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- Não posso duvidar de que existo. Descobri que existo no ato de pensar porque duvidar é uma
forma de pensar.
- É impossível duvidar da nossa existência enquanto pensamento, embora seja possível duvidar
da existência do nosso corpo.
- Se duvido e nada conheço a não ser que existo e sou um ser pensante, então sou imperfeito.
- Logo, sem a ideia de um ser perfeito, não saberia que sou imperfeito.
- Se o sujeito pensante fosse a causa da ideia de ser perfeito, teria de ser causa dos predicados
que constituem a ideia de Deus.
- Como os predicados do ser perfeito (predicados como omnipotência, omnisciência, etc.) são
perfeições, o sujeito pensante teria de ser perfeito para ser o seu autor e como isso não
acontece, o sujeito pensante não pode ser a causa da ideia de perfeito.
- O sujeito tem de reconhecer que a causa da ideia de perfeito só pode ser uma realidade
perfeita. Esse ser perfeito é Deus. Só assim se evita que haja mais realidade no efeito do que
na causa.
- Se a ideia de um ser perfeito existe, necessariamente existe o ser perfeito que a «pôs» no
sujeito pensante. Deus existe como causa da ideia de perfeito.
- Mostra que Deus é o fundamento metafísico das crenças verdadeiras e que sem ele não há
verdade objetiva.