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1 | Empatia na sala de aula

Quem somos
A Árvore de Livros nasceu de um sonho: apoiar esco-
las rumo a uma educação transformadora!

Criada em 2014, hoje somos a maior plataforma de lei-


tura digital do Brasil e estamos em centenas de institui-
ções de ensino espalhadas por todo o país. Nossa equipe
é engajada e apaixonada por educação e, nesses cinco
anos semeando a leitura como instrumento no desenvol-
vimento de habilidades e competências, desenvolvemos
dezenas de projetos de apoio aos professores.

2 | Empatia na sala de aula


Material exclusivo para você
Este eBook gratuito é uma adaptação de um dos pro-
jetos de leitura da Árvore e traz a empatia como pro-
tagonista, contemplando os ideais formativos do Sé-
culo XXI, com atenção especial à Competência Geral
número 9 da Base Nacional Comum Curricular. Nele,
você verá uma série de propostas elaboradas para o
Ensino Fundamental e Médio. Elas estão organizadas
em duas grandes etapas, que podem ser conduzidas
com a mediação de um(a) professor(a) com o tempo
disponível em cada escola e turma.

Esperamos que goste! ♥

3 | Empatia na sala de aula


Introdução
Viver é, sobretudo, fazer parte. Todos participamos de diferen-
tes grupos: família, turmas na escola e amigos que construímos
ao longo da vida; a constituição da nossa identidade depende
diretamente dessa experiência coletiva, e ela implica que cui-
demos com carinho de nós mesmos e dos outros. Em suma, im-
plica no desenvolvimento da empatia. Na escola, a empatia se
mostra fundamental para desenvolver boas relações interpes-
soais, o contato cotidiano com o outro implica entender as di-
ferenças, suas dores, necessidades e contribuir para o bem co-
mum. É a partir do reconhecimento da relevância desse tema
que propomos as atividades deste material.

Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a


cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
suas identidades, suas culturas e suas potencialidades, sem pre-
conceitos de qualquer natureza.
Ensino Fundamental
Anos Iniciais (1º ao 5º ano)
Nos primeiros anos do Ensino Fundamental, os estudantes consolidam suas
rotinas escolares, ratificam laços que muitas vezes vêm desde a Educação
Infantil e começam a lidar mais conscientemente consigo e com o mundo ao
redor. Para esta etapa, nosso propósito é provocar reflexões sobre os senti-
mentos, sejam alegres, tristes, de raiva, de medo, focando na troca respeitosa
e em seu acolhimento. Nosso principal objetivo é apoiar o desenvolvimento da
compreensão das próprias emoções e das diferentes formas de lidar com elas.

1ª Atividade: Compartilhando sentimentos


Alegria, tristeza, medo, nojo e raiva são as emoções consideradas básicas, das
quais se originam todos os sentimentos que atravessam a experiência huma-
na. De modo geral, associamos a infância à ideia de alegria e diversão, e talvez
seja assim na maior parte do tempo. Mas as crianças também choram, sen-
tem angústia ou medo, e algumas infelizmente vivem situações traumáticas.
A criança vivencia todas essas emoções em profusão, o que torna essencial
trabalhar o reconhecimento e acolhimento dos próprios sentimentos desde a
infância. A seguir, sugerimos duas atividades para esta etapa.

5 | Empatia na sala de aula


Emocionário
A turma vai construir um “Emocionário”, que nada mais é que um Dicionário
“visual” das emoções.

Vocês vão precisar de:

Muitas folhas (coloridas, de preferência); canetinhas; lápis de cor; E.V.A.; fitas;


cola; tesoura.

Para começar:

Peça aos alunos para citarem sentimentos que conhecem e liste todos
numa folha de papel.

Com os sentimentos identificados, inicie com a turma a confecção das


páginas do livro combinando um sentimento e uma ilustração correspon-
dente a ele em cada página. Tanto o nome do sentimento quanto a ilus-
tração podem ser elaborados pelos alunos com o material listado acima.

Finalize criando uma capa.

O objetivo do Emocionário é ser um guia permanente para identificação dos


sentimentos que permeiam o dia a dia de convívio da turma, portanto deverá
ser muito manuseado. A partir desse reconhecimento das próprias emoções,
espera-se que a criança consiga, progressivamente, compreender e construir
formas de lidar com o que está sentindo.

6 | Empatia na sala de aula


Eu sinto o que você sente
Agora, convide os alunos a falarem sobre os sentimentos que aparecem no emo-
cionário. Se houver, por exemplo, o “medo”, pergunte se alguém já sentiu isso.
Quando alguém se propor a falar, peça que conte em que situação isso aconte-
ceu, como foi, qual reação teve, enfim, alguns detalhes. Depois, convide outro
aluno a recontar exatamente a mesma situação que o colega relatou, mas se
imaginando nela, procurando colocar o que sentiria e as reações que teria.

Prossiga com essa dinâmica até que alguns sentimentos tenham sido contem-
plados e boa parte dos alunos tenham participado. A ideia é que todos enten-
dam que os diversos sentimentos, mesmo os considerados negativos, fazem
parte da experiência humana, que todos nós vamos passar pela maioria deles,
e que é válido compartilhar isso com outras pessoas, seja para pedir ajuda ou
para dividir algo bom. Ao mesmo tempo, por meio dessa atividade, as crianças
começam a se colocar no lugar do outro, sentindo o que eles sentem, mas en-
tendendo que reagem de forma diferente aos mesmos estímulos.

7 | Empatia na sala de aula


2ª Atividade: O mundo precisa de empatia
Na etapa anterior, os alunos refletiram sobre o significado dos sentimentos e a
forma como as mesmas situações nos afetam de forma muito diversa: cada um
reage de um jeito, cada pessoa se expressa de uma forma diferente, e compre-
ender essas diferenças faz parte do exercício de empatia.

Agora, é hora de planejar a atividade final, que será uma mostra com apresen-
tação de uma música produzida pela turma celebrando as atitudes que disse-
minam a empatia na escola.

Planejamento
Nossa proposta é que a turma crie uma música para apresentar no evento.

Vocês vão precisar de:

Recursos de mídia para tocar as músicas escolhidas; papéis e lápis para o pla-
nejamento.

Para a preparação do processo de composição da música, sugerimos o


trabalho em torno de dois aspectos: apreciação e reflexão. A ideia é
privilegiar tanto a ampliação dos repertórios das crianças quanto das suas
próprias concepções de música.

8 | Empatia na sala de aula


Para a apreciação:

Selecione gêneros diversos, incluindo instrumentais, para ouvir com a


turma;

Enquanto a música estiver tocando, oriente as crianças a fecharem os


olhos e prestarem atenção aos ritmos, sons e à letra para que sintam e
apreciem.

Para a reflexão:

Peça para os alunos falarem sobre as sensações que as músicas provoca-


ram, por exemplo, um ritmo mais agitado dá mais vontade de dançar, um
ritmo mais lento, de contemplar.

Oriente-os a identificar instrumentos, a mudança nos ritmos e o que isso


desperta neles.

Faça anotações sobre as reflexões dos alunos para juntar ao planejamento.

Agora, recupere todo o que foi feito e discutido até este momento. Elenque e
organize junto com as crianças o que não pode faltar na música.

Composição

É hora de compor! O processo de composição inclui a tomada de algumas de-


cisões, para isso:

Relembre os elementos que não podem ficar de fora da música da turma.

Escolha a melodia junto com a turma (pode ser alguma já existente).

Inicie o processo de escrita dividindo a turma em grupos.

9 | Empatia na sala de aula


Peça para cada grupo pensar em um verso da música, a partir das experi-
ências vividas durante as atividades.

Fiquem atentos ao refrão da música, que geralmente é a parte que trans-


mite a essência da composição.

A música deverá ser apresentada em uma Mostra organizada na escola. Essa


mostra deve ser uma culminância das atividades desenvolvidas. Vocês podem
fazer a apresentação em formato de musical, com banda, dentro de suas pos-
sibilidades. Só não esqueçam o mais importante: que não falte empatia!

Por aqui, encerramos as atividades pensadas para os anos iniciais do Ensino


Fundamental. O que achou? Conta pra gente! Envie um relato e/ou registros
(fotos e vídeos) sobre o desenvolvimento das propostas para comunicacao@
arvoreeducacao.com.br .

10 | Empatia na sala de aula


Ensino Fundamental
Anos FINAIS (6º ao 9º ano)
Para os anos finais do Ensino Fundamental, propomos um caminho de reflexão
acerca do “eu”, do “outro” e dos conflitos que surgem na relação entre ambos du-
rante a adolescência. Serão abordadas temáticas como o bullying, intolerância,
identidade, preconceito, violência, etc, a fim de desenvolver uma consciência
sobre a importância de dialogar e construir relações respeitando as diferenças.

1ª Atividade: O eu e o outro
É compreensível que, desde a infância, tenhamos mais facilidade de nos apro-
ximar daquilo ou de quem é semelhante a nós, ainda que não saibamos muito
ao certo quem somos nós. Infelizmente, a dificuldade de transcender as dife-
renças desperta em muitas pessoas o ímpeto de julgar, ofender, difamar ou
violentar aqueles que fogem dos ideais em que acreditamos. Essa realidade
não está muito distante de nós, pelo contrário, muitas vezes quem aponta o
dedo na direção do outro somos nós mesmos.

Nesta primeira etapa, iremos conduzir os alunos a refletirem acerca de quem


se é e da relação com o outro.

11 | Empatia na sala de aula


Espelho, espelho meu
Vamos criar situações para fazer com que os alunos percebam como os ou-
tros podem influenciar a forma como eles mesmos se veem, e fazer com que
pensem em quem de fato são, levando em consideração suas características
físicas, personalidade, comportamentos, gostos, opiniões, etc.

Vocês vão precisar de:


Folhas A4 (uma para cada aluno) e lápis ou canetas.

Siga os passos abaixo:


Organize os alunos em cadeiras dispostas em círculo, pedindo que cada um
marque o lugar onde está. Em seguida, estabeleça um padrão de rotação
para facilitar a troca de lugares.

Distribua uma folha A4 e um lápis ou caneta para cada aluno e peça para eles
segurarem a folha na direção do rosto. Informe que a partir daquele momen-
to aquela folha será um espelho e refletirá a imagem que está diante dela.

Peça para que cada um escreva o seu nome no rodapé da folha/espelho.

Em seguida, peça para os alunos colocarem o espelho em cima da mesa ou


cadeira mais próxima e explique que eles precisarão trocar de lugar com
o colega. Oriente-os sobre o movimento de rotação padrão escolhido, e
permita a primeira troca.

Peça para pegarem o espelho do colega e imaginarem o rosto dele


refletido no espelho.

12 | Empatia na sala de aula


Em seguida, sinalize qual parte do rosto do colega (o dono do espelho)
que eles terão que desenhar. Sugestão: comece pelo formato do rosto.

Após todos terem desenhado, peça que deixem o espelho do colega no


lugar em que a folha antes estava e façam outro movimento de troca de
lugar, seguindo o fluxo da rotação. No novo lugar, peça para que peguem
o espelho do novo colega e desenhem mais uma parte do rosto. Suges-
tão: o olho direito.

Professor(a), esmiúce o máximo que conseguir, a fim de que os alunos desenhem


muitas partes distintas dos rostos dos colegas.

Depois de terem sido desenhadas todas as partes que compõem o ros-


to, peça aos alunos que voltem aos seus lugares de origem e peguem
novamente os seus espelhos.

Provavelmente, as imagens dos espelhos estarão desfiguradas, e é essa a inten-


ção. Na roda de conversa, estimule a reflexão acerca da autoimagem a partir dos
seguintes questionamentos:

Você acredita que essa imagem no seu espelho reflete o que você verda-
deiramente é? Perceba que aqui ainda estamos falando principalmente
de aparência.

Todos concordam que a forma como os outros nos veem nem sempre vai
representar o que verdadeiramente somos? Por quê?

13 | Empatia na sala de aula


Pensando agora sobre personalidade, alguma vez você acreditou que era
de um jeito porque alguém te influenciou a pensar dessa maneira? Esti-
mule os exemplos nessa hora. Se possível, fale da sua experiência de vida.

Alguma vez você já se chateou com alguma coisa que disseram sobre a
sua imagem? Sim ou não? Deixe livre se alguém quiser contar a situação.

Você conhece suas qualidades e seus defeitos? Você ama quem você é?

Professor(a), sinta-se livre para criar novas perguntas a partir das respostas
dos alunos, e aproveite esse momento para ressaltar a importância de se co-
nhecer e se aceitar. Valorize o fato de cada um ser único, de não existir nin-
guém no mundo que tenha os mesmos traços, as mesmas características, a
mesma personalidade e a mesma história. Reforce que a opinião ou visão do
outro não pode determinar ou condicionar a forma como cada um se enxerga.
Realce o valor que seus alunos precisam dar a si mesmos.

Para terminar esta parte, convide-os a amassar os papéis, simbolizando que é hora
de não permitir que as palavras, ações ou opiniões alheias determinem a visão que
cada um tem de si próprio.

Através do muro
Agora, nossa ideia é construir um muro de aproximadamente 150x170cm,
sem que os alunos saibam sua finalidade (no final da atividade você irá convi-
dá-los a escrever no muro algumas palavras negativas que eles já lançaram na
vida do outro).

14 | Empatia na sala de aula


Vocês vão precisar de:

isopor, papel quarenta quilos, cartolinas, papelão, caixas de leite ou de sapato


ou garrafas pet, cola, fita adesiva, folhas A4, lápis ou canetas.

Siga os passos abaixo:

Providencie com a turma os materiais que poderão ajudar na construção


desse muro. Veja quais são as possibilidades dentro da sua escola.

O muro deverá ser literalmente construído ou desenhado pelos alunos.


O mais importante é que vocês utilizem material suficiente para confec-
cionar um muro que comporte as palavras de todos.

Após a construção do muro, entregue pequenos papéis aos alunos e con-


vide-os a buscarem na memória insultos ou palavras ofensivas que eles
já lançaram na vida do outro, seja na escola, na rua ou em casa. Estimu-
le ao máximo, se necessário com exemplos, esta autocrítica. Deixe claro
que o mais importante é que não tenham medo de serem honestos, pois
ninguém saberá qual ou quais palavras eles estão escrevendo. Leve uma
caixa e peça para cada um depositar nela o papel assim que terminar.

Depois de todos terem colocado suas palavras na caixa, misture bem,


retire o primeiro papel e leia a palavra em voz alta. A seguir, convide
um aluno pra colar o papel no muro. Siga nessa lógica até que todos os
papéis estejam colados.

Finalizada a etapa de colagem no muro, siga as orientações a seguir:

15 | Empatia na sala de aula


Convide a turma a observar em silêncio todas as palavras coloca-
das no muro.

Faça uma ligação com a atividade anterior, e leve-os a refletir que se


muitas vezes o que o outro pensa ou fala de mim não representa aquilo
que eu sou, também muitas vezes as palavras que dizemos para o outro
não correspondem à verdade.

Em roda, pergunte como se sentiriam se alguém lhes dissesse todas


aquelas palavras.

Explique que toda vez que ofendem alguém, eles ajudam a construir um
muro ainda maior na relação com essa pessoa.

Para finalizar, indague a turma sobre o conceito de empatia, descubra o


que eles sabem sobre o assunto.

Após a conversa, conclua ressaltando a importância de respeitarmos as dife-


renças e a imagem do outro. Em seguida, convide os estudantes a quebrarem
o muro que construíram, sendo este um sinal de ruptura com os julgamentos,
desrespeito, injúrias, etc. Afinal de contas, é necessário enxergar além do muro.

16 | Empatia na sala de aula


2ª Atividade: Se eu fosse você
Nesta etapa, vamos refletir sobre a relação entre o “eu” e o
“outro”. O objetivo é iniciar a preparação da atividade final. Os
alunos irão realizar uma esquete que precisará representar a
temática abordada aqui.

Esquete é Planejamento
uma peça de
Divida a turma em grupos. Cada grupo vai conversar sobre
curta duração as questões levantadas na aula anterior e perceber o que

produzida para mais os tocou, o que acham que poderiam mudar para ter
uma relação melhor consigo mesmos e com os outros.
teatro, cinema,
rádio ou Depois, devem planejar a esquete:

televisão. A proposta é que as esquetes produzidas sejam uma for-


ma de retratar diversas situações de bullying ou violência
que às vezes acontecem dentro da escola, mas que pas-
sam despercebidas.

Estabeleça as funções de cada um dentro do grupo. Quem


irá atuar? Quem vai escrever o roteiro? Quem vai criar o
figurino? Haverá algum cenário? Quem cuidará do som?

Defina quais serão os objetivos do roteiro. Conscienti-


zar? Denunciar? Relatar? Alertar?

Organize as ideias dos grupos e oriente o início da produ-


ção da esquete. Caso a turma ache interessante, pode-se
fazer uma esquete por grupo.

17 | Empatia na sala de aula


Ensaios e apresentação!
Estamos chegando ao final das atividades, e torcemos para que todos os alunos
tenham aproveitado ao máximo as discussões sobre a temática proposta, am-
pliando suas consciências acerca da importância de se construir relações sau-
dáveis e respeitosas.

Agora, é necessário fechar os últimos detalhes para a finalização da(s) esquete(s).


Caso já tenham finalizado o roteiro, o figurino e o cenário, é hora de ensaiar! Organi-
ze horários alternativos para os ensaios, seja na hora do recreio ou depois das aulas.
Quanto mais ensaios, mais bem preparados eles estarão para o dia a apresentação.

As esquetes podem ser apresentadas numa Mostra dentro da escola, num outro
evento que a instituição esteja organizando ou, até mesmo, no horário do recreio,
surpreendendo os demais estudantes com a situação narrada. A apresentação é
tanto a finalização das atividades quanto a celebração das descobertas feitas du-
rante o percurso.

Por aqui, encerramos as atividades pensadas para os anos finais do Ensino Fundamen-
tal. O que achou? Conta pra gente! Envie um relato e/ou registros (fotos e vídeos) so-
bre o desenvolvimento das propostas para comunicacao@arvoreeducacao.com.br.

18 | Empatia na sala de aula


Ensino médio
Para o Ensino Médio, nossas propostas iniciam com um olhar sensível às sin-
gularidades de cada estudante, e caminha para a construção de uma experiên-
cia de encontro, de valorização das diferenças e celebração da coletividade.

1ª Atividade:
Transformar individualidade em coletividade
A primeira etapa é voltada para o encontro das individualidades, criando uma
atmosfera de acolhimento e reconhecimento das singularidades dos alunos,
com muito afeto, diálogo e respeito pelas diferentes narrativas pessoais. Di-
vidimos esta etapa em duas atividades que vão promover autorreflexão e o
acolhimento das diferenças.

O Eu e o Nós
Vocês vão precisar de:
Fita adesiva; cartões e folhas coloridas.

A proposta para esse momento é a realização de uma roda de conversa sobre


o tema “O Eu e o Nós”. A ideia é criar um ambiente para os jovens pensarem
sobre suas individualidades, acolhendo-as como parte fundamental da expe-
riência do grupo, e depois multiplicar esse acolhimento por toda a escola. Na
sequência, compartilhamos orientações para esse encontro:

19 | Empatia na sala de aula


Autoinvestigação: peça para que os estudantes dediquem alguns minu-
tos refletindo sobre seu próprio jeito de ser: O que me define? Quais são
as minhas singularidades? O que eu mais gosto em mim? O que tenho de
diferente do meu grupo de amigos ou dos meus familiares? Como gosta-
ria de ser visto e percebido pelo outro?

Hora da partilha: dê voz a cada um pedindo que:

Compartilhem de forma geral como se percebem, destacando


suas qualidades e singularidades.

Falem sobre acolhimento: os alunos se sentem acolhidos pelos


grupos de que fazem parte, especialmente dentro da escola?

Como gostariam de ser percebidos/reconhecidos no dia a dia?


Aos poucos, os alunos devem perceber como a turma é permeada
de muitas cores e singularidades e que todos são de algum modo
sensíveis aos olhares dos outros.

Acolhendo uns aos outros: convide os alunos para acolherem uns aos
outros na escola. Entregue cartões ou folhas coloridas para todos e peça
para escreverem frases de acolhimento, valorização e fortalecimento. Por
exemplo: “Valorize sua beleza do jeito que é!”, “você é inteligente!”, entre
outros. Dê liberdade para que pensem e façam esse registro por alguns
minutos. Lembre de motivar a turma a também produzir cartazes inclusi-
vos, de acordo com o contexto da escola. Podem criar cartazes cujas frases
sejam escritas em Libras, e outros que incorporem texturas e superfícies
táteis para possibilitar a leitura dos alunos cegos ou com visão parcial.

20 | Empatia na sala de aula


Depois, saiam colando as frases pela escola. Sugerimos que priorizem os espa-
ços com mais movimento, como pátio, corredores ou aqueles que sempre se-
rão visitados, como os banheiros. Se optarem por estes, uma boa ideia é colar
as frases nos espelhos para que todos possam fazer a leitura.

Importar-se com o outro é importar-se com o mundo


Colocar-se no lugar do outro permite sentir-se minimamente o que outro sen-
te. Agora, os alunos não só vão perceber a importância de atitudes empáticas
nas relações cotidianas, mas serão motivados a direcionar suas ações e senti-
mentos em prol de uma causa coletiva, de participação social.

Vocês vão precisar de:


Tecidos que sirvam para vendar os olhos; cadeiras, mesas e outros materiais
que possam ficar espalhados pelo espaço.

Leve a turma para um ambiente diferente dentro da escola, de preferência


uma área aberta. Divida-os em dois grupos: um deles terá seus olhos vendados
e o outro estará sem vendas, com a responsabilidade de conduzir os integran-
tes do 1º grupo até um ponto definido para a chegada. Depois de um tempo, os
grupos devem trocar de posição e quem tiver ficado com o papel de guia terá
agora os olhos vendados e vice-versa. Leve para esse espaço objetos variados,
como mesas, cadeiras, entre outros. Esses objetos vão compor partes do tra-
jeto e podem servir tanto como obstáculos ou suportes no caminho. A ideia é
que todos cheguem até o final e que se ajudem ao longo da atividade.

Nessa dinâmica não há premiações, a vitória será medida se todos realmente


chegarem até o ponto final. À medida que os alunos forem terminando, devem
permanecer juntos na chegada até que todos tenham finalizado o percurso.

21 | Empatia na sala de aula


Conversa sobre a dinâmica: Depois, é hora de ouvir como todos se sen-
tiram. Fale sobre as diferenças entre as pessoas e sobre como é comum
percorrer caminhos diferentes pra chegar no mesmo lugar. Certamente,
alguns chegaram mais lentamente ou mais rapidamente que outros. Será
que receberam o apoio de que precisavam? É válido reforçar que cada um
precisa de um auxílio ou incentivo diferente e possui condições e histó-
rias de vida singulares. Professor(a), seja um mediador dessa conversa e
busque provocar a turma para o entendimento do quanto é importante
cooperar e ser solidário não só com nossos amigos, mas com todos que
pudermos ajudar em nosso cotidiano. Reforce que o mais importante,
nesses casos, é realmente se importar e agir!

Mapeamento de causas sociais: Ao final da roda de conversa, pergunte


quais são os problemas sociais com que seus alunos mais têm se impor-
tado no momento. Destaque que se importar com o outro também é se
importar com o mundo.

Depois de anotar todos os temas, explique à turma que vocês vão dedicar a pró-
xima etapa ao planejamento e realização de uma ação artística na escola para
chamar a atenção de todos sobre um desses problemas sociais. Para tal, deverão
decidir qual problema será trabalhado. A definição dessa causa pode ser feita
por meio de uma votação ou de um consenso geral entre os alunos, pensando
em como contribuir para conscientização sobre a questão dentro da escola.

22 | Empatia na sala de aula


2ª Atividade: Tintas nas mãos e uma causa no coração
Exercer a cidadania por meio da ação coletiva requer disposição, planejamen-
to e colaboração. A ação proposta terá como norte o diálogo com a arte urba-
na. A arte é um instrumento muito poderoso para dar voz a temas e questões
problemáticas na sociedade. Por isso, nossa proposta é que os alunos vão pro-
duzam um graffiti ou painel móvel dentro da escola para chamar a atenção, de
forma sensível, para o problema.

Colaborar e planejar
O planejamento incluirá uma etapa de pesquisa e outra de preparação para
o encontro final, em que a turma realizará o graffiti ou painel móvel sobre o
tema escolhido:

Pesquisa: a turma deverá realizar pesquisas sobre o problema social le-


vantado. Organizados em pequenos grupos de 3 a 4 integrantes, será
preciso ler sobre o problema que será o foco de ação da turma. Para isso,
pode-se usar a biblioteca ou a internet.

Preparar a ação: junte todos os grupos e converse sobre os resultados da


pesquisa. O que eles descobriram sobre o tema que não sabiam antes? Que
informações acharam mais relevantes? Busque mediar essa conversa e
comece a instigar a turma para a realização do graffiti ou painel:

O que não pode deixar de ser tratado?

Que abordagem darão para o problema?

Quais recursos serão necessários para o dia? Quais materiais serão


usados?

Ele será um painel móvel ou vão usar algum espaço próprio da escola?

23 | Empatia na sala de aula


Se possível, convide o(a) professor(a) de Artes para apoiar a realização do gra-
ffiti ou painel. Você pode também convidar algum artista local para conversar
com a turma sobre a linguagem escolhida, dando mais subsídios para a concre-
tização da ideia. No dia, todos devem cooperar e participar da atividade final.

Mãos à obra!
Com base no planejamento realizado no encontro anterior, convide a turma
para a execução da ideia. Aqui, o mais importante é que todos colaborem e
tratem o tema escolhido com responsabilidade. A arte pode ser um canal para
que manifestem suas vozes e chamem atenção de outros membros da comu-
nidade escolar para o problema.

Após a produção do graffiti/painel, celebre a realização de seus alunos! Pa-


rabenize a todos pelo trabalho e dedicação! Depois da secagem do trabalho,
exponha para toda a escola o resultado final. Lembre-se de conversar sobre a
importância da ação realizada.

Além do graffiti, vocês poderiam também realizar, por exemplo: uma campanha
de arrecadação de alimentos dentro da escola, a distribuição de folhetos sobre
o problema entre os demais alunos ou ainda convidar um professor ou outra
figura de autoridade para uma palestra sobre o tema. O nosso desejo é que seus
alunos possam ser mãos, corações e pontes para a mudança do mundo.

Por aqui, encerramos as atividades pensadas para o Ensino Médio. O que


achou? Conta pra gente! Envie um relato e/ou registros (fotos e vídeos) sobre
o desenvolvimento delas para comunicacao@arvoreeducacao.com.br.

24 | Empatia na sala de aula


Conheça os benefícios
da Árvore de Livros
Além de disponibilizar um acervo diversificado e atraente,
com mais de 30 mil obras de aproximadamente 600
editoras, a Árvore também oferece suporte pedagógico
aos educadores, sequências didáticas alinhadas à BNCC,
relatórios de leitura e projetos que estimulam o gosto
pela leitura em crianças e jovens.

Acreditamos que um instrumento muito eficaz para


trabalhar empatia é justamente a leitura. Seja você
também um parceiro na missão de formar leitores! Acesse
e o nosso site e saiba mais:

Quero na minha escola

25 | Empatia na sala de aula


Feito com amor pela equipe
da Árvore de Livros.

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Revisão: Gabriel Gomes, Livia Goro | Diagramação: Mariana Guerra


Texto: Gisele Morais e Nayhd Barros
Revisão: Louise Bacelar e Nicole Pretto
Design: Mariana Guerra

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27 | Empatia na sala de aula

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