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Platyhelminthes

Os Platyhelminthes possuem um histórico quase inexistente de fósseis, devido a serem organismos


invertebrados de corpo mole. Acredita-se que o fóssil mais velho de um primeiro representante do
filo, encontrado em resina fossilizada de âmbar do Báltico, tem a idade de 40 milhões de anos. O
fóssil demonstra que o animal tinha desenvolvido um hábito terrestre e estavam produzindo ovos na
época Eoceno. Anteriomente foram relatados dois fósseis de cestóides, um de um tubarão do
Paleozóico e outro de um peixe do Alto Devoniano, mas desses não se pode concluir se são
realmente Platyhelminthes.
A falta desses registros fósseis tornou a determinação das relações do filo bastante difíceis.

O filo inclui Acoelomorpha, Catenulida e Rhabditophora, porém não há nenhuma sinapomorfia que
une estes táxons, e os Acoelomorpha parecem ser suficientemente diferentes para considerá-los
separados dos outros dois. Análises recentes consideram Acoelomorpha como talvez o grupo mais
basal de Bilateria, externo a Lophotrochozoa, e Catenulida e Rhabditophora como os dois grupos
irmãos que constituem os Platyhelminthes.

CRACRAFT & DONOGHUE, 2003

Conhece-se pouca informação sistemática sobre os Catenulida. Sabe-se que possuí cinco famílias,
11 gêneros e mais de 100 espécies. Apenas duas dessas já foram seqüenciados para estimativas de
filogenia molecular. Todos Catenulida são de vida livre, principalmente em água doce, mas há
alguns em ambientes marinhos.

Os Rhabditophora envolvem quase toda a diversidade do filo. É considerado um clado monofilético


que se ramificou no início da evolução dos protostômios. Esses vermes são principalmente
marinhos, embora um número considerável habita água doce e alguns se adaptaram à vida terrestre,
como alguns representantes dos grupos Lecithoepitheliata e Tricladida (grupo das planárias).

Muitos Platyhelminthes são de vida livre, porém o grupo Neodermata é composto apenas por
parasitas obrigatórios. O fato de que todos os grupos de Neodermata parasitarem vertebrados, e
sugere-se, que já havia essa associação com os vertebrados mais primitivos.

Os Eucestoda, conhecidas como “tênias verdadeiras”, tinham artrópodes como hospedeiros


intermediários primitivos, fato que se perdeu em alguns cestódeos terrestres. E esse é grupo que
provavelmente possui a filogenia mais desenvolvida dentro de Platyhelminthes.
Digenea dentro de Eucestoda é o maior grupo de platelmintos, com cerca de 18.000 espécies e mais
de 2700 gêneros.

Nemertea
Existem atualmente cerca de 1000 espécies reconhecidas de nemertinos. São vermes
predominantemente marinhos, mas alguns são encontrados em água doce e até mesmo em
ambientes terrestres úmidos. Uma de suas grandes inovações é a presença de um sistema sangüíneo
fechado. O seu desenvolvimento embrionário é semelhante ao de anelídeos e moluscos.
Os Nemertea são tradicionalmente considerados animais acelomados, e consequentemente
associados aos platelmintos como um ramo precoce em Bilateira.
Dentro do filo, duas classes foram reconhecidas com base na morfologia: Anopla e Enopla. Ambas
as classes são divididas em duas ordens: Palaeonemertea e Heteronemertea dentro Anopla e
Hoplonemertea e Bdellonemertea dentro Enopla.
Os poucos representantes terrestres são aparentemente exclusivos de Monostilifera, sub-ordem de
Hoplonemertea, que possui representantes em diversos tipos de ambientes.

CRACRAFT & DONOGHUE, 2003

Nematoda
É um filo com aproximadamente 23.000 espécies descritas, tradicionalmente organizada em cerca
de 3000 gêneros e 250 famílias. A posse de uma cutícula de muda coloca o filo no clado Ecdysozoa
dentro de Bilateria, embora essa colocação foi reconhecida recentemente.
Assim como Platyhelmenthes e Nemertea, fósseis de Nematoda são raros, pois além de serem de
corpo mole, a maioria dos animais do filo são milimétricos, o que dificulta ainda mais a
fossilização. Porém acredita-se que o filo tenha surgido no Pré-cambriano. Os fósseis mais antigos
encontrados tem idade de aproximadamente 130 milhões de anos, ou seja do Cretáceo.
De acordo com as novas filogenias, os Nematoda possuem três classes Enoplia, Dorylaimia e
Chromadoria. (Anteriormente considerava-se apenas duas: Adenophorea e Secernentea. Enoplia e
Chromadoria eram sub-classes de Adenophorea.) A ordem relativa de ramificação não foi
determinada.
Todas as três classes contêm grupos parasitários, e análises sugerem que o caráter sugiu de forma
independente seis vezes para parasitas de animais e três para de plantas. Nematóides de ambiente
terrestre também estão presentes na maioria dos grupos.

HEDGES & KUMAR, 2009

Existem outros vermes considerados Aschelminthes como: Rotifera, Acanthocephala, Gastrotricha,


Nematomorpha, Entoprocta, Loricifera, Pripulida, Kinorhyncha, Gnastromulida, Cycliophora e
Myzoztomida. Porém apenas Rotifera e Nematomorpha possuem poucos representanres terrestres,
alguns apenas pseudo-terrestres. A maioria são animais marinhos, alguns são de água doce e alguns
parasitas.

Referências:

POINAR, G., Jr., A rhabdocoel turbellarian (Platyhelminthes, Typhloplanoida) in Baltic amber


with a review of fossil and sub-fossil platyhelminths, Invertebrate Biology 122(4): 308-312, 2003,
American Microscopical Society, Inc.

CRACRAFT, J., DONOGHUE, M. J., Assembling the Tree of Life, 2003, Oxford University Press, Inc., New
York

HEDGES, S. B., KUMAR, S., The Time Tree of Life, Oxford University Press, 2009, New York

BRUSCA, R. C., BRUSCA, G. J., Invertebrates, 2ª Edição, 2003, Sinauer Associates, Inc,
Publishers

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