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Portugueses celebremos
O dia da Redenção
Em que valentes guerreiros
Nos deram livre a Nação.
Ávante! Ávante!
É voz que soará triunfal
Vá ávante mocidade de Portugal!
Vá ávante mocidade de Portugal!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Música: Alfredo Keil
Letra: Henrique Lopes de Mendonça
Este artigo não seria escrito se não tivesse havido 1º de Dezembro. Ou seria
escrito em Castelhano. Não seria escrito neste jornal, que não existiria. Não
haveria Língua Portuguesa como a conhecemos hoje – teríamos sido
sujeitos a longa aculturação espanhola, somando mais 370 anos de
usurpação aos 60 de domínio dos Filipes.
Não haveria D. João IV, nem D. João V e o seu Convento de Mafra, nem
D. João VI e a originalidade fundadora da corte no Brasil. Não haveria o
próprio Brasil – em lugar dessa criação do génio e do acaso português,
teriam surgido outras coisas, fruto de colonizações retalhadas de
holandeses, franceses, espanhóis e ex-portugueses falando espanhol. Não
haveria o samba e a bossa nova. Não haveria Angola, nem Moçambique. O
espaço de Moçambique estaria repartido por países anglófonos e no de
Angola seria outro retalho qualquer de colonizações holandesa, alemã,
francófona, talvez espanhola. São Tomé e Príncipe estaria na Guiné
Equatorial, como Fernando Pó e Ano Bom. A Guiné-Bissau moraria na
francofonia, Cabo Verde provavelmente também. Não haveria a morna,
nem a coladeira, talvez o zouk de Guadalupe e Martinica. Timor seria
holandês e, portanto, indonésio. Macau teria acabado, pouco depois de ser.
Não teria havido a guerra do Ultramar, porque não teria havido Ultramar.
Não existiria a CPLP. Nem haveria sequer o Fórum Ibero-Americano, antes
qualquer coisa hispano-americana. Não haveria o navio-escola 'Sagres'. O
nosso mar português não seria.
Não teríamos o Eusébio. Não teríamos festejado o louco terceiro lugar do
Mundial de Inglaterra 1966, mas alguns teriam celebrado a Espanha
campeã do Mundo na África do Sul 2010. O Benfica e o FC Porto
provavelmente nunca teriam sido campeões europeus. A Académica nunca
teria ganho a Taça de Portugal – não haveria Taça de Portugal. Com sorte,
Benfica, Porto, Sporting, outro, poderiam ter ganho a Copa Generalíssimo
ou a Taça do Rei.