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O Grande Circo Mistico - Edu Lobo e Chico
O Grande Circo Mistico - Edu Lobo e Chico
OPERETA DA CORTE
(Imperador, Imperatriz, Amante do Imperador, o médico, o cavalo, o filho
do médico, outros personagens)
BEATRIZ - Instrumental
(Beatriz, Mãe, Pai, Outros filhos)
BEATRIZ
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro pais
E se ela só decora o seu papel
E se pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre um triz
Aí, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida.
PANTOMIMA (Instrumental)
( Palhaço Magro, Palhaço Gordo, Garçom, Violinista, Mulher Linda &
Macaca, 2 Pierrot)
Palhaço, corista
Trapézio, dançarina
Maestro, cortina
É fé na flauta e pé na pista
Ele me comia
Com aqueles olhos
De comer fotografia
Eu disse cheese
E de close em close
Fui perdendo a pose
E até sorri, feliz
E voltou
Me ofereceu um drinque
Me chamou de anjo azul
Minha visão
Foi desde então
Ficando flou
Como no cinema
Me mandava às vezes
Uma rosa e um poema
Foco de luz
Eu, feito uma gema
Me desmilingüindo toda
Ao som do blues
Abusou do scotch
Disse que meu corpo
Era só dele aquela noite
Eu disse please
Xale no decote
Disparei com as faces
Rubras e febris
E voltou
No derradeiro Show
Com dez poemas e um buquê
Eu disse adeus
Já vou com os meus
Numa turnê
CENA XIII – É preciso criar uma nova vida, uma nova arte. Lily se lança a
essa nova aventura. Do sonho para o pesadelo, para a auto dilaceração.
Para quem sabe uma nova purificação. Lily entrega-se ao sadismo do
tatuador, para que lhe imprima no ventre uma imagem sagrada. Em seu
delírio, misto de masoquismo e santidade percebe figuras de freiras negras
e santas que vagam no espaço. Também um grupo de “voyeurs” vem
juntar-se a essa paixão e morte. Otto assiste a tudo impotente e
assustado com o poder de entrega de Lily. Une-se a ela por um momento.
É desse universo que nasce Margareth .
CENA XIV - Margareth está tomada por uma crise de misticismo e tem um
encontro com uma procissão de freiras brancas. O circo, Na figura do
palhaço tenta atraí-Ia por todos os meios, sem resultado.
OREMUS - Coral
(Margareth, O Iluminado, Os Anjos Brancos, Palhaço com Rosa, Freiras
Brancas)
MEU NAMORADO
CENA XIX - Margareth se apaixona por Ludwig e casa com ele. Num dueto
de amor Margareth, sempre acompanhada pelo seu anjo da guarda,
assiste à gradual agonia e morte do seu amado que morre por não poder
satisfazer o seu desejo, já que as imagens sagradas o tornam impotente.
A BELA E A FERA
CENA XXII- Alucinada por esse misto de sexo e Deus, Margareth dá a luz,
sozinha, as gêmeas Marie e Helene.
O CIRCO MÍSTICO
CENA XXV - Eles são afugentados pela inocência das crianças, do povo, o
público mais puro e fiel do circo. É o encontro artista-criança, elementos
essenciais para a realização-mágica do espetáculo.
NA CARREIRA
Pintar, vestir
Virar uma aguardente
Para a próxima função
Rezar, cuspir
Surgir repentinamente
Na frente do telão
Mais um dia, mais uma cidade
Pra se apaixonar
Querer casar
Pedir a mão
Saltar, sair
Partir pé ante pé
Antes do povo despertar
Pular, zunir
Como um furtivo amante
Antes do dia clarear
As pistas de que um dia
Ali já foi feliz
Criar raiz
E se arrancar
Hora de ir embora
Quando o corpo quer ficar
Toda alma de artista quer partir
Arte de deixar algum lugar
Quando não se tem pra onde ir
Chegar, sorrir
Mentir feito um mascate
Quando desce na estação
Parar, ouvir
Sentir que tatibitate
Que bate o coração
Mais um dia, mais uma cidade
Para enlouquecer
O bem-querer
O turbilhão
Bocas, quantas bocas
A cidade vai abrir
Pr’uma alma de artista se entregar
Palmas pro artista confundir
Pernas pro artista tropeçar
Voar, fugir
Como o rei dos ciganos
Quando junta os cobres seus
Chorar, ganir
Como o mais pobre dos pobres
Dos pobres dos plebeus
Ir deixando a pele em cada palco
E não olhar pra trás
E nem jamais
Jamais dizer
Adeus