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A distinção entre alma e corpo

- Não posso duvidar de que existo. Descobri que existo no ato de pensar porque duvidar é uma
forma de pensar.

- É impossível duvidar da nossa existência enquanto pensamento, embora seja possível duvidar
da existência do nosso corpo.

- Portanto, a existência da alma ou do pensamento é totalmente independente do corpo.

A existência de Deus como ser perfeito

- Se duvido e nada conheço a não ser que existo e sou um ser pensante, então sou imperfeito.

- Mas de onde veio esta ideia?

- Comparei as minhas qualidades com as que caracterizam um ser perfeito.

- Logo, sem a ideia de um ser perfeito, não saberia que sou imperfeito.

- Se o sujeito pensante fosse a causa da ideia de ser perfeito, teria de ser causa dos predicados
que constituem a ideia de Deus.

- Como os predicados do ser perfeito (predicados como omnipotência, omnisciência, etc.) são
perfeições, o sujeito pensante teria de ser perfeito para ser o seu autor e como isso não
acontece, o sujeito pensante não pode ser a causa da ideia de perfeito.

- O sujeito tem de reconhecer que a causa da ideia de perfeito só pode ser uma realidade
perfeita. Esse ser perfeito é Deus. Só assim se evita que haja mais realidade no efeito do que
na causa.

- Se a ideia de um ser perfeito existe, necessariamente existe o ser perfeito que a «pôs» no
sujeito pensante. Deus existe como causa da ideia de perfeito.

- Deus afasta a desconfiança no funcionamento correto do nosso entendimento.

- Mostra que Deus é o fundamento metafísico das crenças verdadeiras e que sem ele não há
verdade objetiva.

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