Instituto Politécnico de Portalegre

Escola Superior de Educação e Ciências Sociais

Educação Inclusiva

Reflexão Crítica

Perturbações do desenvolvimento infantil – conceitos

gerais
Paula Pires de Matos

Professora Doutora Mafalda Candeias

Discente Mafalda da Cruz Machado

Outubro, 2023
 Educação Inclusiva
REFLEXÃO CRÍTICA

Nome do artigo: Perturbações do desenvolvimento infantil – conceitos gerais

Autora: Paula Pires de Matos

O artigo científico de Paula Matos é informativo, de fácil leitura e compreensão

e, acima de tudo, é um ótimo auxiliar que pode ser utilizado em contextos educativos –
infantários, escolas, atividades de tempos livres, ludotecas, entre outros.

Numa leitura inicial, despertou-me a atenção a imaturidade neurológica dos

recém-nascidos e como é que este conceito se vai relacionando ao longo do tempo com
o desenvolvimento psicomotor. É interessante compreender que a relação de
dependência do recém-nascido com a mãe nos primeiros anos de vida, se compara à
mesma relação existente no caso dos primatas. À luz da psicanálise, podemos
comprovar a importância desta relação em que Bowlby, já na década de 1950, através da
experiência realizada com macacos Rhesus, conseguiu provar a importância
fundamental do apego emocional dos macacos bebés às suas mães, para o
desenvolvimento saudável. Por sua vez, quando estes macacos eram privados do
contacto materno adequado, eles demonstravam comportamentos anormais, como
agitação ou depressão (comportamentos descritos também neste artigo). Conclui-se,
portanto, que a privação materna causava angústia emocional e física nos filhotes,
afetando diretamente o seu desenvolvimento.

Outro aspeto relevante, é a caracterização dos fatores genéticos e ambientais que

têm influências diretas no desenvolvimento psicomotor, sendo que os primeiros
herdados dos progenitores, são um dos principais fatores de risco, segundo o artigo. No
entanto, interessando-me muito por estas problemáticas, ouço vários podcasts sobre
saúde mental e bem-estar e, segundo o psiquiatra Gustavo Jesus, Diretor Clínico da PIN,
em entrevista com o humorista António Raminhos, referiu que as perturbações mentais
são, de facto, dependentes de fatores genéticos, mas não são determinantes para que a
criança venha a desenvolver tal perturbação. Com isto, pretendo concluir que os fatores
ambientes são tão ou mais importantes do que os fatores genéticos mencionados. Esta
linha de pensamento é válida para perturbações como PHDA (Perturbação de
Hiperatividade e Défice de Atenção ou Perturbações de Oposição ou de Conduta, como
referidas no artigo. Com isto, não pretendo desvalorizar as restantes perturbações do

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artigo, mas sim, realçar o papel importante do ambiente em que crescemos para o nosso
bem-estar físico e emocional.

Despertou-me a atenção a questão da linguagem ser a competência filogenética

mais afetada no que respeita a estas perturbações e a forma como foi exposta a noção de
“normalidade” no que respeita ao desenvolvimento psicomotor. É importante referir que
não sendo uma definição categórica, existe uma necessidade de categorização da mesma
quando falamos em diagnosticar este tipo de perturbações. A autora vai desenvolvendo
este conceito dando alguns exemplos práticos como é o caso da aquisição da marcha e
as alterações da linguagem no espetro do autismo. Citando o artigo, torna-se complicado
definir normalidade naqueles indivíduos que apresentam capacidades do
desenvolvimento no limiar do normal e este é o grande desafio.

Resgatando o artigo para a educação, o neurodesenvolvimento infantil

desempenha um papel fundamental nesta área, pois influencia diretamente a forma
como as crianças aprendem, se comportam e interagem com o mundo exterior. Sendo a
escola um ambiente fulcral na vida de uma criança faz mais sentido refletir sobre estas
questões. Realço a importância de uma intervenção precoce adequada e multidisciplinar
para que os efeitos colaterais sejam menores, proporcionando uma base sólida para
garantir um futuro de inclusão e integração a estas crianças.