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TCC - Natalia Teodoro - Vínculo Materno 01 de Julho de 2019 (1419) (Natália Teodoro)
TCC - Natalia Teodoro - Vínculo Materno 01 de Julho de 2019 (1419) (Natália Teodoro)
Belo Horizonte
2019
NATÁLIA MARIA TEODORO DO CARMO
Mestre.
Belo Horizonte
2019
RESUMO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................6
2 WINNICOTT, ORIGEM DA TEORIA INDEPENDENTE.............................................................8
3 AMBIENTE FACILITADOR RETRATADO POR WINNICOTT...............................................15
4 WINNICOTT E O CONCEITO DA MÃE SUFICIENTEMENTE BOA......................................23
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................29
6
1 INTRODUÇÃO
infância que podem afetar na forma de se relacionar com seu próximo, bem como o
auto reconhecimento perante a sociedade. Através do vínculo inicial pode-se
compreender de uma melhor forma as relações entre mãe e criança sejam elas bem
ou malsucedidas, trazendo assim uma leitura mais compreensível dos processos
vivenciados no presente a partir do ponto de vista Winnicottiano e como essas
relações se interferem mutuamente.
objetais por meio de um viés próprio e pela noção de onde fosse o foco, atravessaria
pela revisão dos impulsos internos, a teoria freudiana das pulsões.
De acordo com este autor, os cuidados com o bebê vão para além dos
aspectos físicos. Deve-se dar atenção também para os reflexos dos aspectos não
físicos, e o que estes aspectos podem acarretar para o desenvolvimento infantil. O
fato de Winnicott começar sua carreira como pediatra o possibilitou observar e
adquirir grande experiência a respeito do desenvolvimento infantil. Aos poucos se
tornou psicanalista e psiquiatra infantil, o trazendo um olhar diferenciado para o
desenvolvimento emocional infantil, que vai para além de problemas físicos.
segurados, uma vez que desde seu nascimento já necessitam de cuidados humanos
em seu processo de evolução. Quando segurados satisfatoriamente adquirem
confiança, e tornam-se capazes de atravessar todos as fases envolvidas no
desenvolvimento emocional de forma positiva.
Ele irá dizer que ser mãe é algo inato, pode-se ter tido contato com outras
experiências e ensinamentos, entretanto as interpretações das necessidades do
bebê são específicas de cada mãe. O conhecimento materno é mais profundo do
que os livros podem ensinar. É valido que elas podem obter ajuda limitada nos livros
e pessoas as quais buscam conselhos, mas não se pode verbalizar tudo.
Ela tem que tomar suas próprias decisões e iniciativas, pois não existem
dois bebês iguais, da mesma forma que também não há duas mães iguais,
sendo que uma mãe nunca é a mesma com cada filho. (WINNICOTT, 2013,
p.52)
Para Winnicott (2013), o ato de amamentar teria duas funções sendo uma
nutritiva e outra não nutritiva, e, possivelmente, a função não nutritiva, teria uma
importância maior a qual mantém um contato próximo do bebê com a mãe.
por meio das funções primordiais que são o holding, handling e o setting que serão
descritos no decorrer deste trabalho.
Não somente a mãe têm o bebê como parte dela, também nessa fase o
bebê não é capaz de fase distinção entre ele e o meio, este então não reconhece a
dependência. Inicia-se neste momento a adaptação da mãe por meio de três
funções maternas, holding, handling e setting, tais funções serão discriminadas no
capítulo que se sucede. Mas deu-se relevância em citá-los neste momento, devido
ao fato da realização satisfatória destas funções caracterizam-se no ambiente bom,
possibilitando a manifestação do que Winnicott irá denominar self verdadeiro e falso
self.
O falso self, por sua vez, traz o sentimento de irreal, é a reação do bebê
as falhas da mãe. A partir deste o bebê cria a capacidade de se adaptar as falhas de
adaptação da mãe. Quando sua função se faz de forma completa este possibilita ao
self verdadeiro a capacidade de existir, sendo assim ele “oculta a realidade interna
do lactante” (WINNICOTT, 1983, p.136), e o que foi constituído de forma inata sendo
tido como um só, passa a ser desenvolvido a personalidade perante as experiências
21
Muitos bebês passam pelo que parece ser uma experiência bem-sucedida
de amamentação e, no entanto, são insatisfatórios, no sentido de que se
apresenta uma deficiência observável em seu processo de
desenvolvimento, bem como em sua capacidade de relacionamento com as
pessoas e utilização de objetos - uma deficiência resultante do fato de terem
sido segurados e manipulados de forma insatisfatória. (WINNICOTT, 2013)
Por último temos o setting, onde Winnicott relata que o cenário necessita se adaptar
a todas as necessidades do paciente, o que consiste em oferecer um ambiente
facilitador, outrora já mencionado que nos períodos iniciais a mãe exerce este papel
em comunhão como o bebê e posteriormente se torna externo a ele, e a importância
de sua estabilidade para o desenvolvimento emocional.
Todavia, quando a mãe não se identifica com seu bebê, assim não
atendendo as suas necessidades, ocorre o que pode se chamar de “adaptação falha
ao bebê”, nesse caso refere-se a uma mãe a qual a criança possui um apego
comum devido sua ausência. Neste período o bebê não possui a capacidade de
sentir as falhas da mãe como frustrantes, o que gera a partir dessas falhas são
carências da satisfação de necessidades, interferindo no processo de
desenvolvimento.
Não é possível pensar nas falhas básicas de adaptação como uma forma de
comunicação. Não precisamos ensinar um bebê que as coisas podem correr
muito mal. Se correm mal e não são logo corrigidas, o bebê será afetado
para sempre, seu desenvolvimento será deturpado, e a comunicação
entrará em colapso. (WINNICOTT, 2013, p.88)
Segundo Nasio (1995), quando as falhas não são corrigidas de imediato ocorre a
carência, gerando sentimento de angustia, que ameaça a aniquilação do eu, que
geram as variações essenciais das angústias psicóticas.
Em outras palavras, ela tem uma função a cumprir sempre que o bebê
morder, arranhar, puxar os seus cabelos e chutar, e esta função é
sobreviver. O bebê se encarregará do resto. Se ela sobreviver, o bebê
encontrará um novo significado para a palavra amor, e uma nova coisa
surgirá em sua vida: a fantasia. É como se o bebê agora pudesse dizer para
a sua mãe: “Eu a amo por ter sobrevivido à minha tentativa de destruí-la.
Em meus sonhos e em minha fantasia eu a destruo sempre que penso em
você, pois a amo”.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LAURENTINO, Maria Cecília da Silva; MELO, Vanessa Batista de. O Brincar nas
Perspectivas: Freudiana, Kleiniana e Winnicottiana. Psicologado. Edição 03/2015.
Disponível em < https://psicologado.com/abordagens/psicanalise/o-brincar-nas-
perspectivas-freudiana-kleiniana-e-winnicottiana >. Acesso em 22 Jun 2019.
WINNICOTT, Donald Woods. Os bebês e suas mães. São Paulo. Editora WMF
Martins Fontes Ltda, 2013. 98 p.
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rio.br%2F6976%2F6976_3.PDF&usg=AOvVaw0jNvlhtx3iPExTj4-lMqOC>. Acesso
em 30 de maio de 2019.