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Cristo e Krishna

as semelhanças

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Sumário

Capa
Sumário
Introdução
1- A semelhança entre os ensinamentos
• Rendição a Deus
• Serviço Devocional
• Cantando o Santo Nome
• Vegetarianismo
• Reações kármicas
• Sucessão discipular
• Morada eterna
• Encarnações do Senhor
• Missão
• Dualidade de Deus e entidade viva
• Igualdade de todas as entidades vivas
• Perdão
• Conclusão
2- Objetivos espirituais próximos
3- Cristo ou Krishna, o nome é o mesmo
4- A mesma pregação
5- Ressurreição
6- Apocalipse
7- Conclusão

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Licença CC BY 4.0

Produção Independente
Organizador: Sankirtana

ISBN
Primeira edição e-book: Abril de 2017
Versão 2.8 - 28.5.18

Os textos, entrevistas, crônicas, artigos, ensaios, documentos e extratos desta obra são provenientes de origens
diversas da internet, tais como: buscadores, redes sociais, mensagens eletrônicas, sites e afins. Consoante os meios
de exploração e pesquisa não foi praticável discriminar autor/fonte regularmente.

As semelhanças entre o Cristianismo em sua essência e os Vedas são várias. E isso ocorre porque ambos caminhos
levam para o mesmo objetivo: a consciência de Krishna. É impraticável pensar que Deus se restringiria somente a
um certo grupo de pessoas baseado na sua origem ou em divisões sectárias. Deus é universal, Ele não pode ser
limitado por rituais ou convicções pessoais. Deus se manifesta de modos e formas mais receptivo às pessoas,
baseado em: tempo, lugar e circunstância.

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Introdução
São muitas as semelhanças entre o Cristianismo em sua essência e a
consciência de Krishna (Deus). A razão é bastante óbvia — eles são ambos
caminhos para o mesmo objetivo — a consciência de Deus. É impraticável
pensar que Deus se restringiria somente a um certo grupo de pessoas
baseado na sua origem ou em divisões sectárias. Deus é universal, Ele não
pode ser limitado por rituais ou convicções pessoais. Ele se manifesta de
modos e formas mais receptivo às pessoas, baseado em: tempo, lugar e
circunstância.

Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, o


Acharya-Fundador da Sociedade Internacional para a Consciência de
Krishna (ISKCON), foi perguntado uma vez por um grupo de ministros
Cristãos em Melbourne pela posição dele com respeito a Jesus Cristo,
Prabhupada respondeu: "Ele é nosso Guru, Ele está orando a Deus, assim
ele é nosso mestre espiritual". Descrevendo Jesus Cristo como
representante de Deus, Shrila Prabhupada disse: "Nós adoramos o senhor
Jesus Cristo e oferecemos nossas reverências a ele".

Em consciência de Krishna o senhor Jesus é considerado como o filho


perfeito de Deus porque ele executa perfeitamente a vontade de seu Pai.
Ele desceu como uma encarnação autorizada (shaktyavesha avatara), para
ensinar através das palavras e através do exemplo o caminho para retornar
ao lar, de volta ao Supremo. Ele exemplificou tolerância, compaixão e
pregou rendição total a Deus. Essa também é a essência de todos os
ensinamentos Védicos, assim não é surpreendente que há muitas
semelhanças na sua filosofia básica.

Com essa perspectiva, é interessante comparar alguns dos pontos


chaves definidos entre o Cristianismo e a consciência de Krishna ou
bhakti-yoga.

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Capítulo 1

A semelhança entre os
ensinamentos
RENDIÇÃO A DEUS

Ambas as religiões enfatizam rendição da mente, corpo e alma a Deus


como os únicos meios de liberação. Quando o senhor Jesus Cristo era
interrogado pelos Fariseus sobre qual era o maior de todos os
mandamentos, Ele respondeu claramente: "Amarás ao Senhor teu Deus de
todo o teu coração, de toda tua alma e de todo o teu entendimento. Esse é o
primeiro e o maior dos mandamentos" (Matheus 22:37–38).
Semelhantemente todo o conteúdo do Bhagavad-gita é resumido no verso:
"Abandona todas as variedades de religião e simplesmente rende-te a Mim.
Eu te liberarei de todas as reações pecaminosas. Não temas" (18:66).

SERVIÇO DEVOCIONAL

O apóstolo Paulo disse: "Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de


Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Romanos 12:1). No
Bhagavad-gita Sri Krishna diz: "Pense em mim e converte-te em Meu
devoto. Adora-Me e oferece-Me tuas homenagens. Assim, virás a Mim
impreterivelmente. Eu te prometo isso porque és Meu amigo muito
querido" (18:65).

CANTANDO O SANTO NOME

Deus e o Seu nome não são diferentes. Na Bíblia é dito "Para que ao
nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e
debaixo da terra e toda língua confesse que Jesus Cristo é o senhor para a

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Glória de Deus Pai" (Filipenses 2:10–11) e "Porque: Todo aquele que
invocar o nome do Senhor será salvo" (Romanos 10:13). A principal
oração ensinada por Jesus Cristo começa assim: "Pai nosso que estás nos
céus, santificado seja o teu nome" (Matheus 6:9). Podemos ver também:
"No princípio era o verbo, o verbo estava com Deus e o verbo era Deus"
(Jo 1:1), "E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo" (Atos 2:21) e "Eu lhes fiz conhecer o Teu nome e ainda o farei
conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles e Eu neles
esteja" (João 17:26).

O Srimad Bhagavatam diz: "Os seres vivos, emaranhados nas


complicadas redes de nascimento e morte, podem libertar-se de imediato,
cantando, mesmo inconscientemente, o santo nome de Krishna, que é
temido pelo medo personificado" (Canto 1, 1:14).

VEGETARIANISMO

Jesus Cristo disse: "Não matarás, mas qualquer que matar será réu de
juízo" (Matheus 5.21). O verbo matar é aplicado a matança de pessoas e
animais, não vegetais. Quando é só dirigido a pessoas, temos o verbo
"assassinar". Portanto é claro que Jesus Cristo se referia aqui a matança de
animais também. As escrituras Védicas deixam muito claro que a matança
de animais é algo extremamente pecaminoso, que impede o nosso avanço
espiritual. Sri Krishna diz: "Se uma pessoa Me oferecer com amor e
devoção uma folha, uma flor, frutas ou água, Eu aceitarei." (Gita 9:26).
Shri Krishna diz também: "Os devotos do Senhor se liberam de toda a
classe de pecados porque comem alimentos que são primeiro oferecidos
em sacrifício (oferecidos ao Senhor). Os demais, que preparam os
alimentos para gozo pessoal dos sentidos, em verdade só comem pecado."
(Gita 3:13).

Na Bíblia encontramos várias outras referências ao vegetarianismo:

"Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas
em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça" (Romanos
14:21).

"E disse Deus: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente
e se acham na superfície de toda a terra, e todas as árvores em que há fruto

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que dê semente; isso vos será para mantimento" (Gênesis 1:29).

Passaram muitos anos e a humanidade decaiu, então foram


escravizados, empreenderam guerras, comeram animais e cometeram
vários outros atos violentos. Mas os profetas nos falam que um reino
pacífico virá o qual será não violento e vegetariano. Onde, "O lobo
habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro,
o leãozinho e o animal cevado andarão juntos e um menino os guiará. A
vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; o leão
comerá palha como o boi" (Isaías 11:6–7).

Jesus é o Príncipe da Paz que introduz solenemente esta nova era de


não-violência. Quando os cristãos rezam, "Seja feita a Tua vontade, assim
na terra como no céu" é uma oração dada a nós por Jesus, que obriga-nos a
mudar nossas vidas, fazer escolhas que são misericordiosas e amorosas
quanto possível. Não haverá nenhuma fazenda de exploração animal nem
matadouros no céu.

Deus criou cada animal com a capacidade de sentir dor e sofrimento


físico ou mental. Mas, nas fazendas de exploração, animais tem seus
chifres arrancados, seus bicos queimados e são castrados sem anestesia.
Visando a maximização de lucros eles são confinados em cubículos
apertados e são alterados geneticamente, de forma que a maioria sofrem
deficiências físicas e deformações ósseas porque suas pernas não podem
sustentar os corpos cientificamente aumentados. Finalmente eles são
transportados em caminhões sem comida e água, muitas vezes através de
temperaturas extremas com destino a uma morte amedrontadora e infernal.

Jesus Cristo diz: "Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estás nos
céus, santificado seja o teu nome, venha o teu reino, faça-se a Tua vontade,
assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-
nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoados aos nossos
devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois é
o reino, o poder e a glória para sempre, Amém." (Matheus 6:9–13).

REAÇÕES KÁRMICAS

O apóstolo Paulo disse: "Não vos enganeis; Deus não se deixa


escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará"

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(Gálatas 6:7). Moisés escreveu: "Não te curvarás diante delas, nem as
servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a
iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que
me odeiam" (Êxodo 20:5) — "Mas se não fizerdes assim, estareis pecando
contra o Senhor; e estais certos de que o vosso pecado vos há de atingir"
(Números 23:32) — "Do suor do teu rosto comerás o teu pão, e ao pó
tornarás" (Gênesis 3:19). O Bhagavad-gita está baseado na reencarnação e
reação kármica, e declara que enquanto o corpo é provisório, a alma nunca
morre (Gita, 2:12) e todo o mundo está sofrendo ou desfrutando os
resultados das reações kármicas passadas e presentes.

SUCESSÃO DISCIPULAR

O apóstolo João disse: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava


com Deus, e o Verbo era Deus" (João 1:1) — "Prosseguiu, pois, Jesus:
Quando tiverdes levantado o Filho do Homem, então conhecereis que eu
sou, e que nada faço de mim mesmo; mas como o Pai me ensinou, assim
falo" (João 8:28) — "Disse-lhes, pois, Jesus: "Em verdade, em verdade vos
digo que o Filho de si mesmo nada pode fazer, senão o que vir o Pai fazer;
porque tudo quanto Ele faz o Filho faz igualmente" (João 5:19).
Semelhantemente, todas as escrituras Védicas declaram que a "sabda" ou
"palavra de Deus", ouvida de um Guru ou mestre espiritual autêntico é o
único modo para fazer avanços espirituais. No Bhagavad-gita, Sri Krishna
ordena: "Tenta aprender a verdade aproximando-te de um mestre
espiritual. Faze-lhe perguntas com submissão e presta-lhe serviço. As
almas autorrealizadas te podem transmitir conhecimento porque viram a
verdade" (4:34). O Mukunda Upanishad (1.2:12) declara que um estudante
sincero tem que chegar a um guru ideal para receber conhecimento
transcendental e esclarecimento.

MORADA ETERNA

No livro do Apocalipse é dito: "E ali não haverá mais noite e não
necessitarão de luz de lâmpada nem da luz do sol, porque o Senhor os
alumiará; e reinarão pelos séculos dos séculos" (Apocalipse 22:5).
Semelhantemente Sri Krishna diz: "Essa Minha morada suprema não é
iluminada pelo sol ou pela lua, nem pelo fogo ou pela eletricidade.
Aqueles que alcaçam jamais retornam a este mundo material" (Bhagavad-

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gita, 15:6). Assim ambas as escrituras falam sobre a morada eterna,
indestrutível morada do Senhor e iluminada pelo Seu esplendor.

ENCARNAÇÕES DO SENHOR

O nome de Cristo revela alguma coisa sobre Seu caráter. A palavra


Cristo ou "Christos" e a tradução grega do Hebraico "Messias" que quer
dizer "o consagrado ou ungido". Nas escrituras Védicas alguém que foi
consgrado deste modo ou foi autorizado é chamado um avatara (alquém
que desce), mais especificamente um "shaktyavesa avatara" — um que foi
autorizado diretamente por Deus para descer para uma missão particular.
No Brahma Samhita (Verso 46), é dito "A luz de uma vela que é passada a
outras velas, embora queimando separadamente delas, é a mesma em sua
qualidade. Eu adoro o Senhor Govinda que se exibe igualmente da mesma
maneira nas Suas várias manifestações".

MISSÃO

O nome Jesus é derivado do nome Hebraico Joshua ou Jahveh,


significando salvação ou libertação. Jesus é chamado assim porque ele
salva ou livra os Seus fiéis do pecado. "Ela dará a luz um filho, a quem
chamarás Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Matheus
1:21). Semelhantemente, Sri Krishna declara: "Sempre e onde haja um
declínio na prática religiosa, ó descendente de Bharata, e um aumento
predominante da irreligião — neste momento Eu próprio desço". (BG 4:7–
8). Quando Krishna diz que Ele próprio desce as escrituras explicam que
isso significa 1) Ele vem pessoalmente, como fez a 5.000 anos na Sua
forma original de Krishna ou a 500 anos atrás como o Senhor Caitanya
Mahaprabhu ou 2) Ele manda um representante Seu, como o senhor Jesus
Cristo, Maomé, ou Srila Prabhupada.

DUALIDADE DE DEUS E ENTIDADE VIVA

Jesus disse: "Ouvistes que eu vos disse: Vou, e voltarei a vós. Se me


amásseis, alegrar-vos-íeis de que vá para o Pai; porque o Pai é maior do
que eu" (João 4:28). No Bhagavad-gita está escrito: "As entidades vivas
neste mundo condicionado são minhas eternas partes fragmentárias. Por
força da vida condicionada, elas empreendem árdua luta com os seis

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sentidos, entre os quais se inclui a mente" (Gita 15:7). Assim em ambas as
filosofias há uma distinção clara feita entre Deus e a entidade viva.

IGUALDADE DE TODAS AS ENTIDADES VIVAS

No Gênesis está escrito: "Deus, pois, fez os animais selvagens


segundo as suas espécies, e os animais domésticos segundo as suas
espécies, e todos os répteis da terra segundo as suas espécies. E viu Deus
que isso era Bom" (Gênesis 1:15). Sri Krishna diz: "Ó filho de Kunti,
deve-se compreender que é com o nascimento nesta natureza material que
todas as entidades vivas, em todas as espécies de vida, tornam-se
possíveis, e que Eu sou o pai que dá a semente" (Gita 14:4). Deus é o Pai
de todas as entidades vivas, não só os seres humanos. Portanto não temos o
direito de matar ou maltratar outras entidades vivas desnecessariamente.

PERDÃO

Ambas as filosofias ordenam que aqueles que estão aguentando os


resultados das suas atividades, boas ou ruins, mas se rendem
imediatamente a Deus são perdoados de todos os pecados. Esta rendição
deve ser genuína, pelo coração, não só pela língua. O significado de
perdão é que uma vez perdoado, a atividade ofensiva é parada. Por
exemplo o senhor Jesus perdoou uma adúltera com a proibição "E disse-
lhes Jesus: Nem eu te conheço; Vai-te e não peques mais" (João 8:11).
Vemos também: "Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os
vossos pecados são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a
neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã"
(Isaías 1:18). Sri Krishna diz: "Mesmo que alguém cometa ações das mais
abomináveis se tiver ocupado em serviço devocional deve ser considerado
santo porque está devidamente situado em sua determinação. Ele logo se
torna virtuoso e alcança paz duradoura. Ó filho de Kunti, declare
ousadamente que Meu devoto jamais perece" (Gita 9:30–31).

CONCLUSÃO

Assim nós vemos que há muitas semelhanças nas duas filosofias.


Religião significa as leis de Deus. Pode haver diferença em práticas — na
realidade haverá diferenças em práticas baseado em tempo, lugar e

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circunstâncias. Sri Krishna diz que de acordo com o modo da sua natureza
a pessoa evolui um tipo particular de fé (Gita 17:3). O sábio que entende
isso, procura os caminhos da consciência de Deus, conforme as Suas
instruções originais, sem qualquer interpretação incentivada. Mas a
essência de todas as religiões tem que ser a mesma — cultivar a constante
consciência de Krishna, ou de Deus, e assim desenvolver amor puro por
Ele. A vantagem das escrituras védicas, é que nelas nós encontramos
descrições detalhadas e científicas desse processo, sem limitações
geográficas, culturais ou temporais, que todos podem aplicar em suas
vidas, independentemente de sua idade, raça, cor, sexo, nacionalidade,
religião etc.

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Capítulo 2

Objetivos espirituais
próximos
A maioria das pessoas que é criada em alguma confissão cristã talvez
se sinta inquieta ouvindo sobre Krishna. Quem é Krishna? Os
ensinamentos dEle estão em contradição com a doutrina bíblica? Gaura
Shakti compara a essência dessas religiões hoje difundidas pelo mundo
inteiro.

Krishna disse sobre Si mesmo: “Eu sou a fonte de todos os mundos


materiais e espirituais. Tudo emana de Mim. Os sábios que conhecem isto
perfeitamente ocupam-se a Meu serviço devocional e adoram-Me de todo
o coração”. (Bhagavad-gita 10.8) Assim, se nós procuramos a causa
primordial de tudo o que existe dentro deste mundo e fora dele,
chegaremos a uma só pessoa. Essa pessoa é Deus. Não existe Deus cristão
ou Deus hindu, porque Deus é um só. Ele é o Pai de todos os seres vivos,
como Ele mesmo afirma: “Eu sou o pai que dá a semente”. (Bhagavad-gita
14.4) E, compreendendo isso, dedicamos a vida a servi-lO com todo o
coração.

A Bíblia também confirma que Deus é a origem de tudo: “No


princípio criou Deus os céus e a terra”. (Gênesis 1.1) Jesus explicou sobre
si da seguinte maneira: “Vós me chamais Mestre e senhor, e dizeis bem,
porque eu o sou”. (João 13.13) Isso não contradiz a base do cristianismo:
“Eu sou o caminho e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por
mim”. (João 14.6), pois ele é caminho para o Deus Pai. Podemos
compreender desta maneira que a missão de Jesus foi unir a humanidade
com Deus.

O conhecimento referente a Deus não pode ser compreendido por


meio de esforços pessoais, dado que Deus Se situa muito além do que nós

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podemos ver com os nossos sentidos ou imaginar com a mente. Em razão
disso, para conhecê-lO, precisamos agradá-lO desenvolvendo amor por
Ele. Sobre isso, Krishna diz: “Àqueles que estão constantemente
devotados a Me servir com amor, Eu dou a compreensão pela qual eles
podem vir a Mim”. (Bhagavad-gita 10.10) Semelhante declaração
encontraremos na Bíblia: “Mas se alguém ama a Deus, esse é conhecido
dele”. (I Coríntios 8.3)

Tal amor por Deus é o ponto principal de Bíblia: “Respondeu-lhe


Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua
alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro
mandamento”. (Mateus 22.37-38) E Krishna fala como agem as pessoas
que O amam: “Ó filho de Pritha, aqueles que não se iludem, as grandes
almas, estão sob a proteção da natureza divina. Eles se ocupam
completamente em serviço devocional porque sabem que Eu sou a original
e inexaurível Suprema Personalidade de Deus. Sempre cantando Minhas
glórias, esforçando-se com muita determinação, prostrando-se diante de
Mim, essas grandes almas adoram-Me perpetuamente com devoção”.
(Bhagavad-gita 9.13-14)

Ninguém pode alcançar a autorrealização espiritual fabricando seu


próprio processo, senão que o caminho da religião é enunciado
diretamente pelo Senhor Supremo. Em todas as Escrituras, Ele fala sobre
religião tanto quanto possa ser compreendido por um povo em particular
sob circunstâncias específicas. A missão, contudo, é a mesma: conduzir as
pessoas à consciência de Deus e à obediência aos princípios religiosos.
Isso podemos ver lendo a Bíblia ou os Vedas. Os princípios religiosos
parecem superiores ou inferiores conforme variem as circunstâncias. Por
exemplo, num momento Deus permitiu sacrifícios de animais e, em outro
momento, proibiu.

Isso pode ser visto na Bíblia, que ensina sobre a glorificação a Deus
como o método de aproximar-se de Deus: “Ouve, povo Meu, e Eu falarei;
ouve, ó Israel, e Eu te protestarei: Eu sou Deus, o teu Deus. Não te
repreendo pelos teus sacrifícios, pois os teus holocaustos estão de contínuo
perante Mim. Da tua casa não aceitarei novilho, nem bodes dos teus
currais. Porque Meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de
outeiros. Conheço todas as aves dos montes, e tudo o que se move no
campo é Meu. Se Eu tivesse fome, não te diria, pois Meu é o mundo e a

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sua plenitude. Comerei Eu carne de touros? Ou beberei sangue de bodes?
Oferece a Deus por sacrifício ações de graças, e paga ao Altíssimo os teus
votos; e invoca-Me no dia da angústia; Eu te livrarei, e tu Me glorificarás”.
(Salmos 50.7-15)

E nos Vedas: “É em vão, nesta era, a prática de meditação, de


sacrifício e de adoração no templo. Mediante o mero cantar do santo nome
de Krishna – Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare/
Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare –, pode-se lograr perfeita
autorreliazação”. (Vishnu-Purana 6.2.17) Em todas as Escrituras,
confirma-se que devemos sempre nos lembrarmos sobre Deus em cada
momento de nossas vidas. Mas há a recomendação de diferentes métodos
para diferentes eras. O processo de meditação do yoga místico era possível
em Satya-yuga, quando os homens viviam por muitos milhares de anos.
Nesta época, todavia, quando a duração de vida é muito curta, não é
possível executá-lo. Na era seguinte, Treta-yuga, o processo de
autorrealização consistia em executar os vários sacrifícios ritualísticos
recomendados nos Vedas. Isso pode ser visto nos Vedas e na Bíblia, que
descrevem diferentes sacrifícios de animais. Em Dvapara-yuga, o processo
era adoração no templo. Na era atual, o mesmo resultado pode ser atingido
através do processo de glorificação a Krishna, a Suprema Personalidade de
Deus.

“Por ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é,


o fruto dos lábios que confessam o seu nome. Mas não vos esqueçais de
fazer o bem e de repartir com outros, porque com tais sacrifícios Deus se
agrada”. (Hebreus 13.15-16)

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Capítulo 3

Cristo ou Krishna, o nome é


o mesmo
Excerto de uma palestra de Narayana Maharaja
(Quem é Jesus?)
25 de dezembro de 2006, North Shore, Havaí, Estados Unidos

Hoje é Natal, o aniversário de Jesus Cristo. Nos países Europeus e em


outros, dificilmente as pessoas sabem o que Jesus fez em sua juventude,
por volta dos 15 anos de idade. A história indiana mostra que ele estava na
Índia, onde visitou Vrindavana, Ayodya, Jagannatha Puri e outros locais
de peregrinação. Em Vrindavana, ele ouviu o nome da Suprema
Personalidade de Deus, Krsna, e quando foi para Jagannath Puri, ouviu
como as pessoas do local pronunciam Krsna como Krusna ou Krusta.
Posteriormente, Krusta se tornou Khristos. E então Khristos se tornou
Christos, e mais tarde Christus, portanto a troca no nome é na verdade
apenas uma diferença de línguas.

Quando Jesus voltou para a Galiléia, ele pregou a mesma devoção


que havia aprendido na Índia. Através de sua misericórdia, seus seguidores
pregaram a missão de Deus em todos os lugares, e gradualmente a
mensagem foi distribuída nos países Ocidentais.

Não há muitos Deuses — há apenas Um. Na Bíblia foi escrito: “Deus


criou o nome à Sua imagem.” Se o Senhor Supremo, Deus, não possui
forma, então como Ele pode criar tantos mundos e tantas formas? Deus
possui forma. Ele possui todas as qualidades. ‘Cristo’ significa ‘Krsna’, o
Senhor Supremo. Na Bíblia vemos que Deus possui uma forma
transcendental. Jesus O chamava de Pai, desse modo, há um
relacionamento. Nós estamos citando os Cristãos porque seguimos
completamente esse entendimento. Muitos dos que se chamam Cristãos

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não seguem verdadeiramente o Cristianismo, pois dizem que Deus não tem
forma, mas na Bíblia é dito que Deus possui forma e que essa forma é
transcendental.

Hoje, no aniversário de Jesus, nós estamos honrando-o. Jesus foi uma


manifestação de Deus chamada saktyavesa-avatara. Deus o deu poder, e
por isso ele foi capaz de pregar em todos os lugares.

Excerto de uma Conversa com Prabhupada


(A palavra Cristo e Krishna)
4 de setembro de 1971, Londres, Inglaterra

Prabhupada: A religião Cristã é vinda do seu nome — "Cristão" e


"Krsnian" (em inglês "Christian" e "Krsnian"). A palavra original é
"Christ" que vem da palavra Grega "Kristo".

Dr. Weir: Ungido.

Prabhupada: Sim. Este "Christa" é Krsna.

Dr. Weir: Vem do sânscrito?

Prabhupada: Sim. Krsta é a palavra popular para Krsna. E Krsna é


sempre ungido com tilaka. Nós seguimos isso, tilaka, Krsna, ungido com
essa polpa de sândalo. Então, eu penso que existe uma relação próxima
entre "Christian" e "Krsnian". Krsta significa "amor", amor por Deus ou
amor.

ETIMOLOGIA de CRISTO

Cristo, em Hebraico: quer dizer Messias.

Cristo, em Grego: quer dizer Ungido.

Jesus o messias, Jesus o ungido.

Krsna, em sânscrito: quer dizer todo-atrativo. Krs: atrativo, na: todo.

ETIMOLOGIA de JESUS e MESSIAS

Jesus, em Hebraico/Aramaico: Yeshua.

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Jesus, em Grego: Ieosus.

Jesus, em Latim: Iesus.

Jesus, em Árabe: Isa, quer dizer Profeta.

Messias, em Hebraico: Mashya.

No Bhavishya Purana, livro sagrado indiano escrito no idioma


sânscrito, que é a primeira língua do planeta Terra, na verdade quase todos
os Vedas estão escritos em sânscrito, Jesus é chamado da seguinte
maneira:

Isha-putra: o filho (putra) de Deus (Isha)

Dessa forma salienta-se a semelhança entre a palavra "Isha" e


"Yeshua", bem como as palavras "Masihah" e "Mashya" ("Messias"). Os
cristãos primitivos (os judeus que seguiram Jesus e se tornaram seus
primeiros discípulos) se referiam a Jesus como sendo Yeshua-Mashya.

O nome "Yeshua" foi adaptado para o grego como "Ieosus". Na


tradução do Antigo Testamento para o grego, chamada Septuaginta, feita
no século III A.C., o nome "Yeshua" aparece como "Ieosus". Daí é que
veio a forma "Jesus", que é usada nas traduções da Blíblia para o
português. A palavra "Mashya" significa "o ungido, o consagrado" e
tomou a forma "messias" em português. Essa mesma palavra foi traduzida
para o grego como sendo "christós" que tomou a forma "cristo" em
português. Daí o termo "Jesus Cristo".

Também, na região da Caxemira mulçumana, Índia, "Isha" assume a


escrita de "Issa" ou "Yuz". Jesus é chamado naquela região pelo nome de
"Yuz Asaf" que significa: "Jesus, o congregador" ou "Jesus, o líder dos
curados" ou ainda "filho de José".

ETIMOLOGIA de SHAKTIAVESA-AVATARA

Shakti: energia.

avesa: parte.

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avatara: aquele que desce.

Shaktiavesa-avatara: quer dizer um ser que recebe uma energia ou


poder especial de Deus para realizar uma missão no mundo.

Excerto do livro de Prabhupada, Ciência da Autorrealização, cáp. 3


(O significado do termo Hindu)

Às vezes, os indianos, tanto fora quanto dentro da Índia, pensam que


estão pregando a religião hindu, mas na verdade não é isso. Ninguém
encontrará a palavra "hindu" na Bhagavad-gita. Na realidade, essa palavra
"hindu" não existe em nenhuma parte da literatura védica. Essa palavra foi
introduzida pelos muçulmanos provenientes das províncias próximas da
Índia, como o Afeganistão, o Baluchistão e a Pérsia. Existe um rio
chamado Sindhu que faz fronteira com as províncias situadas ao noroeste
da Índia, e, uma vez que os muçulmanos daquela região não conseguiam
pronunciar corretamente a palavra Sindhu, eles chamavam o rio de
"Hindu" e os habitantes desta região de "hindus". Na Índia segundo o
idioma védico, os europeus são chamados mlecchas ou yavanas. De modo
similar, "hindu" é um nome dado aos indianos pelos muçulmanos.

CONCLUSÃO

"Quando nos escutam cantar o mantra Hare Krishna, alguém talvez


pense que esses nomes de Deus são hindus. Existem algumas pessoas
sectárias que pensam assim, mas a instrução do Movimento da
Consciência de Krishna é esta: 'Não importa o nome que você cante. Se
você tem outro nome de Deus que seja fidedigno, você pode cantar esse
nome. Em todo caso, cante o nome de Deus.' Não pense que este
Movimento está tentando converter você de Cristão para Hindu.
Permaneça Cristão, Judeu ou Muçulmano. Isso não faz diferença alguma.
Nós não estamos ensinando nenhum tipo particular de religião." (Srila
Prabhupada).

19
Capítulo 4

A mesma pregação
Cristo disse a um mundo cheio de crueldade e ignorância: "Muitas coisas
ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora" (João, 16:12).
Kirtananda Maharaja, o filho de um pastor batista, em uma conversação
explica como a Consciência de Krishna enriqueceu a sua compreensão
dos ensinamentos de Cristo.

- De que forma mudou a sua compreensão de Jesus Cristo?

- Pela primeira vez sinto ter uma compreensão verdadeira de Jesus


Cristo. Anteriormente fui ensinado que Cristo competia com todos os
outros mestres religiosos e que, se eu quisesse ser um cristão, teria de
condenar a todos eles. De outro lado, a Consciência de Krishna condena
somente aqueles que negam Deus. Consideramos Jesus Cristo o filho
perfeito de Deus, que, como tal, está fazendo o trabalho do Pai. Assim
sendo, não é de se surpreender que existia uma similiaridade entre o Novo
Testamento de Jesus Cristo e o Bhagavad-gita do Senhor Krishna. Existe,
também, uma semelhança óbvia entre a palavra grega Christos e a
sânscrita Krishna.

- Então não existe diferença básica alguma?

- Não, de espécie alguma. Jesus Cristo disse para amar a Deus e


Krishna afirma o mesmo. Qual, então, a diferença? Jesus Cristo disse para
amar o Pai e Krishna afirma: "Ó filho de Kunti, deve-se compreender que
todas as espécies de vida aparecem devido a seu nascimento nesta natureza
material, e que Eu sou o Pai que dá a semente" (Bg. 14.4). Portanto, não há
contradição quando Jesus Cristo diz "Ama o Pai" e Krishna diz "Ama-me".

- Como pode a consciência de Krishna se afirmar não-sectária?

- Na matemática , dois mais dois é igual a 4, e esta equação mostra-se

20
real, independentemente do livro de matemática em que se encontre ou da
pessoa tê-lo lido ou não. Então "dois mais dois é igual a 4" pode ser
chamado um fato não-sectário. Da mesma forma, uma religião não é
sectária quando é verdadeira. É um fato que Deus é o Ser Supremo e que
todas as entidades vivas são Seus servos. Esta filosofia básica do
Movimento para a consciência de Krishna o torna não-sectário. Não
propomos que se adore um novo Deus. Existe somente um Deus, um
Senhor Supremo, não importando de como o chamemos. Deus tem
milhões de nomes, o que é descrito pelo Senhor Chaitanya Mahaprabhu
em seu Sikshastaka (Oito Instruções sobre os Santos Nomes de Deus): "Ó
meu Senhor, somente Teu Santo Nome pode dar toda bênção aos seres
vivos, e por isso tens centenas e milhões de nomes, tais como Krishna,
Govinda e outros". Dessa forma, então, o Movimento para a Consciência
de Krishna não se restringe a um nome particular de Deus. O principal
item é a rendição a Deus. Não é que a pessoa simplesmente diga "Ó, eu
amo Deus" e continue a agir caprichosamente. Tal tipo de serviço verbal
Jesus Cristo condena quando diz: "Nem todo aquele que me diz: 'Senhor,
Senhor', entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu
Pai que está nos céus". (Mateus, 7.21).

- Quer dizer, então, que não há diferença entre o que foi dito por
Cristo e as arfimações de Krishna?

- Não há uma diferença de "qualidade", mas sim de "quantidade". No


Velho Testamento Deus se revela como uma sarça ardente, um pombo,
uma coluna de fogo a noite, uma nuvem de dia e assim por diante, mas Ele
não se manifesta como é. Deus, o Pai, permanece uma voz nas alturas. O
próprio Jesus Cristo disse: "Vós nunca ouvistes a Sua voz nem vistes a Sua
face... Não que alguém tenha visto o Pai, pois só aquele que vem de Deus,
esse viu o Pai" (João, 5.37; 6.46). Na Bíblia temos Deus descrito como
grande, em cólera, terrível, infinatamente temível, todo-poderoso, o Pai
Eterno, o alfa e o ômega, e assim por diante. Mas a personalidade todo
atrativa de Deus continua sem explicação. Quais são as opulências de
Deus? Quais são as Suas atividades? Como é a Sua morada? Como é Ele
próprio? Quais são Suas variadas manifestações? Especificamente, como
Ele cria? Como Ele penetra em Sua criação? Estas e muitas outras
perguntas nunca foram feitas ou respondidas na Bíblia, devido ao tempo,
cultura e circunstâncias nas quais ela foi compilada. Todavia, o propósito
essencial do Cristianismo e da Consciência de Krishna é o mesmo. A

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diferença está na quantidade. Há alguma diferença entre um dicionário de
bolso e um enciclopédico? Sim e não. No dicionário de bolso encontramos
somente uma ou duas definições básicas, enquanto que no enciclopédico
temos dúzias de definições e nuanças. A literatura Védica dispõe da mais
completa informação sobre Deus.

- Os devotos de Krishna comemoram o Natal?

- Na verdade celebramos o Natal todos os dias do ano, porque toda a


nossa vida é dedicada a glorificar o Senhor e Seu devoto puro, Shrila
Prabhupada. Não devemos pensar no Natal como um simples dia de
receber presentes. Pelo contrário, devemos vê-lo como uma oportunidade
de presentear ao Senhor e Seu devoto puro. Afinal de contas, foram os
Reis Magos que vieram e presentearam a Cristo: não ocorreu o contrário.
O presente de Cristo foi a sua própria presença, o seu aparecimento no
mundo diariamente, e isso implica em darmos a Deus todos os dias. Isso
quer dizer dar-Lhe toda a nossa vida e tudo o que possuímos. Se assim o
fizermos nunca seremos perdedores. Antes, ganharemos milhões de vezes.
Este também é o ensinamento de Jesus Cristo.

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Capítulo 5

Ressurreição
Excerto de uma palestra de Srila Prabhupada
Bhagavad-gita 4.1-6
Los Angeles, Califónia, EUA, 3 de janeiro de 1969

Devoto: Prabhupada? Será que o senhor Jesus Cristo aparece no céu


espiritual com o corpo que manifestou na terra?

Prabhupada: Sim. Caso contrário, como pode haver ressurreição? O


corpo ordinário não pode ser ressuscitado. Ele apareceu em seu corpo
espiritual, certamente. Jesus Cristo disse, se bem me lembro, que "Senhor,
desculpe estas pessoas", que o estavam crucificando. Não é? Ele sabia que
"Esses patifes, eles estão me matando, mas ... Eles estão ofendendo
certamente. Então eles não sabem que eu não posso ser morto, mas eles
estão pensando que eles estão matando." Entende? Mas isso era ofensivo,
por isso implorou a Deus para ser dispensado porque Deus não pode
desculpar aos ofensores do devoto. Ele pode desculpar alguém que é
ofensor de Deus, mas se alguém é ofensor ao devoto, Deus nunca
desculpa. Por isso orou por eles. Essa é a qualificação do devoto. Ele ora
por todos, até mesmo pelo seu inimigo. E ele não poderia ser morto. Isso
ele sabia. Mas aqueles patifes, eles pensaram que estavam matando Jesus
Cristo.

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Capítulo 6

Apocalipse
O Senhor Kalki (manifestação de Krishna) é predito no Apocalipse da
Bíblia?

Stephen Knapp explica que as semelhanças entre os versos no


Apocalipse da Bíblia e descrições apresentadas nos Puranas podem
significar que falam de um mesmo evento porvindouro.

Há versos no Apocalipse da Bíblia que são muito similares às


descrições apresentadas nos Puranas sobre o Senhor Kalki. Esses versos
são tão similares que eles não podem ser ignorados, e podem fornecer aos
cristãos insights adicionais em relação às similaridades que podem
compartilhar com a cultura védica. Em Apocalipse (19.11-16 e 19-21),
declara-se:

“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado


sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e batalha com justiça. E os
seus olhos eram como chama de fogo; e, sobre a sua cabeça, havia muitos
diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. E
estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se
chama é A Palavra de Deus. E seguiam-no os exércitos do céu em cavalos
brancos, e vestidos em linho fino, branco e puro. E da sua boca saía uma
espada afiada, com a qual feriria as nações; e ele as regerá com uma vara
de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do
Deus Todo-Poderoso. E no manto e na sua coxa tem escrito este nome:
REI DOS REIS, e SENHOR DOS SENHORES. E vi a besta, e os reis da
terra, e os seus exércitos reunidos para fazerem guerra contra aquele que
estava assentado sobre o cavalo, e contra o seu exército. E a besta foi
presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os milagres com que
enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes
dois foram lançados vivos em um lago de fogo que arde com enxofre. E os
demais foram mortos com a espada daquele que estava assentado sobre o

24
cavalo”.

Essa passagem parece se referir tanto à encarnação do Senhor Kalki


que dificilmente poderia ser alguém mais. Certamente que, no tempo do
aparecimento do Senhor Kalki, ninguém estará esperando por Ele ou por
Seu aparecimento. Ninguém conhecerá Seu nome. E Seu exército de
brahmanas será tão puro como se advindos do céu. No período do
aparecimento do Senhor Kalki, Ele matará os infames e resgatará as
poucas pessoas piedosas da presente condição da Terra, voltando
novamente para a era de ouro, Satya-yuga. Em relação a isso, Apocalipse
(14.1-3) também descreve: “E olhei, e eis que estava um Cordeiro [um
símbolo típico do Divino ou de uma encarnação do Divino] sobre o monte
Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que, em suas testas, tinham
escrito o nome de seu Pai. E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas
águas, e como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas,
que tocavam com as suas harpas; e cantavam como se houvesse um novo
cântico diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e
ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro
mil que foram remidos da Terra”.

Uma parte significativa da descrição dos versículos acima é que


aqueles que são remidos da Terra terão o nome de Deus escrito em suas
testas. Escrever na testa o nome de Deus, como Vishnu e Krishna, é um
costume muito difundido entre os brahmanas na Índia. Trata-se de tilaka,
que é, em geral, aplicada com argila feita a partir da margem de um rio
sagrado. Frequentemente vemos isso no centro da testa na forma de “V”,
que representa o nome de Deus e que o corpo é um templo de Deus, ou a
marca de três linhas do shaivites. A marca vaishnava é feita enquanto se
recita “Om keshavaya namah”, que significa “Saudações ao Senhor
Keshava”, outro nome de Krishna.

Assim, este conteúdo pode ser um indicativo de que, quando os


últimos da sociedade forem remidos da Terra durante o fim dos tempos,
eles serão aqueles que trazem o nome de Deus sobre suas testas, ao menos
de acordo com os versos supracitados. Ademais, de acordo com outras
profecias védicas, podemos entender que restarão no mundo pouquíssimas
pessoas com alguma piedade. Pode-se enquadrar nas profecias védicas,
portanto, a possibilidade de que, quando o Senhor Kalki aparecer, haverá
realmente apenas 144.000 no mundo dignos de serem remidos das

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condições ateístas e caóticas da Terra. Estes podem ser as sementes da
nova civilização que dará início à próxima era de nome Satya-yuga.

26
Capítulo 7

Conclusão
Analisando a história da humanidade, até hoje, infelizmente, existem
conflitos em nome da religião. Portanto, a harmonia entre as religiões é
essencial. Apesar das diferentes filosofias, das diferentes histórias todas as
tradições levam a mesma mensagem: "a mensagem do amor, da
compaixão, do perdão, da autodisciplina e do contentamento".

No Ocidente, em países da base judaico-cristã, uma parte das pessoas


nesses países se beneficia do cristianismo e do judaísmo. Na Ásia, por
exemplo, na Índia, milhões de hindus se inspiram no hinduísmo. Na
Tailândia, em Burma, no Sri Lanka, e em outras regiões, no budismo. E no
mundo árabe, milhões de pessoas se inspiram no islamismo.

Por que há tantas filosofias diferentes?

É muito óbvio. Pessoas diferentes pensam de formas diferentes. Têm


pontos de vista diferentes.

Todas essas filosofias procuram promover esses valores: amor,


compaixão, perdão, tolerância, contentamento, autodisciplina etc. Há uma
mensagem comum a todas. E todas as filosofias têm, mais ou menos, a
mesma meta: ajudar a humanidade a promover valores humanos.

Portanto, existem condições para que trabalhem juntas e respeitem


umas as outras. E, tendo relações mais próximas, contato, podemos
aprender uns com os outros.

— Sua Santidade, o 14o Dalai Lama do Tibete

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Índice
Sumário 3
Introdução 5
1- A semelhança entre os ensinamentos 6
• Rendição a Deus 6
• Serviço Devocional 6
• Cantando o Santo Nome 6
• Vegetarianismo 7
• Reações kármicas 8
• Sucessão discipular 9
• Morada eterna 9
• Encarnações do Senhor 10
• Missão 10
• Dualidade de Deus e entidade viva 10
• Igualdade de todas as entidades vivas 11
• Perdão 11
• Conclusão 11
Objetivos espirituais próximos 13
3- Cristo ou Krishna, o nome é o mesmo 16
4- A mesma pregação 20
5- Ressurreição 23
6- Apocalipse 24
7- Conclusão 27

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