3 - Yuri

Roxie Rivera Série Her Russian Protector Grupo Rhealeza Traduções
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Grupo Rhealeza Traduções

10/2014
YURI
SÉRIE HER RUSSIAN PROTECTOR #3
Roxie Rivera
Sinopse
Enquanto traçava seu caminho para fora da pior bairro de Houston, Lena jurou nunca deixar
qualquer homem tem poder sobre ela. Depois de uma vida de promessas não cumpridas, de
um pai criminoso e uma mãe que a abandonou, Lena acredita que o amor a torna vulnerável.
Ela nunca foi tentado a testar essa crença ... até que surge Yuri.
Sexy como o pecado e com uma reputação sombria, o bilionário russo Yuri Novakovsky sobre-
viveu a uma infância miserável de pobreza e negligência para subir ao topo do sucesso. Ele
goza das vantagens de sua enorme riqueza sem pensar muito sobre as consequências ... até
surgir Lena.
Quando o pai e o primo de Lena falham em uma operação internacional de roubo de arte, Yuri
aproveita a chance para ser seu protetor. Mas quando os erros do passado ressurgem e amea-
çam a segurança de Lena, Yuri coloca seu amor e confiança em teste. Ele vai provar que ele é o
homem que ela precisa, um homem que ela pode confiar e depender. Um beijo sensual e louco
de cada vez.
Tradução: Perséfone
Revisão: Diana
Leitura Final: Aurora
Formatação: Afrodite
Disponibilização: Afrodite
Grupo Rhealeza Traduções
Capitulo 1
Eu tinha cerca de dez segundos de distância de um colapso que desencadearia

no pior pesadelo de certa supermodelo. Apertando o meu celular com força, eu cerrei
meus dentes e contei até cinco, antes de abordar o segurança que estava guardando a
entrada do 716, o clube onde eu era representante de relações públicas.
— Onde diabo está à reserva que eu fiz Trey?
O musculoso de cabeça bronzeada deu de ombros.
— Ôooh garota dragão, eu só deixo entrar aqueles com as pulseiras laranja.
Não tem pulseira? Não entra.
Eu mordi e enrolei a ponta da minha língua.
— Hei Trey, você sabe, minha melhor amiga vai se casar com Dimitri, o dono do
Front Door Segurança, certo? – Por seu olhar, acreditei que ele havia esquecido. —
Sim, você pode dizer adeus a qualquer chance de um emprego lá.
Com a cabeça doendo, eu caminhei para a entrada barulhenta do clube, sem
esperar por uma resposta desagradável do leão de chácara. Embora o 716 pagasse
bem aos seus seguranças, todo mundo queria mudar para a empresa de Dimitri Stefa-
no. Era uma verdadeira dor de cabeça.
Não só seus seguranças tiveram preferência na abertura do Faze, a nova boate
quente de Houston de propriedade do bilionário Yuri Novakovsky, mas havia rumores
que Dimitri estaria selecionando alguns de seus melhores seguranças para treinamen-
to intensivo, objetivando trabalhar como guarda-costas para ricos e famosos.
Eram bem pagos, e esse bastardo, Trey, não receberia um centavo se eu pu-
desse opinar.
Garota Dragão? Que idiota!

Na entrada do clube, olhei para a multidão, procurando por sinal dos meus in-
gressos para a festa. Eu trabalhei pra caramba para reservar para o grupo de jogadores
de futebol profissional neste fim de semana. Além de artistas de hip hop, ninguém
gasta dinheiro como atletas profissionais. Considerando que a receita do 716 caiu, e
meu trabalho estava em risco, eu precisava de grandes gastadores nas mesas VIP. Mais
importante ainda, frequentadores do clube, queriam acotovelar-se com celebridades.
Eu prometi aos meus milhares de seguidores do Twitter e amigos do Facebook, que
eles teriam a chance de fazer exatamente isso, se eles fossem ao 716 esta noite. Eu
nunca menti aos meus seguidores, e sempre lhes dei exatamente o que eu tinha pro-
metido. Agora, uma espécie de corda de veludo ameaçava a minha reputação. Mas
enquanto eu abria caminho através da multidão, eu me perguntava se ele realmente
confundiu-se. Não seria a primeira vez que seguranças estavam jogando sujo para en-
cher seu próprio bolso, enquanto prejudicava o clube. Como estagiária de RP (Relações
Públicas) trabalhando em alguns clubes menores organizando eventos, eu vi alguns

verdadeiramente sombrios. Tráfico de drogas, prostitutas, menores de idade bebendo;
se houvesse uma briga acontecendo, havia seguranças que não se importavam de su-
jar as mãos por algum dinheiro.
Algo suspeito estava acontecendo aqui... e essa Garota Dragão descobriria. No
bar, eu apoiei as duas mãos no granito polido e empurrei até atingir o ouvido da sexy
brasileira que trabalhava nas noites de sexta.
— Onde está Bobby?
Célia apontou para trás, indicando a parte dos fundos do clube. Durante a noi-
te, os corredores e almoxarifados transformavam-se em um antro de perdição. Prepa-
rando meu espírito, e esperando o pior, abri a porta trancada que levava a parte tra-
seira do edifício. Peguei meu cartão de identificação que estava pendurado no meu
pescoço, e passei no leitor.
Dentro do corredor escuro, fechei a porta firmemente atrás de mim, e deixei
meus olhos acostumarem com a iluminação. A porta fechada silenciava a batida da
música que latejava incessantemente na minha cabeça. Aliviou um pouco. Vivian, mi-
nha melhor amiga e companheira de quarto, avisou que eu ficaria surda aos trinta se
continuasse trabalhando em clubes. Talvez ela estivesse certa. Talvez estivesse na hora
de dar aos meus tímpanos um descanso.
Preparada para o pior comecei abrir as portas. Algumas das salas estavam vazi-
as. Uma estava sendo usada para uma estranha sessão pornô amadora entre duas me-
ninas e um cara vestindo cuecas amarela brilhante. Eu fechei a porta rapidamente e
continuei andando. Outra porta revelou um jovem de faculdade consumindo coca.
Chains, o vendedor, era um marginal que eu tinha especificamente pedido a
Bobby, o chefe da segurança, para manter fora do lugar. Segurando a porta aberta, eu
fiz uma carranca para o garoto.
—Caia fora daqui. Agora! —Ele largou as drogas e quase me atropelou tentan-
do sair de lá.
Chains abaixou-se para pegar seu produto. O garoto o tinha deixado sem rece-
ber o seu dinheiro de volta, assim Chains o guardou no bolso.
—Baby, eu aposto que eu tenho algo aqui que vai acalma-la. —Sua mão acari-
ciou sua virilha.
Eu quase engasguei de nojo.
—Sim? Bem, eu tenho algo na minha bolsa que irá corta-lo fora.
Seus olhos arregalaram-se, mas ele rapidamente recuperou-se.

—Vamos lá docinho. Não seja tão desagradável. Por que não podemos brincar
juntos? Vou incluí-la no meu movimento.
—Não estou interessada Chains. — Eu empurrei meu polegar sobre meu om-
bro. —Está na hora de você ir.
Ele deu um passo em minha direção, mas eu não me mexi. Eu aprendi há muito
tempo atrás, nunca mostrar fraqueza para qualquer homem. Uma das mãos escorre-
gou para seu bolso. Eu inclinei meus ombros e apoiei o peso no meu pé. Mesmo com
saltos altos, eu poderia ainda chutar a bunda dele.
—Se você me tocar, você estará rastejando para fora daqui com suas bolas em
seu bolso.
—Ai mami! — Ele riu, mas colocou ambas as mãos no bolso. —Tudo bem. Não
precisa dizer duas vezes. Eu estou fora daqui.
Quando ele passou por mim, seus olhos estreitaram-se.
—Você parece familiar. Tem certeza que não é do meu bairro?
O lembrete do lugar de onde eu vinha não era agradável.

—Qualquer coisa é possível.
Seus olhos arregalaram-se com súbito reconhecimento.
—Espere! Eu sei! Você é parente de Tommy Cruz?
Eu me encolhi com a menção de meu primo.
—Sim. Por quê? —Ele sugou o ar por entre os dentes e fez uma careta. —Muito
ruim que o trabalho dele fodeu né?
—Eu não sei o que você está falando. —Eu realmente não sabia. Tentei ficar
longe das atividades criminosas do meu primo e do meu pai rebelde. Francamente, eu
não me importo. Agora vá.
Parecia que ele queria me dizer outra coisa, mas não o fez. O babaca caminhou
pelo corredor. Tive a certeza que ele saiu antes de virar as costas. O bairro de merda
de onde eu vinha me ensinou numerosos truques de sobrevivência
Três portas depois eu finalmente localizei Bobby. Minha barriga deu uma gui-
nada com a visão dele transando com uma garota. De altura mediana e barrigudo,
Bobby não era o tipo de homem que uma garota jovem, loira e sexy transaria numa
sexta-feira à noite. Sua minúscula tanga pendia em um dos tornozelos. Ela tinha a
bunda vermelha, e sua saia estava ao redor da cintura. A bunda branca pastosa de
Bobby bombeava, enquanto ele empurrava nela. Ele parecia um porco maldito en-
quanto ele resmungava e bufava.
Claramente, ele não estava muito preocupado com seu prazer. Ela parecia tão
animada como uma menina que faz a visita anual ao ginecologista. Quando ele final-
mente gozou, ele empurrou e fez o mais estranho ruído. Não havia nenhuma dúvida
em minha mente, que eu seria assombrada pelo som de Bobby tendo um orgasmo,
para o resto da minha vida. Ele puxou para fora, e deixou que a jovem mulher caísse
no chão sem cuidado com sua segurança. Ela caiu sobre os dois pés, mas cambaleou
precariamente. Infelizmente eu dei uma boa olhada no seu atarracado... você sabe o
que. Agora eu estava quase certa que eu nunca seria capaz de fazer sexo novamente. A
visão disso era muito para mim. Onde estava o colírio quando uma menina precisava?
Bobby olhou de soslaio para mim.
—Dê-me cinco minutos para me recuperar Lena. Eu adoraria dobrar você em
cima daquela pilha de bebida.
Eu mostrei o dedo.
—Você é um porco.
—Isso só foi uma transa.

A mulher encolheu-se com constrangimento e eu sofri por ela.
—Você está bem?
—Eu estou bem.
Ela não estava. Eu odiava pensar que ela se degradou para entrar no clube, mas
não era incomum. As meninas que não conseguiam entrar no Faze, tentavam o 716. Se
elas não podiam entrar pela porta da frente, elas tentavam agradar os olhos dos segu-
ranças. A moeda de negociação por aqui são os quartos.
E isso me fez doente. Esta linha de trabalho estava começando a matar a minha
fé na humanidade.
Enfrentando a humilhação, ela subiu sua calcinha e empurrou para baixo sua
saia. Ela estendeu a mão para Bobby, com o lado da palma da mão para cima. E se eu
tivesse interrompido uma prostituta trabalhando?
Bobby enfiou a mão no bolso e tirou uma pulseira laranja brilhante. Ele deposi-
tou em sua mão.
—Divirta-se.
A mulher correu para fora da sala, batendo em mim e me jogando na parede.
Eu esfreguei meu braço e olhei para Bobby.
—Onde diabos você conseguiu isso?
—Conseguiu o que? — Ele ficou quieto e enfiou o pênis de volta em suas

Calças.
—Não brinque comigo hoje à noite Bobby. Onde você conseguiu as pulseiras?
—Eu não sei. Encontrei-as no bar.
—Mentiroso. — As peças encaixaram-se. —Deixe-me adivinhar. Alguém da Fa-

ze pagou você para trocar as pulseiras que deveriam ser enviadas a minha festa priva-
da certo? Eles recebem a cor errada, são barrados na porta para que eles possam ir ao
Faze. Vocês ficam com as pulseiras laranja e vendem para quem quer entrar na área
VIP, prometendo que irão participar da festa com celebridades? É este o enorme gol-
pe?
—Está tudo combinado com você? —O que diabos há de errado com você? —
Você não sabe o quanto este clube precisava dessa festa? Como você acha que você é
pago?
—Tudo que eu sei é que antes de você vir, eu estava fazendo dinheiro na porta
dos fundos. Eu perdi tudo que vinha daqui. Então você passou sua fúria sobre os me-
nores de idade bebendo, drogas e as prostitutas. Como diabos eu vou sobreviver?
—Então é disso que se trata? Vingança? — Eu zombei de seu plano. —Se você
estragar o clube, você está sem emprego também.
—Eu posso conseguir um emprego em qualquer lugar. Você? —Boa sorte para
conseguir alguém que contrate a menina que mandou o clube mais quente de Houston
para o chão.
—Você é um idiota.
Ele sorriu amplamente e fez cara de beijinho para mim. Desgostosa, eu me virei
e deixei a sala. Voltei para o clube, e tentei pensar numa forma de salvar a noite. Se eu
pudesse encontrar Danny, o dono do clube, e conseguir a redução do preço das bebi-
das de boa qualidade que tínhamos abastecido na expectativa de celebridades da área
VIP, conseguiríamos encher o lugar com jovens universitários à procura de diversão.
Eles gastam muito mais do que se propõe, senão houver couvert e uma pro-
messa de bebida barata. Eu rapidamente fiz as contas entre o preço de atacado que
ele pagou, e o que eu pensei que meus seguidores pagariam.
Eu o procurei entre a multidão na pista de dança e fora dela. Finalmente avistei
Danny, e consegui sua atenção acenando minha mão. Ele tinha uma expressão que não
inspirava nada de bom. Meu estômago deu um nó com ansiedade.
Quando me aproximei o suficiente, Danny agarrou meu braço. O medo socou
meu estômago. Eu tentei escapar, mas ele agarrou-me mais duramente. Antes que eu
pudesse me recuperar do choque de ser maltratada assim, Danny girou e me empur-
rou para trás. Eu tropecei e quase não consegui recuperar o equilíbrio enquanto ele
me arrastava pela multidão para uma porta privada. Ele me arrastou para o corredor
que levava ao seu escritório.
—Solte-me! — Eu arranquei meu braço de suas mãos, e empurrei seu peito. Ele
cambaleou para trás e bateu na parede. Quando ele olhou para mim, eu esfregava o
local onde o meu braço latejava.
—Você nunca coloque as mãos em mim de novo!

—Eu possuo você Lena. Este clube fez sua carreira. Eu vou colocar as minhas
mãos sempre que eu quiser.
—Experimente Danny. Vou vê-lo em algemas. —Meu nariz sentiu o cheiro de
álcool que saia de sua boca. —Você está bêbado.
—E você é uma porra patética. Para que diabos eu te pago Lena? Onde está a
festa que você me prometeu? Hum? Ultimamente você é só promessa, mas não passa
disso. — Com um sorriso sarcástico, ele sussurrou: — Você é como uma prostituta de
luxo, que nunca fica molhada. Eu posso-te foder, mas não vai ser bom.
Eu cambaleei para trás em choque com sua feia observação. Não era a primeira
vez que ele dizia algo que me afetasse. Ele tinha reputação de ser um verdadeiro idio-
ta, mas eu aprendi a lidar com ele. O trabalho de relações públicas para as casas no-
turnas mais famosas exigiam uma pele grossa. Nesta linha de trabalho, eu tinha cresci-
do acostumada a lidar com o abuso verbal e assédio sexual flagrante. Se não eram os
proprietários do clube, eram os grandes jogadores com mãos ávidas, ou os músicos
que pensavam que toda mulher queria pular em suas costas ou cair de joelhos.
Eu sempre disse a mim mesma que essa seria a última vez que eu deixaria al-
guém falar assim comigo, mas o medo de perder meu trabalho, de derrubar a minha
carreira escada abaixo, que eu tinha lutado tanto para subir, me parava. A lembrança
viva da minha infância me deixava desejando a segurança de um salário fixo.
Mas desta vez eu tive o suficiente. Eu era melhor do que isso.

—Eu não tenho que aguentar essa merda.
—Se você sair daqui eu vou sujar sua imagem. Eu vou dizer a todos como você
arruinou o meu clube, você vai ter sorte de conseguir ser contratada em um dos bares
no aeroporto.
—Como eu arruinei seu clube? — Irritada, eu gritei: - Eu salvei a sua licença co-
locando para fora as prostitutas, as crianças do ensino médio e as drogas. Eu trouxe
uma nova e melhor clientela com dinheiro, mas você é ganancioso. Você arruinou este
lugar. —Eu entrego os pontos. —Estou acima disso Danny. Estou fora.
—Eu vou te dizer quando você está fora!

Revirando os olhos para a sua ameaça vazia, eu caminhei até a porta e saí do
clube. Cada passo que eu dava, eu sentia o aperto no meu peito diminuir, eu podia
respirar com mais facilidade. Durante semanas, eu estive carregando e sufocando o
estresse. Isso ia me matar.
Depois que meu colega de trabalho roubou minhas ideias e pulou fora do barco
para trabalhar de relações públicas na equipe dedicada ao Faze, meu chefe na entre-
gou-me as rédeas completas do 716.
Basicamente ele me deu um copo para socorrer um navio afundando. Danny

errava cada vez mais, e os seguranças eram chefiados por Bobby; impossível trabalhar
ao lado deles. Os bartenders estavam ganhando reputação de diluir as bebidas, substi-
tuindo pelas baratas como se fossem as boas. Eu tinha muita dificuldade de contratar
DJs depois que uma sangrenta briga estourou na área VIP, porque certo DJ se meteu
com a garota de uma estrela de rap local. Eu adverti Danny para não contratar os dois
ao mesmo tempo, mas ele me escutou?
Fora, eu ignorei o assobio de Trey e fui para a esquina em busca de um táxi. Eu
não tinha dúvidas que Danny manteria sua ameaça para me demitir. Eu estava na cor-
da bamba. Esta seria a gota d'água para o meu chefe.
Ele esteve no meu pé na última semana, porque prestei serviços particulares.
Não havia nada no meu contrato que dissesse que eu não poderia ter clientes exter-
nos, mas isso não o impediu de me acusar de colocar meus próprios interesses antes
do da empresa. Era uma mentira deslavada, é claro. No último mês, eu trabalhei em
média setenta e oito horas por semana para os meus clientes da empresa. Nenhum
deles queixou-se sobre a qualidade do meu trabalho. Como sempre, eu recebi boa
avaliação e mantive meu padrão, mesmo estando movida a cafeína.
Um táxi parou no meio-fio, eu pulei para o banco traseiro. Eu encontrei o olhar
do motorista no espelho retrovisor.
—Para onde você vai querida?
Deus, não era esta à única questão da noite! Aonde diabos eu iria? Para onde
minha vida iria? Minha carreira? Eu não tinha a menor ideia, e isso me assustou. Sen-
tindo-me impotente e confusa, eu poderia pensar em um só lugar.
—Leve-me para o Faze.
—O clube noturno?
—Sim.
Eu tinha contas a acertar com Yuri Novakovsky.
Entrando no setor privado de sua boate em Houston, Yuri fechou os olhos e re-
laxou. Ele teve um inferno de semana. No ano passado, ele estava trabalhando num
projeto de gasoduto que levará gás para as usinas que ele era proprietário na Rússia. O
sistema era como uma teia de aranha que cobria a Europa. No último mês, pequenos
problemas continuaram surgindo no que deveria ser um negócio fácil. Toda vez que
ele apagava um fogo, outro parecia despertar um inferno em fúria.
Apesar do estresse de tudo isso, ele não trocaria sua vida por nada. Ele chegou
ao auge do sucesso, o que a maioria dos homens só podia sonhar, e ele tinha feito tu-
do antes de chegar aos quarenta. Ele viera com menos do que nada, e disparou para
um escalão de riqueza tão astronomicamente alto, que havia apenas um punhado de
pessoas em todo o mundo que poderiam comparar-se a ele.
Mas todo o dinheiro do mundo não poderia comprar o que ele mais queria. Ele
tinha iates, carros, casas e clubes noturnos. Com uma chamada, ele poderia ter um
jato particular abastecido e no ar para qualquer continente que ele desejasse. Onde
quer que fosse lindas mulheres praticamente jogavam-se para ele, e ele aproveitou
pouco.
Mas a que ele realmente queria não o enxergava. Uma vez, ele estupidamente
acreditou que não havia portas que seu dinheiro não podia abrir. Agora Yuri sabia me-
lhor. Havia uma porta que nenhuma quantidade de dinheiro no mundo poderia des-
bloquear, e era a única porta que ele queria desesperadamente abrir.
—Senhor?
Perdido em seus pensamentos, Yuri não tinha notado que seu guarda-costas,
Derek, o chamava.
—Sim?
—Big V quer que você saiba que a senhorita Cruz está na porta da frente. Você
disse que queria ser informado sempre que ela visitasse o clube.
Embora ele tenha educado sua expressão fria e reservada, Yuri experimentou
um aumento de excitação. Seus batimentos cardíacos aumentaram com a ideia de vê-
la novamente. Ela não vinha sozinha para o seu clube. Normalmente era Erin quem a
arrastava. Por que ela viria aqui esta noite?
A vibração de esperança invadiu seu peito, mas repeliu-a rapidamente. Se havia
uma coisa que tinha aprendido sobre Lena Cruz, é que ela nunca foi previsível.
—Traga-a para mim, Derek.
—Sim, senhor.
Depois que seu guarda-costas saiu, Yuri saiu de sua cadeira confortável e mu-
dou-se para a varanda com vista para a pista de dança. Seu olhar procurou e concen-
trou-se em Lena. Mesmo a distância... suspirou.
Esta noite ela vestia uma roupa que abraçava suas curvas. A saia era turquesa
pálido, o top preto sem alças esboçava sua forma sexy perfeitamente. Ondas de cabelo
escuro caiam ao redor de seus ombros nus. Ela conseguiu que se fundissem numa mis-
tura perfeita e elegante.
Como ele, os homens na pista de dança não conseguiam tirar os olhos dela. Al-
guns caras tentaram dançar com ela, mas ela congelou-os no lugar com aquele olhar
gelado. Em toda a sua vida, Yuri conhecia apenas uma pessoa que poderia fazer pesso-
as fugirem com um olhar, era Nikolai. Ele sabia exatamente como Nikolai desenvolveu
esse especial talento, mas Lena era nada mais que um mistério para ele.
Jake, seu outro guarda-costas chegou perto de Lena. Ele sussurrou em seu ou-
vido e gesticulou para a seção VIP. Seu olhar saltou para a varanda. Em vez do sorriso
que ele esperava, Yuri recebeu apenas uma carranca. Raiva brilhava em seus olhos
escuros. Algo lhe dizia que não seria uma conversa fácil.
Preparou-se para o pior, e recuou para longe do corrimão. Se houvesse mais
tempo, ele pediria uma bebida forte para tomar. Seu estômago apertou com o nervo-
sismo. Quando foi a última vez que uma mulher o tinha afetado como esta?
Lena atravessou a divisória que separava a seção privada do restante da área
VIP. Deus, mas ela era ainda mais bonita de perto. Seu olhar desviou para aqueles lá-
bios vermelhos e carnudos dela. O que ele não daria para reclamá-los apenas uma
vez!
—Eu pensei que nós éramos amigos, Yuri.
Franzindo a testa, ele insistiu:
—Nós somos.
—Somos? — Ela deu mais um passo em direção a ele. Levantando o dedo, ela
apontou para o vazio entre eles. —Quando você soube a forma como Harry roubou
minhas ideias e as usou para ser contratado por uma empresa, você me prometeu que
o demitiria. Você jurou para mim que você não gostava de fazer negócio sujo.
—Eu o demiti e eu não gosto de negócios sujos.

—Mentira! — Ela gesticulou com raiva sobre o ombro. —Eu passei pela sua á-
rea VIP embalada com a festa que eu tinha arranjado para o 716. Alguém no seu clube
pagou um dos seguranças do 716 para mudar as pulseiras prioritárias, por isso os con-
vidados para minha festa foram barrados na porta e vieram pra cá. Isso é tão sombrio
Yuri.
Ele não tinha ideia do que ela estava falando, mas acreditava na versão que ela
contava. Ela nunca lhe deu qualquer razão para duvidar dela.
—É ele concordou. —Mas eu não tenho nada a ver com isso.

—É o seu clube Yuri. Percebo que você é apenas o dinheiro por trás do empre-
endimento, mas você define o tom para os funcionários. Se eles pensam que podem
escapar com estes tipos de truques, eles fazem.
—Eu sinto muito. Eu verei isso. — Ele podia ver o quão chateada ela estava por
ter sido sabotada. —Deixe-me fazer isso direito. Quanto dinheiro o 716 perdeu hoje à
noite?
Sua mandíbula ficou tensa.
—Eu não quero o seu maldito dinheiro Yuri. Não é por isso que eu vim para cá.
—Por que você veio aqui?
—Eu...— A voz de Lena parou e os ombros caíram. Ele testemunhou a luta dela
para deixá-lo saber pelo que diabos ela tinha passado esta noite. Enrugou sua testa,
baixou o olhar e abanou a cabeça.
—Eu simplesmente não podia aguentar mais. Eu tinha que sair daquele lugar, e
então eu peguei um táxi e estava com tanta raiva. Eu queria vir aqui e gritar com você
e dizer-lhe que estava me sabotando, mas é claro que você tinha que ser totalmente
razoável. Por que você sempre tem que ser tão perfeito?
Ele não sabia como responder a essa acusação. Desesperado para aliviar o cli-
ma tenso ele brincou:
—É um presente.
Ela bufou cruelmente e enxugou suas bochechas. Quando ela levantou o rosto,
o coração de Yuri falhou. As lágrimas brilhavam em seus olhos escuros e pingavam
sobre suas bochechas. Surpreso por sua incomum demonstração de emoção, ele cru-
zou a distância entre eles em três longos passos.
—Yelena. Ele parou quando havia apenas alguns centímetros entre eles. Seu
perfume, esse perfume alegre que ele sempre associava com ela, chamou por ele. Ele
queria deslizar os braços ao redor dela e trazê-la para perto, mas ele hesitou. Não que-
rendo fazê-la desconfortável, ele enfiou a mão na jaqueta e retirou um lenço. Ela não
lutou com ele quando ele enxugou as trilhas molhadas das bochechas. Olhando para
ele através dos cílios grossos, Lena estava muito atraente. Ele lutou contra a vontade
de levantar seu queixo e reivindicar aquela boca sensual.
—Eu sinto muito. — Ela baixou o olhar em constrangimento. —Eu não deveria
vir aqui. Agora eu devo ser uma linda bagunça.
—Você não está - assegurou a ela. —Estou feliz que você veio até mim.
Perceber isso era a chance que ele estava esperando, e ele aproveitou.
—Vamos sair daqui. Vamos encontrar um lugar calmo para conversar.
Seus lábios separaram-se quase que imediatamente, e ele ficou tenso na ex-
pectativa de uma rejeição. Ela o surpreendeu, concordando com um aceno.
—Tudo bem. Vamos.
Esperança deflagrou dentro dele. A noite era uma criança, e nada poderia a-
contecer agora.
Capítulo Dois
Eu ainda não conseguia acreditar que eu estava sentada no banco de trás de

um dos carros ridiculamente caros de Yuri. O sexy como pecado bilionário russo, sen-
tou a meros centímetros de mim. Senti o calor do seu corpo, sua personalidade. Por
mais que tentasse, eu não podia negar minha atração por Yuri. Ele estava sob a minha
pele de uma forma que nenhum homem jamais esteve. Eu estava realmente come-
çando entender o que Erin e Benny queriam dizer, quando descreveram a atração ins-
tantânea por seus pedaços russos.
Tal como os seus melhores amigos, Ivan e Dimitri, Yuri possuía essa habilidade
impressionante para ser comandante e incrivelmente alfa, sem controle ou arrogância.
Isso me enfureceu. Eu desesperadamente queria um motivo para não gostar
dele. Ele representava muitos desafios. Yuri costumava comprar o que queria, e eu não
era esse tipo de garota. Eu trabalhei duro para conseguir uma educação e usa-la em
meu benefício. Eu com certeza não tive um pai para adoçar a minha vida, que achava
que poderia me manter feliz comprando-me coisas boas.
No entanto, lá estava eu, andando pelas movimentadas ruas de Houston em
um sábado à noite com ele. O que diabos você está fazendo? Meu celular tocou e vi-
brou dentro da minha bolsa. Era a terceira vez que tocava desde que eu subi no carro
de Yuri, mas eu não estava com nenhuma pressa para responder.
—Você não vai atender? Eu não me importo.

Olhei para Yuri e balancei a cabeça.
—Não.
Suas sobrancelhas arquearam com surpresa.
—É alguém que você quer ignorar? Um namorado talvez? —Não havia como
confundir a dica de ciúme em sua voz.
—Eu não estou saindo com ninguém. — Incerta do porque tinha confessado o
triste estado da minha vida pessoal, peguei minha bolsa. Colocando no mudo o meu
telefone eu expliquei:
—É o meu primo, Tommy. Ele provavelmente quer pedir dinheiro emprestado.
—Entendo.
Ele não acreditou, eu tinha certeza, mas eu deixei passar. Meus pensamentos
viajaram de volta para o que Chains disse no 716. O que ele disse? Tommy tinha um
trabalho. Eu gemi interiormente e rezei para que meu pai não estivesse envolvido.
Nos últimos anos, meu pai tinha preparado Tommy para tomar as rédeas dos
negócios ilícitos da família. Havia apenas um homem em Houston que negociava bens
caros roubados, que era o meu pai. Não era um fato que eu anunciava. Como parte da
história da minha família, era um detalhe que eu mantinha deliberadamente em silen-
cio.
Apenas Vivian sabia a absoluta verdade da minha louca e sórdida família. E nes-
se departamento, pelo menos, ela me vencia.
Não querendo abrir a porta para uma discussão sobre minha família disfuncio-
nal, eu perguntei:
—Então, o que estamos fazendo?
—Eu não sei — ele admitiu com um sorriso surpreendentemente nervoso. —O
que você gostaria de fazer?
Meu estômago deu uma pequena cambalhota com a visão de seu torto sorriso
de menino.
—Eu não me importaria em comer alguma coisa.

Yuri empurrou o punho da camisa e consultou o relógio. Meu olhar demorou
em seu relógio absurdamente caro.
A cara pulseira de couro marrom-chocolate complementava sua bronzeada pe-
le. Com uma frota de iates a sua disposição, eu não fiquei surpresa que ele mantinha-
se o ano todo bronzeado.
—Samovar ainda está aberto. Tenho certeza de que Nikolai não se importaria
de nos atender.
O restaurante russo de propriedade de seu amigo Nikolai, estava na zona de
conforto de Yuri. Fiquei imaginando como seria, e se gostaria de tê-lo em meu territó-
rio.
—Você quer saber o que mais? Eu tenho uma ideia melhor. Vai ser por minha
conta.
O Interesse despertou em seus olhos castanhos.
—Por sua conta hein?
Minha nossa, havia um longo tempo que eu não levava alguém para comer.
Rindo baixinho, eu peguei o meu telefone e abri minha timeline do Twitter. Le-
vei alguns segundos para encontrar o que eu precisava. Minha comida favorita: carri-
nhos de lanche em estacionamentos de fim de noite. Esta era a única maneira de en-
contra-los. Munida do endereço, inclinei-me para frente e dei ao motorista as indica-
ções.
—Eu acho que você vai gostar de onde eu vou levá-lo.
Ele murmurou alguma coisa em russo e eu estreitei os olhos. Com uma sacudi-
da do meu dedo, brincando o adverti:
—Nada disso Yuri. Erin e Benny podem achar que é bonito quando seus namo-
rados fazem isso, mas eu não.
Yuri sorriu.
—Você não acha que eu sou bonito?

Nervosa, olhei em direção a janela.
—Eu não tenho certeza se bonito é a palavra que eu usaria para descrevê-lo.
—Lena?
—Sim?
—O que aconteceu esta noite? Não foi simplesmente a sabotagem que trouxe
você para meu clube.
Por um longo momento eu olhei para fora da janela, observando as luzes bri-
lhantes da cidade. Finalmente, eu disse: - Eu realmente odeio o meu trabalho.
—O quê? — Ele parecia tão surpreso. —Mas você é tão boa nisso.
Com um suspiro eu virei o rosto para ele. —Você pode ser muito bom em algo
e não gostar dele.
—É Relações Públicas que você não gosta ou é o ambiente da empresa?
Eu considerei sua pergunta.
—A empresa, eu decidi. —Foi um ótimo lugar para trabalhar quando eu come-
cei lá como estagiária, e até mesmo no início quando eles me contrataram como re-
presentante tempo integral.
—Mas alguma coisa mudou?
Eu balancei a cabeça.
—Minha chefa, Lisa, decidiu seguir o marido para Atlanta onde ele foi contra-
tado como neurocirurgião por um longo período. Eles não promoveram ninguém de
dentro para preencher seu lugar, mas contrataram alguém de fora da empresa. Eu
acho que os problemas começaram então.
—Por que você ficou tanto tempo?
—Eu não sei, eu admiti. —Faço-me a mesma pergunta o tempo todo. Aliás, há
dois meses, eu tive uma conversa quase exatamente como esta com Benny.
—E o que ela sugeriu?
—Que eu usasse minhas conexões, o meu blog e minha mídia social enorme, e
trabalhasse por conta própria.
—E por que não fez?
Dei de ombros.
—Dinheiro. Medo.
—Por que vale a pena— disse Yuri —Eu fiz alguns dos meus maiores ganhos,
quando tive ofertas sobre a mesa que me apavoravam. As pessoas sempre dizem para
ouvir o seu instinto, mas às vezes você tem que fechar os olhos e saltar Lena.
Enquanto eu refletia sobre o seu conselho, ele estendeu a mão para tocar meu joelho.
Nossos olhares encontraram-se no escuro. Segurei minha respiração e esperei que ele
falasse.
—Você é brilhante Lena. Você tem grandes instintos e ideias inovadoras. Você
é engraçada e espirituosa, e você sabe como trabalhar com seus contatos. Você vai
cair de cara no chão, se você trabalhar por conta em seu país? Não, definitivamente
não. Vai ser um sucesso imediato? Não. Você pode construir algo bem sucedido com
um ou dois anos de trabalhado duro? Sim. Com certeza.
Engoli em seco com seu voto de confiança.
—Você parece muito certo.

Seu sexy sorriso fez meu estômago oscilar.
—Eu nunca estou errado. Ele arqueou uma sobrancelha.
—Nunca?
—Nunca.
O carro diminuiu a velocidade e fez uma curva em um estacionamento movi-
mentado, com uma multidão de frequentadores. Alguns dos mais famosos chefs da
cidade trabalhavam em caminhões de alimentos nos fins de semana, para atender
pessoas que saem famintas de teatros, galerias de arte e clubes da área. Ao longo dos
últimos anos, eu me tornei amiga de Tai e Chuy, dois chefs que possuíam um restau-
rante na cidade. Quando começaram a ter dificuldades no negócio, eu lancei a ideia
deles trabalharem juntos e comprarem um caminhão de alimentos que oferecesse
uma mistura deliciosa de suas cozinhas asiáticas e mexicanas. Eu usei minha platafor-
ma de mídia social para trazer clientes para seu caminhão durante as primeiras sema-
nas cruciais. Eles fizeram enorme sucesso, eles estavam prestes a comprar um segundo
caminhão que iria atender as pessoas do centro.
Como sempre, eu digitei no meu telefone para atualizar o meu status e locali-
zação. Algo me parou. Olhando para Yuri, eu perguntei:
—Seria uma péssima ideia eu marcá-lo neste post?

Relutantemente, ele confirmou a minha suspeita.

—Eu tento ter cuidado com esse tipo de coisa. Houston é um lugar incrivelmen-
te seguro, e eu nunca tive qualquer problema aqui, mas nunca se sabe.
Seu olhar saltou para a janela e ao vulto esperando lá.
—Meu guarda-costas não ficaria feliz por ter minha localização transmitida.
Troquei a minha postagem e não fiz nenhuma menção de Yuri. Eu só podia i-
maginar que tipos de pessoas queriam machucá-lo. Um homem com seu dinheiro e
sua reputação nos negócios, provavelmente fez alguns inimigos reais ao longo do ca-
minho.
Quando saímos do carro, os dois guarda-costas nos seguiram em todos os luga-
res. Eles nos cercavam. Yuri fez sinal para eles nos darem algum espaço. Quando nós
nos juntamos à fila longa e sinuosa do caminhão de Chuy e Tai, eu não poderia deixar
de perguntar:
—Você não se sente estranho?
Ele olhou para o intimidante guarda-costas em seu terno escuro e com fones de
ouvido escondidos girando para baixo de seu pescoço.
—Você se acostuma com isso.
Tristeza tomou conta de mim. Não poderia ser fácil viver em um aquário, cons-
tantemente seguido e vigiado.
—Eu sinto muito que você precise deles.
Ele deu de ombros.
—É o preço do sucesso. Fico feliz em aceitá-lo em troca das outras oportunida-
des que ele me oferece.
Yuri estendeu a mão e levou alguns fios do meu cabelo para trás do meu om-
bro. As pontas dos dedos roçaram minha pele, o toque me queimou, causando uma
vibração trêmula em meu baixo ventre, acompanhada de um pequeno aumento na
minha frequência cardíaca. Surpreendeu-me como facilmente esse homem me afetou.
Quando seu olhar caiu para o meu braço, os olhos de Yuri estreitaram e a raiva
brilhou em seu rosto. Cuidadosamente, ele passou a pontas dos dedos ao longo da
minha pele.
—Quem fez isso em você?
Olhei para as manchas feias formando e fiz uma careta.
—Não é nada.
—Yelena. — Ele usou o meu nome completo, seu sotaque russo grosso quando
ele enfatizou as sílabas. —Por favor, não minta para mim. Será que alguém te machu-
cou?
—Foi apenas uma coisa estúpida no trabalho. Danny me agarrou, mas eu esca-
pei dele. É uma das razões para que eu saia.
Seu queixo quadrado ficou visivelmente tenso. Raiva gravada nas linhas duras
de seu rosto bonito.
— Ele tocou em você antes disso?
Surpresa por sua indignação, eu insisti:
—Yuri, eu lidei com isso. Não é grande coisa.

—Não é grande coisa? — Ele praticamente gritou pra mim. —Um homem agar-
rou e machucou você. É imperdoável. É vergonhoso.
Indignação brotou dentro de mim.
—Yuri, eu posso cuidar de mim mesma.
—Eu não disse que você não podia. — As pontas dos dedos suaves moveram-se
sobre meu braço ferido. —Se você fosse minha...
—Eu não sou sua, eu interrompi sem pensar. Quase que instantaneamente, eu
odiei-me por isso. Ele se encolheu, sua bochecha ficou apertada por um milésimo de
segundo, e deixou cair à mão.
—Yuri, eu não...
—Não, ele disse suavemente. —Está tudo bem. Eu entendo.
Desesperada para fazê-lo entender, e certa que eu tinha acabado realmente de
pisar nele, eu agarrei sua mão e o puxei para fora da fila. Nós já estávamos atraindo
bisbilhoteiros, e eu queria um pouco de privacidade. Os guarda-costas nos sombrea-
vam, mas eu percebi que não havia como afastar aqueles dois.
Por alguns segundos, eu simplesmente segurei a sua mão e olhei para ele. Ele
parecia confuso e eu não podia culpá-lo. Eu estava enviando sinais misturados como
uma louca.
Com um suspiro ruidoso, eu confessei:
—Você me assusta, Yuri.
Seus olhos arregalaram-se. Preocupado, ele aproximou-se de mim.
—Fiz algo que te magoou?
—Não, eu assegurei a ele apressadamente. —É que não gosto disso. —Procurei

direito às palavras. —Você é grande e sexy, poderoso e rico e eu… eu não sou o que
você quer. Eu sou uma grande ninguém e você...
—Você não é uma ninguém! — ele interrompeu bruscamente.
Fiquei surpresa com a emoção em sua voz. Engolindo em seco, perguntei mais
uma vez:
—O que você quer comigo? Isso é apenas um jogo? Você está me perseguindo
porque você acha que eu estou jogando duro para conseguir?
—Você está jogando duro para conseguir?
Eu balancei minha cabeça.

—Eu não gosto de jogos, Yuri.
—Nem eu. — Ele se atreveu a chegar perto e acariciar minha bochecha. —Lena,
você me tenta de maneira que eu não posso nem descrever. Você me faz querer tudo.
Meu coração disparou no meu peito quando as pontas dos seus dedos arrasta-
ram-se ao longo de minha pele. Tentei engolir, mas minha boca estava seca.
—Tudo? — Balançando a cabeça, ele segurou meu rosto com uma das mãos.
Sua boca curvou-se em um pecador sorriso. Mas podemos começar com um beijo.
Quando sua boca baixou na minha, eu experimentei um flash de pânico. Mais
do que qualquer coisa no mundo, eu queria sentir os lábios de Yuri contra os meus,
mas eu era inteligente o suficiente para saber que estava brincando com fogo. Ele que-
ria tudo e eu queria… bem... eu realmente não sabia o que diabos eu queria.
Mas eu fechei os olhos e fiquei nas pontas dos pés. Os lábios de Yuri encosta-
ram-se aos meus brevemente e depois desapareceram. Um pouco decepcionada com
o beijo casto, eu olhei para ele confusa. Um sorriso maroto apareceu em sua boca. Ele
segurou minha nuca e abaixou a boca para a minha.
Desta vez o beijo foi mais insistente, quase comandante. Eu choraminguei um
pouco e agarrei o seu braço, meus dedos agarrando o tecido de seu blazer. Eu fui bei-
jada muitas vezes, mas eu nunca fui beijada assim. Os meus dedos dos pés formigavam
e minha barriga vibrava quando Yuri mordiscava meu lábio inferior e passava a língua
contra a minha. Não foi um longo beijo e acabou cedo demais
Tremendo por dentro, eu inalei firmando a respiração e olhei em seus olhos. Eu
não sabia o que dizer. Eu senti que ele também não. Em vez disso, ele deixou cair à
mão para a minha e os nossos dedos entrelaçaram.
Com um pequeno puxão, ele me pediu para voltar para a fila. Eu notei um par
de curiosos olhares, mas a maioria das pessoas pareciam interessadas em seu próprio
nariz do que no meu.
Eu nunca fui o tipo de garota que gostava de mãos dadas, mas havia algo de re-
confortante na forma como Yuri apertou a minha. Era isso que Erin e Benny falavam
sobre seus grandes russos sexy? Embora Yuri não fosse tão alto ou musculoso como
Ivan ou Dimitri, ele ainda elevava-se sobre mim. Sua presença dominante me fazia sen-
tir… segura.
Estar aqui com Yuri, nossas mãos entrelaçadas, me fez sentir como se eu pu-
desse baixar a minha guarda um pouco. Seu olhar observador movia-se pela multidão,
constantemente avaliando algum problema. Normalmente, eu era a única a fazer isso.
Crescendo em um dos Bairros mais difíceis de Houston, eu fui batizada pelo fo-
go, por assim dizer. Embora eu duvidasse que ele tivesse comido comida de rua, ele
me surpreendeu por apenas aceitar. Quando foi a nossa vez de pedir, nós escolhemos
algumas coisas saborosas do cardápio, e saímos da fila.
Yuri encontrou um local acolhedor em uma das mesas de piquenique. Sentados
em frente um do outro, envolvidos em nosso jantar tarde da noite.
—Isso é muito bom.
Eu ri como soou em choque.
—Você achou que eu o levaria para um lugar ruim?
—Não! Claro que não, ele rapidamente respondeu. —Eu não quis dizer isso.
Acenando meu garfo de plástico, eu sorri e assegurando:
—Eu sei o que você quis dizer. Eu só estava brincando.

Yuri inclinou a cabeça para o lado como se estivesse me estudando.
—Eu não consigo ler você. Outras pessoas são tão fáceis de ler, mas você... Ele
balançou a cabeça. — Você me lembra muito Nikolai. Mesmo após todos esses anos de
amizade, eu ainda luto com a leitura dele.
Peguei minha xícara de chá gelado.
—Vivian diz a mesma coisa para mim o tempo todo.
—Desde que ela conhece você tanto, vou ter que pedir-lhe conselhos.
Ele pegou um dos pequenos rolos de ovo.

—Eu não tive a chance de ver Benny ou Dimitri há quase uma semana. Como
está a futura Sra. Stepanov?
—Não seria Stepanova?
Ele riu.
—Bem, não aqui neste país, mas voltando pra casa? Sim. Eu aprendi a confor-
midade, mas eu estou surpreso que você saiba. Eles estão fazendo você aprender Rus-
so agora?
—Vivian faz Benny e Erin conversarem em russo sempre que estão todas jun-
tas. Estou basicamente sendo forçada a aprender para que eu possa participar das
nossas conversas.
—É tão difícil expandir seus horizontes? —Eu ouvi a provocação em sua voz.
—Não, eu não acho.
—Como vai à padaria de Benny?
—Ela abre segunda-feira. O lugar parece fantástico. Você não vai reconhecê-lo.
—E a relações públicas para o lançamento?
—Eu fui capaz de tirar uma tonelada de pressão dela. Não me entenda mal. O
fogo foi terrível. O que Jonas Krauser fez ameaçando-a foi simplesmente horrível, mas
foi muito bom para os negócios.
Yuri não parecia muito escandalizado. Ele parecia entender perfeitamente.
—As pessoas gostam da história de um bom perdedor.
—Sim! — Eu praticamente gritei quando ele entendeu. Ele riu do meu entusi-
asmo. —Sinto muito. — Eu me senti um pouco envergonhada. —É só que eu venho
dizendo a mesma coisa a Benny durante semanas. As pessoas torcem para ela ter su-
cesso. Eles querem que ela prospere. Eu continuo a dizer que ela é como uma Phoenix.
Ela está renascendo das cinzas.
Yuri tinha o olhar mais engraçado em sua face. Ele riu muito.
—Isso é muito engraçado.
Confusa com a reação dele, perguntei:
—O que?
Ele apontou para as costas com o garfo.
—Dimitri tem uma tatuagem da Phoenix em suas costas.
—Sério?
—Sim.
—Huh. Tomei um gole de chá. —Ele não tem tatuagens nas mãos ou antebra-
ços como Ivan e Nikolai. Eu achei que não tinha tatuagem nenhuma.
Olhei para Yuri e me perguntei o que tinha sob sua camisa.
—Você tem tatuagens?
Ele segurou o meu olhar. Com um sorriso malicioso, ele disse:

—Você vai ter que me ver nu e ver por si mesma.
Revirando os olhos, eu ri baixinho. Eu caí nessa.

—Eu envergonhei você? — Seu tom de brincadeira me fez sorrir.
—Eu? Dificilmente. Se você tivesse dito isso a Vivi, ela teria se jogado embaixo
da mesa.
—Se eu tivesse dito isso a Vivian, eu estaria me esquivando sob a mesa para es-
capar de Nikolai.
—Ele parece levar seu papel de guardião bastante a sério.
Eu observei a cara de Yuri quando eu fiz o meu comentário. Seus olhos brilha-
vam com a mesma suspeita que eu tinha.
—Vivian não parece se importar com isso.
—Não, eu não acho que ela se importe.
—Nós não vamos dizer isso em público não é?
—Isso de Nikolai se preocupar profundamente com Vivian e ela cuidar dele?
Ele encolheu os ombros.
—O que há para dizer? Você sabe tão bem quanto eu que a relação deles é
complicada ao extremo.
—Para dizer o mínimo, murmurei.
Mudando de assunto e para acabar com a nossa especulação, ele comentou:

—Quando você fala sobre o seu trabalho com Benny, você parece muito mais
animada do que quando eu ouvi você discutir sobre o 716. Você não gosta de seu tra-
balho em clubes noturnos?
Pisquei com surpresa. Assim de repente, ele havia feito à pergunta que roeu
em mim todas as noites.
—Eu estou aborrecida com isso. Ou talvez eu esteja farta disso. —Eu amassei
meu guardanapo de papel. —Quando eu comecei nesta linha de trabalho, de ser uma
menina de relações públicas de uma boate famosa, tipo... era o meu sonho. Eu fui a-
trás dele e eu o peguei. Eu consegui provar que eu tenho o que é preciso, mas agora
eu me sinto tão... tão ...
—Estagnada?
Eu balancei a cabeça com a sua sugestão.
—Sim.
Eu não estou crescendo. Estou simplesmente... existindo.

—Você precisa de um desafio. — fixou seu olhar ao meu. —Venha trabalhar
para mim.
Minha barriga vibrou freneticamente pela sua oferta, mas não pela razão que
deveria. Não era a perspectiva do grande salário e trabalhar para uma organização
internacional que fez meu pulso acelerar.
Era a perspectiva de trabalhar ao lado de Yuri todos os dias.
—Não, obrigado.
Seus olhos estreitaram-se por um breve momento. O que ele estava pensando?
—Eu vou dobrar o salário que ofereci da primeira vez.
—A resposta ainda é não.
Ele sentou-se para frente e assumiu uma posição de negociação.
—Você pode ter qualquer escritório no prédio do centro que você quiser. Ha-
verá um carro e as melhores acomodações de viagem que o dinheiro pode comprar. A
oportunidade de bônus e promoções é incomparável a qualquer outra empresa.
Meus lábios tremeram com diversão. Eu perguntei quando ele finalmente en-
controu-se na posição perdedora de uma negociação.
—Não é sobre o dinheiro Yuri.
Ele me estudou atentamente, quando seus olhos avelã estreitaram-se para
mim e minha pele formigou com o calor.
—Sobre o que é isso Lena?

Baixei o meu olhar para a mesa de piquenique e corri o dedo em torno de um
nó na madeira. Eu não conseguia pensar em uma única razão para fazer rodeios quan-
to a minha atração por ele.
—Eu gosto de você.

Ele agarrou minha mão e me persuadiu a encontrar seu olhar penetrante.
—E eu gosto você.
Minha barriga tremeu. Tentando obter algum controle sobre as minhas emo-
ções selvagens, eu perguntei:
—Sim, mas por quanto tempo? Sua reputação...
Ele me cortou com uma sequência em russo que parecia uma maldição. Clara-
mente lembrando-se da minha repreensão anterior, ele rapidamente desculpou-se em
inglês.
—Perdoe-me. Com um pesado suspiro, Yuri disse: - Olha, eu não vou sentar
aqui e fingir que eu não tenho feito isso. Muito, acrescentou, com um toque de pesar
em sua voz. —Isso não significa que eu não posso mudar.
—Você? Mudar, eu quero dizer.
—Sim, ou melhor, eu estou mudando. Vendo Ivan e Dimitri tão felizes. Foi o
que me fez avaliar minha própria vida. Eu tenho tanta riqueza, tantas coisas materiais,
mas eu não tenho nada que importa.
A ideia de que eu poderia ser alguém com quem ele importa-se era incrivel-
mente sedutora. Eu aparentava ser uma pessoa confiante, mas no fundo eu lutava
com sentimentos de inadequação. Lembrei-me de minha mãe, ao ouvi-la dizer as coi-
sas terríveis que ela disse enquanto saia pela porta havia esmagado a minha autoesti-
ma. Eu consegui remendar os pedaços, mas as rachaduras ainda estavam lá.
Sentando-se ereto, Yuri incorporou o papel de magnata bem sucedido. Ele exa-
lava poder e controle. Um pouco imperiosamente, ele me informou:
—Nós vamos sair na segunda à noite. —Gesticulando para mim, ele disse: - Nós
vamos dar a este namoro uma chance.
Sua decisão unilateral deveria ter me incomodado muito mais do que incomo-
dou. Por alguma razão que eu não conseguia entender, eu achei sua declaração estra-
nhamente atraente. Não havia muitos homens corajosos o suficiente para me dizer o
que fazer, mas ele não fez isso arrogantemente ou friamente. Eu senti que ele enten-
deu, que mesmo querendo ver onde as coisas entre nós poderiam chegar, eu estava
com muito medo, muito hesitante para dizer sim. Ele tinha acabado de tirar meu con-
trole e me deixou vibrando de emoção.
Limpando a garganta eu disse:
—Eu preciso olhar na minha agenda.

Descontentamento brilhou em seus olhos. Ele estendeu a mão.
—Me dê o telefone.
Achei que ele estava brincando. Eu peguei meu celular da minha bolsa e colo-
quei-o em sua mão após desbloquear a tela frontal. Ele puxou para ele e, em seguida,
entregou-o de volta.
—Agora você tem meu número privado.
Ouvi sua ênfase no privado. Percebi que entrei em uma pequena lista de pes-
soas com acesso a esses dígitos.
—Você gostaria do meu número?
—Eu já tenho.
—Sério?
Sua boca se curvou em um diabólico sorriso sexy.

—Não há nada que eu não posso ter em minhas mãos quando eu quero Yelena.
Quando ele disse meu nome completo, e destacou o sotaque russo estenden-
do-se as três sílabas, eu experimentei o mais delicioso formigamento em meu peito.
Considerando o que ele disse sobre a obtenção das coisas que ele que-
ria, eu dei de ombro indiferente.
—Vamos ver.
Rindo, Yuri olhou ao redor do estacionamento.

—Esse caminhão de alimentos serve sorvete de creme? Quer um pouco?
—Claro.
Reunimos o nosso lixo e jogamos na reciclagem onde havia vários cestos.
A fila do caminhão de sobremesa não era muito longa. Nós escolhemos uma
porção de doce e cremoso sorvete de baunilha caseiro. Compartilhando algo tão sim-
ples como um copo de papel com sorvete com Yuri, senti uma magia.
—Você me mostrou um lado diferente de Houston hoje à noite. —Disse ele à
medida que nos dirigíamos para seu carro. —Eu deveria sair mais.
Eu considerava os dois guardas nos sombreando. Embora ele estivesse sozinho
hoje à noite, ele viajava normalmente com um exército de assistentes.
—Você tem que sair sem suas babás para realmente desfrutar deste lado da
cidade.
Ele deu ao meu cabelo um puxão brincalhão.

—Só se você for meu guia.
Sorrindo, eu deslizei para o banco de trás do carro, esperando Yuri sentar-se do
outro lado. Desta vez não houve fingimento de toque acidental. No momento em que
ambos estávamos sentados, ele agarrou minha mão e acariciou seu polegar sobre a
minha pele. Meu olhar saltou para a janela. Eu podia ver apenas as luzes brilhantes dos
caminhões de alimentos. Uma ideia começou formar-se.
—O que você está pensando? Eu pude praticamente ouvir as engrenagens gi-
rando.
—Eu estou pensando que Benny deveria estabelecer uma parceria com um
caminhão de alimentos bem sucedido.
Ele fez um zumbido em acordo.
—Seria uma boa maneira de acelerar e promover os negócios. Uma marca po-
deria ajudar a outra. Dividir os custos pode ser atraente para todas as partes. Yuri en-
rolou mechas onduladas de meu cabelo em torno de seu dedo.
—É uma ideia que vale a pena investir e ter lucros sólidos.

Ao ouvi-lo falar de negócios me fizeram ficar tão quente.
—Concordo. Eu disse um pouco sem fôlego. —Isso foi ridiculamente sexy.

Ele riu.
—Gatinha, se você pensa que isso é sexy, eu tenho pilhas de ganhos trimestrais
estimados em minha pasta, que eu ficaria feliz em ler para você.
—Tentador! — Eu bati no peito. —Eu adoro uma boa história para dormir.
A mão de Yuri mudou-se para o meu joelho. Nossos olhares chocaram-se, en-
quanto a palma da mão deslizava lentamente ao longo de minha pele nua, para mer-
gulhar sob a barra da minha saia.
—Venha para casa comigo hoje à noite e eu vou ler qualquer coisa que você
quiser.
Eu tremi quando sua mão avançou junto a minha coxa.
—Não.
—Você pode escolher o idioma, inglês, russo, mandarim ou árabe.

Meus lábios abriram com surpresa.
—Você fala mandarim e árabe?
—Razoavelmente. — Disse ele com alguma precaução. —Eu não sou nenhum
estudioso, mas eu posso negociar e me comunicar com clareza. Atende às minhas ne-
cessidades de negócios.
—Isso é incrível.
Sua boca sensual curvou com um sorriso travesso.
—Se você acha que isso é incrível, você deve ver os outros truques que eu do-
mino.
Sua jovialidade me afetou. Agarrando seu pulso, eu parei o doloroso desliza-
mento lento de sua mão.
—Você está dificultando. Eu reconheço isso.
—Eu vou te dar tudo, se você voltar para casa comigo.
—É uma oferta que tem validade?
Ele segurou o meu olhar por um longo momento.
—Para você? Não há nenhuma validade. — Ele deu beijos ao lado de meu pes-
coço e em meu ombro nu.
—Venha para casa comigo esta noite, amanhã, na próxima semana ou no pró-
ximo ano. —Ele pontuou cada palavra com um beijo leve. —Minha oferta é para sem-
pre.
Por dentro eu tremia violentamente. Este perversamente sexy, escandalosa-
mente poderoso homem, tinha acabado de me oferecer o mundo. Seria eu corajosa o
suficiente para dizer sim?
Engolindo em seco, eu encontrei seu intenso olhar enervante.
—Eu nunca estive mais tentada em minha vida a ir para casa com um homem.
—Eu parei meus dedos na frente de sua camisa. —Mas eu não vou quebrar essa regra,
nem mesmo para você.
A reação de Yuri me convenceu de que ele não estava brincando comigo. Ele
quis dizer cada palavra que disse. Acariciando meu pescoço, ele sussurrou:
—Eu gosto de uma mulher com princípios. — Seus lábios correram pela minha
mandíbula. —Eu recebo um beijo de boa noite, pelo menos?
—Bem... Acho que um beijo não faria mal.
Quando os nossos lábios tocaram-se, ambos sabíamos que isso não ia parar em
um beijo. Camuflado na privacidade do banco de trás, eu me rendi à boca magistral de
Yuri. Suas mãos fortes percorriam meu corpo com apreciação. Ele despertou a cobiça e
o desejo oculto dentro de mim.
Cedendo à boca insistente, eu saboreei o sabor de baunilha doce e açucarado
agarrado a sua língua. Nossas bocas se acoplaram com ferocidade, que roubou minha
respiração e me deixou tremendo. Estávamos perdidos na maravilha de nossos beijos
febris, enquanto o carro rapidamente movia-se pelas movimentadas ruas de Houston.
Chegamos ao condomínio onde eu dividia um apartamento com Vivi. Com um
grunhido de frustração, Yuri relutantemente se afastou de mim. Eu senti que ele que-
ria usar seus encantos em mim novamente, mas ele não o fez. Em vez disso, ele desli-
zou os polegares porem todo meu rosto.
—Vou acompanha-la à sua porta para que eu possa conseguir mais um beijo.
—Só um?
Ele gemeu de forma dramática.
—Você vai me matar.

Rindo eu peguei minha bolsa, e agarrei a maçaneta da porta. Um dos guarda-
costas segurou a porta e abriu-a para ajudar-se sair do banco de trás. Notei a maneira
de seu afiado olhar, observando o estacionamento. Ele manteve o corpo entre mim e a
rua.
Ocorreu-me de repente que este homem, esse desconhecido total, me prote-

geu com seu próprio corpo, simplesmente porque eu estava com Yuri. Eu não podia
acreditar o quão bem Dimitri o tinha treinado, ou o quão longe esse homem estava
disposto a ir para proteger Yuri.
Apesar de ser grosseiro, eu me perguntava quanto ele era pago para levar um
tiro, se necessário. Deve ser uma quantia ultrajante.
—Qual o seu nome? —O guarda olhou para mim. —Jake, minha senhora.
Minha sobrancelha arqueou ao senhora.
—É bom conhecer você, Jake. Obrigado por olhar por mim esta noite. Eu agra-
deço. Ele acenou com a cabeça, mas não fez contato visual novamente. Agora Yuri es-
tava próximo. Ele estendeu a mão e eu felizmente a agarrei. À medida que caminhá-
vamos pela calçada eu percebi outra coisa, eu não disse a Tony, o motorista, onde eu
morava ou como chegar aqui.
Meu olhar fixou-se sombriamente no perfil de Yuri.
—Você já sabia onde eu morava. Seu motorista tinha o meu endereço.
—Sim.
—Mas... Por quê?
—Por que não? Ele olhou para mim. —Não vamos nos enganar, Lena. Eu sabia
desde o momento em que eu a vi pela primeira vez, que eu faria esta caminhada para
a porta da frente algum dia. Eu não sabia quanto tempo levaria para acontecer, mas eu
queria estar preparado.
—Eu não consigo decidir se isso é incrivelmente romântico, perseguidor ou li-
mítrofe de comportamento.
Yuri riu deslizando o braço em volta da minha cintura. Seus lábios roçaram mi-
nha testa.
—Você é muito boa com palavras Yelena.
Sua resposta brincalhona e sarcástica persuadiu um sorriso. Quando nos apro-
ximamos do meu apartamento, eu procurei minhas chaves na bolsa. Eu ainda estava
procurando por elas, quando a porta abriu de repente para revelar Vivian toda suja de
tinta, de top e calções. Respingos de tinta salpicados nos pés e mãos dela. Sua expres-
são era cômica, e tudo que eu pude fazer foi segurar uma risada com o choque em seu
rosto.
—Oh! — Ela olhou para mim com grandes olhos. —Eu ouvi vozes e pensei que
você estava ao telefone. Eu não queria que você fizesse malabarismos com suas chaves
e bolsa.
Seu olhar se voltou para Yuri novamente.

—De qualquer forma. Eu vou... uh ... Eu só vou entrar agora.

Yuri riu baixinho enquanto ela correu fora de nossa vista.
—Dez dólares, e eu aposto que ela está correndo para seu telefone e chaman-
do Erin ou Benny.
Sorrindo, eu concordei.
—Com certeza.
Sentindo-me um pouco estranha, eu disse: - Então…
—Portanto, isto é um... Boa noite. Seus dedos emaranharam no meu cabelo e
ele me arrastou para outro de seus sensuais e formigantes beijos. Quando seus lábios
finalmente saíram do meu, ele traçou o meu biquinho inchado com seu dedo. —Vejo
você na segunda à noite.
Eu não podia falar. Eu simplesmente assenti.
Yuri afastou-se de mim, mas não saiu imediatamente. Olhamos um para o ou-
tro, nós dois desesperados para aproveitar este próximo nível, mas plenamente cons-
ciente de que esperar faria a nossa primeira vez mais quente e mais significativa.
Engolindo, eu virei de costas para ele e entrei no apartamento. Eu fechei a por-
ta com as mãos trêmulas e virei à trava. Esgotada pelos estranhos acontecimentos da
noite, eu girei em direção à sala de estar e desabei.
Meu olhar encontrou o de Vivian. Curiosidade irradiava dela. Sorrindo, ela dis-
se:
—Eu vou pegar uma garrafa de vinho e dois copos. Você tire os sapatos e fique
confortável. Eu tenho a sensação de que vamos conversar à noite toda.
—Garota! — Eu balancei a cabeça e tirei meus sapatos. — Você não vai acredi-
tar nisso...
Capítulo Três
—Nós vamos para casa, chefe? —Yuri pegou o olhar de Jake e sacudiu sua ca-
beça. —Leve-me para o 716.
—A porta dos fundos? — A expressão de Jake para Yuri disse que seu guarda-
costas tinha conhecimento do que aquele porco tinha feito a Lena.
—Sim. —Yuri deslizou para o banco de trás e prendeu o cinto de segurança. Ele
entrelaçou os dedos e tentou acalmar a raiva que ameaçava explodir. Qualquer ho-
mem que colocasse as mãos em uma mulher era desprezível o suficiente, mas esse
canalha, Danny, colocar suas patas imundas em Lena... Era imperdoável.
Ele finalmente entendeu o que Ivan e Dimitri experimentaram quando confron-
tados a defender suas mulheres. A fúria que queimava suas entranhas o surpreendeu.
Ele não podia tirar o corajoso e bonito rosto de Lena de sua mente. Ela falou calma-
mente que foi violentamente maltratada, como se fosse uma ocorrência comum, que
lhe doía.
Yuri sabia muito bem sobre o ambiente da infância de Lena. A sua própria tinha
sido miserável. Numa tenra idade, ele aprendeu como era verdadeiramente cruéis as
pessoas poderiam ser. Ele cresceu e endureceu com raiva.
Felizmente, ele foi inteligente o suficiente para dar ouvidos a um mentor que
lhe pediu para transformar essa raiva em combustível, que elevou sua ambição e saiu
da merda da sua juventude. Lena parecia ter feito à mesma coisa. Quando ele encan-
tou-se com ela, ele tinha conseguiu seu endereço antigo com Nikolai, e havia instruído
seu motorista para levá-lo até o bairro onde ela tinha nascido.
O lugar poderia facilmente ter servir como pano de fundo para um pós-
apocalíptico set de filmagem. Carros avariados, casas em ruínas, traficantes e prostitu-
tas nas esquinas das ruas; enojava pensar que ela trafegava naquela paisagem infernal
todos os dias de sua jovem vida.
Mas também o fez tão incrivelmente orgulhoso dela. Não havia muitas histórias
de sucesso por sair de lugares assim, mas ela era uma delas. A sua situação de trabalho
atual era apenas uma pedra no caminho. Ele não tinha dúvidas de que ela encontraria
seu caminho e contornaria a situação encontrando coisas melhores.
Não que ela nunca fosse trabalhar para ele, é claro. Ele não gostava de ouvir
não de ninguém, mas quando Lena fez isso, ele achou estranhamente emocionante.
Acreditava nela quando ela disse que não jogava. Aí estava algo atraente do porque ir
devagar com ela. Ele acabaria em sua cama eventualmente, mas esse não era o seu
total objetivo.
Com outras mulheres, o sexo sempre foi o último e definitivo passo para uma
brincadeira ou duas na cama, depois ele lhes mandava embora junto com alguns pre-
sentes caros, para que se lembrassem dele. Com Lena, fazer amor parecia um passo de
um longo caminho. Um que ele desejava imensamente, mas um passo, no entanto, era
muito mais do que ele desejava com ela. Seu imprevisto encontro casual esta noite, o
havia convencido de que valeu a pena a espera. Ele não recordava a última vez que se
sentiu tão relaxado e à vontade com uma mulher. Havia expectativas com Lena. Ela
realmente não tem qualquer interesse em seu dinheiro. Na verdade, ele suspeitava
que a deixasse totalmente desconfortável.
Ele ouviu de outras mulheres que elas não estavam interessadas em seu dinhei-
ro empilhado no banco, mas Lena foi à primeira em que ele acreditou. Com uma rápi-
da manobra, ela tinha tirado o seu maior poder de sedução. Sua maneira de agir habi-
tual, que era regar uma mulher loucamente com caros presentes, não funcionaria com
ela. Ocorreu a ele, que seu plano inicial de voar com ela para New York para jantar no
melhor restaurante, provavelmente, não teria o efeito que ele desejava. Na melhor
das hipóteses, ela o acharia pretensioso. Na pior das hipóteses... Bem, ele não queria
pensar sobre isso.
Ele continuou a ponderar enquanto o carro seguia através do tráfego.
Quando desacelerou para parar no beco atrás do 716, seus pensamentos fica-
ram mais escuros. Ele não queria nada mais do que dar a Danny, um gosto da dor que
ele provavelmente causou a Lena, mas reconheceu o risco de fazer uma coisa dessas.
Um homem como Danny, gostaria de processar e causar problemas. Lena ficaria furio-
sa com ele por interferir em uma situação que ela considerava resolvida. Mas ele não
poderia deixar Danny fugir, após maltrata-la e deixar hematomas em sua pele bonita.
Quando um dos seguranças da entrada traseira do 716 aproximou-se do veícu-
lo, Yuri baixou a janela. O homem abaixou-se para ver melhor. Seus olhos arregalaram-
se.
—Sr. Novakovsky!
—Diga a seu chefe que eu quero falar com ele.
—Uh... Aqui fora?
—Sim. Ele fechou a janela e soltou o cinto. Confortável no banco de trás, ele
esperou que Danny aparecesse. Como esperado, o bastardo praticamente correu para
fora. Derek, outro guarda de Yuri, estava esperando perto do carro. Parou Danny e o
revistou. Da maneira como Danny reagiu, ficou claro que Derek estava propositada-
mente sendo áspero com ele.
A porta abriu-se e Danny deslizou no interior. Sem fôlego, ele passou a mão pe-
lo cabelo. Yuri sentiu os aromas de perfume, sexo e álcool emanando dele. Era assim
que ele conduzia o negócio? Esse desgraçado!
—Ao que devo o prazer Yuri?
Yuri arqueou uma sobrancelha para a impertinência do homem em usar seu

primeiro nome. Eles não eram iguais. Eles não eram colegas. Eles definitivamente não
eram amigos.
—Eu queria discutir alguns negócios com você.
—Negócios? — A pupila dos olhos do bastardo sorriu. —Por que não vamos
discutir isso em meu escritório?
—Eu prefiro meu território.
—Oh... bem... Okay. Então, o que está acontecendo?

—Eu quero falar sobre uma Relação Públicas que trabalhou para você.
—Trabalhou para mim? Oh! Ela. — Danny zombou. —Lena “caralho” Cruz, né?
— Ele estourou uma respiração ruidosa. —Você quer o meu conselho Yuri? Fique longe
dela. Ela é problema com um P maiúsculo.
—Sério? Eu achei que ela era muito trabalhadora e muito capaz na sua profis-
são.
Danny riu.
—Quem lhe disse isso? Merda Yuri! O único aspecto positivo no desempenho
de Lena Cruz que eu sei, é que tem habilidades para um boquete.
A raiva explodiu dentro de Yuri. Ele cerrou os punhos e mal conseguiu manter o
controle.
—Se você olhar por esse lado, você pode contratá-la barato. Saiu hoje à noite.
Eu vou pedir a empresa para demiti-la amanhã. Eu não a deixaria fazer Relações Públi-
cas para qualquer uma das suas empresas, mas ela tem um o inferno de uma boca, se
você sabe o que eu quero dizer.
—Eu não sei. Yuri fixou em Danny um olhar furioso. —Na verdade, eu duvido
muito que você saiba de qualquer coisa sobre ela.
Danny levantou as mãos.
—Ei homem, não fique na defensiva. Você acha que uma garota sairia dos pro-
jetos comunitários com uma bolsa integral, sem chupar alguns paus ao longo do cami-
nho?
E foi assim que o controle de Yuri acabou.
Com a discrição e rapidez de seus dias de militar, ele jogou o braço e pegou
Danny pela garganta. Num instante ele tinha o homem preso no banco traseiro. Com
olhos selvagens de medo, Danny balbuciou e enfiou as mãos nos braços de Yuri, mas
não adiantou. Ele teve as mãos presas e não podia sair.
—Ouça-me seu merdinha. Se eu ouvir um sussurro de tais coisas desagradáveis

sobre a minha Lena, eu saberei a fonte. Acredite em mim Danny. Você não quer que
eu volte aqui. Ele o empurrou com força suficiente para fazer que os olhos do bastardo
pulassem fora de sua cabeça, antes de diminuir a pressão apenas o suficiente para
permitir que o dono do clube recebesse ar em seus pulmões sedentos de oxigênio. —
Você compreendeu?
—Sim, Yu-Yuri. Danny gaguejou e tossiu. —Sinto muito cara. Eu não sabia. Eu
não sabia que você estava transando com ela.
Yuri o socou.
—É disso que você acha que se trata? Que eu estou com ciúmes? Desgostoso,
ele soltou o homem e o deixou sentar. —Lena não é esse tipo de menina, mas você
não saberia, porque tudo o que você vê é o lugar de onde ela veio, e algum estereótipo
de que as meninas supostamente são assim. Deve corroer saber que ela não iria dar a
um canalha como você sequer uma segunda olhada.
Danny colocou a mão no nariz e boca sangrando.
—Seu russo fodido! Estou sangrando!
—Fique feliz que você esteja somente sangrando e não precisando de um hos-
pital. Ele agarrou Danny pela frente da camisa e empurrou para um último aviso. —Se
você colocar suas mãos em uma mulher mais uma vez, será a última vez que você terá
mãos para usar. Entendido?
Danny empalideceu.
—Ela me irritou homem, Ok? Mas olha, eu não queria machucá-la.
A justificativa do homem para agarrar e causar os hematomas em Lena lhe fazi-
am mal.
—Isso não me interessa.
—Eu entendo. Sinto muito. Eu não vou fazer novamente.

—Você sabe que eu vou saber se você fizer.
—Eu sei. Claro que sei.
Yuri soltou Danny. Ele recostou-se no seu assento arrumando sua camisa.
—E pela manhã, você vai chamar a firma de Lena e dizer que separaram de
maneira amigável. Você vai deixá-los saber que vocês tinham diferenças criativas, mas
você a recomenda a qualquer pessoa. E quando alguém te chamar buscando reco-
mendação, você vai dar a que ela merece.
—Sim Yuri.
—Ótimo. Agora dê o fora.
Danny não precisou ouvir duas vezes. Ele fugiu do banco de trás e correu para a
entrada traseira do seu clube. Um dos seus seguranças deu um passo ameaçador em
direção ao carro, mas Derek e Jake ficaram ombro a ombro e os assustou. Quando seus
guarda-costas estavam em segurança no carro, Yuri dirigiu-se a Tony.
—Me leve ao Faze.
No momento em que eles chegaram ao Faze, sua raiva quase havia dissipado.
Agora ele estava pronto para farejar o sabotador entre sua equipe. Mesmo que Lena
não tenha se ferido pela subversão, ele ficou muito chateado com isso. Ele viu o sufici-
ente de dissimulação durante sua incursão no mundo dos negócios.
O Faze estava próximo da hora de fechar. Ele encontrou Araceli, gerente do
clube, e chamou-lhe para uma conversa privada em seu escritório. A surpresa e a raiva
em sua expressão o convenceram que ela não tinha a mão nisto.
—Se eu tivesse que apostar dinheiro em alguém, seria em Jeannie, a nova go-
go dancer que nós contratamos no mês passado. Seu namorado, Trey, é um dos segu-
ranças no Faze. Ele tentou conseguir um emprego aqui, mas Dimitri não quis contratá-
lo. Ele disse que o cara tinha um mau aperto de mão.
A boca de Yuri curvou-se com diversão. Isso soou exatamente como Dimitri.
—Parece um bom lugar para começar, mas vamos ser justos Araceli. Uma me-
nina que dança em nossas gaiolas e em nossas mesas para manter a multidão entreti-
da, não é a única que se beneficiaria com essa festa VIP.
—Concordo. —Araceli suspirou profundamente.
—Poderia ser um dos Bartenders do andar VIP ou uma das garçonetes. Inferno
poderia ser qualquer um deles. Eu vi a nota que eles ganharam lá em cima. O jeito será
ameaçar demitir garçonetes e Bartenders por compactuarem com isso.
—Então nós traremos todos para cá e os faremos falar quem foi. —Yuri tirou
seu paletó e arregaçou as mangas da camisa. —Eu não vou ter esse tipo de subterfúgio
nos meus clubes. Isto é como começam as rixas estúpidas entre as empresas. Nós cor-
taremos o mal pela raiz esta noite.
O instinto de Araceli provou ser verdadeiro. Dentro de quatro minutos de ques-
tionamento pela gerente, Jeannie começou a gritar como um bebê e confessou toda a
armação sórdida. Trey aproximou-se dela para roubar a festa, para vingar-se de Lena
pelo corte de seus ganhos por fora com as prostitutas, traficantes de drogas e os me-
nores de idade. Jeannie tinha agido como a intermediária entre os seguranças do 716 e
a clientela VIP do Faze. A equipe do Faze recusou três grandes reservas para a sala VIP,
para certificar-se que poderiam aceitar os atletas que viriam do 716.
Mesmo Yuri sendo o dono do clube, ele deixou as operações do dia-a-dia nas
mãos capazes de Araceli. Ele sabia o que ela queria fazer sobre a situação, mas ele con-
fiava em seu julgamento. Ele não a teria contratado do contrário.
—Eles se foram. Araceli disse. —Eu vou ficar com as duas novas garçonetes
porque elas são jovens, e tiveram coragem de dizer não a este esquema, mas os ou-
tros? Ela desenhou uma linha através de seu pescoço. —Meus funcionários não agirão
como um bando de crianças do ensino médio.
—Eu apoio a sua decisão Araceli.
Ele não estava interessado em manter as duas garçonetes, mas sua justificativa
era aceitável.
—Acho bom estarmos fechados no domingo e segunda à noite.
—Não vai ser difícil preencher as vagas abertas.
De pé, Yuri pegou sua jaqueta e atirou-a por cima do ombro.

—Então eu vou deixar em suas mãos.
—Você ficará em Houston esta semana ou irá para fora de novo?
—Vou ficar. — Disse ele, e dirigiu-se para a porta.
—Eu entendo. Ela disse como se soubesse seu segredo. Talvez ela soubesse. A
aparição de Lena mais cedo, e seu desaparecimento juntos, não teria passado desper-
cebido por Araceli.
—Mantenha-me informado sobre tudo isso. Ele fechou a porta antes de sair.
Fora, na noite fria de outono, ele escorregou no banco de trás depois de dizer a
sua equipe que estava pronto para ir para casa. Do clube, até seu edifício recentemen-
te terminado nos arredores de Houston, o trajeto de carro era de vinte e cinco minu-
tos. A grande e isolada mansão encontrava-se em um condomínio fechado, que abri-
gava um punhado de obscenamente ricos Texanos.
Embora tivesse uma ostentosa suíte no Penthouse, o melhor prédio no centro
da cidade, ele descobriu que em vez disso desejava a solidão silenciosa da mansão que
ele tinha construído. Apenas alguns quartos no local foram totalmente mobiliados e
decorados, ele ainda precisava contratar uma equipe para decorar, mas ele não se
importou. Havia algo pacífico em seu estado inacabado.
De muitas maneiras, a casa era muito como ele. Vazio e inacabado, mas espe-
rando para ser preenchido. Enquanto a casa precisava de móveis, artes e tapetes para
ser preenchida ele precisavam de uma coisa... de uma coisa só para tornar sua vida
completa, o amor de uma boa mulher.
Seu telefone celular de trabalho começou a tocar. Ele pegou o telefone preto
de seu bolso. Era Anna, sua assistente executiva. Se ela estava chamando a essa hora
da noite, não era bom.
—Sim?
Em russo acelerado, Anna colocou o problema.
—Alguém vazou uma cópia do relatório ambiental. Há uma tempestade na mí-

dia sobre ele. Meu contato no comitê de planejamento, diz que há uma boa chance da
aprovação do gasoduto ser negada.
Yuri reprimiu uma maldição. O gasoduto circulando em toda a Europa era uma
necessidade absoluta.
—Quando é que eles votam?
—Na manhã de terça-feira.
Ele apertou a ponta de seu nariz. A última coisa que ele queria fazer agora era
voar para a Europa para trocar ideias e negociar.
—Nós vamos sair de manhã.

—Eu vou enviar os detalhes para você assim que eu os tiver.
Irritado por este imprevisto em seus planos, Yuri embolsou o telefone e esfre-
gou os olhos cansados. Ele achava que todo o negócio estava resolvido, mas aparen-
temente não. Sem dúvida essa pedra no caminho lhe custaria, mas ele morreria se
interferisse no seu encontro já marcado com Lena. Seria um cronograma apertado
voar e voltar antes de segunda-feira, mas ele faria funcionar. Para ela, não importava a
queima do combustível de seu avião.
Ele usou o resto da viagem para casa enviando e-mails para sua equipe lidar
com as negociações do gasoduto, e estudando um rápido itinerário que Anna deixou
em sua caixa de entrada. De todos os assistentes que ele já teve, Anna era a única que
manterá com ele. Muitas vezes, ela estava dois passos à frente, e preparada para qual-
quer possibilidade.
Ele encontrou-a através de uma agência. Ela veio altamente recomendada. Ele
reconheceu dentro de alguns minutos que ela era a nova assistente que ele precisava.
Seu idioma compartilhado facilitou trabalhar com ela.
Embora tivesse planos para promovê-la para a vice-presidência, ela deixou cla-
ro no início do ano, que gostava da sua posição, e não queria o stress ou drama associ-
ado a um novo cargo. Ele apoiou sua decisão, mas ainda tinha esperança de que um
dia ela gostaria de subir para uma posição que ele sabia que ela brilharia.
Passaram pelos portões que guardavam a entrada particular. Na garagem, o
carro parou perto do chafariz para que ele pudesse sair. Jake deslizou para fora e afas-
tou alguns passos. Derek permaneceu no SUV em que estiveram durante toda a noite.
Dentro de sua casa, Yuri preparou-se para a chegada de Sasha. O cão branco do
tamanho de um urso Ovcharka, soltou um latido surdo e delimitado pelo longo corre-
dor. Seu grunhido de advertência suavizou com a visão de seu mestre. Ela derrapou
até parar e sentar-se numa posição bem treinada posição.
Yuri recompensou o cão com um carinho entre as orelhas.
Com o canto dos olhos ele notou Feodor, o mentor idoso que o seguiu da Rús-
sai, entrar na antessala. Feodor era um dos poucos homens que Sasha tolerava, e o
único que Yuri sentia-se confortável por deixar responsável pelo cão.
Depois de trocar algumas palavras com Feodor, disse boa noite e bateu os de-
dos para indicar que Sasha deveria segui-lo. Plenamente consciente da hierarquia na
casa, o cão o seguiu.
Com o cão grande e feroz para protegê-lo, Yuri necessitava de completa obedi-
ência. Na Rússia, a raça foi utilizada para proteger as mais notórias prisões, mas eles
também eram incrivelmente leais e protetores com seus proprietários. Yuri encontrou
paz de espírito na ideia de que Sasha estaria sempre por perto.
No andar de cima, ele passou entre a longa galeria na parede, onde algumas de
suas favoritas pinturas decoravam o espaço. Mas logo seriam enviadas para somar as
suas coleções em Londres e Moscou. Ele fez uma pausa na frente da peça que ele tinha
encomendado de Vivian no ano passado. A pequena sirigaita tinha-lhe cobrado um
braço e uma perna maldita pela pintura, mas ele pagou.
Não havia nenhuma dúvida que ele tinha feito um bom investimento. Algum
dia o trabalho dela teria preços ultrajantes. Ele não podia esperar para convidá-la para
que pudesse ver onde havia colocado sua pintura.
Ela teria um choque ao ver a peça entre um Basquiat e um Galán.
Ele pensou que seria inteligente ter sua pintura entre dois artistas que tiveram
enorme influência no seu estilo.
Dentro de seu quarto, ele finalmente relaxou e tirou os sapatos. Ele largou o re-
lógio e abotoaduras em suas caixas, antes de mudar-se para sua cama.
Exausto, ele caiu na cama sobre o cobertor e fechou os olhos.
Sasha andou em círculos, e ouvia-se o som de sua coleira estridente, enquanto
ela procurava um lugar confortável no canto mais distante do quarto, para colocar sua
roupa de cama.
Visões de Lena dançaram ante seus olhos. Ele não tinha certeza para onde seu
relacionamento iria. Ele olhou para frente, para a jornada que eles começariam juntos.
Estas coisas não poderiam ser apressadas. Com o tempo, Lena seria dele.
O zumbido irritante do meu celular chocalhou toda a minha mesa de cabeceira,

tirando-me de um sono profundo. Abrindo um olho, vi meu despertador. Oh, Jesus!
Era muito cedo para maldizer esse absurdo.
Peguei meu telefone e olhei para a tela. O rosto do meu pai me cumprimentou.
Ele nunca chamou tão cedo, e isso me assustou.
—Olá?
—Filha?
—Pai?
Ele soltou um suspiro aliviado.

—Eu estava preocupado com você. Eu não consegui acha-la ontem à noite.
—Eu estava trabalhando e, em seguida, eu tive um encontro.
O outro lado da linha chiou.
—O que há de errado com a sua ligação?
—Oh... não é nada filha. Escuta, caso Tommy apareça por aí, não o deixe ficar
com vocês.
Eu fiz uma careta e esfreguei meus olhos cansados.

—Eu nunca deixei Tommy ficar aqui. Por que eu iria começar agora?
—Bom. Continue dessa forma.
Algo no tom de meu pai preocupou-me.
—Está tudo bem?
—Está tudo bem. Ele hesitou. —Você ainda tem a arma que eu comprei no seu
aniversário?
Meu olhar passou rapidamente para a gaveta onde a guardei. Tecnicamente,
ele só me deu o dinheiro, e claro, mantive escondido que eu a tinha comprado. Com
seu histórico, não havia uma loja de armas no Texas que iria vender para ele.
—Sim. Por quê?

—Basta mantê-la com você filha.
Meu coração bateu em minha garganta.
—Pai, o que está errado?
—Nada. Não é nada. E que me preocupo com você.

—Papai…
—Eu tenho que ir. Vou ligar para você em breve. Eu te amo Lena.
—Eu também te amo papai.
A linha ficou muda. Eu olhei para o meu telefone e repassei a bizarra conversa.
Apesar de ex-presidiário e de seu trabalho ilegal, ele sempre foi um danado de um
bom pai para mim. Ao contrário do pai de Vivian, que a tinha colocado em perigo mais
de uma vez, meu pai tinha desistido da oferta de vender drogas para um criminoso.
Sua recusa cortou a possibilidade de pagar para mim uma escola particular de alto ní-
vel, assim eu tinha conhecido Vivian e Erin.
Tanto quanto eu odiava a linha de trabalho que ele escolheu, eu não podia ne-
gar que ofereceu certas oportunidades para mim.
Não querendo sair da cama, mas incapaz de voltar a dormir, eu rolei através da
minha lista de chamadas não atendidas e mensagens de voz. Tommy chamou um mi-
lhões de vezes. O que diabos ele tinha feito desta vez? Seja lá o que for eu tinha um
mau pressentimento que ele arrastou o meu pai com ele.
Não querendo lidar com essa bagunça, eu entrei na minha caixa de entrada de
e-mail. Aparentemente meu episódio épico no 716 já havia espalhado. Havia mensa-
gens do tipo: — Vai lá, garota. — O que diabos você está pensando? Variava. Eu estava
cansada demais para responder a qualquer uma delas, e, honestamente, eu não tinha
respostas.
Verificar minha página do Twitter me chocou. Uma mensagem enviada por Ty
Weston, colunista social de Houston e o rei da fofoca internacional, marcada com o
meu nome e o de Yuri, com uma foto anexada, conseguiu um inferno de retweets.
Meu estômago revirou com medo. Cliquei no link e quase morri. Explodiu na
tela do meu telefone; era um instantâneo de Yuri me beijando. A legenda me matou.
@princesa das Relações Públicas presenteando novo cliente
@Yuri Novaovsky conferindo pessoalmente?
Durante muito tempo eu simplesmente fiquei olhando. Na verdade, eu ainda
estava olhando quando Vivian bateu na porta do meu quarto e entrou. Ela segurava
seu telefone em uma das mãos e uma caneca de chá de canela, que ela tanto amava
na outra. Olhando para seu cabelo molhado, percebi que ela já havia saído para correr
e já havia tomado seu banho. Seu olhar caiu para o meu celular.
—Eu acho que você viu a foto.
—Sim. Sentei-me e empurrei meu travesseiro nas minhas costas para apoiar.
—Certamente Ty teve a fofoca mais quente; eu e Yuri nos beijando para vender
aos seus seguidores de página.
Vivian sentou-se na beirada da minha cama.
—Eu não sei. Essa é uma imagem muito quente.
Eu gemi.
—Isso é loucura, Vee. É isso que vai ser quando ele namorar? Eu que vou ter
que preocupar-me com pessoas idiotas tirando fotos de nós dois?
—Provavelmente.
Ela nem sequer tentou adoçar isso por mim.
—O cara é um bilionário Lena. E ele não é um desses bilionários tops da lista.
Yuri é podre de rico. As pessoas gostam de fofocas sobre os sexy homens ricos e a mu-
lheres que encontram.
—Ugh. Eu coloquei minha cabeça em minhas mãos. —Eu não quero que todos
na minha cola.
—Eu acho que é melhor você decidir se Yuri vale a pena.
A resposta veio instantaneamente.

—Ele vale.
Ela sorriu e bateu na minha perna através das cobertas.
—Eu sabia!
—O quê?
—Na noite passada, você estava me dizendo que queria ir devagar com ele,
mas eu acho que talvez vocês dois não consigam ser lentos por muito tempo.
Eu comecei a notar que ela estava querendo falar comigo sobre a atração mú-
tua, mas mordi minha língua.
—Olha, eu gosto dele. Eu realmente gosto de Yuri. Eu só quero que ele faça as
coisas direito entre nós.
—Quer um conselho? Pare de pensar em tudo o que poderia dar errado. Você
sempre faz isso quando você conhece um grande cara. É como se você estivesse pron-
ta para atacar a primeira coisa que der errado, assim você pode chuta-lo fora de sua
vida.
Ela apertou meu pé através do edredom.

—Não deixe que Yuri seja um desses caras. Ele é especial Lena. Quero dizer, ele
é... tipo... único.
Eu não podia discutir com ela sobre isso. Ele era especial. Isso é o que me as-
sustava. Ele pertencia a um mundo de riqueza e privilégios que eu não poderia com-
preender. E se eu fizesse algo estúpido? Usar o garfo errado num jantar ou cometesse
uma terrível gafe social que ele se sentisse humilhado? Deus, eu morreria!
Meu celular começou a vibrar novamente. Eu olhei para a tela e vi o nome de
Yuri. Limpando a garganta, tomei uma profunda respiração e respondi.
—Olá?
—Yelena?
Minha barriga tremeu quando Yuri falou meu nome naquela estrondosa voz de
barítono.
—Ei Yuri. —Você viu a foto?

—Sim.
—Sinto muito. Eu não sabia que nós estávamos sendo observados.
—Quando você está comigo, você está sempre sendo vigiada. Não se desculpe.
Eu achei que é uma bela foto. Não são muitos casais que têm o seu primeiro beijo cap-
turado para a posteridade.
Eu podia ouvir a provocação em sua voz.
—Não, eu acho. Eu não tenho que responder a Ty, mas estou tentada.
—Deixe-o. Não vale a pena perder a linha com o maior colunista social de
Houston. Ainda estamos combinados para segunda-feira à noite?
—Sim.
—Maravilhoso. Minha assistente, Anna, vai lhe telefonar com os detalhes. Eu
tenho que sair da cidade por alguns dias. Desgosto encheu sua voz. — Durante a noite
houve um acontecimento do meu interesse comercial no exterior. Estou voando para
lá enquanto falamos, mas estarei de volta para o nosso encontro.
Eu não podia acreditar que ele estava planejando voar para a Europa e voltar
para mim.
—Yuri, não se preocupe com isso. Podemos reprogramar.

—Mulher, você me evitou por meses. Eu não estou prestes a dar-lhe uma razão
para fugir de mim novamente.
Um riso de menina escapou da minha garganta.
—Tudo bem.
—Tudo bem. Segunda à noite. Eu não posso esperar para ver você.
—Sinto o mesmo.
—Adeus.
—Tchau.
Sentindo-me como uma garota do ensino médio com sua primeira paixão, eu
não consegui parar o bobo sorriso que espalhou no meu rosto. Vivian parecia tão di-
vertida.
—Oh meu Deus! Você está perdida.

Deslizando na cama, segurei meu telefone contra o meu peito e fiquei com a
voz sexy de Yuri tocando na minha cabeça. Inferno, Vivian estava certa. Eu estava per-
dida.
Segunda-feira não poderia chegar rápido o suficiente.

Capítulo Quatro
Segunda-feira chegou antes que eu estivesse pronta para isso. Hoje estaríamos
inaugurando a padaria de Benny no novo local. Então eu tive que arrastar meu traseiro
para fora da cama há essa hora abominável. Eu amaldiçoei os padeiros e seu terrível
horário de trabalho. Eu mal podia funcionar o suficiente para tomar banho e engolir
duas xícaras de café. Como diabos Benny faria isso todas as manhãs enquanto cresce o
pequenino pão de Dimitri em seu forno?
O casal ainda não tinha oficialmente anunciado seu presente iminente de ale-
gria. Era muito cedo. Eu imaginei que eles estavam à espera do período perigoso da
gravidez passar ou por seu casamento no início de dezembro, ou talvez ambos. De
qualquer maneira, realmente não era da minha conta, mas não significa que eu não
me intrometeria nisso.
Quando cheguei à padaria era cinco e quinze; eu encontrei um local agradável
para estacionar. A coisa toda foi renovada na semana passada... ficou perfeito. Parei
para admirar o mural que Vivian havia pintado na parede exposta do novo edifício. Ela
trouxe junto com ela os amigos artistas com quem ela compartilhava em um estúdio,
para completar o projeto. Toda vez que eu olhava para ele, eu achava coisas diferentes
para amar.
Dentro da padaria, o lugar estava movimentado. Benny me viu e acenou. Eu
não podia acreditar quão bonita e vibrante ela parecia esta manhã. Talvez fosse o bri-
lho da gravidez.
Dimitri não conseguia tirar os olhos dela. Ela o colocou para trabalhar na mon-
tagem de caixas para a padaria, mas seu amoroso e faminto olhar permaneceu fixo
nela.
—Se ele continuar olhando para você assim, ele vai detonar os alarmes de fu-
maça! Eu dei um abraço em Benny, quando ela juntou-se a mim na entrada.
Olhando por cima do seu ombro, ela sorriu para o seu futuro marido.
—Bem... alguém queria começar esta manhã brincando, mas já estávamos a-
trasados, então eu tive que pará-lo.
—Ouch. Negado! — Eu realmente senti um pouco de pena do grande galã rus-
so.
Depois das últimas noites de ridículos sonhos sensuais estrelado por Yuri, eu
acordei frustrada e carente. Considerando-se algumas das histórias calorosamente
sussurradas que Benny tinha me contado, Dimitri tinha um inferno de uma libido.
Neste momento, ele olhou para Benny como se quisesse comê-la.
—Ele sabe que eu vou fazer as pazes com ele mais tarde.
Rindo de sua insinuação impertinente, eu peguei minhas pastas e tirei o mos-
truário laminado e codificado por cores nos gráficos que eu trabalhei ontem.
Benny tocou meu pulso.
—É verdade sobre o seu trabalho? Eu vi no seu Facebook e feeds do Twitter.
Explicou ela. — Eu perguntei a Vivian, mas ela disse que você não disse nada de con-
creto.
Meu estômago apertou só de pensar na conversa estranha que tive com meu
chefe.
—Eles não me despediram. Na verdade, eles tentaram me fazer ficar, mas eu
pensei... que foda-se! Chega! Então eu sair.
—O que acontece agora?
—Eu não tenho ideia. Meu estômago apertou ainda mais. —Eu realmente não
sei. Estou tipo... esperando. Eu fui cuidadosa com meu dinheiro, então eu tenho o sufi-
ciente para me manter por dez ou doze meses, talvez ainda mais se eu realmente di-
minuir as minhas despesas.
—Eu não acho que você vai demorar a encontrar um novo emprego.
—Eu já recebi algumas ofertas. Eu não lhe disse que uma delas era de Yuri. —
Eu estou considerando duas delas seriamente, mas eu continuo pensando que talvez
este seja o empurrão que eu precisava para começar o meu próprio negócio. Eu posso
definir o meu próprio horário. Eu poderia trabalhar com pessoas que me respeitam e
não me roubem. Eu posso ser a dona do meu próprio destino sabe?
—Eu tenho fé em você. Ela apertou meu braço. —Você vai caminhar com seus
próprios pés.
—Vamos esperar que sim. Caso contrário, Vivi deverá procurar uma nova com-
panheira de quarto.
—Eu fiz o cronograma para colocar-nos no caminho certo. Mark, o repórter da
seção “Vida” do jornal, chegará com um fotógrafo em torno de oito horas. Eu pensei
em usar você, Marco, Adam, Célia e Lupe nesse trabalho. Mark ama seus bolos. Eu
pisquei para ela quando ela riu. —Assim, eu sei que ele vai dar-lhes um grande desta-
que.
—E Flora, do “Hoy”? Benny disse o nome do maior jornal de língua espanhola
da cidade. —Será que ela ainda vem hoje?
—Ela vai estar aqui às nove horas, mas eu prometi que as fotos do momento
oficial da abertura seriam para ela usar. Ada Montoya vai estar aqui por volta das dez
horas para filmar o pacote de reportagem para o jornal do meio-dia. Serão seis a dez
transmissões no canal espanhol de notícia.
Benny conscientemente tocou sua face.

—Devo colocar mais maquiagem para isso?
Antes que eu pudesse responder, Dimitri veio por trás dela e colocou os braços
ao redor de sua cintura. Segurando-a junto dele, abaixou-se e colocou um barulhento
beijo na sua bochecha.
—Você não precisa de maquiagem. Você já está malditamente bonita. Coloque
mais maquiagem e eu vou ter que pegar o bastão do seu escritório para lutar contra os
homens que estarão se arrastando.
Um rubor subiu pelo pescoço de Benny e coloriu suas bochechas. Dimitri dei-
xou cair os lábios em sua orelha e sussurrou algo que só ela podia ouvir. Seus olhos
arregalaram brevemente, e ela selou os lábios abafando um gemido frustrado.
Normalmente, a sua exibição pública de afeição teria inspirado inveja em mim.
Era a mesma coisa que eu senti quando eu assistia Ivan acariciar o pescoço de Erin ou
acariciar sua mão tão carinhosamente. Hoje eu me senti estranhamente... esperanço-
sa. Hoje à noite eu veria Yuri, e tudo poderia acontecer.
Como se estivesse lendo minha mente, Dimitri afrouxou o abraço de Benny,
com um sorriso maroto em seus lábios.
—Me diga sobre a foto?
Eu gemi.
—Por favor, não me provoque Dimitri. Vivian não me deixou em paz desde que
a maldita apareceu online.
Ele riu.
—Estou chocado. A doce Vivian sendo tão má? Nunca.
—Doce? Querido, não deixe que o exterior de colegial inocente o engane. Sub-
estimar Vivian é por sua própria conta e risco.
Ainda sorrindo, Benny finalmente encontrou coragem de perguntar, o que eu
tenho certeza que ela estava morrendo de vontade de saber, desde que eu entrei pela
porta da frente.
—Então vocês dois estão namorando ou o quê?
—Nós estamos começando esta noite.
—Ele pediu para sair? — Ela parecia tão animada, fiquei surpresa que ela não
estava pulando para cima e para baixo.
—Não exatamente, eu disse. —Ele meio que me avisou.

Dimitri bufou com diversão.
—Agora sim, parece muito com Yuri.

—Ele virá esta manhã? —Benny perguntou.

—Houve alguns problemas na Europa. O gasoduto, eu acho. —Eu vi na internet
depois que ele me chamou, e encontrei alguns artigos insinuando problemas. —Ele
deve voltar em algum momento esta tarde. Ou pelo menos isso é o que Anna, sua as-
sistente, disse-me ontem à noite no e-mail que ela enviou.
Benny franziu o cenho.

—Ele mandou sua assistente enviar um e-mail para o seu encontro?
—Eu sei. — Revirei os olhos.
—Acredite em mim. Ele vai ouvir sobre isso. Pensei em enviar-lhe um texto pa-
ra que soubesse como impessoal isso é, mas eu meio que me senti mal por ele. Tenho
a sensação de que ele está sob muita pressão.
Ela cantarolou com a incerteza e olhou para Dimitri. Ele levantou as mãos e a-
fastou-se dela.
—Eu não me envolvo nisso.
Ela bateu-lhe no peito.
—É melhor. Eu não quero que você sinta-se em conflito enquanto nós fofoca-
mos sobre seu amigo.
Sorrindo, ele beijou o topo de sua cabeça e saiu para ajudar Marco. Benny vi-
rou-se para mim, e estudou-me por um momento, e finalmente disse:
—Eu acho que você deve estabelecer neste relacionamento, como exatamente
as coisas são. Ele é como Nikolai. Ele está acostumado que pessoas façam o que ele
diz, quando ele diz. É difícil quebrar maus comportamentos uma vez que deixe que
comecem. Olhe para o meu irmão? Como eu deveria ter tirado a porcaria de gangue
dele pela raiz, mas eu deixei-o ir. Mau hábito sabe?
—Eu entendo. Senti-me estranha ouvindo ela me dizer o que pensava, mas eu
apreciei que ela se importava o suficiente para que eu o colocasse na linha.
—Olha, eu realmente acho que Yuri a coloca em uma categoria diferente de
todas as outras mulheres que ele ehh... namorou. Há potencial real aqui sabe?
—Quando nós estávamos jantando na outra noite, eu poderia dizer que Yuri
sente-se diferente comigo. Sinto-me da mesma forma com ele. Este é um novo territó-
rio para nós dois. Eu não estou jogando com as mesmas regras que a maioria das mu-
lheres que ele está costumado encontrar, e ele definitivamente não joga pelas mesmas
regras dos caras que eu encontro.
—Soa emocionante na verdade. Você está entrando em um novo mundo cheio
de possibilidades.
Eu gostei do jeito que ela descreveu a forma como as coisas estavam cami-
nhando entre eu e Yuri. Havia um tom de esperança.
Em uma hora a padaria estava lotada. No momento em que as portas abriram-
se, as seis em ponto, havia uma fila até a rua. Clientes invadiram o local, muitos deles
que a seguiram do outro endereço. Benny e alguns de seus empregados de longa data
estavam perto da porta, cumprimentando-os ao entrar.
Eu estava completamente emocionada com o comparecimento de todos, e tirei
dezenas de fotos. Mal tirava, e postava nas mídias sociais nas contas da padaria e nas
minhas próprias. Eu assisti o que eu tinha escolhido para o lançamento evoluir.
No momento em que o primeiro repórter apareceu, a fila de clientes em espera
havia crescido ainda mais. Benny parecia um pouco esgotada, mas uma carícia suave
de Dimitri resolvia. Eu estava em pé nos bastidores e assistia suas entrevistas. Todo o
treinamento que eu fiz realmente funcionou para ela. Ela mostrou-se exatamente co-
mo eu sabia que ela era na vida real, doce, autêntica e animada com seu novo negócio.
Fiquei de olho nos comentários de alguns dos principais sites on-line e páginas
do Facebook da padaria. Havia alguns queixosos por causa do lento ritmo da fila no
início da manhã, mas em geral os comentários foram extremamente positivos. Todos
adoraram os bolos e burritos, e o especial chocolate quente de Lupe.
Quando Erin e Ivan pararam para o café da manhã tardio, eu fui arrastada para
um canto por ela. Com o rosto fofoqueiro firmemente no lugar, ela perguntou:
—Você desembuche! Eu sei que você esteve evitando meus telefonemas. O
que está acontecendo com você?
—Deixei a empresa. Eu sou uma espécie de... tipo... possivelmente encontran-
do Yuri. Isso é o que está acontecendo comigo. O que há de novo com você?
Sua boca curvou-se em um ímpio sorriso.
—Oh, eu vejo. Vamos com calma hein? Esse é o modus operandi de Lena, cer-
to?
Agora eu estava sorrindo.
—Muito bonito.
Ela balançou a cabeça e riu.
—Vale a pena, Ivan disse que você dois estavam ótimos na foto. Na verdade, o
que ele realmente disse foi finalmente.
Revirei os olhos.
—Diga a Ivan que eu disse obrigado por sua aprovação.
—Eu sei que você está brincando, mas os quatro caras? Ela olhou para Dimitri e
Ivan que conversavam em frente à padaria. —Eles dão valor à opinião uns dos outros
em grandes coisas. É bom que Nikolai, Dimitri e Ivan gostem tanto de você.
—Para ser justa, o nosso grupo faz o mesmo. Você confiou em nossas opiniões
quando você estava falando em morar com Ivan. Se tivéssemos dito não, você teria
reconsiderado.
—Talvez. Disse ela hesitante. —Quando ele me pediu para morar com ele, eu
estava com a cabeça totalmente confusa. Ela olhou para Ivan com tanto amor em seus
olhos. —Algumas manhãs eu acordo, e não posso acreditar o quão sortuda eu sou, e
que ele arriscou sua vida para ajudar salvar minha irmã. Quer dizer, eu sei como ele
parece. Ele é tão grande, assustador e intimidante, mas meu Deus Lena, aquele ho-
mem só conhece uma maneira de amar, e é totalmente e completamente. Eu nunca
estive mais feliz.
Ela engoliu em seco e piscou rapidamente. Recuperando a compostura, ela dis-
se:
—Eu quero isso para você. Eu quero que você saiba quão incrível e totalmente
foda é saber que você tem um homem como Ivan em sua vida.
Sentindo um pouco de pressão, eu avisei:
—Não vamos nos precipitar. Yuri e eu demos apenas um tipo de prazo. Nós
nem dormimos juntos ainda.
Erin balançou as sobrancelhas.
—Ooh! Você acha que esta noite é à noite?
—Não. Definitivamente não.

—E se ele transformar-se em um infame encantador?
—Ele tentou na outra noite. Não funcionou.
—Uhuh. Ela me olhou com ceticismo. —Não sentiu o menor formigamento?
—Bem…
—Ha! Sabia!
Revirei os olhos.
—Você é uma verdadeira bobona, você sabe disso?
Ela jogou os braços em volta de mim.
—E você me ama!
—É... Eu acho. — Eu a abracei de volta. Pegando o olhar divertido de Ivan, eu a

soltei. —Acho que o Hulk está pronto para ir. Estou certa de que ele tem um ginásio
cheio de lutadores à espera para serem torturados.
—Provavelmente. Ela concordou com um sorriso. —Eu enviarei para você men-
sagem de texto esta noite. Eu quero um passo a passo.
—Erin, você é impossível!
—Seja como for! Ela agarrou meu braço com um toque de seu dedo. —Você
sempre quer os detalhes suculentos de mim e Benny. Agora é a sua vez de nos entre-
ter com todos os detalhes deliciosos e sujos.
Ela tinha razão. Eu fui muito detestável para saber detalhes da ação entre len-
çóis que Benny e Erin compartilhavam com os homens. Decidi que o retorno era justo.
—Tudo bem. Mas tente manter intervalo de uma hora. Ele vai pensar que eu
sou uma aberração se eu for correndo para o banheiro cada vinte minutos para res-
ponder.
—Bem, nós não queremos que ele saiba a verdade sobre você até depois que
ele lhe compre um grande e esnobe iate.
—Cadela. — Eu disse com uma risadinha. Jogando junto, acrescentei: - Bem, se
ele fizer você não é bem-vinda no meu grande e arrogante iate.
Ainda rindo, ela acenou para mim e abriu caminho através da multidão para I-
van. De mãos dadas, eles deixaram a padaria. Pouco tempo depois, Vivian comeu uma
refeição rápida e felicitou Benny pelo sucesso da inauguração. Antes que ela pudesse
sair, Ada Montoya, a âncora de notícia para o enorme e popular canal espanhol em
Houston, arrastou-a de lado para uma rápida entrevista sobre o mural que ela pintou.
Enquanto eu assistia Vivian tagarelar, embora em espanhol, ocorreu-me que se
ela estava falando sério sobre ser uma artista, depois que ela terminasse a escola em
maio próximo, ela precisaria de uma forte presença na internet. Eu projetei seus mate-
riais promocionais para a mostra da primavera, que, aliás, foi muito bem, mas eu podia
ver que ela não estava pensando grande ainda. Ela sempre minimizou seu talento, mas
eu sabia que ela seria bem sucedida.
Ao meio-dia, eu observei a distância o último da imprensa que eu tinha reser-
vado. Senti que Benny estava começando sentir o cansaço da inauguração de um novo
negócio e o começo da gravidez, mas ela não se deixou abater. Embora eu me preocu-
passe com ela em exagero, um olhar no rosto de Dimitri, mostrou que estava sob con-
trole. Tão protetor como ele era com Benny, eu percebi que ele a enfiaria em sua ca-
minhonete, e a levaria embora para descansar em casa dentro de uma hora.
Com a minha parte do dia completa, eu dei um último abraço em Benny e pro-
meti resolver quaisquer questões de publicidades relacionadas a ela. Como minha pri-
meira e única cliente, eu poderia oferecer minha atenção total.
Era tão estranho estar sozinha em casa no apartamento no meio do dia. Duran-
te muito tempo eu me sentei no sofá e olhei para as portas francesas que conduziam a
varanda. Eu me senti completamente perdida. Eu não sabia o que fazer comigo mes-
ma.
Cochilar parecia ser a única opção, por isso tirei a minha roupa e arrastei-me
para a cama. Depois de definir o meu alarme, puxei as cobertas sobre minha cabeça e
tentei acalmar meus pensamentos. Eu não queria pensar no meu estado de desem-
pregada, ou a muito real possibilidade de que o meu pai estava em apuros por algo
que o meu primo idiota possa ter feito. Eu queria sonhar com boas coisas, sobre as
coisas boas. Sobre Yuri.
Seu rosto sorridente invadiu meus pensamentos e me acalmou. Eu podia ima-
ginar as pequenas linhas ao redor dos seus olhos quando ele sorria. Meu estômago
cambaleou enquanto eu me lembrava da sensação de sua grande mão quente ao lon-
go da minha coxa, e a maneira como senti seus lábios pressionados ao meu.
Meus seios doíam enquanto eu continuava acordada por imagens impertinen-
tes da sessão de amasso no banco traseiro... onde poderíamos ter chegado. Apertei
minhas coxas juntas para aliviar o pulsar.
Não surpreendentemente, os meus sonhos foram ridiculamente sujos. Na cama
no meu sonho com Yuri, eu me entregava a todas as fantasias impertinentes que eu
não tive coragem suficiente para tentar na vida real.
Quando eu acordei com o som do meu alarme, eu tremia de desejo. E me per-
guntei se eu poderia me entregar, e tremi porque eu o queria tanto.
Olhando para o teto, tentei descobrir o que me assustava tanto para fazer a-
mor com Yuri. Não que eu não fizesse sexo sem uma aliança de casamento como Vivi-
an. Eu tive três amantes desde o início da faculdade. Eu preocupei-me com cada um
desses homens, e eles me amaram por isso, não foram experiências baratas ou sujas.
Eles foram simplesmente insatisfatórios. No fundo, no fundo, eu ficava preocupada em
me magoar. Aqui, na segurança de meu próprio quarto, o clímax era fácil. Depois que
eu ia para a cama com um homem, eu esfriava. Gostava da intimidade e proximidade
de um amante, mas não me completava. Não havia liberação. Costumava sair da cama
mais frustrada do que quando me deitava.
Então eu basicamente jurei que sexo sem sentido, tinha terminado para mim a
pouco mais de um ano atrás. Ele foi um grande namorado, e ficamos um bom tempo
juntos, mas ele olhava para coisas que eu não queria. A última vez que eu olhei sua
página no Facebook, eu vi que ele estava noivo. Aparentemente ele encontrou uma
menina que queria as mesmas coisas que ele.
Eu estava feliz por ele. Fiquei feliz porque encontrou alguém especial para
compartilhar sua vida, mas muitas vezes eu me perguntava se eu estava desiludida
para esse tipo de felicidade. Assistir minha mãe partir sem me levar, causou uma lou-
cura em mim. Não havia muitas pessoas que eu deixava chegar perto. Vivian, Erin,
Benny, meu pai, eles eram as únicas pessoas que eu amava e confiava que não me trai-
riam.
Mas Yuri? Ele era alguém que eu poderia confiar? Honestamente não sei.
Ocorreu-me que mantê-lo a distância não responderia esta pergunta. Eu nunca
saberia se ele era digno de ser adicionado a extremamente pequena lista de pessoas
que eu amava, e abrir-me tornar-me-ia vulnerável, e isso me assustava. O próprio pen-
samento de abrir-me para esse tipo de desgosto me apavorava.
Mas se eu não fizesse, eu nunca saberia.
E eu tinha que saber.
Capítulo Cinco
Com meu vestido novo favorito, eu tentei encontrar coragem para entrar no
restaurante. Eu observei o manobrista no meu compacto vermelho. Não era um carro
ruim, mas definitivamente não era bom o suficiente para este restaurante.
Um tremor de constrangimento passou por mim, com a ideia de que Yuri pode-
ria ter me visto saindo do carro. Claro, eu paguei por ele depois de ter trabalhado pra
caramba no meu último ano de escola, e eu estava muito orgulhosa dele.
Yuri provavelmente pagava por um terno sob medida, o que eu paguei pelo
carro. Eu passei a mão na frente do meu vestido. Em um passeio de compras com Erin
no mês passado, eu caí de amor pelo vestido no momento que eu o vi na boutique. Era
uma imitação dos estilos mais usados nas passarelas, e encaixava-se perfeitamente ao
meu orçamento. Sobrou até para um par de sapatos de saltos e uma bolsa bonita. Esta
era a minha primeira chance de usá-lo. Eu esperava que ele causasse o mesmo efeito
em Yuri que causou no manobrista que quase quebrou o pescoço vendo-me sair do
carro.
Com o coração batendo na minha garganta, entrei no restaurante de luxo. A
área de espera estava surpreendentemente ocupada para uma noite de segunda-feira.
Meu olhar girou em torno da área de estar, mas eu não vi Yuri. Talvez ele já estivesse
na nossa mesa?
Esperei na fila da recepção e tentei controlar minhas emoções selvagens. Ner-
vosa! Animada! Ansiosa! Despertada! Meu pobre corpo estava pulando de um extre-
mo para o outro.
—Posso ajudá-la? — a recepcionista morena me cumprimentou sorrindo.

—Estou esperando alguém para jantar. Yuri Novakovsky.
Seus olhos arregalaram-se um pouco. Obviamente, ela reconheceu o seu nome.
Seu olhar caiu sobre a tela do computador. Quando ela não encontrou nada lá, ela
abriu o pequeno livro preto, e passou a ponta do dedo para baixo na lista de reservas.
—Me desculpe minha senhora. Não há nenhuma reserva para o Sr. Novakovsky
hoje à noite.
Confusa, eu peguei o meu telefone e rapidamente carreguei o e-mail de sua as-
sistente. Mostrei a tela.
—Estes foram os detalhes que me enviaram.
—Eu sinto muito. Houve alguma confusão. Ela olhou para o gráfico com as me-
sas novamente. —Eu posso acomodar você, ou você pode esperar pelo Sr. Novakovsky
no bar até que ele chegue.
—Eu prefiro sentar-me a mesa.

A anfitriã encontrou um local vago para nós, sem dúvida, deixando pra trás as
pessoas que estavam esperando na minha frente. Eu senti uma pontada de culpa, mas
dei de ombros. Yuri obviamente vinha aqui com frequência suficiente, para que todos
aqui o conhecessem. Se o seu nome era suficiente para conseguir uma mesa mais rá-
pido, o que era um privilégio, eu estava feliz por desfrutar.
Sentado na parte traseira do restaurante, eu pedi um copo de vinho desejando
que a espera não fosse longa. Certa que era algum tipo de atraso na viagem de Yuri, eu
tentei não me preocupar. Olhei para o restaurante para ver se eu conhecia alguém.
Meu olhar pousou em nada menos que Ty Weston, fofoqueiro, rico e extraor-
dinário. Ele estava em uma grande mesa redonda. Eu reconheci a maior parte das pes-
soas que estavam com ele. Eles eram filhos dos ricos do Texas, inclusive Caitlin, sua
irmã mais nova e Pips Barlow Bennett, seu melhor amigo, e uma herdeira de uma me-
ga fortuna petrolífera e gás.
Nossos olhares se cruzaram no restaurante. Ty sorriu e levantou o copo. Eu lu-
tei contra a vontade de revirar os olhos, e sorri em seu lugar. Disfarçando, eu fingi não
notar seu persistente olhar. Não que ele estivesse interessado em mim. Isso era óbvio.
Ty provavelmente era o único filho de um senador conservador, corajoso o su-
ficiente para ser abertamente gay, e viver a sua vida em voz alta e orgulhosa. Eu tinha
que reconhecer. O cara tinha uma enorme coragem. Meu celular tocou. Claro que era
Erin, peguei na minha bolsa. Era Ty me enviando uma mensagem direta via twitter.
Olhei para a mesa, mas ele estava envolvido em uma conversa com Pips.
Espero que eu não tenha causado quaisquer problemas com a foto no outro di-
a. Era muito suculenta para deixar passar. Vocês dois pareciam muito hot.
Hesitei antes de digitar uma resposta. Não fiquei muito satisfeita de ser o foco
de seus mexericos, mas eu vou sobreviver. Vi que ele mexia em seu bolso e retirava
seu telefone. Sua boca curvou-se num sorriso. Eu esperei por sua resposta na minha
caixa de entrada.
Melhor acostumar com isso. Notoriedade é o preço de namorar um homem
que interessa.
Se alguém sabia o que era namorar um bilionário incapaz de fugir de paparazzi,
era provavelmente Ty. Ele viveu muitos romances de alto interesse com um ator e um
herdeiro super-ricos de algum principado europeu minúsculo. Como eu, ele não parece
ser capaz de manter um relacionamento.
Conhecemo-nos desde o meu primeiro verão estagiando com a empresa de re-
lações públicas. Na época, ele era um estagiário do jornal. Nós trabalhamos juntos em
alguns projetos, mas depois que eu o peguei vasculhando as lixeiras atrás do prédio
que a empresa partilhava com um escritório de advocacia especializado na indústria de
energia, eu fiquei chocada e consternada, ao ver os frutos que esse trabalho sujo mos-
trava em seu site de fofocas. Ele descobriu um nojento escândalo, mas teve que ferir
algumas pessoas inocentes no processo. Eu tentei fazê-lo ver que dois erros não fazem
um acerto, mas ele não se deixou influenciar. Depois disso, eu me afastei.
Mas, ao contrário de um monte de gente, eu não o achava malicioso. Mal as-
sessorado? Fanático? Sim. Mal intencionado? Nunca. Ele era o tipo de cara que acredi-
tava que a verdade tinha que ser dita, não importa a que custo.
—Senhora? — Um garçom estava ao lado da mesa. —Eu odeio ser tão rude,
mas será que você se importaria de passar para o bar até o seu acompanhante chegar?
Estamos com falta de espaço e há uma festa com reservas que gostariam de sentar-se.
—Oh. Sentindo-me um pouco confusa, eu assenti e peguei o meu copo de vi-
nho.
—Claro. Não a nenhum problema.
Não havia maneira de ignorar os olhares curiosos dirigidos a mim, quando eu
deixei o local ocupado do restaurante para o igualmente ocupado bar. Eu não consegui
me sentar, então eu estava em um canto tentando não parecer ridícula. Bebendo meu
vinho, eu me perguntava onde diabo estava Yuri. Ele estava quase meia hora atrasado.
Por que não mandou uma mensagem? Eu chequei meu telefone para ter certe-
za de que não tinha perdido uma mensagem dele quando eu digitava uma mensagem
para ele, meu celular vibrou e uma mensagem de Erin apareceu. Cliquei nela.
Bem! Como está indo?
Ele não está aqui ainda.
Como assim?
Ele não está aqui. Nós não estamos na lista de reserva.

Você está no lugar certo?
Claro!
Desculpe. Só queria saber. Não morda minha cabeça. Ele não mandou mensagem?
Eu mandei. Enviei-lhe uma pergunta simples, onde ele estava e se ainda viria hoje à
noite.
Dez minutos mais tarde, atingindo o fundo do meu copo de vinho, eu ainda não tinha
recebido uma resposta dele, então eu mandei uma mensagem para Erin.
Nenhuma resposta. Começando me sentir estúpida.

Você não é estúpida!
Um calafrio subiu no meu pescoço. E no fundo da minha cabeça, uma feia voz
começou a me insultar: Ele está brincando com você e você foi burra o suficiente para
cair nessa.
Eu sacudi a cabeça ante a provocação irritante. Yuri foi tão doce na outra noite.
Ele não estava brincando comigo. O que quer que a voz desagradável na minha cabeça
tenha dito, não era verdade. Yuri não me iludiria e me abandonaria assim.
—Lena?
Não era a voz de Yuri que me chamou, mas Ty Weston. Ele tocou no meu braço
e atraiu o meu olhar. Sorrindo, ele perguntou:
—Posso te pagar uma bebida enquanto espera?
Olhei para o meu copo de vinho vazio.

—Claro.
A mão de Ty apoiou em minhas costas e ele me guiou através da multidão. No
bar, eu troquei o meu copo de vinho por outro. Ty pediu uísque puro e me levou a um
par de cadeiras vagas na frente da área do bar. Ele tomou um gole da bebida e passou
o dedo sobre a borda.
—Está cheio aqui esta noite.
—Muito, eu concordei e girei o escuro e rico vinho em meu copo.
—Você está comemorando algo ou este é um local em que você costuma jantar
normalmente?
—Só um jantar normal.
—Oh.
—É um encontro?
—Bem, deveria ser. Eu disse com uma risada nervosa. —Ele está atrasado.
Ty suspirou e observou seu copo. Inclinando-se para frente, ele tocou no meu
joelho.
—Docinho, se é o homem que eu estou pensando, ele não vem.
—O quê? Sentei-me para trás e ri. —Você deve estar pensando no cara errado.
—É Yuri Novakovsky.
Ty tinha uma expressão relutante quando ele arrancou o telefone do bolso, ba-
teu em sua tela e girou para eu ver. No começo eu não entendi muito bem o que era
para eu ver. Em seguida, me atingiu como uma tonelada de tijolos. Meu coração quase
parou Yuri de smoking, com o braço enrolado em uma morena linda de morrer, com
um vestido de noite dourado brilhante. Conscientemente, eu esfregava a mão na fren-
te do meu vestido imitação de grife. Os brincos de aros prata pendurado em meus ou-
vidos, e as pulseiras simples que eu usava, pareciam tão baratas em comparação com
os diamantes e esmeraldas pendurados em seu pescoço e orelhas. Sem dúvida seus
saltos altos, provavelmente custam mais do que Vivi e eu gastamos com o aluguel to-
dos os meses.
Que diabos havia de errado comigo? Eu realmente acreditei que poderia viver
nesse mundo? Eu nunca poderia ser essa mulher. Obviamente Yuri tinha tirado essa
foto antes de mim.
—Quando foi tirada? — Eu resmunguei enquanto eu tentava piscar de volta as
lágrimas que pinicavam meus olhos.
—Há algumas horas em uma festa de gala e caridade em Berlim. Aparentemen-
te, ele estava lá para algum acordo. Ele hesitou antes de dizer:
—O nome dela é Tânia Kruger. Ela é uma herdeira que ele namorou no último
ano.
É claro que ela era. Ty tentou puxar o telefone longe, mas eu o impedi.
—Tem... tem mais?

Compaixão brilhou em seus escuros olhos.
—Você não precisa ver.
—Eu quero. Eu tive que gravar as imagens em meu cérebro para que eu nunca
fosse estúpida o suficiente para achar que um cara como Yuri poderia ter algo a ver
com uma princesa do gueto como eu.
Segurando o telefone nas minhas tremulas mãos, eu andei pela galeria. Yuri pa-
recia sexy, arrojado e tão malditamente feliz. Em cada foto ele sorria. Em cada foto ela
agarrava- se a seu braço. Tanya com o cabelo perfeito, o perfeito vestido e o rosto per-
feito. Com certeza a perfeita conta bancária e nenhum pedigree de dúvida.
Era óbvio que ele tinha conseguido uma que tinha mais a oferecer, enquanto
ele estava em viagem de negócios. Ele poderia ter voltado para Houston ver a estúpi-
da, pobre, indigna de ser amada, desempregada, eu... ou ele poderia ficar lá e esfregar
na elite europeia uma sósia de supermodelo que olhava para ele com adoração.
Eu entreguei o telefone de volta para Ty e levei meu copo de vinho para minha
boca. Em três goles longos, eu engoli tudo.
Encarando Ty, eu disse:
—Você deve achar que eu sou realmente uma idiota.
Seu olhar nunca vacilou.
—Eu não acho Lena. Eu acho que os homens como Yuri gostam de ser usados
para conseguir o que eles querem, e descartar depois, quando estão satisfeitos. Você
está em desvantagem, porque você não cresceu neste mundo brilhante como o meu.
Você aprende rapidamente identificar os que a usam.
— Yuri me usou? Ele pareceu tão carinhoso e gentil. Foi tudo atuação? Eu es-
freguei meu rosto. —Deus, eu realmente estou perdendo o jeito. Houve um tempo em
que isto não teria acontecido comigo.
Ty segurou minha mão.
—Não o deixe ganhar. Ele não é nada, ok? Ele é só um bundão rico, russo, com
alguns estúpidos barcos.
Meus lábios curvaram-se em um sorriso triste.
— Eu pensei que ele era algo especial.

—Oh, querida. Ele apertou minha mão. —Não.
Sentindo-me colossalmente estúpida, eu me encolhi com a ideia de ir para casa
e dizer a Vivian o que tinha acontecido. Ela não faria nada além de ser tão doce e me
apoiar, mas não era o que eu queria agora.
E Erin? Ela ficaria furiosa e exigiria que Ivan fosse até Yuri e chutasse a bunda
dele como uma forma de restaurar a minha honra. Sabendo a força que tem Ivan, con-
trolado por ela com seu dedinho, ele provavelmente faria isso.
Em seguida, Maria e Nikolai seriam arrastados para a bagunça. A última coisa
que Benny precisava, era o stress de uma enorme encrenca no nosso grupo fortemen-
te ligado de amigos.
—Hey! - Ty inclinou meu queixo com o dedo, saia comigo.
—O quê? Não. Eu estou bem. Vou para casa. Você não tem que oferecer para
me levar porque você tem pena de mim.
—Eu não tenho pena de você. Na verdade, eu gosto de você. Eu acho que nós
começamos com o pé errado. Você e eu? Temos mais em comum do que você pensa
Lena Cruz.
Eu não tinha tanta certeza sobre isso, mas a perspectiva de uma noite triste no
meu apartamento não parecia atraente. Tentada por sua oferta, eu perguntei:
—O que você tem em mente?
Segurando minha mão, ele me arrastou fora do meu assento.
—Bem, não seria divertido se eu te dissesse...
O toque incessante de um telefone celular tirou Yuri de um sono profundo.

Confuso e grogue, ele rolou e tentou lembrar-se de onde diabos ele estava. Berlim. Um
hotel. Outra noite sozinho em uma cama estranha.
O telefone celular na mesa de cabeceira continuou vibrando e chamando. Se
fosse o toque do seu telefone de negócios, ele teria deixado tocar, mas era sua linha
privada, a linha de que só algumas pessoas tinham acesso. Preocupado que alguma
coisa tivesse acontecido em Houston, ele pegou o telefone e atendeu. Totalmente es-
perando Ivan, Dimitri ou Nikolai, ele atendeu em russo.
—O que aconteceu?
—Eu te disse! Apenas em Inglês!
Surpreso, Yuri girou na posição vertical com o som da voz arrastada de Lena. A
pesada música eletrônica, batendo no fundo dificultava ouvi-la. Ele olhou para o reló-
gio e calculou a hora em Houston. Era quase uma da manhã lá.
—Lena? Você está bem?
—Como se você importasse. Ela retrucou.

Ele nunca ouviu tanta raiva em sua voz. Havia algo mais em seu tom. Dor?
—Claro que eu me importo.
—Mentiroso. Você é um grande, estúpido, Russo mentiroso, e eu sou uma
grande mexicana crente.
Ele franziu a testa e tentou entender suas divagações. Era claro que ela estava
muito bêbada.
—Lena você está sozinha? Erin ou Vivian estão aí?
—Não é da sua conta com quem estou hoje à noite.
Ele ouviu vozes masculinas ao fundo. Ela voltou na linha, falando mais alto e
com mais raiva.
—Sim, você tem direito. Já que você está tão curioso sobre o que eu estou fa-
zendo, quem era aquela garota com quem você estava hoje à noite? Huh? Ela está com
você agora?
—Tanya? O que Tanya importa?

—Aparentemente muito. Você me largou por ela.
—O que você...? - As peças se encaixavam. Ela tinha visto as fotos do baile de
gala? Será que ela acha que ele tinha sentimentos por Tanya? —Lena, era apenas uma
coisa de caridade. Não tem importância.
—Há... caridade? Você está me chamando de um caso de caridade?

Entre a confusão causada pelo álcool e da música escandalosamente alta, ela
entendeu mal.
—Não. Eu não a chamei de um caso de caridade.
—Seja como for Yuri. Tanto faz!

Ele estremeceu quando ela gritou ao telefone. O riso masculino alto no fundo o
preocupava. Se ela estivesse sozinha e bêbada com homens, poderia ser perigoso para
ela.
—Lena onde você está?
—Onde quer que você não esteja.
Beliscando seu nariz, ele tentou manter seu temperamento sob controle.
—Lena, por favor, eu estou implorando. Diga-me onde você está.
—Oh meu Deus, eu amo essa música. Sua voz soava mais fraca. Ele esforçou-se
para ouvi-la. O som do farfalhar de tecido contra o telefone coçou a orelha. Alguns
instantes depois, ele ouviu Lena aplaudindo compulsivamente e estridente. Imaginan-
do o pior, ele gritou:
—Lena? Yelena!
Uma voz masculina profunda veio na linha.

—Desculpe cara, Lena não pode falar agora. Ela está ocupada dançando.
A linha ficou muda. Em pânico, ele tentou ligar para ela, mas não houve respos-
ta.
Aterrorizado que ela estivesse em uma situação perigosa, ele chamou a única
pessoa que poderia encontrá-la em uma cidade do tamanho de Houston.
—Yuri? — A voz calma de Nikolai acalmou os seus nervos.
—Eu preciso de você para encontrar Lena.
Ele riu.
—Deixe a menina dormir Yuri. Ela não precisa de você chamando por ela todas
as horas da noite porque você está apaixonado.
De alguma forma, ele se controlou para não gritar com seu melhor amigo. —Ela
não está em casa. Ela está bêbada e em um clube. Estou preocupado com ela.
Houve um momento de pausa antes de Nikolai suspirar.
—Vou chamar Vee.
A linha ficou muda. Enquanto Yuri esperava pelo chamado de Nikolai, ele acen-
deu a lâmpada e deslizou para fora da cama. A exaustão que ele sentiu das prolonga-
das negociações, sumiram com a adrenalina que tomou seu lugar. O que diabos estava
pensando Lena?
Quando ele vestiu a camisa e as calças, ele lembrou novamente da sua conver-
sa atrás do álcool que a tornou agressiva, estava muito machucada pelo som da sua
voz. O que no mundo ela achava que estava acontecendo aqui em Berlim? O que ela
tem a ver com Tanya?
Ele disse especificamente para Anna certificar-se de que Lena entendesse que
isso era simplesmente uma maneira para ele obter a aprovação no oleoduto. Ele foi
com Tanya, deu uma doação ultrajante para caridade ambiental, e na parte da manhã,
seu pai daria parecer positivo aos seus contratos, acalmando os nervos daquelas pes-
soas que se preparavam para votar na permissão para que o gasoduto atravesse solo
alemão.
—Merda. Correndo os dedos pelo seu cabelo, Yuri embolsou seu telefone par-
ticular e saiu de seu quarto. Ele atravessou do grande banheiro para o quarto onde
Anna dormia. Odiando acorda-la logo após todo o trabalho que tinha feito, ele bateu
alto o suficiente para chamar sua atenção.
—Anna?
Levou mais do que um minuto antes que a porta abrisse. Amarrotada e com
sono, ela abraçou o roupão em torno de sua esbelta figura.
—O que há de errado?
—Você falou com Lena sobre o cancelamento dos nossos planos?

—Sim. Bem. Seu rosto se contorceu e ela fez uma cara de desculpas. —Eu
mandei um e-mail. Entre a reunião com o conselho, tentar achar um smoking e rece-
ber o dinheiro liberado para a doação, eu não tive tempo para um telefonema. Por
quê? Era importante?
Yuri gemeu e passou a mão pelo rosto.

—Ela é incrivelmente importante para mim.
Anna pareceu surpresa.
—Eu sinto muito. Eu não sabia que ela era, quero dizer, eu pensei ela era ape-
nas mais uma. Se eu soubesse…
—Sim. Ele levantou a mão para detê-la.
Seu estômago deu um nó tão doloroso, que pensou que poderia ficar doente. A estu-
pidez do que ele tinha feito, ameaçou fazê-lo cair de joelhos. Ele estava tão focado
neste gasoduto maldito, que ele acabou colocando tudo em risco. Agora só havia uma
coisa para ser feita.
—Consiga-me em um voo para Houston logo que possível.

Seus olhos arregalaram.
—Mas é…
Ele cortou.
—Eu sei que horas são. Deixe nosso jato particular aqui para o resto de equipe.
Encontre-me outro. Inferno irei com voo comercial se for a única coisa disponível.
—Sim senhor. Ela hesitou. —E o negócio do gasoduto?
—Jameson é o meu vice-presidente por uma razão. Se ele não puder selar o
acordo, ele pode encontrar um novo trabalho. Sua voz era áspera. Ele não tinha nin-
guém para culpar por essa bagunça, a não ser a si mesmo. —Eu sinto muito. Eu não
deveria ser tão duro com você. Isto é minha culpa.
Ela não discutiu com ele.
—Vou tratar de sua volta.
—Obrigado. O telefone começou a tocar enquanto cruzava a sala de estar e
descia para o quarto. —Nikolai?
—Nós a encontramos.
Yuri caiu contra a porta fechada com alívio.
—Onde ela está?
—Vee a rastreou usando a internet. Aparentemente ela está postando fotos
toda à noite em um clube com alguém chamado Ty.
Yuri gemeu ainda mais alto. Poderia esta noite ficar pior?
—Ele é um colunista de fofocas. Certamente Nikolai não se importava, ele dis-
se: - Não importa. Você pode buscá-la?
—Eu estou esperando Vivian vestir-se. Eu não vou tentar trazer Lena pra casa
sozinho, especialmente se ela tem aquela maldita arma em sua bolsa.
Yuri cambaleou com o choque.

—Ela carrega uma arma?
—Você pode culpá-la? Com um pai como o dela, ela precisa.
A testa de Yuri franziu. Ele tinha apenas dado uma olhada superficial em sua vi-
da. É evidente que ele precisava aprofundar-se mais.
—Tenha cuidado. Eu não quero que isso transforme em uma bagunça maior do
que é.
—Vee e eu podemos lidar com isso.
A voz de Nikolai parou e Yuri ouviu a voz suave de Vivian no fundo. Quando Ni-
kolai voltou, ele parecia infeliz.
—Você me deve muito Yuri.
—Por quê?
—Porque eu vou ter que entrar no mais notório bar gay de Houston. Ele res-
mungou. — É melhor essa menina valer a pena.
—Ela vale.
—Você vem pra cá?
—Assim que eu conseguir um voo estarei a caminho.
—Eu sugiro que você gaste esse tempo até chegar, pensando em um pedido de
desculpas. Flores e diamantes não vão acalma-la nesse momento.
A linha ficou muda e Yuri jogou seu telefone em sua cama. Rapidamente, ele
lavou o rosto e escovou os dentes. Não houve tempo para um chuveiro, mas ele vestiu
uma calça jeans e uma camisa limpa. Ele estava jogando as coisas em suas malas de
viagem quando Anna bateu em sua porta.
—Entre.
Ela entrou, mas ficou perto da porta aberta.
—Você estará em um jato particular que sairá em 55 minutos. O carro está es-
perando para levá-lo. Jake e Derek estarão no lobby em dez minutos. Terei Tony espe-
rando no aeroporto em Houston. Eu enviarei os detalhes.
Yuri olhou para o relógio e fez os cálculos. Seria meio-dia em Houston quando
ele chegasse. Ele esperava que Lena estivesse fora de sua ressaca até então. Eles preci-
savam ter uma séria conversa, e exigia que estivessem sóbrios.
—Obrigada Anna.
—Existe alguma coisa que eu posso fazer?

Ele começou a dizer que não, mas lembrou de algo que Nikolai tinha dito.
—Quando você tiver uma chance, eu quero um completo dossiê sobre Lena.
Concentre-se em seus pais.
Surpresa estampou-se em seu rosto, no entanto, ela assentiu.
—Farei logo que possível.
—Obrigado.
—Sinto muito por qualquer problema que causei esta noite.
—Você não os causou. Fui eu mesmo.
Ele orou para que Lena o perdoasse e desse uma chance para tentar novamen-
te.
Felizmente, ele tinha um voo sobre o transatlântico para descobrir uma manei-
ra de fazer isso direito.
Capítulo Seis
Foi o voo mais longo da sua vida. Agora, sentado no banco de trás de seu carro,
Yuri esfregou a parte de trás de seu pescoço dolorido. Ele tinha poucos minutos até
chegar ao apartamento de Lena. Ele ainda não tinha ideia do que diabos ele diria.
Por um lado, ele estava irritado por ela ter chegado a uma conclusão tão desa-
gradável. Será que ela realmente achava tão pouco dele? Será que ela realmente acre-
ditava que ele poderia ser tão cruel?
Por outro lado, ele tinha visto as fotografias brilhantes postadas nas páginas de
mídia social de sua empresa. Elas não pareciam muito inocentes. Apesar de considerar
Tanya uma amiga, ficou claro a partir da expressão em seu rosto, que ela pensava de
forma diferente. Não era difícil entender como Lena chegou a sua conclusão.
Ele podia imaginar a mágoa que ela sentiu ao sentar-se naquele restaurante
maldito esperando por ele. Ele ainda não entendia porque ela não recebeu o e-mail de
Anna, mas não seria a primeira correspondência online que havia desaparecido. Como
ela acabou com Ty Weston ainda o confundia. Ele não tinha percebido que eles eram
amigos. Ocorreu-lhe que havia muito que não sabia sobre Lena Cruz. Esperemos que o
dossiê de Anna preenchesse os espaços em branco.
Pegando o telefone, ele se aborreceu novamente, percorrendo as fotos em sua
página no twitter. Ela foi uma menina muito ocupada ontem à noite. A foto de um
dançarino seminu e tatuado lambendo limão e sal de seu pescoço, o deixava louco. Ela
foi agarrada em um bar gay, mas a forma como o homem olhava para Lena, mostrava
que ele não estava jogando para o time da casa. O homem parecia querer tirar a saia
dela e transar com ela ali mesmo no bar.
As fotos de Lena bebendo com um grupo de amigos seriam divertidas se ele
não estivesse tão preocupado com ela. Ele encolheu-se com a ideia da quantidade de
álcool que ela deve ter bebido. Só o fato de saber que Vivian nunca deixaria Lena em
perigo acalmou seus nervos. Se houvesse qualquer perigo a saúde de Lena, Vivian teria
exigido que Nikolai a levasse para uma sala de emergência.
Mas a mensagem de Vivian mais cedo, deu-lhe certeza de que Lena estava em
casa e em sua própria cama. O tom curto e grosso da mensagem de Vivian, disse que
ele estava em sua lista negra. Sair não seria fácil. Ela era leal a seus amigos. Seria preci-
so um milagre para convencê-la a não odiá-lo por ferir Lena.
O carro parou no estacionamento do complexo. Ele exalou lentamente antes
de soltar o cinto de segurança e sair do banco de trás. Derek estava pronto, e olhou ao
redor do complexo tranquilo.
—Você quer que eu entre chefe?
Yuri balançou a cabeça.

—Eu provavelmente devo fazer isso por conta própria.
—Eu não sei. Se Lena voar em você, Dimitri vai chutar a minha bunda. — O
guarda-costas disse com um sorriso brincalhão, mas isso não aliviou a ansiedade de
Yuri.
Yuri bateu no braço de Derek e caminhou em direção ao prédio. Jake seguiu pe-
la calçada, mas ficou para trás na porta da frente, dando a Yuri privacidade. De repen-
te, ele estava muito contente que havia um acordo de privacidade inserido em seus
contratos. Lena vai, provavelmente, enxotar ele quando ela vier até a porta.
Reunindo sua coragem, bateu três vezes e deu um passo para trás para que ele
pudesse ser visto claramente através do olho mágico. Ele ouviu destravar a porta e seu
coração disparou. A porta abriu para revelar uma Vivian franzindo a testa. Por um lon-
go tempo, eles se entreolharam. Finalmente ela suspirou dramaticamente e afastou-
se.
—É melhor você entrar.
—Obrigado.
Ele entrou no apartamento, mas não se atreveu a ir mais longe do que a porta
de entrada. Olhando ao redor ele notou a decoração boemia. Tudo parecia tão acon-
chegante e acolhedor. Infelizmente, a expressão no rosto de Vivian não era.
—Você é um idiota. Ela dirigiu-se a ele em russo. —Eu não sei por que você a-
giu desse jeito, mas foi cruel e mesquinho. Nunca a vi chorar assim. Nunca.
Yuri fez uma careta.
—Não foi nada disso Vivian. Foi um engano. Juro por Deus.
—Bem, não jure para mim! Diga a ela.
—Você vai ver se ela quer falar comigo?
Vivian olhou para o corredor.
—Ela vai ser uma verdadeira besta com essa ressaca, mas verei se ela vai falar
com você.
Vivian o deixou parado ali e desapareceu na sala. Ele esforçou-se para ouvir,
mas suas vozes foram abafadas pela porta que estava metade fechada. Quando Vivian
saiu algum tempo depois, ela fez um gesto para o sofá.
—É melhor você sentir-se confortável. Vai demorar um pouco.
Ele não achava que poderia sentar-se, ainda assim ele caminhou para o sofá.
Vivian pegou alguns livros da mesa de café e colocou-os dentro de sua mochila.
—Você está indo embora?

—Eu não vou ficar por aqui para ouvir a gritaria.
Ele sabia o suficiente sobre a história da família de Vivian para entender por
que ela era sensível aos casais gritando um com o outro.
—Eu não vou gritar com ela.

—Eu não estava falando de você. Ela levantou sua bolsa. —Só um justo aviso,
Nikolai está de mau humor depois de ontem à noite. Ele foi apalpado, beijado e teve
sua bunda apertada por cerca de cinco diferentes caras bêbados, antes de tirarmos
Lena fora de lá. Foi o caos.
—Merda.
Yuri fechou os olhos e perguntou se esta situação poderia ficar pior. Com a ex-
periência de Nikolai, ele podia imaginar as memórias horríveis que ser tateado e mal-
tratado trouxe para seu amigo.
—Eu sinto muito que vocês dois foram arrastados para isso.
Ela olhou para ele por um momento inquietante e saiu sem dizer uma palavra.
Passaram mais cinco minutos antes de Lena finalmente sair de seu quarto. Ela estava
horrível, mas ele não ia lhe dizer isso. Seu cabelo escuro estava preso em um coque
baixo e bagunçado. Uma camiseta de algodão amassada e manchada, calças de yoga
rasgadas completavam o seu visual.
Seu olhar com raiva queimou sobre ele. Engolindo, ele deu um passo em dire-
ção a ela, mas não mais que isso.
—Yelena, por favor, deixe-me explicar.
Ela levantou uma das mãos.
—Eu preciso de café e algo para essa dor de cabeça maldita antes que comece
a rastejar.
A vibração de esperança invadiu seu peito.
—Onde você guarda o seu café?
—Você consegue fazer isso sozinho? Tem certeza que você não precisa chamar
um de seus assistentes para ajudar?
A farpa atingiu seu objetivo.

—Eu sinto muito. Eu não deveria ter deixado a minha assistente... eu não deve-
ria ….
Ela levantou a mão novamente.
—Eu disse café e analgésicos em primeiro lugar.
—Certo. — Ele a seguiu até a cozinha.

Enquanto ela pegou uma cesta com alguns analgésicos, ele encontrou os copi-
nhos para a máquina de café. Ela não estava longe de ter razão sobre sua assistente,
mas ele ainda lembrava como fazer uma xícara de café.
Ele fez duas xícaras de café e levou-as para a mesa da sala de jantar onde ela
esperava por ele. Encontrou uma colher em uma das gavetas e uma garrafa de creme
na geladeira.
Sentado em frente a ela, ela ameaçava esfaqueá-lo com a colher do açucareiro
sobre a mesa, e despejar nele sua fumegante xícara de café. Ela espirrou uma quanti-
dade generosa de creme, açúcar e mexeu. Ele não entendia como alguém poderia be-
ber café doce, e tomou um gole de sua xícara de café preto forte.
—Eu suponho que você espera que eu agradeça por ter enviado Vivian e Niko-
lai para me resgatar daquele antro de iniquidade.
Seus lábios contraíram-se em sua descrição do bar gay turbulento onde estava
festejando.
—Não, eu estava simplesmente preocupado com você. Ouvi todos aqueles ho-
mens, e eu fiquei com medo que pudessem aproveitar-se ou machucar você.
—Eu não acho que havia muita chance disso. Agora Ty? — Ela bebeu um pouco
de seu café. —Essa é uma história diferente.
—Eu não sabia que vocês eram amigos.
—Minha relação com Ty é complicada.

—Como a nossa? — Ele fez a pergunta óbvia.
Ela olhou para baixo em seu copo.
—Nós temos um relacionamento?
—Eu fui um idiota completo.
Seu olhar surpreso pulou para o rosto. Ela mexeu o café.

—Vá em frente.
Um sorriso apareceu no canto de sua boca.
—Eu deveria ter chamado você. Eu deveria ter dito que as negociações esta-
vam mal, e que precisava fazer uma aparição no baile de gala de caridade para provar
que eu estava falando sério sobre as preocupações ambientais aos associados do ga-
soduto. Eu deveria ter dito sobre Tanya.
—Sim, você deveria Yuri. Você deveria ter me avisado que sairia com uma anti-
ga namorada.
—Ela não significa nada para mim Lena. Ela é simplesmente uma ex-namorada
com ligações que eu precisava para concretizar o negócio.
—Isso é rude.
—É a verdade.
—E eu? Está atrás de mim por minhas ligações?

—Eu só estou aqui por você Yelena Cruz. Só você.
Ela correu o dedo ao redor da borda do copo, mas não bebeu.
—Eu fui tão humilhada. Fiquei lá esperando por você como uma grande idiota e
você estava em Berlim, passando um tempo com alguma rica, bonita jovem modelo.
Ela fez um som de nojo e enterrou o rosto nas mãos. —As pessoas no restaurante pro-
vavelmente acham que eu sou algum tipo de perseguidora psicopata com delírios, e
que pensa estar saindo com você. Eu fiz com que eles verificassem a reserva e me con-
seguissem uma mesa.
—Então nós vamos ter que fazer uma aparição lá no final desta semana, e pro-
var que você não é uma psicopata com delírios, que pensa estar me namorando.
Ela franziu o cenho para ele.
—Não é engraçado Yuri. Você realmente me machucou.
O seu peito ficou apertado.
—Eu sinto muito. Eu nunca quis te magoar. Eu nunca quis que você sentisse
que não era importante para mim. Ele estendeu a mão por cima da mesa e segurou a
mão dela. —Porque você é importante para mim Lena.
Ela olhou para sua mão. Ele girou o pulso dela e apertou os dedos.
—Esta é a sua segunda chance Yuri. Não estrague essa porque eu não vou lhe
dar uma terceira.
—Entendido.
Ela tomou um gole de café.
—Está com fome?
—Faminto. Ele respondeu honestamente. —Eu corri para fora de Berlim antes
do nascer do sol e não pude comer no voo.
—Deus, agora eu me sinto culpada.
—Por quê? Você não devia se sentir culpada. Eu fui o único a estragar tudo.
—Sim, mas eu sou uma péssima cozinheira. Ela mordeu o lábio inferior. —Você
está faminto e o melhor que posso oferecer é... tipo... torradas ou uma tigela de cere-
ais.
—Cereal é bom.
—Você tem certeza?
—Positivo.
Ela deslizou para fora do seu assento. Ele deixou seu olhar faminto vaguear pa-
ra sua barriga plana, quando ela estendeu a mão para pegar as caixas de cereais de
uma prateleira alta na pequena despensa. Seu top subia em seu estômago e revelava
mais de sua pele sedosa. Ele teve mais uma pequena amostra, quando ela pegou as
tigelas. Ela levou sua braçada de caixas de cereal, leite e tigelas para a mesa. Quando
ela voltou com colheres, ela sorriu para ele, enquanto servia o cereal sem graça de
farelo com passas, com um capitão de um desenho de TV estampado na frente.
—O quê? — Ele retribuiu o sorriso.

—Vivian está sempre no meu pé por comer este cereal açucarado, mas é tão
viciante.
—Quando eu era criança, sempre sonhava em comer algo diferente do fino
mingau de aveia. — Ele balançou o crocante e doce cereal em sua tigela. —A primeira
vez que ganhei meu próprio dinheiro, eu me entupi de comida ruim. Vomitei durante
uma semana inteira.
Ela sorriu para ele compreendendo.
—Fui criada no vale-refeição, esse tipo de comida raramente entrava em nos-
sos carrinhos de supermercado porque o orçamento era apertado. Foi só mais tarde,
depois que meu pai saiu da cadeia e estava trabalhando, que tivemos dinheiro extra
para luxos como nome e marca de cereal.
Yuri derramou leite em sua tigela. Ele não sabia se estava tudo bem perguntar
sobre seu pai. Ele teve receio e não perguntou. Eles comeram em silêncio por alguns
minutos. Por fim, ela disse:
—Você pode perguntar. Não tenho vergonha.
Yuri sustentou seu olhar. Ela tinha os olhos castanhos mais honestos que ele já
viu.
—Por que ele estava na prisão?

—Qual vez?
—A primeira vez?
—Tráfico de drogas.
—E a segunda?
—Compra de armas ilegais.

—E a terceira?
Ela balançou a cabeça.
—Não houve uma terceira vez. Ele limpou sua vida. Bem... aparentemente.
—Entendo.
Ela riu e mergulhou a colher em sua tigela.
—De todos os caras que eu namorei você é provavelmente a única pessoa que
pode compreender o que significa ter alguém que você ama na prisão.
Ele pensou na preocupação que ele teve cada vez que Ivan ou Nikolai foram pa-
ra a prisão.
—Não é fácil.
—Não, não é.
—Você vê o seu pai com frequência?
Ela assentiu com a cabeça.
—Uma ou duas vezes por mês ele me leva para almoçar ou jantar fora. Nós não
estamos tão próximos como éramos quando eu estava na escola, mas eu acho que faz
parte do crescimento.
—Eu não sei. Quando ela soltou uma risada, ela esclareceu: - Sobre a parte dos
pais, não a parte de crescer. Acho que já dominei a parte de crescer.
Terminando com seu cereal, ela empurrou sua tigela para o centro da mesa.
—Alguma vez você procurou seus pais? Sua cabeça levantou e seus olhos arre-
galaram. Imediatamente ela se desculpou. —Oh meu Deus, eu não sei por que eu per-
guntei isso Yuri. Sinto muito. Apenas esqueça que eu disse algo tão insensível.
—Não é insensível. Honestamente, eu simplesmente fiquei surpreso com a
pergunta. Não penso sobre meus pais ou onde eles poderiam estar a anos. E sim, eu os
procurei uma vez. Não achei nenhuma pista promissora, assim eu abandonei a ideia, e
também porque eu não via nada de bom que pudesse vir deles.
Ela acariciou seus dedos.
—Sinto muito.
Ele deu de ombros.
—A vida é assim. Não posso reclamar. O orfanato era o inferno na terra, mas eu
sobrevivi e saí mais forte do outro lado. Eu não estaria onde estou hoje sem as experi-
ências de minha infância.
—Eu acho que essa é a visão positiva sobre a sua situação.

—É a única que consola. Ele percebeu que ela não falou nada sobre sua mãe. —
E a sua mãe? Ela mora perto?
A expressão de Lena endureceu, pegou sua tigela vazia e a dele. De costas para
ele, ela disse:
—Minha mãe nos abandonou quando eu tinha nove anos. Fui atrás dela quan-
do eu tinha dezessete anos, mas ela já estava morta.
A angústia em sua voz doeu nele profundamente. Ele estava de pé em um pis-
car de olhos, atravessando a cozinha. Ela ainda estava de costas para ele enquanto
lavava as tigelas na pia. Quando ele deslizou seus braços ao redor de sua cintura, ela
enrijeceu. Ele abaixou a cabeça e beijou-a na lateral de seu pescoço.
—Eu sinto muito. Eu não queria incomodá-la.
Ela relaxou em seus braços. Sua mão molhada agarrou seu antebraço.
—Está tudo bem. Você não sabia.

Ele beijou seu pescoço novamente e então seu rosto. Ela riu e afastou-se do
beijinho delicado de seus lábios.
—Pare. Ela disse e o empurrou. —Eu estou nojenta de minha noite selvagem.
O aroma de seu perfume foi misturado com um leve cheiro de álcool e fumaça
de cigarro de sua noite de balada, mas ele não chamaria isso de nojento.
—Você está bem.
—Eu não estou. Preciso de um banho.
—Eu também. Disse ele, certo de que ele não estava no seu melhor frescor,
após cruzar o Oceano Atlântico para chegar até ela.
Ela virou-se lentamente em seus braços e olhou para ele. Perdeu-se nas pisci-
nas escuras de seus olhos. Quando ela lambeu os lábios, seu pau começou a ganhar
vida. Um pouco nervosa, ela disse:
—Nosso chuveiro é muito grande.

—É mesmo? Ele acariciou seu pescoço e apertou os lábios em sua pele. Agra-
dou ver o arrepio que floresceu lá.
—E Vivian não voltará à tarde.
—Sim, ela saiu.
Ela empurrou o peito dele e o olhou.
—Isto é apenas um banho Yuri.
—Apenas um banho. Ele concordou.

Mas isso não quer dizer que ele não tentaria convencê-la de que era tempo pa-
ra darem o próximo passo.
Capítulo Sete
Minha barriga tremeu violentamente enquanto eu levava Yuri pelo corredor.

Ele fez uma pausa longa o suficiente para mandar uma mensagem para seus assesso-
res, e depois deixou cair o telefone na mesa da cozinha. Quando entrou no banheiro,
ele notou a minha expressão desconfortável no espelho.
—O que está errado?

Olhei para o seu reflexo.
—É estranho pensar que seus guarda-costas e motorista estão sentados lá es-
perando.
Ele deu de ombros e agarrou a parte inferior da camisa.
—Não é a primeira vez que faço isso.
Suas palavras atingiram-me como um esguicho de água fria. Eles o levavam pa-
ra outras casas, sendo assim, eu era simplesmente mais uma em uma longa fila de
conquistas.
Vendo a dor no meu rosto, ele estendeu a mão para mim.
—Eu não quis dizer isso. Eu quis dizer que eles têm que esperar por mim, para
realizar negócios o tempo todo.
—Uhuh. Eu disse, duvidando.

Ele apoiou o queixo no topo da minha cabeça enquanto me puxava para seu
peito.
—Eu juro mulher. Eu nunca pisei na merda tantas vezes na minha vida. Você
me deixa nervoso.
—Eu?
—Você.
Sua mão desceu para minhas costas.
—Eu não vou ficar aqui e fingir que sou um menino do coral Lena. Tive uma sé-
rie de relacionamentos, a maioria deles muito curto, mas sempre mantive certos limi-
tes. Nunca dormi na casa de uma mulher e eu nunca trouxe uma mulher para minhas
casas.
Eu tinha visto fotos de mulheres gostosas fazendo a caminhada da vergonha de
sua cobertura.
—Mas e a sua cobertura?
—Eu não estou falando de minhas coberturas. Ele beijou minha bochecha. —Eu
estou falando de minhas casas, minhas casas particulares, em Londres, Moscou e aqui.
Eu me inclinei para trás para que eu pudesse ver seu rosto.
—Você tem uma casa? Aqui?
Ele acenou com a cabeça.

—É cerca de meia hora fora da cidade. Vou levá-la para conhecer esta noite.
—Assim?
Seus lábios tocaram os meus brevemente.
—Sim.
Enquanto eu saí de seu abraço para ajustar a temperatura da água, eu tentava
descobrir o que sua vontade de quebrar essas regras comigo significava. Foi esta a sua
maneira de me dizer que ele estava procurando por algo a longo prazo? Estava ele
abrindo-se para um relacionamento sério?
Uma pergunta ainda melhor a considerar? Eu estava preparada para todas as
coisas que ele parecia estar oferecendo?
Eu me virei e quase engasguei. Yuri tinha tirado sua camisa. Meu olhar aprecia-
tivo percorreu cada centímetro sexy de sua pele bronzeada. Ao contrário de Dimitri e
Ivan, que eram encorpados e fortes como lutadores, Yuri tinha o corpo mais magro,
como um nadador ou um corredor. E eu não conseguia parar de olhar para ele. Meus
dedos praticamente queimavam com a necessidade de tocar o seu corpo quente. Eu
queria moldar as tábuas lisas e resistentes de seu estômago ondulado, e varrer as pal-
mas das mãos sobre os músculos sulcados de seu peitoral e bíceps bem definidos. Eu
precisava sentir o calor do aço.
Incapaz de controlar-me, eu estendi a mão e tracei a tatuagem no centro do
peito. A tinta era escura, e baixa o suficiente, para ser escondida por suas camisas. Eu
segui as letras cilíndricas e artísticas. Eu participei o suficiente das aulas de língua russa
de Vivian na nossa mesa da cozinha, para reconhecer as primeiras iniciais dos nomes
de Ivan, Nikolai e Dimitri.
Meu olhar encontrou o seu.
—Seus irmãos?
Ele agarrou minha mão e arrastou meu dedo ao longo da tinta intrincada.
—Podemos não ter o mesmo pai ou mãe, mas nossa ligação é mais profunda
do que o sangue.
—Depois de ver o quão longe vocês quatro vão para apoiar um ao outro, eu a-
credito nisso.
A outra mão de Yuri segurou meu queixo. Ele olhou para mim com tanta preo-
cupação.
—Você não tem que competir com eles, não se preocupe.
Eu fiz uma careta.
—Porque no mundo que você acha que eu estou preocupada com uma coisa
dessas?
Sua expressão ansiosa relaxou.
—Outras mulheres ficam. Sempre foi uma das principais queixas, que me preo-
cupava mais com eles, ou os colocava em primeiro lugar.
—Bem, eu disse cuidadosamente. —Eu não quero pensar que estou no último
lugar em sua lista de prioridades, mas eu também entendo que vocês quatro se conhe-
cem há décadas. Gostaria de entender se você tiver que largar tudo para ajudar um
deles.
Ele passou os dedos sobre minha bochecha.
—Eu percebo que o que eu fiz a noite passada, fez você sentir-se como se não
fosse prioridade, mas isso não vai acontecer novamente. Você vem em primeiro lugar.
Mesmo que ele estivesse falando sério, eu peguei o brilho malicioso em seus
olhos, no duplo sentido. Eu levemente bati em seu braço.
—Comporte-se Yuri. Este é apenas um banho, lembra?
—Apenas um banho. Ele sussurrou e me beijou. Reunida em seus braços fortes,
me rendi à pressão sensual de seus lábios. Quando sua língua tocou a minha, eu provei
a doçura frutada do cereal. Ele não tentou tornar o beijo mais profundo, e me deixou
pulsando com excitação e querendo muito mais quando ele afastou-se da minha boca.
Apenas um chuveiro. O pensamento circulou voltas e voltas na minha cabeça,
quando eu tirei minha calça de ioga maltrapilha e o top. Eu não senti nem um pouco
de vergonha ao sair do meu quarto usando-as, mas eu estava tão irritada com a inter-
rupção de Vivian e sua chegada, que eu não tive muito cuidado. Agora me encolhi com
a ideia de que ele me viu em roupas terríveis, com o meu cabelo bagunçado e o cheiro
de minha longa noite agarrada a mim.
—O que você está pensando agora? Yuri inclinou a cabeça para me estudar. —
Sua expressão parecia quase em pânico.
—Eu estou aborrecida comigo mesma, por deixar você me ver assim.
—Assim como? Ele passou os braços por trás de mim e envolveu-me em seu
abraço quente. —Nua? Sexy? Quente?
Meus dedos apoiaram contra o azulejo quando o comprimento duro de seu

pênis roçou minha bunda. Quando senti a ponta dele tocar minhas costas, meus olhos
arregalaram-se. Ele era grande. Eu suspeitava que ele fosse, por assim dizer, mas isto
era muito mais do que eu esperava. Eu apertei meus joelhos, com dor entre minhas
coxas implorando para ser amenizada.
Lembrando-me da sua pergunta, eu finalmente consegui responder:
—Eu quis dizer com essa roupa terrível.
—Eu não percebi.
Eu bati em seu quadril.
—Mentiroso.
—Tudo bem. Disse ele com uma risada. —Talvez um pouco.
—Eu juro que eu não sou normalmente uma bagunça no período da manhã.
—Eu ficaria muito feliz de acordar e encontrá-la vestindo absolutamente nada
no período da manhã. Pense em toda a roupa que salvaria.
Saí de seu abraço para o chuveiro. Yuri acompanhou meus movimentos. Não
me atrevi a olhar por cima do meu ombro para dar uma olhada, no que eu tinha certe-
za, seria um pacote bastante impressionante. Preocupei-me com o pouco de vontade
que eu tinha de segurar-me, no momento que eu o avistei. Em vez disso, eu empurrei
meu rosto no chuveiro e deixe a água quente derramar sobre mim.
As mãos de Yuri acariciaram minhas curvas nuas. Eu tomei banho antes com
um namorado, mas agora me senti diferente. Por um lado, nós não estivemos debaixo
das cobertas ainda. Senti-me como se estivéssemos fazendo tudo fora de ordem. Nós
ainda não tivemos um encontro oficial, e eu tinha certeza de que aquele telefonema
bêbado de ontem à noite, significava um rompimento. Esta manhã sentia-me como se
estivesse numa dança sexual, sem maquiagem, você sabe... a parte real do sexo.
Quando fui pegar meu shampoo, ele tirou minha mão fora do caminho, e pe-
gou-o de mim.
—Posso?
Olhei para ele e balancei a cabeça. Nenhum homem lavou meu cabelo. Ele le-
vou um tempo massageando a espuma perfumada no meu couro cabeludo. De olhos
fechados, eu relaxei de volta contra Yuri. De alguma forma, ele fez a coisa mais simples
tornar-se incrivelmente sexy e intimista. No momento em que ele terminou de lavar
minhas longas mechas, meu estômago tremeu e meu clitóris pulsava incessantemente.
Eu mantive meus dedos trêmulos entrelaçados, e tentei obter o controle sobre as mi-
nhas emoções selvagens.
Com uma leve pressão, ele me convenceu a virar e encará-lo. Cuidadosamente,
ele guiou-me debaixo do chuveiro. Ele passou os longos dedos pelo meu cabelo mo-
lhado quando ele enxaguou. Quando ele segurou minha nuca e me puxou para frente,
eu mudei sem hesitação. Seus lábios encontraram os meus em um beijo chocante.
Eu não conseguia entender como Yuri me afetava. Todas as semanas de tensão
e olhares furtivos, veio à tona sob a corrida da água quente. Eu não tinha certeza para
onde isso iria, ou o que seria do nosso relacionamento, mas eu tinha que saber. Eu
precisava saber se era possível que eu tenha um normal e amoroso relacionamento a
longo prazo. Yuri era o único homem no mundo corajoso o suficiente para andar por
esse caminho comigo.
—As coisas que você faz para mim, Lena... — Ele sussurrou contra meus lábios.
—Você ameaça meu controle como nenhuma outra mulher.
—Talvez o controle seja supervalorizado. Eu ousadamente respondi.
Seus dedos roçaram a minha bochecha.
—Eu pensei que este era apenas um banho.
—Então talvez você deva ajudar-me a ficar completamente limpa. Enquanto eu
falava, senti as ondas de ansiedade me balançando. Será que eu estava forçando a
barra? Eu estava deixando meu desejo ganhar? Será que isto faz de mim patética ou
muito fácil?
Seu sorriso pecaminoso me disse tudo que eu precisava saber. Agarrando a gar-
rafa de sabonete da prateleira na parede, ele abriu o vidro e apertou um bocado sobre
a palma da mão. O aroma de coco e verbena floresceram no vapor do chuveiro. Yuri
esfregou as mãos, criando uma espessa espuma cremosa sobre toda a minha pele.
—Você se importa com o cheiro suave?
—A julgar pelos vidros nesta prateleira, eu não acho que tenha muita escolha.
Seu olhar divertido saltou de meu sabonete para o de Vivian.
—Sinto muito. —Juntei um pouco da espuma perfumada da minha pele e varri
as palmas das mãos sobre o peito liso ridiculamente sexy. —Não temos pessoas do
sexo masculino aqui.
—Nunca?
Eu balancei a cabeça e continuei a lavar os braços.
—Vivian não acredita em sexo antes do casamento e eu respeito isso. Quando
eu namorei alguém, eu mantive meus encontros confinados a casa de meus namora-
dos.
Nossos olhares encontraram-se por um momento antes de dizer:

—Parece que hoje é um dia de estreias para nós dois.
Sua mão deslizou ao longo da minha espinha. Engoli seco quando ele agarrou
minha bunda com as duas mãos e deu-lhe um aperto brincalhão. Sua testa caiu para a
minha, enquanto sua mão montou a curva do meu quadril e deslizou para baixo em
direção ao meu monte nu. Meu olhar aquecido fundiu-se ao seu, enquanto seus dedos
pararam perto de seu destino final.
—Posso tocar em você?
Ardendo de desejo, eu respirava com dificuldade.
—Por favor.
Ao primeiro toque de seus dedos contra o meu sexo, eu quase desmaiei. Meu
coração vacilou descontroladamente, e minha barriga fez cambalhotas loucas. Lambi
meus lábios e apertei minhas mãos na parede atrás de mim.
—Abra suas coxas para mim.

Sua ordem sussurrada fez minha cabeça girar, mas eu corri para cumprir. Sem-
pre muito gentil, ele separou as dobras da minha buceta com os dedos ensaboados. As
pontas do dedo com sabão giravam em torno do meu clitóris. Meus joelhos ameaça-
ram fraquejar quando ele desenhou círculos tortuosamente lentos em todo o latejante
clitóris.
—Yuri.
—Você vai gozar para mim?
Oh Deus! Se fosse assim tão simples.
—Eu quero, mas …
—Não! Ele interrompeu com um toque em meu clitóris inflamado. Estremeci
com a intensidade de seu olhar. —Você goza para mim, Yelena?
—Sim. A resposta trêmula e sem fôlego saiu dos meus lábios com um suspiro
prazeroso. Esses magníficos dedos que enquadravam meu clitóris, mudaram-se para o
outro lado. Minhas pálpebras fecharam-se, quando a luxúria me venceu.
—Olhe para mim. Insistiu ele, com a voz rouca de desejo. —Eu quero ver seu
rosto enquanto você goza.
Segurando o pulso, eu mantive meu olhar colado ao seu, enquanto aqueles de-
dos hábeis manipulavam meu clitóris inchado. Nossas respirações compartilhadas mis-
turaram-se quando ele me empurrou cada vez mais perto do clímax. Minhas coxas
ficaram tensas e os meus dedos dos pés curvados. Eu adorava os frissons frenéticos de
prazer incandescente espetando minha buceta.
E então aconteceu.
—Yuri! — O nome dele saiu de meus lábios em um atordoado grito e ecoou no
pequeno banheiro. —Oh!
—Venha. Ele ordenou. —Goze para mim.
E eu fiz. Eu gozei tão intensamente que meus joelhos batiam um no outro e eu

comecei a deslizar para baixo encostada a parede. Yuri foi mais rápido, mais forte, e
me pegou antes que eu pudesse cair. Rindo, ele beijou meu pescoço e rosto.
—Você está bem?
—Não, na verdade. Murmurei rindo. —Meu Deus! Agarrei-o e apertei minha
bochecha contra seu peito. —Não tive e nunca fui capaz de ter um orgasmo tão facil-
mente.
Ele emaranhou suas mãos no meu cabelo e inclinou a cabeça para trás para um
apaixonado e exigente beijo.
—Eu quis dizer exatamente o que eu disse antes. Você sempre em primeiro lu-
gar.
—E você? Eu mordisquei seu lábio inferior. —Quando é sua vez?
—Com você, depois de você, sempre é o que você vai ter de mim.
Cheguei entre os nossos corpos e agarrei seu pênis duro. A espuma de sabão
que se agarrava ao seu pênis, desceu lentamente na minha palma da mão.
—Eu acho que vou fazer para você agora.
—Gatinha... — Ele me beijou de novo, colando nossos lábios juntos em um aca-
salamento necessário de nossas línguas. Seu gemido ricocheteou na parede quando eu
trabalhei minha mão para cima e para baixo de seu pênis duro. Quando minha outra
mão escorregou para cabeça de seu pênis, Yuri soltou uma série de palavrões russos,
do tipo que eu só tinha ouvido Vivian usar quando ela chutava um dedo do pé. Seu
aperto na minha cintura aumentava enquanto eu acelerava minha mão acariciando-o.
Ele disse meu nome com um grunhido.
—Yelena.
Seus olhos brilharam um segundo antes de eu sentir o toque de seu sêmen
quente na minha barriga. Meu nome escapou de seus lábios em um sussurro quando
ele gozou. Quando a última gota o deixou, ele exigiu minha boca em um beijo tão eró-
tico, que me deixou tonta.
Yuri passou os dedos no sêmen branco perolado que pontilhava a minha pele
marrom.
—Então... linda quando fodida. Ele murmurou antes de me beijar novamente.
Ele capturou o meu olhar. —Deixe-me ficar com você?
O brilho vulnerável em seus olhos surpreendeu-me. Eu acariciava sua mandíbu-
la.
—Você pode ficar, mas devo avisá-lo que a minha cama é muito pequena. Não
há luxo de cinco estrelas aqui.
Ele sorriu.
—Há algo de singular na simplicidade. Tenho certeza de que vou sobreviver.
—Uhuh. Eu ironicamente revirei os olhos e virei para a água lavando a evidên-
cia do nosso encontro da minha pele.
Yuri me envolveu por trás. Seus lábios soaram em meu ouvido. —Se isso é ape-
nas um banho, eu me rendo a sua versão.
Eu ri e estendi a mão para desligar a água.
—Bem, você voou de Berlim para mim. Acho que é o mínimo que eu poderia
fazer.
Sua gargalhada fez minha barriga pular. Esse sorriso de menino iluminou todo o
seu rosto e o fez parecer mais jovem e menos estressado. Corri meus dedos por sua
bochecha. O restolho áspero de barba raspava minha pele.
—Você deveria fazer isso mais vezes.
Ele pegou minha mão e beijou meus dedos.
—Fazer o que gatinha?
Tentei ignorar a maneira como o nome do animal me fez tremer por dentro.
—Sorrir. Fiz um gesto para o cabelo molhado e sua postura relaxada. —Eu gos-
to de você assim, sem os ternos sob medida, sem o exército de manipuladores, e os
cabelos para foto arrumados e brilhantes.
—É um personagem. Ele revirou os ombros. —É o que os investidores esperam
de mim. Inferno... é o que a maioria das mulheres espera de mim.
Não pela primeira vez, eu experimentei a sensação estranha de conhecer Yuri.
Às vezes, eu me sentia como se fossemos mais parecidos do que qualquer um poderia
imaginar.
—Eu sei como é interpretar um personagem. Tenho interpretado um papel
desde que eu era adolescente. Finja até que você faça isso, certo? Eu o arrastei para
trás do chuveiro e peguei uma das toalhas dobradas na prateleira. Entreguei-lhe uma e
peguei outra para mim. —As pessoas veem o polido, educado, bem-falante profissio-
nal, mas lá no fundo?
A sombra de seu passado doloroso atravessou seu rosto bonito.
—Você se sente uma fraude? Você se sente como um ator interpretando um
papel? Às vezes eu me encontro no meio de uma festa de gala ou algum evento políti-
co, e tenho que esbarrar nos ombros da elite, dos ricos, e eu só tenho um pensamen-
to: Ele parou e limpou a garganta. —Eu não pertenço a este lugar. Ninguém lá entende
o que significa ser eu.
Meus olhos aqueceram, e eu olhei para longe dele. Ele confessou todas as coi-
sas que eu estava sentindo por anos.
—Eu entendo Yuri.
—Sim, eu sei que você entende. Anteriormente você disse que eu sou o único
homem com quem já esteve que pode entender o que é ter um ente querido na pri-
são. Bem, você é a única mulher que eu já conheci que pode entender o que é abrir
caminho para sair do inferno em uma sala de reuniões.
A declaração inebriante me convenceu. Ele estava certo. Ele havia escapado de
um orfanato, onde os meninos estavam sedentos e negligenciados. Eu tinha escapado
de um bairro, onde prostitutas trabalhavam ao lado do ponto de ônibus escolar, e os
traficantes moravam ao lado. Por doze anos, eu desviei de mais balas do que a maioria
dos soldados.
Yuri passou o braço em volta da minha cintura e me puxou apertado contra o
peito.
—Outro dia, Dimitri me disse que ele acredita que o destino o trouxe da Rússia
para Houston, neste pequeno apartamento sobre a antiga padaria de Benny. Ele acre-
dita que ela foi feita para ele. Admito que pensei que era a coisa mais ridícula Eu nunca
ouvi falar, mas agora ...
Olhando para ele, perguntei:
—Mas agora?
Ele passou os dedos pelo meu cabelo molhado.
—Agora eu estou aqui com você e eu estou te dizendo coisas que eu nunca dis-
se a ninguém, e eu sinto que... — Sua voz sumiu enquanto procurava as palavras cer-
tas. —Talvez Dimitri esteja certo.
Nenhum homem jamais havia dito nada tão romântico para mim. Eu desespe-
radamente queria saber, o que eu poderia dizer para mostrar a ele que eu estava sen-
tindo a mesma coisa, mas ele traçou meu lábio inferior com o polegar e sorriu para
mim. Nesse momento, eu percebi que eu não tinha que dizer nada. Ele sabia.
Silenciosamente, nós terminamos de nos secar e recolhemos nossas roupas
descartadas. Dentro do meu quarto, eu me encolhi com a bagunça na minha mesa e na
pilha de vestidos largados sobre a cadeira.
—Hum... não repare a bagunça.
—Está tudo bem. Ele fingiu não se importar, mas eu senti que ele estava lutan-
do contra o desejo de pegar as pilhas de livros e colocar do lado da pirâmide de saltos
altos bloqueando o armário. Não se preocupou em vestir novamente sua boxer; desa-
bou na minha cama e arrastou o lençol sobre o peito. Com um braço sobre os olhos,
ele disse:
—Eu não me lembro da última vez que estive tão cansado.

Andando, eu disse:
—Eu estarei de volta. Vou certificar-me que desliguei a cafeteira.

Ele fez um zumbido de que entendeu. Até o momento que eu vesti o roupão e
o amarrei na cintura, Yuri estava dormido completamente. Olhei para ele por mais
tempo. Eu não podia acreditar que um homem que estava regularmente nas listas dos
mais ricos, estava dormindo em meus lençóis amarrotados. Tão alto que ele era que
pegou a maioria da minha cama. Eu provavelmente teria que lutar com ele por um
espaço quando eu voltasse.
Depois de desligar a cafeteira, vi seu telefone em cima da mesa. A culpa tomou
conta de mim enquanto eu pensava sobre o pobre Jake, os outros guarda-costas e seu
motorista esperando lá fora, enquanto ele dormia. Se eles estivessem em Berlim com
ele, eles provavelmente estariam mortos de cansaço.
Sentindo-me constrangida, eu caminhei para a porta da frente e espiei pelo o-
lho mágico. Avistei a forma familiar de Jake encostado na parede oposta. Virei à chave
e abri a porta. Ele ficou atento e deu um passo adiante. Mesmo com os óculos de sol,
não havia dúvida em sua expressão.
—Senhorita Cruz. Ele disse com um aceno de cabeça. —Está tudo bem senho-
ra?
—Está tudo bem. Hum...Eu agarrei meu roupão um pouco mais apertado. —
Olha, Yuri está dormindo e pensei se vocês gostariam de entrar para ficarem mais con-
fortáveis? Tenho certeza que vocês estão com fome e cansados. Não há nenhuma ra-
zão para vocês ficarem presos aí fora enquanto ele cochila.
—Oh! Ele ficou surpreso. —Bem, não devemos.
—Por favor? Eu me transformei num encanto. —Eu me sinto como uma má an-
fitriã. Entre. Coma alguma coisa.
Jake finalmente aceitou.
—Obrigado. Estaremos à direita minha senhora.
—Você pode esquecer à senhora. É só Lena.
—Não posso minha senhora. Quando você está com o patrão, você é senhorita
Cruz ou senhora.
Eu não sabia como reagir a isso, assim eu deixei passar.
—Eu vou deixar a porta destrancada. Sintam-se em casa.
Dentro da casa, voltei para o meu quarto e encontrei meu celular. Eu não tinha
energia para olhar para os danos colaterais da minha noite de twittar bêbada, e postar
no Facebook. Eu digitei uma mensagem rápida para Vivian e fui puxada para uma con-
versa com ela.
Guarda-costas e motorista de Yuri estão esperando em nosso sofá. Não se de-
sespere quando chegar em casa.
Oookay. Meio estranho, mas eu estou bem com isso.
Desculpe. Eu deveria ter perguntado primeiro. Além disso, Yuri está tipo... mais
ou menos dormindo na minha cama.
Mais ou menos?
Não, ele está. Eu prometo que não vai ficar a noite. Eu sei como você se sente
sobre os hóspedes durante a noite.
Oh caramba! Tudo bem. É Yuri. Irmã Vivian diz para descansar um pouco e pa-
rar de me incomodar enquanto eu estou em sala de aula! ;)
Sorrindo para a piada da irmã Vivian, eu deixei cair meu telefone na mesa de cabeceira
e deslizei para a cama com Yuri. Ele acordou brevemente quando meu pé roçou o seu.
Virando para mim, ele disse:
—Venha aqui Lena.
Eu felizmente me aconcheguei contra o seu calor reconfortante. Envolta em
seus braços, eu relaxei e deixei o sono me levar. Isso foi o mais estranho começo para
qualquer relacionamento que eu já tive.
Capítulo Oito
—Eu não acho que eu já vi alguém escrever tão rápido.

Olhei para Yuri enquanto nos dirigíamos à sua propriedade nos arredores de
Houston. Meus polegares pararam de teclar o meu telefone.
—É uma habilidade adquirida. Você deve praticar mais.
Ele balançou a cabeça.
—Eu odeio telefones celulares. Tenho idade suficiente para me lembrar de co-
mo era a não estar ligado ao mundo exterior 24 horas por dia, sete dias por semana.
Revirei os olhos para sua observação de idade.

—Por favor, você não é tão velho.
—Eu sou mais velho que você. Eu sou mais velho que Ivan e Dimitri. Inferno, eu
era um adolescente quando você nasceu.
—E? Minhas sobrancelhas arquearam-se em expectativa. —Isso é um proble-
ma?
—Eu não sei. É?
—Não é um problema para mim.
As linhas de preocupação em torno de sua boca visivelmente relaxaram.
—Então, não é um problema para mim. Agora, o que você está fazendo?
—Tentando salvar-me da noite passada e diminuir os danos. Eu disse com uma
careta. —Quando eu estava me vestindo e arrumando a mala, ocorreu-me que um
pedido de desculpas por ficar bêbada e fazer papel de burra, chamaria mais atenção
para mim.
Ele estreitou os olhos com interesse.

—Então, qual é o seu plano brilhante?
—Estou marcando essas fotos e adicionando legendas engraçadas, espirituosas.
Estou chamando a atenção para todos os fantásticos lugares que visitei ontem à noite.
Claramente, eu me diverti muito. Tenho certeza de que meus seguidores vão também.
Seus lábios franziram quando ele inclinou para olhar na tela do computador.
—Claramente.
Eu ri e considerei o dançarino. As calças de couro de cintura baixa abraçavam
sua bunda espetacular tão bem.
—Não seja ciumento.

—Há muito que estou disposto a fazer por você, mas vestir calças de couro não
é uma delas.
Eu ri e terminei de digitar a última legenda em minhas fotos. Mudando para o
Twitter, eu digitei algumas linhas rápidas, incluindo as especialidades da noite em cada
clube.
—Você será paga por quem?

—Eu não tenho qualquer tipo de entendimento com os lugares que visitei on-
tem à noite. Tenho certeza de que Ty é pago para promover a maioria dos pontos
quentes gays na cidade. Eu não interfiro no trabalho dele.
—Nem mesmo depois que ele a arrastou, deixou ficar bêbada e tirou todas a-
quelas fotos selvagens?
Meu olhar foi para o rosto de Yuri.
—Ele estava tentando ser um bom amigo ajudando-me a esquecer de quão in-
significante me senti ontem à noite. As coisas só foram um pouco longe demais.
—Um pouco? Você embebedou-se, acabou dançando em um bar, prensada en-
tre dois homens seminus e suados.
—Você realmente vai sentar e repreender-me? Quantos anos eu tenho? Cinco?
Ele olhou para a janela. Eu vi o enrijecimento da sua mandíbula e depois rela-
xar.
—Eu não quero dar um sermão, mas você colocou-se em risco na noite passa-
da. Se Vivian e Nikolai não tivessem te encontrado e trazido para casa, você poderia
ter se machucado.
Eu não sabia o que me incomodou mais. Que ele estivesse dando-me um tapa-
verbal por ser uma menina má, ou porque ele estava certo sobre a situação precária
que estive ontem à noite. Irritada, eu cruzei os braços.
—Sim, bem, todos nós cometemos erros.
Sua mão quente segurou a minha, e seu sério olhar sombrio procurou meu ros-
to.
—Você tem que ter mais cuidado, Lena. Quando está comigo é complicado. Há
pessoas lá fora que a veriam como um alvo para todos os tipos de esquemas. Se você
quer sair e divertir-se, saia, mas vá ao Faze onde eu sei que o Big V ou Kelly, ficarão de
olho em você, ou deixe-me arranjar um guarda-costas para mantê-la segura.
Meus olhos arregalaram.
—Um guarda-costas? Yuri, vamos lá! Ninguém vai me incomodar. Eu não tenho
nada que poderiam querer.
—Você é importante para mim. As pessoas vão olhar para você e ver cifrões. É
um fato ruim que vem junto comigo como namorado.
Ouvi a tristeza em sua voz e coloquei a outra mão sobre a dele.
—Tudo bem. Estou disposta a lidar com isso.

Sorrindo, ele ergueu as mãos e beijou meus dedos. De mãos dadas, nós fizemos
o resto do caminho em silêncio. Chegando a uma guarita de proteção, tive a minha
primeira pista de que este era um condomínio extremamente exclusivo. Ivan e Erin
moravam em um condomínio fechado fabuloso, mas este lugar? Santo inferno. Era de
cair o queixo.
As enormes mansões foram construídas longe da estrada principal, e eram a-
cessíveis por estradas privadas. A maioria estava escondida por árvores exuberantes,
mas poucas tinham as fachadas visíveis. Viramos por uma estrada pavimentada, e le-
vou quase dois minutos antes que eu desse a minha primeira olhada na casa de Yuri.
Meu queixo caiu. O lugar era enorme.
—Jesus, Yuri. Você tem espaço suficiente para um museu?
Ele olhou contrariado.

—É um pouco maior do que eu tinha planejado inicialmente.
—Eu não quero nem imaginar quanto é sua fatura de eletricidade no verão!
—Depois de ver as notas autoadesivas de Vivian em todos os interruptores de
luz, estou tentado a convidá-la para adesivar todos os meus também. Aposto que eu
poderia cortar vinte por cento da minha conta, se eu conseguisse que o meu pessoal
desligasse as luzes ao deixarem um local.
Considerando o tamanho da casa, uma redução de vinte por cento provavel-
mente seria mais dinheiro do que eu ganho em um mês inteiro.
—Você tem uma grande equipe?
—Eu ainda não contratei uma equipe completa. Há apenas Feodor na casa em
tempo integral.
—Feodor?
—Ele é um homem velho que eu conheço desde que era um menino. Ele cos-
tumava cuidar da minha casa em Moscou. Não passava muito tempo lá, então eu o
trouxe para cuidar deste novo lugar. Além de Feodor, há os guarda-costas que vivem
aqui em tempo integral. Tony e outros motoristas contratados que vêm todas as ma-
nhãs. Também tenho algumas governantas e paisagistas contratados de uma empresa
de recursos humanos. Eu preciso encontrar um tempo para sentar e encontrar pessoal

permanente.
—Então você não vive aqui o tempo todo?
—Quando estou em Houston, eu passo a maior parte do meu tempo no centro,
na cobertura. Ela está localizada apropriadamente para os meus interesses comerciais,
e mais perto do aeroporto, caso eu precise sair a qualquer momento.
Esperando que eu não parecesse muito patética, eu perguntei:

—Quantas vezes você está em Houston?
—Normalmente? Fico três semanas fora no mês. Viajo para Londres e, em se-
guida, Moscou na primeira semana de cada mês para tratar de assuntos de negócios.
—Oh.
—Nós vamos dar um jeito.
Ele afastou alguns fios de cabelo dos meus olhos. O toque íntimo fez minha
barriga gelar.
—Você sempre poderá vir comigo.

Eu comecei a ficar triste, lembrando que eu tinha que trabalhar, mas depois me
lembrei de que eu já não tinha um emprego. Além de manter o meu blog e a platafor-
ma de mídia social ativa para o ganho com publicidade, eu não tinha nada a fazer.
—É uma oferta tentadora.

—Alguma vez você já esteve em Londres?
—O mais distante que eu viajei foi à Nova York, na costa leste e Seattle, na cos-
ta oeste.
—Você tem um passaporte?
Quando eu balancei a cabeça, ele sorriu e deu um aperto de mão rápido.

—Então você virá comigo na próxima semana.
Surpresa, eu apressadamente protestei:
—Yuri, eu não posso simplesmente largar tudo e viajar para Londres. Quero di-
zer, é caro.
Seu dedo tocou meus lábios, silenciando-me suavemente.
—O prazer é meu.
Eu afastei o dedo da minha boca.

—Eu não quero que isto seja um padrão. Uma coisa é você pagar o jantar ou
cuidar de um encontro, mas pagar para eu viajar? Faz-me sentir... em conflito.
—Por quê? Ele parecia genuinamente confuso. —É o meu dinheiro. Porque eu
não deveria gastá-lo em viagens que desfrutaríamos?
Eu esfreguei meu rosto e tentei encontrar o caminho certo para explicar as coi-
sas.
—Olha, eu sempre pago minhas coisas. Quando fiz dezoito anos, eu parei de
deixar meu pai pagar para mim também. Cada hora de aula e cada centavo do meu
aluguel e despesas de subsistência têm de sair do meu bolso desde então.
Seus dedos fortes curvaram na minha bochecha.

—E eu respeito isso. Eu respeito você por tudo o que você realizou e por fazer
sozinha. Ele acariciou meu pescoço e o encheu de beijos fazendo cócegas ao longo da
minha pele sensível. —Deixe-me mimá-la Lena.
Como eu poderia dizer não a isso? Como se sentisse minha indecisão, Yuri to-
mou minha boca em um beijo provocante. Ele acariciou minha barriga através do fino
tecido da minha camisa. Suas palavras sussurradas fustigaram meu ouvido. —Diga que
sim, gatinha. Diga que você vai me deixar mimá-la do jeito que você merece.
Meu olhar esvoaçou ao seu. Se qualquer outro homem oferecesse uma coisa
dessas, eu teria exigido que o carro parasse e saísse do lado da estrada. A oferta de
Yuri veio sem cobranças. Ele não usaria seu dinheiro para me controlar. Ocorreu-me
que ele tinha grande prazer em fazer as coisas escandalosamente caras para as pesso-
as com quem ele se preocupava, eu era uma delas.
—Sim.
—Boa menina. Ele me beijou muito e bem. Sua língua correu em minha boca,
dançando com a minha. O nosso momento sensual foi interrompido pelo carro paran-
do. Relutantemente, ele quebrou o nosso beijo. Um lampejo de incerteza atravessou
seu rosto. —Há algo que eu devo dizer-lhe, antes de entrarmos.
Meu preocupei por instinto.
—O que seria?
—Eu tenho um cão.

Eu pisquei.
—Uhum! Tudo bem.
—Não, você não entende. Sasha é… bem ela é grande. Ela foi treinada para ser
meu guarda-costas de quatro patas. Nunca apresentei uma namorada, então eu não
sei como ela vai reagir. Ela é incrivelmente protetora comigo, então ela pode ficar um
pouco... irritada. Ela mal consegue tolerar Jake e Derek, e ela odeia Nikolai e Ivan. As
únicas pessoas que ela não tentou morder são Feodor e Dimitri. Se eu perceber que
ela não consegue lidar com sua presença na casa, eu vou colocá-la em seu canil.
Fiquei ansiosa.
—Talvez eu deva ficar no carro.
—É melhor para ela encontrá-la agora. Eu quero que ela acostume-se com vo-
cê.
Pondo fim à discussão, Yuri abriu a porta. Um momento depois, a porta do meu
lado foi aberta. Jake estendeu a mão e me ajudou a sair do banco de trás. Depois de
dar-lhe um pouco da hospitalidade, ele era nada além de sorrisos e doçura comigo.
—Acho que o patrão lhe disse sobre o cão do inferno?
Sua descrição do cão de Yuri me deixou olhando nervosamente para a porta da

frente. Yuri estendeu a mão e eu hesitei antes de caminhar ao redor do carro para me
juntar a ele. Ele passou os dedos pela minha bochecha.
—Não dê ouvidos a Jake. Ele está apenas brincando com você.
Olhando para Jake, eu não tinha tanta certeza. Ele não parecia estar brincando.
Com um puxão suave, ele me levou até os degraus da frente. Antes de Yuri co-
locar a mão na maçaneta, a aporta abriu, revelando um homem idoso. Ele não parecia
nem um pouco surpreso a me ver de pé com Yuri. Com um largo sorriso, ele afastou-
se.
—Bem-vindo a casa, senhor.
Yuri começou a fazer as apresentações, mas a cara mais terrível atravessou a
casa. Meus olhos arregalaram-se em pânico, com o tamanho chocante. Ouvi os passos
batendo no piso de madeira brilhando, antes da grande besta surgir. Ofegante, eu dei
um passo para trás e quase perdi o equilíbrio. Apenas o controle apertado de Yuri no
meu pulso me impediu de cair.
—Acalme-se.
Eu não tinha certeza se ele estava falando comigo ou Feodor porque nós dois
estávamos paralisados.
Com um passo à frente, Yuri gritou para o cachorro em russo. Seus comandos
afiados e curtos fizeram com que a besta do tamanho de um urso, parasse imediata-
mente. O cachorro colocou sua grande parte inferior para baixo e sentou perfeitamen-
te imóvel. O monstro de aparência feroz estava quase olho no olho comigo, mesmo
sentado.
Mantendo o olho em Sasha, Yuri aproximou-se e bagunçou o ponto entre suas

orelhas. O cão grunhiu e lambeu sua papada quando Yuri falou com ela baixinho. Eu
não conseguia entender uma palavra do que ele estava dizendo, mas eu orei para que
fosse algo como: não coma a minha namorada!
—Lena, venha aqui. Está na hora de você conhecer Sasha. Yuri estendeu a mão.
Eu olhei para ele e balancei a cabeça.
—Não, obrigado.
—Lena. Ele falou com firmeza e mexeu os dedos. Não querendo parecer uma
fracote total na frente de todos, juntei minha coragem e dei um pequeno passo na
direção dele. Quando eu coloquei minha mão contra a dele, ele me puxou para mais
perto. Segurando minha mão, ele me guiou em direção à cabeça do cão. Eu me encolhi
quando a pele macia tocou meus dedos, mas não me atrevi a empurrar de volta. Eu
não queria que a besta interpretasse mal os movimentos rápidos.
Quando o cão empurrou contra a minha mão retornando o carinho, eu prendi a
respiração. Por favor, não me coma.
Em vez disso, o cão grunhiu e fez um som feliz enquanto ele acariciava minha
barriga e esfregava sua cabeça enorme em cima de mim. Percebendo que o cão não ia
morder minha mão, eu relaxei e continuei a acariciá-lo suavemente.
—Olá, Sasha.
O cão levantou a sua enorme pata e bateu no meu braço. Segurei sua pata em
um movimento rápido e deixei cair. Quando eu tentei parar de acariciá-la, ela empur-
rou contra mim novamente, a força dela foi suficiente para me fazer tropeçar. Depois
de comunicar o seu desejo de que eu continuasse, eu não ousei parar.
—Eu acho que ela gosta de mim. Sorri para Yuri, meu sorriso de alívio e pura
diversão.
—Gosta de você? Yuri estudou seu cão. —Eu acho que ela está apaixonada. Eu
nunca a vi gostar de alguém tão rapidamente.
Arranhando por trás de ambas as orelhas, eu disse:
—Você tem bom gosto, não é mesmo Sasha?
Rindo, Yuri estalou os dedos e deu ao cão uma ordem. Sasha apressou-se em
cumprir e mudou-se para o lado direito de seu mestre. Yuri passou o braço em volta da
minha cintura.
—Venha. Deixe-me mostrar-lhe a casa.

Voltei a olhar para o carro.
—Minha mala.
—Eu vou lidar com isso, senhorita Cruz. - Feodor me assegurou.

—É Lena. Eu estendi minha mão e balancei, observando os sinais sutis de artri-
te em suas juntas inchadas. —E muito obrigado.
Ao lado de Yuri, eu comecei o grande tour do lugar. Quando ele apontou os de-
talhes arquitetônicos aqui e ali, percebi o quanto de si mesmo ele colocou na constru-
ção. Eu vi tanta excitação em seus olhos quando ele me mostrou a lareira que tinha
recuperado a partir de uma dacha1 russa, e o calcário que tinha escolhido de uma pe-
dreira no Texas.
—Você parece confusa Lena. —Ele encostou-se ao batente da porta da suntuo-
sa biblioteca e me observou, enquanto eu corria meus dedos ao longo das prateleiras
profundas, mas vazias. —A casa não é do seu gosto?
—É lindo, Yuri.
—Mas? Ele me lançou um sorriso maroto. —Você olha como se você esperasse
algo diferente.
—Talvez.
—Talvez?
—Tudo bem. Eu esperava. Eu finalmente admiti. —Você sabe como estas mega
mansões podem ser com seu folheado de ouro e mármore... como um mausoléu. Elas
muitas vezes são bastante desajeitadas.
Ele fingiu ofensa ao tocar o peito.

—Eu? Desajeitado?
—Não. Eu disse com uma risada. —Pretensioso? Sim.
—Ai! Ele riu da minha farpa brincalhona. —Como você não viu o andar de cima,
eu acho que você deve esperar para fazer o seu julgamento.
—Por quê? Sua cama é feita de ouro puro?
Seus olhos escureceram de necessidade.

—Você vai ter que esperar e ver.
Engoli em seco com a insinuação. Após a maneira que ele balançou meu mundo
no chuveiro, eu não sabia se eu sobreviveria a uma queda entre os lençóis.
Ele estendeu a mão.
—Jantar?
Eu balancei a cabeça e me juntei a ele na porta.
1
Datcha: Palavra russa que significa: casa fora da cidade; casa de campo; casa de veraneio. Na Rússia somente as pessoas muito
ricas têm uma dacha
—Será que Feodor é cozinheiro?

—Hoje não. —Disse Yuri. —Eu não quero que ele sinta o stress de fazer tudo
perfeito para você, assim eu tomei outras providências.
—Ele está vendo um médico? Você sabe... por causa das mãos?
Yuri me olhou com surpresa.

—Você reparou?
—Claro.
—Ele está vendo o melhor médico em Houston. Feodor diz que suas mãos e jo-
elhos estão melhores, mas eu tento não deixá-lo esforçar-se em demasia. Isto era para
ser a sua aposentadoria.
—Então você deve fazer este lugar mais pessoal Yuri. Coloque-o em uma posi-
ção gerencial, mas certifique-se que ele está bem apoiado. Você vai ter paz de espírito,
e ele vai ser feliz sabendo que ele está cuidando de sua casa.
Voltando-se ele apertou sua expressão.
—Você está certa. Eu não deveria continuar adiando a contratação de novos
funcionários. Minhas prioridades ficam para depois.
—Está fora de equilíbrio? Eu interrompi com cuidado.
Yuri parou de andar e virou-se para olhar para mim. Ele deu um aceno relutan-
te com sua cabeça.
—Muito.
Estresse irradiava dele. Eu esfreguei o braço.
—Você não tem uma assistente?
—Para os negócios sim, mas não pessoalmente. Ele fez uma careta e cortou sua
mão no ar. —Eu não quero alguém que eu não conheça bisbilhotando na minha vida
pessoal e na da casa.
—Bem, você não pode fazer tudo. Um homem na sua posição tem um milhão
de coisas. Eu imagino quantas coisas você colocou em espera para passar o dia comigo.
— Eu levantei o seu queixo e passei o polegar sobre seu lábio inferior. —Você tem que
encontrar alguém em que você possa apoiar-se Yuri.
Ele agarrou minha mão. Eu tremia sob a intensidade do seu olhar penetrante.
—Ajude-me Lena?
Eu recuei com o choque.
—O quê? Eu?
—Você. Ele passou o dedo no meu rosto. —Tem que ser você. Eu confio em vo-
cê para me ajudar a encontrar um equilíbrio na minha vida.
Eu abri minha boca para recusar a oferta, mas em seguida fechei os lábios. O
que mais estaria acontecendo agora? Um monte de nada. Meu blog sempre foi algo
que eu mantinha atualizado em tempo real, e dedico uma hora no período da manhã e
mais duas horas ou menos à noite. Sem um trabalho para preencher minhas horas do
dia, eu tinha um monte de tempo vazio para ocupar.
—Ok. Eu concordei suavemente. —Mas… - Eu levantei um dedo. —Eu farei do
meu jeito. Eu não vou deixar você me vigiar de pé sobre o meu ombro. Se você me der
um conjunto de tarefas para realizar, você tem que confiar que eu vou realizá-las de
forma eficiente em seus padrões sem o seu envolvimento.
—Tudo bem. Posso pagar.
Eu coloquei minha mão sobre sua boca.
—Não.
—Sim. —Ele respondeu; sua resposta abafada pela palma da minha mão.
Nós dois sorrimos enquanto puxava minha mão do seu rosto.

—Lena, você não pode trabalhar de graça. Isso é um insulto.
—Este é o ponto Yuri. Tenho uma sensação de que se eu estiver sempre em sua
casa sendo sua assistente pessoal, você provavelmente vai me seduzir a cada chance
que tiver, e eu vou deixar você fazer isso. Tomar o seu dinheiro enquanto estamos en-
volvidos seria de mau gosto, não vou dar às pessoas uma razão para falar sobre o nos-
so relacionamento privado.
Ele resmungou, mas não discordou de mim por dar motivos a fofoca.
—Deixe-me fazer uma proposta.
—Estou ouvindo.
—Trabalhe comigo até encontrar um novo emprego. Quando você conseguir
uma nova posição, nós vamos acertar o que eu lhe devo pelas horas que você traba-
lhou para mim. Dessa forma, você vai ser minha empregada paga e minha namorada
ao mesmo tempo.
Mesmo eu não querendo contrariar o meu princípio de tirar dinheiro de um
homem que também estava esquentando os lençóis comigo, eu reconheci que era
justo ser paga pelo meu trabalho. Esta não era uma solução perfeita, mas era suficien-
temente elegante para aceitar.
Fiquei feliz por ele entender minha preocupação de misturar dinheiro e prazer,
e concordei com um aceno de cabeça.
—Tudo bem. Posso viver com isso.
—Bom. Ele beijou minha testa. —Hoje à noite, durante o jantar, vamos elabo-
rar um contrato, para que seja totalmente legítimo.
—Em um guardanapo? Eu perguntei de brincadeira.
—Só o melhor para você. Ele respondeu com um sorriso.
Revirei os olhos e enrosquei meu braço em volta dele.

—Então, onde está o jantar que você me prometeu?
—Provavelmente esperando por nós na sala de jantar. Disse ele com naturali-
dade. —Contratei um chef particular para a noite.
— Oh, Fantástico! Eu dei ao braço um pouco de pressão. —Uma refeição
gourmet com certeza é melhor que a minha oferta de cereal frio todo dia.
—Tenho certeza que Feodor teria o maior prazer de caminhar ao porão, e esco-
lher uma caixa de nosso melhor cereal vintage. Ouvi que 2010 foi um ano particular-
mente bom para marshmallows.
—Sério? Eu ri de sua tolice. —A adega de cereal?
—Bem, eu sou pretensioso afinal.
—Sim. Extremamente. Acrescentei com um sorriso. —E eu? O que sou?

Yuri considerou-me por um momento. Seus lábios pressionaram contra a mi-
nha testa.
—Perfeitamente perfeita.
Eu não tinha tanta certeza sobre isso, mas eu não estava disposta a contradizer
um belo elogio.
—Obrigada. Isso é doce.
Ele passou o braço em volta dos meus ombros e me puxou para perto. Eu man-
tive o ritmo com ele, quando caminhamos para uma aconchegante sala de jantar ao
lado da cozinha. Era menor do que a de jantar formal que ele havia me mostrado, e
totalmente mobiliada, ao contrário da maioria dos cômodos que eu vi.
Um momento depois que tomamos os nossos lugares, Feodor apareceu com
uma garrafa de vinho. Quando encheu meu copo, ele sorriu para mim.
—Coloquei suas coisas no quarto de hóspede senhorita Cruz.
—Ok obrigada.
Com um aceno de cabeça, ele deixou a sala de jantar. Olhei através da mesa
para Yuri, que tomou um gole de vinho e me olhou com cuidado.
—O que foi Lena?

Eu arrastei o meu dedo ao longo da borda da mesa.

—O quarto de hospedes?
—Eu não me atreveria.

Eu entendi o que ele quis dizer. O que acontecesse hoje à noite seria minha es-
colha.
E eu já tinha tomado a minha decisão.
Capítulo Nove
Depois de um jantar e sobremesa deliciosa, eu encontrei-me enrolada no canto

de um sofá confortável na sala de Yuri. Era a única sala no primeiro andar que estava
decorada e mobiliada. Nós conversávamos sobre o gasoduto europeu que queria cons-
truir. Com suas longas pernas esticadas na frente dele, ele sentou-se na extremidade
oposta do sofá. Eu ainda não podia acreditar o quão sexy ele fazia um par de jeans
parecer.
—Então esse é o problema com o gasoduto em poucas palavras. Ele passou a
mão pelo rosto e balançou a cabeça. —Toda vez que eu acho que eu tenho o projeto
completo, algo aparece e há um retrocesso.
—Isso é um problema para o financiamento? Fiz a pergunta sem pensar. —
Desculpe. Isso não é da minha conta.
Ele deu de ombros.
—Os defensores do gasoduto são de conhecimento público. Eu tenho o maior
interesse, obviamente, mas há outros, e estão nervosos.
—Talvez um deles esteja sabotando você. Depois daquela confusão em Chipre
e os temores de recessão, é possível que um dos seus apoiadores queira sair do negó-
cio. Se eles querem salvar a cara e não expor suas finanças instáveis, travar o negócio
do gasoduto é uma maneira sorrateira de fazer.
Seu olhar foi para o meu rosto. Sua expressão me convenceu de que ele ainda
não tinha considerado isso.
—Merda.
Ele estava fora do sofá em um instante. Pegou um telefone preto de seu bolso;
eu tinha visto um branco no meu apartamento. O negro parecia ser seu telefone co-
mercial e o branco seu pessoal. Não era a primeira vez que me preocupava por ele ter
tanta coisa para fazer.
—Eu estive tão focado em grupos ambientalistas que protestavam contra o ga-
soduto, rivais e ângulo político, que eu nem sequer pensei nessa possibilidade.
Observei-o andar para trás e para frente e falar às pressas com Anna, a assis-
tente executiva que não enviou o e-mail referente ao adiamento do nosso encontro.
Se ela era tão ruim com a correspondência pessoal, eu odiava pensar o que mais ela
deixou escapar por entre as fendas no escritório.
Porque eles conduziram a conversa em russo, foi impossível que eu acompa-
nhasse. Ele parecia ir direto ao ponto. Era estranho vê-lo tão focado. Seu comporta-
mento mudou totalmente quando ele deu suas ordens. Percebi então, que a forma
como Yuri era comigo, é completamente diferente do que ele era com os outros.
Assim que ele terminou sua conversa e fechou o seu telefone, ele encostou-se
a mesa e segurou o meu olhar.
—O que é esse olhar gatinha?
Minhas sobrancelhas arquearam.

—Gatinha, hein?
—Você prefere querida ou talvez algo na minha própria língua? — Seus lábios
tremeram com diversão. —Que tal zaychik moy?
Eu estreitei meu olhar.
—Eu quero saber o que é isso?
—Tenho certeza de que Vivian ficaria encantada de traduzir para você.
—Sem dúvida. — Levantei-me do meu lugar confortável e cruzei a distância.
Descansando minhas mãos em seus quadris, eu olhei para ele. —Você é diferente co-
migo. É estranho ver sua versão ultra focada em negócios andando para lá e para cá.
—Estou relaxado com você. À vontade. Disse ele, e segurou meu rosto. Nossos
lábios encontraram-se em um beijo suave. —Eu adoraria ficar aqui, e prometo que
meus negócios não vão interferir mais no tempo que passamos juntos, mas eu não vou
mentir para você. Isso… Ele fez um gesto para o seu telefone comercial preto. —Vem
comigo, como um pacote para lidar.
—Eu sei. Levantei-me na ponta dos pés para beijá-lo. —Eu posso lidar com isso.
Eu acariciava minha mão em seu peito. —Eu gostaria de poder ajudá-lo com essa coisa
do gasoduto. Parece que realmente pode transformar-se em uma grande confusão.
—Pode. Admitiu. —Sua sugestão de sabotagem não que eu não tenha conside-
rado, mas estou relutante em admitir que possa estar correta.
—No início, quando chegamos aqui, você me disse que os detalhes do relatório
ambiental fazem parte de uma avaliação privada. Quem mais teria essa informação,
Yuri? Se não é um patrocinador, é alguém de dentro. Eu segui o meu polegar ao longo
de seu queixo. —Eu fiquei totalmente confusa por minha equipe no 716. Não deixe
que a mesma coisa aconteça com você.
—Eu não vou.
—Bom.
Pressionando contra seu calor, tornei-me intensamente consciente de quão de-

sesperadamente eu queria sentir sua pele nua contra a minha. O nosso chuveiro deu-
me um gostinho do prazer requintado que ele oferecia.
Meu olhar caiu para seu telefone.
—Você está esperando outro telefonema de Anna?

—Mais tarde.
Peguei o telefone e coloquei-o no bolso de sua calça jeans.
—Então vamos deixar isso na mesa de cabeceira.
Desejo escureceu seus olhos. Sem me dar uma chance de mudar de ideia, ele
agarrou minha mão e me arrastou para fora do escritório. Eu corria para acompanhá-
lo. Meu estômago vibrou de excitação. Eu queria isso. Eu o queria.
Nós corremos para cima e passamos por uma galeria em um longo corredor.
Assustei com a visão de uma das pinturas de Vivian, e diminui até parar. Ele retrucou
quando eu tinha o comprimento de um braço atrás dele. Olhando para a parede, ele
sorriu.
—Oh. Isto!
—Ela vai ter um acidente vascular cerebral de euforia pura, se ela souber que
você aninhou a pintura entre um Basquiat e um Galán.
Yuri me lançou um olhar surpreso.
—Você conhece a arte dela.

—Eu não tive muita escolha. Até Nikolai transformou seu próprio armazém em
um estúdio para Vivian, eu estive cercada por sua pintura, desenhos e livros durante
anos. — Dei um passo para trás para obter o efeito completo da parede. Um sorriso
brincou em meus lábios.
—Ela fica bem ali.

—Não tão bom como vai ser olhar você na minha cama. Disse Yuri antes de do-
brar e carregar-me em seus braços.
Eu gritei com surpresa quando ele me jogou por cima do ombro.
—O que você está fazendo? Ponha-me no chão!
—Esperei muito tempo. Chega de estagnação. Ele caminhou pelo corredor co-
migo por cima do ombro como um saco de batatas. O som de Sasha latindo e saltando
em cima ecoou na casa. Eu levantei minha cabeça para ver o maciço, cachorro peludo
correndo em nossa direção. Sem dúvida, o meu grito o havia alertado e confundido.
No final do corredor, Yuri virou-se e deu um comando a Sasha. O cão deslizou

até parar, mas lamentou quando percebeu que Yuri estava deixando ela no corredor.
Eu me senti mal pelo cão, mas a ideia de ter um público canino não era a que eu parti-
cularmente adorava.
Segura dentro de seu quarto, Yuri me levou para a cama e me deixou cair sobre
ela. Rindo, eu saltei duas vezes antes dele arrastar-se em cima de mim. Com os joelhos
de cada lado das minhas coxas, ele me prendeu no lugar. Nossos olhares chocaram-se
enquanto ele pairava sobre mim e entrelaçava nossos dedos. Ele prendeu minhas
mãos acima de minha cabeça e capturou minha boca em um beijo punitivo.
Tremendo de antecipação, coloquei minhas pernas em volta de sua cintura e
me rendi ao furto erótico de sua língua. Seus dedos pousaram na minha bochecha e ao
longo da curva da minha garganta. Yuri mudou seu peso para que ele tivesse livre a-
cesso ao meu corpo. Estremeci enquanto suas mãos magistrais delinearam meus seios
e seguiram a inclinação da minha barriga.
Nossas respirações misturaram-se rapidamente, ofegantes, quando Yuri soltou
o cinto fino que eu tinha combinado com o meu vestido, e puxou o zíper ao longo da
minha caixa torácica. Quando ele me puxou e me fez sentar, fui de bom grado. Ele ti-
rou o vestido até a minha cintura e tirou meu sutiã.
Meus mamilos já tinham formado picos. Ele espalmou meu peito e passou o
polegar sobre a minha carne sensível.
—Deus, você é tão bonita, Yelena. Essa pele sedosa, quente…
Engoli em seco e cai de volta na cama enquanto ele sugava meu mamilo. Ele a-
liviou os arcos pontiagudos de prazer causados pela boca, mamando com movimentos
lentos de sua língua aveludada ao redor do meu bico enrugado. Corri meus dedos pe-
los cabelos e levemente arranhei minhas unhas contra seu couro cabeludo.
—Yuri.
Ele beijou todo o caminho até a minha barriga e mordeu de brincadeira o meu
umbigo. Segurando meu vestido, ele arrastou-o para baixo. Eu respondi seu apelo si-
lencioso e levantei minha bunda. Com um par de puxões, meu vestido e calcinhas fo-
ram tirados e jogados ao chão. Eu me senti um pouco tola por escolher o meu mais
sexy conjunto de lingerie quando Yuri não lhes deu atenção.
Quando ele levantou e começou a se despir, eu fiquei de joelhos e me arrastei
até a borda da cama. Tirei suas mãos do caminho, e abri os botões da camisa. Ele tirou
os sapatos e arrancou as meias antes de desabotoar seus jeans. Lambi meus lábios
enquanto saía de sua calça jeans e boxer. Seu pau grosso projetava-se para frente or-
gulhoso.
Ele tirou a camisa e deixou que eu corresse minhas mãos gananciosas por todo
o peito sexy. Eu não poderia obter o suficiente de seu físico.
—Você é tão lindo.
Ele riu e me beijou, deslizando os braços em volta de mim e me levou até o col-
chão de novo. —Não há necessidade de elogios, gatinha. Já estou fora da minha calça.
Eu ri com seu comentário leve e, em seguida, gemi com a necessidade de sua
boca impiedosa encontrar aquele ponto ao lado do meu pescoço, que fazem meus
dedos curvar e minha barriga apertar. Ele acariciou meu corpo nu com tanta reverên-
cia. Suas mãos grandes brincaram, apertaram e acariciaram até que eu estava tão
quente, que eu tinha certeza de que a qualquer momento eu poderia entrar em com-
bustão espontânea.
Só então ele lentamente, provocativamente, correu os dedos pela minha barri-
ga. Nossos olhares encontraram-se quando ele segurou meu monte nu. Ele esfregou o
nariz no meu e mordiscou meu lábio inferior.
—Abra suas pernas para mim.
Eu inalei uma respiração instável, antes de cumprir a sua ordem. Ele roçou os
dedos para cima e para baixo na minha buceta. Eu o ansiava tanto. Meu clitóris pulsa-
va impiedosamente. Eu podia sentir a evidência da minha excitação escorrer.
Mesmo assim, desesperadamente excitada, eu estava lúcida o suficiente para
pensar em consequências. A paternidade iminente de Benny e Dimitri era prova sufici-
ente do que acontecia quando um casal era pego no calor do momento. Para os dois
pombinhos, a surpresa inesperada de um bebê foi bem-vinda, mas para mim? Eu não
estava pronta para essa responsabilidade.
Toquei a mandíbula de Yuri.
—Estou tomando pílula, mas não vou fazer sexo sem camisinha. Você tem pro-
teção?
Ele me beijou longo, duro e profundo.
—Eu nunca iria colocá-la em risco. Tenho tudo sob controle.
—Obrigada.
Com as necessidades fora do caminho, eu fechei os olhos e recebi as carícias
eróticas da mão de Yuri entre as minhas coxas. Ele beijou meu pescoço e rosto, antes
de deslizar um pouco na cama, para que ele pudesse usar a boca para atormentar sen-
sualmente meus seios. Enquanto ele traçou meus mamilos com a língua, ele separou
as dobras da minha buceta e me explorou com os dedos.
Cabeça jogada para trás, tentei acalmar meu coração acelerado, mas era im-
possível. Os dedos talentosos de Yuri descobriram meu pulsante clitóris. Cada puxão
de seus lábios ao redor do meu mamilo foi pontuado pela pressão de um dedo girando
sobre a pérola rosa latejante. Eu enrolei minhas mãos no edredom branco macio, e
agarrei-me ao tecido. Seus dedos alternaram-se entre esses círculos preguiçosos e um
movimento de lado a lado até que eu estava ofegante e pedindo.
—Por favor, Yuri. Eu arqueei para fora da cama e para o calor dele. —Por favor.
—Em breve. Ele sussurrou e abandonou o seu tormento sensual nos meus ma-
milos corados e inchados, que pulsavam sem a sua língua calmante. Eu coloquei as
mãos no meu peito, apoiando o peso do meu corpo dolorido, mas não era o mesmo
que ter as mãos fortes e magistrais de Yuri em mim.
Ele ziguezagueava pelo meu corpo, salpicando beijos ao longo da minha pele
ultrassensível. Eu sabia exatamente para onde ele estava indo, e exalei respirações
curtas, quase em pânico. Deslizando para fora da cama, ajoelhou-se na borda e agar-
rou minha cintura. Mostrando sua força impressionante, Yuri puxou-me para ele, e
usou as grandes mãos para espalhar minhas coxas.
Eu tremia violentamente por dentro, enquanto ele olhava para minha buceta.
Ele murmurou alguma coisa em russo, sua voz incrivelmente rouca, depois mergulhou
a língua entre meus lábios. Eu gritei e agarrei-me a roupa de cama. A sensação selva-
gem ameaçou me fazer gritar, mas eu sufoquei meu gemido com uma das mãos aper-
tando com força a minha boca.
A cabeça de Yuri apareceu com o som abafado. Ele agarrou meu braço e puxou
a mão da minha boca. —Não se atreva a segurar-se comigo. Eu quero ouvir tudo isso.
— Ele esfregou seu rosto contra minha buceta quente. Eu podia ouvir o sorriso em sua
voz quando ele acrescentou, acaricia meu ego.
Quando ele lambeu meu clitóris exposto, decidi fazer exatamente como solici-
tado e soltei um gemido alto. Yuri empurrou os lábios com os dedos e persuadiu meu
clitóris. Sua língua hábil vibrou sobre a pequena saliência. Meu quadril moveu-se
quando os apelos selvagens chegaram.
Eu queria tanto gozar. Submetendo-me totalmente a Yuri, eu fechei os olhos e
me concentrei na sensação de sua língua deslizando em mim. Abaixei-me e enfiei os
dedos pelo cabelo grosso. Sua mão livre segurou a minha. A intimidade do momento
veio forte.
Yuri cantarolou contra o meu clitóris. As deliciosas vibrações sacudiram através
de mim. A mão que tinha agarrado meu clitóris se afastou. Dois dedos penetraram-me
e eu engasguei com a intrusão maravilhosa. Movimentaram-se dentro e fora do meu
canal em um ritmo calmo, despertando todas as terminações nervosas.
Tomada de êxtase, me contorci em cima de sua cama, enquanto sua língua en-
controu o ritmo perfeito. Ele me deixou louca com a boca talentosa e aqueles dedos
empurrando. Balançando meu quadril, subi as alturas do êxtase. Meu estômago agi-
tou-se e contraiu.
—Yuri. Oh. Yuri!
Eu gritei o nome dele quando as ondas paradisíacas do meu clímax rasgaram-

me. Ele gemeu de excitação e forçou minhas coxas ainda mais distantes com seus om-
bros largos. Totalmente exposta e aberta para ele, eu não tinha escolha a não ser ren-
der-me completamente aos maus tratos de sua boca. Ele febrilmente acendeu meu
clitóris até que eu gritei uma segunda vez.
Cabeça latejando e o corpo pulsando com o puro prazer de dois orgasmos in-
crivelmente poderosos, eu caí contra a cama. Até que eu ouvi o som da abertura da
gaveta de cabeceira e do fechamento; também ouvi o gemido lamentoso e estridente
que Sasha fez do outro lado da porta.
—Ignore-a. Disse Yuri enquanto jogava uma tira de preservativos na cama e su-
bia em cima de mim. —Ela não está acostumada com os sons do amor. Com um sorriso
malicioso, ele me beijou. —Tenho certeza que até o final da semana ela terá acostu-
mado ao som de você gritando com prazer.
Minhas bochechas ficaram quentes.
—Sinto muito.
—Gatinha, não se atreva a pedir desculpas por isso. Ele agarrou minha mão e
arrastou-a para baixo entre os nossos corpos. —Sinta o quão duro você me faz.
Engoli em seco enquanto eu apertava sua ereção rígida. Duro era um eufemis-
mo. Eu acariciei seu pau rígido. Suas pálpebras fecharam e sua mandíbula apertou-se
quando eu brinquei com ele. Querendo mostrar a ele o mesmo prazer que ele tinha
acabado de me dar, eu perguntei: - Você quer que eu te chupe?
Seus olhos abriram. Ele traçou meu lábio inferior com o polegar.
—Eu não sei dizer quantas noites eu fantasiei com você ajoelhada aos meus
pés, com o meu pau entre estes lábios carnudos de seda.
Sua admissão inebriante fez minha barriga oscilar. A ideia de que Yuri fantasiou
da mesma forma que eu estava sonhando com ele, me fez tudo muito mais quente. Eu
mordisquei o seu polegar.
—Mostre-me como você quer que eu fique.
Yuri rolou de cima de mim e parou ao lado da cama. Ele apontou para o local
em frente a ele.
—Ajoelhe-se aqui.
Eu corri para fora da cama como um cachorrinho obediente, e ajoelhei-me a
seus pés. Eu nunca realmente me entusiasmei para fazer um boquete, era simples-
mente parte do kit nas relações, mas eu não podia esperar para colocar a minha boca
em Yuri.
—Mãos atrás das costas. Disse ele com a voz apertada de desejo.
Apreensiva, olhei para ele. Ele deve ter lido a preocupação em meu rosto. Ele
segurou meu rosto.
—Eu não ousaria fazer isso com você.
Certa de que ele não transformaria isso em algo feio, coloquei minhas mãos a-
trás das minhas costas. Eu notei a forma como a minha nova posição empurrou meus
seios para frente. Yuri olhou para mim com apreciação. Ele passou as mãos no meu
pescoço e em meus seios antes de tomar seu pau na mão, esfregando-o da ponta para
a base.
Quando eu abri a minha boca, sem ser ordenada, ele sorriu para mim. Um pas-
so à frente, e ele roçou a cabeça do seu pau contra os meus lábios. Coloquei a minha
língua para fora e passei nele. Eu o ouvi suspirar, enquanto eu o chupava gentilmente,
apenas a ponta. Rodei a minha língua ao longo da parte sensível de seu pênis.
Ele gemeu e enfiou seus longos dedos pelo meu cabelo. Reunindo um punhado
na mão, ele começou a bombear lentamente seus quadris. Olhei para ele e fiquei cho-
cada ao ver adoração absoluta gravada em seu rosto.
Saboreando a maneira como ele olhou para mim, eu subia e descia em seu pau
Eu pincelei a pele dele com a minha língua, e chupei mais profundo e mais apertado.
Seus quadris sutilmente empurraram seu pau contra minha língua. Lambendo em tor-
no dele, eu levei mais em minha boca.
Ele roçou a ponta dos dedos ao longo da minha mandíbula. —Você me quer
dentro de você agora?
Deixei seu pau duro livre da minha boca.
—Sim.
—Eu não posso prometer que vou ser gentil. Estou no limite Lena.
Chupei-o novamente e segurei seu olhar quando eu o levei longo, lenta e pro-
fundamente. Quando fiz, ele estremeceu. Aninhando meu rosto na sua coxa, eu sus-
surrei:
—Eu não preciso que esta noite seja suave. Eu só preciso de você.
Ele pegou minha mão e me ajudou a ficar de pé. Com os dedos ainda enrolados
no meu cabelo, Yuri tomou meus lábios em um beijo possessivo. Eu podia sentir seu
pênis pulsando preso contra a minha barriga, enquanto ele saqueava minha boca.
Quando ele me guiou até a cama, eu fui de bom grado.
Ele ajoelhou-se na beirada do colchão e rasgou um pacote de preservativos.
Depois que ele embainhou a si mesmo, Yuri ficou entre as minhas coxas abertas. Plan-
tando as mãos em cada lado da minha cabeça, ele mergulhou para me beijar. Eu mexi
minha bunda até que nossos corpos ficassem perfeitamente alinhados. Com um impul-
so áspero, Yuri entrou em mim.
—Ah! Com a cabeça inclinada para trás, eu expus meu pescoço para ele, en-
quanto ele balançava dentro e fora do meu canal escorregadio. Eu estava tão molhada
e animada, que facilitou o impulso repetido de seu pênis enorme. Ele aproveitou que
meu pescoço estava exposto e deu-me uma mordida de amor, que me fez gritar. Mi-
nha buceta apertou seu pau duro. O aperto ampliou tudo o que eu sentia lá em baixo.
Varrendo o cabelo dos meus olhos, Yuri capturou meu olhar. Nenhum homem
jamais olhou para mim assim. Seu olhar voraz queimou minha pele. Ele segurou meu
rosto enquanto entrava em mim. A intimidade de nossa união era crua e poderosa.
Ocorreu-me que, até este momento eu só tinha sido fodida.
Mas isto? Isto era um ato sexual. E foi esplendoroso.

Segurei seus ombros e envolvi minhas pernas em volta de sua cintura. Os gol-
pes poderosos de Yuri bateram em todos os pontos certos. Eu tremia embaixo dele.
Quando ele mudou o ângulo de sua penetração, vi estrelas. Minhas unhas cravaram
em sua pele bronzeada, e eu gritei quando as primeiras ondas de euforia me alcança-
ram.
—Venha comigo. Ele insistiu e beijou meu pescoço. —Eu quero sentir a sua bu-
ceta apertada me ordenhando.
Eu amei o jeito que ele falou essas palavras sujas com essa boca pecaminosa-
mente sexy. O ritmo de Yuri acelerou. Estalando os quadris, ele bateu seu pau mais
fundo e mais rápido. Quando ele colocou a mão entre nós e esfregou meu clitóris, eu
engasguei.
—Yuri!
—Goze Yelena. Seus lábios tocaram os meus. —Goze comigo.

E eu gozei. Não havia nada que eu pudesse negar a esse homem. Eu gozei com
tanta força, que eu vi manchas dançando diante de meus olhos. As rajadas felizes co-
meçaram em minha buceta, espalharam-se através do meu ventre até o meu peito. Eu
gritei o nome dele de novo e de novo, já não me importava quem me ouvisse ou como
meus gritos altos ricocheteavam nas paredes e no teto.
Yuri empurrou em mim uma última vez. Sua testa tocou a minha quando ele es-
tremeceu violentamente. Eu podia sentir seu pênis mais grosso e mais duro ainda, pul-
sando dentro de mim quando ele gozou. Meu nome saiu de seus lábios com um suspi-
ro prazeroso.
Nós ficamos juntos e compartilhamos beijos carinhosos. Pobre Sasha, perdeu a
cabeça fora do corredor. Seus grunhidos escandalosamente altos sacudiam as paredes.
Quando ela começou a arranhar e jogar seu corpo pesado contra a porta, Yuri recla-
mou irritado, e relutantemente afastou-se de mim. Ele beijou minha bochecha e fez
um gesto para a porta.
—Sinto muito.
Rindo, eu balancei a cabeça e sorri.

—Está tudo bem. Ela não entende.
Yuri resmungou alguma coisa em russo. Eu esperava que ele fosse para a porta,
mas ele fez o seu caminho em direção ao banheiro da suíte. Sasha estava fazendo um
grande tumulto, eu me preocupava se os guarda-costas viriam investigar. —Você quer
que eu a deixe entrar Yuri?
Ele parou na entrada do banheiro e olhou para mim.
—Não, ela precisa aprender a nossa rotina.

—Mas a porta…
—Pode ser substituída. Disse ele sem se importar, e naturalmente desapareceu
no banheiro.
Sentada contra o monte de almofadas macias, eu me coloquei debaixo das co-
bertas e as puxei para cima. A maneira como Yuri falou de Sasha, aprendendo nossa
rotina, me convenceu de que ele estaria nessa relação por um longo tempo. Eu não era
simplesmente uma diversão para ele.
A ideia de que ele via um futuro comigo me deixou esperançosa. Passou-se um
longo tempo desde que eu havia sentido uma emoção como esta. Agora, com Yuri,
tudo era possível.
Quando ele saiu do banheiro, ele permaneceu completamente nu. O suor bri-
lhava em seu corpo lindo. Saí da cama para cuidar das necessidades. Yuri finalmente
abriu a porta e Sasha saltou para o quarto como um raio peludo.
—Sasha! Yuri gritou o nome da besta quando ela por pouco escapou de uma
queda feia. Sasha o rodeou de novo com o seu grande rabo, e empurrou Yuri na porta.
—Sasha!
Quando o cão me viu, correu na minha direção. Eu coloquei as mãos na frente,
certa de que ela me derrubaria, mas Sasha me chocou por parar a tempo. Ela acariciou
minha barriga com o nariz molhado e caminhou em círculos rápidos ao meu redor,
como se quisesse assegurar-se de que eu não estava ferida.
Yuri deu uma ordem severa e Sasha finalmente obedeceu. Ela sentou-se à direi-
ta dos meus pés, e encostou sua grande cabeça contra meu peito. Confusa, olhei para
Yuri.
—Posso acariciá-la? Isso envia o sinal errado?
Yuri fechou a porta do quarto e caminhou em nossa direção. Seus lábios mos-
traram irritação.
—Eu não estou contente pela forma como ela ignorou os meus comandos. É
perigoso para ela estar tão animada e sem obediência. Ele poderia ter te machucado.
—Eu pensei que ela te machucaria. Estendi a mão e toquei-lhe o ombro. —

Você está bem? Ela bateu em você.
Ele acenou com a mão.
—Eu estou bem. Você pode acariciá-la. Acho que eu não deveria estar com rai-
va dela por querer protegê-la. Yuri passou os dedos no pelo de Sasha. E murmurando
para si, disse: — Creio que ela percebeu o quanto me importo com você.
Meu olhar foi para o rosto de Yuri, mas ele estava focado na cabeça de Sasha.
Cocei entre as orelhas do cão. Meus dedos roçaram os de Yuri, e sorrimos um para o
outro. —Talvez você devesse me ensinar os comandos amanhã. Sei que eles são em
russo, mas eu tenho certeza que posso aprender.
—Eu acho que você não vai ter escolha. Se for trabalhar aqui como minha assis-
tente, vai ficar sozinha com Sasha e Feodor. Você precisa ser capaz de mate-la sob con-
trole, ou vou ter que colocá-la no canil enquanto eu estiver fora, já que ela fica exces-
sivamente animada com você.
Mesmo que eu odiasse a ideia de Sasha ficar no canil, percebi que ela foi criada
para destruir intrusos. Se alguém inocente, como um cara de entrega de pacotes, che-
gasse muito perto, eu não imaginava o que Sasha poderia fazer. Até que eu estivesse
confiante na minha capacidade de mantê-la calma e sob o meu comando, eu não ou-
sava colocar outras pessoas ou ela em risco.
Quando eu fui em direção ao banheiro, Sasha gemeu e mudou-se a minha fren-
te. Com sua cabeça, ela me empurrou contra Yuri. Rindo, ele passou os braços em vol-
ta de mim e beijou meu pescoço.
—Eu gosto do jeito que ela pensa.

—Engraçado. Eu disse e dei um tapinha no braço.
—Sasha. Yuri estalou os dedos. Ele deu outro comando russo. Vi o rosto do cão.
Ela olhou para mim e teve um momento de hesitação, antes de finalmente obedecer a
seu mestre, marchando para o canto da grande e confortável cama. Ela deixou-se cair
e deu um suspiro dramático.
Sufocando um sorriso, virei-me para o banheiro. Eu não podia acreditar quanta
personalidade Sasha possuía. Quando saí alguns minutos depois, Yuri já havia deitado
na cama e apagado todas as luzes, exceto a do seu lado. Ele deu um tapinha no espaço
vazio ao lado dele. Eu me arrastei para a cama e cai em seus braços.
Quando nós nos beijamos, eu ouvi o sino de Sasha e um som estranho arras-
tando. Rompendo com o nosso beijo de boa noite, olhei para o cão. Eu não pude dei-
xar de rir com a visão de Sasha arrastando sua cama macia por todo o quarto. Ela pu-
xou-o todo para o meu lado da cama antes de parar.
—Meu Deus! Disse Yuri com um gemido. —Ela está realmente exagerando!
Rindo, eu rolei de barriga.

—Não dê ouvidos a ele Sasha. Ele está apenas com inveja de suas habilidades
loucas com as mulheres.
Rindo, Yuri aconchegou-se contra as minhas costas e acariciou minha pele nua.
—Vamos ver o quanto você gosta dessas habilidades loucas quando ela come-
çar a roncar.
—Você ronca Sasha? Cocei-a sob o queixo e recebi um uivo feliz da besta ta-
manho de urso.
—Igual a uma motosserra. —Disse Yuri e beijou meu ombro.
Quando Sasha acalmou-se, eu virei para o calor reconfortante de Yuri e colo-
quei minha perna na sua. Havia tanta coisa que eu queria discutir com ele, mas este
não era o momento. Agora, eu estava disposta a divagar em seu abraço protetor.
Embalada para dormir com a repetição suave de seus dedos penteando meu
cabelo, eu não tinha ideia de que estava curtindo meus últimos momentos de feliz
ignorância.
Capítulo Dez
Yuri despertou com o rosnado de Sasha. Puxado de um sono profundo, ele pis-
cou rapidamente e tentou concentrar-se. Os anos de treinamento nas Forças Especiais
nunca o deixaram. No espaço de alguns instantes, ele estava totalmente alerta.
O luar brilhava sobre a silhueta de Sasha perto da porta. Em todos os anos que
ele tinha o seu cão de guarda amado, nunca tinha visto Sasha reagir dessa forma. Essa
resposta significava uma coisa: um intruso.
Yuri não gostava de duvidar de Sasha, mas depois de sua reação anterior com
Lena, não tinha certeza se ele poderia aceitar a resposta do cão com confiança. Era
possível que ela estivesse agindo desta maneira porque ouviu um rato, ou algum outro
animal noturno movendo-se na casa grande e vazia. Ela estava no limite por causa de
sua paixão recém-descoberta por Lena, ou não havia perigo real. Yuri não poderia di-
zer. Com ela dormindo pacificamente ao lado dele, ele não estava disposto a correr
risco com a segurança dela.
Ele estendeu a mão e deslizou debaixo da mesa de cabeceira. Dois ímãs pode-
rosos mantinham uma pistola carregada escondida de olhares curiosos. Sentando, ele
carregou e engatilhou a pistola. O som agudo acordou Lena. Antes que ela pudesse
dizer qualquer coisa, ele colocou a mão sobre sua boca e trouxe seus lábios perto de
seu ouvido.
—Sasha ouve algo. Fique parada.
Ela sentiu a cabeça mover para cima e para baixo silenciosamente em compre-
ensão. Depois de um rápido beijo na testa dela, ele deslizou para fora da cama e en-
controu seu jeans no chão. Uma vez vestido, caminhou com discrição até a porta. Sa-
sha não precisou ser ordenada. Ela fez exatamente o que deveria fazer quando foi
treinada, e assumiu sua posição ao lado de Yuri.
Prendendo a respiração, Yuri escutou atentamente. A princípio ele não ouviu

nada, mas, em seguida, ouviu passos contra a madeira maciça atingir seus tímpanos.
Jake e Derek, muitas vezes, faziam uma caminhada durante seus turnos da noite, mas
Sasha nunca reagiu assim. Depois da forma que Sasha tinha insistido na porta para
checar Lena, Yuri não poderia ter certeza absoluta de que seu cão não estava protes-
tando contra a presença de outro homem, ainda que amigável.
Sussurrando para Sasha, ele deu um comando firme e a mandou de volta junto
a Lena na cama. O cão não hesitou. Ela trotou em direção a ela, pronta para proteger a
mulher que ele havia reclamado com sua vida.
Yuri destravou a segurança de sua arma e abriu a porta. As janelas do chão ao

teto no final do corredor iluminavam o espaço. Um movimento perto das pinturas
chamou sua atenção. No começo, ele não podia acreditar no que estava vendo.
Um homem vestido de preto levantou uma de suas pinturas da parede. Os sen-

sores de alarme ligados à parede e ao quadro deveriam ter sido ativados, mas não ha-
via nenhum barulho. Ocorreu a Yuri que esse ladrão conseguiu burlar o sistema de
alarme sem interromper a energia elétrica que atravessava o resto da casa. Derek e
Jake não foram alertados da presença de um ladrão.
Entrando na sala, Yuri usou as sombras em seu benefício. Apontando sua pisto-
la, ele limpou a garganta. —Coloque a pintura contra a parede e as mãos na cabeça.
Um movimento estúpido e eu não tenho escolha a não ser atirar.
Tudo aconteceu muito rapidamente depois que ele emitiu seu aviso. O idiota
jogou a pintura, e o som dele fazendo barulho contra o chão assustou Sasha. Num pis-
car de olhos, o cão correu do quarto para o corredor. Antes que Yuri pudesse pará-la,
Sasha prendeu o intruso pelo braço. Um grito lancinante ecoou no silêncio da casa.
Sasha jogou lado a lado o homem como uma boneca de pano.
—Não! — O intruso gritou. —NÃO! Pare, pare!
—Oh meu Deus Yuri! Faça-a parar! Lena empurrou passou por ele e correu pelo
corredor. Faça-a parar!
Seu grito agitou Sasha mais ainda, que deve ter mordido com mais força por-
que o homem soltou um grito gutural.
—Yuri! Lena gritou para ele. —Faça Sasha parar! Ele é meu primo!
Suas palavras o atingiram como um tapa na cara. Seu primo?
—Lyezhat! Sasha!
O cão soltou instantaneamente e o homem cambaleou para trás e caiu de bun-

da. Soluçando, ele segurou o braço junto ao peito, e amaldiçoou em espanhol.
—Meu braço! Aquele cachorro arrancou a porra do meu braço!
Quando Lena tentou chegar perto, Sasha latiu para ela, mas Lena manteve sua
posição.
—NÃO!
Intimidada, Sasha choramingou, mas não tentou interferir quando Lena aga-
chou-se ao lado do homem que tinha identificado como seu primo. Em estado de es-
tupor, Yuri travou sua pistola e colocou-a na parte de trás de sua calça jeans. Ele afas-
tou Sasha e obrigou-o a ir para o lado oposto do corredor.
—Yuri, precisamos de luz. Depressa. Por favor.
Mesmo que ele quisesse exigir respostas, ele encontrou o interruptor de luz
mais próximo. Felizmente deu certo. O que quer que esse ladrão houvesse feito para
burlar o sistema de alarme não havia afetado as luzes.
Vestindo apenas a camisa, Lena ajoelhou-se ao lado do ladrão sangrando. Ela

puxou a máscara preta de esqui da cabeça para revelar seu rosto. Os dois claramente
reconheceram um ao outro. Seu olhar caiu para o braço mutilado do homem e ela ge-
meu. Com os olhos arregalados, ela empalideceu com medo.
—Yuri precisamos de toalhas e uma ambulância.
—Pro inferno. —Ele interrompeu mesquinhamente. Ele tentou me roubar. Ele

vai sair daqui algemado.
—Yuri!
—Não me diga Yuri, Lena. Ele passou a mão pelos cabelos e tentou obter um
controle de suas emoções vacilantes. Traição apareceu para ele. —O que diabos ele
está fazendo aqui?
Ela olhou para ele.
—Como diabos eu vou saber?
Ele queria acreditar que isso fosse uma coincidência, mas era muito claro.
—A primeira noite nós dormimos juntos seu primo tenta me roubar. Como vo-
cê explica isso?
Sua expressão endureceu. Aqueles olhos escuros brilharam com fúria.
—O que está dizendo Yuri? Se você quiser me acusar de alguma coisa, seja ho-
mem e faça porra!
Ele pegou o desprezo em sua voz. Ela piscou rapidamente antes de voltar sua
atenção para seu primo ferido. Seu peito doía ao perceber que ele a tinha machucado
com sua explosão de raiva. Ele não tinha provas e não deveria ter dito isso.
Passos de corrida ecoou lá embaixo.

—Chefe! Alguém mexeu no alarme. Tenho Derek com ele, mas ouvimos o baru-
lho! Você está bem?
—Lena e eu estamos bem. O intruso... nem tanto.
Jake apareceu no degrau mais alto. Ele deu a cena uma verificação rápida.
—Quem diabos é esse?
A mandíbula de Yuri cerrou. Ele apontou para Lena.
—Pergunte a ela.
Choque passou pelo rosto de seu guarda costas.
—Lena?
Ela engoliu em seco nervosamente e finalmente confessou:
—Ele é meu primo. Seu nome é Tommy Cruz.
Branco como um lençol, Tommy olhou de cara a cara. Ele lambeu os lábios e
manteve a mão boa pressionando o braço que sangrava. Ele não fez nenhuma tentati-
va de explicar sua presença.
—Jesus. Jake disse com um aceno de cabeça. —Nós vamos precisar de uma
ambulância. Vou ligar para o 911.
—Não! Tommy finalmente falou. —Não, por favor. Se você chamar a polícia,
eles vão matá-lo.
As entranhas de Yuri cerraram-se.
—Matar quem?
Tommy engoliu em seco e virou um olhar arrependido para Lena.
—O seu pai. Eles têm o seu pai.
Seu rosto afrouxou e caiu com força.
—Quem?
—O cartel Guzman. Tommy respondeu com uma voz trêmula. —Sinto muito,
Lena. Sinto muito. É tudo culpa minha.
—O que você fez? Sua voz desesperada corroia Yuri. —Diga-me!
Com uma exalação chorosa, Tommy explicou:

—Havia uma pintura e eu pensei que estava fazendo a coisa certa. E eu fiz Lena,
eu realmente fiz. Era tanto dinheiro. Você sabe? Eu roubei, mas havia uma recompen-
sa por ela. Ela pertencia a Lorenzo Guzman, eu não sabia. Ele começou a soluçar pate-
ticamente. —Seu pai estava do lado errado da fronteira descarregando e foi pego.
—Seu estúpido idiota! — Ela deu um tapa no seu rosto. Yuri estremeceu com o
estalo de sua palma contra sua bochecha. —É sempre dinheiro com você! Sempre! Seu
filho da puta ganancioso! Se alguma coisa acontecer com o meu pai, você vai desejar
que Sasha tivesse terminado.
Sentindo a situação ficando fora de controle, Yuri deu um passo adiante.
—Jake, por favor, volte para os quartos. Mantenha Derek lá. Vou lidar com is-
so.
—Mas, senhor, eu…
—Não. Yuri interrompeu-o com um levantar de sua mão. —O que você ouviu
não sai desta sala, entendeu? Sob nenhuma circunstância você deve entrar em contato
com Dimitri. Ninguém mais vai ser arrastado para essa bagunça.
Os lábios de Jake tornaram-se sombrios.
—Ok, chefe. Ele não gostou, mas ele faria o que disse.
Enquanto Jake dirigia-se para as escadas, Yuri acrescentou: - Haverá um carro

ou dois chegando à próxima hora. Não dê atenção a eles.
Quando Jake estava fora do alcance da voz, Yuri dirigiu-se a Lena.
—Vá pegar algumas toalhas do meu banheiro. Ele tocou seu bolso, mas ele es-
tava vazio. —Encontre meu telefone branco. Provavelmente no chão.
Lena sustentou seu olhar antes de finalmente levantar-se. Quando ela passou,
ele agarrou a mão dela e puxou-a para perto. Colocando-a em seu rosto, ele a beijou
com ternura. Mais tarde, em privado, ele pediria desculpas por tirar conclusões preci-
pitadas. Ela pareceu entender e devolveu o beijo com o carinho suave que ele queria
dela.
Sozinho com Tommy, ele fitou-o.
—Eu só vou dizer isto uma vez, então ouça com atenção. Se você mentir para
mim e fizer com que Lena ou o pai dela se machuquem, eu vou ter certeza de que o
resto de sua vida seja miserável e extremamente dolorosa. Entendeu?
Tommy assentiu.
—Sim.
Quando Lena reapareceu, ela empurrou o telefone na mão dele e correu para o
lado de Tommy com as toalhas. Ela as envolveu firmemente em torno de seu braço
ferido, mas ela não foi nada gentil com seu primo. Yuri chamou o único homem que
poderia ajudá-lo.
—Você sabe que horas é porra? — Nikolai gritou para ele.
—Eu preciso de sua ajuda. Ele pegou Tommy olhando para ele. Sem dúvida a
conversa que o homem mais novo não conseguia entender o deixou inquieto. Bom,
pensou com raiva. Ele queria que o picareta suasse.
—O que aconteceu?
—Não por telefone. Respondeu Yuri. —Eu preciso de você aqui. Em casa, acres-
centou. —E traga Kostya. Sem dizer as palavras, ele disse a Nikolai quão sério isto era.
—Vinte minutos. Disse Nikolai e desligou o telefone.
Colocou seu telefone no bolso ouvindo o choramingar contínuo da Sasha. O cão

tinha sangue ao redor de sua boca. A visão fez o seu estômago revirar. Mesmo ele
tendo comprado o cão especificamente para proteção, ele nunca imaginou que Sasha
teria que morder alguém.
Olhando para Lena, disse:
—Nikolai estará aqui em breve. Mantenha o braço enrolado. Vamos leva-lo ao

médico, logo que eu tenha todas as respostas que eu preciso.
—Ok.
—Sasha.
O cão ficou em pé e seguiu-o através do quarto principal e para o banheiro. Ele

pegou uma toalha, umedeceu com água e sabão e fez um rápido trabalho de limpeza
no rosto do cão. Mais tarde, quando ele tivesse mais tempo, ele escovaria os dentes.
Por enquanto, isto teria que ser suficiente.
Com Sasha limpa, Yuri a levou até sua cama e deu-lhe um comando para ficar
ali. Sasha gemia, sem dúvida, porque ela queria manter Lena à vista, mas obedeceu, no
entanto. Yuri fechou a porta deixando o cão em segurança dentro do quarto. Ele não
queria correr nenhum risco com Nikolai e Kostya vindo.
No corredor ele descobriu Feodor ajoelhado ao lado de Lena. Foi só nesse mo-
mento que Yuri percebeu como escandalosamente mal vestida ela estava. Ela estava
com sua camisa dobrada em torno de suas coxas, mas ele duvidava que ela tivesse
alguma coisa embaixo do algodão fino.
Agachando-se atrás dela, ele esfregou as costas.
—Você deveria vestir-se. Vai ser uma longa noite.
Ela não discutiu. Ela deu um passo para longe dele, mas depois hesitou. Ele
percebeu que ela não tinha ideia de qual dos quartos Feodor lhe dera. O homem mais
velho fez um gesto para a porta ao lado da suíte máster de Yuri.
Depois que ela entrou no quarto, ele pegou o olhar de questionamento de Fe-
odor. Com um aceno de cabeça, ele silenciosamente comunicou que este não era o
momento certo. Feodor não forçou. Em vez disso, ele disse:
—Devemos levá-lo lá em baixo.
Yuri concordou e ajudou a segurar as toalhas firmemente em torno do sangra-

mento no braço de Tommy. O bastardo magro chiou de dor quando eles o ajudaram a
ficar de pé, mas Yuri não sentiu nenhuma compaixão. Se o cartel Guzman, uma das
gangues mais notoriamente violentas ao sul da fronteira, tinha o pai de Lena em sua
custódia, ele provavelmente estaria sentindo muito mais dor do que isso.
Eles estavam no meio da escada quando Lena juntou-se a eles. Ela tinha colo-
cado um short rosa quente e recolheu o cabelo em um rabo de cavalo alto. Uma ex-
pressão de medo e preocupação torceu suas belas feições. O coração de Yuri ansiava
por ela. Ele podia imaginar o que ela estava sentindo agora.
Na cozinha, Feodor colocou uma toalha de mesa sobre uma cadeira e outra no
chão para proteger de todo o sangue escorrendo. Tommy sentou e olhou ansiosamen-
te enquanto esperava Nikolai chegar.
Com a necessidade de sentir-se útil, Lena perguntou a Feodor:
—Onde você guarda o material de limpeza? Vou limpar a bagunça lá em cima.
—Deixe. Disse Yuri com um aceno de sua mão.
—Mas…
—O homem de Nikolai vai cuidar disso, Lena.
Seus olhos arregalaram um pouco. Se ela sabia de Kostya ou não, ele não pode-
ria dizer. Provavelmente Benny havia falado dele, mas ele não podia ter certeza. De
qualquer forma, ela parecia entender o que ele quis dizer.
A campainha soou alto. Yuri balançou a cabeça quando Feodor caminhava em

direção à porta da cozinha trancada.
—Eu cuido disso.
Ele atravessou a casa e abriu as portas duplas reforçadas. Fumando um cigarro,

Nikolai ficou no degrau mais alto. Ele veio sozinho em seu carro preto elegante, mas
Kostya estava parando na calçada atrás dele.
Nikolai deu sua última tragada e apagou seu cigarro. Ele embolsou a bituca em
vez de jogá-la descuidadamente no jardim de Yuri.
—Então?
—É ruim. Yuri assistiu Kostya sair de sua SUV. Erguendo a voz, ele disse: - Traga
o seu saco de limpeza. Há uma grande quantidade de sangue.
—Cadáver? Nikolai perguntou quando ele arrastou-o para dentro de casa.
—Ele ainda está vivo. Ele precisa de um médico.
Nikolai franziu a testa.
—É um de seus guarda-costas? Houve uma tentativa fracassada?
—Não. Infelizmente, ele disse: - Isso deixaria tudo mais simples. É o primo de
Lena.
Os olhos de Nikolai estreitaram-se.
—O receptador?
Yuri deu de ombros.
—Eu não sei. Ele estava tentando me roubar.
—Por quê? O negócio do pai de Lena com o sobrinho é de alto nível. Nunca
soube que ele fazia essa parte... roubar. Joe Cruz é extremamente cuidadoso.
—Aparentemente, ele não foi cuidadoso o suficiente. Contratar sobrinhos idio-

tas para trabalhar parece ter suas desvantagens.
Kostya apareceu em seu uniforme e parecia um cirurgião. Ele tinha seus sacos
vermelhos na mão.
—Onde eu tenho que ir?

Yuri apontou para a grande escadaria.
—Topo da escada. Você encontrará facilmente. E não abra as portas dos quar-
tos. Sasha está presa e ela está incrivelmente agitada esta noite.
Kostya assentiu e subiu as escadas para fazer o que ele fazia de melhor.
Com um toque de seus dedos, Yuri indicou a Nikolai que deveria segui-lo para a
cozinha. Sua voz baixou, ele admitiu: - Eu estou fora da minha área aqui. Este é um
cartel de merda e eu não sei como ajudá-la.
—Ela. Você quer dizer Lena?
—Seu pai está sendo mantido preso pelo cartel Guzman.
Nikolai passou a mão pelo rosto. As tatuagens carregadas em seus dedos e as

costas das mãos atraiu o olhar de Yuri. Com um suspiro irritado, Nikolai disse:
—Eu não posso prometer nada, Yuri. Preciso dos fatos primeiro. Então eu vou
fazer o que posso.
Lado a lado, eles entraram na cozinha. Tommy deu uma olhada para Nikolai e
pulou da cadeira. Tropeçando para trás, ele derrubou duas cadeiras e levantou seu
braço ileso. —Não. Não. Não. — Ele lançou um olhar suplicante a Lena. —Não deixe
eles me matarem.
—Eles não vão te matar! Engolindo nervosamente, olhou para Nikolai. —Você
não vai né?
Mostrando o seu senso de humor negro, Nikolai riu.
—Não, Lena. Ele deu a sua atenção para Tommy. —Não esta noite, pelo menos.
Seu primo ficou branco fantasmagórico.
—Olha, eu não tinha escolha. Eu precisava da pintura.
Yuri levantou a mão.
—Sente-se. Então comece desde o início.
Tommy fez como instruído. Engolindo, ele lambeu os lábios e contou a história
sórdida.
—Tínhamos essas pinturas certo? Estávamos esperando a poeira baixar para

que pudéssemos negocia-las. Elas deveriam ser a aposentadoria do Tio Joe. Ele estava
saindo do negócio, e estas pinturas eram um mega dinheiro.
—Aposentar? Lena pareceu chocada. —Quando ele decidiu isso?

—Alguns meses atrás. Disse Tommy. —Ele não queria te contar até que estives-
se feito. Ele disse que isso seria uma promessa que ele não quebraria.
Yuri testemunhou a dor estampada em seu rosto. Pensou na maneira que ela
estava no restaurante. A reação dela fez muito mais sentido. Ele jurou então que ele
nunca iria quebrar outra promessa para ela.
—Então o Tio foi para Matamoros para descarregar uma carga de merda que
nós tínhamos guardada no armazém. Tommy continuou. —Enquanto ele foi eu recebi
essa ligação sobre uma das pinturas. Essa garota estava oferecendo muito dinheiro por
isso, muito mais do que o tio pensou que conseguiria através de sua conexão em Nova
York. Eu queria surpreendê-lo. Eu queria mostrar a ele que eu estava falando sério
sobre assumir o negócio e gerar lucros. Fiz o negócio, começou a cair dinheiro, e deixei
a pintura em um dos armazéns vazios perto do gasoduto, onde o seu pai gosta de fazer
as transações.
Lena amaldiçoou com raiva e esfregou os olhos.
—Você negociou uma pintura quente com uma garota em um armazém, e nun-
ca lhe ocorreu que era uma má ideia, porra?
Tommy fez uma careta.
—Eu sei. Foi estúpido.
—Sim, foi Tommy. Você conhece as regras. Só se negocia arte com outro nego-
ciante. Garante proteção. Essa é a única coisa que o mantém seguro.
Yuri olhou para Lena. Ele sabia que ela era inteligente, mas, aparentemente, ela
possuía uma riqueza de conhecimentos criminal.
Sentindo seu olhar, ela revirou os olhos.
—Vamos apenas dizer que as conversas na hora do jantar em minha casa não
giram em torno do tempo ou as próximas eleições.
—Claramente. Ele murmurou e se virou para Tommy. —Está pintura que você
receptou? Como uma pintura do cartel foi parar em suas mãos?
Tommy deu de ombros.
—Eu não sei. Nós não mexemos nos negócios do cartel. De nenhum. Essa mer-
da é louca e perigosa. Acho que o cara que vendeu para Tio Joe mentiu sobre a proce-
dência da pintura.
—Obviamente, Lena resmungou. —Mas por que vir aqui esta noite? Por que
tentar roubar uma das pinturas de Yuri?
—O que eu vendi era um Galán. Tentei obter um no porão do comprador, mas

seu telefone estava na secretária eletrônica. Ele está morto. Então eu tentei descobrir
tudo que podia sobre o pintor. Li que o último vendido em um leilão foi vendido para
ele. Ele gesticulou para Yuri com uma ponta de seu queixo. —Um preço recorde tam-
bém. Então eu percebi que talvez eles aceitassem esta pintura como um pagamento
justo pela vida do seu pai.
—Imaginou? Perguntou Yuri. —Você não sabe com certeza?
Tommy balançou a cabeça.
—Eles não me deixaram falar com ele. Eles desligaram.
—Eu conversei com ele na manhã de domingo. Lena falou tão baixinho que Yuri
mal a ouviu. Ela olhou para ele com brilhantes olhos lacrimejantes. —Ele ligou cedo.
Achei que ele soava estranho, mas nunca me ocorreu que ele estivesse em apuros.
—O que ele disse? Nikolai perguntou. —Talvez ele estivesse tentando passar-
lhe uma mensagem.
—Ele disse que me amava e me perguntou se eu tinha minha arma por perto.
Foi isso.
—Ele estava tentando avisá-la. Respondeu Nikolai.
—Sim. Ela mudou a expressão. —Deus, eu sou tão estúpida. Na outra noite, no
716, eu peguei um traficante chamado Chains em um dos quartos dos fundos. Ele me
disse que Tommy havia feito asneira em um negócio, mas eu não pedi que explicasse.
Por que eu fui tão descuidada?
Yuri ouviu a angústia em sua voz. Ele a puxou para perto e beijou sua testa.
—Está tudo bem, Lena. Vou corrigir isso.
A esperança encheu seu olhar, mas ela balançou a cabeça.
—Você não pode consertar isso. Essas pessoas? O cartel? Eles não vão sim-
plesmente trocar o meu pai por uma pintura.
—Não. Concordou Yuri. —Tenho certeza que eles vão querer mais.
—Yuri. Ela disse suavemente. —Você não pode…

Ele a silenciou com um beijo.
—Eu posso, e eu vou.
—Mas…
Ele a beijou novamente, pondo fim aos protestos.
—Vá lá em cima e espere por mim. Vou lidar com isso.
Ela olhou para Tommy. Mesmo que ela estivesse zangada com ele, sua preocu-
pação com seu primo venceu.
—Você não vai machucá-lo?
—Não, acho que Sasha lhe ensinou uma lição.
Ele apertou os lábios em sua testa. —Vá.
Com um aceno de cabeça, ela soltou-se de seu abraço e saiu da cozinha. Sem
necessidade de ser ordenado, Feodor a seguiu. Ele não se preocupava com homem
mais velho, porque sabia que ele nunca repetiria o que tinha ouvido. Confiava em Feo-
dor a sua vida.
Quando ficaram a sós com Tommy, Nikolai perguntou:
—O que você quer que eu faça com ele?
O primo de Lena parecia que estava prestes a mijar nas calças. Embora ele gos-
tasse de fazer com que se contorcesse, ele usou de misericórdia com o suposto ladrão.
—Que ele seja tratado e colocado em um lugar seguro. Eu o quero a sete cha-
ves até que isto termine sem telefone ou acesso à internet. Eu não confio nele. Ele
poderia jogar minha Lena aos lobos para salvar sua própria bunda.
—Eu não! Prometo. Não vou machucá-la.
—Você já machucou.
Nikolai fez um gesto para que ele aproximasse. Virando as costas para Tommy,
Nikolai escorregou em sua língua materna.
—Olha, Guzman vai querer a pintura de volta. Para um item sofisticado como
esse, eu normalmente ir para Joe Cruz para obter informações. Infelizmente…
—Eu posso lidar com isso no fim das contas. Tenho um amigo que conhece to-
dos no mundo da arte. Ele me ajudou começar a minha coleção.
—O dinamarquês?
Yuri concordou.
—Se alguém pode encontrar um Galán quente, será Niels.
—Boa sorte nisso. Nikolai olhou de volta para Tommy. —Você entende que isso
pode ficar confuso. Essa merda que Ivan passou para salvar Erin vai parecer brincadei-
ra de criança perto disso. Nikolai cortou os dedos em sua garganta. —Eles provavel-
mente vão querer uma cabeça pelo roubo da pintura original.
Yuri sentiu o intenso olhar de Tommy, mas não deu ao homem a satisfação de
reconhecer.
—Vamos esperar que ele não chegue tão longe.
—E se isso acontecer?
—Não vai.
A mandíbula de Nikolai ficou tensa.
—Esteve nesse mundo glamoroso por tanto tempo, que você esqueceu como é
aqui na merda podre, com o resto de nós.
Yuri esfregou a parte de trás do pescoço. Ele irritou-se com a afirmação de Ni-
kolai, que foi até suave, mas talvez seu mais querido amigo estivesse certo.
—Olha, se há uma coisa que esse mundo glamoroso me ensinou, é que todo
mundo tem um preço, até mesmo um homem como Lorenzo Guzman.
—Mas você está disposto a pagar? Isso não é barato.
O rosto sorridente de Lena passou diante de seus olhos.
—Eu vou fazer isso e o que for preciso para protegê-la e salvar seu pai.
Nikolai o estudou.
—Verei se consigo marcar uma reunião. Pode ser difícil com a minha história.
Yuri fez uma careta.
—A sua história? E então ele compreendeu. —Merda! O pai de Vivian?
Nikolai assentiu.
—A gangue de motociclistas fora da lei com quem ele anda faz a proteção de
armas e drogas para o cartel Guzman.
—Inferno!
—Eles provavelmente adicionarão um valor considerável no custo para fazer

negócios com eles.
—Está tudo bem. Eu pago. Yuri considerou quais deveriam ser seus termos. —
Eu quero uma prova de vida e um telefonema diário entre Lena e seu pai até termos
resolvido essa confusão. Deixe-os saber que eu quero que ele esteja inteiro e ileso. Ele
considerou o caos e a barbárie que tantas vezes viu nos jornais e nos noticiários. —Não
haverá espancamentos, sem fome, sem tortura.
—Sim. Okay.
Yuri agarrou o ombro de Nikolai.
—Obrigado. Sei o quanto você está arriscando por me ajudar.
—Você arriscou mais por mim. Estou feliz em fazer isso por você.
Yuri ficou surpreso de Nikolai ter falado no episódio feio da sua infância. Era
uma coisa que nenhum deles jamais discutiu. Para Nikolai falar agora…
Kostya entrou na cozinha com seus pesados sacos a tiracolo. Os joelhos de seu
uniforme estavam manchados de vermelho. —Está feito. Seu olhar saltou para
Tommy. —Devo cuidar dele agora?
Os lábios de Yuri contorceram com a expressão de horror no rosto de Tommy.
—Sim. Leve-o ao médico. Vou acertar a conta amanhã.
Kostya atravessou a cozinha para melhor olhar para Tommy. Ele espiou sob a
toalha e fez uma careta.
—O médico vai cobrar mais por isso. Você quer pagar a taxa extra para aneste-
sia?
Tommy parecia que ia desmaiar com a ideia de passar por cirurgia necessária
para colocar o braço novamente no lugar, sem qualquer alívio da dor. Yuri mostrou um
pouco de piedade e assentiu.
—O que for preciso. Deixe-o confortável.
Ombros de Tommy caíram para a frente em alívio.
—Obrigado.
Yuri ignorou. Nikolai bateu-lhe nas costas.
—Nós resolveremos isso. Deve subir e falar com ela.

A noção romântica de Nikolai surpreendeu. Ele achava que esse era o tipo de
coisa de Ivan ou Dimitri. Talvez ele não fosse o único a ficar mole...
Ele apertou a mão de Nikolai e abraçou-o rapidamente.
—Obrigado.
Nikolai fez um gesto de desprezo e deu um passo em direção a Tommy e Kost-

ya.
—Levante. Mantenha a toalha enrolada. Não vou querer sangue por todo o
meu carro.
Depois de deixar a cozinha, Yuri encontrou Feodor sentado na escada. Ele sen-
tou-se ao lado do homem velho que ele considerava um mentor há muito tempo, e
recostou-se nos cotovelos. Feodor foi quem ensinou Yuri a arte da economia de rua, e
Feodor que o havia empurrado a ser ambicioso, uma vez que tinha terminado o seu
tempo no serviço militar. Tudo o que ele tinha hoje, ele devia a este homem.
Lado a lado, eles assistiram Nikolai, Kostya e Tommy sair. A situação pareceu
surreal a Yuri. Ele sempre conseguiu isolar-se do lado mais cruel da vida, mas agora
estava bem aqui, em sua casa. Ele não tinha certeza como se sentia sobre isso.
Com um suspiro pesado, Feodor finalmente falou.
—Isso é muito sério.
—Sim.
—Uma noite com uma mulher e agora você tem um cartel batendo em sua por-
ta da frente.
Ele ouviu o alerta alto e claro.
—Para ser justo, eu já tive a máfia russa entrando e saindo por aquela porta an-
tes de você vir pra cá.
Feodor fez um barulho.
—Isso é diferente. Isso é algo que você entendia. Essa é a sua história. Agora?
Isso tudo é novo e muito violento.
—Isso não é culpa dela. Ela não pediu para nascer em uma família de crimino-
sos mais do que eu pedi para ser abandonado em um parque público.
—Você se preocupa com essa menina. Não era uma pergunta. Feodor afirmou
como um fato.
—Sim. Muito.
—Ela é como você. Feodor sustentou o olhar. —Eu posso ver isso em seus o-
lhos, em seu rosto. Ela sabe de onde você veio, porque ela está lá. Ela é um bom jogo.
—Sim. Feodor não estava dizendo nada que Yuri já não tinha reconhecido por si
mesmo. Lena parecia sua outra metade, uma alma gêmea que ele sabia que nenhuma
outra mulher poderia ser. —Ela é a pessoa certa para mim.
Feodor não parecia nem um pouco surpreso com a afirmação de Yuri.
—Então é melhor você começar a limpar essa bagunça rapidamente. Não a dei-
xe fora de sua vista. Esse cartel tem braços longos e não terá nenhum problema em
alcançá-la aqui.
O medo o apertou. Havia um pouco de proteção por ser o melhor amigo de Ni-
kolai Kalasnikov, mas essa proteção se estenderia a Lena? Será que o cartel honraria
essas regras não ditas?
Sem outra palavra, Yuri levantou-se e ajudou Feodor a ficar de pé. As articula-
ções do velho o fizeram estremecer. Ele observou Feodor andar pelo corredor antes de
trancar a casa. Ele percebeu que o alarme foi reativado e digitou o código uma vez que
as portas da frente estavam trancadas.
Querendo saber como Tommy entrou em casa sem o alarme disparar, ele foi
para o escritório e usou o telefone da casa para chamar seu pessoal. Derek falou sobre
a questão do alarme, e assegurou-lhe que um técnico viria na parte da manhã para
reforçar o sistema. Jake explicou que Tommy havia entrado através de uma das portas
de vidro do solário. Ele garantiu que um empreiteiro substituiria a vidraça quebrada de
manhã.
—Isso não deveria ter acontecido, chefe. Derek e eu deveríamos ter percebido
os problemas no sistema de segurança. Nós não deveríamos ter espaçado nossas ron-
das esta noite.
—Eu acho que devemos ver isso como uma aprendizagem. Yuri sabia que Jake
e Derek levavam seus postos de trabalho muito a sério, e não sentia necessidade de
punir ou repreendê-los pela invasão. - Tommy explorou os pontos fracos na segurança
da minha casa. Agora sabemos que precisamos fazer verificações e verificações, e as-
sim por diante. Vou querer um relatório e um plano de ação até amanhã à noite.
—Já estamos trabalhando nisso.
—Bom.
Com Derek e Jake a distância, Yuri saiu do escritório e subiu as escadas. O chei-
ro forte das soluções de limpeza de Kostya permaneciam no corredor. Yuri lançou um
olhar crítico em torno do espaço. Não havia um único indício de que algo acontecera
por aqui. Até mesmo a pintura foi colocada no seu devido lugar.
Quando entrou no seu quarto, viu a bolsa de Lena e a mala na ponta da cama.
Seu estômago doeu quando ele percebeu que ela planejava sair. Ele seguiu o som de
sua voz no banheiro da suíte, ela estava sentada na beirada da banheira e cuidava de
Sasha.
Ao contrário de sua limpeza rápida anterior, ela trabalhava cuidadosamente

para limpar o sangue das patas do cão. Ela tirou o colar e o tinha mergulhado em uma
das pias. As placas de prata tinham sido lavadas e estavam secando em uma toalha de
mão no balcão. Sasha alegremente permitiu que ela a deixasse limpa.
—Eu não sei onde você guarda o seu creme dental ou escova de dente. Ela me
deixou limpar os dentes com um pano, mas poderia usar um creme dental. Ela cari-
nhosamente acariciou o cão. —Você provavelmente deve levá-la para ver o seu veteri-
nário. Ela pode precisar de terapia para cachorro ou algo assim depois de morder
Tommy.
Ele sentiu que ela queria falar sobre alguma coisa, mas estava com um proble-
ma na mão. Não querendo força-la, ele começou:
—Eu sinto muito que você teve que ver tudo isso, e sinto muito que Sasha teve
que usar seu treinamento para nos proteger. Se Tommy não tivesse jogado a pintu...
—Eu sei. Ela levantou-se e deixou cair o pano sujo no cesto. Sasha acompanha-
va seus movimentos enquanto ela parou na pia para lavar as mãos. —Tommy já foi?
—Nikolai e Kostya o levaram ao médico. Ele vai ser instalado em um local segu-
ro até que isso seja resolvido.
—Você não tem que fazer isso.
—Não é grande coisa.
Enquanto ela secava as mãos, ela lhe lançou um olhar de descrença.
—Você sabe que é.
Yuri sentiu a tensão entre eles crescendo cada vez mais. Correndo os dedos pe-
los cabelos, ele exalou bruscamente.
—Eu vi as suas malas. Você vai embora?

—Eu acho que tenho que ir.
Franzindo a testa, ele perguntou:
—Por que você acha isso?
Ela soltou um suspiro ruidoso.
—Meu primo acabou de tentar roubá-lo. Agora eu tenho o cartel Guzman res-
pirando no meu pescoço. Ela balançou a cabeça. —Não, Yuri. Não vou fazer isso com
você. Eu vi o risco que Ivan correu por ajudar Erin. Ele poderia ter morrido naquela
noite que invadiram a casa dele. Eu não farei isso com você.
—Lena...
—Não. Ela o interrompeu. —Você não colocará seu pescoço na reta por mim.
Você tem os seus próprios problemas com o gasoduto.
—Foda-se o gasoduto. Ele respondeu de forma estridente. —Esse gasoduto não

significa nada para mim. Você é minha preocupação número um Lena. Você.
—Você não quer dizer isso.
—Não. Ele respondeu com cuidado. —Eu sou um homem crescido e eu sei o
que eu sinto. Quando eu digo algo, eu quero dizer isso.
Ainda recusando-se a acreditar nele, ela insistentemente acrescentou:
—Mas o gasoduto é o seu futuro.
Segurando sua cintura, ele arrastou-a para perto e deslizou uma mão atrás de
sua nuca.
—Você é o meu futuro. Essa tubulação é de metal, gás e dinheiro e facilmente

substituíveis, mas você? Ele brincou com sua boca. —Você minha querida Lena, é in-
substituível. Você é minha garota e única.
Seu lábio inferior começou a tremer. Ela inalou uma respiração instável e ten-
tou falar, mas não saiu nada, e reprimiu um soluço.
—Eu estou tão arrependida.
—Silêncio. Ele sussurrou enquanto ela continuava a balbuciar suas desculpas.

—Está tudo bem. Você teve uma noite assustadora.
Ele abraçou-a com força e acariciou suas costas. Ela se agarrou a ele agora, com
as mãos segurando seus braços e enterrou o rosto em seu peito.
—Yuri você não tem que fazer isso. Você não tem que perder-se no meu pesa-
delo pessoal.
—É tarde demais. Ele inclinou a cabeça para trás e olhou para os olhos casta-
nhos. —Eu estou todo enroscado em você, Lena. Ele a beijou com ternura. —E eu não
tenho nenhuma intenção de ficar solto.
Ela olhou para ele com um brilho maravilhado em seus olhos.
—Eu nunca mais queria acreditar em um homem, mas …
—Eu sei, ele sussurrou suavemente. Eu sei que você foi ferida no passado por
seu pai, sua mãe e suas promessas quebradas. Ele deu um beijo amoroso em sua boca.
— Me dê tempo Lena. Eu vou provar que sou um homem de palavra...
Capítulo Onze
Eu acordei com o som do meu celular tocando na cabeceira de Yuri. Quando eu

estendi a mão para pegar meu telefone, Yuri respirou surpreso. Senti seu corpo tenso
e rapidamente voltei a acariciar suavemente seu peito. Depois da nossa noite louca, eu
não estava surpresa que ele estivesse no limite.
Esfreguei meu rosto, me sentei e atendi meu telefone.

—Olá?
—Lena!
—Papai! Meu coração disparou quando sua voz penetrou em meu ouvido. —
Você está bem? Oh meu Deus. Por favor, me diga que você está bem.
—Eu estou bem, minha filha. Ele limpou a garganta. —Eu acho que você sabe.
—Sim. Tristeza estava estampada em minha voz. —Por que não me disse no
outro dia? Eu teria feito algo para ajudá-lo em seguida.
—Eu pensei que era a minha última chamada. Sua voz vacilou. —Eu não queria
assustá-la.
—Pai...
—Olha, eles vão me deixar chamá-la todas as manhãs durante esse tempo, até
chegar a pintura e o dinheiro. Aparentemente o seu namorado tem amigos em alguns
lugares muito interessantes. Obrigou-os a aceitarem um acordo para a minha seguran-
ça. Ele hesitou antes de finalmente perguntar: - Por que você não me disse que estava
namorando esse cara, Yuri?
—Eu não te contei porque não estávamos realmente namorando. Tipo, você
sabe, ontem. Minhas bochechas ficaram quentes enquanto eu imaginava o que o meu
pai estaria pensando. —Não é assim. Digo... essa coisa entre nós, levou um tempo para
acontecer. Só não era o momento certo até ontem.
A grande mão quente de Yuri preguiçosamente acariciava minha perna. Eu a-
chei o seu toque incrivelmente reconfortante.
—Eu entendo. Ele deve se preocupar muito com você para ser arrastado para
isso.
Olhei para Yuri e sorri.
—Sim, eu acho que sim.

—Estou feliz.
Uma voz rouca gritou ao fundo.

—Eu tenho que ir, minha filha. Ligo para você amanhã.
Há mesma hora?
—Sim.
—Ok.
—Eu amo você, Lena.
—Eu também te amo, papai.
A linha ficou muda. Ainda segurando o meu telefone, deixei minha mão cair pa-
ra o meu colo. O peso esmagador do meu medo e tristeza me envolveu. Eu não queria
chorar na frente de Yuri outra vez, eu fiquei atônita com o que aconteceu na noite pas-
sada, mas eu não consegui parar o soluço doloroso obstruindo minha garganta.
—Gatinha. Sussurrou Yuri e me arrastou para dentro da cama. Ele passou os
braços em volta de mim e me segurou contra o peito dele. —Vai dar tudo certo. Va-
mos rastrear a pintura e Nikolai vai me ajudar a fazer os preparativos para fazer uma
troca.
Eu esfreguei o nariz contra seu pescoço e inalei seu aroma reconfortante.
—Você faz isso parecer tão fácil.
—Eu não vou mentir para você. Ele limpou a umidade agarrada a minhas bo-
chechas com os polegares. —Esta, provavelmente, será uma negociação complexa, e
poderá levar mais tempo do que qualquer um de nós gostaria, mas vou conseguir.
—Como? Eu não sei como alguém poderia fazer o que ele prometeu. —
Encontrar uma pintura quente como um Galán não vai ser fácil. Especialmente se sou-
berem que foi roubado de um traficante mexicano!
—Eu tenho um amigo que sabe tudo o que acontece no mundo da arte em am-
bos os lados da lei. Se alguém pode encontrar esta pintura, será ele.
—E depois, Yuri? Eu acariciava seu rosto, a barba áspera em sua pele picando
os meus dedos.
—E então eu vou fazer uma oferta para a pintura. Ele afastou o cabelo do meu
rosto. Nossos olhares encontraram-se, luz púrpura entrava pelas janelas da varanda. —
Uma vez que a pintura estiver em minhas mãos, será uma operação muito simples e
direta.
Eu me cheguei mais perto de seu calor reconfortante.
—Eu espero que você esteja certo.

—Eu estou.
Eu só conseguia pensar que tudo não daria certo. Se Yuri não conseguisse en-
contrar a pintura ou se o novo proprietário se recusasse a vendê-lo, o que Lorenzo
Guzman poderia querer? Os senhores da droga não eram conhecidos por serem o mais
honrados dos homens. E se Guzman trair Yuri? E se ele matasse o meu pai para enviar
uma mensagem para outras pessoas que pensavam que poderiam roubá-lo?
—Eu deveria ter perguntado a Tommy quem era o atravessador lhes vendeu a
pintura, em primeiro lugar. Aposto que Lorenzo Guzman gostaria de saber o nome da
pessoa que originalmente lhe roubou.
Yuri assentiu concordando.
—Provavelmente foi um trabalho interno. Esses tipos de coisas são normal-
mente.
—Como a sabotagem do seu gasoduto?
Ele soltou um suspiro profundo.
—Sim.
—Anna não ligou de volta ontem à noite? Depois que tínhamos feito amor e
adormecido, os acontecimentos no corredor começaram. Uma vez que Yuri me acal-
mou no banheiro, ele me levou para a cama e me segurou até que adormeci em seus
braços.
—Se ela ligou, eu não ouvi. Ele bocejou e espreguiçou esticando o braço. —Eu
deveria me levantar e entrar em contato com ela.
Eu me aconcheguei mais, não querendo ficar longe dele ainda.

—Mas é tão cedo.
Ele riu e deu um beijo barulhento em cima da minha cabeça.
—Querida, isso realmente se qualifica como dormir para mim.
Olhei para o relógio novamente.
—Wow! E eu pensei que eu era uma madrugadora.

—Eu gosto de me levantar, me exercitar, tomar um banho, me vestir e tomar
café da manhã às seis.
—Ugh. — Eu joguei meu braço sobre o rosto. —Se eu cambalear para fora da
cama para uma xícara de café ás sete, eu me sinto uma campeã. Se eu conseguir ler
uma página de meus alertas de mídia social, eu sinto que posso conquistar o mundo.
Rindo, Yuri jogou a perna sobre a minha e empurrou para cima os meus braços.
Ele encheu de beijos o lado do meu pescoço.
—Talvez eu possa usar algum argumento positivo para convencê-la mudar para
o meu horário.
Eu passava meus dedos pelos seus cabelos.

—Você vai ter que estar muito persuasivo.
Seu sorriso sexy fez minha barriga vibrar.

—Eu tenho alguns truques na manga.
—Eu aposto que você tem. Eu não pude deixar de sorrir quando seus lábios
desceram para o meu. A ideia de acordar assim todas as manhãs era tão incrivelmente
tentadora. Eu sabia que Yuri não estava oferecendo ainda. Um dia...
Um ronco alto e um gemido interrompeu nosso beijo. Nós dois olhamos para
ver Sasha sentado impaciente à beira da cama. Ela parecia um pouco irritada com a
visão de Yuri em cima de mim e demonstrou o seu desagrado com um tapa de sua e-
norme pata no lado de seu mestre.
—Tudo bem. Disse Yuri com um acesso de raiva frustrada. —Eu vou deixar você
sair.
Sentei e apreciei a vista do corpo ridiculamente quente de Yuri enquanto cami-
nhava para a porta para deixar Sasha sair do quarto. Isso era outra coisa que eu não
me importaria, acordar, ver e sentir ele pressionado a mim todas as manhãs.
—Eu vou ter que repensar o local de dormir de Sasha.
Eu ri quando Yuri deslizou de volta para a cama comigo. Quando ele começou a
me beijar, o telefone tocou. Gemendo, me beijou com força e profundamente antes de
sair da cama e pegar o telefone preto vibrando na mesa de cabeceira. Ele respondeu
um pouco bruscamente e imediatamente começou a falar russo. Eu tinha a sensação
de que era Anna, e tudo o que ela dizia era algo que ele não queria ouvir.
Certa de que o nosso momento amoroso tinha acabado de ser destruído, eu saí
da cama, peguei minha mala e caminhei para o banheiro. O chuveiro com o seu lindo
azulejo aquático azul e turquesa me chamavam. Os chuveiros montado no teto e nas
paredes proporcionavam uma experiência de luxo. Foi como tomar banho em uma
chuva quente.
Usei o meu kit de viagem para artigos de higiene, e lavei-me e depilei-me. De-
morei, esperando que Yuri fosse juntar-se a mim para outro banho, como o que tí-
nhamos compartilhado na minha casa, mas infelizmente não havia mais nada para eu
fazer. Eu estava saindo do banho e envolvendo uma toalha em volta do meu copo
quando Yuri finalmente entrou no banheiro.
—Tire a toalha.
Um olhar de surpresa apareceu em meu rosto. Essa fome, esse olhar intenso
me fez sentir arrepios. Eu abri a toalha e mostrei o meu corpo úmido para ele.
—E agora?
—Siga com sua rotina matinal. Eu não tenho tempo para fazer amor correta-
mente com você nesta manhã, mas tenho certeza absoluta de que apreciarei a visão
enquanto você se veste.
—Sério? Eu tive que rir do seu pedido. —Você quer me ver hidratar, colocar
minha maquiagem e pentear o cabelo?
—Muito. Disse ele antes de deixar cair um beijo direto sobre o ponto sensível,
entre a curva do meu pescoço e meu ombro. —Há um secador de cabelo na gaveta, se
você precisar dele.
—Obrigada.
Sentindo-me um pouco autoconsciente, eu comecei minha rotina normal de-
pois do banho. Eu podia sentir o olhar de Yuri seguindo-me enquanto tomava banho.
Encorajado pelo seu desejo óbvio por mim, eu abracei minha sexy gata interior en-
quanto eu aplicava a minha loção favorita. Eu o peguei olhando para minha bunda en-
quanto eu esfregava o creme levemente perfumado e grosso em minhas pernas.
—Amanhã eu vou te ajudar com isso. Yuri anunciou quando ele saiu do chuvei-
ro e amarrou uma toalha na cintura. —Se alguém vai esfregar as mãos em cima de
você, serei eu.
Enquanto eu vestia minha calcinha eu ri, mas aceitei a oferta.
—Combinado.
Em pé, lado a lado nas pias duplas, nós escovamos os dentes. Enquanto eu apli-
cava hidratante no meu rosto, Yuri começou a fazer a barba. Durante a minha maquia-
gem, eu parava para vê-lo metodicamente raspando a lâmina sobre a pele.
—O quê? Ele me lançou um sorriso divertido. —Você nunca assistiu um homem

fazer a barba?
—Não.
—Nem mesmo seu pai? Eu pensei que era algo que as meninas faziam. Assistir
seu pai barbear-se.
—Meu pai realmente tinha uma barba muito louca quando eu era mais jovem.
Ele só foi para o visual barbeado quando eu tinha uns quinze ou dezesseis anos.
Yuri deslizou a navalha embaixo da água, em seguida, estendeu-a para mim.
—Aqui.
Meus olhos arregalaram-se.
—Você está falando sério?

—Claro. Porque não?

—Eu não sei. E se eu cortar você?
Ele olhou para as minhas pernas.

—Você não corta as pernas ao depilar no chuveiro. Isso é infinitamente mais di-
fícil do que estar de pé aqui na pia e raspar minha barba.
Ele tinha razão. Intrigada com a oferta, eu me aproximei e aceitei a navalha. Yu-
ri me agarrou pela cintura e me colocou em cima do balcão de mármore. Ele me colo-
cou numa altura confortável para fazer a barba dele. Estudei seu rosto cheio de espu-
ma e tentei descobrir como começar.
—Comece por aqui. Yuri tocou o local onde ele havia começado. —Segure a pe-
le firmemente para o barbear mais rente.
Sentindo-me um pouco nervosa, eu fiz como me instruiu e arrastei a navalha
através de sua pele. Eu esperava que ele pulasse ou gritasse de dor a qualquer mo-
mento, mas ele segurou-se incrivelmente até que eu terminei a minha primeira passa-
gem. Enquanto lavava a navalha na água quente, ele me deu outro conjunto de instru-
ções.
—Um pouco mais de pressão neste momento, e um pouco mais rápido. Suge-
riu. —Faça nesta parte novamente. Passe os dedos sobre ela para ter certeza que está
bom.
Com um aceno de cabeça, eu tentei novamente, seguindo suas instruções ao
pé da letra. Enquanto lavava a navalha pela segunda vez, Yuri verificou a parte que eu
tinha raspado e sorriu com aprovação.
—Muito bom.
Com renovada confiança, eu continuei a raspar seu rosto bonito. Havia algo es-
tranhamente reconfortante em compartilhar este ritual da manhã com ele. A confian-
ça que ele tinha colocado em minhas mãos falava muito. Eu cuidadosamente raspei ao
redor da boca, prendendo a respiração enquanto eu deslizava com a navalha em sua
pele tão firmemente quanto possível. Seu pescoço era mais fácil e menos estressante.
Quando eu limpei os vestígios de creme de barbear com um pano úmido, eu
passei os dedos sobre sua pele para garantir que ela estava agradável e suave.
—O que você acha?
—Encontrei o trabalho perfeito para você todas as manhãs. O que me diz?
—Bem, eu acho que eu sou tecnicamente a sua assistente pessoal.

—E o que é mais pessoal do que a barba de um homem?
—Eu acho que não há muito que possa comparar.
—Exatamente. Depois de me beijar, ele me levantou do balcão e me pôs sobre

os meus pés. Toda a brincadeira fugiu de seu comportamento quando ele terminou a
sua rotina matinal.
—Escute você não deve falar o que está acontecendo com seu pai a ninguém.
Olhei para ele com surpresa.
—Eu não quero preocupar Benny, mas não posso evitar isso com Erin ou Vivian.
Ele franziu o cenho.
—Por que você não quer preocupar Benny?
De repente, ocorreu-me que Dimitri não tinha contado a ele sobre a condição
de Benny. Disfarçando, eu dei de ombros.
—Ela tem muita coisa acontecendo com a inauguração da padaria. Eu não que-
ro que ela se estresse comigo.
Yuri estreitou os olhos. Eu poderia dizer que ele não acreditou em mim, mas ele
não forçou a verdade.
—Eu acho que você pode dizer a Vivian e Erin. Tenho certeza que Ivan já ouviu
falar, e sei que Nikolai provavelmente vai colocar um guarda armado com Vivian, ape-
nas no caso. Ele colou a tampa de volta em seu antitranspirante.
—O que me lembra, você vai ficar com Jake ou Derek, a partir de agora.
—O quê? Não, eu não preciso de um guarda costas.
Yuri me fixou com um de seus olhares sem noção.

—Isso não está em discussão. Você terá um guarda costas ou não vai deixar es-
ta casa.
—Olha, eu concordei em trabalhar para você, mas isso não significa que você
pode me dar ordens Yuri.
—Comigo. Ele corrigiu. —Você está trabalhando comigo Lena. E eu não pedi
porque você é minha empregada. Estou tentando mantê-la segura. Depois do que a-
conteceu ontem à noite, eu absolutamente não posso permitir que vá a qualquer lugar
sozinha. Agora que o cartel sabe que eu estou disposto a pagar pelo seu pai, eles vão
perceber o quão incrivelmente importante você é para mim, eles veem cifrões.
Minha barriga apertou dolorosamente.

—Você acha que eles vão me sequestrar?
—Não seria a primeira vez que esses monstros tentariam algo parecido. Eles já
têm seu pai como refém. Eles sabem que eu moveria céus e terras para ter você de
volta.
Ele disse com tanta facilidade. Lembrei-me do que ele disse ontem à noite para
provar que ele estaria sempre lá para mim. Ele quis dizer cada palavra que ele disse, e
isso me assustou. O próprio pensamento de acreditar nele me assustou. Eu sabia o
quanto doía quando meu pai quebrava uma promessa. Minha alma seria esmagada se
Yuri me machucar.
Mas um punhado de coragem invadiu meu peito e abriu caminho em torno do
meu coração. Eu nunca saberia se Yuri era todas as coisas que ele prometia ser, se eu
não lhe desse uma chance. Se ele me provasse, eu seria a garota mais feliz do mundo
todo. Se quebrasse minha confiança nele, eu provavelmente nunca sairia da cama no-
vamente.
—Tudo bem Yuri. Vou fazer o que você pediu. Vou levar o guarda costas.
Ele visivelmente relaxou. Dando um passo em minha direção, ele abriu os bra-
ços. Eu deslizei em seu abraço, e gostei da sensação de seus braços fortes ao meu re-
dor.
—Obrigado por não me obrigar a lutar por isso. Eu só quero mantê-la segura.
—Eu sei. Olhando para ele, eu perguntei: - Como diabos eu devo passar o meu
dia fingindo que nada aconteceu?
Yuri segurou meu rosto e traçou a minha boca com o polegar.
—Lembra-se de ontem quando falamos sobre sentir-se como uma fraude? So-
bre usar máscaras e fingir que nos encaixamos?
—Sim.
—Isso é o que nós faremos até esta confusão ser esclarecida e seu pai estiver
em casa e a salvo. Nós fingiremos que está tudo bem. Nós não precisamos de gente de
fora bisbilhotando em nosso assunto.
Secretamente, eu estava emocionada com a maneira como ele disse o nosso
assunto. Pela primeira vez em muito tempo, eu não me sentia sozinha. Eu não tenho
que enfrentar algo assustador por conta própria. Tinha Yuri para me apoiar e me aju-
dar com isso.
—Por isso, o que você está fazendo hoje?
Eu beijei seu rosto barbeado e me soltei de seu abraço.
—Depois do almoço eu vou para o escritório. Prometi a Vivian que eu passaria
por seu estúdio esta tarde para posar para algumas fotografias, para nova série de pin-
turas.
—Você já viu alguma das peças acabadas?

—E você?
—Sim. Elas são incríveis. Eu tive sorte o suficiente para vê-la crescer como artis-
ta desde que estava na escola, esta coleção é, bem, é incrível. Eu não posso esperar
até a exibição no próximo ano. Eu toquei meu dedo em meus lábios. —Mas eu não vou
estragar a surpresa para você.
Ele riu.
—Eu vou ficar fora de casa durante todo o dia. Eu estava esperando que pudés-
semos almoçar, mas eu não acho que isso será possível. Nós vamos ter um bom jantar
em vez disso. Está tudo bem para você?
—Sim, mas deve ser algo simples, se você for pedir para Feodor cozinhar. Ele
teve uma noite difícil.
Yuri estalou os dedos.
—Isso me lembra. Vou me certificar de entrar em contato com a agência de
pessoal que eu contratei e dizer que você vai lidar com a seleção da minha equipe em
tempo integral.
—Você tem critérios específicos para seus funcionários?
—Eu já restringi as opções, respondendo a um questionário da agência sobre os
hábitos pessoais, avaliação de credito, esse tipo de coisa.
—Avaliação de credito? Sério?

Ele deu de ombros.
—Eles parecem pensar que bom credito é igual confiabilidade e responsabili-
dade.
Revirei os olhos.
—Oh dá um tempo! E se alguém foi despedido e tem algumas contas atrasadas,
enquanto eles tentam equilibrar-se novamente? Isso não significa que eles não são
dignos de confiança. Significa apenas que estão atravessando uma fase difícil.
—Eu não vou discordar de você. Estou apenas dizendo a você como a agência
trabalha.
—Sim, bem, me lembre de não me cadastrar lá se eu ficar sem opções de tra-
balho de relações públicas.
Yuri me lançou um sorriso sexy.
—Você não precisa se preocupar com essa possibilidade. Tenho a sensação de
que suas opções de carreira será a de abrir um negócio seu livre de agência.
Eu não tinha tanta certeza sobre isso, mas foi bom Yuri ter pensado assim.
—Então, quais são os seus planos para hoje?
—Eu vou sentar com Feodor e conversar com ele sobre o pessoal da casa. Eu
devo me encontrar com Benny ás dez para falar sobre o lançamento da padaria e fazer
alguns ajustes para o marketing e publicidade. Eu vou tentar atualizar minhas paginas
no almoço. Ah, e eu vou ajudar Erin fazer algumas compras para o aniversário de Ivan,
esta tarde.
—Boa sorte. Disse Yuri, rindo. —Ele é tão difícil para comprar um presente co-
mo Nikolai.
—Quaisquer recomendações?
—Livros. Yuri falou assim que entrou no closed ligado ao banheiro. —Você não
vai errar.
—Você vai lhe dar livros para o seu aniversário?
—Não este ano. Estou dando aos dois um fim de semana de três dias em Vegas
para assistir uma das grandes lutas. Ivan vai apreciar isso e eu tenho certeza que ele
vai ficar pobre por mimar Erin com todas as lojas e boutiques de lá.
—Ele vai adorar cada minuto. Fazer Erin sorrir parece ser a sua coisa favorita no
mundo. O segui para dentro do armário principal e quase desmaiei com o tamanho do
espaço. Ele era tão grande quanto o apartamento que dividia com Vivian. Foi um lem-
brete duro das diferenças em nossas finanças.
—Erin o ama. Isso é muito claro para qualquer um que os veem juntos. Eu me
preocupava com eles no início, se eles estavam indo muito rápido, mas agora vejo que
eles são simplesmente perfeitos um para o outro. Yuri escolheu um terno e colocou
para fora uma camisa. Na grande ilha com tampo de mármore no centro do armário,
ele puxou uma gaveta que continha abotoaduras e relógios. Olhando para mim, per-
guntou: - Você escolhe uma gravata do armário?
—Claro. Eu caminhei para a seção de seu armário dedicado as gravatas e lenços
de bolso. Até o momento em que eu tinha escolhido a gravata azul perfeita, ele estava
meio vestido. Eu estava perto e observei abotoar e deslizar sua camisa para dentro da
calça e fechar o seu cinto. Enquanto ele colocava as abotoaduras eu toquei em uma e
disse:
—Estas são bonitas.

—Estes são bonitos. Ele espalmou meu peito nu e passou o polegar sobre meu
mamilo. —Podemos ter que instituir uma nova regra.
—Ah, é?
—Você não tem permissão para se vestir até depois de mim. Dessa forma, eu
consigo apreciar a vista de seu corpo lindo, enquanto eu me preparo. Ele inclinou e
esbanjou beijos em meus seios.
Quando ele me sugou suavemente, eu gemi do delicioso arrepio que seus lá-
bios provocaram. Minha respiração engasgou quando acariciou minha barriga.
—Yuri, você disse que não haveria tempo esta manhã.
— Foda-se. Ele xingou. —Eu sou o dono. Eles podem esperar por mim.
—Mas…
Ele capturou minha boca com um beijo exigente que me deixou tremendo e
sem fôlego. Aquelas suas mãos insistentes percorriam minhas curvas. Eu me rendi às
suas carícias, e deixei atiçar as chamas do meu desejo. Agarrando seus ombros, eu abri
minhas coxas quando o seu joelho as cutucou.
—Oh! Engoli seco quando sua mão mergulhou dentro da minha calcinha. Ape-
sar de seus beijos serem insistentes e ásperos, seus dedos eram gentis enquanto ele
me explorava. Nossas línguas se misturavam quando ele separou minhas dobras deli-
cadas e rodou os dedos em volta do meu clitóris latejante. —Ah!
—Eu quero ouvir você. Ele sussurrou contra meus lábios. Seus dedos hábeis ar-
rancaram um grito de meus lábios enquanto ele me penetrou com um dedo e depois
dois. Apertando a testa na minha, ele gemeu: - Você está tão molhada.
—É você. É tudo por você. Eu gemi quando ele começou a me foder com seus
longos e grossos dedos. Querendo tocá-lo, eu soltei seu cinto e puxei para baixo o zí-
per. Enfiei a mão sob o cós da cueca e agarrei seu pênis duro. Ele rosnou quando eu
apertei ainda mais e comecei a acariciá-lo.
Perdidos com o desejo, nós tocamos um ao outro freneticamente. Ele esfregou
o polegar em volta do meu clitóris pulsante, enquanto mergulhava seus dedos dentro
e fora de mim. Eu gritei em choque quando ele usou a outra mão para atormentar os
meus seios. Beliscar e girar meus mamilos, ele fez com que os mais maravilhosos cho-
ques atravessassem o meu corpo carente.
Arranhei minhas unhas em seu antebraço quando aquele primeiro tremor agar-
rou minha buceta. Cabeça jogada para trás, eu cheguei ao clímax.
—Yuri!
—Sim. Ele insistiu, com seus dedos empurrando para dentro de mim de novo, e
de novo.
—Yuri Yuri! Eu resmunguei seu nome enquanto ele me empurrava mais e mais.
Quando eu não podia aguentar mais, quando eu tinha certeza que eu iria entrar em
colapso de pura felicidade, eu agarrei o seu pulso e segurei os dedos magníficos.
—Não mais. Eu não aguento mais.
Rindo, ele ruidosamente beijou meu rosto e cuidadosamente tirou a mão da

minha calcinha. Ele trouxe seus dedos brilhando a boca e lambeu meu néctar liso. A
visão fez meus joelhos fraquejarem.
Deslizando para baixo para o chão, eu abri a calça e puxei para baixo sua cueca.
Segurando seu pênis pela base, pincelei sua carne quente com a minha língua antes de
sugar em minha boca. Nele já escorria um pré-semen. O gosto dele floresceu na minha
língua e me fez ávida por mais.
Ele vasculhou os dedos pelo meu cabelo e começou a bombear seus quadris.
—Eu estou tão perto.
Lambendo meus lábios, eu me sentei e implorei:
—Goze para mim. Deixe-me provar o seu sêmen.

Um grunhido gutural escapou de sua garganta. Saudei o seu membro de aço,
uma vez que começou a empurrar contra a minha língua. Eu apertei meus lábios em
torno dele, sugando com força e deixando saber o quanto eu o queria.
Ele gemeu meu nome numa fração de segundo antes de sua semente quente
explodir na minha língua. Gemendo animadamente, levei mais profundo em minha
boca. Recusando-me a perder uma gota, eu lambi até que não havia nada mais a ser
extraído.
Yuri exalou alto e caiu de volta contra a ilha. Ele levantou os braços.
—Vem cá, gatinha.

Sorrindo, eu deixei ele me puxar para o seu abraço. Parecia que o apelido de
gatinha ficaria. De qualquer outra pessoa, tal termo carinhoso provavelmente teria
afetado meus nervos, mas de Yuri era tão íntimo e doce. Ele limpou o meu lábio inferi-
or com o polegar antes de me beijar.
—Eu não sei como eu vou me concentrar hoje. Você está me deixando louco.
—Então eu acho que é melhor eu alterar meus planos da tarde, e em vez de só
mandar mensagens de texto, acrescentar fotos pornográficas na minha lista. Eu provo-
quei.
O brilho malicioso em seus olhos castanhos me fez sorrir.
—Suponho que isso significa que meus planos para seduzir você estão fora de
discussão também.
Eu ri e o beijei.
—Infelizmente, sim.
Com a mão enrolada no meu cabelo, ele disse:
—Quando você acabar de enviar suas mensagens vá com Jake para o seu apar-
tamento e pegue suas coisas. Você pode ficar com esse lado do armário.
Meus olhos arregalaram-se de surpresa. Convenci-me de que ele estava pen-
sando a curto prazo e não me atrevi achar que ele quis dizer outra coisa.
—Obrigado. Isso vai ser muito mais do que conveniente. Olhei para o espaço
aberto e grande que ele tinha oferecido. —Eu só vou precisar de algumas coisas até
que meu pai esteja livre e eu fora da prisão domiciliar.
Seu olhar penetrante me queimou.
—Você pode muito bem trazer tudo. Se for como eu quero, você nunca vai sair
da prisão domiciliar.
Sem saber como responder a uma afirmação tão ousada, peguei a gravata que
havia sido esquecida em nosso encontro apaixonado. Girei em volta do seu pescoço, e
sussurrei:
—Vamos ver.
Sua boca curvou-se em um sorriso pecaminosamente sexy.

—Sim, nós vamos.
Capítulo Doze
—Você já leu este? Erin mostrou-me um livro de muita aventura.

Eu balancei a cabeça e peguei o livro dela.
—Ainda não, mas parece bom.
—Eu apenas não gosto de suspense e ficção científica como Ivan. Ela acrescen-
tou o livro dela em uma pilha imponente. —Eu gosto de fantasias urbanas e romances
paranormais. Viagem espacial e ficção cientifica me matam. Assassinos e terroristas
em série e explosões? Ela estremeceu. —Não é a minha praia.
—Eu gosto de ler devagar.
Eu fiz uma nota mental para pegar uma cópia digital de suspense mais tarde.
—Eles são emocionantes.
—Eu prefiro um tipo diferente de emoção. —Ela aproximou mais e me bateu
com o quadril. —Falando de... Como foi a noite passada?
—Você quer dizer antes de meu primo interromper, tentar roubar a pintura de
Yuri e ser atacado por um cão do tamanho de um urso?
Erin fez uma careta.
—Nossa. Isso é horrível, mas eu acho que provavelmente você supera quando
se trata de invasões de domicílio. Ivan lutou contra dois bandidos armados com as
próprias mãos, enquanto eu me escondi em um armário. Eu preferia um cão enorme e
dois guarda costas a qualquer dia.
Ela tinha um ponto.
—Eu acho que Benny realmente ganha, no entanto. Dimitri lutou contra uns
cinco caras e foi esfaqueado e baleado no processo. Eles ainda incendiaram sua pada-
ria.
—Ela é muito corajosa. Ela tinha um taco de beisebol e derrubou três desses
caras. Eu? Eu me enrolei em uma bola e fingi que era invisível.
—Cara, nós tivemos uma terrível sorte este ano. Talvez devêssemos estar com
uma névoa negra ou algo assim. Precisamos nos livrar deste mau agouro que está nos
seguindo.
—Certo? Erin riu e arrancou outro livro da prateleira. Ela acrescentou na pilha
crescente nos braços e quase deixou cair todos os livros quando o peso desequilibrou.
—Por que você apenas não leva um e-reader book para o seu aniversário? To-
mei metade de sua braçada.
—Ele não gosta deles. O acervo da biblioteca é tão incrivelmente valioso para
ele. Quando ele era criança, a leitura era a maneira que ele usava para escapar do in-
ferno de sua vida cotidiana. Ela tocou a torre de livros em seus braços. —Isto é recon-
fortante para ele.
Eu emudeci para a longa fila que dava a volta em na frente da loja de livros.
Mesmo que Yuri houvesse sugerido um livro para Ivan, eu decidi escolher outra coisa.
Erin tinha comprado metade da loja de qualquer maneira, e ele estaria servido de li-
vros por um bom tempo. Eu pensei sobre a viagem que Yuri estava planejando dar de
presente. Uma ideia bacana começou a brotar.
—Então, como foi com Benny esta manhã?
—Vomitando. Eu disse com uma careta. —Parece que ela está com muito enjoo
de manhã. Lembre-me de nunca engravidar, acrescentei com um estremecimento.
—Coitada. —Erin fez uma cara triste. —Deveríamos montar uma pequena cesta
de presente para ela. Vamos colocar um pouco de cerveja e bolachas de gengibre,
mais algumas coisas agradáveis para que ela sinta-se bem assim Dimitri pode mima-la.
—Essa é uma ideia doce. Vou ver se Vivian quer ir com a gente.
—Eu lhe disse que Ivan pousou para ela na semana passada?
—Não. Como foi?
—Ele estava nervoso por mostrar suas tatuagens para alguém que não fosse
eu. Acho que foi ainda mais difícil para ele, porque Vivian pode ler todas, e ela sabe a
história simbólica por trás delas. Ela o deixou muito confortável e não demorou muito.
Ela só tirou algumas fotos, todas do pescoço para baixo, em seguida ela o dispensou.
—Yuri vai passar em seu estúdio esta tarde. Sua sessão não vai demorar muito.
—Toquei meu peito. Ele tem apenas uma tatuagem.
—Sério? Apenas uma?
—Ele parece imensamente conservador comparado com Ivan e Nikolai.
—Vivian ainda não disse a Nikolai sobre a série que está fazendo. Ela pediu es-
pecificamente para Ivan não contar. Eu poderia dizer que o incomodava, mas ele con-
cordou. Ela me olhou com atenção. —Você sabe por que ela está escondendo isso de
Nikolai? Eu não acho que ela tenha escondido algo dele.
—Ela tentou falar com ele sobre suas tatuagens quando ela começou a interes-
sar por elas, mas ele afastou-a incondicionalmente. Ele reagiu tão mal que ela nunca
puxou o assunto com ele novamente.
Eu soltei um suspiro.
—Ela sabe que ele vai ficar bravo quando ele descobrir o que ela está fazendo.
Erin parecia preocupada.

—Você acha que ele vai ficar bravo com ela?
Dei de ombros.
—Ele vai discutir com ela? Provavelmente. Nikolai vai ficar bravo com Vivian?
Eu ri.
—Por favor!
—É verdade. Ele é quase tão ruim quanto Ivan quando se trata de mim. Seu o-
lhar saltou para a entrada da livraria. Pisando em minha direção, ela apressadamente
sussurrou. —Detective Santos está vindo para cá.
—O quê? Olhei por cima do ombro a tempo de ver o passo do detetive de ca-
belos escuros no meio da multidão de adolescentes, cobiçando-o sobre uma montanha
de livros de bolso de romance de lobisomem. —Merda!
Detetive Eric Santos, membro da unidade de polícia de Houston e primo de Vi-
vian, caminhava em minha direção. Ele sorriu agradavelmente.
—Olá.
—Oi. Respondemos em uníssono.
—Lena, quando você terminar aqui, importa-se se tivermos uma conversa rápi-
da?
—Nem um pouco. Eu disse com um sorriso.
—Ótimo. Vou tomar um café e esperar por você.
Mantive o sorriso estampado até ele virar as costas. Olhando para Erin, eu dei-
xei escapar.
—E agora?
—Basta falar com ele. Ele é um bom rapaz.
—Yuri foi muito específico em não deixar ninguém saber sobre o meu pai. Tive
a sensação de que as negociações que Nikolai havia empreendido em seu nome, fos-
sem suficientes para manter a polícia fora disso.
—Estamos apenas tomando café em uma livraria com o primo da nossa amiga.
Não é grande coisa.
Olhei para a livraria e encontrei Jake pairando nas proximidades. No espaço de
algumas horas, eu havia me tornado chocantemente acostumada aos guarda costas de
Yuri me sombreando. Nossos olhares encontraram-se do outro lado da loja. Ele olhou
para Eric Santos e depois para mim. Eu dei de ombros para que ele soubesse que eu
não tinha escolha.
A fila começou a mover-se mais rápido. Antes que eu estivesse pronta para en-
frenta-lo, eu observei o detetive. Ele havia sentado em uma mesa de canto. Erin sen-
tou-se comigo. Notei Jake mudar-se para a prateleira de livro mais próxima.
Santos não perdeu isso.
—Eu vejo que você tem proteção agora.
—Meu namorado preocupa-se. Parecia estranho chamar Yuri de meu namora-
do, mas eu não tinha certeza de que outra forma de descrever a nossa relação.
—Ele deve. Santos tomou um gole de café. —Eu ouvi sobre o seu primo.
Meu coração pulou. Será que ele sabe de tudo? Quanto da situação da minha
família era de conhecimento público nas ruas?
—Ah, é?
—Eu ouvi dizer que ele receptou uma pintura roubada. Uma pintura que per-
tencia a certo cavalheiro mexicano que não é conhecido por clemência ou misericór-
dia.
—Bem. Eu disse cautelosamente, - Tommy não é o mais inteligente dos crimi-
nosos.
Santos bufou com desdém.
—Isso é uma maldição, com certeza.
—Isso é que tudo o que você queria? Avisar-me que meu primo meteu-se em
outra confusão?
Ele passou o dedo ao redor da tampa de sua xícara.

—Eu fui ao armazém do seu pai para vê-lo, mas ele não estava lá.
Engoli em seco, nervosa.
—Ele está em viagem de negócios.
Santos me estudou atentamente.
—Uma viagem de negócios, não é?

—Sim.
—Ok. Ele olhou para Jake novamente. —Você fica com sua sombra bem junto a
você. Essas pessoas. Eles vão fazer o Hermanos e os albaneses parecerem meninos de
coral.
Com o café na mão, ele levantou-se da cadeira.
—Você diga a Nikolai que eu estou mantendo um olhar atento sobre Vivian até
que isso fique esclarecido. Posso ver que você tem a melhor proteção que o dinheiro
pode comprar então eu vou me concentrar em manter minha prima segura.
—Tenho certeza de que Vivian irá apreciar isso. Ela não iria, mas Santos não se
importaria. Como Nikolai, ele poderia ser arrogante e paranoico quando era para pro-
tegê-la.
Com um aceno de cabeça, Santos deixou a nossa mesa e desapareceu na multi-
dão.
Erin tocou meu braço.
—Você está bem?
—Eu estou bem. Acho que ele provavelmente sabe de tudo.

—Eu acho que você tem que dizer a Yuri.
—Espero que isso não cause problemas para o meu pai.
—Eu não vejo como isso acontecerá. Eric Santos não tem jurisdição no México,
e é aí que o seu pai está agora. Ele não pode se envolver em qualquer coisa lá ou atra-
palhar as negociações e os acordos que estão em vigor. Mesmo que pudesse, ele não
iria.
—Como você pode ter certeza? Eu queria tanto acreditar nela.
Ela olhou para a parede de janelas com vista para o estacionamento.
—Quando minha irmã estava com problemas, ele deu a Ivan um sinal claro de
que ele ia ficar fora e deixá-lo encontrar uma maneira de mantê-la segura na prisão, e
eu segura do lado de fora. Tenho certeza de que eles teriam conseguido um mandado
de busca em nossa casa naquela noite, mas Santos deixou Ivan chegar primeiro para
que ele pudesse fazer um acordo com Los Hermanos e albaneses, para salvar a minha
vida. —Vamos esperar que ele me mostre a mesma consideração ...
Y
uri
pegou o telefone que tocava em seu bolso. Um olhar para a tela, e ele sabia que não
gostaria dessa chamada. Ficando feliz pela privacidade no banco de trás de seu carro,
ele respondeu.
—Dimitri.
—O que diabos você pensa que está fazendo, esconder algo assim de mim?
—Porque sim Dimitri, minha tarde está agradável, e a sua?

—Eu não acho isso é engraçado.
Yuri apertou a ponta do seu nariz.
—Eu lhe asseguro que a situação não é engraçada e o resultado também.
—Você deveria ter me chamado imediatamente. Eu deveria ter sido informado
que você estava enfrentando um cartel de drogas!
Ele não tinha certeza de como Dimitri descobriu, mas não importava muito a-
gora.
—Eu não queria colocar você ou Benny em risco. É a mesma razão pela qual eu
não chamei Ivan a noite passada. Vivian já está envolvida por sua associação com o pai
de Lena, então chamar Nikolai parecia a melhor jogada possível. Ele tem as conexões
que eu preciso, e ele vai querer manter um olhar atento sobre Vivian, especialmente
com o pai saindo da cadeia qualquer dia desses.
Dimitri suspirou alto.
—Escute, você precisa me deixar colocar um ou dois guarda costa a mais. Eu
não gosto da ideia que você e Lena tenham apenas um guarda vigiando seus movimen-
tos. É cansativo para os guardas e isso coloca você em maior risco.
Yuri admitiu que Dimitri soubesse muito mais sobre seu negócio.
—Tudo bem, mas eu quero um de nós a acompanhe.
—Um russo?
—Eu preciso de alguém em quem possa confiar que não seja comprado pelos
mexicanos.
—O único que eu tenho na minha lista trabalha para Nikolai.
—Isso é bom. Quero-o. Ele vai ficar com mais medo de Nikolai do que de qual-
quer traficante do cartel. Quem mais você tem disponível para acompanha-la?
—E quanto a Kelly?
—O segurança no meu clube?
—Ele é um fuzileiro naval altamente condecorado e um cara sólido. Seu pai es-
tá doente e ele precisa do dinheiro. Eu confio nele.
—Tudo bem. Pode ser Kelly.

—Eu vou mandar eles para seu apartamento para manter um olho sobre ela.
—Mandem eles para minha casa. Ela vai ficar comigo.

Dimitri parecia animado com a notícia.
—Ah, é?
—Sim.
—É hora de você se envolver com ela. Preocupei-me que alguém fizesse isso e
a tirasse de você antes que criasse coragem de sequer convida-la para um encontro.
As preocupações de Dimitri espelhavam a sua própria. Sentindo-se à vontade
para discutir sua relação com seu amigo, ele admitiu:
—Eu quase estraguei tudo outro dia. Eu quase a perdi, mas ela me deu uma se-
gunda chance. Eu não estou brincando com isso.
—Certifique que não aconteça mais. Se você machuca-la, Ivan, Nikolai e eu
nunca vamos dar conta de tudo que ouviremos de Erin, Vivian e Benny.
Yuri riu.
—Sem dúvida.
—Você tem certeza que os guarda costas são tudo que você precisa? Eu ficaria
feliz em passar por ai e acompanha-la pessoalmente.
—Não. Yuri firmemente recusou a oferta. —Você precisa cuidar de Benny. Eu
não vou deixar você se colocar em risco, não agora, quando tudo está indo bem para
você. Antes que Dimitri pudesse argumentar com ele, ele acrescentou: - Eu lidei com
os arranjos para reservar o grande iate. Tudo está acertado para o seu casamento.
—Benny ficará aliviada ao ouvir isso. E Johnny?
—Ele já será transferido para tripulação desse iate. Não haverá qualquer pro-
blema trazê-lo para o casamento.
—Ótimo. Isso vai fazê-la feliz.
—Tenho certeza que sim. Seu carro parou no meio-fio fora do armazém refor-
mado, onde Vivian mantinha seu estúdio. —Escute, eu estou atrasado para uma reuni-
ão. Posso te ligar mais tarde?
—Sim. Vou chamar assim que eu tiver meus dois guardas a caminho.
Yuri hesitou antes de perguntar:

—Será que estamos bem?
—Nós estamos bem, mas não esconda coisas como esta de mim outra vez. Nós
já passamos por muita coisa juntos. Não há nenhuma razão para começar a guardar
segredos agora.
—Você está certo. Peço desculpas.
—Sim. Okay. Eu vou falar com você mais tarde.
Yuri embolsou o telefone e saiu do carro. O olhar de Derek saltou entre um car-
ro preto lustroso do outro lado da rua e um sedan marrom no mesmo quarteirão.
—Esses carros estão me deixando nervoso chefe.

Yuri olhou para os carros em questão e riu.
—Eles deveriam. Se eu não me engano, o sedan está provavelmente, levando
agentes à paisana da polícia. Tenho certeza de que eles estão desfrutando a possibili-
dade de encontrar com Kostya.
Ainda rindo, Yuri andou a passos largos em direção à entrada e tocou a campa-
inha. Alguns momentos depois, Vivian abriu a porta para ele. Derek manteve-se perto,
enquanto eles subiam para o segundo andar. Nikolai usava o piso térreo como arma-
zém, mas o segundo foi convertido num estúdio enorme, presente pelo vigésimo ani-
versário de Vivian. Era o tipo de presente que um homem dava a uma mulher que ele
amava, mas Nikolai sustentou que ele só via Vivian como sua protegida. Yuri não esta-
va convencido.
—Hey! Descalça e vestindo um avental sujo de tinta, Vivian cumprimentou-o na

entrada. Ela olhou para Derek. —Eu vejo que você trouxe reforços.
—Este é Derek. Ele é um dos meus guardas privados. Yuri fez um gesto em di-
reção às janelas. —Eu vejo que você tem dois conjuntos de babás com você.
Vivian revirou os olhos.

—Isso é ridículo ou o quê? Saí do meu apartamento esta manhã para correr e
esbarrei em Kostya. Cheguei em casa e encontrei dois amigos de Eric me observando.
Yuri não gostou da ideia do detetive primo de Vivian metendo o nariz onde não
onde não era chamado, mas ele não podia culpar o homem por querer olhar para sua
família. O detetive salvou a vida de Dimitri e Benny, e deu a Ivan a chance de fazer as
coisas direito com os Hermanos e albaneses, por isso Yuri não esperava que o homem
ficasse de fora desta vez também. A vida do pai de Lena dependia disso.
—Derek, por que você não fica ali? Vivian apontou para um canto aconchegan-
te com um sofá e algo para leitura. —No frigobar tem água e refrigerante, se você esti-
ver com sede.
—Sim, senhora.
Vivian virou seu dedo.

—Yuri, por aqui.
Ele a seguiu até um canto do armazém, criado para fotografia. Havia um ban-
quinho simples contra um pano de fundo cinza.
—Acho que eu sento aqui.

Ela assentiu com a cabeça.
—Eu duvido que você tenha tantas tatuagens como Ivan ou Kostya, isso não vai
demorar muito. Você pode colocar o seu casaco e camisa na mesa.
Um tremor de desconforto o perfurou quando ele começou a despir-se
na frente da melhor amiga de sua namorada. Limpando a garganta, ele pergun-
tou:
—Posso ver as outras peças da coleção?
—Claro. Ela lançou um sorriso brincalhão. —Gostaria que me virasse, enquanto
você tira sua camisa? Eu prometo que não vou espreitar.
Ele riu.
—Engraçada.
—Desculpe. Você parece tenso.
—Os últimos dias foram bastante intensos.
A expressão de Vivian ficou triste.
—Eu não acreditei quando Nikolai me ligou esta manhã para me contar sobre o
pai de Lena. Isso é simplesmente horrível. Ela tentou controlar-se quando falamos an-
teriormente, mas posso dizer que ela está apavorada. Pegando a câmera, Vivian acres-
centou: - Estou muito feliz que ela tem você, Yuri.
Ele arqueou a sobrancelha com surpresa.
—Você? Depois que eu estraguei tudo na segunda-feira?
Ela encolheu os ombros.

—Eu sei que você cometeu um erro. Eu sei que você nunca a machucaria deli-
beradamente. Eu vi o jeito que você a olhava ao longo dos últimos meses. Conheço
esse olhar.
Sim, eu tenho certeza que você conhece, pensou em silêncio.

—Eu sei que Lena é realmente boa para aparentar que está tudo bem quando
ela está com medo, mas muito é fachada. Sim, ela é mais do que capaz de cuidar de si
mesma, mas ela precisa de alguém para apoiar-se, Yuri.
—Eu quero ser esse alguém. Eu deixei claro que eu estou nisto por um longo
tempo com ela.
—Mas ela está desconfiada, insegura?
Ele acenou a cabeça.
—Eu posso dizer que ela foi ferida gravemente por seus pais. Seu pai parece ter
quebrado tantas promessas, e sua mãe fugiu e morreu.
—Sim. Vivian disse, com a voz estranhamente apertada. —Ela definitivamente
tem alguns problemas que vocês terão que trabalhar juntos.
—Ela vale a pena. Inferno. Disse ele com uma risada autodepreciativa. —Eu não
sei exatamente sobre bagagens. Tenho minhas próprias limitações.
—Todos nós temos Yuri. Ela apontou para o banco. —Pronto?
Nu da cintura para cima, ele sentou-se e endireitou as costas.
—Assim?
—Sim. Só para você saber, não estou capturando o rosto. Só estou interessada
em suas tatuagens.
Ela aproximou-se e segurou a câmera.

—Você tem uma história por trás dessa tatuagem? A câmera desceu para reve-
lar o seu sorriso. —Obviamente, trata-se de fraternidade.
—Eu fiz enquanto estava no exército. Dimitri e eu estávamos servindo em dife-
rentes áreas. Nikolai e Ivan estavam na prisão. Ele distraidamente tocou a tatuagem
quando Vivian agachou-se para tirar uma foto de um ângulo diferente. —Isso me fez
sentir perto deles novamente. Lembrava-me que nossa ligação poderia sobreviver a
qualquer coisa.
Vivian terminou a sessão de fotos rapidamente.
—Eu gosto dessa descrição. Vou encontrar uma maneira de incorporar esse
sentimento à pintura.
Sua parte terminou. Yuri pegou sua camisa e a vestiu, enquanto Vivian enviava
as fotos e fazia algumas anotações em um caderno espiral. Ela olhou para ele enquan-
to colocava as suas abotoaduras.
—Obrigado por ter feito isso. Fui tão sortuda de ter esses grandes amigos dis-
postos a sentar-se para essas fotos.
—Estou feliz por fazer. Estou feliz que você me considera um amigo.
—Bem, você é meu melhor vai e vem no restaurante. Disse ela com um grande
sorriso.
Ele riu e brincou:

—Eu acho que você está nivelando nossa amizade um pouco baixo.
—Provavelmente.
—Desde que nós somos amigos, talvez você pudesse me ajudar com uma coi-
sa?
—Isso depende. Que tipo de ajuda?
—É para Lena. Ele passou os braços em seu paletó. —Ela estava usando uma
cor realmente bela no blazer esta manhã.
A papoula vermelha. Um com linhas pretas? Vivian interrompeu.
—Sim.
—Eu amo essa cor nela. Não é ótima?

—Muito. Ele concordou. —Notei que seu pulso esquerdo parecia um pouco nu.
Eu queria dar algo bonito.
—Alguma coisa bonita? Vivian encostou-se à mesa. —Joias?
—Sim. Ouro, eu acho.
—E você me quer para o quê? Recomendar algo?
—Eu achei que você poderia saber se há alguma peça que ela esteve de olho ou
talvez um certo estilo que ela prefere.
Ela reagiu fingindo choque.
—Você está me pedindo conselho para uma mulher? Achei que você tinha um
renome internacional de Playboy.
Yuri deu um soco no ar.
—É diferente com Lena. Ela não é uma mulher qualquer. Com qualquer outra,
eu iria ao meu joalheiro e pediria algo brilhante, vistoso e obscenamente caro. Quero
acertar com ela. Eu quero algo que seja especial para ela. Deixando alguma vulnerabi-
lidade em sua voz, ele disse: - Eu quero que isso seja perfeito para ela, por favor.
A expressão de Vivian suavizou.
—Fomos ver vitrines há algumas semanas. Vou fazer-lhe uma lista e algumas
recomendações.
—Obrigado.
Ela pegou uma caneta e seu bloco de notas e apontou para a parede oposta.
—Por que você não olha as pinturas enquanto faço esta lista?
Yuri cruzou o armazém em direção as prateleiras horizontais que armazenavam

suas telas. Elas estavam colocadas em suportes que permitiam que as telas movimen-
tassem, uma por uma. Ele não podia evitar, mas perguntava-se quanto Nikolai havia
gasto nesta pequena geringonça.
Estudando a primeira tela, ele finalmente compreendeu o que significava Lena.
Esta série de pinturas mexeu com ele. Ele inclinou-se para trás enquanto ele olhava
para a tela, para que pudesse digerir e absorver tudo. O retrato assombroso apresen-
tava um torso marcado de tatuagens de prisão. Elas não eram as tatuagens russas que
ele estava acostumado a ver, mas do tipo que um homem faria se estivesse num lugar
como o México ou a América Central.
Passou mais algumas telas e encontrou a Phoenix de Dimitri. Ela ocupava a vas-
ta extensão de suas costas e os pequenos detalhes de sua tatuagem que estava em
primeiro plano, mas o fundo era um turbilhão de chamas e fumaça com lixo e cinzas
finas na borda ao inferior da tela. Se Dimitri não desse a de presente depois de sua
exibição, Yuri compraria para sua galeria.
Na parte de trás da coleção, ele avistou uma tela coberta com um pano. Curio-
so, ele levantou o pano e deu uma olhada no quadro abaixo. Seu coração acelerou com
a visão.
A pintura mostrava um cenário lúgubre da noite, com uma casa de dois andares
em ruínas, janela quebrada na entrada principal. Manchas de sangue marcando os
cacos pontiagudos de vidro quebrado. Lá, no fundo sombrio, um peito tatuado era
pouco visível.
As entranhas de Yuri apertaram-se quando ele percebeu o que ela tinha pinta-
do. A noite que ela foi baleada enquanto invadia uma casa para o pai dela. Era a noite
que Nikolai salvou sua vida. A noite que os dois ficaram inseparavelmente ligados.
Foi à noite que as mentiras entre os dois começaram.
Ouvindo seus passos aproximando, ele rapidamente cobriu a pintura. Ele ten-
tou olhar surpreso, mas ela não se deixou enganar.
—Eu não me importo que você olhe para isso. Eu prefiro manter coberto por-
que é uma memória feia. Ela tocou a pintura coberta. —Às vezes eu acho que me lem-
bro de mais do homem que atirou em mim, mas nunca é suficiente.
Yuri olhou-a com cuidado.
—O que você lembra sobre ele?
—Só que ele tinha essa estranha tatuagem no centro do peito, disse ela ao to-
car sua camisa. —Ele não falou. Ele atirou em mim. Ela tinha o olhar distante. —E en-
tão eu estava caindo. Caí no chão com tanta força. Quando acordei novamente, Niko-
lai estava em cima de mim. Ele tinha uma mão na minha barriga e sussurrava suave-
mente. Ela respirou fundo. —E então eu apaguei de novo e acordei no hospital.
—Eles nunca conseguiram uma pista?

—Nikolai disse que tinha visto um homem moreno correndo da casa, após o ti-
ro. Durante algum tempo, a polícia suspeitava que meu pai tivesse acidentalmente
atirado em mim. Então, a teoria era de que um dos muitos homens que ele cruzou fez
isso. Ela encolheu os ombros. —Realmente não importa mais. Ele está no passado.
Como Yuri queria que fosse verdade! Ele lançou um último olhar para a pintura
coberta antes de perguntar:
—Será que Nikolai viu esta coleção?
—Não. Ela estendeu a folha de papel dobrada, mas não a soltou quando ele
puxou para ele. —Eu prefiro que você não diga a ele. Eu quero que a coleção seja uma
surpresa quando ele for à exibição. Eu quero que ele veja que tipo de arte eu sou ca-
paz de criar por causa deste maravilhoso espaço que ele me deu.
Yuri viu excitação em seus olhos. Ela claramente esperava deixar Nikolai sur-
preso, mas Yuri acha que seu velho amigo ficaria em choque, quando ele desse uma
boa olhada nas peças inspiradas nas tatuagens.
—Eu não vou estragar a surpresa, mas talvez você prefira mostrar a ele antes
de todo mundo? Talvez fosse melhor, uma exibição privada para vocês dois?
Seus olhos brilharam em seus olhos quando ela soltou a folha de papel dobra-
da.
—Talvez.
Ele rezava para que ela escolhesse esse caminho. Yuri não sabia o que aconte-
ceria se Nikolai entrasse naquela galeria, e visse a pintura pendurada na parede.
Yuri embolsou lista.
—Obrigado.
—A qualquer hora, Yuri. Ela caminhou ao seu lado enquanto atravessavam o
armazém. —Estaria tudo bem se eu passasse por sua casa para ver Lena amanhã? Ela
mencionou que você a tem em prisão domiciliar para mantê-la segura.
Ele bufou com divertimento.
—Sim, eu vou ser um bom diretor e permitir que o meu prisioneiro tenha al-
gumas visitas.
Sorrindo, Vivian disse:
—Eu vou ter que levar a minha babá.

—Só Kostya ou a polícia de Houston também?
—Tenho certeza de que sua casa está fora de jurisdição.

—Eu duvido que seu primo deixe uma coisa pequena como jurisdição impedi-lo
de vigiar você como um falcão. Ela não discutiu esse ponto.
—Eu vou deixar você saber quando sua pintura estiver pronta, para que você
possa dar uma olhada antes do show.
—Você percebe que eu vou querer comprá-la, certo?

—Sim e você percebe que eu vou adicionar valor bilionário especial no preço,
certo?
Ele riu.
—Eu não esperava nada menos.
—Diga a Lena que a verei amanhã.
—Tudo bem.
Caminhando para fora do armazém, Yuri não conseguia afastar a sensação de
que a doce Vivian estava brincando com fogo e Nikolai seria o único que sentiria o ca-
lor.
Capítulo Treze
Eu soube momento exato que Yuri chegou em casa naquela noite. Sasha estava
calmamente dormindo aos meus pés na cozinha, enquanto eu discutia as questões de
pessoal com Feodor, mas ela ficou de pé e correu para a porta da frente com um pulo
animado. Feodor começou a segui-la, mas eu levantei minha mão e deslizei para fora
do banco.
—Eu vou.
Quando eu corri para acompanhar o cachorro bestial, ouvi seu grunhido ani-
mado, para um ameaçando a rosnar. O cabelo fino na parte de trás do meu pescoço
estava em pé e arrepios eclodiram em meus braços. Jake apareceu por uma porta pró-
xima, a que levava à segunda sala de estar e me fez um gesto para que eu fosse para
longe da porta.
Fiquei de lado, Sasha empurrou minha barriga com sua grande cabeça, e me
forçou para trás dela. Com sua parte inferior apenas alguns centímetros do meu pé,
Sasha usou seu corpo como meu escudo. Eu coloquei a mão suave na parte de trás de
sua cabeça e passei os dedos pelo seu pelo. Movendo a mão mais baixa, agarrei a par-
te de trás da coleira, apenas no caso.
Quando a campainha tocou, Sasha soltou uma série de latidos tão alto que fez
meus ouvidos doerem. Com a mão na arma, no coldre na cintura, Jake abriu a porta.
Uma mulher loura bonita e alta apareceu. Seu olhar apavorado saltou para Sasha que
rosnou e virou-se para ela.
Eu puxei a coleira.
—Sasha, não! Tentei lembrar-me das palavras que Yuri havia me ensinado du-
rante o café da manhã, mas não lembrei. Eu usei a única palavra russa que eu conse-
guia lembrar. —Nyet!
Sasha olhou para mim e resmungou antes de abaixar sua parte inferior para
baixo novamente. Ele não atacaria, mas ela não gostava de ter a porta aberta, ou da
mulher ali de pé.
Ela levantou a voz para que eu pudesse ouvi-la.
—Meu nome é Anna e eu trabalho com o Sr. Novakovsky. Trouxe alguns docu-
mentos para ele. Ele já estava fora do escritório quando terminei e eu estarei numa
viagem pessoal. Ela lançou uma pasta brilhante. O movimento fez Sasha assustar e
Anna deu um passo para trás nervosa. Estendendo a pasta em direção a Jake, ela disse:
—Eu vou deixa-la aqui.
—Eu sinto muito. Eu disse quando ela recuou uns passos. —Sasha não é boa
com as pessoas. Vou me certificar que Yuri saiba que você passou por aqui esta noite.
Ela me deu um sorriso apertado antes de descer as escadas correndo e sumir
de vista. Jake fechou e trancou a porta e acionou o alarme de segurança novamente.
Ele acenou com a pasta.
—Eu vou colocar isso na mesa de Yuri.
—Ok. Eu deixei o meu domínio sobre a coleira de Sasha afrouxar. O cão olhou
para mim com os olhos brilhando. Ele parecia tão orgulhoso de si mesmo por me pro-
teger. Eu não tive coragem de repreendê-lo por ser tão exagerado. —Você e eu temos
que trabalhar em nosso treinamento de obediência.
Ele fez um som uivando e bateu na minha perna com sua pata.
—Você é uma menina grande, e você pode realmente ferir alguém novamente.
Eu acrescentei, pensando em Tommy. —Você deveria defender a casa de Yuri, mas
isso não significa que você tem que assustar todos os que vêm até a porta da frente.
Meu telefone começou a tocar. Eu o pesquei do bolso da minha calça jeans
skinny. Eu reconheci o número de Ty Weston. Nós tínhamos trocado algumas mensa-
gens, mas não tínhamos falado desde a nossa noite selvagem aos bares gay de Hous-
ton.
—Olá?
—Ei, querida! Como você está?
—Bem. Você?
—Eu estou muito bem como sempre. Ouça, você tem alguns minutos para fa-
lar?
Só então, Sasha tentou lamber meu rosto, mas eu a bloqueei com a minha
mão. Ele não aceitava a rejeição bem e babou sobre a minha mão.
—Sasha, não!
—Uh! -Será que eu peguei você em um momento ruim?
—Não. Eu não conseguia parar de rir enquanto Sasha continuava a implorar por
atenção. —É o cachorro de Yuri. Ela é apaixonada por mim.
—Assim como seu mestre, se os meus espiões ao redor da cidade estão certos.
Eu não dignificaria isso com uma resposta. Sacudindo o dedo para Sasha, con-
segui convencê-la a se acalmar.
—O que você quer discutir?

—Você não vai confirmar ou negar a sua relação com o seu russo endinheira-
do?
—Você está perguntando como um amigo ou um blogueiro de tabloide?

—Os dois.
—Sem comentários.
—Uh-humm.
—Olha, eu tenho direito há um pouco de privacidade.
—Tudo bem. Okay. Não há necessidade de ser tão sensível.
Revirei os olhos.
—Você tem dez segundos para me dizer o que você queria conversar ou vou
desligar.
—Raws! Ele brincou rosnando para mim. —Agora eu sei por que os seguranças
do 716 chamam você de Lady Dragão.
—Jura Ty? Vou desligar agora.
—Não. Espere. Tenho uma proposta de negócio que eu queria discutir com vo-
cê. Sua mídia social de ontem divulgou uma tonelada de bares e clubes que tínhamos
visitado. Aparentemente, eles conseguiram reservas de festa de solteiros como loucos!
Eles ficaram muito satisfeitos. Eles querem saber se você e eu gostaríamos de fazer
algumas “promos” para eles. Sabe, liberando o couvert para os seus seguidores se eles
tiverem um código para a entrada. Eles estão dispostos a desistir da taxa.
Fiquei surpresa. Eu esperava salvar meu orgulho, mostrando a diversão que eu
tive, mas para ganhar dinheiro com isso?
—Sério?
—Sim, e isso me fez pensar, Lena. Temos algumas habilidades e pontos fortes
que jogamos fora. Talvez devêssemos considerar trabalhar juntos.
—O colunista de fofocas, e uma menina relações públicas?
—Eu sei. Parece loucura, mas não é o que você faz melhor?
—Um…
—Você salva as empresas, menina! Levou o 716 do vaso sanitário para o topo
dos clubes de Houston. Ajudou Tai e Chuy lançarem seu caminhão de alimentos para
salvar seus restaurantes. O relançamento da padaria da sua amiga é um enorme suces-
so.
Ele estava certo? Esse era o meu verdadeiro talento?
—E eu? Garota, eu vejo uma crise e um escândalo para jogar na mídia melhor
do que ninguém.
—Então o que você sugere? Que formemos uma espécie de empresa de gestão
de crise?
—Algo parecido com isso. Ele concordou. —Eu tenho um advogado em mente
para a parte legal das coisas. Podemos nos encontrar para bebidas e conversar?
—Estou ocupada hoje à noite.
—Um almoço mais cedo? Tipo onze?

—Eu posso ajeitar isso.
—Ótimo. Mando mensagem com os detalhes. Estou realmente animado sobre
isso, Lena. Espero que você olhe com carinho. Acho que temos alguma coisa aqui.
—Estou aberta a todas as possibilidades no momento.
—Maravilhoso! Até amanhã!
—Tchau.
Embolsando o meu telefone, eu tentei envolver minha cabeça na proposta de
Ty. Tudo o que ele tinha dito realmente mexeu comigo. É por isso que eu fui tão infeliz
no meu antigo emprego?
Sasha, de repente virou-se para a porta. Seus ouvidos animaram-se e ela soltou
um grunhido áspero. Ela moveu-se na minha frente novamente e continuou a ressoar
em advertência.
Mas desta vez a porta abriu para revelar seu mestre. Tomado pela emoção, Sa-
sha ocupou toda a porta de entrada para receber Yuri. Ao contrário de mim, Yuri o tem
sob controle com um comando, com palavras duras. Abanando o rabo, Sasha sentou-
se e esperou que Yuri a agradasse.
Quando Yuri acariciou Sasha, vi os três homens à direita dele. Derek entrou pe-
la porta primeiro e deu a Sasha um amplo espaço. Os dois homens que seguiam Derek
ficaram de olhos arregalados com a visão do cão gigante. O primeiro dos dois estra-
nhos na porta eu não conhecia, mas o segundo cara eu conhecia muito bem.
—Kelly?
O segurança do Faze e ex-fuzileiro naval sorriu para mim.
—Hey, Lena!
Olhei para Yuri que segurava a coleira de Sasha.

—O que está acontecendo?
—Dimitri pensou que seria mais seguro para nós termos dois guardas extras.
Vejo que você já conhece Kelly Connolly. Ele apontou para o outro homem. —Este é
Vasya.
O gigante russo acenou para mim.

—Senhorita Cruz.
—Me chame de Lena. Prefiro assim. Pegando o olhar de Yuri, eu sorri doce-
mente. —Posso vê-lo no escritório rapidinho? Você teve uma visita enquanto você
estava fora e ela deixou algo para você.
Yuri entendeu minha artimanha, mas ele sorriu e acenou com a cabeça.
—Claro. Ele olhou para Derek. —Instale-os nos quartos do pessoal e oriente
sobre o programa de segurança. Eu estarei na base com você mais tarde esta noite.
—Claro chefe.
À medida que os homens deixaram o foyer, Sasha relaxou, mas manteve-se
perto de Yuri, que se juntou a mim enquanto eu me dirigia para seu escritório. Uma
vez que estávamos em segurança, Yuri fechou a porta e encostou-se nela. Sua expres-
são agradável mudou.
—O que há de errado?
—Mais dois guardas, Yuri? Eu esfreguei a parte de trás do meu pescoço, o es-
tresse da situação fez o meu estômago revirar. —Isso é tão caro.
Sua expressão tornou-se cômica.
—É disso que se trata? Dinheiro?
—É claro que é sobre o dinheiro. Eu não podia acreditar o quão indiferente ele
estava da situação. —Eu sei que paga para os seguranças de Dimitri. Quando você dis-
se que Jake me seguiria, eu não fiz confusão porque ele já está contratado, mas a adi-
ção de mais dois guardas? Yuri é demais.
—É um pequeno preço a pagar pela minha paz de espírito.
—Um preço pequeno? Não, é um enorme.
—Chega. Yuri me cortou. Seu tom lacónico me surpreendeu. Suavizando a du-
reza de sua interjeição, ele pegou minha mão e arrastou-me para mais perto. Sua pal-
ma curvou-se contra minha bochecha. —Você concordou que me deixaria mimá-la.
—Quando eu fiz essa promessa ontem, eu pensei que nós estávamos falando
sobre a viagem ocasional, ou uma bolsa, ou algo assim. Eu não concordei em deixar
você gastar dezenas de milhares de dólares para me contratar outra babá.
Eu tentei me afastar dele, mas ele deslizou o braço em volta da minha cintura e
me manteve onde ele me queria.
—Seu pai está sendo mantido como refém em troca de uma pintura. Eu preciso
saber que você está segura. Kelly e Vasya estão aqui para certificar-se de que nada
aconteça com você.
—Yuri, por favor… Eu sussurrei, e minha garganta apertou.

—Ajude-me a entender o que te incomoda tanto, Lena. Estou tentando ver as
coisas do seu ponto de vista, mas é difícil.
Eu tentei encontrar as palavras certas.
—O dinheiro nos faz desigual, Yuri. Faz-me menos do que você. Eu quero que
sejamos iguais. Eu quero que sejamos parceiros, e eu não posso ser o sua parceira se
estou fazendo uma lista mental do que eu devo a você.
—Você não me deve nada. Tudo o que eu lhe der, dou livremente. Não há
compromisso com nada disso.
Eu podia ouvir a dor em sua voz. Meu peito apertou quando eu percebi o que
eu estava fazendo, insistindo constantemente na questão do dinheiro.
—Eu sinto muito. Eu não quero que você pense que eu sou ingrata.
—Eu não acho isso. Ele me beijou com tanta ternura que lágrimas apareceram
em meus olhos. Eu sei que você está lutando para sentir-se igual nessa relação. Ele
segurou meu rosto. —Você é igual a mim. Eu vejo você como minha parceira. Os nú-
meros em nossas contas bancárias não importam para mim. E não deveriam importar
para você.
Engoli em seco e coloquei minha mão em seu queixo forte.

—Eu prometo que vou tentar Yuri.
—Sei que não vai ser fácil para você, e eu aprecio que você está disposta a ten-
tar. Seus lábios tocaram os meus brevemente. —Na verdade, por que não vamos co-
meçar com isso?
Ele enfiou a mão no bolso de seu paletó e pegou uma caixa. A tonalidade alegre
de azul fez meu coração falhar.
O meu olhar chocado pulou para o rosto dele.
—O que é isso?
Ele pressionou a caixa na minha mão.
—É um simples presente.
Mordendo meu lábio inferior, eu estudei a caixa.
—Este é provavelmente um inferno de um simples presente.
Ele riu.
—Eu espero que você goste.
Eu não acho que isso seria um problema. Eu tinha a sensação de que eu iria
amar independente do que estivesse na caixa. Com os dedos trêmulos, eu desatei a
fita branca brilhante, e levantei a tampa. Meus lábios separaram-se, e um suspiro sua-
ve escapou quando eu vi a pulseira de ouro reluzente que eu estava desejando há al-
gum tempo. Videiras frondosas entrelaçadas e esticadas de uma ponta a outra.
Levantando o olhar para o rosto sorridente de Yuri, eu perguntei:
—Como é que você… E então me lembrei de onde ele esteve esta tarde.
Estreitando os olhos, murmurei.

—Vivian?
Ele sorriu e cuidadosamente tirou a pulseira obscenamente cara da caixa. Segu-
rando minha mão, ele colocou-a em volta do meu pulso.
—Eu queria que esse primeiro presente fosse perfeito.
Enquanto eu admirava a pulseira absolutamente linda, eu entendi exatamente
o que ele tinha dito.
—O primeiro presente?
Seu sorriso sexy fez minha barriga oscilar. Com um movimento, ele tirou uma
segunda caixa do outro bolso. Ele pegou a caixa vazia e jogou no sofá, antes de em-
purrar a nova caixa em minhas mãos. Mesmo que eu quisesse falar por ele ter gasto
muito em sua farra de compras, não me atrevi. Eu podia ver o quanto ele gostava de
me dar esses presentes. Seus olhos brilhavam de excitação.
Dentro da segunda caixa encontrei os brincos correspondentes. Eles eram do
mesmo motivo, mas vinham pontilhados com dezenas de minúsculos diamantes. Eu
toquei com tanta admiração.
—Oh, Yuri!
—Deixe-me vê-los em você. Ele tirou a caixa de minhas mãos.
Tirei os meus brincos simples e coloquei no meu bolso. Yuri aproximou-se e co-
locou cuidadosamente os brincos. A maneira gentil, cuidadosa que ele me segurou
para coloca-los, me arrepiou. Com a respiração acelerada, olhei para o seu rosto sor-
rindo.
Yuri tocou minha bochecha.
—O que é esse olhar, gatinha?
Piscando para conter as lágrimas, eu confessei:

—Eu só estou pensando como ridiculamente tenho sorte de ter tropeçado em
sua vida. Para que ele não achasse que foram à bela joia que tinha inspirado os meus
pensamentos, acrescentei: - Não é sobre os brincos e a pulseira. É tudo. Qualquer ou-
tro homem teria expulsado eu e meu primo pela porta da frente na noite passada.
Qualquer outro homem teria me dito para levar os meus problemas de cartel e meu
pai ex-presidiário para as ruas. Eu engoli o nó doloroso que bloqueava minha garganta.
—Mas você não.
—Não eu. Ele sussurrou e abaixou a boca para a minha.
Fiquei na ponta dos pés para receber seu beijo. Envolvendo meus braços ao re-
dor de seu pescoço, eu corri minha língua entre seus lábios. Ele respondeu ao convite
para aprofundar, o beijo passando os dedos pelo meu cabelo, inclinando a cabeça para
trás para ter melhor acesso.
Assim que o beijo começou ficar realmente interessante, alguém bateu na por-
ta. Sasha saltou de seu lugar no tapete e marchou até a porta uivando alto. Com um
gemido irritado, Yuri terminou o nosso beijo. Ele passou os dedos pela minha boche-
cha. —Se depender do cachorro, dos funcionários e os nossos telefones, nós podemos
nunca fazer amor novamente.
Rindo, eu dei um tapinha no peito dele.
—Talvez nós devêssemos ir para um hotel.
—Neste momento, eu estou disposto a comprar um hotel para ficar cinco mi-
nutos a sós com você.
Ele disse em tom de brincadeira, mas eu podia vê-lo fazendo isso na verdade.
Tentando controlá-lo, sugeri:
—Que tal uma cama e café da manhã?
Yuri jogou a cabeça para trás e riu. Ainda bem que a tensão do dinheiro entre
nós havia dissipado. Chegando até a porta, encontrou Feodor do outro lado.
—O jantar está pronto.
—Nós já vamos.
Voltei a olhar para Yuri.
—Jantar?
Ele caminhou até sua mesa e pegou a pasta que estava lá.
—Eu pensei que você estava dizendo uma mentirinha mais cedo, para ter-me
sozinho aqui. Quem trouxe isso?
—Anna. Eu dei um passo para o lado, para que Sasha escapasse do escritório.
Sem dúvida o jantar foi colocado em sua vasilha também. —Ela disse que era impor-
tante, mas que você já tinha saído do escritório. Ela estará fora da cidade, eu acho.
—Estou enviando ela para a Europa para conter os protestos ambientais. Eles
votaram em me dar permissão para construir, mas não está aparecendo bem nos jor-
nais. Ela vai ajudar Jameson, o Vice Presidente do projeto do gasoduto, a colocar a
situação sob controle. Depois disso, ela vai passar algum tempo com um parente doen-
te.
—Você ainda acha que é um trabalho interno? A sabotagem, eu quero dizer?
—Sim. Um suspiro de frustração irrompeu de seus lábios. —Eu verifiquei com
minha equipe financeira, nossos apoiadores novamente, eles juram que todos pare-
cem ser bons. Eu odeio pensar que alguém que trabalha para mim está causando estes
problemas, mas eu estou começando a suspeitar.
—Eu realmente sinto muito que toda essa porcaria com a minha família tenha
caído em sua porta quando você está tentando salvar este negócio.
Ele acenou com a mão.
—Se o gasoduto não sai do jeito que eu quero, eu vou encontrar uma nova
maneira de fazê-lo funcionar. Talvez tenhamos que mudar a rota, ou chegar a um pro-
jeto melhor, aquele que vai acalmar os ambientalistas, mas eu vou ter este gasoduto
construído.
Eu levantei uma sobrancelha.
—Venha inferno ou água alta, hein?

—Absolutamente.
—Ele deixou cair à pasta sobre a mesa e caminhou em minha direção. Depois
de pressionar um beijo em minha testa, ele disse:
—Não vamos mais falar de negócios por um tempo. Vamos jantar como duas
pessoas normais e tentar esquecer tudo que está acontecendo de errado em nossas
vidas.
Eu não sabia se seria assim tão simples, ficar uma hora sem pensar na situação
precária de meu pai, a tolice criminosa do meu primo burro, ou minhas perspectivas
de emprego, mas se alguém poderia me fazer esquecer meus problemas, era Yuri.
Mais tarde naquela noite, Yuri sentou-se em sua mesa e terminou de ler a últi-
ma correspondência. Ele estava lendo os relatórios do dia, enquanto desfrutava de
uma bebida, enquanto ouvia as leves notas de Scheherazade no sistema de som do
escritório.
Do outro lado do escritório, Lena descansava no sofá e silenciosamente digitava
em seu laptop. Ela tomou seu banho à noite e havia mudado para um minúsculo short
listrado e uma regata. Embora ele quisesse juntar-se a ela na banheira, o trabalho
chamava. Por mais que ele quisesse deixar o trabalho para passar uma noite aprecian-
do suas curvas flexíveis, e tendo prazer com seus suspiros, havia centenas de funcioná-
rios que dependiam dele mantendo o foco.
Logo, ele obrigou a si mesmo, e pegou a próxima pilha de papéis que precisava
da sua atenção. A pasta que Anna havia deixado em casa chamou sua atenção. Ele co-
locou de lado os relatórios de geologia da mineradora que estava lendo, e pegou a
pasta. Dentro, ele encontrou uma pilha espessa de papéis e uma foto de rosto com os
dados pessoais de Lena e um breve resumo do conteúdo do dossiê.
Sentindo-se de repente desconfortável, ele olhou para ela, mas ela permane-
ceu a mesma. Seus batimentos cardíacos aumentaram enquanto ele lia rapidamente o
arquivo. Ela tinha um relatório de crédito limpo e surpreendentemente elevados sal-
dos em suas contas correntes e poupança. Ele tinha uma boa ideia do salário que ela
ganhava na empresa de relações públicas, ele agora entendia o quão controlada ela
realmente era.
As fotografias de seu pai na sua carteira de motorista e passo, bem vestido, al-
to, na casa dos cinquenta, que poderia facilmente ter passado como um tipo de colari-
nho branco. A ficha corrida não era tão longa quanto outras que tinha visto. Joe Cruz
não tinha nada perto de Ivan ou Nikolai.
—Yuri?
Ele fechou a pasta. Tentando não parecer tão culpado como ele sentia-se, ele
encontrou seu olhar interrogativo.
—Sim?
—O que você sabe sobre gestão de empresas em crise?
Deixando de lado a pasta, ele riu baixinho.

—Que se eu tivesse um empregado eu não estaria lidando com essa besteira de
gasoduto. Por que pergunta?
Ela fechou seu laptop e colocou sobre a almofada ao lado dela.
—Ty Weston me ligou mais cedo, antes de você chegar em casa.
—Ah, é? E o que queria o maior bocudo de Houston?

—Falar comigo sobre uma parceria de negócio com ele.
Yuri piscou algumas vezes antes que seu cérebro processasse o que ela havia
dito.
—Você... entrar num negócio com o colunista de fofocas? Ele riu asperamente.
—Eu simplesmente a proibiria.
Agora foi ela que estava rindo e revirando os olhos.
—Oh, por favor. Como se funcionasse comigo!
—Isso funciona com Erin, quando Ivan diz. Ele resmungou.
—Bem, eu não sou Erin e eu não vou achar essa coisa de homem das cavernas
alfa tão sexy como ela acha.
Ignorando o comentário, ele perguntou:
—Por que no mundo você quer entrar no negócio com um homem que tem
uma reputação como Ty Weston?
Ela bufou.
—Será que você realmente só tem isso para me perguntar? Você o playboy bi-
lionário famoso por seu alto perfil, ame-o ou deixe-o? Você com um círculo de amigos
que inclui dois criminosos e conexões com a máfia?
Ele ergueu a mão.
—Tudo bem. Levanto - se do sofá e veio em direção a sua mesa: - Eu não con-
cordei com nada. Vamos nos encontrar para o almoço amanhã para discutir a sua idei-
a.
Caminhando ao redor de sua mesa, ela inclinou-se para trás contra ele e expos
as pernas sensuais dela para o seu olhar de aprovação. Passando a mão para baixo de
sua coxa, ele perguntou:
—E o que é exatamente a ideia?
—Ele disse que o que eu pareço fazer de melhor, é salvar empresas em apuros.
Os restaurantes do Taio e do Chuy, a padaria de Benny, o 716, os restaurantes de dois
clubes com quem trabalhei quando comecei a estagiar na empresa. Ela enumerou os
locais em seus dedos. —É como se toda a minha carreira girasse em torno de uma área
especifica.
—Isso explica por que você se sentiu estagnada e entediada em sua antiga po-
sição. Ele deixou seus dedos derivarem para baixo, na curva suave de seu joelho. —
Você só encontra emoção em ser desafiada e uma vez que as empresas estão bem, o
seu trabalho está acabado. O que Ty pretende oferecer?
—Eu sou muito boa com as redes sociais, mas Ty entende como usar escânda-
los e crises na mídia de uma forma que eu nunca vou.
—Porque ele explora e usa isca para aumentar a visita em sua página e o inves-
timento em publicidade em sua conta bancária, Yuri retrucou com algum desgosto.
Seus olhos brilharam.
—Estou surpreso que você saiba sobre usar isca para o link.
Ele passou os dedos ao longo do interior de sua coxa, arrastando até tocar no
tecido antes de parar. —Quando eu me dei conta de que em primeiro lugar, eu tinha
que saber o que você fazia na sua plataforma de mídia social, você colocou um post no
primeiro dia que comecei a segui-la tirando sarro de iscas para links.
—Sério? Ela parecia estranhamente tocada. —Eu não posso acreditar que você
esteve prestando atenção em mim por tanto tempo.
—Eu não conseguia me controlar. Desde o primeiro momento em que você en-
trou em minha vida, eu não conseguia pensar em mais ninguém.
—Nem mesmo Tanya?

Ele sorriu para ela com um tom malicioso e levantou a camiseta de alças alguns
centímetros, expondo sua barriga.
—Tanya, quem?
Ela bateu em seu braço.
—Boa saída.
—Dificilmente. Ele sussurrou e inclinou-se para pressionar os lábios em sua pe-
le nua. —Tenho a intenção de tê-la aqui. Sobre a minha mesa. Acrescentou ele, caso
ela tivesse dúvidas. —Toda vez que eu sento aqui para vagar através de relatórios da
minha equipe, eu fico inundado com imagens sua montando meu pau.
Como ele colocou a mão sob sua camisa, e em seu seio, ela abaixou-se e tirou
uma camisinha habilmente escondida no cós de sua bermuda. Com um sorriso malicio-
so, ela jogou sobre a mesa.
—Faça isso.
Ele beliscou seu umbigo.
—Eu amo uma garota que está sempre preparada.

Rindo, ela passou os dedos pelo cabelo. A sensação de suas unhas curtas arra-
nhando seu couro cabeludo enviou um arrepio à espinha. Seu pênis pulsava. A memó-
ria de seus lábios macios em volta do seu pau na noite passada fez doer suas bolas e
virilha.
—Você me deixa louco. Ele agarrou a cintura de seu short, e o arrastou para
baixo de seus quadris. Ela não usava calcinha e ele apreciou imensamente. Pontilhando
beijos em sua pele macia, ele sussurrou. —Eu continuo dizendo para ir devagar, fazer
amor com você com cuidado e levar um tempo, mas depois que vejo você assim eu
perco o controle.
Agarrando seu cabelo, ela ampliou sua postura e ofereceu-lhe acesso ao lugar
que ele mais queria visitar.
—Eu gosto quando você perde o controle. Eu gosto do jeito que você me faz
sentir.
Deslizando de joelhos, Yuri empurrou sua cadeira para fora do caminho e es-
fregou seu rosto entre suas coxas.
—Agora, eu pretendo fazer você se sentir muito, muito bem.
Ele empurrou seu short todo o caminho até as pernas dela para que ela pudes-
se chutá-los fora. No momento em que o tecido estava fora do seu caminho, ele agar-
rou suas coxas e separou-as. Deu-lhe uma longa lambida. Ela respirou fundo e depois
choramingou como um gatinho quando sua língua lambeu suas dobras e encontrou
seu clitóris.
Ela disse o nome dele em um gemido baixo.
—Yuri.
Ele gostava de ouvi-la apreciando seus movimentos. Não era possível obter o
suficiente dela. Yuri vasculhou sua doce buceta com a língua. Ele alternava rodando
com movimentos longos e lentos, chupando seu clitóris. Ela agarrou a borda da sua
mesa com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.
Quando ele a penetrou com um dedo e depois dois, Lena gritou e empurrou
sua buceta contra sua boca. Ele atacou seu clitóris inchado, determinado a fazê-la go-
zar e ouvi-la gritar seu nome. Empurrando os dedos dentro e fora de seu canal molha-
do, ele os curvou e encontrou o ponto que fazia seus joelhos oscilarem. Mamando seu
clitóris, ele a empurrou para o clímax.
—Oh! Oh! Ela gozou. Seu clitóris pulsava contra sua boca enquanto ele conti-
nuava a atormentá-la. —Oh Deus. Deus!
Quando ela levantou-se na ponta dos pés para escapar de sua língua vibrante,
ele decidiu mostrar alguma misericórdia e deixá-la descer facilmente. Ela ainda ofega-
va e estremeceu quando ele levantou e a girou para frente de sua mesa. Enredando as
mãos em seu cabelo, ele apertou a bochecha dela.
—Eu vou te foder agora.

—Sim, por favor. Foda-me, Yuri. Foda-me agora.
Ele duvidou que ela pedisse a alguém para fode-la. Saber que ele a afetada da
maneira que nenhum outro homem jamais havia, e a deixava cambaleando. Ele rapi-
damente libertou seu pênis de suas calças e rolou sobre o preservativo.
Encantado com a visão de seu rabo balançando, ele varreu a palma da mão pa-
ra cima e para baixo nas curvas rechonchudas de sua bunda. Ela abriu as coxas ainda
mais, e exibiu sua buceta cor de rosa que estava o apertando e o envolvendo. Não era
possível adiar por mais um momento, ele pressionou a cabeça de seu pênis contra sua
entrada e lentamente deslizou para dentro dela.
Ela gemeu e empurrou para trás o encorajando.
—Sim.
Certo de que ela queria exatamente o que ele desejava, Yuri apertou sua cintu-
ra e começou girando em um ritmo rápido. Ela agarrou sua mesa, empurrando papéis
e canetas para fora do caminho quando ele bateu nela por trás. O som sexy de seus
corpos ruidosamente reunidos no auge da paixão ecoou no escritório. Só podia espe-
rar que as notas clássicas da música que fluíam para fora dos alto-falantes abafassem
os sons, para a equipe no resto da casa.
Passando as mãos por suas costas, ele inclinou-se e beijou seu pescoço e om-
bros. Ela estremeceu e forçou para trás seu quadril. Ele pegou o ritmo e a profundida-
de bruscamente, fazendo-a gritar de emoção. A mesa vibrou debaixo deles. Uma pilha
de relatórios encadernados colocados no canto da mesa sacudiu muito perto e caiu no
piso de madeira com um som barulhento.
Calor rasgou sua barriga quando as primeiras ondas esvoaçantes anunciaram
seu orgasmo. Reprimindo a necessidade de vir, ele concentrou-se nas necessidades de
Lena e ignorou a sua própria. Quando sua respiração cresceu frenética, ele pegou a
mão dela e puxou-a para seu lado.
—Toque-se. Ele rosnou com urgência. —Goze para mim.
Ela choramingou, mas fez exatamente como ele ordenou. Levantando a parte
inferior, ela alcançou entre suas coxas e começou a apertar o clitóris. O ajuste celestial
de sua buceta cresceu incrivelmente quando ela chegou ao clímax. O primeiro espas-
mo chegou tênue e ele rendeu-se às rajadas felizes que estavam rasgando ele.
Ele amaldiçoou em voz baixa, quando as ondas de seu orgasmo o fizeram ba-
lançar em seus pés. Ele pegou-se no último momento e conseguiu não cair para frente
em cima de Lena. Caiu de volta em sua cadeira, e arrastou-a para o seu colo. Ofegante
e tremendo, seguravam-se um ao outro e ficaram como adolescentes em um banco
traseiro.
—Eu já volto. Disse ele, finalmente, desembaraçando-se do seu corpo. Deixan-
do-a na cadeira, ele inclinou-se e beijou-a com ternura. —E então nós vamos continuar
isso lá em cima.
Ele foi para o banheiro privado. Embora para o sexo sempre fosse necessário o
uso de preservativos, Yuri viu-se detestando as malditas coisas. Quando entrava em
Lena, ele não queria nada entre eles, nem mesmo a fina película de látex. Como ela
reagiria se ele sutilmente sugerisse que eles fizessem os testes necessários para livrar-
se do incômodo? Ele confiava nela para ser fiel, e ele tinha a maldita certeza que não
estava interessado em uma mulher que não fosse Lena.
Ainda pensando na melhor maneira de abordar esse assunto bastante sensível,
Yuri saiu do banheiro e viu Lena em pé atrás de sua mesa. Ele notou que o chão tinha
sido arrumado. Os papéis desordenados sobre a mesa estavam agora em pilhas arru-
madas.
E ali, preso em sua mão, estava o dossiê que ele mandou Anna preparar.
Quando ele viu a traição e a mágoa gravada em seu belo rosto, Yuri experimen-
tou um aperto brutalmente doloroso. De repente, ele lembrou-se das palavras que
tinha falado naquela manhã à mesa da cozinha. Ela tinha dado a ele mais uma chance
e não havia nenhuma dúvida em sua mente, ele tinha acabado novamente de estragar
tudo.
Capítulo Quatorze
—Que diabos é isso, Yuri?

Com o coração apertado eu olhei para a papelada incriminadora pela segunda
vez. Eu estava arrumando a bagunça que tínhamos feito durante a nossa fantástica
brincadeira, quando o meu olhar desviou-se para o outro lado da pasta. Quando eu
peguei, os papéis haviam caído sobre a mesa. Foi à visão da foto de meu pai que me
fez gelar.
Com a mandíbula apertada, ele deu um passo hesitante para frente.

—Não é nada, Lena. É simplesmente um dossiê sobre sua vida. Isso não signifi-
ca nada.
Eu não podia acreditar no que estava ouvindo.
—Você está falando sério? Você está realmente está mentindo na minha cara,
porra?
—Eu não estou mentindo. Ele colocou as mãos na frente dele. —Eu não me im-
porto com o que o arquivo diz sobre você ou seu pai ou tudo isso.
—Então por que diabos mandou fazer? Huh? A raiva borbulhava violentamente
na boca do meu estômago e eu tentei manter meu temperamento sob controle.
—A noite que você me chamou em Berlim, quando estava bêbada, Nikolai fez
um comentário sobre você ter uma arma por causa de seu pai. Eu não sabia o que a-
quilo significava quem ele era ou o que ele fazia. Eu pedi para Anna montar esse arqui-
vo para que eu pudesse entender você.
—Me entender? — A traição doía no meu coração quando eu vasculhei o ar-
quivo de quase duas polegadas de espessura. Eu puxei a folha com os dados da minha
conta bancária e acenei com raiva. —Você acha que isso ajuda você a me entender?
O papel caiu no chão enquanto pegava outra folha, e meu histórico escolar. —
Ou que tal isto? Huh? É a minha nota C em calculo que porra importa para você?
Ele passou os dedos pelo cabelo.
—Deus, eu não acho...
—O quê? Você achou que eu não descobriria? Porque esse é o problema, não é
isso, Yuri? Eu apontei um dedo acusador no ar. —Você só está chateado porque você
foi pego.
—Isso não é verdade.
—Bobagem. Sentindo-me estúpida, eu gesticulei apontando para o sofá onde

eu estava pesquisando e lendo e-mail anteriormente. Pegando a foto do meu pai, eu a
joguei em Yuri e bati no seu peito. —Eu estava sentada ali mesmo, enquanto você es-
tava aqui lendo tudo sobre os segredos sujos da minha família.
—Lena, por favor. Suplicou-o.
—Não, Yuri. Você começou isso. Agora vamos ver o quão boa sua doce assis-
tente Anna é.
—Você não tem que fazer isso. Favor. Ele chegou mais perto. —Vamos destruir
a coisa toda e esquecer que isso aconteceu.
Eu ri dele.
—Você realmente acha que é simples assim? Você acha que eu vou esquecer o
quão terrível você me fez sentir? Como envergonhada, estúpida e traída me sinto ago-
ra?
—Yelena. Disse ele, sua voz rouca com pesar.
—Você queria saber tudo sobre mim, certo? Comecei a procurar através do
processo em busca do registro do tribunal juvenil encerrado, que eu tinha certeza que
Anna havia descoberto. As evidências contra uma das minhas mais profundas vergo-
nhas apareceram na minha frente. Bati contra seu peito. —Bem, bom pra você Yuri.
Agora você sabe algo que eu compartilhei apenas com Vivian. Vá em frente. Leia como
confusa eu era aos treze anos.
Ele recusou-se a olhar para a página. Ao invés disso ele amassou com sua gran-
de mão e deixou-a cair.
—Não.
—O quê? Agora você tem consciência? Eu tentei segurar as lágrimas queiman-
do meus olhos, mas era impossível. Lágrimas quentes salpicaram as minhas bochechas.
Confusa e magoada, eu perguntei: - Por quê?
—Eu não sei. Ele admitiu finalmente. —Eu fiz o que sempre faço quando quero
uma resposta. Atribuiu à tarefa a outra pessoa.
—Eu teria dito a você tudo isso aqui se você apenas me perguntasse.
—Eu sei.
—Você? Eu balancei minha cabeça. —Eu não entendo você, Yuri. Eu realmente
não sei.
Ele tentou tocar meu rosto, mas eu empurrei a mão dele para longe de mim.
Engolindo, ele sussurrou:
—Sinto muito, Lena. Eu não queria machucá-la.
—Mas você machucou.

Lançando a pasta em sua cadeira, eu saí pela porta com vista para o pátio dos
fundos e quintal. Desesperada por algum espaço, eu saí do escritório. As lajotas eram
frescas sob meus pés descalços. Abraçando meus braços, eu tentei descobrir o que
diabos eu faria agora.
Através das portas abertas, ouvi Yuri desligar a música antes de empurrar o
dossiê em um triturador. A máquina gemia ruidosamente como se mordesse e masti-
gasse os detalhes sórdidos e mundanos da minha vida. Esfregando o rosto com as duas
mãos, eu lutei contra a vontade de gritar a minha frustração.
Mesmo tão irritada como eu estava com Yuri, eu sentia que ele não tinha feito
isso de forma maliciosa. Ele estava tão distante quando se tratava de coisas como esta.
Eu não tinha dúvidas de que ele tinha simplesmente dado uma ordem rápida a Anna
sem refletir antes de saltar para um avião. Era tão parecido com ele, ele tinha que mu-
dar.
Nosso relacionamento não poderia ser conduzido como um negócio. Se ele
queria respostas, precisava vir até mim e fazer as malditas perguntas. Da mesma forma
que eu estava tentando me tornar mais consciente dos meus dramas com o dinheiro,
ele tinha que parar de pensar em nosso relacionamento como uma transação.
Latidos frenéticos de Sasha chegaram aos meus ouvidos. Eles silenciaram,
quando ela aproximou-se de mim. Eu percebi que ela estava na sacada. Sem dúvida,
ela precisava ser solta. Eu decidi que se Feodor ou um dos guardas não o deixassem
sair no próximo minuto, eu iria solta-la eu mesma.
Atrás de mim, Yuri continuava a triturar o arquivo que ele tinha preparado. Não
querendo pensar mais nisso, desci as escadas e caminhei algumas dezenas de metros
no pátio. A fonte borbulhante no meio do quintal chamou a minha atenção. A grama
estava fria e úmida contra os meus dedos enquanto eu caminhava mais longe da casa.
Acima, o pedacinho de uma lua não iluminava muito. As antigas luminárias esti-
lo a gás que pontilham o quintal lançavam um brilho quente em tudo. O calcário e
mármore branco das esculturas pareciam tão incrivelmente bonito aqui, quase real.
Da extrema esquerda, ouvi as portas da sacada abrirem. O ensurdecedor choro
de Sasha parecia ainda mais alto daqui. Eu podia ouvi-la saltando para mim e revirei os
olhos para a sua natureza super protetora. Voltando-me para o som de seus latidos,
tentei silencia-la. Estávamos longe dos vizinhos de Yuri, mas com um latido assim, com
certeza haveria reclamações.
—Ssssssh! Sasha!
Seus latidos ficaram mais frenéticos e quase entrou em pânico. Percebi que al-
go estava errado no momento em que ela lançou-se para o ar. Claro que eu estava
prestes a ser esmagada, eu virei de costas para ela e gritei.
—NÃO!
Sasha bateu no meu ombro com as patas da frente e me levou para o chão.
Minha cabeça quase bateu na lateral chanfrada da fonte. Eu gritei novamente, en-
quanto que o rosnando o rosto de Sasha caiu sobre o meu rosto. Preparei-me para
uma mordida desagradável, mas ele simplesmente me acariciou rapidamente.
Antes que eu pudesse tentar processar o que estava acontecendo, Sasha co-
meçou a latir novamente. Suas rápidas, latidas de pânico ecoaram na noite. Com suas
patas no meu peito e seu grande corpo cobrindo-me, eu mal podia respirar.
O que há de errado com ela?
O estalo de uma bala ricocheteando na fonte fez meu sangue gelar. Outra bala
atingiu a fonte e depois outra.
Sasha não estava tentando me matar. Ele estava tentando salvar minha vida.
Agarrando a pele do cão, eu puxei-o para baixo contra mim, desesperado para
colocar o máximo de seu corpo atrás da fonte quanto possível. A última coisa que eu
queria era que a grande besta do cão levasse uma bala.
Rezando para que eu sobrevivesse a esta provação, eu gritei o único nome que
importava.
—YURI!
Yuri tinha acabado de descobrir uma interessante informação no dossiê quan-

do os incessantes latidos de Sasha chamaram sua atenção. Mesmo sobre o zumbido
barulhento do triturador, ouviu Sasha perdendo a cabeça em outra parte da casa.
Momentos depois, latidos de Sasha pareciam vir de fora. Aparentemente, alguém ti-
nha deixado que ela saísse da casa.
Quando ouviu Lena gritando com o cão, Yuri gemeu com irritação. Esse cão tem
que aprender a tratar Lena com mais cuidado. Ela era muito pequena para ela pular
por toda parte.
Mas quando ela gritou o som estridente e apavorado, Yuri deixou cair à pasta e
correu para as portas ainda abertas. Ele examinou o quintal e encontrou Lena na gra-
ma ao lado da fonte com Sasha em cima dela. A princípio, ele pensou que era o cão a
machucando, mas depois ele viu o brilho vermelho inconfundível de uma mira a laser
de um rifle.
Seu coração disparou no peito.
—YELENA!
A bala atravessou a porta ao lado dele. Os cacos de vidro e madeira espirraram
em seu pescoço e braço. A porta atrás dele se abriu e um de seus guarda costas novos
correu para a sala. Kelly apagou o interruptor de luz, mergulhando a sala na escuridão
e correu na sala para o lado de Yuri. Há algum tempo depois o segurança do Fase em-
purrou uma arma em sua mão, quando eles se agacharam atrás das portas.
—Ela está carregada. Jake está trabalhando em apagar as luzes. Quando estiver
escuro, você me dá cobertura e eu vou buscá-la.
—De jeito nenhum. Ele rosnou. Se alguém tivesse que resgatar Lena, seria ele.
Inclinando-se para fora da porta, Yuri mirou a lanterna mais próximo que ilumi-
nava o quintal. Ele acertou o alvo e acabou com o ponto de luz. Seguindo o seu exem-
plo, Kelly não demorou em disparar contra outra lâmpada. Dois a dois, eles atiraram
até que o pátio estava escuro.
Como se pudesse ler sua mente, Kelly empurrou-o para frente.

—Mova-se.
O ex-fuzileiro naval moveu-se para uma posição melhor e disparou para as ár-
vores onde, o atirador que disparou contra Lena estava provavelmente escondido. Yuri
aproveitou o fogo para dirigir-se atrás de uma escultura próxima. Quando Kelly assobi-
ou, Yuri parou e começou a disparar para as árvores para que o guarda costas pudesse
chegar mais perto.
Ele pegou o olhar do Kelly. O ex-fuzileiro deu uma série de sinais de mão que
Yuri facilmente interpretou. Quando Kelly trocou o seu carregador vazio, ele fez uma
contagem regressiva silenciosa. Três, dois, um...
Quando Kelly começou a atirar novamente, Yuri correu os vinte e poucos me-
tros até Lena e Sasha. Ele alinhou-se no chão ao lado dela, passou os braços em torno
de seu pequeno corpo. Sasha deitou-se de barriga no chão contra borda curva da fon-
te. Yuri colocou a mão com carinho do lado do cão.
—Boa garota. Tal como uma boa menina.
Tocou o rosto de Lena, e desejou que pudesse vê-la, mas não havia luz suficien-
te.
—Eu estou com você. Apenas segure em mim.
Soluçando histericamente, ela agarrou seus braços e empurrou o rosto em seu
peito. O fogo rápido do atirador com a arma de alto calibre, e menor calibre da arma
de fogo dos seguranças, continuou. Ele não sabia como diabos eles iriam sair daqui,
mas ele não se importava desde que ela estivesse segura em seus braços.
Para sua surpresa absoluta, dois faróis vieram à tona. Um de seus SUV equipa-
dos com a mais recente tecnologia de defesa saltava e corria em seu jardim. O SUV
manobrou para o lado mais distante da fonte, efetivamente bloqueando o ataque do
atirador.
A porta abriu-se e Jake apareceu.
—Chefe! Vamos!
Pegando Lena pela cintura, ele a carregou e jogou-a sobre borda da fonte.
—Corra!
Ela correu pela fonte com a água até os joelhos e subiu no SUV que estava em
marcha lenta. O veículo continuou a tomar fogo pesado, mas Yuri sentiu-se confiante
que escapariam dessa situação precária. Sasha estava atrás dele enquanto corria atra-
vés da água fria para chegar a Lena e ao SUV.
Uma vez que todos eles estavam em segurança no interior, Vasya acelerou. Yuri
puxou Lena para o seu colo e colocou uma mão firme no pescoço de Sasha que rugia
incessante com o barulho de balas atingindo o SUV que corria. Lena continuou a solu-
çar contra sua garganta. Ele apertou-a com força e silenciosamente jurou nunca deixá-
la fora de sua vista novamente.
Quando eles estavam em segurança dentro da garagem, saíram do SUV para a
casa. Os guardas os levaram correndo para a sala do pânico no piso térreo, onde Feo-
dor já passeava nervosamente. Ao vê-los sem ferimentos, o homem mais velho rela-
xou, mas sua expressão não era nada de boa para a conversa, que Yuri tinha certeza,
teriam em breve.
Não se importando com a opinião de seu mentor no momento, Yuri ignorou
seu olhar de censura e levou Lena para uma cadeira. Ele cuidadosamente a colocou na
cadeira e passou as mãos sobre o corpo dela, em uma tentativa desesperada de con-
vencer-se de que ela estava bem. Havia marcas e arranhões no ombro e coxas das pa-
tas de Sasha, mas ela parecia ilesa.
—Sinto muito. Sinto muito. Sinto muito. As palavras derramaram de sua boca.
—Isso é tudo culpa minha. Oh Deus. Eu quase te matei.
Ele apertou seu doce rosto nas mãos e capturou seu olhar frenético.
—Pare. Respire. Você está bem. Nós dois estamos bem. Ele olhou para o cão
que descansava ao lado dela. —Sasha está muito bem. Todo mundo está bem.
—Não está tudo bem. Não está. Ela praticamente limpou o rosto molhado. Rios
de lágrimas deixavam brilhando sua pele. —Isso tudo é por minha causa. Por causa da
minha família estúpida.
—Nós não sabemos. Mesmo que ele suspeitasse que isso estivesse relacionado
ao cartel, ele não tiraria conclusões ainda. Ele usou sua camisa para limpar o rosto de-
la, em seguida, beijou-a com ternura. —Não se atreva a pedir desculpas por algo que
você não fez.
—Mas...
—Não. Ele a beijou novamente. A realidade do porque ela estava lá fora, em
primeiro lugar, o golpeou com força. —É minha culpa que você estava lá fora esta noi-
te. Eu sou o único que te machucou. Eu sou a pessoa que traiu sua confiança e fez com
que você saísse correndo da casa. Sua garganta ficou dolorosamente apertada. —Se
não fosse por Sasha...
Ela inclinou-se para frente e colocou os braços delgados em torno dele. Com o
rosto enterrado na curva do pescoço dele, ela sussurrou:
—Sasha merece jantar o resto da sua vida.
Yuri riu suavemente.
—No mínimo.
—Chefe? Era Derek. —Está tudo tranquilo. Achamos que a ameaça foi embora
e os policiais estão a caminho. Estamos prestes a receber policiais e o vice-xerife aqui.
Estão apenas a 50 milhas.
Embora Derek colocasse de uma maneira mais colorida, ele não discordava de
seu pensamento. Beijou o rosto de Lena, e deu-lhe uma ordem direta. —Você vai ficar
aqui neste quarto do pânico com Feodor e Sasha até que eu volte para pegar você.
Entendido?
Ela assentiu respeitosamente.

—Sim, Yuri.
Feodor tirou um cobertor e uma garrafa de água dos armários de suprimentos.
Certo de que ela estava em boas mãos, ele saiu da sala do pânico para encontrar Derek
e Vasya esperando por ele. Ele tocou o braço do gigante russo. Em sua linguagem
compartilhada, ele deu um comando.
—Vigie ela.
Vasya colocou seu corpo enorme entre o resto da casa e a porta. Caminhando
com Derek, ele deixou o pequeno corredor.
—Qual nossa linha de conduta, chefe?

Ele sabia o que Derek estava perguntando. Quanto ele queria que eles revelas-
sem aos investigadores, que em breve estariam espalhados sobre cada centímetro de
sua casa.
—Eu confio em sua discrição.

Derek compreendeu.
—Eu vou falar com os outros.
—Faça isso.
Indo para seu escritório, pegou seu celular e fez duas ligações rápidas antes que
a polícia chegasse a sua porta. Ele precisava de dois homens ao seu lado esta noite, se
ele iria sobreviver a isto e mantiver o pai de Lena vivo, seu advogado e Nikolai.
Capítulo Quinze
Passava da uma da manhã, quando Yuri viu o último detetive fora de sua casa,
e caminhou com seu advogado para a porta. Craig e sua equipe legal teriam que valer
o que ganham para arrumar essa bagunça.
Ele já tinha enviado Lena lá para cima com Sasha, e Kelly e Vasya para protegê-
la. Feodor ainda estava arrumando a cozinha. Derek e Jake tinham assumido o primei-
ro turno. Com os carros de polícia vigiando a casa, Yuri não estava preocupado com
uma repetição do pesadelo que tinha acabado de sobreviver.
Em seu escritório, ele encontrou seus amigos mais próximos à sua espera. Di-
mitri chegou logo após os primeiros policiais. Aparentemente, ele tinha dado a Vasya
instruções estritas para chamá-lo com atualizações. Yuri odiava que a nova empresa de
Dimitri estivesse sendo arrastada para o meio de sua tempestade de merda, mas ele
esperava que eles pudessem encontrar uma maneira de usa-la positivamente. Lena
saberia como...
—Estamos sozinhos. Ele fechou a porta e encostou-se nela. O estresse dos úl-
timos dias deixou seus ombros caindo e seu estômago revirando.
—Como está Lena? Preocupação na voz de Ivan.
—Abalada. —Respondeu Yuri.
—E você?
—Agora que o medo e o pânico foram finalmente apaziguados, eu estou come-
çando a sentir uma imensa quantidade de raiva. Ele admitiu. Era tudo o que podia fa-
zer para manter suas mãos trêmulas cerradas ao lado do corpo.
—Foi o cartel? Dimitri finalmente se atreveu a fazer a pergunta o que todos es-
tavam pensando.
Nikolai sacudiu a cabeça.
—Recebi garantias de que isso absolutamente não foi o cartel. Guzman disse
que ele não ganha nada por tentar matar Lena, e tudo por mantê-la viva e Yuri feliz. É
tudo sobre o dinheiro e recuperar o quadro para ele.
Ivan começou a andar.
—E quanto a este gasoduto, Yuri? Erin disse que há alguns grandes protestos
na Europa. Esses manifestantes estavam em todos os noticiários hoje. Seriam loucos o
suficiente para vir atrás de você? Para vir atrás de Lena?
Ele deu de ombros.
—Neste momento, tudo é possível. Relutantemente, ele admitiu: - Houve pro-

blemas com o gasoduto. Alguém está vazando histórias negativas para a imprensa. Eles
estão tentando acabar com o negócio. Eu pensei que poderia ser um dos investidores
que tentavam pular fora de uma forma dissimulada, mas está me parecendo menos
provável, pode ser alguém de dentro.
Dimitri soltou uma respiração ruidosa.
—E se ele não estiver relacionado com o gasoduto? Ele parecia hesitar em per-
guntar, mas fez de qualquer maneira. —Você fez um monte de inimigos ao construir
seu império. O que pode parecer insignificante para você, pode ser um momento de
mudança de vida para outra pessoa.
Yuri queria discutir com Dimitri, mas se conteve. Mesmo que ele nunca tivesse
feito um negócio sujo com um concorrente e sempre tentasse ser justo em suas nego-
ciações, houve momentos durante os primeiros anos de construção de sua empresa
que ele não foi particularmente agradável. Ele construiu sua riqueza cedo, engolindo e
falindo empresas, reduzindo sua força de trabalho, corrigindo suas falhas e as venden-
do com grandes lucros.
Arrastando uma mão na parte de trás do seu pescoço, ele infelizmente admitiu:
- Há provavelmente uma longa lista de pessoas que me odeiam por razões de
negócios.
—Eu acho que esse angulo que Dimitri sugeriu é o mais provável para esta ba-
gunça. Afirmou Nikolai. —Diga para a polícia e deixe-os correr atrás disso. Você vai
mantê-los ocupados e fora desta outra coisa.
Ivan fervorosamente concordou com o conselho de Nikolai.

—Ouça-me Yuri, a última merda que você precisa é detectives fuçando nos
problemas de Lena. A maneira mais segura, mais rápida de obter o seu pai morto é
deixá-los bisbilhotar onde não pertencem. Um tropeço do seu lado e esse cara... —Ele
balançou a cabeça e passou o dedo na garganta. —Eu não arriscaria.
—Eu não vou. Ele odiava a sensação de ansiedade ao longo de sua coluna ver-
tebral. Como Nikolai conseguia parecer sempre tão calmo, quando ele estava vivendo
no lado errado da lei, Yuri nunca entenderia. Ele finalmente compreendeu a razão pela
qual Ivan estava desesperado para escapar dessa vida. O estresse de manter as autori-
dades à distância do braço, ao tentar proteger Lena e sua família, lhe daria um ataque
cardíaco.
—E quanto a Vivian? Ivan dirigiu-se a Nikolai. —Erin está fora de si de preocu-
pação. Ela está com medo de que o cartel faça alguma coisa para machucar Vivian por
causa das conexões de seu pai.
A mandíbula de Nikolai contraiu.
—Eu tenho Kostya com ela. E o primo dela tem alguém cuidando dela o tempo
todo. De todos nós, ela é provavelmente a mais segura agora.
—Erin se sentiria melhor se Vivian viesse ficar conosco até que toda essa confu-
são passe. Kostya é bem-vindo para ficar com a gente também. Ivan entendia clara-
mente os dois viriam como um pacote.
—Verei se ela concorda com isso.
Ivan sorriu.
—Ela não vai ter escolha. Erin tem o dom de conseguir que as pessoas que ama
façam as coisas que são melhores para elas.
Yuri não tinha dúvidas disso nem por um momento. Erin parecia ser a mãe gali-
nha do grupo de mulheres. Não que Vivian, Lena ou Benny pareciam importa-se. Elas
pareciam compreender que era a maneira de Erin mostrar o quanto elas significavam
para ela.
A discussão tarde da noite chegou ao seu fim. Enquanto os homens saíam, Ivan
deu-lhe um abraço de urso que ameaçava explodir os pulmões, e Dimitri bateu-lhe nas
costas com tanta força que ele tinha certeza de que ele teria hematomas na parte da
manhã. Apenas Nikolai ficou para trás.
Sozinho com seu amigo, ele pegou a expressão tensa de Nikolai. Esperando o
pior, ele perguntou:
—O que foi?
—Guzman tem um novo prazo Yuri. Ele quer a pintura e o resgate que você
concordou em pagar em sete dias, ou ele quer que entregue o primo.
Ele ficou irritado. Ele não gostava desse cartel idiota colocando pressão sobre
ele, especialmente com a quantidade obscena de dinheiro sobre a mesa. Se fosse
qualquer outra pessoa, Yuri teria chamado ele pessoalmente e dito paras se foder.
Mas o homem tinha a vida do pai de Lena em suas mãos. Um movimento erra-
do e Yuri sentenciaria Joe Cruz a uma morte muito violenta, muito traumática.
—Você pode obter a pintura?
—Niels está trabalhando nisso. Ele conseguirá para mim, mas eu não posso
prever quando isso vai acontecer. Pode ser amanhã ou daqui a dois meses.
—Daqui a dois meses, Lena vai estar de luto pela morte de um membro da fa-
mília. Os olhos de Nikolai mostraram tanta tristeza. —Infelizmente, você vai ser o úni-
co a decidir qual deles precisará de uma lápide.
Horrorizado com o próprio pensamento, Yuri balançou a cabeça.
—Eu não posso fazer isso.
— Tente encontrar a pintura. Nikolai apertou seu ombro. —Ou eu vou ter que
tomar a decisão por você.
A frieza na voz de Nikolai o surpreendeu. Ele sempre soube que seu amigo não
pestanejava, mas ouvi-lo dizer que ele decidiria se enviaria o primo de Lena ao cartel
ou deixaria seu pai morrer lá? Ele levou em conta a vida que Nikolai viveu Yuri não po-
deria realmente compreender.
Sem outra palavra, Nikolai saiu de casa. Yuri trancou a porta e arrastou-se para
cima. Vasya sentou numa cadeira do lado de fora do quarto principal. Ele ouviu as vo-
zes suaves de Kelly e Lena vindos de fora da sala. Os dois conviviam-nos mesmos círcu-
los de boate e conheciam o suficiente um do outro para serem amigáveis. Ele não se
importava e ficou honestamente aliviado, pois ela tinha um rosto familiar em torno
dela agora.
Quando ele entrou no quarto, Kelly levantou-se. Sua regata transformou-se em
uma camisa de noite, Lena permaneceu no sofá aconchegante, no recanto de leitura.
Kelly parecia um pouco nervoso, então Yuri instantaneamente deixou o jovem à von-
tade com um sorriso. Mesmo assim, Kelly desejou a Lena boa noite rápido, e bateu em
retirada da suíte master.
Finalmente a sós com ela, Yuri sentou-se no sofá ao lado dela e esticou-se can-
sado, com as pernas doendo. Fechando os olhos, deixou cair à cabeça para trás contra
a almofada e inalou uma respiração longa e lenta. Lena apertou sua mão e arrastou-a
para o seu colo. Ela correu os dedos sobre os nós dos seus dedos, com um movimento
surpreendentemente suave.
Ele não queria falar sobre o tiro ou o cartel, mas eles tinham que discutir esse
terrível episódio em seu escritório. A última coisa que ele queria era falar sobre isso
tarde da noite a noite, mas tinha que ser feito.
Segurando seu olhar, afirmou o óbvio.
—Eu cruzei a linha. Estou muito triste por ter magoado você e eu vou tentar
duramente nunca fazer você chorar de novo.
—Você me machucou. Disse ela suavemente. —Eu gostaria de poder fazer você
entender como constrangedor e doloroso foi para mim encontrar esse arquivo estúpi-
do.
—Eu tenho uma ótima ideia de como foi terrível para você. Ele passou os dedos
pelo seu rosto. —Você pode me perdoar?
—Sim.
—Você me perdoa?
—Eu já perdoei. Ela apertou sua mão. —Isso não significa que eu não tenha
condições.
—Qualquer coisa.
Ela arqueou uma das sobrancelhas perfeitamente em forma.
—É uma oferta perigosa a fazer para um homem com o seu dinheiro.

Ele riu da sua resposta brincalhona. Mostrando a ela que ele estava falando sé-
rio, ele levou a mão aos lábios e deu um beijo em cada um de seus dedos. —Qualquer
coisa, Lena.
—Você tem que parar de tratar nossa relação como uma transação comercial.
Se você precisa me dizer que você está atrasado, ou terá que remarcar um encontro,
pegue o telefone e me ligue. Mesmo uma mensagem de texto seria melhor do que
mandar sua assistente. Se você quiser saber alguma coisa sobre mim, abra sua boca
maldita e me pergunte.
—Concordo. Absolutamente.
De mãos dadas, eles ficaram em silêncio confortavelmente. Yuri considerou
que a relação deles estava evoluindo. Ele perguntou-se se era hora de colocar todas as
cartas na mesa. Ele estava tão hesitante em dizer exatamente o que ele sentia por ela,
porque temia assusta-la, mas agora parecia bobagem esconder. Ele estava enfrentan-
do de igual para igual a porra de um cartel por ela. Se ela já não suspeitasse como ele
se sentia, ele ficaria chocado.
—Lena, não podemos continuar fazendo isso.
Ela ficou rígida. Com os olhos arregalados, ela perguntou:
—Você está terminando comigo?

—O quê? NÃO! Ele deslizou mais perto e colocou a palma da mão contra sua
bochecha. —Não, claro que não. Ele silenciosamente se amaldiçoou por ser tão desa-
jeitado. —O que eu deveria ter dito é que não podemos continuar tratando essa rela-
ção como se estivesse em uma fase de avaliação.
—Eu não entendi.
—Estamos avaliando os movimentos, como se este fosse um namoro normal,
quando é tudo menos isso. Não há quente e frio aqui, ou ligar e desligar. Eu sei que
você está com medo de tornar a mergulhar em algo sério tão rapidamente, mas eu
não estou.
Ela engoliu em seco nervosamente e manteve sua mão apertada.

—O que você quer dizer Yuri?
—Eu estou dizendo que aqui, agora, que você tem que decidir o que é que você
quer de mim. Levantando seu rosto, ele olhou para os grandes e belos olhos casta-
nhos. —Porque Deus me ajude mulher, estou apaixonado por você. Eu faria qualquer
coisa por você.
Ela piscou rapidamente, mas não conseguiu impedir as lágrimas de derramar
sobre os cílios e bochechas. Com voz rouca, ela disse:
—Você não precisa fazer nada para mim, só me ame. Isso é tudo que eu preci-
so.
—Você me quer?
—Sim. Muito. Ela sussurrou. —Eu estou me apaixonando por você e isso me as-
susta. Ela fez a confissão com uma voz trêmula. —Eu estou com tanto medo de colocar
toda minha confiança e amor em você. Eu fui machucada tantas vezes, mas você? Deu
Yuri, se você quebrar meu coração isso me esmagara.
—Nunca. Ele prometeu. —Nunca.
—Você diz isso agora, mas eu tenho tanta bagagem. Eu não sou uma pessoa fá-
cil de amar.
A vergonha enchendo sua voz fez seu coração doer. Pensou na mãe que a a-
bandonou, e o buraco na confiança e autoestima de Lena que esse ato tinha deixou
para trás.
—Olhe para mim. Ele a forçou a encontrar seu olhar, inclinando a cabeça para
trás. —Isso não é verdade. Estou achando muito fácil te amar, Yelena Cruz. Ele afastou
as lágrimas do rosto. —E você não é a única com bagagem, gatinha. Juntos vamos des-
cobrir uma maneira de corrigir um ao outro.
Ela sorriu tristemente.
—Isso pode levar um longo tempo.

—Eu não me importo. Beijou-a em seguida, tomando sua boca com todo amor
e paixão que sentia por ela; mulher bonita brilhante. —Porque eu tenho todo o tempo
do mundo para você.
Com um soluço de alegria, ela se jogou em seus braços. Felizmente, ele a segu-
rou e abraçou. Enterrando o nariz em seu cabelo ainda úmido, recém-lavado, ele respi-
rava aquele cheiro que ele tanto amava. Apesar do terrível rumo dos acontecimentos
que tinham acabado viver, Yuri nunca se sentiu mais perto dela.
Percebendo que ela precisava ser acolhida e acalmada após sua experiência
traumática, ele a persuadiu a ir para cama e apagou as luzes. Embalando-a contra o
peito, Yuri passava os dedos pelos cabelos e acariciou lhe o braço até que sua respira-
ção ficava mais e mais relaxada. Encheu-o com um forte senso de orgulho saber que
ela sentia-se segura em seus braços.
Para ele, o sono não veio tão facilmente. Sua mente corria, enquanto ele tenta-
va lembrar-se de cada pessoa que ele já tinha feito negócios de qualquer tipo. Havia
transações mais irritadas e tensas de negócios do que ele se lembrava de antes, quan-
do falou com seus amigos. Algumas recordações remotas o deixavam inquieto. Se ele
foi um babaca?
Mas quem iria guardar rancor por tanto tempo? Era mais de um negócio?
Yuri não conseguia explicar, mas isto parecia pessoal. Se alguém tivesse inte-
ressado em algum de seus negócios provavelmente não iria machucá-lo, a resposta
natural seria estar atrás do dinheiro dele. Sabotar o negócio do gasoduto? Agora, fazia
sentido olhando do ângulo de vingança.
Tentar matar Lena? Isso foi pessoal. Ele tinha a sensação de que alguém queria
machuca-lo. Ele tinha que concordar com Nikolai nisso. O cartel não ganharia nada em
matar Lena e esmagar sua alma. Lorenzo Guzman queria sua pintura e seu dinheiro.
Ele não tinha ligação com Yuri.
Então, por que direcionar a Lena? Por que tentar levar a coisa mais importante
do mundo para ele?
O pensamento o deixou perplexo a maior parte da noite. Ele caiu em um sono
profundo, mas acordava a cada meia hora ou algo assim. Era impossível para ele des-
cartar a estranha sensação de que as coisas estavam apenas começando a ficar perigo-
sas. De repente, quatro guarda costas e Sasha não seriam suficientes.
Quando Lena rolou para o lado dela, ele ficou de conchinha por trás dela. Ele
levantou a cabeça o suficiente para ver o relógio e gemeu baixinho. Logo seria hora de
acordar. Ainda não tinha descoberto o que diabos ele ia fazer para manter Lena segu-
ra. Ela não podia sair de casa, isso era uma maldita certeza. Ele não queria que ela pas-
sasse pelas janelas.
Ele tinha apenas cochilado quando o telefone de Lena começou a tocar. Ela
sentou-se e começou a golpear a mesa de cabeceira. Colocando uma mão reconfortan-
te em sua barriga, ele pediu em silêncio para ela relaxar. Ela passou a mão nos cabelos
e atendeu a chamada.
—Pai?
Yuri ouviu a conversa do seu lado. A partir do que falava, o pai dela não tinha
ideia do que tinha acontecido, e Lena não o incomodou com os detalhes. Ele sentiu
que ela queria poupar seu pai da preocupação.
Seu peito apertou quando ele pensou sobre os detalhes importantes que ele
não tinha falado para ela. O que Nikolai lhe contara sobre o prazo e as condições exigi-
das por Guzman tinha que ficar em segredo entre eles. Ele não iria sobrecarrega-la
com coisas além de seu controle.
Com Lena envolvida em seu telefonema, Yuri passou a mão pelo rosto cansado
e decidiu que não iria para o escritório hoje. Tudo o que precisava da sua atenção po-
deria ser cuidado em casa.
—Yuri?
A voz gentil de Lena interrompeu seus pensamentos. Ele olhou pra cima e viu-a
segurando o seu telefone branco que tocava. Ele não tinha sequer ouvido. Tomando
dela, ele sentou-se e estudou a tela. Esse código de discagem internacional pertencia à
única pessoa que ele queria desesperadamente ouvir esta manhã.
—Niels?
A risada divertida do outro lado confirmou que era o dinamarquês em questão.
—Eu errei ligando tão cedo em seu fuso horário. Tenho certeza que eu o acordei.
—Eu não me importo. Yuri não se atreveu a pensar numa boa notícia. —E en-
tão?
—Relaxe. Eu encontrei sua pintura.

Os níveis de estresse de Yuri despencaram.
—E?
—Não vai ser fácil tirar das mãos gananciosos de seu dono. Fiz uma oferta, mas
ele recusou. Não se preocupe, eu tenho uma ideia. Nós vamos ter que convocar o nos-
so clube de pôquer e eu acho que nós vamos precisar de um barco muito grande.
Yuri e Niels pertenciam a um grupo exclusivo de bilionários e milionários que se
uniam para jogar pôquer algumas vezes por ano. Seus jogos eram raramente abertos,
naturalmente todos queriam uma chance de jogar.
—Felizmente para mim, por acaso sei onde encontrar um barco muito grande.
Niels riu.
—Sim, eu pensei que você sabia. Então digamos sábado à noite?
—Sim.
—Eu vou fazer algumas chamadas e organizar para você. Vai ser melhor que
você não seja a pessoa a organizar o torneio.
Niels poderia querer um favor algum dia, mas ficar em débito com o magnata
dinamarquês valia a pena.
—Obrigado.
—Acredite em mim. Vai ser um prazer ver este burro pomposo derrubado.
A chamada terminou, e Yuri deixou cair o telefone sobre o lençol torcido em
torno de seus quadris e coxa de Lena. Ela acariciou seu braço. Ele não podia ver seu
rosto na escuridão, mas ele sentiu a preocupação dela.
—Está tudo bem, Yuri?
—Era Niels. Meu amigo, que sabe do mundo da arte. Esclareceu ele, caso tives-
se esquecido. —Ele encontrou a pintura.
—O quê? Sério? Oh meu Deus! Ela exalou um suspiro de alívio. —O que acon-
tece agora?
Ele rolou para o lado e acariciou sua bochecha. Usando as pontas dos dedos pa-
ra orientar-se no escuro, ele encontrou sua boca e lhe deu um beijo. Acariciando seu
pescoço, ele murmurou:
—Agora, eu vou fazer amor com você.
Ela estremeceu quando ele beliscou a curva sensível de seu pescoço.
—Eu vejo.
—Quando nós terminarmos. Ele deslizou a mão para baixo e ao longo de seu
quadril. —Você vai fazer a mala e vou leva-la para Mônaco.
—O que tem em Mônaco? Ela fez um gemido suave quando sua mão escorre-
gou entre suas coxas.
—Um dos meus iates. Explicou ao sondar sua buceta. Na verdade, ele está an-
corado lá.
—Ah! Ela agarrou seus ombros enquanto ele a penetrou lentamente e arrastou
o seu polegar em seu clitóris. —Oh! Mas, ah! Quanto a Sasha?
Yuri mordeu o lábio inferior.
—Ele vai ficar aqui. A última coisa que eu preciso é de um cão correndo selva-
gemente em um iate.
—Não. —Ela disse com uma risada. —Eu quis dizer no momento. Ela tem a ca-
beça na minha mão e está me assustando.
Yuri tirou sua boca longe de seu pescoço e olhou para a beira da cama. Ele po-
dia sentir a respiração pesada do grande cão flutuando em seu braço. Recusando-se a
ter sua transa atrapalhada pelo cachorro esta manhã, ele beijou o rosto de Lena.
—Eu já volto.
Estalando os dedos, ele pulou da cama e chamou Sasha para segui-lo. Ele abriu
a porta do quarto e mandou o cão para o corredor. Kelly pulou da cadeira quando Sa-
sha trotou por ele. Surpreso ao ver o ex-fuzileiro naval ainda acordado, ele escondeu
sua nudez com a porta.
—Você não deveria descansar um pouco?
—O sono não é algo que eu particularmente gosto hoje em dia.

Yuri entendeu o que o jovem queria dizer. Ele nunca tinha visto o tipo de infer-
no incessante da Marinha em seus vários passeios, mas ele poderia imaginar o quão
difícil era gerenciar os efeitos disso depois de deixar o serviço.
Claramente entendendo por que Yuri tinha colocado o cão para fora no corre-
dor, Kelly pigarreou.
—Eu acho que vou, uh... tomar um café.
—Você realmente deveria. Yuri fechou a porta e virou a fechadura. Ele não
queria que ninguém os incomodasse esta manhã.
Quando ele arrastou-se até Lena, ela riu furiosamente.
—Eu não sei como eu vou olhar na cara dele mais tarde.
—Do mesmo jeito que eu faço. Ele segurou a barra de sua camisola e arrastou-
a para cima e sobre a cabeça. Tirou por cima do ombro, e plantou seus joelhos em ca-
da lado de suas coxas. —Agora, onde eu estava?
Ele passou os lábios em todo o seu seio.
—Aqui?
—Um... um pouco abaixo. —Ela respondeu, brincando.
—Hmmm. Ele cantarolava apenas como brincadeira. —Eu estava aqui? Ele pon-
tilhada beijos para cima e para baixo em sua barriga nua.
—Hum...
—Não. Disse ele definitivamente. —Estou bastante certo de que eu estava por
aqui.
Deslizando sobre seu estômago, ele empurrou suas coxas e deu um beijo baru-
lhento bem em cima de seu clitóris. Ela ronronou e levantou os quadris. Lembrando
como lindamente e em voz alta, ela reagiu a suas atenções orais, ele maliciosamente
instruiu:
—Gatinha, tente não acordar a vizinhança inteira...

Capítulo Dezesseis
Eu tive que dar credito a Yuri. O homem tinha me prometido uma experiência
de viagem inigualável, e era exatamente o que ele tinha feito. Voar em um jato de
propriedade privada era tão incrivelmente agradável em comparação com as viagens
por companhias aéreas, sem contar com as filas e a espera nos aeroportos.
Jake, Derek, Vasya e Kelly vieram conosco e foram em outra seção. Eles foram
para seus assentos reclináveis lendo ou assistindo televisão com fones de ouvido.
No jato, eu tinha toda uma área de estar para mim, enquanto Yuri trabalhava
no escritório móvel, na parte traseira do avião. Os assentos eram confortáveis, e lan-
ches deliciosos foram servidos, comparado com os joelhos machucados e pretzels ob-
soleto do meu último voo comercial, isto era celestial.
Mas a melhor parte? Eu fui capaz de tirar um cochilo com a cabeça no colo de
Yuri, enquanto ele estudava os relatórios de ações e previsões. Quando ele me convi-
dou a deitar contra ele, eu não quis por vergonha. Alguns de seus funcionários esta-
vam viajando com a gente, e eu já tinha visto alguns olhares. Em seguida, pensei, eu
realmente não dou a mínima para o que as pessoas pensam. Yuri queria que eu rela-
xasse, e queria acariciar meus cabelos e me lembrar do quanto ele me amava. Esse era
motivo suficiente para eu me divertir.
Quando nós finalmente chegamos ao aeroporto francês mais próximo de Mô-
naco, fui surpreendida ao saber que iriamos de helicóptero para o iate. Saber que seu
iate tinha um heliporto, me fez imaginar o quão grande esse barco era. No meu pri-
meiro vislumbre do reluzente mega iate branco, eu quase desmaiei. Ouvindo algo des-
crito como, de quatrocentos metros de comprimento, tentei imaginar, mas vê-lo com
meus próprios olhos, era algo totalmente diferente.
A maldita coisa parecia um porta-aviões flutuante no Mediterrâneo. Surpreen-
dentemente, não era o maior barco ancorado lá fora. Avistei dois outros iates que fize-
ram o luxuoso navio de Yuri parecer bastante modesto, isso queria dizer algo.
Yuri aproximou-se mais, empurrando o ombro contra o meu, apontou para os
grandes barcos que haviam me deixado boquiaberta. Sua voz estava rachada em meu
ouvido falando através do sistema de comunicação de voo.
—Aquele é de propriedade de um xeique de Dubai. Cara legal. Jogador de polo
fantástico.
—E aquele? Fiz um gesto para o outro iate enorme.
—Oh, esse é o Pyxis. É o orgulho e a alegria de Mikhail. Ele deve ter visto a cu-
riosidade nos meus olhos. —Nós estávamos no exército juntos. Ele fez uma fortuna em
metais e minerais.
—Eu tenho que colocar minhas mãos em alumínio ou níquel. —Eu murmurei.
Ao meu lado, Yuri riu.
—Se fosse assim tão fácil.

O helicóptero começou a descer. Por instinto, fechei minhas mãos no meu colo.
Minha barriga deu uma guinada, e eu rezei para que o helicóptero não mergulhasse no
mar. Sempre atento às minhas necessidades, Yuri agarrou minhas mãos e segurou-as
contra o peito. Ele entrelaçou os dedos e sorriu calorosamente.
O helicóptero pousou sem incidentes. Quando os rotores finalmente pararam
de girar, a tripulação do iate estava muito elegante em seus uniformes brancos e cor-
reram para nos cumprimentar. Yuri aproximou e soltou meu cinto de segurança, antes
de arrastar os fones de ouvido da minha cabeça e pendurá-los em seu gancho.
Segurando minha mão, ele me levou para fora do helicóptero e para o helipor-
to. Fomos rapidamente levados para uma sala de recepção, onde o resto do pessoal
estava em filas, esperando para ser inspecionado. Jake e Derek vieram conosco no he-
licóptero, e foram levados por dois homens que pareciam ser os agentes de segurança
a bordo do navio.
Quando Yuri apresentou-me para o capitão e a tripulação, ouvi o helicóptero
decolar novamente. Um punhado de funcionários de Yuri, Vasya e Kelly estavam espe-
rando no aeroporto. Tentei me concentrar nos nomes rapidamente assinalados pelo
capitão da embarcação, mas eu tinha a sensação de que esqueceria metade deles.
Felizmente todos os membros da equipe usavam um crachá.
Um rosto na segunda fila chamou minha atenção. Eu nunca o conheci pessoal-
mente, mas seu rosto era familiar para mim por causa das fotos que eu tinha visto na
casa de Benny e na padaria.
—Johnny?
Ele sorriu para mim.
—Senhorita Cruz.
Sua resposta respeitosa me surpreendeu. Ele parecia tão diferente da imagem
mental que eu tinha criado dele a partir de diferentes histórias que eu tinha ouvido.
Notei que as tatuagens de gangue e algumas outras, tinham sido cobertas com asas de
anjo. O colarinho da camiseta polo escondia a maior parte delas, mas as pontas das
asas escapavam por cima. Aparentemente, ele estava fazendo um esforço consciente
para deixar aquela velha vida perigosa sua para trás.
Mesmo que eu querendo falar com ele, eu senti que não era o momento. Mais
tarde eu iria encontra-lo, mas agora, Yuri parecia decidido a me mostrar um pouco
mais do seu iate. A turnê a bordo me deixou em choque. Os elegantes e modernos
elementos de design davam ao barco a sensação de um hotel cinco estrelas.
—O que é isso? Yuri perguntou quando nós nos sentamos na sala de jantar pri-
vada, com vista para o belo mar calmo. Um pequeno café da manhã com champanhe
nos aguardava.
—Eu só percebi que provavelmente custa mais para encher o barco com com-
bustível para uma viagem, do que eu ganharia tipo... Um ano inteiro.
Ele parecia estar mentalmente calculando os custos.
—É provavelmente mais perto de dois anos.

—Ouch.
Ele empalideceu.
—Sinto muito.
—Está tudo bem. Eu sei o que você quis dizer. Eu desfraldei o guardanapo per-
feitamente plissado e drapeado em meu colo. —Não me entenda mal. É um pouco
desconcertante pensar na disparidade de nossa renda em termos reais.
—Mas? Acenou para os membros da tripulação que pairavam nas proximida-
des. —Vamos deixar que vocês saibam se precisarmos de alguma coisa.
—Sim, Sr. Novakovsky.
Quando eles foram embora, eu respondi a Yuri.

—Mas eu concordei em tentar não deixar as coisas sobre dinheiro me incomo-
dar, então eu vou sorrir, e fingir que eu não estou percebendo o que está lhe custando
para me ajudar.
Yuri inclinou-se e segurou a parte de trás do meu pescoço. Segurando meu o-
lhar, ele perguntou:
—Qual é a utilidade de todo esse dinheiro se eu não puder fazer coisas boas
com ele?
—Eu não estou certa que dar dinheiro a um cartel para resgatar meu pai de vol-
ta é uma coisa tão boa. Eu sussurrei em constrangimento.
—Será que vai fazer você sorrir ver seu pai são e salvo?
—Sim.
—Então, eu ficaria feliz em gastar dez vezes mais do que o fim de semana vai
me custar para ver você sorrir.
Ele quis dizer cada palavra e eu o amava por isso.

—Obrigada.
Ele bateu seus lábios.
—Beije-me e estará tudo certo.

Feliz e agradecida, eu me inclinei para frente e pressionei minha boca na dele.
—Eu te amo.
Com um sorriso maroto, ele empurrou as pontas delgadas do meu cabelo para
trás do meu ombro.
—Você só está dizendo isso porque você quer que eu entregue o meu cartão
de crédito, e libere você naquelas lojas de luxo em Monte Carlo.
—Você me conhece tão bem.
Ele brincou com a boca na minha.

—Eu não estou brincando. Estou levando você para uma viagem de compras
depois do almoço.
—O quê? Por quê?
—Porque eu quero agrada-la. Ele ergueu um dos pratos cobertos e começou a
servir a si mesmo. —Depois de ontem à noite, você merece.
Eu não tinha certeza sobre isso, mas eu não estava disposta a discutir com ele.
Ele mostrou imenso prazer em me banhar com coisas caras, coisas bonitas e eu gosta-
ria bastante receba-las. Correndo o dedo sobre a pulseira de ouro adornando meu pul-
so, eu decidi que este era um comprometimento que eu estava feliz de fazer por ele.
A experiência aterrorizante da noite passada me mostrou que a vida é muito
curta e malditamente imprevisível, para estar constantemente tentando adivinhar o
que pode acontecer. Yuri e eu teríamos discussões ocasionais e assuntos que prova-
velmente nunca concordaríamos, mas isso era apenas parte de um relacionamento em
constante evolução e crescimento.
E valia a pena. Deus, ele era assim. Valia a pena.

—Coma. Está ficando frio.
Escolhi entre as porções apetitosas que continham o prato e bebi o champanhe
fresco. Quando eu mordisquei um pouco de bacon crocante, peguei Yuri me olhando.
Sentindo-me constrangida, eu limpei a boca com um guardanapo.
—O quê?
Balançando a cabeça, ele recostou-se na cadeira para me observar melhor.
—Estou simplesmente pensando como é perfeito você estar aqui.
—Eu não sou nada perfeita…
—Você é. Ele pegou o garfo e colocou no prato. —Você não tem ideia de quan-
tas vezes eu estive neste iate.
—Com outras mulheres. Arrisquei um palpite.
Ele teve a decência de me olhar contrariado.
—Sim, mas eu nunca me senti assim. Com você, tudo isso parece... Natural. Ele
fez uma pausa e parecia estar pensando nas palavras perfeitas para descrever o que
sentia. —Tudo finalmente parece bem.
Eu o compreendia perfeitamente.
—Eu sei que isso vai soar piegas e excessivamente romântico por isso não ria.
—Nunca. Ele pronunciou, com um pequeno sorriso brincando em seus lábios.
—Eu honestamente não consigo imaginar passar por isso com mais ninguém.
Eu finalmente entendo por que Erin e Ivan ficaram juntos rapidamente. Sei por que
Benny pulou com os dois pés quando se tratava de Dimitri.
—Sim. Na verdade, eu suspeito que eu deva um pedido de desculpas a Ivan. Eu
não era exatamente a favor, quando ele me disse que tinha pedido a Erin para morar
com ele, após conhecê-la apenas por um mês.
—Foram cinco semanas.
Ele riu da minha correção.
—Tudo bem. Cinco semanas.
—E você me fez mudar para a sua casa depois de uma noite jantando taco em
um caminhão, e comer uma tigela de cereal!
Ele resmungou e esfaqueou uma fatia de melão com um garfo.
—Foi um pouco mais complicado do que isso.
Pensando em nossa selvagem semana juntos, eu assenti.
—Só um pouco.
Quando terminamos o nosso lindo café da manhã privativo, eu bocejei. Tínha-
mos deixado Houston ao meio-dia de quinta-feira, mas chegamos aqui na sexta-feira
de manhã. A diferença de fuso e a falta de um bom sono nos últimos dias começava
cobrar seu preço.
—Vamos nos estabelecer para que você possa tirar uma longa soneca. Disse
Yuri, enquanto me guiava através das salas públicas do iate aos corredores privados.
Eu esfreguei seu peito.
—E você?
—Eu tirei uma soneca no voo. Eu vou ficar bem.

Observei-o.
—Você tem certeza? Posso sentir a tensão em você.

Ele acariciou minha orelha.
—Você vai ter que fazer algo sobre isso mais tarde.
Corei.
—Sim, eu tenho certeza que eu posso pensar em alguma coisa.
—Estou confiante de que você vai.

Entramos na espaçosa suíte master. A vista para o mar me tirou o fôlego. Corri
através da sala de estar diante do vidro completamente limpo, para que eu pudesse
absorver tudo e realmente apreciar.
—Isso é tão bonito Yuri.
Chegando atrás de mim, ele me abraçou e apertou a bochecha dele contra a
minha. —Vamos velejar no verão. Há tantas praias maravilhosas que eu quero te mos-
trar.
Eu não tinha certeza de como iríamos ter férias com os nossos horários de tra-
balho, eu acredito que estarei empregada até o verão, mas eu confiava encontraria
uma maneira de tornar flexível.
—Eu realmente gostaria disso.
—Todas as malas foram desmanchadas. Tatiana, a empregada chefe, vai aten-
der a todas as suas necessidades. Há um cartão na mesa de cabeceira listando os ra-
mais dos membros da tripulação.
Um tremor de culpa me balançou.
—Eu não deveria gostar muito disso.
Yuri ficou na minha frente. Mãos em meus ombros, ele franziu a testa para
mim.
—Por que você diz uma coisa dessas?
—Meu pai está sendo mantido refém por um traficante louco, e meu primo te-
ve o braço quase arrancado por um cão na outra noite. Ambos estão esperando que
não sejam o próximo da lista de alvos de algum cartel assassino e eu? Fiz um gesto
para o brilhante mar azul. —Eu estou flutuando no meio do Mediterrâneo e aprecian-
do o tipo de vida luxuosa que a maioria das pessoas só podem sonhar Yuri.
—Eu particularmente não ligo para o que seu primo pensa de tudo isso, mas o
seu pai? Tenho certeza que seu pai gostaria que você apreciasse os poucos prazeres
que você pode encontrar agora. Ele te ama e ele quer que você seja feliz. Yuri arrastou
as pontas dos dedos pela minha bochecha. —Ele sabe que faremos tudo o que puder-
mos para levá-lo para casa.
—Eu sei.
Yuri inclinou meu queixo e traçou o seu polegar sobre meu lábio inferior.
—Quando tivermos toda essa feiura atrás de nós, vamos levar o seu pai com a
gente em um longo cruzeiro no Caribe. Como soa isso?
—Como um monte de diversão. Eu respondi com um sorriso.

—Bom. Então está resolvido. Agora você pode desfrutar desta viagem sem cul-
pa.
Eu tinha que sorrir para a maneira simplista que ele via as coisas. Não seria tão
fácil tirar a minha culpa, desligar, mas eu apreciei o seu conselho. Eu não poderia ima-
ginar meu pai decepcionado, ou ressentido, ou com raiva de mim por isso.
—Será que Derek acertou o seu telefone para que você possa receber e enviar
chamadas a partir daqui?
—Sim. Estou desesperada com a mudança de horário. Quando vou ouvir meu
pai de novo?
Ele olhou para o relógio.
—Ele chamara por volta das sete? Então será uma hora da tarde aqui.
—Ok.
Yuri começou a desabotoar os botões da frente da minha blusa.

—Eu quero que você fique confortável e descanse. Entendido?
—Sim. Olhei ao redor da sala em busca do armário onde eles provavelmente
arrumaram minhas coisas. Eu provavelmente deveria achar meu pijama.
—Não. Ele arrastou a minha camisa dos meus ombros e colocou sobre uma ca-
deira próxima. —As imagens de você nua na minha cama são as únicas coisas que vão
me seguir durante o meu dia no escritório.
Eu me preocupava com o negócio do gasoduto. Enquanto estávamos voando
para Paris, a notícia do tiroteio atingiu a imprensa. Eu queria pedir desculpas pela ba-
gunça que eu tinha arrastado até a porta, mas percebi que não ajudaria. Ele não queria
meu pedido de desculpas de qualquer maneira. Ele tinha deixado perfeitamente claro.
Fiquei parada, eu deixei ele me despir. Ele fez questão de acariciar e apertar
cada centímetro de carne que lhe interessava. Eu ri quando ele me tirou do chão e me
colocou na cama. Rastejando em cima de mim, ele agarrou meus pulsos e arrastou-os
sobre a minha cabeça. Eu experimentei a emoção ilícita mais deliciosa, de ser presa
por ele.
Ele deve ter lido isso na minha cara porque ele curvou a cabeça para o lado.
—Como você se sentiria se eu te amarrasse uma noite?
Lambi meus lábios.

—Só me amarrar? Nada estranho como palmada?
Ele riu suavemente.
—Acho que Benny andou dizendo histórias picantes e sujas de Dimitri.
Eu me contorci desconfortavelmente.
—Ela me disse algumas coisas.

—Relaxe gatinha. Não curto esse tipo de coisa. Eu não deixaria passar a chance
de amarrá-la e adorar essa porra de corpo sexy, mas isso é tudo que eu quero fazer.
A descrição do que ele queria fazer comigo deixou a minha boca seca.
—Nós realmente devemos tentar isso em breve.
Ele riu mais ainda e me beijou longa, dura e profundamente.
—Você é má! Está tentando me manter afastado das minhas reuniões de ne-
gócios.
Eu envolvi minhas coxas em torno de sua cintura e o puxei para baixo contra
mim.
—Eu não ousaria fazer uma coisa tão sorrateira e dissimulada.

Yuri capturou minha boca em um beijo sensual. Sua língua roubou a minha al-
gumas vezes. Chupando meu lábio inferior, ele mordiscou suavemente e me deixou
vibrando com luxúria.
—Mais tarde. Ele prometeu. —Mas agora eu realmente tenho que cuidar de
assuntos de negócios.
Eu sorri para ele e deixei minhas pernas deslizarem de volta para o colchão.
—Se houver algo que eu possa fazer para ajudar, por favor, me avise.
Ele afastou-se e puxou o lençol fino em cima de mim.
—Você se importaria de olhar alguns dos materiais que a minha equipa de Re-
lações Públicas está montando? Sei que as preocupações ambientais e energéticas
estão fora de sua área de especialização, mas você tem bons instintos.
—Claro, claro. Tenho certeza de que sua equipe tem tudo sob controle, mas eu
gostaria da oportunidade de ajudar e conhecer melhor o seu negócio. Seria bom ter
uma melhor compreensão sobre os problemas que você está enfrentando quando nos
sentarmos à mesa de jantar todas as noites.
—Está vendo? Ele disse com um sorriso satisfeito. —Agora você está falando
como se nós realmente fossemos parceiros.
Rolando do meu lado, eu assisti Yuri sair da sala. O sorriso vertiginoso puxando
os cantos dos meus lábios não poderia ser contido. Eu esperava que esta fosse uma
parceria que nunca terminasse.
Mais tarde naquela noite, eu estava reclinada em uma confortável chaise na

varanda isolada e totalmente privada fora da suíte master. A porta de correr entre os
dois espaços estava aberta. Yuri já tinha vestido seu pijama, tranquilo enquanto ele
conversava ao telefone com Niels. Eu não conhecia esse amigo dinamarquês indescri-
tível ainda, mas ele parecia ser um inferno de um cara para conseguir este torneio de
pôquer para Yuri.
Depois de uma tarde de compras e o mais delicioso jantar em um dos melhores
restaurantes do mundo, eu não queria nada mais do que descansar os meus pés dolo-
ridos e apreciar a suave brisa do mar. Uma pilha do material de relações públicas e do
prospecto para o gasoduto, estava no meu colo. A luz ao meu lado era iluminação sufi-
ciente para ler as informações detalhadas que me foram fornecidas.
Lendo os relatórios, vi notas de Yuri nas margens e na cópia original. Ficou claro
que ele estava extremamente envolvido, e tinha opiniões muito fortes quando ele en-
trava num negócio. Também ficou claro para mim, como vários níveis de gestão e a-
quisição havia entre Yuri e o resto de sua equipe de trabalho. Mesmo assim, a empresa
funcionava como uma máquina bem oleada.
— Não ficou entediada para dormir, ainda? Yuri tinha um sorriso em sua voz
quando ele saiu para o convés.
—Não é bem assim. Eu disse e mudei a pilha para a pequena mesa perto de
mim. Meu olhar lascivo percorreu seu peito sexy. Sem camisa e inundado pelo brilho
quente da lâmpada, ele parecia tão sexy. —Estou muito impressionada com a estrutu-
ra e organização que você tem. Se eu começar minha própria empresa, você vai ter
que me dar conselhos.
—Se? Ele se virou para mim e encostou-se na grade alta. A posição expunha as
ondulações de seu abdômen tonificado. —Há alguma dúvida de que você não vai en-
trar no negócio, por conta própria ou com Ty?
Dei de ombros e puxei meus joelhos em direção ao meu peito.
—Eu vou ter que ver o que ele tem a oferecer em nossa reunião remarcada.
—Como ele aceitou isso?
Eu bufei cruelmente.
—Ele fez questão de me enviar algumas mensagens melodramáticas depois
que eu postei fotos de nós dois fazendo compras juntos. Quero deixá-lo saber que ele
não está no meu nível, e que se ele quer um minuto do meu tempo, ele tem que me-
lhorar muito.
Yuri riu.
—Tenho certeza que ele achou divertido.

Pensei no texto colorido que ele me enviou.
—Claro. Vamos dizer divertido.
—Você acha que você pode trabalhar com ele, e ser honesta consigo mesma,
Lena? Não há nada pior do que estar no negócio com alguém que irrita os nervos e
testa sua paciência.
—Honestamente, eu realmente gosto de Ty. Acho que ele pode ser difícil às ve-
zes, mas o mesmo pode ser dito de mim. Deixando meu olhar de vergonha, eu confes-
sei. —Os seguranças do 716 me chamavam de Lady Dragão.
A gargalhada de Yuri chamou minha atenção. Cabeça jogada para trás, ele pra-
ticamente deu uma gargalhada daquele apelido embaraçoso.
—Lady Dragão, hein?
Revirando os olhos, eu lutei contra a vontade de bater nele com um dos relató-
rios mais grossos.
—Então, eu poderia ficar um pouco irritada às vezes.
—Irritada?
Pensei nos primeiros desentendimentos que tive com Yuri, antes de sermos
amigos e quando ele tinha totalmente me ofendido.
—Sim, eu acho que você me viu no meu pior.
—Sexy. Esclareceu ele. —Você não tem ideia do quão sexy você é quando você
cruza os braços e bate o pé.
Eu duvidei dele.
—Você está brincando.
—Não. Ele cruzou o convés e cutucou minha coxa com o pé descalço. —Vá mais
pra lá.
Eu, felizmente deslizei para o lado da larga chaise para que ele pudesse juntar-
se a mim. Quando ele estava descansou, eu me enrolei contra ele.
—Está tudo pronto para amanhã à noite?
—Sim. Ele passou os dedos pelo meu cabelo daquele jeito suave que eu amava.
—Niels já falou com o resto da turma Archer, Misha e Tari, eles estão plenamente in-
formados sobre a situação e a necessidade de me devolver à pintura.
—Porque você não pode fazer uma oferta nela?
—Niels já tentou. Ele também tentou como comprador anônimo, mas Jerry, o
homem que tem a pintura em sua posse, sabe que a pintura é quente. Ele não quer
que o tipo errado de atenção agora.
—Então, qual é o plano?
—Em uma feliz coincidência, Jerry vem tentando juntar-se ao nosso jogo de
pôquer há anos. Niels ofereceu-lhe um lugar, mas somente se ele entrasse com a pin-
tura.
Pensei nas maneiras que esse plano poderia dar errado.
—Você é bom no pôquer?

—Eu não sou tão bom quanto Mikhail ou Tari, mas eu sou bom.
—E se você perder?
—Isso não importa. Enquanto Jerry não ganhar, e ele não ganhará, a pintura vai
acabar em minhas mãos amanhã à noite.
—Você parece muito confiante.
—Eu me recuso a entrar nesse jogo sentindo nada menos que isso.
Essa era uma estratégia para manter a cabeça no lugar certo.
—Todos os seus amigos já estão na cidade?
—Eu vi um helicóptero voando para o iate de Misha algum tempo atrás. Tari
veio com ele, aparentemente, Archer e Niels estão em um hotel em Monte Carlo. Eles
nos convidaram para uma festa que eles estão dando, mas eu não quis ir.
—Por causa de mim?
—Não. Ele esfregou minhas costas. —Porque eu estou cansado e porque eu
acho que você não gostaria do tipo de festas que aqueles dois promovem.
Minha curiosidade não me deixava descansar.
—Hum... Que tipo de festa é essa?

Ele hesitou.
—Vamos apenas dizer que os dois são profundamente envolvidos em um certo
estilo de vida que envolve um monte de couro, coleiras e chicotes.
Apoiando-me em minhas mãos, eu olhava para ele.
—De jeito nenhum! Você tem amigos super excêntricos?
Ele riu.
—Estes dois fazem as fantasias de Dimitri parecer brincadeira de criança.

—Uau. Eu abaixei minha cabeça em seu peito, mas outro pensamento tomou
conta de mim. Segurando seu olhar, eu perguntei. - Você já foi a uma de suas festas?
Ele relutantemente concordou.
—Uma vez, sete ou oito anos atrás, eu fui para o clube privado que eles possu-
em em Londres. Foi uma experiência de abrir os olhos.
Sentindo-me oscilante e emotiva, eu desenhei as minhas iniciais em seu peito
nu.
—Gostou do que viu?
—Algumas coisas me despertaram, mas a maior parte delas estava muito fora
da minha zona de conforto para fazer... Não senti nada, só desgosto. Tive minha bunda
surrada o suficiente quando era uma criança e associo a dor apenas ao sofrimento.
Bastões, palmatórias e chicotes. Isso não me faz sentir nada.
Eu senti que ele não queria fazer uma viagem pela estrada da memória de sua
infância em um orfanato podre então deixei que o comentário passasse. Em vez disso,
eu me concentrei na parte que mais me interessava. Movendo meus dedos para baixo
na sua barriga, perguntei:
—O que você vê que o deixa excitado?
Como se estivesse lendo minha mente, ele mudou seus quadris.
—Niels me mostrou uma sala privada. Ele tinha um daqueles espelhos uni di-
recional, como você vê em salas policiais. Sabe nas salas de interrogatório? Pude ver
um grupo no quarto, mas eles não podiam me ver.
Meu coração começou a acelerar quando ele descreveu a cena picante. Eu des-
ci a minha mão sobre o tecido logo abaixo do umbigo.
—O que eles estavam fazendo?
—Havia quatro, três homens e uma mulher. Ele esclareceu. —Eles representa-
vam essa fantasia de interrogatório de maneira bizarra. Ao que parece, a mulher deve-
ria ser uma prostituta. Os homens eram policiais. Eles estavam fazendo muito bom uso
de suas algemas.
Enfiei a mão no seu pijama e me deparei com sua pele quente, nua. Meus de-
dos roçaram o calor do aço de sua ereção.
—Conte-me mais.
Sua respiração engasgou, enquanto eu agarrava seu pau e acariciava lentamen-
te.
—Foi a primeira e única vez, e eu nunca tinha visto uma mulher de verdade ter
mais do que um homem. Nem uma estrela pornô, você entende. Era intenso.
Eu deixei a minha mão movimentar para baixo e segurei seu saco. Não tenho
certeza se eu gostaria da resposta, fiz a pergunta que me preocupava.
—É algo que você quer experimentar na vida real?

Sua risada retumbou em seu peito e em minha bochecha.
—Não, acho que existem algumas fantasias que é melhor deixar naquele reino.
—Descendo, ele cobriu minha mão com a sua. Eu acho que provavelmente acabaria na
cadeia se eu tivesse que ver outro homem te tocando. Ele fez uma pausa. —A menos
que você queira…
—Não. Eu rapidamente interrompi. —Admito que a ideia seja bastante sexy.
Talvez eu desfrutasse assistir de longe, mas na verdade, deixar dois ou três homens
ficar comigo? Não, não é para mim.
Tenho certeza de que tem algo a ver com os lugares de que viemos, Lena. O
que outros acham ilícito e excitante perde um pouco de seu apelo erótico quando você
vê cafetões forçando as prostitutas em carros, serem utilizadas e degradadas.
O que ele disse fazia sentido. O tipo de violência que eu fui forçada a testemu-
nhar na minha jovem e tenra idade, não foi uma coisa boa. Sem dúvida coloriu minha
visão para todos os aspectos da minha vida.
—Mas eu não quero pensar nessas coisas feias. Yuri decidiu. —Quero fazer
amor com você aqui, no meio do Mediterrâneo.
—O quê? Aqui?
—Onde mais?
—Mas alguém pode ouvir ou nos ver!

—Está área do navio é bem escondida. Ele me arrastou para o seu colo. —
Quanto à outra, você simplesmente tem que tentar ser um pouco mais silenciosa do
que o habitual.
Eu gemia enquanto os lábios de Yuri faziam cócegas no meu pescoço.
—Eu não tenho certeza se posso fazer isso. Você me faz perder o controle.
—Oh, você sabe como acariciar meu ego. Ele empurrou minha mão contra sua
ereção. —Agora seja uma menina muito boa e acaricie meu pau.
—Assim? Eu apertei seu pênis duro e acariciei da base dele até a ponta.
Ele gemia alto.
—Assim…
—Antes de você ficar muito relaxado, você pode querer saber que eu não estou
com um preservativo esta noite. Então, se você tem um escondido em algum lugar em
seu pijama…
Seu rosnado frustrado causou arrepios em mim.
—Espere aqui. Eu já volto.
Nós nos separamos. Enquanto ele correu para o quarto, levantei a tempo de ti-
rar minhas roupas de noite e colocá-las na pilha de papéis. Descansando em cima da
chaise, coloquei meu rosto contra o meu braço e esperei que ele voltasse. A brisa fres-
ca tomou conta de mim. O som das ondas batendo contra o barco era trilha sonora
mais maravilhosa.
—Eu gostaria que você pudesse ver a si mesma agora.
Voltei a olhar para Yuri e o encontrei olhando para mim com amor e fome
queimando em seus olhos claros.
—Como estou?
—Deliciosa. Ele colocou um joelho na chaise. —Sexy. Como uma criatura de ou-
tro mundo. Ele beijou o caminho da minha panturrilha até minha coxa, e até a curva da
minha nádega. Eu inalei chocada quando ele deu uma mordida em minha bunda. Você
parece uma sereia de cabelos escuros.
Um suspiro de prazer escapou dos meus lábios quando Yuri acariciou minhas
costas e arrastou-me. Com a mão plantada ao lado de meu ombro, ele colocou a maior
parte do peso de cima de mim. Sua outra mão moveu-se entre as minhas coxas.
—Levante sua bunda para mim.

Eu obedeci. Quando a mão aplicou uma pressão suave nas minhas coxas, eu as
separei ainda mais. Enquanto ele mordiscava minha nuca e sussurrava coisas sujas,
Yuri usou os seus dedos hábeis para me deixar mais molhada. Eu agarrei o tecido do
chaise e rodei meus quadris enquanto ele me deixava em estado frenético.
—Você quer que eu foda você agora? Seus dedos me manipulavam me deixan-
do no limite. —Você quer meu pau, Yelena?
—Sim! Eu quero você. Eu quero você agora.
Seu gemido rouco me excitou. Ele afastou-se apenas o suficiente para embai-
nhar a si mesmo e, em seguida, agarrou meus quadris, me puxando sobre os joelhos.
—É melhor você segurar em alguma coisa, porque eu estou queimando por você. Eu
não posso segurar.
Isso era todo o aviso que recebi antes que ele empurrasse em mim. Gemendo,
insisti. —Não se reprima. Eu quero você. Tudo de você.
Ele emaranhou a mão no meu cabelo e encontrou um ritmo rápido e duro, que
fez meus dedos doerem. Agarrando o encosto da cadeira e a almofada, eu segurei co-
mo se minha vida dependesse disso, quando Yuri enterrou em mim por trás. O ângulo
perfeito de sua penetração acertou todos os pontos certos. Eu pressionei meu rosto na
almofada e uivei de puro deleite, quando as primeiras ondas de êxtase penetraram
minha buceta.
Mas isso não foi o suficiente para ele. Ele parecia determinado a fazer-me gozar
novamente e novamente. Sua mão deslizou à minha frente e para baixo, no ponto on-
de nossos corpos estavam unidos. Meu clitóris inflamado ainda pulsava pelo primeiro
orgasmo poderoso, quando ele começou a rolar as pontas dos dedos em todo clitóris
inchado.
Eu gritei o nome dele na almofada e orei para que a Guarda Costeira não esti-
vesse prestes a invadir o barco. Meus seios doloridos roçavam o tecido áspero da chai-
se. A sensação áspera deixou meus mamilos formigando. Todas as terminações nervo-
sas do meu corpo pareciam eletrificadas agora.
Quando cheguei ao clímax, pela terceira e última vez, eu quase não fiz um baru-
lho. Um grito estridente foi tudo o que consegui quando Yuri enterrou na minha buce-
ta. Ondas arrebatadoras caíram em cima de mim de novo e de novo, me arrastando
em correntes felizes até que eu mal conseguia puxar uma respiração de meus pul-
mões.
Com um impulso final, poderoso, Yuri encontrou a sua libertação. Ele empurrou
rapidamente e gemeu meu nome repetidas vezes antes de cair nas minhas costas. Ca-
ímos na almofada. Depois de alguns momentos, Yuri encontrou força suficiente para
rolar para fora de mim e para o lado. Senti afastar-se apenas o suficiente para lidar
com as necessidades antes de me abraçar em conchinha.
Ofegante e tremendo, nós entrelaçamos os dedos contra a minha barriga. Ele

deu um beijo na minha bochecha antes de rir baixinho.
—Nós vamos ter sorte se Vasya não derrubar a porta nos próximos dez segun-
dos. —Ele beliscou minha bunda. Eu pensei que você ficaria quieta?
Olhei para ele e encostei-me ao seu quadril.
—Eu pensei que você seria suave comigo.

—Nunca. Ele sussurrou. —Eu pretendo fazer, cada vez que estivermos juntos,
de uma maneira que você vai sempre se lembrar.
Eu estava confiante de que ele não teria nenhuma dificuldade para alcançar es-
se objetivo.
Capítulo Dezessete
—Você está pronto para isso?

Yuri terminou de prender sua abotoadura e contou com a visão de Lena enro-
lada apenas numa toalha branca e fofa. Seus lábios carnudos estavam ainda um pouco
inchados pelo boquete perverso e perfeito que ela tinha acabado de dar a ele. Ele ten-
tou apagar a imagem erótica em sua mente.
Sorrindo maliciosamente, ele disse:
—Gatinha, depois do amuleto de boa sorte que você me deu no chuveiro, pos-
so enfrentar qualquer coisa.
Ela riu e passou os braços ao redor da minha cintura. Fechei os olhos e senti a
sensação de seu corpo pequeno, quente pressionado contra o meu.
—Eu realmente amo você por fazer isso.
Ele sorriu calorosamente.
—Eu sei que você ama.

Certo de que ela estava preocupada, ele acariciou o braço dela.
—Eu quero que você fique na suíte máster esta noite. Já providenciei um jantar
especial para você, mas eu dei ordens de retira-lo depois de duas bebidas. Ele brincou.
—Eu me lembro do que aconteceu da última vez que você estava com raiva de mim.
Ela revirou os olhos e bateu em meu braço.
—Você nunca vai me deixar esquecer que eu liguei para você bêbada?
—Nunca. Ele disse com um sorriso e beijou meu rosto. Ficando sombrio, ele a-
crescentou: - Tenho certeza de que o dossiê estúpido que eu pedi, provavelmente será
algo que você nunca vai me deixa esquecer.
Um sorriso triste apareceu em seus lábios.
—Eu quero dizer que eu nunca vou trazer à tona, mas não vou fazer promessas
que não posso cumprir. Tenho certeza de que em algum momento você vai me irritar e
eu vou acabar falando sobre isso.
—Eu sei o quão superficial me faz parecer, mas eu realmente não achei que ele
a machucaria quando eu pedi para ser feito. Eu simplesmente vi como uma maneira
rápida de obter as informações que eu queria para que eu pudesse compreendê-la.
Bastava falar sobre o seu erro colossal que o seu estômago agitava-se doloro-
samente, mas Lena acalmou a dor com um aperto suave de sua mão.
—Eu sei por que você fez isso e eu acredito em você quando você diz que não
percebia como isso explodiria em meu rosto. Espero que você não faça algo assim de
novo.
—Eu aprendi a lição.
—Bom. Ela pulou para cima da pia de mármore para assisti-lo terminar de se
vestir. —Isso é uma roupa terrivelmente bacana para um jogo de pôquer.
—Niels define o código de vestimenta. Prefiro relaxar em uma camisa polo e
jeans, mas Niels prefere joguemos como cavalheiros.
—Uhuh. Disse ela secamente. —Esse cara Niels parece um pouco pretensioso.
Yuri riu.
—Você não tem ideia.
—Mas ele é um bom amigo para fazer isso por você.
—Um amigo muito bom. Ele concordou. —Fora Nikolai, Dimitri e Ivan, ele é um
dos poucos homens verdadeiramente de confiança.
—Mesmo que ele seja um bastardo pervertido sujo? Ela perguntou com um
sorriso atrevido.
—Especialmente porque ele é um canalha pervertido sujo. Respondeu Yuri an-
tes de mergulhar para um beijo. —Prometa que você não vai sentar-se aqui e preocu-
par-se toda a noite. Tenho tudo sob controle. Nós vamos conseguir a pintura esta noi-
te. Nikolai vai organizar tudo uma vez que a pintura esteja segura. Amanhã vamos voar
para o México para resgatar o seu pai.
Esperança brilhou nos seus olhos escuros.
—Eu não vou me preocupar. Basta concentrar-se em jogar uma maldita boa
mão de pôquer.
—Feito.
Quando ele tomou sua boca desta vez, deu um puxão na toalha. Quando as ex-
tremidades úmidas da toalha caíram para longe de seu corpo, ele passou as mãos por
todas suas curvas exuberantes. Ele segurou o seu peito e levemente beliscou seus
mamilos entre as pontas dos dedos. Ela chiou, mas não de dor. O jeito que ela arqueou
em seu toque, lhe disse que gostava da pequena mordida de desconforto. Inclinando-
se, ele acalmou o pico avermelhado com a língua.
Ela correu os dedos pelos cabelos.
—Yuri…
Ele mordeu suavemente e a fez gritar.
— Receio que não há tempo para terminar isto.

—O quê? Ela olhou para ele. —Você realmente vai me deixar quente e excitada
e partir?
Ele sorriu maliciosamente.
—É um jeito de garantir que você estará pensando em mim a noite toda.
Ela sorriu.
—Oh, eu não sei sobre isso. Tenho certeza de que, com um rápido telefonema
eu poderia ter uma dúzia de tripulantes alinhados nessa porta implorando para me dar
um pouco de seus serviços.
Ele sabia que ela estava brincando, mas a pontada de ciúmes era real.
—O primeiro homem que toca-la é melhor ser um ótimo nadador porque vou
jogar sua bunda ao mar eu mesmo.
Ela revirou os olhos e deu um tapinha no peito dele.
—Há o homem alfa das cavernas de novo.
—Eu não ouvi você reclamar sobre este homem das cavernas alfa quando está-
vamos na varanda na noite passada. Ele deixou passou a mão na sua barriga nua e nas
suas coxas. Quando ela apertou com força, ele levantou uma sobrancelha.
—Estou sendo inconveniente?
Seu pequeno sorriso sexy deixou seu coração acelerado. Ela estendeu a mão e
agarrou sua ereção através de suas calças.
—Você disse que não tinha tempo para terminar o que tinha começado. Prefiro
esperar aqui, sem fôlego, até que você tenha tempo para fazer direito.
Ele conteve um gemido.
—É melhor este jogo não durar até o sol nascer.
Abandonando seu pau latejante, ela estendeu a mão e ajeitou o colarinho de
sua camisa.
—Você sabe que eu vou ter Johnny espionando você, certo?
Ele riu.
—Eu presumi. Você já teve a oportunidade de falar com ele?

—Ele deve passar por aqui mais tarde para que possamos discutir o casamento
de Benny. Erin me enviou uma lista de tipo... Trinta coisas que eu tenho que cuidar
incluindo tirar a medidas dele para seu smoking.
—Ela está levando isso a sério, o planejamento do casamento.
Lena deu de ombros e desceu da pia.

—Ela sempre foi boa para esse tipo de coisa. Você já esteve em alguns dos jan-
tares e churrascos que ela organizou na casa de Ivan. Ela é como um clone de Martha
Stewart.
Ele deu uma última olhada nas curvas deslumbrantes de Lena, antes de entrar
no armário para colocar seus sapatos.
—Por que Erin não muda para o planejamento, em vez da contabilidade de e-
ventos?
—A segurança do emprego, eu acho.

Yuri calçou seus sapatos e mexeu os dedos dos pés.
—Mas ela saiu da firma em tempo integral, quando ela se mudou com Ivan,
não?
—Sim.
—Segurança no emprego para que? Ele resmungou.
—Eu não tenho certeza de que existe mais. A maioria das pessoas com quem
me formei na faculdade, já está em seu segundo ou terceiro emprego. Isso é uma lou-
cura quando você considera que a maioria de nós ainda está com vinte e cinco anos.
Yuri beijou a bochecha dela ao sair do banheiro.
—Mais uma razão para você trabalhar para si mesma. Não deixar outra pessoa
decidir se você estará recebendo um salário na próxima semana.
Ele a pegou revirando os olhos no reflexo do espelho enquanto o seguia.
—Falou o bilionário.
—Falou o bilionário, que começou com nada além de um empréstimo de um
velho homem que acreditava nele. Yuri lembrou.
—Que velho? A ficha caiu. —Feodor?
—Depois que eu paguei de volta o empréstimo e os juros, ele se se recusou a
receber um centavo, a menos que ele fosse contratado por mim. Eu até tentei conven-
cê-lo a investir, mas ele estava feliz vivendo sua confortável vida tranquila.
Ela encostou-se no batente da porta.

—Eu preciso me encontrar com um homem velho com dinheiro para me em-
prestar.
Sorrindo, Yuri a prendeu ali mesmo e roçou sua boca contra a dela.
—Você já tem um velho aqui disposto a emprestar o que você precisar.
Seus olhos arregalaram-se.

—Yuri, eu estava brincando.
—Eu não estou.
—Mas...
—Nós vamos discutir isso mais tarde. Uma vez que você saiba o que você quer
fazer com o seu futuro. Ele emendou.
—Sim, com certeza iremos discutir isso mais tarde. Ela parecia entender que
não haveria vencedor nesta rodada.
Como Yuri estava preocupado, não haveria discussão. Quando ela estivesse
pronta para começar por conta própria, ele seria o único a financiar seu novo empre-
endimento. A última coisa que ele queria, era que Lena começasse seu novo negócio
com o peso de uma dívida em seus ombros. Não havia nenhuma dúvida em sua mente
que ela ia fazer sucesso, em qualquer coisa que ela tentasse, ele considerou o risco
mínimo. Não que qualquer quantidade de risco o impediria de apoiá-la.
—E você não é um homem velho. Ela correu o polegar pela boca. —Antigo, sim.
Velho? Não.
—Eu estou com cara de quarenta.
—Uau. Poderia ser um pouco mais dramático?
—Provavelmente.
Ela bateu em seu peito.
—Por que você não deixa o seu velho ranzinza de lado e ganha essa pintura?
Ele sorriu com indulgência.
—Sim, querida.
—E então? Eu embosquei Johnny quando ele apareceu na porta pela segunda

vez naquela noite.
Ele deslizou para dentro da suíte máster e fechou a porta atrás de si. Sua ex-
pressão séria me contou tudo.
—Não está indo tão bem para Yuri, mas o outro cara russo, ele tem uma mão
boa, eu acho.
—Merda.
—Não se preocupe. Yuri ajudará você. O cara nem me conhecia, mas ele me
salvou a vida, por me tirar de Houston. Se ele fez isso por mim apenas para ajudar Di-
mitri, você não tem nada para se preocupar Lena.
Johnny tinha razão. Sentindo-se mais calma, fiz um gesto para que ele me se-
guisse para a suíte.
—Tatiana me trouxe uma fita métrica, enquanto você estava correndo lá para
espionar o jogo. Vamos tirar suas medidas para Erin sair do meu pé.
Ele riu.
—Benny mandou mensagem para mim também.
Peguei a agenda de couro pequena que ficava na minha bolsa e abri na página
que eu tinha rabiscado o modelo com as instruções de Erin. Com a fita métrica na
mão, comecei pelos seus ombros e fui tirando todas as medidas, enquanto nós conver-
samos.
—Então você gosta de trabalhar em iates?
—Foram apenas alguns meses, mas eu estou começando realmente a apreciar.
Estou visitando lugares que eu nunca imaginei que eu veria, e aprendendo coisas úteis.
Com a voz um pouco trêmula, ele admitiu: - Eu estive conversando com o capitão so-
bre uma academia marítima.
—Sério? Isso é ótimo.
—Parece que a polícia arquivou todas as acusações contra mim, então eu sou
legalmente limpo. Ele dobrou os braços para que eu pudesse medir adequadamente.
—Às vezes eu não posso acreditar o quão sortudo eu fui de escapar do carro vivo sem
ir para a cadeia.
—Eu tenho certeza que isso ajudou para que os homens que dispararam em
você e seus amigos fossem pegos em flagrante atacando sua irmã e Dimitri e quei-
mando a padaria. Pelo que Benny me disse, tudo fez com que pudessem fazer um a-
cordo, uma das razões de Jonas Krause estar ferrado.
—Você acha que ele vai para a prisão pelo que fez?
—Sim, mas eu duvido que vá ser por muito tempo ou em um lugar muito ruim.
Ele conhece um monte de pessoas nos lugares certos.
—Sim. Eu acho.
—Segure a ponta da fita métrica. Eu entreguei a ele e fiz um gesto para sua
postura. —Eu não vou colocar a minha mão em qualquer lugar do irmão da minha a-
miga.
Johnny riu e segurou a fita firmemente no lugar.

—Eu não quero a sua mão lá. Sério, Yuri chutaria a minha bunda no oceano, se
ele descobrisse isso.
Eu bufei e tirei a medida. —Ele fala, mas eu duvido que ele realmente o jogue
ao mar.
Johnny inclinou a cabeça.
—Ele não é o tipo de cara que faz ameaças vazias e eu não estou disposto a
descobrir. Eu sou um nadador bom, mas eu não sou bom o suficiente para chegar até a
praia.
Rindo, eu terminei as suas medições e anotei seu tamanho de sapato.
—Erin diz que vai cuidar de tudo. Tudo que você tem a fazer é chegar com o ia-
te.
—Eu vou fazer isso. Ele hesitou. —Hum, você sabe minha irmã está... Ele apon-
tou para o seu estômago.
—Ela não tornou de conhecimento público ainda. Yuri não parece saber ainda.
Só sei por que eu estava lá quando percebi que ela estava grávida.
—Ela está bem? Quero dizer, está saudável?

—Ela parece bem. Cansada e enjoada, mas isso é normal. Eu esfreguei o ombro
dele. —Dimitri vai cuidar dela. Você não tem que se preocupar.
—Ela é toda a família que me resta. Tenho que me preocupar. Mas eu sei o que
quer dizer sobre Dimitri. Não há outro cara que eu confio para realmente cuidar dela.
Inferno, ele tomou mais cuidado com ela do que eu já tive.
Eu estava certa de que concordar com ele só o faria sentir-se pior. Em vez disso,
eu disse:
—Dimitri a ama muito e ela realmente o ama. Eles vão ter uma maravilhosa vi-
da juntos.
—Ambos merecem.
Eu pensei sobre o quão difícil deve ter sido para Johnny estar do outro lado do
mundo longe de sua irmã. Os dois irmãos tinham um histórico complicado, mas estava
claro que eles se amavam.
—Você sabe, talvez em um ano mais ou menos, toda essa besteira de Herma-
nos será água debaixo da ponte, e você poderá voltar para Houston para visitas mais
longas.
Acredito que sim. Ele entregou a fita de volta para mim.
—Terminamos?
—Sim.
—Você quer que eu continue atualizando você esta noite?
Olhei para o relógio e balancei a cabeça.
—Já é muito tarde. Você deve ir para a cama. Seu dia começa muito mais cedo
do que o meu.
Johnny acenou com a cabeça e dirigiu-se para a porta.
—Obrigado por me medir. Vemos-nos por aí, Lena.

—Boa noite, Johnny.
Sozinha na suíte, eu decidi tomar um copo de vinho na varanda e desfrutar da
brisa do mar. Quando fiquei confortável na chaise, tive flashbacks de memórias peca-
minosamente sensuais de Yuri me atormentando. As coisas que ele me fez!
Um som da suíte máster interrompeu meus pensamentos picantes. Eu ainda
prestei atenção e escutei. Foi à porta fechando?
Deixando de lado o meu copo de vinho, levantei e caminhei para a porta de
correr aberta. Olhei ao redor do quarto espaçoso, mas não vi ninguém.
—Yuri?
Quando entrei no quarto, os cabelos finos na parte de trás do meu pescoço es-
tavam arrepiados. Eu podia sentir a presença de alguém no espaço. Engolindo nervo-
samente, eu dei mais um passo para dentro do quarto.
—Olá?
Não houve resposta.
Eu caminhei para o telefone, totalmente com a intenção de chamar um dos
guarda-costas para subir e verificar o quarto. Quando cheguei ao telefone, um grande
envelope pardo na cama chamou minha atenção. Meu nome estava impresso na fren-
te em letras vermelhas brilhantes. De onde diabos veio isso?
Agora eu sabia que alguém tinha estado aqui, isso me assustou muito. Peguei o
telefone e disquei o ramal da equipe de segurança. Um momento depois, uma voz
masculina rouca respondeu.
—Sim?
—Kelly, por favor, venha até o nosso quarto?
—Está tudo bem?

—Hum, não estou certa. Depressa.
A linha ficou muda. Eu deixei cair o telefone no gancho e cuidadosamente pe-
guei o envelope. Eu ainda estava olhando para a maldita coisa, quando houve uma
batida insistente na porta da suíte. Corri para a porta e abri.
Seu rosto era uma máscara de preocupação, Kelly correu para dentro. Ele agar-
rou meus ombros.
—Você está bem? Qual o problema?
Fechei a porta e mostrei o envelope para ele.
—Eu saí na varanda para tomar uma bebida e eu ouvi um barulho. Como se al-
guém estivesse aqui. Quando entrei para investigar, eu encontrei este envelope na
cama.
Ele apontou para o envelope.
—O que está escrito?
—É o meu nome.
—Você vai abri-lo?
—Não.
—Você não vai abrir?
—Talvez.
—Alguém estava disposto e arrisca-se a ser pego para colocá-lo aqui. Eles, ob-
viamente, queriam que você lê-se.
—Quem faria isso?
—Eu não sei. Admitiu Kelly. — Mas ele conseguiu chamar minha atenção. De-
pois que alguém tentou atirar em você no quintal de Yuri, não estou emocionado com
a ideia de que alguém foi capaz de chegar tão perto de você.
—Tem que ser alguém da tripulação. Olhei para ele com outro pensamento a-
terrorizante me atingindo. —Ou um de vocês, guardas de segurança.
Eu vi choque um sua expressão relaxada.
—Você não acha que... quero dizer, de jeito nenhum. Vasya e eu estamos jun-
tos todo o dia e toda a noite em uma seção diferente do navio.
Eu mordi meu lábio inferior. Eu odiava dizer, mas eu tinha que perguntar.
—E Derek e Jake?
—Derek estava lidando com a chegada dos convidados de pôquer e Jake estava
com os guardas que seguem os outros VIPs. Kelly cortou o ar. —Não há nenhuma ma-
neira de ser um de nós.
—Quem mais está a bordo?

—Há cinco pessoas da empresa de Yuri na seção de convidados. Eles eram os
únicos que estavam trabalhando, a equipe de Relações Públicas e os caras do gasodu-
to.
—Eles estavam caminhando pelo navio hoje à noite?
—Não nesta seção. Disse Kelly, confiante. —A única maneira de acessar esta
área é com um cartão-chave ou com uma impressão digital. Todo mundo que vem a
este setor privado é registrado no sistema de segurança.
—Isso é um bom lugar para começar.
—A menos que alguém roubou um cartão de acesso. Alertou. —Eu não vou a-
cusar alguém a menos que eu tenha uma prova real. Ele olhou ao redor da sala. —
Deixe-me ver o resto da suíte. Talvez exista alguma outra prova.
Enquanto Kelly começou a bisbilhotar a suíte, sentei na beira da cama e exami-
nei o envelope. Coloquei contra a luz. Minha curiosidade levou a melhor sobre mim.
Cuidadosamente, eu abri o envelope e peguei uma folha de papel e uma fotografia
brilhante de dentro.
Eu olhei para a foto. Era uma impressão em preto e branco de uma cena incri-
velmente sombria. Era uma fábrica? Um armazém abandonado? Eu não poderia real-
mente dizer. Havia escrita e logos visíveis em caixas, caixotes quebrados e tanques
vazios, me pareciam que a foto tinha sido tirada em algum lugar na Rússia.
A carta era impossível para eu decifrar. O pouco de russo que eu aprendi com
Vivian não tinha utilidade para mim. Eu podia ler algumas palavras, mas nada de útil.
Vi os nomes de Yuri e Nikolai em alguns trechos nitidamente impresso, mas nada mais.
—E então? Kelly estava por perto. Eu senti que ele estava em pé atrás para ver
o conteúdo. Como eu, ele viu que havia só algumas coisas que poderiam ser lidas.
Mesmo que eu não tivesse uma ideia do que esta nota queria dizer, claramente
tinha algo a ver com o Yuri e Nikolai no passado, eu menti para Kelly.
—Eu não sei o que significa.

—Devo chamar Vasya?
—Não. Eu não podia confiar a guarda de informações que eu não podia nem
ler.
—Devo chamar Yuri?
Eu queria muito Yuri aqui, mas não era o momento certo. Sim, alguém estava
tentando me assustar e fazendo um trabalho muito bom nisso, mas eu não estava em
perigo iminente.
—Não, ele tem o suficiente de preocupações. Isto pode esperar.
Kelly não pareceu gostar dessa resposta.

—Eu não tenho certeza que é uma boa ideia. Ele vai me matar quando ele des-
cobrir que eu não disse isso a ele a noite toda.
—Eu vou lidar com ele. Basta descobrir quem diabos estavam em nosso quarto.
—Estou colocando Vasya na porta. Esse grande tanque russo irá mantê-la a sal-
vo.
Sorri para sua descrição do homem gigantesco. Ainda assim, eu tinha que ter
certeza.
—Você tem certeza que Vasya estava com você à noite toda?
—Nós não ficamos fora de vista um do outro desde que chegamos a este iate.
—Ok.
—Ouça-me, eu prometi a Dimitri que protegeria você e Yuri. Eu não quebro mi-
nhas promessas.
—Obrigada.
Kelly ficou ele mesmo na porta até que Vasya subiu para assumir o cargo de
guarda. Eu os ouvi falando baixinho no corredor. Alguns momentos depois, Vasya ba-
teu e abriu a porta.
—Posso entrar?
Ele ainda não tinha dominado as partes mais refinadas do Inglês, mas eu não
tinha dúvida de que ele iria. Qualquer pessoa que poderia falar e ler duas línguas dife-
rentes com dois alfabetos diferentes ganhou respeito por mim.
—Claro. Acenei que entrasse.
Ele cruzou o quarto, fechou e trancou a porta da varanda.
—Não há mais varanda esta noite. Tudo bem?

—Ok.
—E eu verifico que a cada meia hora.
—Isso é bom.
Finalmente sozinha, eu fiz a única coisa que eu conseguia pensar para resolver
o mistério da carta. Eu tirei uma foto com o meu celular e enviei para Vivian.
Alguma aberração deixou isso na minha cama. O que diabos quer dizer?
Depois que enviei a mensagem, eu calculei a diferença de tempo. Vivi estava,
provavelmente, se preparando para o serviço de jantar à noite no Samovar. Se ela vis-
se a mensagem antes de eu ir para a cama, seria um milagre.
Sentindo-me desconfortável, mas segura com Vasya tão perto, eu deitei na ca-
ma e liguei a televisão. Encontrei um canal internacional de notícias que transmitia em
espanhol, aumentei o volume apenas o suficiente para eu ouvir. Tentei prestar aten-
ção às notícias, mas eu não conseguia fazer minha cabeça parar de pensar.
Havia algo de muito errado aqui. Eu estava convencida de que o tiroteio em
Houston na casa de Yuri estava relacionado com o cartel Guzman, que era uma cobra
desagradável que não pensaria duas vezes antes de utilizar esse tipo de tática de inti-
midação. Mas agora eu percebi o quão errada eu estive com a minha primeira suposi-
ção.
Eu comecei a me perguntar se não havia algum plano maior em jogo aqui. O
cartel, o sequestro do meu pai, Tommy recebendo o telefonema sobre o quadro? Foi
muito fácil. Coloque a tentativa de sabotagem do oleoduto de Yuri, e teríamos os in-
gredientes para o enredo de um romance de suspense que eu amava tanto.
Meu olhar caiu no envelope ao lado da minha mão. Passei o dedo sobre o item
de aparência inócua, e pensei na foto e no que a carta continha. Essas eram as chaves
para essa coisa toda.
Eu pulei quando meu celular começou a tocar. Com a mão sobre o coração aos
pulos, peguei o telefone e olhei para a tela. Aliviada, eu rapidamente respondi:
—Vivi!
—Você já mostrou essa carta para alguém? Sua voz em pânico fez meu coração
disparar ainda mais rápido.
—Não, por quê?
—Me escute com muito cuidado. Destrua a foto que você recebeu. Ninguém
pode vê-la. Você entende?
—Vivian, você está me assustando.
—Nós devemos ter medo. Essa carta diz coisas Lena. Coisas que nenhuma de
nós deveríamos saber sobre os homens que nos importam tanto. Coisas terríveis. Coi-
sas terríveis. Só entregue para Yuri e esqueça que você viu.
—E você? Perguntei enquanto eu dobrava o envelope e colocava debaixo do

travesseiro para maior proteção. —Você pode esquecer o que você leu?
—Não, mas me ajuda a entender certas coisas.
—Isso não me ajuda a entender nada. Yuri está em apuros?
—Eu não sei. Ela respondeu honestamente. —Alguém está tentando mexer
com ele. Tenho certeza de que vai ter sucesso. Pratos bateram no fundo e Vivian pra-
guejou baixinho. Meus olhos arregalaram-se ao som de um palavrão saindo da sua
boca pequena e doce. Se ela estava usando essa palavra, ela estava realmente chatea-
da.
—Lena, por favor, estou implorando. Esteja segura. Não vá a lugar algum sem
Yuri. Assim, tipo... nem sequer vire as costas sem que ele esteja lá para olha-la. Essa
carta? É história antiga e qualquer um que tenha guardado rancor por tanto tempo é
muito perigoso.
—Eu vou estar segura. Prometo.
—Lembre-se que eu disse sobre a foto.
—Vou rasga-la assim que desligar.

—Tudo bem. Eu amo você, Lena. Tenha cuidado.
—Eu também te amo, Vivian.
Nossa conversa terminou comigo ainda mais confusa e chateada do que eu es-
tava quando eu descobri o envelope. Eu rapidamente encontrei a foto em questão e
rasguei sem hesitação.
Sentindo-me confusa e ansiosa, eu deixei cair meu telefone na mesa de cabe-
ceira e rolei para o meu lado, de costas para a porta. Passei a mão sobre o local onde
Yuri costumava dormir.
—Querido, que segredos você está escondendo de mim?
Capítulo Dezoito
—Eu disse que conseguiria isso. Sorrindo, Niels bateu nas costas de Yuri. —Isso
nos custou uma pequena fortuna, mas nós conseguimos.
Yuri esfregou seu pescoço e esticou os ombros doloridos. Ele olhou ao redor do
bar nos rostos sorridentes de seus amigos. Houve algumas vezes durante a noite,
quando ele tinha certeza que a pintura ficaria nas mãos de Jerry, mas Mikhail e Tari
foram até o final. Após Archer ter ido à falência, Yuri o tinha seguido rapidamente.
Niels fez mais uma rodada no jogo.
Assim quando Yuri tinha começou sentir o desespero real, ele percebeu que
Mikhail e Tari estavam trabalhando juntos. Eles manobraram Jerry direto para sua ar-
madilha. Ele pegou os sinais sutis entre Archer e Niels, esfregando o nariz, um puxão
orelha, foi facilmente interpretado por Mikhail e Tari que bocejou. Nesse momento,
Yuri havia reconhecido o quão incrivelmente sortudo era ter amigos como estes.
Após Mikhail ter esvaziado Jerry e tomado posse da pintura, ele perguntou rin-
do, se Jerry queria uma revanche e se ofereceu para apostar a mesma quantia de di-
nheiro que ele tinha acabado de perder para o banco da casa. Não levou muito tempo
para Yuri perceber que Mikhail propositadamente permitiu que Jerry recuperasse tu-
do, menos a pintura. Quando Jerry havia saído 10 minutos antes, ele tinha feito isso
com um sorriso no rosto.
—Eu vou admitir que me sinto culpado por jogar com Jerry dessa forma. Yuri
confessou e tomou um gole de bebida.
—Não. Tari interrompeu. —Você percebe o que aconteceria com ele se o cartel
descobrisse que ele tinha a pintura? Antes de ser esfolado por nós? Isso foi um favor.
Infelizmente, Tari provavelmente estava certo.
—Eu não entendo. Archer ficou na frente do quadro em questão e olhou em

cima dele. —O que diabos eu estou vendo aqui?
Niels bufou e tomou o último gole de sua cerveja. Ele bateu nas costas do seu
melhor amigo. —Vamos lá. Vamos voltar para o hotel. Talvez Juliette ainda esteja per-
to de nossa suíte.
Archer se animou e olhou para o relógio.

—É um pouco tarde.
—Nunca é tarde demais para o que eu tenho em mente.

Yuri tentou não imaginar que travessuras aqueles dois estavam prestes a entrar
tão tarde da noite. Em vez disso, ele balançou as mãos, agradeceu profusamente e
prometeu um favor em troca. Mikhail e Tari terminaram suas bebidas poucos minutos
depois que Niels e Archer partiram.
—Nós devemos ir. Disse Mikhail. —Tenho certeza de que sua namorada sente
sua falta.
Yuri pensou em Lena e esperava que ela estivesse dormindo. Tudo estaria bem
agora.
—Escute. Disse Mikhail e colocando o braço em volta dos seus ombros. Abaixou
cerca de seis centímetros, Mikhail era um pouco mais alto do que Yuri e teve que incli-
nar-se para falar baixinho. Tari falava russo excelentemente, Mikhail manteve sua voz
baixa. —Eu perguntei a Jerry, onde adquiriu a pintura. Ele me disse que tenho que pro-
curar por uma mulher russa.
Yuri lembrou Tommy Cruz dizendo-lhe que ele tinha recebido um telefonema
de uma mulher sobre a pintura. Ele se esqueceu de mencionar sua nacionalidade. —
Uma russa? Tem certeza?
Mikhail assentiu.
—Um pouco estranho, não é?
—Sim.
Enquanto Yuri acenou para Mikhail e Tari, ele não conseguia parar de pensar
sobre esta nova informação. A mulher que tinha chamado Tommy pediu essa pintura,
especificamente. Como ela soube que a pintura estava no armazém do pai de Lena, se
ela não conhecesse a pessoa que roubou ou a pessoa que originalmente receptou-a? A
ideia de uma conexão russa para essa bagunça do cartel começou a parecer... pessoal.
Voltando-se para a pintura que ele tinha acabado de comprar de Mikhail, Yuri
ficou olhando para ela. A peça era de uma beleza estranha. Era o tipo de pintura que
ele teria gostado de ter em suas paredes, mas esta noite ela inspirava só desgosto. Ele
nunca queria ver esta pintura novamente.
—Chefe? Derek estava perto da porta, olhando muito irritado. Ele fez um gesto
com um toque de seus dedos e Kelly entrou na sala parecendo culpado como o infer-
no.
O peito de Yuri apertou.
—O que foi?
—Uma coisa aconteceu enquanto você estava jogando pôquer. Aparentemen-
te, Kelly decidiu não me dizer até que o jogo tivesse acabado. Ele disse que Lena pediu
para não te envolver, mas eu o lembrei de que ele trabalha para você, não para ela.
Yuri não gostou do final da frase optou por não repreender Derek na frente de
seu subordinado, mas mais tarde, em privado, ele gostaria de lembrar a seu guarda-
costas chefe, que no momento que Lena entrou pela porta da frente, começaram a
trabalhar para ela.
Suspirando, Yuri perguntou:
—O que aconteceu, Kelly?
—Ela me ligou um pouco antes da meia noite e parecia assustada. Corri até a
suíte máster e a encontrei realmente abalada. Alguém tinha entrado na suíte enquan-
to ela estava na varanda. Eles deixaram um envelope com o nome dela.
—O quê? Tomado de pânico, ele lutou contra o impulso de correr para ela. —
Ela está bem? Quem foi? Eles ainda estão no barco?
Derek dirigiu a Kelly uma careta irritada. —O guarda diz que ninguém sem au-
torização, estava no setor privado.
Kelly parecia querer contradizer Derek pela observação, mas ele manteve-se
profissional. —Na verdade não é isso que eu disse. Eu disse que havia dois cartões
magnéticos utilizados durante o tempo em questão. Johnny Burkhart estava lá em ci-
ma vestindo um smoking e falando sobre sua irmã.
Yuri concordou.
—A irmã de Johnny e Lena são boas amigas. É por isso que ele foi convidado a
servir os nossos quartos.
—Não há suspeita de que ele esteja envolvido. Na hora que a porta da suíte es-
tava sendo aberta por fora, Johnny estava passando seu cartão para entrar no quarto
de empregados. Ele foi visto entrando pela porta principal por sete outros caras.
—Então, quem entrou no meu quarto?
Kelly olhou para Derek.

—Foi o seu cartão que abriu a porta.
—O que é impossível. Derek respondeu. —Porque eu estive aqui a noite toda.
A mente de Yuri disparou quando ele tentou lembrar a localização de Derek du-
rante a noite.
—Ele está certo. Ele não estava fora da minha vista nenhuma vez.
Kelly deu de ombros.

—Então, alguém roubou seu cartão ou fez uma cópia. De qualquer maneira al-
guém entrou na sala e não sabemos quem foi.
A percepção de que ele não poderia manter Lena segura o deixou doente.
—Quem está com ela agora?

—Vasya. Disse Kelly. —Ela dormiu na última hora ou algo assim. Ele tem a porta
aberta para que ele possa vê-la.
—Pegue a pintura. Ele ordenou dirigiu-se para a porta. —Não quero perde-la
de vista até que a entregue.
—Quando partimos? Derek perguntou.

Em breve. —disse ele. Não estava certo de que poderia confiar em alguém
neste navio. Kelly parecia um atirador correto e Vasya tinha Nikolai com ele. Ele nunca
duvidou de Derek ou Jake, ou qualquer dos membros da tripulação a bordo do navio,
mas talvez ele estivesse muito confiante. Seu estômago azedou ao perceber que ele
realmente não conhecia nenhuma dessas pessoas que ele empregou.
Ele descobriu que o grande touro estava vigiando sua Lena. Vasya levantou-se
da cadeira que ele tinha colocado na porta.
—Chefe.
Yuri acenou para ele antes de entrar no banho. A tela da televisão lançava um
brilho estranho ao redor da sala. Lena estava de lado, de costas para ele. Ela dormia
em cima das cobertas e parecia desconfortável. Já familiarizado com seus hábitos, ele
estendeu a mão para levantá-la quando Kelly chegou com a pintura. Yuri fez um gesto
para o outro lado da sala.
—Lá.
—Sim, senhor.
Após Vasya montar o cavalete, Kelly apoiou cuidadosamente a pintura no lugar.
Os dois guardas saíram do quarto e fecharam a porta atrás deles. Yuri terminou de
mover Lena para debaixo das cobertas. Ela se mexeu, mas ele acalmou-a com um beijo
carinhoso e suaves carícia de suas mãos sobre suas costas.
Quando ele se levantou, sua mão roçou algo que apareceu de debaixo do tra-
vesseiro. Ele sentiu a ponta afiada de um envelope e puxou. Não é possível ler sob a
luz fraca da televisão, ele levou o envelope até o banheiro, fechou a porta e acendeu a
luz.
A visão do nome de Lena o surpreendeu. Ele colocou o conteúdo em cima do
balcão. Seu olhar irritado passou pela carta e a foto preto e branco. Quase imediata-
mente, seu estômago embrulhou dolorosamente. Esse armazém...
As velhas, dolorosas, memórias repugnantes subiram a sua mente junto com a
bile do seu estômago. Ele mal chegou ao banheiro antes de vomitar. Tudo sobre aque-
la noite os cheiros, os sons, as sensações percorriam tão vivamente como se estives-
sem acontecendo agora. Ele vomitou violentamente, seu estômago doía enquanto a
memória do que a muito havia enterrado, do que ele descobriu, do que ele fez, tomou
conta dele.
Rastejando para o balcão, Yuri pegou a nota e a foto. Deixou-se cair de bunda
no chão e olhou para eles. Como?
Ele leu o bilhete duas vezes antes de, finalmente, as palavras começaram a fa-
zer sentido. Alguém sabia. Alguém sabia cada detalhe sórdido do que ele tinha feito.
Do que ele tinha feito para salvar Nikolai.
Agitando as mãos, ele pescou o celular do bolso e ligou para Nikolai.
Sempre pronto Nikolai respondeu com a pergunta mais importante.
—Você conseguiu a pintura?

Yuri pigarreou.
—Sim. Está segura.
—Eu vou fazer os arranjos. Quer ir amanhã ou deveria eu...
—Alguém sabe. Ele interrompeu.
—Sabe o que? Sobre você e o cartel?

—Alguém sabe sobre Pasha. Ele falou o nome que não saiu dos seus lábios por
mais de 25 anos.
O silêncio se fez na outra extremidade da linha. Yuri se odiava por trazer à tona
o pesadelo que Nikolai tinha sobrevivido.
—Alguém deixou um envelope endereçado a Lena na nossa cama. Ele tinha
uma nota e uma fotografia do armazém. Acrescentou com relutância. —O escritor co-
locou detalhes na carta, detalhe que só quem estava lá naquela noite saberia.
—Eles estão ameaçando nos entregar às autoridades? A voz de Nikolai tinha
um tom ríspido.
—Não, o escritor diz que vai ter um tipo diferente de justiça. Ele pensou no ti-
roteio ao qual Lena tinha sobrevivido. —É por isso que alguém tentou atirar em Lena.
Eles queriam me machucar.
—Nenhum júri jamais iria nos condenar pelo que aconteceu naquela noite. A-
quele homem era um monstro. As coisas que ele fez... A voz de Nikolai parou abrup-
tamente. —Eu não sou um menino mais e uma carta não vai me assustar.
—Não é apenas a carta! Alguém tentou matar Lena. Alguém que eu confio o su-
ficiente para estar no navio entrou no quarto hoje à noite. Você entende como me
sinto ao ser incapaz de proteger a mulher que eu amo?
—Sim.
Yuri percebeu que era o mais próximo que Nikolai já tinha chegado de confir-
mar seus sentimentos em relação à Vivian. Estourando uma respiração ruidosa, ele
perguntou:
—Que porra vamos fazer?
—Você começa levando a pintura para o México e fazendo a troca, pelo pai de
Lena. Então nós nos reagruparemos em Houston e descobriremos quem está atrás de
nós. Vou tentar descobrir com meus contatos. Isto tem que ser alguém próximo a esse
monstro. Só um amigo ou parente para guardar rancor tanto tempo.
—Isso faz sentido.
—Eu te ligo mais tarde com os detalhes sobre a troca. Nikolai hesitou. —Será
que Lena leu a carta?
—Ela poderia ter tentado, mas o russo dela é terrível. Duvido que ela mostrou
para alguém. —Ele entendia o desejo de Nikolai, quanto à privacidade. Eu vou pergun-
tar a ela pela manhã.
—Eu vou falar com você em breve.
Yuri colocou o telefone no balcão e saiu do chão. Desesperado por um banho e
para sentir-se limpo novamente, ele tirou a roupa e ligou a água quente. Ele ficou sob
o spray por pelo menos 10 minutos antes de ter alguma reação. Ensaboado, ele esfre-
gou sua pele até que ele era rosa e cru. A memória de todo o sangue daquela noite
ainda o assombrava. Aquele tinha sido um inferno de coisa para um menino de doze
anos de idade processar.
Ele secou-se e escovou os dentes, seus pensamentos voltaram para Nikolai.
Deus, como ele detestava a ideia de seu melhor amigo ter que reviver essa experiên-
cia. Com as palmas das mãos sobre a bancada de mármore, Yuri olhou para seu reflexo
no espelho embaçado. O que diabos eu digo a Lena?
Ela estaria curiosa sobre a carta e a foto. Se ele mentisse para ela, ela saberia,
mas ele não poderia contar-lhe tudo. Ainda não. Quanto ele ousaria revelar?
Eu despertei com a sensação reconfortante dos braços fortes de Yuri ao meu

redor. Sentindo o seu grande corpo nu, quente pressionado contra o meu, eu perma-
neci perfeitamente imóvel e gostei do silêncio da manhã. Os tons de privacidade, as
janelas foram abaixadas, mas os raios pálidos de sol ainda entravam na sala. Seria um
dia bonito.
Meu cérebro confuso finalmente clareou o suficiente para me lembrar da carta
estranha e enigmática, dos conselhos preocupados de Vivian. Mesmo que houvesse
um milhão de perguntas que eu queria fazer a Yuri, eu decidi deixá-lo dormir. Ele esta-
va com o sono irregular ultimamente. Tudo o que eu queria saber poderia esperar. Eu
tinha um mau pressentimento que a discussão que implicaria a carta não seria aquela
que eu gostaria.
Cuidadosamente, eu escorreguei para fora da cama e na ponta dos pés para o
banheiro. Tomei banho e escovei os dentes, mas não coloquei minha maquiagem ou
penteei meu cabelo. Depois de passar um creme hidratante, eu enfiei meus braços nas
mangas do roupão de seda que eu trouxe comigo, e voltei para o quarto. O pensamen-
to de rastejar de volta para a cama com Yuri me tentava.
Cruzando o quarto, reparei em algo do outro lado da sala que estava escondido
nas sombras quando eu acordei. Eu quase tropecei em meus próprios pés quando eu
percebi que eu estava olhando para a pintura. Corri pela sala e contemplei a peça de
arte. Era um estranho assombro a cena retratada na tela. Definitivamente não é o tipo
de coisa que eu gostaria de pendurar na minha casa, mas claramente barões da droga
tinham gostos diferentes.
Excitação borbulhou dentro de mim como um efervescente champanhe. Ele ti-
nha feito isso! Yuri tinha feito isso!
—Por mais encantadora que a pintura seja, eu prefiro olhar para você sem esse
robe.
Voltando para a cama, eu sorri para Yuri e puxei o cinto de seda que fechava o
robe. O tecido caiu em volta dos meus pés. Com alegria, eu corri através do quarto e
pulei na cama. Yuri riu e me puxou para o seu corpo nu, até que montei em seus qua-
dris.
Colando no seu rosto bonito, eu sussurrei:
—Você é grande, sexy, e um maravilhoso russo! Como é que vou recompensá-
lo?
Enredando os dedos no meu cabelo úmido, Yuri capturou minha boca em um
beijo apaixonado.
—Eu tenho algumas ideias.
Sua barba raspou meu rosto enquanto ele me aninhou entre beijos sensual-
mente eróticos. Ele passou as mãos sobre minha pele nua como um escultor admiran-
do seu trabalho. Apalpando meu peito, ele beliscou meu mamilo e apertou o rosto
contra a curva do meu pescoço.
—Você está tão linda, Yelena. Toda vez que eu toco em você eu encontro algo
novo que eu amo.
Eu enrolei meus braços ao redor de seus ombros fortes, musculosos.
—Eu amo você, Yuri.
—Eu te amo, Gatinha.
Seu apelido ganhou um sorriso. Engoli em seco quando ele começou a mordis-
car minha garganta e brincar com meus mamilos. A minha carne sensível enrugou em
picos duros, que Yuri atormentava com a língua e os dedos. Cada puxão de sua boca
em volta do meu peito causava arrepios eróticos direto no meu clitóris. A pérola rosa
pulsava a vida. Minha buceta começou a doer com a necessidade.
O pau duro de Yuri esfregou contra a minha coxa. Quando eu mudei em seu co-
lo, a, ponta grossa colidiu com meu clitóris. Eu assobiei para a deliciosa sensação e
esfreguei contra seu pênis, me excitando em seu comprimento de aço.
Agarrando minha bunda com as duas mãos, Yuri alinhou nossos corpos e violou
minha lisa buceta molhada, apenas com a cabeça de seu pênis. Nossos olhares encon-
traram-se quando ele me puxou um pouco mais para trás. Nós dois sabíamos que era
diferente desta vez.
Tremendo de excitação e emoção, eu sussurrei.
—Eu nunca...
—Eu vou parar. Diga-me e eu vou parar.
Sua voz rouca fez coisas malucas para mim. Eu não queria que ele parasse. Eu
queria compartilhar essa experiência com Yuri. Mordendo meu lábio inferior, eu afun-
dei no seu grosso pau, tendo cada centímetro dele em minha buceta. Nós dois geme-
mos e respiramos um pouco mais rápido com a experiência inebriante de fazer amor
sem uma barreira de látex entre os nossos corpos.
—Você é tão boa. As respirações trêmulas de Yuri afagavam a minha bochecha.
—Tão quente e molhada. Ele caiu de costas na cama e agarrou meus quadris. —
Cavalgue em mim, Yelena.
Com minhas mãos sobre o seu peito, girei meus quadris até encontrar o ritmo
perfeito. Ele me olhava com tanta admiração. Eu me senti tão incrivelmente bela e
desejada. A mão de Yuri varreu de cima a baixo a minha frente antes de escolher o
local onde meu pescoço e ombro se encontravam. Ele empurrou-se para dentro de
mim e eu gritei de prazer.
—Ah!
Para frente e para trás, eu balançava meus quadris. Esta posição era tão boa.
Meu clitóris permaneceu em constante contato com ele. Cada movimento que ele fa-
zia me deixava ofegante.
—Oh. Oh!
Seu polegar roçou minha boca.

—Sim.
Meu ritmo acelerou. As primeiras ondas de prazer apareceram. Esse nó de êx-
tase, de vibrações trêmulas, cresceu e cresceu. Minha buceta apertou o pau de Yuri
mais e mais. Ele me pediu e entrou em mim mais e mais rápido, até que fiquei no limi-
te. Fechando os olhos, eu tentei segurar essas vibrações maravilhosas tanto tempo
quanto possível, mas mais um impulso quebrou meu controle.
—Yuri! Eu agarrei o seu peito e girei descontroladamente em cima dele, deses-
perada para torcer a última gota de prazer do orgasmo. Quando eu caí para frente
contra ele, Yuri me abraçou e inverteu nossas posições. Ele agarrou minhas pernas e
arrastou até meus joelhos, descansando contra os ombros largos dele.
—Unnnhhh. Eu soltei um gemido gutural enquanto seu pênis deslizou mais pro-
fundo. Agarrei seus braços, olhei em seus olhos castanhos, enquanto ele começou a
perseguir seu próprio prazer. Eu não acho que ele já pareceu mais sexy ou mais bonito
para mim do que naquele momento. Meu coração ameaçava explodir em meu peito
enquanto eu percebi o quanto eu amava esse homem.
Como se tivesse o mesmo momento de lucidez, Yuri baixou a cabeça até que
nossas respirações se misturaram. Ele bateu em mim agora, seu pau deslizando dentro
e fora de mim mais rápido e mais forte. Cada impulso me fazia apertá-lo com mais for-
ça. Eu vi seu rosto com fascinação, enquanto chegava cada vez mais perto de seu clí-
max.
—Eu amo você, Lena. Ele bateu em mim com força suficiente para que eu desli-
zasse para cima da cama. Seu pênis inchou dentro de mim quando ele estremeceu em
meus braços e me encheu de sua ardente semente quente. —Porra, eu te amo tanto.
Eu acariciava seu rosto quando ele estremeceu novamente.

—Eu amo você Yuri. Sempre.
Sua boca encontrou a minha em um beijo exigente, que me marcava com o seu
amor apaixonado. Minhas pernas caíram de seus ombros, e ele rolou para o lado, me
arrastando com ele. Com seu pênis ainda enterrado dentro de mim, eu apreciava a
sensação de estar tão intimamente unida a ele.
Depois de alguns minutos de beijo sensual, Yuri empurrou o cabelo úmido do

meu rosto. Passou o polegar pela minha bochecha. O olhar sério em seus olhos me
preocupava.
—Eu tenho que te contar uma coisa.
Minha barriga torceu com medo.
—O quê?
—Eu li a carta.
—Oh. Minha mão escorregou debaixo do meu travesseiro, mas o envelope ha-
via sumido.
—Eu a destruí esta manhã. Eu não podia arriscar que mais ninguém a lesse. Se-
rá que você mostrou a mais alguém?
Eu não podia mentir para ele. Eu bati uma foto e enviei para Vivian. A expres-
são de horror em seu rosto me assustou. Rapidamente, eu expliquei. —Ela me disse
para apagar a imagem e manter a carta escondida até que eu desse a você. Ela não me
disse o que dizia só que eu precisava tomar cuidado e não ir a lugar nenhum sem você.
Ele pareceu relaxar.
—Eu confio que Vivian entendeu que o que ela leu, nunca deve ser dito em voz
alta para ninguém.
—E eu? Tentei não soar mal. - Você não confia em mim?
—Eu confio. Eu realmente confio. Ele tocou sua testa na minha. —Eu não posso
dizer-lhe tudo. Alguns dos detalhes que está na carta. Ele engoliu em seco e sacudiu a
cabeça. —Eu não posso. Vou te dizer uma coisa. Quando eu era criança... Ele baixou o
olhar como se tivesse vergonha de olhar para mim. —Quando eu era criança, eu matei
um homem para salvar Nikolai.
Por um longo momento tudo o que eu podia fazer era olhar para Yuri. A dor e a
vergonha irradiando dele me sacudiu de meu estupor. Eu esfreguei o braço e obriguei
a encontrar o meu olhar.
—Diga-me.
Seus olhos brilhavam com lágrimas não derramadas quando ele fez sua confis-
são.
—Nós éramos meninos, tão jovens e eu estava com ciúmes de Nikolai, do tra-
tamento que recebia no orfanato. Não entendia então... Sua voz sumiu e ele balançou
a cabeça novamente. —O segui uma noite e... E ele estava sendo ferido. Reagi como
qualquer menino de doze anos de idade faria ao descobrir uma coisa terrível. Peguei
um tubo e bati em Pasha em toda a volta da cabeça. Eu não conhecia a minha própria
força. Ele caiu no chão e havia muito sangue. Tanto sangue... Ele engoliu em seco co-
mo se ele pudesse estar doente. Nikolai e eu corremos de volta para o orfanato, pe-
gamos Ivan e Dimitri e saímos naquela noite.
Meus olhos fecharam-se enquanto eu processava sua confissão. As poucas in-
formações que ele deu foram suficientes para que eu entendesse o que jovem Nikolai
tinha sofrido. Eu só podia imaginar o quão horrível seria para um menino de doze anos
de idade, ver seu amigo ser ferido assim.
—Então você vê, sou um assassino.
—Você não é um assassino. Você era uma criança tentando salvar seu amigo.
— Segurei seu rosto em minhas mãos e segurei seu olhar. A dor refletida nos olhos
dele me deixou sem fôlego com simpatia. —O que aconteceu foi um acidente. Foi ho-
micídio na pior das hipóteses. Qualquer júri no seu perfeito juízo não teria condenado
um menino por salvar seu amigo de um... Monstro como esse.
—Talvez. Disse ele, piscando rapidamente. Ele limpou a garganta e tentou ob-
ter o controle sobre suas emoções dolorosas. —Mas alguém sabe e alguém quer me
fazer pagar pelo que eu fiz.
—Ao tentar me matar? As peças começaram a encaixar.
—Estou começando a achar que essa coisa toda, de seu primo, seu pai e o ga-
soduto, é tudo uma armadilha.
—Na noite passada, eu me perguntava a mesma coisa. É muito conveniente,
sabe? Muito facial. Eu hesitei. —Mas essa coisa com o meu pai e meu primo começou
antes de estarmos oficialmente juntos. Como alguém saberia que você estava atraído
por mim? Como eles poderiam saber que me machucando iria machucá-lo?
—Lena, eu estava mais do que simplesmente atraído por você. Pessoas próxi-
mas a mim teriam sido capazes de ver a diferença na forma como eu reagi a você e a
forma como eu reagia a todas as outras mulheres.
—Por isso, é alguém próximo a você. Eu sussurrei de repente desconfortável.
—Sim.
—O que vamos fazer?
—Vamos ficar juntos até levarmos seu pai para casa em segurança, para Hous-
ton. Depois disso, eu sinceramente não tenho certeza por onde começar. Nikolai está
cavando na história do Pasha. Nós pensamos que pode ser um amigo ou parente seu
que está jogando este jogo sujo. Relutantemente, ele acrescentou: - Eu acho que é
melhor ficarmos longe de nossos amigos para evitar danos colaterais.
—Sim. Absolutamente. Pensei em Vivian. —Se alguém está tentando me ma-
chucar, porque eles querem lhe causar dor, o que dizer de Vivian? Nikolai pode não
estar disposto a vir a público e dizer o que ele sente por ela, mas é evidente para qual-
quer um que os vê que ele se preocupa profundamente com Vivian.
—Ela está com Ivan e Erin, e tem Kostya vigiando-a constantemente. Presumo
que o primo dela, o detetive, está olhando como um falcão. Ela está provavelmente
segura, mas ao primeiro sinal de que ela não está Nikolai vai escondê-la longe, onde
nenhum de nós poderá encontrá-la.
—Devemos pensar em fazer isso? Esconder-nos, eu quero dizer?
—Eu considerei isso ontem à noite, mas eu me sinto mais seguro em público.
Pois agora, ele emendou. —Esta é uma situação altamente dinâmica e nós vamos ter
que nos ajustar com os acontecimentos. Puxando-me em seus braços, ele beijou o to-
po da minha cabeça. —Agora, vamos nos concentrar em levar o seu pai para casa em
segurança.
De repente, salvar meu pai de um cartel parecia a menor das nossas preocupa-
ções...
Capítulo Dezenove
—Relaxe. Yuri pediu e colocou uma mão reconfortante nas costas de Lena. Ela
mexia sem parar ao lado dele enquanto o jato particular fazia a aproximação final em
direção à pista de pouso particular.
Eles estavam chegando ao México depois de escurecer. Ele não gostava de vir,
para o que ele considerava ser o território inimigo no escuro, mas a ideia de deixar o
pai de Lena nas mãos do cartel mais uma noite, não era algo que ele poderia suportar.
Muita coisa poderia dar errado. Ele queria que a troca fosse feita rapidamente.
—Sinto muito. Ela mordeu o lábio inferior, quando o jato pousou e foi parando.
—Não. Ele sussurrou e passou os dedos pelos seus lábios. —Isso vai passar sem
problemas. Todo mundo fica com o que quer hoje à noite.
Ela segurou a mão dele, mas não disse nada. Ele a leu com facilidade. Ela não
acreditava nele, mas ela não queria falar, embora cercado por seus guarda-costas. Ele
não culpou Lena por sentir insegura ou duvidosa. Depois de tudo o que tinham passa-
do na última semana, era de esperar.
Inclinando-se para mais perto, ele deu um beijo reconfortante em sua boche-
cha. O olhar que passou entre eles disse tudo. Apesar de seu medo, ela confiava nele
para lidar com isso.
—Espere aqui, gatinha.

Destravando o cinto de segurança, ele levantou-se de seu assento e caminhou
para frente do jato onde Derek e Jake estavam discutindo a situação da segurança,
enquanto Kelly conversava com uma equipe de reconhecimento improvisada. Na ma-
rinha fez dois amigos que passou a visitar em período de férias. Ficaram muito felizes
em vir para explorar a área por eles. Yuri imaginou que os homens acharam um pouco
divertidos usar suas habilidades de soldado aposentados novamente.
Kelly terminou a sua conversa por telefone e rapidamente os informou sobre a
situação do terreno. Com base nas observações que os dois homens tinham na pista há
horas. O telefone de Kelly chamou novamente, quando fotos de reconhecimento fo-
ram enviadas a ele. Eles aglomeraram-se ao redor da pequena tela para estudá-las.
—Você deve colocar os dois em contato com Dimitri. Yuri sugeriu. —Eu sei que
eles estão fazendo um favor amigável, mas é um impressionante trabalho de base.
—Isso é um fuzileiro naval, chefe. Kelly guardou o telefone e pegou o casaco fi-
no, que ele usaria para esconder o coldre de ombro. Olhando para trás, para Lena, ele
perguntou: - Será que ela vai tentar sair do avião?
Yuri concordou.
—Eu não acho que eu poderia mantê-la aqui, se eu tentasse.

—Não. Kelly concordou. —Mas Vasya com certeza poderia. Baixando a voz, o
fuzileiro rouco disse: - Deixe-me lidar com isso. Ela vai ficar puta comigo, não com vo-
cê.
Percebendo que era o caminho mais fácil, mas também reconhecendo que era
a melhor maneira de mantê-la segura, Yuri concordou.
—Obrigado.
Enquanto ele aproximava-se de Derek e Jake e ouvia seu plano de ação, Yuri o-
lhou para Kelly e Lena. Sua linguagem corporal fria provocou uma onda de simpatia
pelo pobre Kelly. Quando ela cruzou os braços e olhou para a janela, Yuri tomou a de-
cisão de ficar exatamente onde ele estava. A última coisa que ele precisava era de um
soco verbal daquela boca linda.
Jake voltou do cockpit. Ele apontou para a porta e mandou um dos atendentes
abrir.
—A tripulação manterá o avião pronto para ir.
O telefone de Kelly tocou. Ele pegou do bolso e apertou contra seu ouvido.
—Sim? Certo. Com um aceno de cabeça, ele baixou o telefone. —Eles estão
vindo. Duas SUVs. Meus homens não viram mais nada.
O peito de Yuri apertou quando preparavam-se para enfrentar o cartel e fazer a
entrega. Voltando-se para Lena e Vasya, ele caminhou pelo corredor até o guarda gi-
gante. Com um toque de seus dedos, ele indicou ao homem mais alto que abaixasse.
Próximo a seu ouvido, ele sussurrou.
—Se acontecer alguma coisa lá fora, você diz ao piloto para decolar e levar Le-
na em segurança. Já falei com ele. Ele tem as minhas ordens. Você leve-a para Nikolai.
Entendido?
O aceno silencioso de Vasya garantiu a Yuri que Lena estaria segura. Segurando
seu olhar, ele piscou. Um sorriso rachado por sua expressão tensa. Ela murmurou três
palavras. Eu te amo.
Sentindo o peso da transação em seus ombros, Yuri seguiu Jake e Derek fora do
jato. Kelly acompanhou ele descer as escadas para a pista. A escuridão o deixou inquie-
to, mas o conhecimento de que estavam sendo vigiados por homens em que Kelly con-
fiava reforçou sua confiança na missão.
A duas SUVs estacionados ainda estavam funcionando. Seus faróis iluminaram
um pequeno espaço na pista. Yuri permaneceu do lado de fora do círculo de luz bri-
lhante, recusando-se a tornar-se um alvo fácil. As portas começaram a abrir. Sua ansi-
edade disparou quando viu a silhueta de homens descendo dos veículos. Verificando
os homens, ele não viu uma arma visível. Talvez Lorenzo Guzman fosse um homem de
palavra.
O traficante em questão avançou para dentro do círculo de luz.
—Yuri.
A contra gosto, Yuri relutantemente cruzou para a luz.

—Lorenzo.
—Você tem a pintura?
—Eu quero ver Joe Cruz em primeiro lugar.
Lorenzo fez um gesto e uma porta no SUV mais próxima foi aberta por um dos
caras do cartel. Um homem encapuzado e algemado foi tirado de um banco traseiro.
Joe Cruz caminhou para frente, sob a orientação do cartel. Ele foi deixado no lado di-
reito do Lorenzo Guzman. O líder do cartel arrancou o capuz da cabeça de Joe.
O choque de luz deixou Joe Cruz piscando e abaixou a cabeça. Yuri olhou para
certificar se este era o homem em questão. Ele parecia exatamente como a foto da
carteira de motorista no dossiê. Sua aparência dizia que ele tinha sido espancado
quando foi sequestrado, mas ele olhou bem e estava em processo de cura agora.
—Eu mantive minha palavra. Ninguém o tocou desde que fizemos o nosso ne-
gócio. Lorenzo Guzman apontou as contusões sumindo no rosto de Joe. —Ele tem sido
alimentado, hidratado e vestido.
—Por minha causa, eu tenho certeza. Yuri respondeu secamente.
Lorenzo riu asperamente.
—Claro.
—Meu contador depositou o saldo no fundo que nós acordamos, em uma con-
ta bloqueada. Assim que posar com segurança em Houston, eu dou minha palavra de
liberar para você.
Lorenzo acenou com a mão.

—Eu não estaria aqui se meu contador já não tivesse me garantido que o di-
nheiro estava lá. Ele empurrou Joe para frente. —Leve-o.
Yuri estendeu a mão para firmar o pai de Lena. Ele sustentou o olhar do outro
homem por um momento antes de gentilmente empurra-lo para fora do caminho.
Olhando para Kelly, ele deu um breve aceno de cabeça.
—Traga a pintura.
—Eu suponho que você não vai me dizer quem a tinha.

—Não.
—Pouco importa para mim agora. Eu peguei o homem que o roubou de mim.
—Os olhos de Lorenzo estreitaram-se. —Ele estava trabalhando com alguém do seu
lado. Você não sabe nada sobre isso.
—Não.
Lorenzo estudou. Seu olhar saltou atrás de Yuri para a pintura que estava sendo
trazida por duas aeromoças.
—Bem. Suponho que isto conclui o nosso negócio.
Yuri olhou para a mão estendida de Lorenzo. A chave de prata das algemas es-
tava na palma da mão do homem. Ele agarrou a mão do traficante sequestrador e dis-
se: - Isso acaba aqui. Esta noite.
—Não se preocupe Yuri. Você tem alto perfil para o meu gosto. Prefiro manter
as coisas calmas.
Com o negócio completo, Yuri afastou-se de Lorenzo Guzman. Ele colocou a
mão entre os ombros de Joe.
—Vamos.
Jake, Derek e Kelly os cercaram enquanto atravessavam a pista. Ele mandou Joe
subir as escadas primeiro. Quando eles entraram no jato, Lena ficou em pé. A expres-
são aliviada e animada que iluminou seu rosto bonito fez tudo valer a pena. Sabendo
que ele tinha sido capaz de dar isso a ela encheu-o com a sensação mais forte de felici-
dade e orgulho.
Ficando para trás, ele assistiu a reunião amorosa enquanto as portas foram fe-
chadas e Kelly deu a seus amigos um telefonema final. Lena levou seu pai para a área
de estar privada na parte traseira do jato. Yuri virou-se para Jake.
—Vamos dar o fora daqui.
—Sente-se, pai.
Ele me puxou para perto e enrolou os braços algemados em volta do meu pes-
coço.
—Estou tão feliz em vê-la, filha.
Engolindo o choro obstruindo minha garganta, eu sussurrei.

—Eu estou tão feliz que você esteja seguro.
Tremendo de alívio e adrenalina, ajudei meu pai a ficar cômodo em um assen-
to. Yuri bateu no meu ombro e me presenteou com a chave da algema. Eu queria jogar
meus braços em torno dele e beijá-lo até que ele estivesse sem fôlego e ofegante, mas
a presença do meu pai me fez controlar esse impulso.
Depois de abrir as algemas, eu desenrolei seus pulsos. A visão de machucados e
manchas avermelhadas me chateou. Yuri obviamente sentiu a minha raiva.
—Há um kit de primeiros socorros na frente do jato. Nós vamos cuidar dele a-
qui, mas eu providenciei um médico para hoje à noite em casa.
O olhar agradecido do meu pai estabeleceu-se em Yuri.
—Obrigado. Por tudo.
—Foi um prazer ajudar a Lena. Ele estendeu a mão e agarrou a minha. —
Estamos prestes a decolar.
Sentei-me em frente ao meu pai com meu cinto de segurança afivelado. Yuri
sentou ao meu lado. Por instinto, ele pegou minha mão, mas puxou-a de volta no últi-
mo segundo, quase como se ele se sentisse desconfortável. Segurei sua mão e arrastei-
a para a minha coxa. Seu doce sorriso fez minha barriga vibrar e nós entrelaçamos nos-
sos dedos.
Logo estávamos no ar e correndo de volta para Houston. Havia tantas pergun-
tas que eu queria fazer a meu pai, mas eu suspeitava que já tivesse respondido uma
enxurrada delas, era a última coisa que ele precisava no momento. Quando estávamos
seguros para remover o cinto, eu me levantei e me desculpei.
—Eu vou pegar o kit de primeiros socorros. Eu já volto.
—Pergunte a um dos atendentes ou Jake. Eles sempre sabem onde estas coisas
estão. Yuri fez o seu caminho para o bar privado. —Você se importaria de fechar a por-
ta?
Eu balancei a cabeça e olhei para o meu pai. Ficou claro que os dois homens ti-
nham coisas que eles queriam discutir.
—Eu vou demorar um pouco.
Um aceno quase imperceptível de Yuri foi a minha resposta. Saindo da seção

privada do jato, eu fechei a porta e caminhei lentamente pelo corredor principal.
Kelly levantou de sua posição confortável.
—Como está o velho?
—Eu acho que ele ainda não processou que está livre.
—Dê um tempo. Ele provavelmente vai acreditar quando chegar a Houston. Ele
pode ficar mal por alguns dias. Basta lhe dar algum espaço.
Kelly parecia estar falando por experiência própria.
—Eu vou.
—Se ele estiver com dificuldades, eu vou falar com ele. Kelly sentou-se em sua
cadeira. —Você precisa de alguma coisa?
—Você sabe onde o kit de primeiros socorros está? Meu pai tem alguns hema-
tomas em seus pulsos.
—Claro. Kelly dirigiu-se para a cabine da comissária de bordo na frente. Ele a-
briu um par de armários antes de encontrar a caixa vermelha brilhante. —Aqui está.
—Obrigada. Armada com o kit voltei para a área privada que Yuri normalmente
usava como seu escritório em voo. Na porta, eu hesitei. Aparentemente, eu não tinha
fechado com firmeza, pois estava aberta o suficiente para eu ouvir meu pai e Yuri con-
versando. Mesmo eu sabendo que não deveria escutar, eu não pude me controlar.
—Então, o que acontece com Tommy agora? Perguntou meu pai.
—Ele pode deixar a casa, assim que ele quiser. Se isso é uma ideia inteligente,
eu não posso dizer. Ele absolutamente não é bem-vindo em qualquer lugar perto da
minha casa.
—E eu? Sou bem-vindo?
—É claro que você é. Porque você não seria? Confusão apareceu na voz de Yuri.
—Depois de todo esse problema que eu causei, eu tenho certeza que você quer
me ver longe de Houston.
—Não se engane Joe. Eu não sou um fã de problemas, e eu não vou deixar Lena
ser arrastada para esse tipo de bagunça de novo. Mas, você é o pai dela e ela te ama.
Enquanto você a manter fora de problemas, vou recebê-lo em nossa casa com os bra-
ços abertos.
Meu coração vacilou em menção de Yuri, de sua casa como a nossa.
—Eu não vou fazer isso de novo. Papai parecia abatido e emocionalmente es-
gotado. —Eu estava planejando me aposentar antes do final do ano. Isso agora foi ace-
lerado.
—O que você pretende fazer?

—Paisagismo.
A resposta de meu pai pareceu atordoar tanto a mim quanto a Yuri.

—Paisagismo? Você quer dizer uma pequena empresa?
—Eu costumava fazer jardinagem e construção quando estava desempregado,
antes que eu construísse uma reputação como receptador. Eu sempre amei esse traba-
lho. É calmante. É tranquilo.
—Eu acho que tranquilo é uma boa ideia. Na verdade, eu estou feliz em ajudar
no que for preciso para que você obtenha sua aposentadoria.
Prendi a respiração enquanto esperava a resposta de meu pai para a oferta de
Yuri. Eu não estava nem um pouco surpresa que Yuri queria ajudá-lo em algo legal.
—E que cordas vêm anexadas a essa oferta?
—Nenhuma Joe. Vou fazer o que for preciso para dar a Lena paz de espírito. Eu
não quero que ela se preocupe com você.
—Tem certeza de que não está me fazendo esta oferta, porque você está preo-
cupado com um pai ex-presidiário vai fazer a sua imagem?
Com os olhos arregalados, eu pressionei meus dedos nos meus lábios e esperou
pela resposta de Yuri.
Ele riu.
—Se eu estivesse preocupado com a forma que a minha associação com ex-
presidiários apareceria, eu teria me afastado de dois dos meus amigos anos atrás. Eu
não estou envergonhado por sua história, mas eu prefiro não ter ela esfregada na mi-
nha cara. Eu posso ver que você quer sair fora e sei que Lena o quer fora.
—Parece que você vai fazer qualquer coisa para fazê-la feliz.
—Qualquer coisa ao meu alcance para dar a ela.

—Você não vai namorar ela por muito tempo.
—Isso é verdade, mas quando um homem sabe, sabe.
—Esse é seu jeito de pedir a minha bênção?
—Quando chegar a hora, eu vou pedir corretamente. Eu não acho que Lena es-
tá pronta até mesmo para discutir esse passo ainda.
—E você? Perguntou meu pai.

—Eu casaria com ela amanhã de manhã no tribunal se ela quisesse.
A resposta firme de Yuri me enviou cambaleando para trás. Topei com um pei-
to masculino duro e mal conseguiu abafar um grito de surpresa.
Girando, fiquei face a face com Jake. Ele tinha um sorriso brincalhão em seu
rosto.
—Não é muito correto escutar.
Eu sorri para ele.

—Eu confio em você para manter o meu segredo.
Um olhar fugaz de tristeza passou pelo rosto dele.
—Você ficaria surpresa com os segredos que eu guardo.
Então Jake recuou e voltou ao seu lugar, eu me perguntava que segredos so-
brecarregavam ele. Trabalhar no ramo de segurança privada, provavelmente, implica-
va em manter grandes segredos. Quais os segredos de Yuri que ele estava guardando?
—Aí está você! Yuri abriu a porta e estendeu a mão. —Eu estava começando a
me preocupar.
Depois de ouvir o quanto ele me amava e quão sério ele estava sobre o nosso
relacionamento, fiz tudo que eu podia fazer para não pegar a frente de sua camisa e
me empurrar nele para um beijo apaixonado. Ele estava certo. Eu não estava pronta
para ter essa discussão, mas não havia nenhuma dúvida em minha mente de que ele
era a pessoa certa para mim.
Batendo no peito, eu expliquei:
—Eu demorei conversando com Kelly e Jake. Está tudo bem com o meu pai?
Yuri inclinou-se para me beijar.
—Tudo vai ficar bem.
Pela primeira vez em dias, eu acreditei.
Capítulo Vinte
—Pai, você tem certeza que quer ir para casa hoje? Yuri realmente quis dizer o
ele disse, você é bem-vindo para ficar o tempo que quiser.
Tomei um gole de café enquanto tomávamos nosso café da manhã na cozinha.
Sasha cutucou minha perna com a sua grande cabeça peluda e silenciosamente pediu
algumas fatias de bacon que tinha no meu prato. Mesmo que Yuri tinha me pedido
para não alimentar Sasha na mesa, eu não podia negar nada a aqueles olhos bem es-
curos olhando para mim com tanta adoração. A partir do momento em que eu tinha
entrado pela porta na noite passada, Sasha não me deixou fora de sua vista.
Feodor, sempre pronto para oferecer um pedaço ou mais dos bolos deliciosos
que ele tinha preparado. Lancei ao homem mais velho um olhar preocupado. Ele esta-
va esperando por nós quando nós chegamos um pouco antes da meia-noite. Eu insisti
com ele para ir dormir, mas eu tinha certeza que ele tinha preparado o café de Yuri
quando ele foi chamado algumas horas antes para lidar com algumas negociações de
última hora, para garantir as aprovações finais do gasoduto.
—Eu sei que ele quis dizer isso. Meu pai passou o dedo ao redor da borda de
sua xícara de café. —Eu sou grato pela oferta, para todas as suas ofertas de ajuda, mas
eu devo ir pra casa e resolver as coisas com Tommy.
Mesmo que a minha curiosidade implorasse para ser satisfeita, eu não pergun-
tei como as coisas e resolveriam entre meu pai e meu primo. —Existe alguma coisa
nesse armazém de vocês que eu deveria ficar preocupada?
Papai olhou contrariado.
—Eu sempre fui tão cuidadoso, mas dessa vez... Ele alisou a mão sobre a mesa
de madeira. —Terminei. Ele estendeu a mão por cima da mesa para pegar minha mão.
—Se não fosse por você, eu estaria morto.
Eu não queria nem pensar nisso.
—Mas você não está. Esta é a sua chance de viver legalmente.
—Eu não vou desperdiçá-la. Eu vou fazer você orgulhosa de mim.
Agarrando os seus dedos, eu confessei:

—Eu posso não ter sido sempre entusiasmada em ter um pai criminoso, mas eu
sempre tive orgulho de afirmar que você é meu pai. Eu sei que você passou por gran-
des mudanças quando você saiu da prisão, e novamente quando ela foi embora.
Seus olhos escureceram com tristeza.

—Ela teria ficado orgulhosa da jovem bem sucedida que você é.
Amargura penetrou em minha voz.

—Não, ela não faria isso.
Papai segurou firme a minha mão, recusando-se a deixar que me afastasse e
recuasse emocionalmente. —Você tem que perdoá-la por partir. Ela se foi e agora não
adianta odiar uma mulher morta.
Engoli em seco enquanto a antiga culpa começou a me atormentar. Em vez de
dizer a verdade e envergonha-lo, eu simplesmente assenti. —Você está certo. Devo
esquecê-la.
Porque eu tinha a maldita certeza que nunca perdoaria a mulher por ter nos
deixado.
Ele soltou a minha mão, mas bateu os dedos suavemente. Olhando desconfor-
tável, ele limpou a garganta.
—Você ama Yuri.

—Eu amo.
—Estou feliz. Eu quero que você seja feliz. Ele afastou sua mão e bebeu o últi-
mo gole de seu café. —Não deixe que os erros que eu fiz com a sua mãe e os erros que
ela cometeu a atrapalhem, Yelena. Entende-me?
—Sim.
—Bom. Ele levantou e Sasha ficou imediatamente de pé. Felizmente, o cão su-
perprotetor não rosnou para o meu pai, mas ela empurrou-se contra mim, lembrando
que ela estava ali para me defender. Meu pai balançou a cabeça e recolheu os pratos
vazios.
—Eu não posso acreditar que Tommy foi burro o suficiente para entrar em uma
casa onde um cão como esse vive.
—Eu não acho que Tommy percebeu que Sasha vive aqui.
—Como é que ele escapou de um cão desse tamanho? Papai perguntou en-
quanto levava os pratos sujos para perto da máquina de lavar louça. —Você disse que
ele descobriu uma maneira de contornar o sistema de alarme. Se ele estudou a casa,
ele não seria capaz de deixar passar o cachorro.
Olhei para Feodor que parecia estar seguindo minha linha de pensamento. Os
temores de Yuri que este era mais um trabalho interno pareciam mais prováveis. Ten-
tei me lembrar de exatamente onde todo mundo estava naquela primeira noite. Derek
não era o único responsável do alarme?
—Você vai me dar uma carona de volta para casa?
—Eu vou mandar Kelly ou Jake nos levar. Atravessei a cozinha até o telefone na
parede. —Meu carro ainda está no estacionamento do meu apartamento.
—Uhuh. Meu pai disse lentamente.

Eu conhecia esse tom, mas eu já tinha chamado Jake, por isso teria que espe-
rar.
—Jake aqui. Ele falou um pouco sem fôlego.
—Hey Jake, você pode levar meu pai em casa e me levar para executar algumas
tarefas?
—Sim para o seu pai, mas as tarefas são um talvez. Aonde você quer ir?
—Ao meu apartamento para pegar algumas coisas.
—Tudo bem. Vamos fazer o trabalho. Dê-nos um minuto.
Quando desliguei o telefone, eu chamei a atenção de meu pai.
—O quê?
—Eu não estou tentando dizer-lhe como viver sua vida.
—Mas?
—Mas… Disse ele com cuidado. —Você trabalhou muito duro para conseguir
uma educação. Não jogue tudo fora para ser uma mulher sustentada.
Feodor engasgou com o chá quente. Revirando os olhos, dei um passo para
mais perto dele e acariciei suas costas enquanto ele enxugava a boca com um guarda-
napo. Ele me afastou com um sorriso divertido no rosto.
—Eu estou bem.
Fixei meu pai com um olhar.
—Eu não sou uma mulher sustentada. Agora, as coisas são muito perigosas e
incertas, eu vou ficar aqui porque é mais seguro para mim, para Vivian, para os meus
amigos. E sim, tecnicamente eu estou desempregada agora, mas eu tenho como vaga-
bundear sem depender de Yuri. Tenho muito dinheiro guardado para me manter du-
rante o me desemprego, e eu estou pronta para começar um novo negócio com um
amigo meu.
Papai exalou com alívio.
—Tudo bem. Isso é tudo o que eu precisava ouvir.
A entrada lateral fechada foi aberta pelo mordomo e Sasha correu para inspe-
cionar o recém-chegado. Certa de que era Jake ou Kelly, eu não o chamei de volta.
Comecei a perguntar a Feodor se Yuri havia mencionado algo sobre os planos para o
jantar, mas um grito estridente de Sasha me gelou.
Apavorado, corri para a porta aberta.
—Sasha?
Parando, eu descobri a pobre Sasha caída no piso de cerâmica com um dardo

saindo de seu pescoço. Meu olhar em pânico saltou para a porta lateral, mas o focinho
de uma arma apontada para a minha cara era tudo que eu poderia focar nesse mo-
mento horrível.
—Caminhe para trás lentamente e não tente nada estúpido...
O interfone em sua mesa tocou. Ele resmungou com a interrupção irritante e

caiu na pilha da papelada que recebeu por fax das negociações finais do gasoduto so-
bre a mesa. Socando o interfone, ele rosnou:
—O que?
—Ty Weston está aqui para vê-lo, senhor.
A última coisa que Yuri queria lidar hoje era com um fofoqueiro. Sem dúvida,
ele tinha vindo aqui para perguntar se Yuri apoiaria Lena no negócio que ele propos. -
Diga a ele que eu não tenho tempo. Peça-lhe para marcar um horário.
Ele apertou o botão e terminou essa discussão. A pilha de notas e e-mail em
sua caixa de entrada o irritou ainda mais. A viagem de Anna de última hora para lidar
com um membro da família doente tinha sido prorrogada por mais alguns dias, ele
precisava desesperadamente de sua ajuda.
A porta do escritório se abriu e Ty entrou na sala com aquela arrogância e ex-
cesso de confiança que irritavam os nervos de Yuri. Impecavelmente vestido, ele pas-
sou a mão pelo cabelo.
—Temos que conversar Yuri.
Maria entrou depois de Ty. —Eu sinto muito Sr. Novakovsky. Ele passou pelos
guardas.
Yuri inclinou-se para o lado e viu Vasya ofegante na porta aberta. Com um mo-
vimento de sua mão, ele mandou sua equipe recuar.
—Eu vou falar com ele.
Uma vez que a porta se fechou, Ty atravessou a sala e atirou um pen-drive na
mesa de Yuri.
—Isso foi entregue com o meu jornal da manhã.

O medo estampado nele.
—Eu quero saber o que tem nele?
—Você não vai ficar feliz. Ty caiu em uma cadeira perto de sua mesa. —Eu pen-
sei em levá-lo para Lena, mas ela ficaria humilhada se ela soubesse o que tem nele. Eu
trouxe para você, porque eu achei que você tem maneiras de lidar com esse tipo de
chantagem.
Com o estômago revirando, Yuri conectou na unidade usb. No momento em viu
que o arquivo de vídeo foi carregado ele clicou. Embora tivesse com medo de saber o
que o vídeo continha, ele clicou. Vinte segundos depois viu o encontro que ele tinha
compartilhado com Lena sobre a mesa de seu escritório, ele fechou a janela.
Frio com o choque e a explosão de traição, ele clicou através das fotos na uni-
dade. Alguém tinha tomado instantâneos dele apertando a mão de Lorenzo Guzman e
fazendo a troca pelo pai de Lena.
Yuri pigarreou.
—Quem mais viu isso?
—Um repórter do jornal recebeu essas mesmas fotos de você no México fa-
zendo negócios com o cartel.
O olhar de Yuri estalou no rosto de Ty.
—Como você sabe?
—Carson é um ex-namorado meu. Ele era um jornalista que trabalhava no Ira-
que e no Afeganistão, mas ele mudou-se para cá. Antes que ele assumisse o cargo a-
qui, ele trabalhou um tempo cobrindo a violência dos cartéis de Juarez e Sinaloa, por
isso ele entende o que essas imagens significam.
—Por que ele não me chamou em primeiro lugar?
—Ele reconheceu Lena imediatamente. Ele trabalhou com ela antes dele saber
que nós somos amigos. Ele não vai soltar a história, porque ele tem medo que pode
causar algumas mortes. Esse não é o tipo de jornalista que ele é.
—Graças a Deus por isso. Yuri murmurou. Ele desligou vídeo. —Você sabe
quem mandou isso?
Ty balançou a cabeça.
—Se eu tivesse que chutar, eu diria que é um assistente ou um daqueles guarda
costas que você contrata para ficar a sua volta. As únicas pessoas que se aproximavam
o suficiente de você para plantar uma câmera e revelar todos os detalhes sujos são as
pessoas que trabalham para você e tem algum nível de confiança.
Yuri passou a mão pelo rosto. Com a cabeça rodando, ele perguntou:
—O que eles querem que você faça para eles?
—Envergonhá-lo. Eu li que você tem seu negócio do gasoduto caindo. Estive
acompanhando nas últimas semanas. Era bastante óbvio que alguém estava tentando
parar esse negócio, ou te foder completamente. Quando não teve sucesso, eles foram
para a velha humilhação pessoal.
—Eu não tenho vergonha de ser pego fazendo amor com Lena.
—Tenho certeza que você não tem, mas você acha que ela quer um close de
seu orgasmo por toda a internet? Lá se vai à credibilidade dela.
Yuri se encolheu com a maneira horrível que Ty descreveu a situação. Ele reco-
nheceu que Ty não acreditaria nessas coisas, mas o colunista social entendida como os
outros veriam a posição da Lena. Ele saiu de sua cadeira e bateu as duas mãos sobre a
mesa.
—Foda-se.
—Hey! Ty disse em voz alta. —Não se desespere. Vamos manter segredo sobre
isso.
—Nós?
—Eu e você.
Yuri estreitou os olhos.
—O que faz você pensar que eu confio em você?
—Você não tem que confiar em mim. Respondeu Ty com naturalidade. —Você
precisa de mim. A primeira coisa que eu aprendi nesse negócio é que você sempre tem
que ter o maior, mais feio segredo. Não há um blog de fofocas ou jornalista de negó-
cios que vai tocar nessas histórias uma única vez. Faço todos saberem que eu estou
trabalhando com você. Eles sabem que eu não hesitaria em acabar com eles para pro-
teger um cliente.
A estima de Yuri por Ty subiu alguns graus.
—Nós não temos que fazer algo tão drástico ainda.
—Eu concordo, mas é sempre bom ser franco com as pessoas.
Yuri não podia discutir com isso.

—Eu preciso chegar em casa e varrer o meu escritório. É evidente a partir disso.
—Ele pegou o pen-drive e guardou no bolso. Eu fui grampeado.
—Eu tenho um investigador particular na minha folha de pagamento, que sabe
tudo sob vigilância. Eu ficaria feliz em emprestá-lo a você.
—Eu agradeço a oferta, mas não. Eu vou lidar com isso sozinho.
Yuri recolheu suas coisas e dirigiu-se para a porta. Ty caminhou até a porta.
—Mantenha-me informado.
Yuri não tinha certeza se poderia ligar-se a um homem que fez seus milhões
com um império de blogs de fofocas, mas não havia muita escolha aqui. Ele precisava
da ajuda de Ty.
—Eu vou.
No lobby, ele fez sinal para Derek e Vasya o seguirem.
—Nós vamos para casa. Agora.
Derek franziu a testa com preocupação, mas não disse nada. A mandíbula de
Yuri fechou e abriu durante a descida no elevador até a garagem. Tendo certeza de
estava seguro na parte de trás do carro, em seguida, chamou Nikolai para falar sobre a
situação.
Nikolai amaldiçoou obscenamente com a notícia da tentativa de chantagem u-
sando Lena.
—Temos que encontrar esse homem. Agora.
—Eu concordo. Você tem alguma pista?

—Estou esperando pelo retorno de um amigo, que eu mantenho contato, mas
não parece promissor. Ivan jura que Pasha falou sobre uma criança sua, mas eu não
me lembro.
—Um menino?
—Ivan diz que era uma garota chamada Katya. Lembrou-se de vê-la uma vez no
escritório do velho no orfanato. Ela tinha cabelo escuro.
—A menina russa de cabelos escuros chamada Katya? Isso reduz muito. Ele
resmungou.
—Não seja um idiota, Yuri. Isso não combina com você.
Ele resmungou e pegou sua jaqueta.
—Eu não sei mais o que fazer. Nunca me senti perdido ou fora de controle co-
mo agora.
—Esse é o ponto. A pessoa que faz isso quer que a gente se sinta impotente. É
parte da emoção.
Ele passou os dedos pelo cabelo e coçou a cabeça.
—Eu não posso viver assim, Nikolai. Não sei como fazer isso. Como você pode
suportar a ameaça constante sobre o seu ombro.
—Eu não olho.

Yuri ouviu a frieza afiada na voz de Nikolai.
—Você é um homem mais corajoso do que eu.
—Você tem algo a perder. Eu não.
Yuri entendeu o que o amigo queria dizer. Se ele era o único em risco, seria
mais fácil levar tudo isso na esportiva, mas ele não era. Foi o pensamento de Lena ser
atingida na mira, de Lena ser ferida, que o deixava doente e enchia de pavor e medo.
A decisão de Nikolai de manter todos afastados no comprimento do braço pa-
recia inteligente agora. A vida que Nikolai tinha escolhido envolvia uma grande quanti-
dade de riscos e danos colaterais. Manter as pessoas que amava a uma distância segu-
ra, era a única maneira com a qual ele poderia garantir que suas escolhas não magoas-
sem os outros.
Mas era uma vida solitária.
Yuri pensou na forma que Lena iluminou e encheu sua vida. Foi o mesmo para
Dimitri e Ivan, mas e Nikolai?
Se era certo ou errado, Nikolai tinha obviamente se apaixonado pela doce Vivi-
an ao longo dos últimos anos. Yuri se lembrou da noite em seu escritório quando eles
assustaram Jonas Krause e o obrigaram a vender o seu empreendimento, como puni-
ção por tentar matar Benny e Dimitri. O que disse Nikolai? Que um dia Vivian faria um
homem muito feliz e seria uma boa esposa.
O que deve sentir Nikolai por ficar para trás e ver a mulher que cuidou tão pro-
fundamente, viver uma vida que nunca poderia realmente fazer parte?
—Eu estou indo vê-lo. Ele ouviu um barulho de cadeira seguida do barulho de
uma cozinha. —Eu estarei lá em 20 minutos.
Como de costume, Nikolai terminou abruptamente a chamada. Yuri mandou
uma mensagem a Lena para deixá-la saber que ele estava no caminho e ficar longe do
escritório, mas ela não respondeu imediatamente. Ele decidiu que ela provavelmente
estava ocupada com seu pai.
Não foi até que ele entrou pela porta da frente de sua casa, que ele percebeu
que algo estava errado. Pela primeira vez na história, Sasha não latiu ou correu para a
porta. Seu coração disparou quando ele percebeu o silêncio assustador.
—Lena? Feodor? Sasha!

—Vasya, vai verificar os quartos do pessoal. Derek deu a ordem em voz baixa.
—Encontre Jake e Kelly.
Com Derek no seu encalço, Yuri correu para a cozinha, o lugar onde ele espera-
va encontrar Feodor neste momento do dia. A visão do velho deitado de costas e ge-
mendo, tocou profundamente em seu coração. Derek se ajoelhou ao lado de Feodor e
o rolou para o lado. O movimento revelou uma seringa saindo de seu braço e cortes
nas mãos. Os hematomas no rosto provou que o homem havia lutado.
Yuri viu as manchas sangrentas na cerâmica e as seguiu para a sala. O pai de
Lena se arrastou muito longe antes de desmaiar. A faca alojada em seu ombro superior
o tinha parado, mas ele obviamente tinha tentado correr atrás de sua filha. Muito gen-
tilmente, Yuri rolou seu futuro sogro para o seu lado. Ele encontrou o pulso de Joe e
exalou bruscamente. Apesar da perda de sangue, ele estava respirando de forma cons-
tante, e seu batimento cardíaco estava forte.
Yuri pegou uma toalha de um armário próximo e colocou-a em volta da faca na
tentativa de estabilizar a arma e ajudar com o sangramento.
—Ligue para o 911. Joe foi esfaqueado.
—Já, chefe! Derek gritou de volta. —Sasha está viva, mas mal. Eles o acertaram
com um dardo tranquilizante maldição.
Um barulho e xingos ecoaram alto na cozinha. Yuri olhou por cima do ombro e
viu Vasya carregando o pesado corpo de Kelly. O mariner estava sangrando e roncando
como Feodor. Sem dúvida, ele também estava drogado.
—As sala dos seguranças foi destruída. Ele foi algemado a uma pia e deixado
para morrer. Não consegui encontrar Jake.
De repente, as peças se encaixaram. Jake havia grampeado seu escritório. Jake
tinha tirado aquelas fotos no México. Jake tinha entregado a carta de ameaça para
Lena.
Enquanto ele continuava cuidando do sangramento no ombro de Joe, ele per-
cebeu que a porta que dava para a garagem estava entreaberta. A poça de sangue na
porta chamou sua atenção. Yuri fechou a porta e descobriu a mensagem que Joe havia
deixado em seu próprio sangue.
Jake. Anna. 916 ORD-
Ele claramente não tinha sido capaz de terminar a mensagem, mas foi o sufici-
ente. Ele começou a rabiscar o endereço do inferno onde Lena tinha vivido com sua
mãe, enquanto seu pai estava na prisão.
Ele não sabia quais os papéis de Jake e Anna nisso, mas não havia tempo para
investigar. Eles tinham Lena e ele estava indo recuperá-la.
Havia vários conjuntos de chaves na caixa da parede perto da porta. Ele pegou
a do seu carro esportivo mais rápido e deslizou silenciosamente para a garagem. Onde
ele estava indo, ele não precisava de guarda-costas. Isso era algo que ele tinha que
enfrentar sozinho.
Capítulo Vinte e Um
A caminhada na calçada quebrada onde tinha estacionado, até porta da frente

da casa em ruínas na esquina, foi a mais longa da vida de Yuri. Desarmado e incerto
quanto ao que ele enfrentaria, ele caminhou até a porta da frente e abriu. Enquanto
estes dois monstros tivessem com Lena, ele faria o que fosse preciso para mantê-la
viva. Como o casal não tinha chamado ou mandado uma mensagem com instruções,
ficou claro que esperava que ele viesse encontrá-los.
Ele torceu o nariz ao cheiro de mofo, e bolor da casa abandonada. Como as ou-
tras neste bairro, esquecido, a casa tinha sido condenada e marcada para ser demoli-
da. Ele caminhou com cuidado, incerto se as tábuas podres iriam suportar seu peso.
O som de vozes irritadas criticando um ao outro ecoaram na parte de trás da
casa. Ele seguiu os sons para a cozinha. Viu Lena quando ele aproximava-se. Ela tinha
os punhos amarrados na frente dela, e os tornozelos amarrados também. Seu nariz
sangrando e lábio machucado o enfureceu. Notou-o num piscar de olhos diante de
seus raptores. A expressão de alívio e amor em seu rosto machucado reforçou sua co-
ragem.
—Pare aí. Jake ordenou. Apontando uma arma para Yuri, o guarda-costas apa-
receu atrás dele. —Mãos na cabeça.
Yuri fez como ordenado. Ele olhou para Anna quando Jake o revistou a procura
de armas. Sua assistente de longa data tinha tingido o cabelo, loiro platinado, para um
tom de nogueira escura. Foi-se o sorriso que ele esperava. Suas feições pareciam duras
com raiva, com vingança.
—Katya?
Seus lábios pálidos finos contraíram-se com um triste sorriso.
—Lembra-se de mim agora?
—Não, mas Ivan sim.
Ela cerrou os dentes.

—Todos esses anos eu esperei que você me reconhecesse, lembrasse o que vo-
cê animais fizeram com o meu pai.
As entranhas de Yuri apertaram-se quando Katya pegou Lena por seu cabelo
longo, bonito e arrastou-a para uma posição em pé. Ela era um pouco mais alta e mal-
tratava Lena facilmente. Ele fez uma careta quando Lena foi empurrada bruscamente.
Quando Katya pegou uma faca afiada no balcão atrás dela, seu coração falhou. A peça
de aço cortou a garganta de Lena quanto Katya encostou-se ao lugar. A visão do san-
gue pingando de Lena na mão de Katya o enfurecia.
—Lena não tem nada a ver com isso. Deixe-a ir.
—Isso é culpa sua. Você não deveria tê-la amada. Deixei você ter outras. Eu as
deixei vivas, mas essa aqui? Esta você ama e agora você tem que pagar.
Os olhos de Lena fecharam-se quando a Katya puxou para trás e empurrou a
faca contra sua garganta.
—Não! Yuri deu um passo adiante, mas Jake pegou as costas de sua camisa e
segurou-o. Ele bateu com o cotovelo no estômago do guarda, mas o domínio de Jake
só afrouxou por um breve momento. O cano da arma encravou no seu lado, avisando-
o para não fazer nada estúpido. Ele não teria qualquer sentido se Lena fosse morta. —
Diga-me o que você quer. Vou dar-lhe qualquer coisa.
—Qualquer coisa? Katya riu acidamente. —Pode trazer meu pai de volta dos
mortos?
A raiva explodiu nos seus olhos.
—Traze-lo de volta? Um pedófilo repugnante e estuprador?

O aperto de Jake diminuiu.
—Pedófilo? Mas, Katya…
Yuri riu asperamente.
—Deixe-me adivinhar, Jake. Ela não lhe disse que seu pai costumava pegar os
meninos do orfanato para vender para clientes pedófilos, por grandes quantias? Ela
não lhe disse que seu pai costumava estuprar meninos na casa de horrores atrás do
orfanato?
A arma encostada ao seu lado caiu a poucos centímetros antes de ser empur-
rado grosseiramente contra as costelas.
—Katya, isso é verdade?
—Ele está mentindo. Ela cuspiu com raiva. —Todos aqueles meninos bastardos
estavam mentindo e queriam prejudicar o meu pai. Eles queriam levá-lo para longe de
mim e me fazer órfã como eles. Indesejados. Não amado. Eles estavam com inveja de
mim porque eu tinha uma família real. — Katya bateu os nós dos dedos na lateral da
cabeça de Lena. —Até que você o tirou de mim!
Atordoada, Lena piscou rapidamente e tentou se recuperar do golpe inespera-
do. Yuri tentou desesperadamente chamar a atenção de Katya.
—Eu tirei de você. Eu. Fui eu quem o matou.
—Por quê?
—Porque ele estava estuprando meu melhor amigo. — Yuri gritou. Ele estava
machucando o meu melhor amigo.
—Mentiroso!
—Eu não mentiria sobre isso. Seu pai era um monstro e eu estou feliz que ele
esteja morto. — Yuri propositadamente zombou dela, na esperança de que ela voaria
nele e deixasse Lena livre. Algo lhe dizia que Jake não estava de acordo com Katya em
ferir uma mulher inocente.
—Você é o monstro!
—Talvez você esteja certa. Admitiu. —Eu sou o único que pegou um tubo e ba-
teu na cabeça dele como uma maçã podre. E eu faria tudo de novo em um piscar de
olhos.
Katya gritou com raiva e apontou a faca para ele. O brilho louco nos olhos gela-
dos. —Talvez seja assim que eu deva matá-la. Jake encontre um tubo.
—Agora, espere Katya. Disse Jake apressadamente. O som de sua voz vacilante,
o guarda-costas estava rapidamente perdendo a vontade de realizar este ataque bru-
tal. —Você nunca disse nada sobre machucar Lena. Você prometeu que ia usá-la como
isca para atraí-lo aqui para fazê-lo pagar por atacar, roubar e matar seu pai. Você disse
que eles usaram as pessoas para encobri-los para fugir, mas, assassinato!
—Não seja estúpido! Ela nunca deixaria esta casa viva.
—Ela é inocente. A voz de Jake vacilou. —Não se trata de justiça mais. Trata-se
de algo feio e eu não vou fazer parte disso.
A arma caiu do lado de Yuri, mas Jake manteve o controle apertado sobre Yuri.
Katya levantou a faca e apontou-a para o seu parceiro de crime. Gritando como um
demônio russo, ela perdeu o controle com Jake. A faca oscilava muito na frente do
rosto de Lena. Se suas mãos e tornozelos não estivessem amarrados, ela poderia ter
uma chance de escapar…
O olhar lacrimoso de Lena encontrou o dele. Por alguns instantes, o mundo de-
sacelerou, quase parou. Sem dizer uma palavra, ela telegrafou suas intenções com um
único olhar. Silenciosamente, ela declamou uma bela frase simples. Eu te amo.
No instante seguinte, Lena mordeu o braço de Katya. O choque de testemunhar
sua doce Lena cometer um ato tão bárbaro congelou seus membros. O sangramento
em seus lábios aumentou enquanto ela mordia com força. Katya gritou de agonia e
arrancou o braço livre. O movimento selvagem trouxe a faca perigosamente perto do
pescoço de Lena, mas sua mulher corajosa ergueu os pulsos amarrados e bloqueou a
lâmina da faca com a pulseira de ouro que ele tinha dado a ela. A ponta da faca saltou
e cortou o queixo.
O grito de dor de Lena o tirou de seu estupor. Jogando a cabeça para trás, ele
bateu com o crânio na boca e nariz de Jake. Um pontapé sólido em suas bolas fez cair o
guarda-costas. Correndo para frente, Yuri chegou a Lena na hora de pega-la pelos om-
bros e jogá-la para fora do caminho.
Katya voou para ele com a faca. Não havia nada a fazer, a não ser bloqueá-la
com os antebraços. Ele assobiou quando a lâmina cortou o braço de novo e de novo.
As facadas doíam como o inferno, mas ele recusou-se a deixar esta mulher demente
perto de Lena novamente.
Quando a faca golpeou seu peito e rasgou sua camisa e a carne embaixo, dois
tiros assustaram Yuri. Ele e Katya saltaram de surpresa. Aterrorizado de que Lena esti-
vesse ferida, ele olhou para ela, mas seu olhar estava fixo na porta atrás deles. Olhan-
do para trás, ele encontrou Nikolai ali com sua pistola ainda levantada. Jake tinha caído
no chão, com uma arma em sua mão e uma poça de sangue ao redor de seu peito e
braços.
—Aaarggh! Explosão gutural de dor explodiu de Yuri enquanto Katya fincou a
faca em seu ombro direito. A lâmina ficou presa quando ele torceu longe dela e caiu
para frente. Antes que ela pudesse esfaqueá-lo novamente, Nikolai disparou mais duas
vezes, atingindo-a no peito. O peso do seu corpo caiu e ela ficou de joelhos.
Em um instante, Nikolai tinha lhe atingido. Ele empurrou Katya para o chão on-
de ela engasgou e arranhou o peito ensanguentado. Yuri virou para tocar a faca saindo
em suas costas, mas Nikolai agarrou sua mão.
—Deixe. Isto é para os cirurgiões fazerem.
Encolhido contra a parede, Lena soluçou alto. Nikolai agachou perto dela e ti-
rou uma faca de sua bota. Ele rapidamente cortou as cordas de seus pulsos e tornoze-
los. Uma vez que ela estava livre, ela se encolheu no chão frágil.
—Yuri!
Sangrando muito, ele se arrastou em direção a ela e descansou a cabeça em
seu colo. A dor latejante da faca embutida em seu ombro era fácil ignorar, quando
suas mãos suaves o tocaram.
—Oh, querido, você vai ficar bem. Ela correu os dedos pelos cabelos dele. —
Apenas fique parado, Yuri.
Ele estendeu a mão e tocou o ponto logo abaixo de sua ensanguentada mandí-
bula. A ferida cicatrizaria e serviria como um lembrete de que eles sobreviveram.
—Sinto muito.
—Não. Ela sussurrou e se inclinou para roçar um beijo em sua testa. —Eu te
amo tanto, você veio por mim. Isso é tudo que importa.
Uma respiração barulhenta e terrível interrompeu a sua declaração de amor.

Katya engasgou, como os pulmões cheios de sangue. Yuri tinha visto ferimentos no
peito o suficiente durante a campanha na Chechênia, para saber que a mulher tinha
apenas alguns minutos. Ele queria odiá-la pelo que tinha feito, mas ele sentiu apenas
tristeza. Sua mente foi distorcida por esse terrível homem mal, que ela chamou de pai
e, em seguida, cheia de ódio quando tinha ficado órfã e sozinha.
Mostrando a profundidade de sua bondade e perdão, Lena segurou a mão de
Katya, a mesma mão que empunhava a faca que cortou o rosto, esfaqueou seu pai e
seu amor. Voz trêmula, mas calma, Lena disse:
—Está tudo bem. Vai dar tudo certo.

Era uma mentira e Katya sabia. Mesmo assim, a expressão da mulher amole-
ceu. Ela arrastou os últimos suspiros borbulhantes em seus pulmões destruídos. Lena
manteve o aperto sobre a mão de Katya, mesmo depois que tudo acabou.
Fraco pela perda de sangue e inundado de adrenalina, Yuri começou a desva-
necer-se. Ele lutou para permanecer consciente, ele viu Lena segurar a mão agora san-
grenta para Nikolai.
—Dê para mim.
Nikolai não podia esconder o choque em seu rosto.
—Não.
—Eu não estou pedindo. Dá a maldita arma e vá embora.
—É uma arma limpa. — Nikolai hesitou por um momento antes de entregar a

arma que ele possuía ilegalmente. Ele se agachou e agarrou a mão de Yuri. —Eu vou
ficar por perto, apenas no caso…
—Vá. Lena pediu.

Quando Nikolai fugiu do local, Lena habilmente descarregou a arma e fez ques-
tão de limpar cada centímetro, antes de marcar a arma e as balas com suas impressões
digitais. O jeito que ela habilmente manipulou a arma o teria impressionado em cir-
cunstâncias diferentes. Hoje, o entristeceu.
—Você não tem que fazer isso. Ele ficou ao seu lado quando ela deslizou para
longe dele e começou a vasculhar as gavetas em busca de outra faca.
Quando ela encontrou uma, ela usou para cortar as cordas que ainda estavam
em seus pulsos e tornozelos. Ela deixou cair à faca no chão.
—Eu farei. Ele nos salvou. Sei que ele fez uma merda sombria de sua vida, mas
não vou jogá-lo aos lobos. Vamos dizer-lhes que está arma foi você quem trouxe. Se o
DNA ou impressões digitais de Nikolai aparecer nela, você diga que Nikolai a tirou de
você porque não queria que você viesse atrás de Jake e Katya sozinho. Vamos dizer a
eles que eu fui capaz de chegar até a arma, quando você foi derrubado o depois de
cortar as cordas. Eu fiquei atrás Jake e atirei nele. Então eu atirei em Katya.
Yuri se encolheu com a ideia de deixar Lena levar a culpa pelos disparos.
—Não, eu não vou deixar você fazer isso.
—É tarde demais. Isto já está acontecendo. Ela enfiou a mão no bolso e retirou
seu telefone. —Ninguém vai me cobrar por defender o homem que eu amo e salvar a
minha própria vida.
Ele tentou ficar acordado quando ela ligou para o 911, mas a perda de sangue o
fez fraco e frio. Havia tantas perguntas correndo pela sua mente. Como Nikolai tinha
chegado aqui, ainda o deixava perplexo. Ouvir Lena assumir a culpa pelo que aconte-
ceu aqui azedou sua boca. Ele queria gritar que ela era inocente, mas o entorpecimen-
to tomou conta dele. Por enquanto, Lena estava segura e isso foi o suficiente para ele.
—Não é tão ruim assim. Realmente. Erin acrescentou com um sorriso tranquili-
zador. —Esse cirurgião plástico fez um trabalho muito bom.
Sentada na sala de espera do hospital, eu estudei no reflexo do espelho que ela
tirou de sua bolsa, a área inchada ao longo da minha mandíbula.
—Erin está certa. Vivian confortou e bateu no meu braço. —Isso vai se curar
bem.
Fechando o espelho, eu devolvi para Erin.
—Eu acho que uma pequena cicatriz é melhor do que a alternativa.
Erin me abraçou. Com lágrimas nos olhos, ela sussurrou:

—Eu não quero nem pensar nisso. Estou tão feliz que está tudo bem.
Ok foi provavelmente a melhor maneira de descrever tudo. Kelly e Feodor es-

tavam sendo mantidos em observação depois de ter o sedativo desconhecido injetado
em seus corpos. O veterinário de Sasha foi até a casa para vê-la e agora Dimitri e
Benny estavam lá a observando enquanto ela dormia.
—Seu pai parecia muito bem. Vivi comentou. —Pelo que pude ver do corredor,
eu quero dizer.
Eu balancei a cabeça e tomei um gole de água fria da garrafa que Ivan me en-
tregara antes de assumir um lugar estratégico em toda a sala. Ele tinha a melhor vista
de toda a gente indo e vindo. Não há dúvida de que ele foi encarregado de vigiar todos
nós.
—Para alguém que teve um soco no rosto e uma faca de cozinha nas costas?
Com certeza.
—Pelo menos eles estarão no mesmo andar. Disse Erin, claramente tentando
encontrar uma fresta de esperança para tudo isso. —Yuri e seu pai, quero dizer. Isso
vai fazer a visita mais fácil nos próximos dias.
—Quanto tempo você acha que eles vão ficar? Vivi perguntou.
—O médico disse que meu pai provavelmente vai voltar para casa em dois dias.
Espero que eles não segurem Yuri muito tempo. Ele não vai ser capaz de ficar sentado
e não fazer nada.
—Talvez fosse bom para ele aprender a gostar de um ritmo mais lento. Erin su-
geriu. Baixando a voz, ela disse:
—Ivan era um viciado em trabalho antes que ficarmos juntos. Ele ainda tem um
horário louco, mas ele definitivamente aprendeu a diminuir e aproveitar mais a vida.
Isso pode ser bom para Yuri. Todo esse estresse não pode ser saudável para ele.
—Pode ser bom para ambos desacelerar. Vivi comentou. —Vocês dois são exa-
tamente iguais quando se trata de trabalho. Em todos os anos que eu conheço você, a
última semana foi a primeira vez que eu vi você tirar um tempo para si mesma, e levou
uma ameaça de um cartel e uma maluca para fazer você fazer isso!
Quando ela coloca assim...
—Senhorita Cruz? Uma enfermeira de uniforme azul sorriu para mim. —Sr. No-
vakovsky está em seu quarto agora.
Mesmo que eu quisesse pular e correr pelo corredor para vê-lo, levantei-me
lentamente como fui instruída pelo médico que me tinha me visto no pronto-socorro,
o cirurgião que tinha me suturado. Vivian deu a minha mão um aperto encorajador.
Quando saí da sala de espera, Ivan piscou para mim e sorriu.
A enfermeira me levou para o quarto particular de Yuri. Desesperada para vê-
lo, entrei rapidamente e fechei a porta. O sol enchia a sala com um tom rosado.
A expressão tensa de Yuri relaxou quando seu olhar caiu sobre mim.
—Gatinha.
A alegria explodiu dentro de mim como champanhe efervescente, que apreci-
amos em seu iate. Eu não podia chegar a ele rápido o suficiente. De pé ao lado da ca-
ma, eu o observei. Ambos os braços estavam enfaixados. A abertura no avental do
hospital revelou outro curativo no peito e a borda superior do curativo nas costas. Um
tubo intravenoso estava preso em seu braço direito
Colando em sua mandíbula forte, eu sussurrei:
—Como você está se sentindo?
—Zumbindo. Ele respondeu com sinceridade.

Eu ri.
—Acho que é uma coisa boa agora.
—Muito boa. Ele concordou. Seu sorriso desapareceu e ele escovou seus dedos
na minha bochecha. —Você está bem?
—Os hematomas desaparecerão, e meu lábio vai sarar. Isto também acrescen-
tei, enquanto apontava para o corte.
—E o que diz sobre isso? Ele tocou a minha cabeça. —E isso? Ele tocou meu co-
ração. —Eles vão curar tão rápido?
—Eu não sei. Eu acho que realmente não caiu a ficha. Engoli em seco. —Tenho
certeza de que mais tarde, quando eu estiver sozinha.
—Eu não quero você sozinha. Você precisa ficar junto das pessoas que você
ama e as pessoas que amam você.
Pensando em Erin, Vivian, Benny e seus homens, eu assenti.
—Eu não acho que isso vai ser um problema. Dimitri e Benny já estão em nossa
casa cuidando de Sasha. Acho Vasya foi capaz de colocá-la em seu canil depois que o
veterinário a viu. E Ivan trouxe Erin e Vivian para a sala de emergência. Eles não saíram
do meu lado.
—Bom. Ele hesitou. —Você falou com a polícia?

—Sim. E você?
—Ainda não, mas eu suponho que eles vão estar aqui em breve. Ligou para o
meu advogado?
—Não, mas Nikolai sim. Craig estava na casa antes dos paramédicos tê-lo car-
regado para a ambulância. Ele me protegeu do questionamento mais agressivo.
—Tem certeza de que quer manter essa história?

—Sim. Eu ainda não sabia de onde o meu instinto de proteger Nikolai veio, mas
eu confiava nele. —Tudo viria à tona, Yuri. Tudo. Nikolai teria que contar as pessoas
sobre o abuso que sofreu quando criança, e isso é uma coisa dele. Não vou o deixar ser
forçado a fazer. Independentemente de quem atirou em Jake e Katya, não havia ne-
nhuma outra maneira de sair dessa situação. Nós dois morreríamos hoje Yuri. Quer eu
assuma a responsabilidade ou Nikolai, isso não muda a realidade.
Yuri parecia que queria discutir.
—Eu não quero que você sofra mais por meus erros.
—E eu não queria que você sofresse pelos erros do meu pai e meu primo, mas
você sofreu. Arriscou muito para salvar os dois, para salvar as pessoas que eu amo.
Esta é a minha maneira de salvar alguém que eu amo.
Seus olhos fecharam por alguns instantes.
—Eu queria que não fosse tão sórdido, tão sujo.
—Assim como eu.

Ele tentou apertar minha mão, mas fez uma careta.
—Desculpe. Eles disseram que não há qualquer dano ao nervo, mas pode ser
que demore algumas semanas antes de ter meu controle e destreza de volta.
—Eu acho que é uma coisa boa você não trabalhar com as mãos.
Yuri sorriu e seus olhos brilharam maliciosamente.
—Oh, eu não sei sobre isso. Eu acho que fiz alguns dos meus melhores traba-
lhos com estas mãos.
Pensando em todas as maneiras que ele sensualmente me atormentou com es-
sas mãos magistrais, corei.
—Sim, você tem feito algumas coisas bastante surpreendentes com elas.
Ele riu. Os olhos brilhando com amor, ele murmurou:
—Eu quero te abraçar.
Estudei a cama.
—Não se mova. Vou me espremer bem aqui.
Depois de chutar meus sapatos, subi suavemente sobre a cama e me coloquei
entre seu lado e a guarda de segurança. Tendo a certeza de não colocar qualquer pres-
são sobre o peito e olhando seu rosto para detectar quaisquer sinais de desconforto.
Ele passou braços enfaixados em torno de mim.
—Eu te amo, Yelena.
—Eu também te amo.

—Você sabe que eu vou me casar com você um dia.
Sorrindo para ele, eu beijei sua bochecha.

—Imaginei.
Ele bufou com divertimento.
—Eu suponho que essa resposta terá que me contentar por agora.
—Por enquanto. Eu concordei.
—Enquanto os médicos estavam me costurando novamente, eu decidi que va-
mos ter um longo período de férias depois do casamento de Dimitri e Benny.
—É mesmo?
Ele riu baixinho.
—É. Você não vai recusar esse presente. Precisa de um pouco de relaxamento e
descanso, tanto quanto eu.
—Erin e Vivian acabaram de dizer a mesma coisa para mim. Aparentemente,
todos eles acham que somos viciados em trabalho.
—Somos. Provavelmente é por isso que nos damos bem, mas a vida é mais do
que trabalho, dinheiro e sucesso. Seus braços apertaram em torno de mim. —Esperei
anos para encontrá-la Lena. Pretendo aproveitar cada minuto que tivermos juntos.
Sua doce promessa me tocou.
—Idem.
—Você escolhe os lugares que deseja visitar e nós vamos a todos.

Minhas sobrancelhas ergueram-se.
—Todos eles?
—Por que não?
—Talvez os cinco primeiros. Disse eu, pensando em quanto tempo levaria para
visitar todos os lugares na minha lista. —Nós temos a vida inteira pela frente para to-
dos eles.
—Então os cinco primeiros. Ele concordou com indulgência. Ele beijou o topo
da minha cabeça. —E adicione uma parada em Los Angeles a essa lista.
—Los Angeles? Apertei meu rosto. —Por quê? Você tem negócios lá?
—Não, mas eu achei que você gostaria de ver a sua mãe.

Suas palavras me atingiram como um caminhão em alta velocidade. Com a voz

trêmula, eu lembrei a ele:
—Minha mãe está morta Yuri.
Ele passou os dedos pelo meu cabelo.
—Eu não sei quem te disse isso, mas não é verdade. Ela está viva. Seu endereço
estava no dossiê que eu rasguei.
De repente enjoada, eu levantei da cama. A terrível verdade, a única coisa no
mundo que eu estava disposta a mentir para ele, tinha sido descoberta.
—Sinto muito. Yuri tentou sentar-se, mas caiu para trás quando a dor não dei-
xou. Ele apertou a mão em seu ombro. —Eu não deveria ter dito assim. Eu não estava
pensando que seria um choque.
—Eu já sabia. Eu disse, minha voz áspera e meus olhos queimando.
Yuri piscou em confusão.
—O que você quer dizer? Mas me você disse...
—Eu sei o que eu lhe disse. Eu disse-lhe a mesma coisa que eu disse a todos. —
Humilhada com a verdade, eu deixei cair meu olhar para o chão. —Eu a encontrei
quando eu tinha dezessete anos. Guardei dinheiro durante todo o verão e comprei
uma passagem de ônibus para Los Angeles na semana antes do meu último ano do
ensino médio começar.
—Você foi de ônibus? Todo o caminho para Los Angeles? Aos dezessete anos?
Eu podia ouvir o desgosto em sua voz, mas não me atrevei a levantar o olhar
para o dele.
—Sim.
—Por que o seu pai não lhe deu dinheiro para um bilhete de avião?
—Ele não sabia que eu estava indo. Nós nunca conversamos sobre ela depois
que foi embora.
—Você viajou todo o país sozinha? Yelena, você poderia ter morrido, seques-
trada ou...
Eu levantei a minha mão.
—Eu sei o quanto foi estupido.
Ainda incapaz de encontrar seu olhar, eu limpava as lágrimas correndo pelo
meu rosto. Percebendo que não havia maneira de manter a horrível verdade em se-
gredo, eu deixei tudo derramar para fora de mim. —Eu estava tão animada. Todo o
caminho até lá eu imaginava, sonhando com todas as coisas maravilhosas que aconte-
ceriam. Pensei que iria abraça-la, ficar acordada a noite conversando, ir para a Disne-
ylândia porra!
Meu soluço doloroso ecoou no silêncio do quarto de hospital.
—Mas ela não estava feliz em me ver. Ela olhou horrorizada, horrorizada em
me ver de pé na soleira da porta de sua grande e linda casa nova.
Consegui engolir a bile subindo na minha garganta quando as lembranças hu-
milhantes atingiram. —Quando seu marido perguntou quem eu era, ela disse que era
um vendedor de assinaturas de revistas e bateu a porta na minha cara. Ela tinha uma
nova família. Uma família perfeita. Acrescentei. —E ela não queria que eu estragasse
tudo.
—Maldita…
—Voltei para a estação de ônibus e comprei uma passagem para casa. Papai
nem percebeu que eu tinha ido embora. Ele estava fazendo algumas coisas em Nova
York. Perto do Natal, ele descobriu o endereço e me perguntou. Eu não sabia como
dizer a verdade, então eu disse a ele que ela estava morta, pois já estávamos mortos
para ela.
—Anjo meu…
—Então eu menti para você também Yuri. —Eu soluçava os goles quebrados de
ar fazendo meus pulmões queimar. —Eu menti porque não haveria nenhuma maneira
de você me amar se você soubesse que a minha mãe não me quis.
A voz forte e amorosa de Yuri cortaram meus soluços.
—Vem cá Lena. Gostaria de ir buscá-la eu mesmo, mas não posso. Agora venha
aqui, Gatinha.
Eu forcei meus pés para me mover, mesmo querendo correr para fora da sala
de vergonha. Yuri agarrou minha mão e me puxou para mais perto.
—Em cima da cama. Agora.

Fiz o que ele mandou, e corri de volta para o pequeno espaço que eu tinha an-
teriormente ocupado. Yuri virou o suficiente para olhar para mim. Não tinha pena ou
nojo refletido nesses olhos castanhos quentes. Não, era amor, o mais brilhante, o a-
mor mais feroz.
—Escute-me Yelena. Essa mulher é uma idiota e não há ajuda para uma pessoa
assim. Ele me beijou com ternura. —Eu não sou idiota, e eu vejo o que está bem aqui
na minha frente. Você é amada por tantas pessoas, por seu pai, por seus amigos e por
mim. Ele tomou meus lábios com tanto amor. —Eu nunca vou te abandonar, Lena.
Você é preciosa para mim.
As palavras de Yuri encheram esse escancarando o buraco dentro de mim. Pela
primeira vez em muito tempo, eu realmente comecei a sentir um vislumbre de amor.
—Eu vou passar o resto da minha vida, mostrando o quanto você é amada.
Com um sorriso maroto, ele acrescentou: - E eu vou levá-la para a Disneylândia.
Ainda chorando, eu ri de sua observação lúdica. Apesar de ter sido doído, eu
não tinha dúvida de que nos dois estaríamos ostentando orelhas de rato em fotos com
o pateta algum dia, em breve.
Depois que Yuri limpou meu rosto com a camisola do hospital, ele me pediu pa-
ra aconchegar mais perto. Encolhida perto do homem que eu amava, eu apreciava a
chama da esperança que queimava tão brilhante dentro de mim. Se alguém no mundo
teve a audácia de ser tudo o que ele prometeu, era o meu Yuri.
Capítulo Vinte e Dois
Quatro semanas mais tarde
—Eu tenho que confessar a você, Erin. Este é um inferno de um casamento! —

Champanhe na mão, tomei o lugar vago ao lado dela.
Sorrindo, ela parecia bastante satisfeita consigo mesma.

—Foi divertido planejar. Naturalmente, ter acesso total ao iate de Yuri, todos
os contatos secretos de Nikolai e as relações de negócios de Ivan na cidade, ajudou. —
Ela inclinou-se mais perto. —Você não acreditaria o quão barata esta festa foi.
—Eu vi você pechinchar. Eu lembrei a ela com uma risada. —Eu não estou sur-
presa que você fez tudo isso por menos.
E foi um belo casamento. Foi uma reunião de médio porte de amigos e familia-
res de Dimitri e Benny. Ivan era padrinho, e Benny me pediu para ser sua dama de
honra. Johnny ficou fantástico em seu smoking, e vê-lo entregar sua irmã foi um mo-
mento doce de assistir.
Porque Ivan detestava falar em público, Yuri fez o discurso de padrinho, ele não
decepcionou. Nós todos ficamos rolando de rir, ele fez um discurso comovente, mas
espirituoso, mas Dimitri enxugou os olhos e aplaudiu quando ele terminou seu discur-
so emocionado com o anúncio da gravidez de Benny.
Eu observei o casal feliz no casamento enquanto eles dançavam na pista de
dança. Segura com o término de seu primeiro trimestre, Benny parecia ter superado o
mal estar matinal e à exaustão. O corte de seu vestido de casamento tornou possível
para ela manter seu segredo durante a cerimônia, mas na pista de dança, com o vesti-
do enrolado, dava para mostrar a curva arredondada de sua barriga. Sem perceber,
Dimitri tinha colocado a mão sobre sua barriga de forma protetora, protegendo-a toda
a noite.
—Devemos começar uma aposta. Disse Erin com uma risadinha. —Data de nas-
cimento. Menino ou menina. Gêmeos. Peso. Tudo isso.
—Eu estou dentro.
—Talvez devêssemos começar outra aposta. Erin sugeriu com um leve gesto de
cabeça.
Após a elevação sutil de seu queixo, vi Vivian dançando com Kelly Connolly. A
visão dos dois rindo e balançando me surpreendeu. Por força do hábito, eu procurei na
multidão por Nikolai. Ele estava com Yuri e dois homens que eu não reconheci. Seu
olhar escuro estava fixado sobre o casal dançando.
Como se ele pudesse sentir que eu o observava, sua atenção desviou para mim.
Nossos olhares chocaram-se, mas não desviamos o olhar. Após a experiência angusti-
ante que eu tinha compartilhado com ele, eu já não me sentia tão nervosa ou com
medo dele. Nós nunca seriamos amigáveis, eu não tinha certeza de que ele era capaz
de ser amigável com qualquer mulher que não seja Vivian, mas éramos conhecidos
próximos.
Virando as costas para Vivian e Kelly, Nikolai sinalizou que estava tudo bem
com ela. Mas enquanto eu observava Vivian e Kelly dançando, eu tinha a sensação de
que os dois não estavam atraídos um pelo outro. Não havia toques prolongados ou
intensos olhares trocados entre os dois.
Tomei um gole de champanhe.
—Eu não acho que vai a lugar nenhum. É só uma dança.

—Pena. Disse Erin com um pouco de tristeza. —Eles fazem um casal bonito.
—Eu não acho que Vivian queira ninguém, só a um homem que ela não pode
ter.
—Eu não sei sobre o não posso. Acho que se ela fosse atrás dele, ele ficaria in-
defeso contra ela. Erin tamborilou com os dedos sobre a mesa. —Qual é a história com
Kelly? Eu pensei que ele tinha desistido de seu posto de guarda-costas.
—Ele não está fazendo trabalhos a longo prazo. Aparentemente, ele disse a
Dimitri que ele temia tornar-se muito apegado a seus clientes. Ele perdeu bastantes
pessoas que importavam para ele enquanto ele estava no Corpo de Fuzileiros Navais, e
ele não quer fazer isso na vida civil. A última vez que ouvi, ele está fazendo curtos tra-
balhos de segurança privada. Sabe um fim de semana aqui ou ali.
—Eu estava tão preocupada que o novo negócio de Dimitri fosse prejudicado
depois de Jake, mas eu acho que acabou bem.
—Ty e eu trabalhamos horas extras para tirar o melhor dessa situação. Hones-
tamente, Dimitri tem dezenas de seguranças e guarda-costas que trabalhavam para
ele, e apenas um acabou sendo podre. Está muito claro que ele é super cuidadoso so-
bre os homens que ele contrata. Eu acho que Jake era basicamente um grande cara,
que foi levado por uma bela psicopata com uma história triste.
—Pelo menos isso tudo está acabado agora.
Alguns dias antes, eu fui inocentada de qualquer acusação. Eu suspeitava que a
Divisão e os detetives do caso não acreditavam plenamente a minha versão dos fatos.
Houve inconsistência entre alguns dos forenses, mas nada para provar que Nikolai es-
teve naquela casa. Tanto quanto eu poderia dizer, ninguém além de nós três sabíamos
desse segredo, e ficaria desse jeito.
—Vivian decidiu o que vai fazer depois que você for morar com Yuri?
—Ela está procurando um apartamento menor no mesmo complexo. Um tre-
mor de culpa perfurou meu peito. —Eu ainda estou sentida por ter que sair, mas ela
diz que está feliz por mim.
—Vivian está feliz por você. Ela sempre é a verdadeira com o que ela diz.
—Mesmo assim…
—Deixa para lá Lena. Erin me lançou um olhar compreensivo. —Não acho que
isso é a morte. Se você quer morar com Yuri, more com Yuri. Vivian quer que você seja
feliz. Ela é uma grande garota e ela vai ficar bem. Francamente, eu acho que ela está
ficando irritada com a maneira como todos nós a tratamos como nossa irmãzinha.
—Ela é a coisa mais próxima que eu já tive de uma irmã, e ela é mais jovem do
que nós.
—Ela também sobreviveu a mais coisas que nós três. Ela fez um gesto entre nós
duas e Benny. —Pode sequer imaginar. Talvez seja hora de voltar atrás e dar algum
espaço para ela.
Eu sorri para Erin.

—Nossa você fica sexy quando você dá uma de mamãe urso assim.
Ela revirou os olhos.
—Eu já tenho um encontro para hoje à noite, bajulação é desperdiçada comigo.
—Falando de seu encontro... Eu assisti Ivan caminhando em nossa direção.
Quando chegou à mesa, ele inclinou-se e envolveu Erin em seus braços musculosos.
Ele sentou-se e a colocou em seu colo. Do jeito que ele a beijou, ficou claro que ele
estava começando a sentir o efeito da vodka. Suas inibições definitivamente haviam
sumido e sua libido estava no auge. A julgar pela forma como ele devorou sua boca,
Erin teria a sorte de chegar ao quarto que havia sido reservado no iate com todas as
suas roupas intactas.
—Ivan! Rindo, Erin agarrou sua mão grande e empurrou-o para baixo até a cin-
tura. —Mais tarde.
Eu não conseguia ouvir o que ele disse com aquela voz rouca, mas Erin ficou
vermelha. Ela mordeu o lábio inferior e tentou não sorrir. —Tudo bem. Disse ela um
pouco sem fôlego. —Nós podemos ir agora.
Ele começou levanta-la em seus braços, mas ela desceu de seu colo. —Eu vou
andando.
Ivan queria protestar, mas ela agarrou sua mão e puxou-o atrás dela. Com um
rápido sorriso, ela desculpou-se.
—Jesus! Ty exclamou antes de cair drasticamente na cadeira que Erin e Ivan ti-
nham desocupado. —Esses russos sabem como dar uma festa!
Eu não pude deixar de rir. Ele parecia um pouco perdido, sem o paletó de smo-
king e sua camisa escancarada no colarinho. Suas bochechas estavam coradas pelo
esforço da dança e ele parecia estar suando, algo que eu nunca tinha o visto fazer.
—Quanto você bebeu?
—Eu não sei. Ele admitiu com um sorriso insolente. —Muito, provavelmente.
—Você tem uma carona para casa? Eu tinha certeza que ele tinha um motoris-
ta, mas queria ter certeza que o meu novo parceiro de negócios chegaria em casa in-
teiro.
—Na verdade… Ele deslizou a cadeira para mais perto, - Eu estou esperando
que um sexy grandalhão me leve para casa.
Sexy grandalhão? Eu segui o seu dedo apontando corajosamente, e quase caí
da maldita cadeira.
—Vasya?
—Ele é gostoso ou não? Ty apoiou o queixo na mão e abertamente flertou com
o guarda-costas gigante. Quando os lábios de Vasya brevemente curvaram-se num
sorriso, eu percebi o quanto eu fui cega. Não é de admirar que Vasya estava sempre
oferecendo-se para cuidar de mim. Ele queria passar mais tempo perto de Ty!
Recuperando-me do choque, eu perguntei:
—Vocês são um casal?
—Ainda não, mas eu acho que essa pode ser a minha noite de sorte.
—Ele está de plantão.
—Bem, talvez eu vá com ele para casa. Você acha que Yuri se importaria se eu
passasse a noite em sua casa de hóspedes?
—Não é com Yuri que eu estou preocupada.

Ele franziu o nariz.
—Ah, certo. Aquele cachorro horrível.
Tomei a ofensa.
—Sasha é o cão mais doce, mais suave que um bebê.
Ty gargalhou.
—Querida, você precisa de um novo dicionário. Essa experiência genética que

você chama de um cão, parece com o filho bastardo de um urso com um gorila.
Revirei os olhos.
—Tanto faz.
O olhar sorridente de Ty pulou de volta para Vasya. Seus olhos brilharam e ele
praticamente pulou da cadeira.
—Oh, eu acho que eu estou prestes a conseguir a rapidinha que eu tenho dese-
jado.
Olhei para Vasya que foi lentamente afastando-se da multidão. Sem dúvida, ele
estava levando Ty para algum espaço privado onde eles poderiam ter um fim de noite
de amor. Eu considerei a diferença de tamanho dos dois homens.
—Ele vai quebrá-lo ao meio.
—Docinho, eu estou contando com isso. Correndo e pulando, Ty desapareceu
no meio da multidão.
Vivian apareceu ao meu lado e brincando me bateu com o quadril. —Será que
eu realmente estou vendo Ty Weston correndo atrás do Vasya?
—Aparentemente, eles são um tipo de coisa.
—Legal. Ela colocou com a mão nas minhas costas. —Eu pensei que seu pai es-
taria aqui.
—Benny e Dimitri o convidaram, mas ele mudou de ideia.
—Hey. Disse Vivian e agachou-se ao meu lado. —Não fique tão triste. Você fez
o que achava ser a coisa certa quando mentiu sobre sua mãe. Ele vai superar isso.
—Talvez. Eu disse hesitante. A memória de nossa discussão, gritando na biblio-
teca de Yuri permanecia crua e real. —Ele estava com muita raiva. Eu não o culpo.
—Ele é seu pai. Ele vai te perdoar.

—Eu menti sobre a minha mãe estar morta. Isso é uma coisa enorme. Pode até
ser imperdoável.
—Lena, eu perdoei meu pai pelas coisas horríveis que ele fez para mim. Se isso
teve perdão, então também terá a mentira que você contou. Você estava sofrendo e
foi humilhada, por isso você fez a coisa mais fácil que poderia para proteger, seu pai
vai entender isso.
—Talvez.
Vivian suspirou.
—Olha, nós carregamos tanta bagagem de nossos pais. A última coisa que pre-
cisamos é acumular mais culpa sobre os nossos ombros. Ela apertou minha mão. —
Deixe passar.
Ouvimos o DJ anunciando que a noiva estava prestes a jogar o buquê antes que
escapasse para sua lua de mel. Vivian puxou-me para fora da minha cadeira e para a
pista de dança. Algumas dezenas de mulheres solteiras disputavam o melhor lugar.
—Onde está Erin?
Eu ri.
—Vamos apenas dizer que Ivan decidiu que iriam se recolher mais cedo.
Vivian riu e, em seguida, em tom de brincadeira disse:

—Estou chocada.
A contagem regressiva do DJ mudou minha atenção para o pequeno palco onde
Benny ficou de costas para a multidão. Quando Benny lançou o lindo buquê para o ar,
as mulheres em torno de nós começaram a correr para frente. Eu mal conseguia ficar
de pé, mas Vivian foi arrastada junto com a multidão. Suas mãos voaram no ar e o bu-
quê bateu na palma de sua mão aberta.
Ela pegou o buquê e acenou ao redor com um sorriso chocado em seu rosto. Eu
não conseguia parar de rir ao ver a expressão de valor inestimável que Vivian usava.
Enquanto as outras mulheres olhavam irritadas para ela, Vivi correu para mim.
—Eu peguei!
—Eu vejo isso. Eu toquei as rosas suaves. —Eu não achava que você fosse tipo
de pegar buquê.
Ela encolheu os ombros.
—É mais forte do que eu, eu acho. Eu vou dar a Erin para dar sorte. Tenho cer-
teza que ela vai ser a próxima de nós a caminhar até o altar.
—Provavelmente, eu concordei.
Dois braços familiares escorregaram na minha cintura. Os lábios de Yuri toca-
ram meu pescoço. Rindo, ele se dirigiu a Vivian. —Eu vi você dando cotoveladas para
pegar o buquê.
O queixo dela caiu com indignação fingida.
—Eu não!
Ainda estávamos rindo quando Nikolai se juntou a nós para ver os recém-
casados saírem. Nós nos mudamos para a fila ao longo do caminho que levaria para o
heliporto. O casal radiante parando para abraços prolongados e bons desejos de todos
nós, antes de correr para começar a sua lua de mel.
Depois de assistir o helicóptero voar para longe, o resto dos nossos hóspedes
voltaram para a festa. Yuri me puxou para longe da pista de dança lotada.
—Mas o nossos hóspedes?
—São todos adultos. Ele interrompeu. —O pessoal contratado para o casamen-
to tem tudo sob controle.
Quando ele tinha aquele brilho nos olhos, não havia como discutir com ele. Yuri
me levou até a área privada do iate e para a suíte máster. As cortinas haviam sido bai-
xadas e ele trancou a porta atrás de si.
—Tire a roupa.
Minha barriga tremia descontroladamente, mas eu segui seu comando. En-
quanto eu saí dos meus saltos e fora do meu vestido e roupas íntimas, Yuri começou a
tirar seu smoking.
—Deixe os diamantes.
Toquei o colar requintado e brincos que ele havia deixado no meu travesseiro
naquela manhã. Quando ele tirou a camisa, avistei a nova tatuagem que decorava o
lado esquerdo do peito. Parecia tão absolutamente linda entre as cicatrizes rosadas
que agora que pontilham sua pele. Meus lábios abriram com surpresa quando percebi
o que ele tinha tatuado em seu coração.
—Para mim? Cruzei o espaço entre nós e corri minhas mãos ao redor da área
recém-tatuada, tomando cuidado para não tocar sua pele. Ele havia colocado as nos-
sas iniciais entrelaçadas dentro de um círculo de vinhas. O desenho me fez lembrar-se
da pulseira de ouro que ele me deu, a que eu usava quase todos os dias.
—Para você. Ele beijou meus dedos. —Deixei um pouco de espaço aqui, no
meu coração, para mais tarde.
—Mais tarde? Oh! Corei quando entendi o significado. Para as crianças, quando
estivéssemos casados e tivermos... —É sempre bom planejar com antecedência.
Ele deu uma risadinha.
—Por mais que eu goste de mantê-la na minha cama, eu quero acabar esta ta-
tuagem no meu braço.
Ele estava brincando, mas eu balancei minha cabeça.
—Não vamos ficar loucos. Se, e quando decidirmos dar esse passo, eu acho que
três é um bom número.
—Quatro ou cinco é um número melhor. Ele acariciou meu pescoço e gentil-
mente roçou os dentes sobre a pele sensível.
—Quando você puder carrega-los em você, vamos discutir quatro ou cinco.

Rindo, Yuri arrancou os grampos do meu cabelo. As mechas sedosas caíram so-
bre os meus ombros.
—Nós vamos deixar essa discussão para o próximo ano.
Meus olhos arregalaram-se.

—No ano que vem? Mas nós…
—Mais tarde. Ele murmurou e me silenciou com um beijo carregado de erotis-
mo. Quando ele abaixou e pegou as costas das minhas coxas, eu as levantei e envolvi
minhas pernas em volta da cintura dele. Ele me levou para a cama e me colocou no
centro.
Presa debaixo dele, eu respirei animadamente. Minha buceta já latejava e doía
para ser preenchida por seu grande pau. Eu queria suas mãos magistrais e aquela boca
perversa em mim. Arqueando-me contra o duro calor dele, eu silenciosamente pedi
que me penetrasse.
Sorrindo com malícia, ele arrastou duas tiras de seda longas de debaixo dos
travesseiros.
—Lembra-se daquela noite em Mônaco quando eu perguntei se você queria
que eu te amarrasse?
—Sim. Eu vibrava com a excitação e antecipação.
—Você ainda quer que eu faça isso?
—Sim. Minha voz trêmula traiu o meu entusiasmo. —Me prenda. E me possua.
Ele não perdeu tempo em prender meus pulsos para cima. A memória assusta-
dora tentou ressurgir, mas eu me recusei a deixar que a coisa feia invadisse está mara-
vilhosa experiência íntima. Ele deve ter visto o flash de pânico no meu rosto.
Cobrindo meu rosto, Yuri beijou-me com tanta ternura e amor que trouxe lá-
grimas aos meus olhos.
—Você está segura comigo.
—Eu confio em você. Houve um tempo em que eu nunca poderia ter me imagi-
nado dizendo essas palavras para qualquer homem. Com seu amor, paciência e vonta-
de de arriscar tudo para me salvar, Yuri tinha provado que era digno dessa confiança.
Ele me mostrou a profundidade e a força do seu amor.
Seus olhos brilhavam de forma suspeita enquanto acariciava minha pele nua e
reivindicava minha boca com beijos pecaminosos.
—Eu sei o que isso significa ganhar sua confiança. Você nunca, nunca vai perder
isso, eu prometo.
E ele não faria. Ele passaria o resto de nossas vidas juntos provando para mim
que merecia essa confiança. Eu passaria o resto de nossas vidas juntos me banhando
do brilho do seu amor e me esforçando para mostrar todos os dias o quanto ele signifi-
cava para mim.
—Você me faz tão incrivelmente feliz, Yuri.
—Eu sei Gatinha. Ele deu um beijo barulhento no meu peito. —Esta noite, eu
pretendo fazê-la muito, muito feliz.
—Ah, é?
—Sim. Ele brincou com os dedos na minha barriga. Fechando os olhos, eu abri
minhas coxas para ele e suspirei de prazer. —E eu acho que vou começar bem aqui...
Fim

3 - Yuri

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GRUPO RHEALEZA TRADUÇÕES

A tradução desta obra foi efetuada pelo Grupo Rhealeza Traduções

O leitor e usuário, ao disponibilizar a obra, também responderão pela correta e

Grupo Rhealeza Traduções

Eu tinha cerca de dez segundos de distância de um colapso que desencadearia

Garota Dragão? Que idiota!

Públicas) trabalhando em alguns clubes menores organizando eventos, eu vi alguns

Seus olhos arregalaram-se, mas ele rapidamente recuperou-se.

O lembrete do lugar de onde eu vinha não era agradável.

—Isso só foi uma transa.

—Conseguiu o que? — Ele ficou quieto e enfiou o pênis de volta em suas

—Mentiroso. — As peças encaixaram-se. —Deixe-me adivinhar. Alguém da Fa-

—Você nunca coloque as mãos em mim de novo!

Mas desta vez eu tive o suficiente. Eu era melhor do que isso.

—Eu vou te dizer quando você está fora!

Basicamente ele me deu um copo para socorrer um navio afundando. Danny

—Eu o demiti e eu não gosto de negócios sujos.

—É ele concordou. —Mas eu não tenho nada a ver com isso.

Eu ainda não conseguia acreditar que eu estava sentada no banco de trás de

—Você não vai atender? Eu não me importo.

—Eu não me importaria em comer alguma coisa.

—Você não acha que eu sou bonito?

—Você parece muito certo.

—Seria uma péssima ideia eu marcá-lo neste post?

Relutantemente, ele confirmou a minha suspeita.

—Yuri, eu lidei com isso. Não é grande coisa.

—Não, eu assegurei a ele apressadamente. —É que não gosto disso. —Procurei

Eu balancei minha cabeça.

—Eu sei o que você quis dizer. Eu só estava brincando.

Ele pegou um dos pequenos rolos de ovo.

Ele segurou o meu olhar. Com um sorriso malicioso, ele disse:

Revirando os olhos, eu ri baixinho. Eu caí nessa.

Mudando de assunto e para acabar com a nossa especulação, ele comentou:

Eu não estou crescendo. Estou simplesmente... existindo.

—Sobre o que é isso Lena?

—Eu gosto de você.

—Eu preciso olhar na minha agenda.

Sua boca se curvou em um diabólico sorriso sexy.

Rindo, Yuri olhou ao redor do estacionamento.

Ele deu ao meu cabelo um puxão brincalhão.

—É uma ideia que vale a pena investir e ter lucros sólidos.

—Concordo. Eu disse um pouco sem fôlego. —Isso foi ridiculamente sexy.

—Você pode escolher o idioma, inglês, russo, mandarim ou árabe.

—Você vai me matar.

Ocorreu-me de repente que este homem, esse desconhecido total, me prote-

Seu olhar se voltou para Yuri novamente.

—De qualquer forma. Eu vou... uh ... Eu só vou entrar agora.

Yuri arqueou uma sobrancelha para a impertinência do homem em usar seu

—Oh... bem... Okay. Então, o que está acontecendo?

—Ouça-me seu merdinha. Se eu ouvir um sussurro de tais coisas desagradáveis

—Eu entendo. Sinto muito. Eu não vou fazer novamente.

De pé, Yuri pegou sua jaqueta e atirou-a por cima do ombro.

—Alguém vazou uma cópia do relatório ambiental. Há uma tempestade na mí-

—Nós vamos sair de manhã.

O zumbido irritante do meu celular chocalhou toda a minha mesa de cabeceira,

Ele soltou um suspiro aliviado.

Eu fiz uma careta e esfreguei meus olhos cansados.

—Sim. Por quê?

—Nada. Não é nada. E que me preocupo com você.

A resposta veio instantaneamente.

Ela apertou meu pé através do edredom.