES (2008) “a inclusão na comunidade e a qualidade de vida são objectivos
comuns a todos os seres humanos”.
As dificuldades sentidas aumentam de acordo com as idades dos alunos, sendo de destacar as
dificuldades na organização e no desenvolvimento de actividades adequadas a alunos mais
velhos.
LADEIRA & AMARAL, afirmam também que estes alunos devem ter o direito de frequentar a
escola regular, participando em diversas actividades, como qualquer criança. Por sua vez,
NUNES (2008), reforça a ideia de inclusão destas crianças/jovens ao defender que a organização
das respostas educativas não difere, no essencial, da desenvolvida com todos os outros alunos, na
medida em que a inclusão na comunidade e a qualidade de vida são objectivos comuns a todos os
seres humanos. Assim, na educação destes alunos devem ser dadas oportunidades para que cada
um alcance o máximo de independência possível, participe na vida da comunidade, de acordo
com as suas potencialidades e faça aprendizagens significativas.
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3. Conclusão
As possibilidades educativas e de integração da criança com deficiências associadas não é um
tema que se debate, uma vez que todos têm direito, não apenas a educação mas sim a educação
em função das suas próprias possibilidades ou particularidades. A educação deve ser heterogénea,
abarcando interesses e necessidades diferentes, tanto no caso de estes se manifestarem por
deficiências físicas, sensoriais, mentais, como simplesmente por problemas de comportamento,
emocionais, sociais ou mesmo por uma associação destes.
4. Bibliografia
CONTRERAS, M. D. C. e VALENCIA, R. P. “A Criança com Deficiências Associadas”.
Coordenação de Bautista, R. Dina livro. 1ª Edição. Lisboa. 1997;
CORREIA, L. Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas Classes Regulares. Porto:
Porto Editora1999;
LADEIRA, F; AMARAL, I. A Educação de Alunos com Multideficiência. Lisboa: Ministério
da Educação. Departamento da Educação Básica, 1999;
NUNES, C. Alunos com multideficiência e com surdo-cegueira congénita. Organização da
resposta educativa. Lisboa: 2008;
ORELOVE, F. P. e SOBSEY, D. R. N. Educating Children with Multiple Disabilities: a
Transdisciplinary Approach. 3ª Edição. Paul Brookes Publishing Co., Inc. Baltimore. 2000;
RODRIGUES, D. Educação Inclusiva – Estamos a fazer progressos? Cruz Quebrada:
Faculdade de Motricidade Humana. 2006;
SMITH, D. D. Introdução à educação especial: ensinar em tempos de inclusão. Porto Alegre:
Artmed Editora. 2008;
VAZ, M. O professor de apoio de educação especial – Um agente de mudança em contexto
de colaboração. Coimbra: Fora do Texto. 1995;
ZABALZA, M. A. Diários de Aula. Porto: Porto Editora, 1994.