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C. Pública Fasciculo
C. Pública Fasciculo
1. Direito Administrativo - conceito Com isto, baseado nos conceitos desses juristas,
É o conjunto harmônico de princípios jurídicos que podemos também concluir que a Administração
regem os órgãos, os agentes, as atividades públicas Pública é formada por um conjunto de entes
tendentes a realizar concreta, direta e (órgãos e entidades) formados por recursos
imediatamente os fins desejados pelo Estado. humanos, materiais e tecnológico passíveis de
ordenamentos e gestão, constituídos pelo Poder
2. Administração Pública - conceito Público (Estado) para a consecução do bem
Designa o conjunto de serviços e entidades comum.
incumbidos de concretizar as atividades
administrativas, ou seja, da execução das decisões
políticas e legislativas. 3. Administração Pública - natureza
A natureza da Administração Pública é a de um
Administração Pública, portanto, é a gestão de bens múnus público para quem a exerce, isto é, a de um
e interesses qualificados da comunidade no âmbito encargo de defesa, conservação e aprimoramento
dos três níveis de governo (federal, estadual ou dos bens, serviços e interesses da coletividade,
municipal), segundo preceitos de Direito e da impondo ao administrador público a obrigação de
Moral, visando o bem comum. cumprir fielmente os preceitos do Direito e da
moral administrativa que regem sua conduta, pois
A clássica concepção de Hely Lopes Meirelles, tais preceitos é que expressam a vontade do titular
onde administração pública: “Em sentido formal, é dos interesses administrativos - o povo - e
o conjunto de órgãos instituídos para a consecução condicionam os atos a serem praticados no
dos objetivos do Governo; em sentido material é o desempenho do múnus público que lhe é confiado.
conjunto das funções necessárias aos serviços
públicos em geral(...).” Para Diógenes Gasparini “É encargo de guarda,
conservação e aprimoramento dos bens, interesses
O art. 37 da Constituição Federal estabeleceu que a e serviços da coletividade, que se desenvolve
administração pública deve estar fundada sob dois segundo a lei e a moralidade administrativa”.
alicerces, o organizacional (formal) e o funcional
(material), revestidos, sempre, daqueles princípios 4. Administração Pública - finalidade
(razoabilidade, impessoalidade, moralidade, entre A finalidade da administração pública é a prestação
outros) tão inerentes e necessários ao seu devido de serviços aos cidadãos. Podemos ainda dizer que
funcionamento. o fim da administração pública é o interesse
público ou o bem da coletividade.
Para Petrônio Braz, “entende-se por
Administração Pública as atividades do Estado, Podemos ainda dizer que os fins da Administração
objetivando a realização de seus fins, sendo que o Pública resumem-se num único objetivo: o bem
vocábulo administração induz ao entendimento de comum da coletividade administrativa; toda
ato de exercitamento de gerência ou governo”. atividade deve ser orientada para esse objetivo;
Segundo Ruy Cirne Lima “a Administração Pública sendo que todo ato administrativo que não for
é a atividade do Estado exercida pelos seus órgãos praticado no interesse da coletividade será ilícito e
encarregados do desempenho das funções públicas, imoral.
dentro de uma relação jurídica que se estrutura ao
influxo de uma finalidade cogente”. José Afonso da Os fins da Administração consubstanciam-se em
Silva considera a Administração Pública “Como defesa do interesse público, assim entendidas
conjunto orgânico, ao falar em Administração aquelas aspirações ou vantagens licitamente
Pública direta, indireta e fundacional dos Poderes almejadas por todo a organização administrativa,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos ou por parte expressiva de seus membros; por isso
Municípios. Como atividade administrativa, quando que o ato ou contrato administrativo realizado sem
determina sua submissão aos princípios de interesse público configura desvio de finalidade.
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
5. Estado e Governo - diferença discricionário “é aquele concedido à
O Estado é uma comunidade de homens fixada Administração de modo explícito ou
sobre um território com poder de mando, ação e implícito, para a prática de atos
coerção constituída de Povo, Território e Governo. administrativos com liberdade na escolha
Sendo uma Entidade política com capacidade de de sua conveniência, oportunidade e
elaborar suas próprias leis. Podemos também conteúdo”. A Administração Pública
definir que o Estado é constituído de três oferece ao administrador a possibilidade de
elementos originários e indissociáveis: Povo que é o optar determinada situação, dentro dos
componente humano do Estado; Território que limites legais;
representa a sua base física; Governo Soberano que Poder Hierárquico – É no conceito de
compreende o elemento condutor do Estado, que Hely Lopes Meirelles, “o de que dispõe o
detém e exerce o poder absoluto de Executivo para distribuir e escalonar as
autodeterminação e auto-organização emanado do funções de seus órgãos, ordenar e rever a
povo. atuação de seus agentes, estabelecendo a
relação de subordinação entre os servidores
Dito em sentido formal o Governo é o conjunto de do seu quadro de pessoal”. São os graus ou
Poderes e Órgãos constitucionais; em sentido escalões internos da administração, numa
material, é o complexo de funções estatais básicas; relação de ascendência e subordinação entre
já em sentido operacional, é a condução política órgãos e agentes;
dos negócios públicos. A constante do Governo é a Poder Disciplinar – É o poder de punir o
sua expressão política de comando, de iniciativa, de servidor infrator, cujas penalidades são :
fixação de objetivos do Estado e de manutenção da Advertência, Repreensão, Suspensão,
ordem jurídica vigente. Multa, Demissão, Cassação da
Aposentadoria, Disponibilidade,
6. Poderes do Estado Destituição do Cargo ou Função Pública;
São o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, Poder Regulamentar – É exercido pelos
independentes e harmônicos entre si e com suas Chefes do Executivo para regulamentar as
funções reciprocamente indelegáveis (art. 2º da leis por meio de decretos;
CF,). Esses poderes são imanentes e estruturais do Poder de Polícia – Consoante lição de
Estado, a cada um deles correspondendo uma Petrônio Braz é o “poder diferido ao
função que lhe é atribuída com especificidade. Estado, necessário ao estabelecimento das
Assim a função do Legislativo é a elaboração da lei medidas que a ordem, a saúde e a
(dita função normativa); a função do Executivo é a moralidade públicas exigem”. É o controle
conversão da lei em ato individual e concreto (dita exercido pelo Estado, das atividades
função administrativa); a função do Judiciário é a praticadas pelo indivíduo, podendo ser
aplicação coativa da lei aos litigantes (dita função discricionário ou vinculado.
judicial).
8. Administração Pública, como é
7. Poderes Administrativos organizada?
Hely Lopes Meirelles ensina que “os poderes
administrativos nascem com a Administração e se Conforme os ensinamentos de Diógenes Gasparini
apresentam diversificados segundo as exigências do “A organização do Estado é matéria constitucional,
serviço público, o interesse da coletividade e os cabendo ao Direito Constitucional discipliná-la,
objetivos a que se dirigem”. enquanto a criação, estruturação, alteração e
atribuições das competências dos órgãos da
Poder Vinculado – No conceito de Administração Pública são temas de natureza
Diógenes Gasparini, “vinculados são os administrativa, cuja normatização é da alçada do
atos administrativos praticados conforme o Direito Administrativo”.
único comportamento que a lei prescreve à
Administração Pública”. O administrador Sendo assim, a organização da Administração
público age no estrito limite legal; Pública compreende suas entidades, os órgãos e
Poder Discricionário – Na lição do agentes.
professor Hely Lopes Meirelles o poder
9. Entidade Pública É o conjunto dos órgãos integrados na estrutura
administrativa das Estatais, tais como: Presidência
Em sentido geral, Entidade é pessoa jurídica, da República, Ministérios e Secretários.
pública ou privada. A organização política e
administrativa brasileira classifica no setor público, 15. Administração Indireta
as entidades em: Estatais, Autárquicas, É o conjunto de entes (personalizados) que,
Fundacionais e Paraestatais. vinculados a um Ministério e/ou Secretaria,
prestam serviços públicos ou de interesse público,
10. Entidades Estatais tais como Autarquias, Fundações Públicas,
São pessoas jurídicas de Direito Público que Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista.
integram a estrutura constitucional do Estado e têm Possuem personalidade jurídica própria e executa
poderes políticos a administrativos, tais como a atividades do governo que são desenvolvidas de
União, os Estados-membros, os Municípios e o forma descentralizada.
Distrito Federal.
16. Empresa Pública
11. Entidades Autárquicas Possui personalidade jurídica de direito privado,
Fazem parte da administração indireta, são pessoas patrimônio próprio, capital exclusivo de ou das
jurídicas de Direito Público, de natureza entidades estatais (União, Estado e/ou Município),
meramente administrativa, criadas por lei criadas por Lei, pode ter mais de um sócio: ECT,
específica, para a realização de atividades, obras ou EMBRAPA, CEF, SERPRO, RADIOBRAS,
serviços descentralizado da estatal que as criou; CASA DA MOEDA.
funcionam e operam na forma estabelecida na lei
instituidora e nos termos de seu regulamento; são 17. Sociedade de Economia Mista
autônomos administrativa e financeira, possui
patrimônio próprio: INSS, BACEN, CVM, DNER, Tem personalidade jurídica de direito privado, criada
INCRA. por Lei, cujo capital social em ações com direito a
voto pertencem à entidade estatal (União, Estado-
12. Entidades Fundacionais membro, Distrito Federal ou Município) ou entidade
Fazem parte da administração indireta. Conforme a da administração indireta: Banco do Brasil,
Constituição Federal são pessoas jurídicas de PETROBRÁS, TELEBRÁS, ELETROBRÁS.
Direito Público; são assemelhadas às autarquias,
criadas por lei específica com as atribuições que 18. Órgãos Públicos - conceito
lhes forem conferidas no ato de sua instituição, são São centros de competências instituídos para o
autônomos administrativa e financeira, sem fins desempenho de funções estatais, através de seus
lucrativos, com patrimônio próprio, desenvolve agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a
atividades não típicas do estado, como exemplo que pertencem. Não tem personalidade jurídica e
temos: IBGE, FUNAI, EMBRATUR, IPEA. nem vontade própria. Cada órgão, como centro de
competência governamental ou administrativa, tem
13. Entidades Paraestatais necessariamente funções, cargos e agentes, mas é
São pessoas jurídicas de Direito Privado cuja distinto desses elementos, que podem ser
criação é autorizada por lei específica para a modificados, substituídos ou retirados sem
realização de obras, serviços ou atividades de supressão da unidade orgânica. Ex.: Tribunais,
interesse coletivo (SESI, SESC, SENAI, etc.); são Ministérios, Secretarias, Corporações Legislativas.
autônomas, administrativa e financeiramente, tem
patrimônio próprio e operam em regime da Petrônio Braz, em sua obra “Direito
iniciativa particular, na forma de seus estatutos, Administrativo Municipal”, define: “por órgão
ficando vinculadas (não subordinadas) a público entende-se a instituição a que se atribuem
determinado órgão da entidade estatal a que funções determinadas com competência para o
pertencem, que não interfere diretamente na sua desempenho de funções estatais”. Não possui
administração. personalidade jurídica e nem vontade própria:
28. Lotação de função ou cargo público ou desviar, sob pena de praticar ato
É o número de cargos de categoria funcional inválido e expor-se a responsabilidade
atribuído a cada unidade da administração disciplinar, civil e criminal, conforme o
pública direta, das autarquias e das fundações. caso; a eficácia de toda a atividade
administrativa está condicionada ao
29. Princípios Fundamentais da atendimento da lei. Na Administração
Administração Pública, quais são? Pública não há liberdade nem vontade
São os fundamentos da ação administrativa pessoal, só é permitido fazer o que a lei
pública, ou seja, os alicerces fundamentais da autorizar. Diógenes Gasparini, em seu
atividade pública; desprezá-los é desvirtuar a livro Direito Administrativo, diz que “a
gestão dos negócios públicos e olvidar o que há Administração Pública, em toda a sua
de mais elementar para a boa guarda e zelo dos atividade, presa aos mandamentos da lei,
interesses sociais. Constitucionalmente deles não podendo afastar, sob pena de
compreende: Princípio da Legalidade, da invalidade do ato e responsabilidade de
Moralidade, da Impessoalidade e/ou Finalidade seu autor”.
e o da Publicidade.
b) Princípio da Moralidade - a
a) Princípio da Legalidade – o primeiro moralidade administrativa constitui
dos princípios administração, consoante o pressuposto de validade de todo ato da
caput do art. 37 da CF, significa que o Administração Pública, sendo que o ato
administrador público está, em toda a sua administrativo não terá que obedecer
atividade funcional, sujeito aos somente à lei jurídica, mas também à lei
mandamentos da lei e às exigências do ética da própria instituição, pois nem tudo
bem comum, e deles não se pode afastar que é legal é honesto; a moral
administrativa é imposta ao agente eficácia e moralidade, por isso mesmo, os
público para sua conduta interna, atos irregulares não se convalidam com a
segundo as exigências da instituição a que publicação, nem os regulares a dispensam
serve e a finalidade de sua ação: o bem para sua exeqüibilidade, quando a lei ou
comum. Para Hely Lopes Meirelles “a regulamento exige. Segundo Diogenes
moralidade administrativa está Gasparini “esse princípio torna
intimamente ligada ao conceito do bom obrigatória a divulgação de atos, contratos
administrador, aquele que, usando de sua e outros instrumentos celebrados pela
competência, determina-se não só pelos Administração Pública direta e indireta,
preceitos legais vigentes, como também para conhecimento, controle e início de
pela moral comum, propugnando pelo seus feitos”.
que for melhor e mais úteis para o O princípio da publicidade dos atos e
interesse público”. contratos administrativos, como exemplo,
além de assegurar seus efeitos externos,
c) Princípio da Impessoalidade e visa a propiciar seu conhecimento e
Finalidade – este princípio impõe ao controle pelos interessados diretos e pelo
administrador público que só pratique o povo em geral; abrange toda a atuação
ato visando o seu fim legal, e o fim legal é estatal, não só sob o aspecto de
unicamente aquele que a norma de divulgação oficial de seus atos como,
Direito indica expressa ou virtualmente também, de apropriação de conhecimento
como objetivo do ato, de forma da conduta interna de seus agentes.
impessoal. Desde que o princípio da
finalidade exige que o ato seja praticado e) Eficiência – introduzida pela Emenda
sempre com finalidade pública, o Constitucional n. 19, este princípio impõe
administrador fica impedido de buscar à Administração Pública a obrigação de
outro objetivo ou de praticá-lo no realizar suas atribuições com rapidez,
interesse próprio ou de terceiros; pode, perfeição e rendimento, além, por certo,
entretanto, o interesse público coincidir de observar outras regras, a exemplo do
com o de particulares, como ocorre princípio da legalidade.
normalmente nos atos administrativos
negociais e nos contratos públicos, casos f) A legislação federal embasada na
em que é lícito conjugar a pretensão do doutrina acadêmica considera ainda os
particular com o interesse coletivo; seguintes princípios para a administração
vedando a prática de ato administrativo pública:
sem interesse público ou conveniência
para a Administração, visando Planejamento – compreende o
unicamente a satisfazer interesses estabelecimento de diretrizes e
privados, por favoritismo ou perseguição metas que deverão orientar a ação
dos agentes governamentais, sob forma governamental, ou seja o Plano
de desvio de finalidade. Segundo Wolgran Geral do Governo;
Junqueira Ferreira (Comentários à Coordenação – visa harmonizar
Constituição de 1988, 452), “a e direcionar sistematicamente
impessoalidade, isto é, o ato todas as atividades da
administrativo, não deve ser elaborado administração, submetendo-se ao
tendo como objetivo a pessoa de que for planejado;
alguém”. Descentralização – atribuir a
outros mediante lei, poderes da
d) Princípio da Publicidade - é a Administração
divulgação oficial do ato para o (Desconcentração);
conhecimento público e início de seus Delegação – transferência de
efeitos externos. A publicidade não é atribuições, mediante ato
elemento formativo do ato, é requisito de administrativo, identificando a
autoridade delegante, a delegada e c) Auto-executoriedade – É a qualidade
o objeto da delegação; do ato administrativo que dá ensejo à
Controle – é verificar e Administração Pública de, direta e
acompanhar os efeitos do que foi imediatamente, executa-lo,
planejado e executado. independentemente de qualquer recurso
ao Judiciário (Diógenes Gasparini,
30. Ato Administrativo – conceito de Direito Administrativo, p.69).
Segundo Petrônio Braz (Direito Municipal na
Constituição, p.236), ato administrativo é toda 32. Ato Administrativo - requisitos
exteriorização, autorizada em lei, unilateral e
formal, da vontade do Estado, através dos seus a) Competência – Hely Lopes Meireles
agentes, no exercício concreto da função (Direito administrativo, p.134) informa
administrativa, dirigida à realização de seus fins; que “nenhum ato – discricionário ou
Para Diógenes Gasparini (Direito vinculado – pode ser realizado,
Administrativo, p 55) o ato administrativo validamente, sem que o agente
produz um efeito de direito: declarar, certificar, disponha de poder para praticá-lo”.
criar, alterar, transferir e extinguir direitos e Deste modo, é nulo o ato praticado por
obrigações. agente incompetente. Segundo
Desta forma, o ato administrativo é toda a Diógenes Gasparini (Direito
manifestação unilateral da Administração Administrativo, p56) “a competência é
Pública, que tenha por fim: Adquirir, intransferível e improrrogável por
Resguardar, Transferir, Modificar, Extinguir e interesse das partes. Contudo, pode ser
Declarar Direitos ou Impor Obrigações aos delegada e avocada, desde que tais
administrados ou a si próprio. modificações competenciais estejam
estribadas em lei”;
31. Atos Administrativos – atributos
b) Finalidade – “É o requisito que impõe
a) Presunção de Legitimidade – Hely seja o ato administrativo praticado
Lopes Meirelles informa que essa unicamente para um fim de interesse
presunção decorre do princípio da público, isto é, no interesse da
legalidade da Administração, que no coletividade. Não há ato administrativo
Estado de Direito, informa toda a sem um fim público” (Diógenes
atuação governamental. O professor Gasparini, Direito Administrativo,p.57);
Petrônio Braz em seu livro Direito
Administrativo Municipal, p.245, diz c) Forma Legal ou Forma Própria –
que “o Estado, estribado no princípio Conforme Diogenes Gasparini 1995,
da presunção da legitimidade, não 57), “é o modo pelo qual o ato aparece,
precisa provar a reularidade de seus revela a sua existência. A inexistência da
atos, cabendo o ônus da prova de forma leva à inexistência do ato,
invalidade a quem invocar”. Com isto, a enquanto a sua inobservância leva à
presunção de legitimidade autoriza a nulidade”. São exemplos de formas do
imediata execução do ato; ato administrativo os Concursos
b) Imperatividade – Para Diógenes Públicos, Licitações, Processos
Gasparini, (Direito Administrativo, Disciplinares;
p.68), “é a qualidade que certos atos
administrativos têm para constituir d) Motivo ou Causa – É a situação fática
situações de observância obrigatória em ou jurídica, cuja ocorrência autoriza ou
relação aos seus destinatários, determina a prática do ato: Exoneração
independentemente da respectiva ad nutum, sob alegação de falta de verba.
concordância ou aquiescência”. Impõe Segundo Hely Lopes Meirelles, “o
a coercibilidade para o seu motivo pode vir expresso em lei como
cumprimento; pode ser deixado ao critério do
administrador. No primeiro caso será Serviços Impróprios do Estado -
elemento vinculado; no segundo, São serviços que podem ser
discricionário, quanto à sua existência e prestados diretamente pelo estado
valorização”.; ou por meio de entidades
descentralizadas, concessionárias,
e) Objeto ou Conteúdo – Para Petrônio permissionárias ou autorizadas;
Braz “representa o resultado visado
pelo ato ou o fim colimado pelo c) Quanto aos Destinatários
agente” (Direito Administrativo Serviço Uti Universal (Geral) – A
Municipal, p.242). Sendo considerado Administração presta para atender a
o efeito imediato que o ato coletividade no seu todo:
administrativo produz, enuncia, Iluminação Pública, Calçamento;
prescreve ou dispõe. Serviço Uti Singuli (ou
individual) - São serviços
33. Serviço Público - classificação determinados a certas pessoas,
Segundo o professor Celso Bandeira de Mello, devendo ser remunerados por taxa
“o serviço público é toda atividade de ou tarifa e não por imposto:
oferecimento de utilidade ou comodidade Telefone, Água.
fruível preponderantemente pelos
administradores, prestados pela Administração 34. Serviços Públicos – competência de
Pública ou por quem lhe faça as vezes, sob regulamentação e controle
regime de Direito Público, instituído em favor Segundo o professor Diogenes Gasparini (1995,
de interesses definidos como próprios pelo 250) a instituição, regulamentação, execução e
ordenamento jurídico”. Tendo a seguinte controle dos serviços públicos, qualquer que
classificação: seja sua espécie ou modalidade de oferecimento
aos usuários, são, em tese, sempre da alçada da
a) Quanto a Essencialidade Administração Pública”.
Serviços Públicos (Próprios) –
São serviços prestados diretamente Já Petrônio Braz em seu livro Direito Municipal
à comunidade pela Administração: na Constituição,(2001, 224), diz que “os
Defesa Nacional, Polícia, Saúde serviços públicos quando essenciais, são
Pública; prestados pela Administração em razão da
Utilidade Pública – São serviços necessidade coletiva. No âmbito municipal são
úteis ou convenientes para a serviços públicos o atendimento à saúde da
comunidade, e prestados pela população, os programas de educação, o
administração ou por terceiros. ordenamento do solo urbano, entre outros, que
Quando o serviço é executado por visam o atendimento às necessidades gerais da
outras pessoas (físicas ou jurídicas), comunidade”. Desta forma, incumbe ao Poder
cabe a administração pública a Público a regulamentação e o controle dos
fiscalização do serviço, mas por serviços públicos.
conta e risco dos prestadores de
serviços : Energia Elétrica, Serviço 35. Serviços Públicos - requisitos
de Gás de Cozinha, Telefonia,
Transporte Coletivo. a) Permanência – Para Gasparini, “é
a continuidade do Serviço Público,
b) Quanto a Adequação não podendo o mesmo sofrer
Serviços próprios do Estado - São solução de continuidade. Quando
os que se relacionam intimamente instituído o serviço, este deve ser
com as atribuições do Poder prestado normalmente”. Não
Público e não podem ser delegados: considera descontinuidade da
Segurança Pública, Saúde Pública. prestação do serviço público
quando interrompido em situação
de emergência, falta de pagamento Responde objetivamente a entidade empresa ou
dos usuários, conforme o art. 6º da pessoa física que recebeu a delegação sem
Lei Federal das Concessões e alcançar o Poder Público, que transfere a
Permissões; execução dos serviços.
b) Generalidade – “O serviço público O estado responde Subsidiariamente (não
oferecido deve ser igual para todos. solidária) pelos danos causados pelo serviço. Se
Deve ser prestado sem qualquer um serviço, por exemplo, Travessia Marítima
discriminação a quem o solicita”; for delegado pelo Poder Público a terceiros,
c) Eficiência – Segundo Gasparini “a caso a embarcação venha a naufragar em
eficiência exige que o responsável decorrência de falha do serviço, a
pelo serviço público se preocupe responsabilidade do Poder Público pelos danos
sobremaneira com o bom resultado aos usuários será subsidiária, mas se a
prático da prestação que cabe embarcação abalroar outra, os prejuízos serão
oferecer aos usuários”; suportados pelo delegado.
d) Modicidade – “A modicidade
impõe sejam os serviços públicos 39. Prestação de Serviço Público – formas
prestados mediante taxas ou tarifas, de
pagas pelos usuários para remunerar
os benefícios recebidos e permitir o a) Serviço Centralizado - é o serviço
seu melhoramento e expansão”; prestado pelo próprio Poder Público;
e) Cortesia – Pelo princípio da
cortesia, obriga-se a Administração b) Serviço Descentralizado - o Poder
Pública a oferecer aos usuários de Público transfere a sua execução a
seus serviços um bom tratamento, terceiros, através de:
(1995, 257/258).
i) Outorga – Na outorga, a
36. Serviços Públicos - remuneração Administração cria por lei, uma
O professor Gaspárini informa que “os entidade (Autarquia, Fundação
serviços públicos são remunerados por taxa ou Pública, Empresa Pública e
tarifa” (1995, 258). A remuneração será Sociedade de Economia Mista) e
efetuada por meio da taxa quando os serviços transfere a titularidade de
forem postos a disposição do cidadão, a determinado Serviço Público ou de
exemplo dos serviços de coleta de esgoto Utilidade Pública. A entidade passa
sanitário e os de distribuição de água domiciliar. a ser independente (administrativa e
financeira) sem interferência do
Os serviços facultativos, que não são impostos Estado conforme o limite legal;
pela Administração Pública, são remunerados ii) Delegação – a Administração
por tarifa ou preço público. Através de tarifa transfere a execução de
são custeados os serviços de telefonia, energia determinado serviço por contrato
elétrica e outros. (Concessão) ou por Ato Unilateral
(Permissão ou Autorização), para
37. Responsabilidade do serviço prestado que o delegado preste serviço
pelo Poder Público público:
O Serviço Público terá a responsabilidade em seu nome, por sua conta e
objetiva. Responde a entidade prestadora pelos risco;
prejuízos comprovados, independente de culpa nas condições fixadas pela
de seus agentes, ficando assegurada a Ação administração;
Regressiva contra os agentes causadores do sob o controle da
dano, quando tiverem agido culposamente. Administração.