Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Decreto Legislativo Presidencial N° 2.20 de 19 de Fevereiro
Decreto Legislativo Presidencial N° 2.20 de 19 de Fevereiro
º 18
DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Preço deste número - Kz: 510,00
Toda a correspondência, quer oficial, quer ASSINATURA O preço de cada linha publicada nos Diários
relativa a anúncio e assinaturas do «Diário . Ano da República 1.ª e 2.ª série é de Kz: 75.00 e para
da República», deve ser dirigida à Imprensa
As três séries . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 734 159.40 a 3.ª série Kz: 95.00, acrescido do respectivo
Nacional - E.P., em Luanda, Rua Henrique de
A 1.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 433 524.00 imposto do selo, dependendo a publicação da
Carvalho n.º 2, Cidade Alta, Caixa Postal 1306,
www.imprensanacional.gov.ao - End. teleg.: A 2.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 226 980.00 3.ª série de depósito prévio a efectuar na tesouraria
«Imprensa». A 3.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 180 133.20 da Imprensa Nacional - E. P.
2. Os institutos públicos regem-se pelas disposições 3. O disposto no número anterior não se aplica aos
do presente Diploma, pela legislação aplicável às pessoas Fundos Públicos.
colectivas de direito público e demais legislação em vigor, ARTIGO 6.º
bem como pelos respectivos estatutos orgânicos e regula- (Capacidade jurídica e autonomia)
mentos internos. 1. Os institutos públicos possuem capacidade para pra-
ARTIGO 4.º ticar actos jurídicos, gozam dos direitos e sujeitam-se às
(Classificação dos institutos públicos) obrigações decorrentes da consecução dos seus objectivos.
Os institutos públicos assumem uma das seguintes for- 2. Os institutos públicos dotados de autonomia financeira
mas no momento da sua criação: possuem órgãos, orçamento, património e pessoal próprio.
a) Serviços Personalizados, sempre que se tratar 3. Os institutos públicos dotados apenas de autono-
de serviços públicos administrativos dotados mia administrativa possuem órgãos, orçamento e pessoal
de personalidade jurídica e autonomia admi- próprio.
nistrativa como forma de melhor assegurar a 4. O Diploma que cria o instituto público deve determi-
prossecução das atribuições do órgão da admi- nar o tipo de autonomia que o mesmo deve ter, nos termos
nistração directa do Estado em que se insere; previstos no presente Diploma, podendo esta ser administra-
b) Estabelecimentos Públicos, sempre que se tratar tiva, financeira e/ou patrimonial.
de instituições públicas administrativas abertas 5. Para efeitos do disposto no número anterior,
ao público dotadas de personalidade jurídica, considera-se:
autonomia administrativa, financeira e patri- a) Autonomia Administrativa, a existência de órgãos
monial vocacionadas a prestar serviços sociais próprios de direcção com capacidade para
individuais ou colectivos, mediante contrapres- praticar actos administrativos definitivos e exe-
tação, comparticipação ou de forma gratuita, cutórios;
nos domínios do ensino, saúde, arte, desporto, b) Autonomia Financeira, a existência de receitas
assistência à pessoas com deficiência, formação próprias, provenientes de rendimentos do seu
profissional, protecção dos consumidores, apoio património ou de contraprestações pagas pelos
às vítimas, famílias, crianças e jovens, dentre serviços que presta, para a satisfação das des-
outros; pesas decorrentes da prossecução do seu fim e
c) Fundações Públicas, sempre que se tratar de que são geridos pelos seus órgãos próprios de
patrimónios públicos autónomos, dotados de
direcção;
personalidade jurídica, autonomia administra-
c) Autonomia Patrimonial, a existência de património
tiva, financeira e patrimonial, para a prossecução
próprio, constituído por bens, direitos e obri-
de fins específicos de natureza social, nomeada-
gações a eles afectos por acto próprio ou que
mente, nos domínios da educação, investigação
adquira para a prossecução dos seus fins.
científica, saúde, cultura, assistência social e
6. Pelas obrigações dos institutos públicos responde ape-
preservação ambiental;
d) Fundos Públicos, sempre que se tratar de patri- nas o seu património, sem prejuízo da responsabilidade do
mónios públicos autónomos, dotados de Estado.
personalidade jurídica, autonomia administra- ARTIGO 7.º
tiva, financeira e patrimonial especificamente (Superintendência)
criados para prossecução de determinados fins 1. Cada instituto público está sujeito à superintendên-
públicos de natureza económica, nomeadamente cia do Titular do Departamento Ministerial responsável pelo
nos domínios do fomento do desenvolvimento sector de actividade em que está inserido.
económico e social, manutenção e conservação 2. A superintendência exercida nos termos do número
de infra-estruturas e da estabilização económica. anterior inclui o poder de:
ARTIGO 5.º a) Aprovar os planos estratégicos e anuais do instituto
(Finalidade) público;
1. Os institutos públicos só podem prosseguir os fins que b) Acompanhar e avaliar os resultados da actividade
justificaram a sua criação, não podendo exercer actividade do instituto público;
ou os seus poderes fora dos seus fins, nem aplicar os recur- c) Nomear os membros do órgão de direcção do ins-
sos financeiros para o alcance de objectivos diferentes dos tituto público;
que determinaram a sua criação, nem conceder garantias d) Apreciar o orçamento e os relatórios de activida-
para o cumprimento de obrigações de quaisquer entes, salvo des;
se esta constituir a finalidade da sua criação. e) Aprovar os instrumentos de gestão dos recursos
2. Os institutos públicos não podem criar nem deter humanos em articulação com as entidades com-
ou adquirir participações em pessoas colectivas de direito petentes;
privado, salvo disposição legal em contrário e nos casos f) Aprovar os relatórios de balanço e demonstração da
estritamente necessários para a consecução dos seus fins. origem e aplicação de fundos;
I SÉRIE – N.º 18 – DE 19 DE FEVEREIRO DE 2020 1627
organizada, nos termos do Plano Geral de Contabilidade 1. O projecto de estatuto orgânico deve, entre outras
Pública. matérias, dispor sobre:
2. Anualmente, com referência a 31 de Dezembro de a) A classificação do instituto público;
cada ano, são submetidos ao Órgão de Superintendência e ao b) A missão e as atribuições do instituto público;
Titular do Departamento Ministerial responsável pelo Sector c) A sede e a informação sobre a existência ou não de
das Finanças Públicas até ao fim do primeiro trimestre, os serviços desconcentrados;
seguintes documentos de prestação de contas: d) A estrutura orgânica;
a) Balancetes trimestrais, apreciados pelo Conselho e) As competências de cada órgão e a missão de cada
Fiscal; serviço;
b) Relatório de encerramento do exercício financeiro, f) O modo e a entidade responsável pelo provimento
instruído com o parecer do Conselho Fiscal. dos titulares e integrantes de cada órgão e ser-
3. Os fundos destinados ao apoio social do pessoal dos viço;
institutos públicos devem ter em separado os seus relató- g) A entidade responsável pela superintendência do
rios e contas, orçamentos e planos, os quais são apreciados instituto público;
pelo Conselho Fiscal e aprovados pelo respectivo órgão de h) A gestão financeira e patrimonial;
gestão. i) O carácter temporal do instituto público, sempre
que aplicável;
ARTIGO 16.º
(Regime tributário) j) A natureza do vínculo jurídico-laboral;
k) O quadro de pessoal;
1. Os institutos públicos estão sujeitos à inscrição nos
serviços tributários e de segurança social, bem como ao l) O organigrama.
2. Apenas os institutos públicos criados formalmente
cumprimento das obrigações declarativas, nos termos da lei.
devem constar como órgãos superintendidos nos estatutos
2. Sem prejuízo da obrigação de retenção e entrega de
orgânicos dos Departamentos Ministeriais.
tributos, os institutos públicos estão isentos do pagamento
de qualquer imposto e de custas judiciais, nos termos da ARTIGO 20.º
(Relatório justificativo da necessidade e oportunidade)
legislação aplicável.
ARTIGO 17.º
O relatório justificativo da necessidade e oportunidade
(Fiscalização) de criação do instituto público deve prever, entre outras
matérias, as seguintes:
Sem prejuízo da existência de um Conselho Fiscal ou
a) O objecto do instituto público a criar;
Fiscal-Único, os institutos públicos estão sujeitos à fiscali-
b) Os objectivos perseguidos com a sua criação;
zação do Tribunal de Contas.
c) O impacto económico e financeiro da sua criação;
CAPÍTULO III d) As vantagens da sua criação nomeadamente na
Criação, Fusão e Extinção melhoria da prestação de serviço público ao
cidadão, na racionalidade e modernização admi-
ARTIGO 18.º
nistrativa;
(Criação)
e) A proposta de estrutura orgânica adequadas aos
1. Os institutos públicos são criados por Decreto fins que pretende prosseguir;
Presidencial, mediante proposta conjunta dos titulares dos
f) As propostas de quadro de pessoal, regime remune-
sectores competentes em razão da matéria e pelos Titulares
ratório e a natureza do vínculo jurídico-laboral
dos Departamentos Ministeriais responsáveis pelos Sectores
do pessoal.
das Finanças Públicas e da Administração Pública.
2. A iniciativa de criação de um instituto público deve ser ARTIGO 21.º
(Pressupostos comuns para criação)
suportada pelo projecto de estatuto orgânico e um relatório
justificativo da necessidade e oportunidade da sua criação. Na criação dos institutos públicos devem ser observados
3. Sem prejuízo do disposto no número anterior, as ini- os seguintes pressupostos:
ciativas de criação de institutos públicos com autonomia a) Necessidade de alcance de determinado objectivo
administrativa, financeira e patrimonial devem ser suporta- do sector através da criação de um instituto
das por estudo de viabilidade económica e financeira que público;
I SÉRIE – N.º 18 – DE 19 DE FEVEREIRO DE 2020 1629
2. Nos institutos públicos com autonomia administra- 2. O Conselho Fiscal reúne-se uma vez por mês e,
tiva, financeira e patrimonial, o Director Geral é coadjuvado extraordinariamente, sempre que o Presidente o convoque
por até 2 (dois) Directores Gerais-Adjuntos, nomeados pelo por sua iniciativa ou dos demais membros.
Órgão de Superintendência para um mandato de 3 (três) 3. Nas votações do Conselho Fiscal não há abstenções,
anos, renovável por igual período. devendo a acta registar o sentido discordante da declaração
do voto de algum membro.
3. Nos institutos públicos dotados apenas de autono-
4. As actas devem ser assinadas por todos os membros
mia administrativa, o Director Geral é coadjuvado apenas presentes.
por 1 (um) Director Geral-Adjunto, nomeado pelo Órgão de
ARTIGO 29.º
Superintendência para um mandato de 3 (três) anos, renová- (Remuneração)
vel por igual período. 1. O Presidente e os Vogais do Conselho Fiscal têm
4. Ao Director Geral dos institutos públicos dotados ape- direito, respectivamente, a 70% e 60% da remuneração-base
nas de autonomia administrativa compete ainda, com as fixada para o Presidente do Conselho Directivo.
devidas adaptações, as atribuições previstas nas alíneas a), 2. Sempre que algum membro desenvolva a sua acti-
b), c) d) e e) do n.º 1 do artigo 25.º do presente Diploma. vidade em mais de uma instituição, aufere apenas 50% do
ARTIGO 27.º vencimento em cada instituição.
(Conselho Fiscal) ARTIGO 30.º
(Fiscal-Único)
1. O Conselho Fiscal é o órgão de fiscalização interna
dos institutos públicos dotados de autonomia administrativa, 1. O Fiscal-Único é o órgão de fiscalização interna dos
financeira e patrimonial ao qual incumbe analisar e emitir institutos públicos dotados apenas de autonomia admi-
parecer sobre a actividade financeira do instituto público. nistrativa ao qual incumbe analisar e emitir parecer sobre
2. O Conselho Fiscal é composto por 3 (três) membros, a actividade do instituto público, designado pelo Titular
sendo o Presidente indicado pelo Titular do Órgão respon- do Departamento Ministerial responsável pelo Sector das
sável pelo Sector das Finanças Públicas e 2 (dois) Vogais, Finanças Públicas.
indicados pelo Órgão de Superintendência do instituto 2. O Fiscal-Único deve ser um contabilista ou perito con-
público, para um mandato de 3 (três) anos, renovável por tabilista registado na OCPCA.
igual período. 3. Aplica-se ao Fiscal-Único as disposições do Conselho
3. O Presidente do Conselho Fiscal deve ser um con- Fiscal relativas ao mandato, competências e remuneração.
tabilista ou perito contabilista registado na Ordem dos SECÇÃO II
Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola (OCPCA). Serviços Internos
4. O Conselho Fiscal é nomeado por Despacho Conjunto
ARTIGO 31.º
dos Titulares dos Departamentos Ministeriais responsáveis (Estrutura)
pelos Sectores das Finanças Públicas e de actividade do res-
pectivo instituto público. Para a prossecução das suas atribuições, os institutos
públicos devem adoptar estruturas flexíveis e simplificadas,
ARTIGO 28.º
(Competência e modo de funcionamento do Conselho Fiscal) privilegiando a integração dos serviços e a predominância dos
serviços executivos em detrimento dos serviços de apoio.
1. O Conselho Fiscal possui, entre outras competências,
as seguintes: ARTIGO 32.º
(Serviços executivos)
a) Emitir, na data legalmente estabelecida, parecer
sobre as contas, relatório de actividades e a 1. Os institutos públicos adoptam nas respectivas estru-
proposta de orçamento privativo do instituto turas até 4 (quatro) Departamentos Executivos com até
público; 10 trabalhadores cada um, devendo 70% pertencer às car-
b) Apreciar os balancetes trimestrais; reiras técnicas.
c) Proceder à verificação regular dos fundos existen- 2. Os institutos públicos com autonomia administrativa,
tes e fiscalizar a escrituração da contabilidade; financeira e patrimonial capazes de gerar receitas próprias
d) Fazer auditoria interna ou recomendar auditoria podem ter até 5 (cinco) serviços executivos desde que essa
externa, traduzida na análise das contas, lega- estrutura seja devidamente justificada para a prossecução
lidade e regularidade financeira das despesas dos seus fins com eficiência e eficácia.
efectuadas;
3. Os serviços executivos não dispõem de unidades inter-
e) Remeter semestralmente aos Titulares dos Depar-
nas e cada um é dirigido por 1 (um) Chefe de Departamento.
tamentos Ministeriais responsáveis pelos
Sectores das Finanças Públicas e de actividade ARTIGO 33.º
(Serviços de apoio agrupados)
do respectivo instituto público, o relatório sobre
a actividade de fiscalização e controlo desenvol- 1. Os institutos públicos adoptam nas respectivas estru-
vidos, bem como sobre o seu funcionamento; turas até 3 (três) Departamentos de Apoio Agrupados com
f) Exercer as demais competências estabelecidas por até 12 trabalhadores cada um, devendo 70% pertencer às
lei ou determinadas superiormente. carreiras técnicas.
I SÉRIE – N.º 18 – DE 19 DE FEVEREIRO DE 2020 1631
ANEXO I
Paradigma de Quadro de Pessoal dos Institutos Públicos Dotados de Autonomia Administrativa,
Financeira e Patrimonial a que se refere o artigo 49.º
Grupo de N.º de
Categoria/Cargo Especialidade
Pessoal Lugares
Director Geral 1
Direcção e
Chefia
Director Geral-Adjunto 2
Chefe de Departamento
Assessor Principal
Técnico Superior
Primeiro Assessor
Assessor
Técnico Superior Principal
Técnico Superior de 1.ª Classe
Técnico Superior de 2.ª Classe
Técnico Especialista Principal
Técnico Especialista de 1.ª Classe
Técnico
Grupo de N.º de
Categoria/Cargo Especialidade
Pessoal Lugares
Técnico Médio Principal de 1.ª Classe
Motorista Principal
ANEXO II
Paradigma de Quadro de Pessoal dos Institutos Públicos Dotados de Autonomia Administrativa,
a que se refere o artigo 49.º
Grupo de N.º de
Categoria/Cargo Especialidade
Pessoal Lugares
Director Geral 1
Direcção e
Chefia
Director Geral-Adjunto 1
Chefe de Departamento
Assessor Principal
Primeiro Assessor
Técnico Superior
Assessor
Motorista Principal
Total Geral
I SÉRIE – N.º 18 – DE 19 DE FEVEREIRO DE 2020 1635
ANEXO III
Paradigma de Quadro de Pessoal dos Serviços Locais, a que se refere o artigo 49.º
Grupo de N.º de
Categoria/Cargo Especialidade
Pessoal Lugares
Direcção e
Chefe de Departamento 1
Chefia
Chefe de Secção 2
Assessor Principal
Técnico Superior
Primeiro Assessor
Assessor
Técnico Superior Principal
Técnico Superior de 1.ª Classe
Técnico Superior de 2.ª Classe
Técnico Especialista Principal
Técnico Especialista de 1.ª Classe
Técnico
ANEXO IV
Paradigma de Organigrama dos Institutos Públicos dotados de Autonomia Administrativa,
Financeira e Patrimonial
Conselho Directivo
Director Geral
Directores
Conselho Fiscal
Gerais-Adjuntos
Serviços Serviços
Agrupados Executivos
Dto de Comunicação,
Dto de Apoio Dto de Administração Dto Executivo Dto Executivo Dto Executivo Dto Executivo
Inovação, Tecnologia
ao Director Geral e Serviços Gerais e Moder. dos Serviços
Secção Secção
1636 DIÁRIO DA REPÚBLICA
ANEXO V
Paradigma de Organigrama dos Institutos Públicos dotados de Autonomia Administrativa
Director Geral
Director
Fiscal-Único Geral-Adjunto
Serviços Serviços
Agrupados Executivos
Secção Secção
ANEXO VI
Paradigma de Organigrama das Fundações e dos Fundos Públicos
Director Geral
Director
Fiscal-Único Geral-Adjunto
Serviços Serviços
Agrupados Executivos
Dto
de Apoio do
Director Geral Departamento Departamento Departamento
Executivo Executivo Executivo