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Relatório Infância - Alana Gabriela Gabrielly
Relatório Infância - Alana Gabriela Gabrielly
Relatório Infância - Alana Gabriela Gabrielly
CURSO DE PSICOLOGIA
RELATÓRIO OBSERVACIONAL
MANAUS - AM
2023
ALANA FERREIRA DE PAIVA FRAZÃO MATRÍCULA: 23016657
GABRIELA ROCHA DA SILVA MATRÍCULA: 23000538
GABRIELLY YASMIN SILVA PADILHA MATRÍCULA: 23002422
RELATÓRIO OBSERVACIONAL
MANAUS - AM
2023
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4
OBSERVAÇÃO 1 .................................................................................................................. 7
OBSERVAÇÃO 2 .................................................................................................................. 9
OBSERVAÇÃO 3 ................................................................................................................ 11
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 20
INTRODUÇÃO
concretos, fazendo com que a criança entenda o que é um copo fino e largo ou um copo baixo
e grosso comportam a mesma quantidade de líquido que será introduzido. Nessa faixa etária, o
desenvolvimento da criança já contempla conhecimentos sobre regras sociais e sobre o senso
de justiça.
Segundo Bentzen (2012), sem a capacidade de observar – de “ver” e de “ouvir” – de
forma significativa, não poderíamos interagir eficazmente com as crianças sob nossos cuidados.
Sendo assim, não conseguiríamos de fato auxiliar essa criança no que precisa, além de não ser
possível entender o seu desenvolvimento e crescimento e com isso ajudá-la a interagir e de
forma positiva auxilia-las em suas fases.
Na observação é possível de fato enxergar o desenvolvimento da criança, a construção
de suas habilidades sociais assim como a sua personalidade em diversos tipos de situações que
lhe forem apresentadas. No entanto Brandt (1972), indica que a observação é dependente da
atenção, e a atenção é necessariamente seletiva.
Goodwin e Driscoll afirmam que as emoções são especialmente adequadas para
métodos de observação (1986), nesse contexto entende-se que em uma observação infantil é
possível ver como a criança realmente se mostra, sem qualquer teste ou questionamentos e
principalmente sem a sensação de ser validado por um adulto ou pelo seu responsável.
Entretando é de suma importância o entendimento de que não é apenas o olhar para a
criança de forma “banal” e sim entender o que está sendo observado e como se deve utiliza-la
de forma precisa para coletar os dados corretos referente ao menor.
O objetivo principal do nosso relatório foi trazer a vivência, além das experiências do
nosso assistido em torno da terceira infância e como os fatos que ocorreram ainda na primeira
e segunda infância trouxeram como reflexo para o dado momento em que se encontra e o que
pode ser gerado de positivo e negativo durante a sua adolescência e consequentemente a fase
adulta.
Nesse ponto, acreditamos que conseguimos absorver em nossa primeira experiência em
relação a uma pesquisa norteada a um menor muito mais do que se encontra nos livros, pois
com a anamnese e a observação foi possível aprendermos pessoalmente sobre o
desenvolvimento, além de toda a perspectiva teórica e pessoal além de suas interações pessoais.
Com isso, acreditamos que essa primeira experiência foi enriquecedora e trouxe consigo
muitos ganhos tanto para a nossa aprendizagem pessoal quanto profissional, além de nos
incentivar a seguirmos nossa caminhada com precisão, seguindo os tipos de abordagens para
um melhor resultado para o menor.
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OBSERVAÇÃO 1
Observadoras: ALANA PAIVA; GABRIELA ROCHA; GABRIELLY SILVA.
Dia: 17 de outubro de 2023.
Hora do início da observação: 18:35h
Hora do fim da observação: 20:10h.
Local de observação: Quarto
Condições do local: Limpo e organizado
Não gosta de redes sociais e as vezes assiste YouTube, pois prefere usar a internet para
jogar. Disse também que gosta mais ou menos da escola não dando muitos detalhes e logo
seguiu dizendo que não gosta de jogos de apostas de corrida, que costuma dormir as 23 horas e
gosta de conversar com o irmão mais velho e com seu primo.
Disse que não costuma jogar na rua por falta de crianças, que gosta do Dj Alok e de
músicas internacionais e que não gosta muito de contato físico.
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OBSERVAÇÃO 2
Observadoras: ALANA PAIVA; GABRIELA ROCHA; GABRIELLY SILVA.
Dia: 19 de outubro de 2023.
Hora do início da observação: 18:40h
Hora do fim da observação: 20:00h
Local de observação: Beco onde fica a casa do assistido
Condições do local: Salubre
Entretanto, quase ao final da observação houve uma situação em que uma colega menor
passou da linha da queimada e ele ficou muito chateado por ela não ter seguido a regra do jogo
e nesse momento correu para a rua para se esconder. Não sabemos se foi por um acesso de
raiva, mas fomos atras dele e pedimos para voltar.
Não houve relutância, nos pediu desculpas e explicou o que aconteceu e nesse momento
a única coisa que podemos fazer foi avisar que era muito perigoso ir para a rua por causa dos
carros e que quando houvesse um novo episódio parecido ele poderia fazer a respiração “cheira
uma flor e sopra uma vela” para lhe ajudar. Ele fez a respiração e disse que continuaria e que
tentaria não repetir o ato.
A mãe naquele momento não falou nada, e após o ocorrido voltou para a brincadeira
com as outras crianças como se nada tivesse acontecido e com um sorriso no rosto. Nosso
horário finalizou, nos despedimos e ele continuou brincando até que desse o horário da mãe
chamá-lo.
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OBSERVAÇÃO 3
Observadoras: GABRIELLY SILVA.
Dia: 30 de outubro de 2023
Hora do início da observação: 18:30h.
Hora do fim da observação: 20:30h.
Local de observação: beco onde fica a casa do assistido.
Condições do local: Salubre
Logo na minha chegada ele começou a jogar bola, muito paciente e bastante falante, os
gatos estavam na rua e com carinho colocou a gata para dentro de casa para não baterem a bola
nela.
Voltou a brincar de bola sem nenhum problema e percebeu o interesse do menor em
moto, não é competidor ao jogar bola e citou que não é muito bom em jogar o esporte por isso
prefere ficar na dele, não compete com quem é maior que ele. Percebeu-se que sua defesa é
chutar a bola para longe para não competir, sempre brincando sem empurrar e no seu limite.
Se mostrou curioso ao olhar a casa dos vizinhos, muito calado a todo tempo e quando
começa a jogar bola atrapalha as pernas. Em um dado momento foi oferecido por um amigo
refrigerante e o mesmo não aceitou.
Ao decorrer da brincadeira ele insinuou brincar de “porrada”, mas não foi adiante.
Percebeu-se que sempre segura os amigos para conseguir o domínio da bola (segura pelo braço).
Por um tempo novamente saiu da vista da mãe e saiu para brincar e correr em uma parte distante
da casa, e ao retornar começou a jogar a bola na parede como se estivesse chateado por não ter
conseguido chutar a bola da forma que deveria e isso fez com que o mesmo ficasse chateado.
Ao ver a sandália jogada no chão foi guardar em casa, muito sorridente com a mãe e
chateado ao mesmo tempo, quando ele decidiu guardar a sandálias em casa, pediu de sua mãe
para que parasse de brincar na rua e sua mãe disse que não pois ela disse que ele iria ficar de
“cara no celular”. Ele parava na frente de casa com os primos e amigos para descansar e
reclamar de não poder entrar em casa.
Em seguida quando percebeu que as meninas pararam de brincar, começou a brincar
com a mãe de jogar a bola para o alto e ver quem alcança e nesse momento se tornou mais
competitivo e começou a jogar com mais força e sendo mais competitivo, o que foi interessante
de ver.
Em seguida sua mãe me chama enquanto ele está brincando para conversar para explicar
um pouco do seu comportamento nestes momentos dizendo que ele estava de castigo pois tinha
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havia sido “malcriado” na igreja , aconteceu que havia o momento de comer um pão e passar
para o colega do lado , porém ele não quis passar e preferiu jogar no chão ao dar para o colega,
porém uma pessoa que o conhecia chegou e conversou com ele fazendo com que ele se
acalmasse , fazendo com que ele pegasse o pão do chão e o jogasse no lixo em seguida pegou
um novo pão e deu na mão do colega , e isso foi passado para a mãe e ela como um estilo de
correção o tirou do seu conforto que seria a tela do computador e mandando ele brincar na rua.
No final, novamente saiu da vista da mãe e ao retornar voltou para perto de sua casa e
nesse momento sentou e parou de jogar, ficou alguns minutos sentado e sua mãe decidiu colocá-
lo para dentro e assim chegamos ao fim da nossa última observação.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante a observação foi relatado que o pai está ausente desde 2019 por uma
eventualidade atípica pois foi preso por um crime que não cometeu (mãe acredita fielmente
nisso), e até o momento está aguardando soltura pois a família demorou para conseguir pagar
um advogado por condições financeiras.
Além disso, a mãe informou que a família aguarda a soltura para o final do ano,
entretanto até essa época o pai sempre esteve ativo em todas as fases de sua vida e após o
ocorrido percebe-se que o menor usou toda afetividade paterna para o irmão e que a mãe além
de ser a favor também incentiva ambos que ambos precisam cuidar um do outro como pai e
filho.
Para Aberatury (1991), o lugar do pai, entre seis e doze meses, não é tão destacado na
literatura, como acontece com a figura materna, no entanto, o contato corporal entre o bebê e o
pai, no cotidiano, é referência na organização psíquica da criança, devido à sua função
estruturante para o desenvolvimento do ego. No segundo ano de vida, já existe a imagem de pai
e de mãe, e a figura paterna fica mais acentuada e tem a função de apoiar o desenvolvimento
social da criança, auxiliando-a nas dificuldades peculiares a este período e no desprendimento
necessário da criança aos costumes da situação familiar, mantidos pela mãe.
As teorias psicológicas e as pesquisas científicas afirmam e fundamentam o papel da
figura paterna no desenvolvimento e no psiquismo infantil. É pressuposto da teoria psicanalítica
o papel estruturante do pai, a partir da instauração do complexo de Édipo. Na trama familiar, o
sujeito se constrói e sai do estado de natureza para ingressar na cultura. Freud, em seu trabalho
Leonardo da Vinci e uma lembrança da sua infância, afirma: "na maioria dos seres humanos,
tanto hoje como nos tempos primitivos, a necessidade de se apoiar numa autoridade de
qualquer espécie é tão imperativa que seu mundo desmorona se essa autoridade é ameaçada".
Para Aberastury, o pai representa a possibilidade de o equilíbrio pensado como
regulador da capacidade da criança investir no mundo real. A necessidade da figura paterna no
processo de desenvolvimento infantil ocorre entre seis e doze meses, quando a criança se vê
inserida no triângulo edípico, denominado organização genital precoce, e, na adolescência,
quando a maturação genital obriga a criança a definir seu papel na procriação, havendo um
movimento mais intenso na adolescência para que o filho alcance maior autonomia.
O distanciamento entre o homem e os demais membros do núcleo familiar denuncia-se
na fragilidade do vínculo estabelecido entre pai e filho, principalmente quando se trata de
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crianças do sexo masculino. Penetrar este silêncio e entender a questão do pai, tendo como eixo
a identidade masculina, culturalmente determinada, tem sido tarefa de estudos, que colocam em
perspectiva experiências contemporâneas de paternidade. O pai exercia o poder na casa, com
força para manter o círculo vicioso em que a família estava secularmente encerrada.
Sua autoridade valia tanto para os filhos como para a mulher, que dele dependia
economicamente e a
quem se submetia de acordo com as regras estabelecidas. A importância do pai, do patrimônio
e da religião reduziu, expressivamente, o espaço físico e sentimental da criança.
A partir de um estudo de caso clínico e de uma rigorosa revisão da literatura, relacionada
à importância da figura paterna na vida dos filhos, Eizirik e Bergamann afirmam que a ausência
paterna tem potencial para gerar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo da
criança, bem como influenciar o desenvolvimento de distúrbios de comportamento.
O menor relata que não gosta da escola pois os colegas de aula não legais com ele,
jogam bolinhas de papel na sua cabeça e as vezes lhe chamam de burro, anteriormente durante
a anamnese a mão também relatou que o menor trocou de escola pois a antiga professora em
determinado momento o chamou de burro e percebeu que isso além de magoa-lo, afetou muito
em relação a não se sentir mais feliz em ir a escola e fazer sua atividades.
Para Vigotski (1995), a história do desenvolvimento cultural de uma criança conduz ao
desenvolvimento de sua personalidade, de tal forma que ela se constitui por meio dos outros.
Nesta perspectiva é inconcebível dar crédito aos discursos inatistas que defendem a estrutura
genética da pessoa como responsável por suas ações e condutas. O termo bullying é utilizado
inadequadamente, principalmente pela mídia, para se referir a toda e qualquer manifestação ou
ato de violência e/ou conflito.
O bullying caracteriza-se como uma forma de violência específica com características
e consequências próprias em sua manifestação. Trata-se de violência contínua e intencional que
acontece entre os pares, sendo definido, por Fante (2005), como: Um conjunto de atitudes
agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou
mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento. Insultos, intimidações,
apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos
que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos levando-os à exclusão, além
de danos físicos, morais e materiais são algumas das manifestações do comportamento bullying.
(FANTE, 2005). A opção por explicitar o bullying em articulação com a estrutura social mais
ampla justifica-se diante da necessidade em se perceber a realidade de determinado assunto em
sua totalidade. Um olhar mais amplo para a totalidade do bullying escolar possibilitará uma
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ampliação dos debates empreendidos até agora, ao favorecer uma análise explicativa do
fenômeno em oposição à sua descrição imediata. Dentre as diversas formas de violência que
podem ocorrer em ambientes permeados por relações sociais, vem ganhando destaque nos
últimos anos o bullyingem ambientes escolares. Embora não haja consenso na literatura sobre
sua definição, de acordo com Almeida, Lisboa e Caurcel (2007), Freire e Aires (2012), Nashiki
(2013), Olweus (1995), Paul, Smith e Blumberg (2012) e tal violência ocorre por meio da
perseguição e intimidação de um aluno por um ou vários companheiros de escola. As situações
são marcadas pela intencionalidade de causar danos e sofrimentos, pela repetitividade das
ocorrências de violência, bem como pela assimetria de poder no controle ao outro. Em oposição
a essa conceituação, Francisco e Libório (2011) afirmam que, para além dos aspectos ligados
às questões mais individualistas, seria necessário enfocar na definição de bullying os aspectos
histórico-culturais em sua dinamicidade, sobretudo ao evidenciá-lo como uma manifestação
eminentemente humana e socialmente construída.
Levinsky (apud DIAS, 1996, p. 74) ressalta que é “uma reação consequente a um
sentimento de ameaça ou de falência da capacidade psíquica em suportar o conjunto de pressões
internas e externas a que está submetida”. Dias (1996) nos alerta que há violência quando um
sujeito faz uso de sua autoridade, por meio da força física ou psicológica, para obrigar e oprimir
alguém ou um grupo a agir de forma contrária à sua vontade ou até mesmo os priva de um bem
ou de seu direito à liberdade.
Observamos que o menor passa a maior parte do tempo em casa após a escola e um dos
passatempos preferidos dele são jogos no computador, mais precisamente um jogo chamado
ROBLOX, onde fica muito concentrado, e durante essa interação nos disse que sempre gosta
de jogar no escuro e que sabe cada detalhe do jogo.
Segundo Vygotsky (1991), afirma que a brincadeira infantil é uma situação imaginária
criada pela criança onde ela pode, no mundo da fantasia satisfazer seus desejos até então
impossíveis para sua realidade, ele também afirma que mesmo sendo livre e não estruturada,
possui regras. Para o autor todo tipo de brincadeira está embutido de regras, até mesmo o faz-
de-conta possui regras que conduzem o comportamento das crianças. Existe uma linha tênue
que diferencia a brincadeira de jogo.
Pesquisadores como Negrine (1994), Friedmann (1996), Biscoli (2005) e o próprio
Vygotsky (1991) não fazem diferenciação semântica entre jogo e brincadeira. Entretanto
existem algumas características que podem diferenciar o jogar do brincar. Brougére e Wajskop
(1997) afirmam que a brincadeira é simbólica e o jogo funcional, ou seja, enquanto a brincadeira
tem a finalidade de ser livrem, o jogo inclui o objetivo final a ser alcançado que é a vitória.
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Ao iniciarmos a segunda observação o menor estava brincando no beco onde fica a sua
casa e nesse tempo foi possível perceber um início de interação com as outras crianças e como
ele fica animado com essas crianças que são mesma idade dele e como também pelo menos
naquele momento o acolheram.
Segundo Piaget (1999) na terceira infância a criança passa a pensar mais logicamente,
suas habilidades linguísticas e sua memória ampliam, e começa a partir daí a desenvolver a sua
autoimagem e consequentemente autoestima, é também na terceira infância que inicia a
interação no meio escolar, na comunidade, essa criança passa a ser exposta a um novo grupo
social, o que leva a preocupação de alguns autores acerca das consequências desse novo
processo de adaptação.
Entretanto, quase ao final da observação houve uma situação em que uma colega menor
passou da linha da queimada e ele ficou muito chateado por ela não ter seguido a regra do jogo
e nesse momento correu para a rua para se esconder. Não sabemos se foi por um acesso de
raiva, mas fomos atras dele e pedimos para voltar.
Porém durante a terceira observação o mesmo fato voltou a acontecer e novamente o
menor saiu da vista da mãe e foi brincar e correr em uma parte distante da casa, e ao retornar
começou a jogar a bola na parede como se estivesse chateado por não ter conseguido chutar a
bola da forma que deveria e isso fez com que o mesmo ficasse chateado.
Segundo Vaz e Moreira (2022), é importante ressaltar a necessidade de haver um preparo
para lidar com as frustrações antes de ser inserido nesse novo contexto social, pois esse momento a
criança entra em contato com culturas e crenças diferentes do que está habituada, o que pode ser
prejudicial em vista que a partir das interações se dá a construção da sua identidade e percepção de
si mesma.
Ainda diante dessa temática, é importante ressaltar que Vaz e Moreira (2022) retratam
que o modo como o indivíduo recebe e processa as informações é um reflexo do adulto que se
tornará, considerando que grande parte dos comportamentos são aprendidos, esse indivíduo
poderá repetir com o outro o que observou nos seus pais, como também poderá se tornar um
adulto com autoestima rebaixada e que necessita de aprovação. Sendo prejudicial
primeiramente a si mesmo, mas também nas suas relações interpessoais, na vida profissional
bem como nos relacionamentos afetivos.
Também ocorreu durante a última observação, após o episódio anteriormente citado a
interação de voltar a brincar de bola sem nenhum problema como se nada houvesse acontecido.
Durante esse tempo percebeu o interesse do menor em motos, e ao conversar relatou que não é
competidor ao jogar bola pois ao seu ver não é muito bom em jogar o esporte e por isso prefere
ficar na dele, não compete com quem é maior que ele.
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Percebeu-se que sua defesa é chutar a bola para longe para não competir, sempre
brincando sem empurrar e no seu limite, nesse momento pediu de sua mãe para que parasse de
brincar na rua e sua mãe disse que não pois disse que ele iria ficar de “cara no celular”. O
mesmo se chateou e enquanto parava na frente de casa com os primos e amigos para descansar,
reclamava por não poder entrar em casa.
Para Vaz e Moreira (2022), crianças com sentimento de inferioridade, acabam sendo
tímidas, pois tem receio de estabelecer relações por se sentirem inseguras e acreditarem não
possuir qualidades, além do estresse causado pela busca de aceitação e frustração quando isso
não ocorre. Portanto crianças que são introvertidas, não necessariamente são negativas e com
sentimento de inferioridade, algumas apenas sentem desconforto em chamar atenção.
Segundo Papalia e Feldman (2013), à medida que as crianças crescem, elas tornam-se
mais conscientes de seus próprios sentimentos e dos sentimentos das outras pessoas. Elas
podem regular ou controlar melhor suas emoções e responder ao sofrimento emocional alheio.
Quando os pais sabem reconhecer as emoções dos outros, dão nome a elas e permitem
que as crianças tenham espaço para expressá-las, seus filhos entendem e reconhecem melhor as
emoções (Castro, Halberstadt, Lozada, & Craig, 2015). Pais que reconhecem os sentimentos de
dor de seus filhos e os ajudam a focar-se na solução da fonte do problema estimulam a empatia,
o desenvolvimento pró-social e as habilidades sociais (Bryant, 1987; Eisenberg et al., 1996).
Por outro lado, quando os pais respondem à expressão de emoções com desaprovação
ou punição em excesso, emoções como raiva e medo podem tornar-se mais intensas e prejudicar
o ajustamento social da criança (Fabes, Leonard, Kupanoff, & Martin, 2001) ou ela poderá
tornar-se reservada ou ficar ansiosa em relação aos sentimentos negativos (Almas, Grusec, &
Tackett, 2011).
Também aconteceu nesse dia ao questionarmos o motivo do menor está chateado, a mãe
nos relatou que a criança estava de castigo pois havia sido “malcriado” na igreja, onde durante
o momento da partilha de alimentos havia o momento de comer um pão e passar para o colega
do lado, porém ele não quis passar e preferiu jogar no chão ao dar para o colega. Nesse
momento, uma pessoa que o conhecia chegou e conversou com ele fazendo com que se
acalmasse e pegasse o pão do chão e jogasse no lixo e em seguida pegasse um novo e desse na
mão do colega. Após o ocorrido, o episódio foi relatado a mãe que como uma espécie de
correção o tirou do seu conforto que seria a tela do computador e o mandou brincar na rua.
Papalia e Feldman (2013), justifica que a forma como o conflito familiar é resolvido
também é importante. Se o conflito familiar for construtivo, pode ajudar as crianças a verem a
necessidade de regras e padrões, bem como a aprenderem sobre quais questões vale a pena
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discutir e quais estratégias podem ser eficazes (Eisenberg, 1996). Por exemplo, em um estudo
longitudinal, quando o conflito familiar era resolvido de maneiras construtivas, as crianças
informavam mais segurança emocional um ano depois e, no ano subsequente, mais
comportamento pró-social (McCoy, Cummings, & Davies, 2009).
Acerca do desenvolvimento em relação a forma de “castigo” e o motivo para o ocorrido,
Vaz e Moreira (2022) exemplificam o seguinte entendimento, pais que constantemente
reprimem e cobram dos seus filhos um comportamento bondoso e disciplinado de forma
excessiva e destacam suas atitudes negativas, formam crianças inseguras com necessidade de
aprovação, se tornando posteriormente um adulto com a autoestima rebaixada e com
dificuldade de socialização
Dessa forma, finalizamos o Resultado e Discussões referente ao nosso relatório
conforme análises retiradas da anamnese com a mãe e durante as observações com o menor que
achamos mais importantes e que ao nosso ver necessitavam de uma atenção especial.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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entre iguales? Explicaciones causales de adolescentes portugueses y brasileños. Revista
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FIGUEIRA, SA. Uma nova família? O moderno e o arcaico na família de classe média
brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar;1987
GOMES, AJ. RESENDE, VR. O pai presente: o desvelar da paternidade em uma família
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GREENSPAN, Stanley. Entrevista clínica com crianças. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas,
1993.
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre:
AMGH, 2013.
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1) ANAMNESE
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2) OBSERVAÇÃO 1
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3) OBSERVAÇÃO 2
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4) OBSERVAÇÃO 3
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ANEXO II - GENETOGRAMA
27