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Quarta-feira, 19 de Fevereiro de 2020 I Série – N.

º 18

DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
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SUMÁRIO O Presidente da República decreta, no uso da Autorização


Legislativa concedida pela Assembleia Nacional, através da
Presidente da República Lei n.º 4/20, de 27 de Janeiro, e nos termos da alínea d) do
artigo 120.º e do n.º 1 do artigo 125.º, ambos da Constituição
Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/20:
Estabelece as regras de criação, organização, funcionamento, avaliação da República de Angola, o seguinte:
e extinção dos institutos públicos. — Revoga toda a legislação que
contrarie o disposto no presente Decreto Legislativo Presidencial,
CAPÍTULO I
nomeadamente o Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/13, de 25 de Disposições Gerais
Junho, e o Decreto n.º 5/96, de 26 de Janeiro.
ARTIGO 1.º
Despacho Presidencial n.º 22/20: (Objecto)
Autoriza a despesa e a abertura de um Concurso Limitado por Prévia
O presente Diploma estabelece as regras de criação,
Qualificação para a adjudicação do Contrato de Concessão a Título
Oneroso do Aterro Sanitário dos Mulenvos para efeitos de requa- organização, funcionamento, avaliação e extinção dos ins-
lificação, gestão, exploração e valorização dos resíduos, e delega titutos públicos.
competências à Ministra do Ambiente para a aprovação das peças
ARTIGO 2.º
do procedimento concursal, nomeação da Comissão de Avaliação, (Âmbito de aplicação)
verificação da validade e legalidade de todos os actos praticados no
âmbito do referido procedimento. 1. O presente Diploma aplica-se a todas as espécies de
institutos públicos, nomeadamente serviços personaliza-
dos, estabelecimentos públicos, fundações públicas e fundos
PRESIDENTE DA REPÚBLICA públicos que integram a administração indirecta do Estado.
2. O presente Diploma aplica-se também às entidades
reguladoras que não sejam entidades administrativas inde-
Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/20 pendentes e, com as necessárias adaptações, aos institutos
de 19 de Fevereiro públicos da Administração Autárquica.
Havendo necessidade de se adoptar as regras adequa- 3. O regime previsto no presente Diploma aplica-se
subsidiariamente aos institutos públicos cuja organização e fun-
das para a criação, organização, funcionamento, avaliação
cionamento são definidos em diploma próprio, nomeadamente:
e extinção dos institutos públicos, com vista a assegurar a
a) Instituições de ensino superior, de investigação
racionalização e a eficácia dos serviços da administração científica e desenvolvimento tecnológico;
indirecta do Estado; b) Hospitais Centrais.
Considerando a necessidade do cumprimento das reco- ARTIGO 3.º
mendações decorrentes do estudo sobre a macroestrutura da (Natureza e regime jurídico)
Administração Pública quanto a observância dos princípios 1. Os institutos públicos são pessoas colectivas de direito
da não duplicação, concorrência ou sobreposição de atribui- público de substrato institucional, dotadas de personalidade
ções entre os organismos do sector público administrativo, jurídica e de autonomia, criadas para a execução de funções
bem como da uniformização do modo de criação, organi- administrativas específicas no âmbito das políticas públicas
zação, funcionamento, avaliação e extinção dos institutos e dos programas do Executivo, bem como das Autarquias
públicos; Locais.
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2. Os institutos públicos regem-se pelas disposições 3. O disposto no número anterior não se aplica aos
do presente Diploma, pela legislação aplicável às pessoas Fundos Públicos.
colectivas de direito público e demais legislação em vigor, ARTIGO 6.º
bem como pelos respectivos estatutos orgânicos e regula- (Capacidade jurídica e autonomia)
mentos internos. 1. Os institutos públicos possuem capacidade para pra-
ARTIGO 4.º ticar actos jurídicos, gozam dos direitos e sujeitam-se às
(Classificação dos institutos públicos) obrigações decorrentes da consecução dos seus objectivos.
Os institutos públicos assumem uma das seguintes for- 2. Os institutos públicos dotados de autonomia financeira
mas no momento da sua criação: possuem órgãos, orçamento, património e pessoal próprio.
a) Serviços Personalizados, sempre que se tratar 3. Os institutos públicos dotados apenas de autono-
de serviços públicos administrativos dotados mia administrativa possuem órgãos, orçamento e pessoal
de personalidade jurídica e autonomia admi- próprio.
nistrativa como forma de melhor assegurar a 4. O Diploma que cria o instituto público deve determi-
prossecução das atribuições do órgão da admi- nar o tipo de autonomia que o mesmo deve ter, nos termos
nistração directa do Estado em que se insere; previstos no presente Diploma, podendo esta ser administra-
b) Estabelecimentos Públicos, sempre que se tratar tiva, financeira e/ou patrimonial.
de instituições públicas administrativas abertas 5. Para efeitos do disposto no número anterior,
ao público dotadas de personalidade jurídica, considera-se:
autonomia administrativa, financeira e patri- a) Autonomia Administrativa, a existência de órgãos
monial vocacionadas a prestar serviços sociais próprios de direcção com capacidade para
individuais ou colectivos, mediante contrapres- praticar actos administrativos definitivos e exe-
tação, comparticipação ou de forma gratuita, cutórios;
nos domínios do ensino, saúde, arte, desporto, b) Autonomia Financeira, a existência de receitas
assistência à pessoas com deficiência, formação próprias, provenientes de rendimentos do seu
profissional, protecção dos consumidores, apoio património ou de contraprestações pagas pelos
às vítimas, famílias, crianças e jovens, dentre serviços que presta, para a satisfação das des-
outros; pesas decorrentes da prossecução do seu fim e
c) Fundações Públicas, sempre que se tratar de que são geridos pelos seus órgãos próprios de
patrimónios públicos autónomos, dotados de
direcção;
personalidade jurídica, autonomia administra-
c) Autonomia Patrimonial, a existência de património
tiva, financeira e patrimonial, para a prossecução
próprio, constituído por bens, direitos e obri-
de fins específicos de natureza social, nomeada-
gações a eles afectos por acto próprio ou que
mente, nos domínios da educação, investigação
adquira para a prossecução dos seus fins.
científica, saúde, cultura, assistência social e
6. Pelas obrigações dos institutos públicos responde ape-
preservação ambiental;
d) Fundos Públicos, sempre que se tratar de patri- nas o seu património, sem prejuízo da responsabilidade do
mónios públicos autónomos, dotados de Estado.
personalidade jurídica, autonomia administra- ARTIGO 7.º
tiva, financeira e patrimonial especificamente (Superintendência)

criados para prossecução de determinados fins 1. Cada instituto público está sujeito à superintendên-
públicos de natureza económica, nomeadamente cia do Titular do Departamento Ministerial responsável pelo
nos domínios do fomento do desenvolvimento sector de actividade em que está inserido.
económico e social, manutenção e conservação 2. A superintendência exercida nos termos do número
de infra-estruturas e da estabilização económica. anterior inclui o poder de:
ARTIGO 5.º a) Aprovar os planos estratégicos e anuais do instituto
(Finalidade) público;
1. Os institutos públicos só podem prosseguir os fins que b) Acompanhar e avaliar os resultados da actividade
justificaram a sua criação, não podendo exercer actividade do instituto público;
ou os seus poderes fora dos seus fins, nem aplicar os recur- c) Nomear os membros do órgão de direcção do ins-
sos financeiros para o alcance de objectivos diferentes dos tituto público;
que determinaram a sua criação, nem conceder garantias d) Apreciar o orçamento e os relatórios de activida-
para o cumprimento de obrigações de quaisquer entes, salvo des;
se esta constituir a finalidade da sua criação. e) Aprovar os instrumentos de gestão dos recursos
2. Os institutos públicos não podem criar nem deter humanos em articulação com as entidades com-
ou adquirir participações em pessoas colectivas de direito petentes;
privado, salvo disposição legal em contrário e nos casos f) Aprovar os relatórios de balanço e demonstração da
estritamente necessários para a consecução dos seus fins. origem e aplicação de fundos;
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g) Assinar em representação da administração directa c) Orçamento anual;


do Estado o contrato programa ou de gestão a d) Relatório de actividades semestrais e anuais;
celebrar com o instituto público; e) Balanço e demonstração da origem e aplicação de
h) Autorizar a aquisição ou alienação de bens imó- fundos.
veis e a realização de operações de crédito nos 2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, a gestão
termos da lei; dos fundos públicos é orientada pelo regulamento de gestão
i) Decidir os recursos administrativos, com efeito
e pela política de investimentos.
meramente facultativo e devolutivo;
ARTIGO 11.º
j) Exercer o poder disciplinar sobre os órgãos de
(Aquisição de bens, direitos e serviços)
direcção do instituto público;
k) Ordenar inquéritos ou sindicâncias aos serviços do 1. Para a realização das suas funções, os institutos
instituto público; públicos adquirem bens, direitos e serviços nos termos da
legislação aplicável.
l) Suspender e revogar os actos dos órgãos de gestão
2. Quando legalmente exigido, os bens e os direitos
que violem a lei.
adquiridos devem ser registados ou averbados junto dos ser-
3. Os actos previstos no n.º 2 do presente artigo, quando
viços competentes.
praticados sem a autorização do Órgão de Superintendência,
3. A aquisição de bens, direitos e serviços deve ser supor-
são nulos e passíveis de responsabilidade disciplinar, admi-
tada por documentos fiscalmente aceites.
nistrativa ou criminal.
ARTIGO 12.º
ARTIGO 8.º (Gestão financeira)
(Avaliação)
1. A gestão financeira dos institutos públicos, salvo nas
1. Os institutos públicos estão sujeitos à avaliação de 5
(cinco) em 5 (cinco) anos com vista a aferir o grau de cum- excepções previstas por lei, deve obedecer às seguintes
primento dos seus objectivos, nos termos do disposto no regras:
artigo 5.º do presente Diploma. a) Elaborar orçamento anual que preveja todas as
2. A avaliação deve ser realizada por entidades especia- receitas e despesas da instituição;
lizadas do Poder Executivo ou externas, sob coordenação b) Sujeitar as transferências de receitas à progra-
do Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil com o apoio mação financeira do Tesouro Nacional e do
dos Departamentos Ministeriais responsáveis pelos Sectores Orçamento Geral do Estado, salvo nos casos de
da Administração Pública, Finanças Públicas, Economia e consignação;
Reforma do Estado. c) Repor na Conta Única do Tesouro os saldos
3. Os relatórios de avaliação de cada instituto público,
financeiros transferidos do Orçamento Geral do
com a recomendação fundamentada sobre a necessidade
Estado e não aplicados;
de fusão ou extinção, são submetidos ao Titular do Poder
Executivo pela entidade que coordena a avaliação. d) Acompanhar a execução financeira e orçamental
através do Conselho Fiscal.
CAPÍTULO II 2. Nos casos devidamente fundamentados perante o
Gestão Financeira e Patrimonial Órgão de Superintendência e ao Departamento Ministerial
ARTIGO 9.º responsável pelo Sector das Finanças Públicas, os institutos
(Autonomia financeira) públicos são dispensados do cumprimento do disposto na
1. Os institutos públicos que gozam de autonomia finan- alínea c) do n.º 1 do presente artigo, desde que o saldo não
ceira devem suportar com receitas próprias, até 2/3 das seja utilizado em despesas com o pessoal.
despesas decorrentes da sua actividade. 3. A gestão financeira não integra o poder de contrair
2. Os institutos públicos são inscritos no Orçamento empréstimos e créditos.
Geral do Estado como unidades orçamentais e beneficiam ARTIGO 13.º
de verbas adequadas à prossecução do seu fim. (Venda de bens e serviços)
3. A dotação financeira referida no número anterior fica 1. Os institutos públicos podem vender bens e serviços
sujeita às regras de execução do Orçamento Geral do Estado ou realizar actos mercantis a pessoas públicas ou privadas
e ao Plano Geral de Contabilidade Pública. em conformidade com a legislação aplicável.
4. É expressamente proibido executar despesas não ins- 2. Pela venda de bens ou serviços, os institutos públicos
critas ou em valor superior ao previsto no orçamento. emitem facturas ou documentos equivalentes, nos termos da
ARTIGO 10.º legislação em vigor.
(Instrumentos de gestão) 3. A alienação de património mobiliário carece de autori-
1. A gestão dos institutos públicos é orientada pelos zação do respectivo Órgão de Superintendência.
seguintes instrumentos: 4. A alienação de bens imóveis e móveis sujeitos a
a) Plano de actividade anual e/ou plurianual; registo carecem de autorização do Departamento Ministerial
b) Contrato Programa; responsável pelo Sector das Finanças Públicas.
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ARTIGO 14.º demonstre a capacidade de geração de receitas suficientes


(Responsabilidade por actos financeiros)
para cobrir pelo menos 2/3 das despesas totais previstas,
A prática de actos financeiros, em violação do disposto após 6 (seis) meses do início da actividade.
no presente Diploma e nas leis em vigor, faz incorrer os seus 4. O estudo de viabilidade é apresentado conjunta-
autores, conforme o caso, em responsabilidade disciplinar, mente pelo Órgão de Superintendência e pelo Titular do
civil, financeira ou criminal. Departamento Ministerial responsável pelo Sector das
ARTIGO 15.º
Finanças Públicas.
(Prestação de contas) ARTIGO 19.º
1. Os institutos públicos devem dispor de contabilidade (Projecto de estatuto orgânico)

organizada, nos termos do Plano Geral de Contabilidade 1. O projecto de estatuto orgânico deve, entre outras
Pública. matérias, dispor sobre:
2. Anualmente, com referência a 31 de Dezembro de a) A classificação do instituto público;
cada ano, são submetidos ao Órgão de Superintendência e ao b) A missão e as atribuições do instituto público;
Titular do Departamento Ministerial responsável pelo Sector c) A sede e a informação sobre a existência ou não de
das Finanças Públicas até ao fim do primeiro trimestre, os serviços desconcentrados;
seguintes documentos de prestação de contas: d) A estrutura orgânica;
a) Balancetes trimestrais, apreciados pelo Conselho e) As competências de cada órgão e a missão de cada
Fiscal; serviço;
b) Relatório de encerramento do exercício financeiro, f) O modo e a entidade responsável pelo provimento
instruído com o parecer do Conselho Fiscal. dos titulares e integrantes de cada órgão e ser-
3. Os fundos destinados ao apoio social do pessoal dos viço;
institutos públicos devem ter em separado os seus relató- g) A entidade responsável pela superintendência do
rios e contas, orçamentos e planos, os quais são apreciados instituto público;
pelo Conselho Fiscal e aprovados pelo respectivo órgão de h) A gestão financeira e patrimonial;
gestão. i) O carácter temporal do instituto público, sempre
que aplicável;
ARTIGO 16.º
(Regime tributário) j) A natureza do vínculo jurídico-laboral;
k) O quadro de pessoal;
1. Os institutos públicos estão sujeitos à inscrição nos
serviços tributários e de segurança social, bem como ao l) O organigrama.
2. Apenas os institutos públicos criados formalmente
cumprimento das obrigações declarativas, nos termos da lei.
devem constar como órgãos superintendidos nos estatutos
2. Sem prejuízo da obrigação de retenção e entrega de
orgânicos dos Departamentos Ministeriais.
tributos, os institutos públicos estão isentos do pagamento
de qualquer imposto e de custas judiciais, nos termos da ARTIGO 20.º
(Relatório justificativo da necessidade e oportunidade)
legislação aplicável.
ARTIGO 17.º
O relatório justificativo da necessidade e oportunidade
(Fiscalização) de criação do instituto público deve prever, entre outras
matérias, as seguintes:
Sem prejuízo da existência de um Conselho Fiscal ou
a) O objecto do instituto público a criar;
Fiscal-Único, os institutos públicos estão sujeitos à fiscali-
b) Os objectivos perseguidos com a sua criação;
zação do Tribunal de Contas.
c) O impacto económico e financeiro da sua criação;
CAPÍTULO III d) As vantagens da sua criação nomeadamente na
Criação, Fusão e Extinção melhoria da prestação de serviço público ao
cidadão, na racionalidade e modernização admi-
ARTIGO 18.º
nistrativa;
(Criação)
e) A proposta de estrutura orgânica adequadas aos
1. Os institutos públicos são criados por Decreto fins que pretende prosseguir;
Presidencial, mediante proposta conjunta dos titulares dos
f) As propostas de quadro de pessoal, regime remune-
sectores competentes em razão da matéria e pelos Titulares
ratório e a natureza do vínculo jurídico-laboral
dos Departamentos Ministeriais responsáveis pelos Sectores
do pessoal.
das Finanças Públicas e da Administração Pública.
2. A iniciativa de criação de um instituto público deve ser ARTIGO 21.º
(Pressupostos comuns para criação)
suportada pelo projecto de estatuto orgânico e um relatório
justificativo da necessidade e oportunidade da sua criação. Na criação dos institutos públicos devem ser observados
3. Sem prejuízo do disposto no número anterior, as ini- os seguintes pressupostos:
ciativas de criação de institutos públicos com autonomia a) Necessidade de alcance de determinado objectivo
administrativa, financeira e patrimonial devem ser suporta- do sector através da criação de um instituto
das por estudo de viabilidade económica e financeira que público;
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b) Reconhecimento da dispensabilidade do poder de ARTIGO 24.º


direcção do Executivo para o alcance dos fins (Conselho Directivo)
pretendidos; 1. O Conselho Directivo é o órgão colegial que deli-
c) Observância do princípio da não duplicação, con- bera sobre aspectos da gestão permanente, é composto por
corrência ou sobreposição com outro organismo um Presidente, que exerce as funções de Director Geral
do sector público administrativo ou do sector e 2 (dois) Directores Gerais-Adjuntos.
empresarial; 2. O Conselho Directivo reúne-se ordinariamente de
d) Racionalidade de estrutura e de pessoal; quinze em quinze dias e extraordinariamente, sempre que
e) Inconveniência, por razões ponderosas de interesse
convocado pelo seu Presidente, por sua iniciativa ou a
público, do fim ser prosseguido por empresas
pedido dos seus membros.
públicas ou por empresas privadas mediante
3. As deliberações do Conselho Directivo são aprovadas
concessão.
por maioria, não sendo permitidas abstenções, devendo as
ARTIGO 22.º declarações de voto, quando aplicável, constar da acta.
(Fusão e extinção)
4. Em função da pertinência do assunto pode o Presidente
1. Sempre que houver identidade de objectivos ou por do Conselho convidar os Chefes de Departamento a partici-
razões de racionalidade o Titular do Poder Executivo pode par das reuniões do mesmo, em função da matéria a tratar.
determinar a fusão de institutos públicos, por sua iniciativa
ARTIGO 25.º
ou mediante proposta conjunta dos titulares dos secto- (Atribuições do Conselho Directivo)
res competentes em razão da matéria e pelos Titulares dos
Departamentos Ministeriais responsáveis pelos Sectores das 1. Ao Conselho Directivo incumbe, entre outras atribui-
ções, as seguintes:
Finanças Públicas e da Administração Pública em decorrên-
a) Elaborar, aprovar e executar os planos de activida-
cia de processos de avaliação.
des anuais e plurianuais;
2. Os institutos públicos extinguem-se nos seguintes
b) Elaborar e aprovar os instrumentos de gestão pre-
casos:
visional e os relatórios de prestação de contas;
a) Decurso do prazo para o qual tenha sido criado,
c) Aprovar os regulamentos internos, incluindo do
nos termos previstos no respectivo estatuto
fundo social;
orgânico;
d) Deliberar sobre a criação de fundo social;
b) Incumprimento ou impossibilidade de alcance dos
e) Aceitar doações, heranças e legados;
objectivos que determinaram a sua criação;
f) Exercer as demais atribuições estabelecidas por lei
c) Assumpção das atribuições do instituto público por
ou determinadas superiormente.
outro órgão do Estado ou da Autarquia.
2. Os institutos públicos vinculam-se pela assinatura do
3. A extinção dos institutos públicos opera-se por
Director Geral ou por quem este legalmente mandatar.
diploma da entidade responsável pela sua criação, por sua
3. À entidade prevista no número anterior compete repre-
própria iniciativa, por iniciativa das entidades responsáveis
sentar o instituto público em juízo, salvo nos casos em que é
pela apresentação da proposta de criação do instituto público o Ministério Público a assumir a representação.
ou por recomendação da entidade encarregue da avaliação
ARTIGO 26.º
do seu desempenho.
(Director Geral)
4. O diploma de extinção determina o destino do patri-
mónio e do pessoal afecto ao instituto público de acordo 1. O Director Geral é o órgão singular de gestão do ins-
com a natureza do vínculo jurídico-laboral de cada um. tituto público, nomeado pelo Órgão de Superintendência, a
quem compete:
CAPÍTULO IV a) Dirigir os serviços do instituto público;
Regime Comum de Organização b) Propor a nomeação dos responsáveis do instituto
SECÇÃO I público;
Órgãos de Gestão e Fiscalização c) Preparar os instrumentos de gestão previsional e os
ARTIGO 23.º relatórios de actividade e submeter à aprovação
(Órgãos) da superintendência, após parecer do órgão de
1. Os institutos públicos dotados de autonomia adminis- fiscalização;
trativa, financeira e patrimonial devem possuir os seguintes d) Gerir o quadro de pessoal e exercer o poder disci-
órgãos: plinar sobre o pessoal;
a) Conselho Directivo;
e) Emitir despachos, instruções, circulares e ordens
b) Director Geral;
de serviço;
c) Conselho Fiscal.
2. Os institutos públicos dotados apenas de autonomia f) Representar o instituto público e constituir manda-
administrativa devem possuir os seguintes órgãos: tário para o efeito;
a) Director Geral; g) Exercer as demais competências estabelecidas por
b) Fiscal-Único. lei ou determinadas superiormente.
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2. Nos institutos públicos com autonomia administra- 2. O Conselho Fiscal reúne-se uma vez por mês e,
tiva, financeira e patrimonial, o Director Geral é coadjuvado extraordinariamente, sempre que o Presidente o convoque
por até 2 (dois) Directores Gerais-Adjuntos, nomeados pelo por sua iniciativa ou dos demais membros.
Órgão de Superintendência para um mandato de 3 (três) 3. Nas votações do Conselho Fiscal não há abstenções,
anos, renovável por igual período. devendo a acta registar o sentido discordante da declaração
do voto de algum membro.
3. Nos institutos públicos dotados apenas de autono-
4. As actas devem ser assinadas por todos os membros
mia administrativa, o Director Geral é coadjuvado apenas presentes.
por 1 (um) Director Geral-Adjunto, nomeado pelo Órgão de
ARTIGO 29.º
Superintendência para um mandato de 3 (três) anos, renová- (Remuneração)
vel por igual período. 1. O Presidente e os Vogais do Conselho Fiscal têm
4. Ao Director Geral dos institutos públicos dotados ape- direito, respectivamente, a 70% e 60% da remuneração-base
nas de autonomia administrativa compete ainda, com as fixada para o Presidente do Conselho Directivo.
devidas adaptações, as atribuições previstas nas alíneas a), 2. Sempre que algum membro desenvolva a sua acti-
b), c) d) e e) do n.º 1 do artigo 25.º do presente Diploma. vidade em mais de uma instituição, aufere apenas 50% do
ARTIGO 27.º vencimento em cada instituição.
(Conselho Fiscal) ARTIGO 30.º
(Fiscal-Único)
1. O Conselho Fiscal é o órgão de fiscalização interna
dos institutos públicos dotados de autonomia administrativa, 1. O Fiscal-Único é o órgão de fiscalização interna dos
financeira e patrimonial ao qual incumbe analisar e emitir institutos públicos dotados apenas de autonomia admi-
parecer sobre a actividade financeira do instituto público. nistrativa ao qual incumbe analisar e emitir parecer sobre
2. O Conselho Fiscal é composto por 3 (três) membros, a actividade do instituto público, designado pelo Titular
sendo o Presidente indicado pelo Titular do Órgão respon- do Departamento Ministerial responsável pelo Sector das
sável pelo Sector das Finanças Públicas e 2 (dois) Vogais, Finanças Públicas.
indicados pelo Órgão de Superintendência do instituto 2. O Fiscal-Único deve ser um contabilista ou perito con-
público, para um mandato de 3 (três) anos, renovável por tabilista registado na OCPCA.
igual período. 3. Aplica-se ao Fiscal-Único as disposições do Conselho
3. O Presidente do Conselho Fiscal deve ser um con- Fiscal relativas ao mandato, competências e remuneração.
tabilista ou perito contabilista registado na Ordem dos SECÇÃO II
Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola (OCPCA). Serviços Internos
4. O Conselho Fiscal é nomeado por Despacho Conjunto
ARTIGO 31.º
dos Titulares dos Departamentos Ministeriais responsáveis (Estrutura)
pelos Sectores das Finanças Públicas e de actividade do res-
pectivo instituto público. Para a prossecução das suas atribuições, os institutos
públicos devem adoptar estruturas flexíveis e simplificadas,
ARTIGO 28.º
(Competência e modo de funcionamento do Conselho Fiscal) privilegiando a integração dos serviços e a predominância dos
serviços executivos em detrimento dos serviços de apoio.
1. O Conselho Fiscal possui, entre outras competências,
as seguintes: ARTIGO 32.º
(Serviços executivos)
a) Emitir, na data legalmente estabelecida, parecer
sobre as contas, relatório de actividades e a 1. Os institutos públicos adoptam nas respectivas estru-
proposta de orçamento privativo do instituto turas até 4 (quatro) Departamentos Executivos com até
público; 10 trabalhadores cada um, devendo 70% pertencer às car-
b) Apreciar os balancetes trimestrais; reiras técnicas.
c) Proceder à verificação regular dos fundos existen- 2. Os institutos públicos com autonomia administrativa,
tes e fiscalizar a escrituração da contabilidade; financeira e patrimonial capazes de gerar receitas próprias
d) Fazer auditoria interna ou recomendar auditoria podem ter até 5 (cinco) serviços executivos desde que essa
externa, traduzida na análise das contas, lega- estrutura seja devidamente justificada para a prossecução
lidade e regularidade financeira das despesas dos seus fins com eficiência e eficácia.
efectuadas;
3. Os serviços executivos não dispõem de unidades inter-
e) Remeter semestralmente aos Titulares dos Depar-
nas e cada um é dirigido por 1 (um) Chefe de Departamento.
tamentos Ministeriais responsáveis pelos
Sectores das Finanças Públicas e de actividade ARTIGO 33.º
(Serviços de apoio agrupados)
do respectivo instituto público, o relatório sobre
a actividade de fiscalização e controlo desenvol- 1. Os institutos públicos adoptam nas respectivas estru-
vidos, bem como sobre o seu funcionamento; turas até 3 (três) Departamentos de Apoio Agrupados com
f) Exercer as demais competências estabelecidas por até 12 trabalhadores cada um, devendo 70% pertencer às
lei ou determinadas superiormente. carreiras técnicas.
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2. Na estruturação dos serviços devem ser agrupadas as CAPÍTULO V


seguintes funções: Regime Especial das Fundações e dos Fundos Públicos
a) No Departamento de Apoio ao Director Geral:
ARTIGO 38.º
secretariado, apoio técnico-jurídico, controlo (Regras especiais)
interno, intercâmbio, relações públicas e proto-
1. As Fundações e Fundos Públicos são dotados de per-
colo; sonalidade jurídica, sem fins lucrativos, constituídos por
b) No Departamento de Administração e Serviços patrimónios especificamente alocados que se destinam a
Gerais: planeamento, gestão orçamental, finan- satisfazer determinados interesses públicos de natureza
ceira e patrimonial, gestão de recursos humanos, social ou económica.
manutenção de infra-estruturas e transportes; 2. As Fundações e Fundos Públicos são criados por
c) No Departamento de Comunicação, Inovação Decreto Presidencial, que determina a sua estruturação,
Tecnológica e Modernização dos Serviços: objectivos, fontes de financiamentos e critérios de gestão e
informática, modernização e inovação tecnoló- acesso aos recursos financeiros.
gica, documentação, arquivo e informação. 3. O disposto no n.º 2 do artigo 5.º do presente Diploma
3. Os serviços de apoio agrupados não dispõem de uni- não se aplica às Fundações e Fundos Públicos.
dades internas e cada um é dirigido por 1 (um) Chefe de ARTIGO 39.º
Departamento. (Orçamento e fontes de financiamentos)
ARTIGO 34.º 1. As Fundações e Fundos Públicos dispõem de orça-
(Serviços personalizados)
mento próprio a aprovar anualmente no quadro do Orçamento
1. No caso dos institutos públicos classificados como Geral do Estado, nos termos da legislação aplicável.
serviços personalizados, além do Departamento de Apoio ao 2. O valor mínimo de dotação patrimonial inicial para
Director Geral, a estrutura deve integrar até 4 (quatro) depar- criação de uma Fundação ou Fundo Público é fixado no
tamentos de natureza técnica, cada um integrado por até Orçamento Geral do Estado.
10 trabalhadores, devendo 70% pertencer às carreiras técnicas. 3. As Fundações e Fundos Públicos são individualiza-
2. As necessidades dos serviços personalizados não dos nos mapas orçamentais que acompanham o Orçamento
cobertas pelas suas estruturas são satisfeitas pelo Órgão de Geral do Estado.
Superintendência. 4. Sem prejuízo de outras classificações, os meios de
ARTIGO 35.º
financiamento são classificados de acordo com a sua natu-
(Serviços locais) reza ou proveniência em:
a) Transferências do Orçamento Geral do Estado;
1. Os institutos públicos podem dispor de serviços des-
b) Receitas próprias;
concentrados de acordo com a avaliação conjunta feita pelo
c) Receitas consignadas;
Órgão de Superintendência e pelo Titular do Departamento
d) Outras dotações.
Ministerial responsável pelo Sector das Finanças Públicas.
ARTIGO 40.º
2. A estrutura dos serviços desconcentrados compreende (Operações dos fundos públicos)
um departamento estruturado internamente por 2 (duas) sec-
Os Fundos Públicos são criados especificamente para
ções e cada uma deve ter no máximo 10 trabalhadores, entre
fomento da actividade económica e produtiva, podendo o
o responsável, técnicos e pessoal administrativo, devendo
fomento revestir umas das seguintes modalidades:
70% pertencer às carreiras técnicas.
a) Bonificação de juros;
3. O Chefe do Serviço é equiparado a Chefe de
b) Prestação de garantias;
Departamento.
c) Financiamento de projectos;
ARTIGO 36.º d) Subsídios de capital e outros tendentes a facilitar
(Regime excepcional)
o funcionamento e a modernização das activida-
Os estatutos orgânicos da Administração Geral des económicas dos sectores abrangidos.
Tributária, do Instituto Nacional de Estatística, do Instituto
ARTIGO 41.º
de Estradas de Angola, da Agência Nacional de Petróleo, (Despesas)
Gás e Biocombustíveis e dos institutos públicos de Protecção 1. As Fundações e Fundos Públicos devem prioritaria-
Social Obrigatória podem definir estruturas internas e qua- mente cobrir as suas despesas com receitas próprias e em
dros de pessoal adequados a prossecução dos seus fins. caso de insuficiência podem utilizar as transferências direc-
ARTIGO 37.º tas ou indirectas do Orçamento Geral do Estado.
(Concessão de serviço público)
2. Os saldos de gerência resultantes das transferências
Os órgãos de gestão dos institutos públicos podem con- directas ou indirectas do Orçamento Geral do Estado e não
ceder a entes privados algumas das suas atribuições por utilizados até ao final do período definido para liquidação das
período determinado, mediante autorização do Órgão de despesas, devem ser transferidos para o exercício seguinte a
Superintendência, nos termos da lei sobre parcerias público- crédito das mesmas Fundações ou Fundos Públicos, salvo
-privadas e demais legislação aplicável. determinação legal em contrário.
1632 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 42.º 2. O Conselho Directivo deve submeter ao Órgão de


(Superintendência)
Superintendência e ao serviço competente do Departamento
1. As Fundações e Fundos Públicos estão sujeitos à Ministerial responsável pelo Sector das Finanças Públicas
superintendência conjunta dos Titulares dos Departamentos os relatórios trimestrais contendo informações que per-
Ministeriais responsáveis pelos Sectores das Finanças mitam a avaliação da gestão dos recursos financeiros
Públicas e de actividade da Fundação ou do Fundo Público
disponibilizados.
onde se insere.
2. Ao Departamento Ministerial responsável pelo Sector CAPÍTULO VI
das Finanças Públicas compete orientar, controlar e fiscali- Gestão do Pessoal e Organigrama
zar a gestão dos recursos financeiros.
3. Ao Departamento Ministerial responsável pela maté- ARTIGO 47.º
(Regime de pessoal)
ria em que a actividade da Fundação ou do Fundo Público se
insere compete orientar e supervisionar o seu funcionamento 1. O pessoal dos institutos públicos está sujeito ao regime
de modo a assegurar a sua conformação com os objectivos da função pública e demais legislação aplicável.
para que foram criados. 2. O regime da função pública previsto no número ante-
ARTIGO 43.º
rior deve abranger o pessoal que exerce os cargos de direcção
(Estrutura de gestão e fiscalização) e chefia e das carreiras técnicas.
1. As Fundações e os Fundos Públicos são dirigidos 3. O contrato de trabalho deve ser utilizado preferen-
cialmente para admissões a termo certo, para execução de
por 1 (um) Director Geral, coadjuvado por 1 (um) Director
funções estritamente técnicas.
Geral-Adjunto.
4. O pessoal admitido por contrato de trabalho é pago
2. Os Directores das Fundações e dos Fundos Públicos
com recursos próprios provenientes da actividade do insti-
são nomeados pelo titular do sector responsável pela matéria
tuto público, devendo o Orçamento Geral do Estado suportar
em que a sua actividade se insere.
apenas os encargos com o pessoal sujeito ao regime da fun-
3. A estrutura interna das Fundações e Fundos Públicos, ção pública.
para além do departamento de apoio, comporta, em regra, 5. O disposto no número anterior não se aplica aos
até 3 (três) departamentos de natureza técnica, integrados serviços personalizados com autonomia administrativa, rela-
por até 5 (cinco) trabalhadores pertencentes às carreiras téc- tivamente aos quais o Orçamento Geral do Estado suporta
nicas, aos quais compete executar as funções operacionais. igualmente os encargos salariais do pessoal eventualmente
4. As Fundações e Fundos Públicos devem possuir qua- admitido por contrato de trabalho, para cobertura de neces-
dro de pessoal com um número máximo de 25 lugares. sidades impreteríveis de serviço.
5. As Fundações e os Fundos Públicos não possuem ARTIGO 48.º
representação local. (Regime de pessoal das Fundações e Fundos Públicos)
6. Exceptuam-se do disposto nos n.os 4 e 5 deste artigo, 1. Os corpos directivos das Fundações e Fundos Públicos
a estrutura do Fundo Soberano e do Fundo de Fomento quando não sejam funcionários públicos devem ser designa-
Habitacional. dos mediante aprovação em concurso curricular.
7. A fiscalização nas Fundações e Fundos Públicos é feita 2. A entidade com poder de superintendência deve
por um Conselho Fiscal, ao abrigo dos artigos 27.º, 28.º e celebrar um contrato de gestão com o corpo directivo das
29.º do presente Diploma. Fundações e Fundos Públicos.
ARTIGO 44.º 3. O pessoal ao serviço das Fundações e dos Fundos
(Código de conduta)
Públicos, quando não sejam funcionários destacados, são
As Fundações e Fundos Públicos devem aprovar e publi- contratados nos termos da legislação vigente.
car códigos de conduta que auto-regulem boas práticas, ARTIGO 49.º
nomeadamente sobre a participação dos destinatários na vida (Quadro de pessoal)
da instituição, transparência das suas contas, conflitos de inte- 1. Os estatutos orgânicos de criação dos institutos públi-
resses, incompatibilidades, domínio de actuação e outras. cos devem conter simultaneamente o quadro de pessoal dos
ARTIGO 45.º serviços centrais e o quadro de pessoal dos serviços locais.
(Jurisdição administrativa)
2. O quadro de pessoal dos institutos públicos deve ser
Os actos praticados pelas fundações e fundos públicos elaborado com base nos princípios da racionalidade e efi-
são sujeitos à jurisdição administrativa. cácia, tendo em atenção as missões que lhes são atribuídas.
ARTIGO 46.º 3. O número de lugares no quadro de pessoal é previsto
(Auditoria e controlo) por carreiras, observando sempre o princípio da estrutura
1. Sem prejuízo das funções dos órgãos de fiscalização, piramidal das categorias da base ao topo, do planeamento
as Fundações e Fundos Públicos estão sujeitos a auditorias anual de efectivos, bem como o disposto na legislação sobre
regulares anuais promovidas por iniciativa do Departamento o quadro de pessoal e planeamento de efectivos da adminis-
Ministerial responsável pelo Sector das Finanças Públicas. tração pública.
I SÉRIE – N.º 18 – DE 19 DE FEVEREIRO DE 2020 1633

4. O paradigma do quadro de pessoal dos institutos CAPÍTULO VII


públicos constam dos Modelos I, II e III, anexos ao presente Disposições Transitórias e Finais
Diploma, do qual são partes integrantes. ARTIGO 53.º
ARTIGO 50.º (Avaliação dos institutos existentes)
(Indicação de especialidade profissional no quadro de pessoal) 1. Os institutos públicos existentes à data de entrada em
1. Os quadros de pessoal do regime geral e do regime vigor do presente Diploma devem ser avaliados nos termos
especial devem especificar nas carreiras técnica superior, dos requisitos nele previstos com vista a sua eventual reestru-
técnica e técnica média as especialidades profissionais do turação, adequação dos estatutos, fusão, cisão ou extinção.
2. À Casa Civil do Presidente da República compete
pessoal necessário, de acordo com a natureza das atribuições
executar o disposto no número anterior com a participação
do respectivo serviço.
de entidades especializadas e apresentar os resultados ao
2. O processo de realização de concurso público de Titular do Poder Executivo para decisão, após o parecer da
ingresso, bem como o recurso de recrutamento de pessoal Comissão Interministerial para Reforma do Estado.
por via de contrato de trabalho deve sempre ter em aten- ARTIGO 54.º
ção as especialidades profissionais previstas no quadro de (Revogação)
pessoal. É revogada toda a legislação que contrarie o disposto no
3. Os institutos públicos devem promover a formação presente Decreto Legislativo Presidencial, nomeadamente o
contínua e a superação profissional do seu pessoal. Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/13, de 25 de Junho, e
ARTIGO 51.º o Decreto n.º 5/96, de 26 de Janeiro.
(Remuneração suplementar) ARTIGO 55.º
(Dúvidas e omissões)
1. Nos institutos públicos dotados de autonomia admi-
nistrativa, financeira e patrimonial é permitida a atribuição As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e apli-
de remuneração suplementar ao pessoal que é assegurada cação do presente Diploma são resolvidas pelo Presidente da
por via das receitas próprias. República.
2. Os termos e as condições de atribuição da remune- ARTIGO 56.º
(Entrada em vigor)
ração suplementar são aprovados por Decreto Executivo
Conjunto do Órgão de Superintendência, dos Titulares dos O presente Decreto Legislativo Presidencial entra em
Departamentos Ministeriais responsáveis pelos Sectores da vigor 180 dias após a data da sua publicação.
Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos 10
Finanças Públicas e pela Administração Pública.
de Outubro de 2019.
ARTIGO 52.º
(Organigrama) Publique-se.

O paradigma de organigrama dos institutos públi- Luanda, aos 13 de Fevereiro de 2020.


cos constam dos Modelos IV, V e VI, anexos ao presente O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
Diploma do qual são partes integrantes. Lourenço.

ANEXO I
Paradigma de Quadro de Pessoal dos Institutos Públicos Dotados de Autonomia Administrativa,
Financeira e Patrimonial a que se refere o artigo 49.º
Grupo de N.º de
Categoria/Cargo Especialidade
Pessoal Lugares
Director Geral 1
Direcção e
Chefia

Director Geral-Adjunto 2
Chefe de Departamento
Assessor Principal
Técnico Superior

Primeiro Assessor
Assessor
Técnico Superior Principal
Técnico Superior de 1.ª Classe
Técnico Superior de 2.ª Classe
Técnico Especialista Principal
Técnico Especialista de 1.ª Classe
Técnico

Técnico Especialista de 2.ª Classe


Técnico de 1.ª Classe
Técnico de 2.ª Classe
Técnico de 3.ª Classe
1634 DIÁRIO DA REPÚBLICA

Grupo de N.º de
Categoria/Cargo Especialidade
Pessoal Lugares
Técnico Médio Principal de 1.ª Classe

Técnico Médio Principal de 2.ª Classe


Técnico Médio

Técnico Médio Principal de 3.ª Classe

Técnico Médio de 1.ª Classe

Técnico Médio de 2.ª Classe

Técnico Médio de 3.ª Classe

Motorista Principal

Motorista de 1.ª Classe

Motorista de 2.ª Classe


Auxiliar

Auxiliar de Limpeza Principal

Auxiliar de Limpeza de 1.ª Classe

Auxiliar de Limpeza de 2.ª Classe


Total Geral

ANEXO II
Paradigma de Quadro de Pessoal dos Institutos Públicos Dotados de Autonomia Administrativa,
a que se refere o artigo 49.º
Grupo de N.º de
Categoria/Cargo Especialidade
Pessoal Lugares

Director Geral 1
Direcção e
Chefia

Director Geral-Adjunto 1

Chefe de Departamento

Assessor Principal

Primeiro Assessor
Técnico Superior

Assessor

Técnico Superior Principal

Técnico Superior de 1.ª Classe

Técnico Superior de 2.ª Classe

Técnico Especialista Principal

Técnico Especialista de 1.ª Classe

Técnico Especialista de 2.ª Classe


Técnico

Técnico de 1.ª Classe

Técnico de 2.ª Classe

Técnico de 3.ª Classe

Técnico Médio Principal de 1.ª Classe

Técnico Médio Principal de 2.ª Classe


Técnico Médio

Técnico Médio Principal de 3.ª Classe

Técnico Médio de 1.ª Classe

Técnico Médio de 2.ª Classe

Técnico Médio de 3.ª Classe

Motorista Principal

Motorista de 1.ª Classe

Motorista de 2.ª Classe


Auxiliar

Auxiliar de Limpeza Principal

Auxiliar de Limpeza de 1.ª Classe

Auxiliar de Limpeza de 2.ª Classe

Total Geral
I SÉRIE – N.º 18 – DE 19 DE FEVEREIRO DE 2020 1635

ANEXO III
Paradigma de Quadro de Pessoal dos Serviços Locais, a que se refere o artigo 49.º
Grupo de N.º de
Categoria/Cargo Especialidade
Pessoal Lugares
Direcção e

Chefe de Departamento 1
Chefia

Chefe de Secção 2

Assessor Principal
Técnico Superior

Primeiro Assessor
Assessor
Técnico Superior Principal
Técnico Superior de 1.ª Classe
Técnico Superior de 2.ª Classe
Técnico Especialista Principal
Técnico Especialista de 1.ª Classe
Técnico

Técnico Especialista de 2.ª Classe


Técnico de 1.ª Classe
Técnico de 2.ª Classe
Técnico de 3.ª Classe
Técnico Médio Principal de 1.ª Classe
Técnico Médio Principal de 2.ª Classe
Técnico Médio

Técnico Médio Principal de 3.ª Classe


Técnico Médio de 1.ª Classe
Técnico Médio de 2.ª Classe
Técnico Médio de 3.ª Classe
Motorista Principal
Motorista de 1.ª Classe
Auxiliar

Motorista de 2.ª Classe


Auxiliar de Limpeza Principal
Auxiliar de Limpeza de 1.ª Classe
Auxiliar de Limpeza de 2.ª Classe
Total Geral

ANEXO IV
Paradigma de Organigrama dos Institutos Públicos dotados de Autonomia Administrativa,
Financeira e Patrimonial

Conselho Directivo

Director Geral

Directores
Conselho Fiscal
Gerais-Adjuntos

Serviços Serviços
Agrupados Executivos

Dto de Comunicação,
Dto de Apoio Dto de Administração Dto Executivo Dto Executivo Dto Executivo Dto Executivo
Inovação, Tecnologia
ao Director Geral e Serviços Gerais e Moder. dos Serviços

Chefe dos Serviços


Locais

Secção Secção
1636 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ANEXO V
Paradigma de Organigrama dos Institutos Públicos dotados de Autonomia Administrativa
Director Geral

Director
Fiscal-Único Geral-Adjunto

Serviços Serviços
Agrupados Executivos

Dto Dto Dto de Comunicação, Dto Dto Dto Dto


de Apoio do de Administração Inovação, Tecnologia Executivo Executivo Executivo Executivo
Director Geral e Serviços Gerais e Moder. dos Serviços

Chefe dos Serviços


Locais

Secção Secção

ANEXO VI
Paradigma de Organigrama das Fundações e dos Fundos Públicos
Director Geral

Director
Fiscal-Único Geral-Adjunto

Serviços Serviços
Agrupados Executivos

Dto
de Apoio do
Director Geral Departamento Departamento Departamento
Executivo Executivo Executivo

O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço.

Despacho Presidencial n.º 22/20 2. À Ministra do Ambiente é delegada competência para a


de 19 de Fevereiro
aprovação das peças do procedimento concursal, nomeação da
Havendo necessidade de se melhorar a cadeia de ges- comissão de avaliação, verificação da validade e legalidade de
tão de resíduos em Luanda e criação de condições para um todos os actos praticados no âmbito do referido Procedimento,
maior aproveitamento das infra-estruturas existentes, atra-
adjudicação das propostas para a celebração do Contrato citado
vés da concessão a título oneroso do Aterro Sanitário dos
no ponto anterior, incluindo a assinatura do Contrato.
Mulenvos para efeitos de requalificação, gestão, exploração
e valorização dos resíduos; 3. A Ministra das Finanças deve assegurar os recursos
O Presidente da República determina, nos termos da alí- financeiros necessários à implementação do referido Projecto.
nea d) do artigo 120.º e do n.º 5 do artigo 125.º, ambos da 4. As dúvidas e omissões suscitadas na interpreta-
Constituição da República de Angola, conjugados com a alí- ção e aplicação do presente Despacho são resolvidas pelo
nea b) do n.º 1 do artigo 22.º, n.º 1 do artigo 24.º, artigos 31.º, Presidente da República.
32.º, 33.º, 35.º e alínea a) do n.º 1 do Anexo IV, de acordo com 5. O presente Despacho Presidencial entra em vigor no
a redacção dada pelo Decreto Presidencial n.º 282/18, de 28 de dia seguinte à data da sua publicação.
Novembro, todos da Lei n.º 9/16, de 16 de Junho, o seguinte:
1. É autorizada a despesa e a abertura de um Concurso Publique-se.
Limitado Por Prévia Qualificação para adjudicação do con-
Luanda, aos 14 de Fevereiro de 2020.
trato de concessão a título oneroso do Aterro Sanitário dos
Mulenvos para efeitos de requalificação, gestão, exploração O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
e valorização dos resíduos. Lourenço.

O. E. 0318 - 2/18 - 150 ex. - I.N.-E.P. - 2020

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