Você está na página 1de 260

EX-LÍBRIS

MARCA DE UMA IDENTIDADE


2ª. MOSTRA INTERNACIONAL
Curadoria André de Miranda
Ficha catalográfica elaborada por Mary Komatsu – CRB-7/3775

M986 MUSEU DE ARTE DE BLUMENAU, Blumenau.


Ex-líbris: marca de uma identidade – 2ª Mostra
Internacional. / Museu de Arte de Blumenau;
Curadoria André de Miranda. Apresentação Mia Ávila.
Textos Luiz Felipe Stelling e Mary Komatsu. Trad.
Margarita Gallo. – Blumenau: 2022.
256 p.: il.

ISBN:978-65-00-40170-7(E-Book)
Edição em português, inglês e espanhol.
Exposição realizada no Museu de Arte de Blumenau,
Blumenau, SC, no período de 25 de novembro de 2021 a
16 de fevereiro de 2022.
Disponível em: https://www.cacadoradeexlibris.com

1.Ex-líbris. 2. Gravura. 3. Xilogravura.


4.Calcogravura. 5. Artes gráficas. I. Museu de Arte
de Blumenau. II. Título.

CDD 097
EX-LÍBRIS
Marca de uma identidade

O MAB – Museu de Arte de Blumenau recebeu no mês de


novembro de 2021, na Sala Roy Kellermann, a mostra Ex-Líbris –
marca de uma identidade. Trata-se da 2ª. Mostra Internacional de Ex-
Líbris, com curadoria do gravador, curador e colecionador André de
Miranda.

A mostra, potente em sua composição, trouxe para Blumenau –


Santa Catarina, Brasil, 240 Ex-Libris de produção de artistas
provenientes de 12 países, além de outros mais antigos e raros, de
propriedade do colecionador André de Miranda, com destaque especial
e merecido a Alberto Lima (1898-1971) que produziu mais de 650 Ex-
Libris, contribuindo signicativamente para o desenvolvimento deles.
Na expograa projetada para a sala expositiva Roy Kellermann, obras da
contemporaneidade, em diversas técnicas, dialogam com processos
mais formais de fatura dos “mestres de ofício”.

Ex-Líbris (expressão que signica dos livros, dentre os livros de),


Ex-librismo (a arte de colecionar) e Ex-librista (colecionador), são
palavras que passaram a fazer parte do repertório dos mediadores e
visitantes do MAB. Para muitos a oportunidade, de além de conhecer o
signicado, apreciar obras de arte em miniatura; para outros como
colecionadores, gravadores e apaixonados pela arte, a possibilidade de
apreciar os trabalhos realizados por pintores, desenhistas, gravadores
renomados e emergentes.

Mostras dessa natureza, com obras apresentadas neste catálogo,


denotam que o MAB, mais que um espaço para exposições, é um local
de vivências. O intuito de reconhecer, valorizar, preservar e difundir o
patrimônio artístico-cultural em geral, vem sendo sua missão desde sua
fundação.

Blumenau, dezembro de 2021.

Mia Avila
Gerente do MAB -Museu de Arte de Blumenau
Diretora Artística da FAAPSC - Federação das Associações de Artistas
Plásticos do Estado de Santa Catarina.
THE BOOKPLATE
An Identity Mark

The MAB - Blumenau Art Museum received in November, 2021, at


the Roy Kellermann room, the exhibition “Ex-Líbris : marca de uma
identidade” (The Bookplate: An Identity Mark”). It is the 2nd
International Bookplate Exhibition curated by André de Miranda,
printmaker, curator and collector.

The exhibition, powerful in its composition, brought to Blumenau


(Santa Catarina, Brasil) 240 bookplates by artists from 12 countries,
among other more antique and rare, owned by the collector André de
Miranda, with a particular and deserved distinction for Alberto Lima
(1898-1971), who produced more than 650 bookplates, contributing in
great extent to their development. In the exhibit design projected for the
Roy Kellerman exhibition room, contemporary artworks, in different
techniques, dialogue with more formal processes by the “masters of the
ofces”.

Ex libris (Latin expression which means “from the books, among


the books of ”), ex-librism (the collecting of bookplates), and ex-librist (
bookplate collector ) are words which have become part of the MAB’s
facilitators and visitors’ repertoire. For many it is an opportunity to
appreciate miniature works of art, apart from learning its meaning; for
others, such as collectors, printmakers and art lovers, it is an
opportunity to appreciate the works of reputed and emerging painters,
drawers, and printmakers.

Exhibitions of this nature, with works present in this catalogue,


denote that the MAB, rather than a place for exhibitions, is a place for
experiences. Since its founding, its mission has been to acknowledge ,
appreciate, preserve and disseminate artistic and cultural heritage in
general.

Blumenau, December 2021.

Mia Avila
MAB - Blumenau Art Museum Manager
FAAPSC Artistic Director - Visual Artists Associations Federation of Santa
Catarina State
EX LIBRIS
Marca de una identidad

El MAB, Museo de Arte de Blumenau, recibió en el mes de


noviembre de 2021, en la sala Roy Kellermann, la muestra “Ex libris:
marca de una identidad”. Se trata de la 2ª Muestra Internacional de ex
libris, con curaduría del grabador, curador y coleccionista André de
Miranda.

La muestra, poderosa en su composición, trajo a Blumenau, Santa


Catarina, Brasil, 240 ex libris de producción de artistas provenientes de
12 países, además de otros más antiguos y raros, propiedad del
coleccionador André de Miranda, destacando especial y merecidamente
a Alberto Lima, (1898-1971), quien realizó más de 650 ex libris y
contribuyó signicativamente para su desarrollo. En la expografía
proyectada para la sala de exposiciones Roy Kellermann, obras
contemporáneas en diversas técnicas dialogan con procesos más
formales de los “maestros de los ocios”.

Ex libris (expresión que signica “de los libros, entre los libros
de”), exlibrismo (el arte de coleccionar) y exlibrista ( el coleccionista ),
son palabras que pasaron a formar parte del repertorio de los
mediadores y los visitantes del MAB. Para muchos signica la
oportunidad de, más allá de conocer su signicado, apreciar estas obras
de arte en miniatura; para otros, como coleccionistas, grabadores y
amantes del arte, es la oportunidad de apreciar los trabajos realizados
por pintores, dibujantes y grabadores tanto renombrados como
emergentes.
Las muestras de tal naturaleza, con obras presentadas en este
catálogo, denotan que el MAB, más que un espacio para exposiciones, es
un lugar de vivencias. La intención de reconocer, valorar, preservar y
difundir el patrimonio artístico-cultural en general es su misión desde
que fue fundado.

Blumenau, diciembre de 2021.

Mia Avila
Gerente del MAB - Museo de Arte de Blumenau
Directora artística de la FAAPSC - Federación de las Asociaciones de Artistas
Plásticos del estado de Santa Catarina
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 19
Presentación 23
Presentation 25

EX-LÍBRIS: uma obra de arte 28


EL EXLIBRIS: una obra de arte 30
THE BOOKPLATE: a work of art 33

BRASIL 42

ARGENTINA 151

BULGÁRIA 185

EQUADOR 187

ESTÔNIA 189

GRÉCIA 191

ITÁLIA 195

MÉXICO 203

PORTUGAL 224

ROMÊNIA 225

ALBERTO LIMA 232


Alberto Lima um artista brasileiro de seu tempo 235
Alberto Lima un artista brasilero de su tiempo 236
Alberto Lima a Brazilian artist of his time 237
APRESENTAÇÃO

Nestes tempos tão conturbados e complexos, em virtude da


pandemia da Covid-19, uma triste realidade se abateu no mundo: o
isolamento físico e social. Foi em meio a essas circunstâncias que,
durante as minhas “caçadas ex-libristas”, conheci o artista carioca
André de Miranda, reconhecido no Brasil e no exterior por seu trabalho
na arte da gravura. Um artista que se revelou também um apaixonado
pelo ex-líbris, produzindo e colecionando essa arte em miniatura.

O “ex-líbris”, vocábulo adotado no Brasil, ou ex libris, locução


latina que signica “dos livros” ou “dentre os livros”, pode ser
compreendido como uma das provas de amor ao livro. Essas etiquetas
em forma de desenho ou gravura, coladas normalmente no verso da
capa (segunda capa) do livro, indicam o nome do proprietário, que se
empenha em marcar sua posse, por meio de composições artísticas
simples ou requintadas. São imagens que sintetizam a personalidade,
predileções artísticas, atividades prossionais e gostos pessoais do dono
do livro.

Tendo surgido no século XV na Europa, mais precisamente na


Alemanha, os ex-líbris são objetos de culto, coleção e mostras pelos
apaixonados por livros e arte daquele continente. No Brasil o ex-
librismo ainda é uma prática desconhecida pela maior parte da
população, mas teve seu auge nas décadas de 40 e 60, quando
despontaram grandes artistas, colecionadores e associações ex-
libristas, impulsionando a divulgação dessa arte em miniatura por meio
de inúmeros eventos pelo país. Superando o ostracismo dos anos
posteriores, o ex-librismo começou a renascer, timidamente, no século
XXI, através de exposições e produções acadêmicas, resultantes de
pesquisas realizadas em acervos especiais de instituições públicas e
privadas e de coleções particulares.

A 2ª Exposição Internacional EX-LÍBRIS: marca de uma


identidade, organizada no Museu de Arte de Blumenau – MAB, em
Blumenau, SC, sob a curadoria de André de Miranda, apresenta-se
como uma um mergulho no universo dos ex-líbris: objetos artísticos,
que unem o livro ao seu dono e despertam o interesse de um público
diversicado. É de fato uma oportunidade única para apreciar esta
primorosa seleção de obras originais de artistas nacionais e estrangeiros
que os confeccionaram, utilizando-se de diversas técnicas de gravura,
entre elas: a xilogravura, a linoleogravura, a gravura em metal e o
desenho digital, seu formato mais contemporâneo. Sem dúvida, essa
exposição vem contribuir para a revitalização do ex-líbris como marca
de posse e também na contemporaneidade, como uma marca de
resistência.

Mary Komatsu
Caçadora de Ex-líbris

https://www.cacadoradeexlibris.com
Presentación

En estos tiempos tan convulsos y complejos debido a la pandemia


de COVID_19, una triste realidad cayó sobre nuestro mundo: la del
aislamiento físico y social.Fue en este contexto en el que, durante mis
“cacerías exlibristas”, conocí al artista visual y grabador carioca André
de Miranda, reconocido en Brasil y en el exterior por su actividad en el
arte del grabado, quien también se reveló como un apasionado por el
arte de los exlibris , produciendo y coleccionando ese arte en miniatura.

El “ex-líbris”, término adoptado en Brasil, o “ex libris” es una


locución latina que signica “de los libros de” o “entre los libros”, puede
ser entendida como una prueba de amor por los libros. Estas etiquetas
bajo la forma de un dibujo o un grabado y adheridas generalmente en el
reverso de la cubierta o tapa de un libro o en su primera hoja en blanco,
indican el nombre del propietario, quien se empeña en marcar su
posesión mediante composiciones artísticas simples o renadas. Son
imágenes que sintetizan la personalidad, preferencias artísticas,
actividades profesionales y gustos personales del dueño del libro.

Los exlibris surgieron en Europa, más precisamente en Alemania,


en el siglo XV. Son objeto de culto, colección y exposición de los
apasionados por los libros y el arte en varios países del continente
europeo.

En Brasil, el exlibrismo, una práctica aún desconocida por la


mayor parte de la población, tuvo su auge en las décadas del 40 y del 50
en el siglo XX, cuando despuntaron grandes artistas coleccionadores y
asociaciones exlibristas, impulsando la divulgación de ese arte en
miniatura a través de innumerables exposiciones por el país.

Superando el ostracismo de los años siguientes, el exlibrismo


comenzó a renacer tímidamente en los años 2000 mediante
exposiciones y producciones académicas que fueron resultado de
investigaciones realizadas en acervos especiales de diversas colecciones
particulares y de instituciones públicas y privadas brasileñas y otros
medios.

Esta exposición presencial en el Museo de Arte de Blumenau ,


MAB, en Blumenau , SC, intitulada “2ª Exposición Internacional
EX-LIBRIS: marca de una identidad”, bajo la curaduría de André de
Miranda, se presenta como una oportunidad para zambullirse en el
universo de los exlibris , esos objetos artísticos que unen al libro y su
dueño y despiertan el interés de un público diversicado. Es, de hecho,
una oportunidad única para apreciar una selección de obras originales
de artistas nacionales y extranjeros que confeccionan exlibris por
medio de diversas técnicas de grabado como la xilografía, el grabado en
linóleo, el grabado en metal y el diseño digital, su formato más
contemporáneo.

Sin duda, esta exposición contribuye a la revitalización del


exlibris como marca de propiedad y también, en la contemporaneidad,
como una marca de resistencia.

Noviembre, 2021

Mary Komatsu
Cazadora de exlibris
Presentation

In these complex and turbulent times due to the COVID-19


pandemic, a sad reality covered our world: physical and social
distancing. It was in this context that, during my “ex-libris hunts”, I
met visual artist and printmaker André de Miranda, from Rio de
Janeiro, who is well known in Brazil and abroad because of his activity
in the printmaking arts, who also revealed himself as a passionate for
the art of ex-libris, and who collects and produces this miniature art.

The word “ex-líbris” (bookplate), as it is known in Brazil, was


originated from “ex libris”, a Latin expression which means “from the
books” or “among the books”, and it may be understood as a proof of love
for books.

These labels are in the form of a drawing or a print and glued on


the back of the book cover or on its rst blank page, and they indicate the
owner’s name, who insists in declaring his ownership through simple or
rened artistic compositions. They are images which synthesize the
book owner's personality, artistic preferences, professional activity and
personal taste.

Bookplates were born in Europe, specically in Germany, in the


15th century. They are cult objects, as well as objects of collection and
exposition by book and art lovers in many European countries.

In Brazil, bookplate collecting is still a practice unknown by most


of the population. It ourished in the 40s and 50s in the 20th century,
when great artists and collectors and bookplates associations emerged,
boosting the promotion of this miniature art through countless
exhibitions throughout the country.

Overcoming the ostracism of the following years, the love of


bookplates started to resurge in 2000 through exhibitions and academic
productions because of research in special archives of different private
and public Brazilian collections, among other resources.

This on-site exhibition in the Museu de Arte de Blumenau, MAB


(Blumenau Art Museum), SC, called “2ª Exposição Internacional
EX-LIBRIS: marca de uma identidade” (2nd Ex libris
International Exhibition: an identity mark”) offers an
opportunity to dive in the universe of bookplates, those artistic artifacts
which link book and owner and catch the attention of a diverse public.
There will be a selection of original works by national and international
artists who make bookplates using different printmaking techniques
such as woodcut, linocut, etching and digital design, its most
contemporary format.

Undoubtedly, this exhibition contributes to the revival of


bookplates as an ownership brand and also, in the present times, as a
mark of endurance.

November, 2021

Mary Komatsu
Ex libris hunter
EX-LÍBRIS
uma obra de arte
com grande alegria que trago ao Museu de Arte de Blumenau

É (MAB), Santa Catarina, Brasil, a 2ª Exposição Internacional


“Ex-Líbris: marca de uma identidade”.

Em 2018, apresentei a 1ª Exposição Internacional “Ex-Líbris:


marca de uma identidade” na Galeria de Arte Sesc Tocantins, localizada
na cidade de Palmas – TO, alcançando grande sucesso de público.

O Ex-Líbris se coloca inicialmente como uma expressão em latim


“dos livros de” ou “faz parte de meus livros”, gurando como uma
etiqueta, geralmente em gravura, para representar a posse de um livro
de uma pessoa ou uma biblioteca no próprio livro.

Com a invenção da imprensa no m do século XV, o livro se


popularizou e ganhou uma nova função que era a difusão da cultura. A
bibliolia passou a ser moda. Os proprietários de bibliotecas gozavam de
status e mandavam criar seus próprios ex-líbris. Essas peças foram se
sosticando, tornando-se verdadeiras obras de arte em miniatura.
Eram desenhados e executados por artistas e idealizados de acordo com
as tendências, gostos e ofícios do proprietário, uma espécie de
documento psicológico ou retrato de sua alma. Neles, encontramos
vários processos de gravura: água forte, buril, xilogravura,
linoleogravura, etc.

Podem ser classicados quanto à forma – manuscritos,


litografados, gravados, e quanto ao temas das ilustrações – religiosos
heráldicos e comuns, onde se incluem monogramas, reproduções de
gravuras e ilustrações de fundo alegórico, sendo a variedade innita e ao
gosto do proprietário.

Para esta exposição, foram selecionadas 232 obras de artistas de


diversas partes do mundo como Argentina, Equador, Estônia, Itália,
México, Portugal, Polônia, Bulgária, Romênia e Brasil, que
generosamente criaram e enviaram suas obras para esta exposição,
resgatando a tradição do Ex-Líbris na contemporaneidade.

Também presto uma homenagem ao artista brasileiro Alberto


Lima (1898-1971) quem em 2021 completou 50 anos de seu
falecimento. Além de heraldista (criador de brasões, principalmente de
municípios), permeou o cenário ex-librista com a criação de mais de
600 ex-líbris diante do trabalho como gravador, povoando uma
multiplicidade de livros.

Verão de 2022.
André de Miranda
Artista plástico, artista educador, ilustrador e curador
EL EXLIBRIS
una obra de arte

Con gran alegría traigo al Museo de Arte de Blumenau (MAB),


Santa Catarina, Brasil, la 2ª Exposición Internacional “Ex-Líbris :
marca de uma identidade” (“Exlibris: marca de una identidad”) . En
2018 pasó por la Galería de arte SESC Tocantins, ubicada en la ciudad
de Palmas – TO, alcanzando un gran éxito de asistentes.

Inicialmente, el exlibris se coloca como una expresión en latín: “de


los libros de” o “ forma parte de mis libros”, apareciendo como una
etiqueta, generalmente en grabado, en el mismo libro, para representar
la propiedad de un libro por una persona o una biblioteca.

Con la invención de la prensa a nes del s. XV, el libro se popularizó


y ganó una nueva función: la difusión de la cultura. La bibliolia pasó
a estar de moda. Los propietarios de bibliotecas gozaban de estatus y
encargaban sus propios exlibris. Esas piezas se fueron sosticando,
convirtiéndose en verdaderas obras de arte en miniatura. Eran
diseñados y ejecutados por artistas e ideados de acuerdo con las
tendencias, gustos y ocios del propietario, una especie de documento
psicológico o retrato de su alma. En ellos encontramos varios procesos
de grabado: aguafuerte, buril, grabado en madera, en linóleo, etc.
Pueden clasicarse en cuanto a la forma: manuscritos, litografías,
grabados, y en cuanto a los temas de las ilustraciones: religiosos,
heráldicos y comunes, donde se incluyen monogramas, reproducciones
de grabados e ilustraciones de carácter alegórico, siendo la variedad
innita y a gusto del dueño.

Para esta exposición se seleccionaron 232 obras de artistas de


diversas partes del mundo como Argentina, Ecuador, Estonia, Italia,
México, Portugal, Polonia, Bulgaria, Rumania y Brasil, que
generosamente crearon y enviaron sus obras para esta exposición,
rescatando la tradición del exlibris en la contemporaneidad.

También rindo un homenaje al artista brasileño Alberto Lima


(1898-1971), quien en 2021 completó 50 años de su fallecimiento.
Además de heraldista (creador de escudos de armas, principalmente de
municipios), permeó su escenario exlibrista con la creación de más de
600 exlibris frente al trabajo de grabador, poblando una multiplicidad
de libros.

Verano de 2022

André de Miranda
Artista plástico, artista educador, ilustrador y curador.
THE BOOKPLATE
a work of art

It is with great pleasure that I bring the II International


Exhibition “Ex-Líbris : marca de uma identidade” (“The Bookplate: An
Identity Mark”). In 2018 it was presented in SESC Tocantins Art
Gallery, located in Palmas city– TO, being a great success among the
public.

Initially, “ex libris” was placed as an expression which meant


“from the books of ” or “it is part of my books”, and it appeared as a label
generally printed in the book, to represent the ownership of that book by
a person or a library.
With the invention of the press in the late XV century, books
became popular and earned a new function: that of spreading culture.

Bibliophily became trendy. Library owners achieved status and


had their own bookplates made. These pieces grew more sophisticated
and turned into true miniature works of art. They were designed and
executed by artists, and conceived according to the owner’s tendencies,
tastes and profession, a sort of psychological document or portrait of
their soul. We can nd many printmaking techniques among them:
etching, burin, woodcut, linocut, etc.
They can be classied according to their form: handwritten,
lithographed, etched, and according to the topics of their illustrations:
religious, heraldic and ordinary, where they include monograms, print
reproductions and allegorical illustrations, their variety being innite,
created to suit the owner’s taste.

For this exhibition 232 works were selected, made by artists from
all over the world: Argentina, Ecuador, Estonia, Italy, Mexico, Portugal,
Poland, Bulgaria, Romania, and Brazil, who generously created and
sent their works for this exhibition, restoring bookplate tradition in
contemporaneity.

I am also paying tribute to the Brazilian artist Alberto Lima


(1898-1971), who in 2021 completed 50 years since his death. Apart
from being a heraldist (creator of coats of arms, mainly municipal), he
permeated his bookplate scenery with the creation of more than 600
bookplates as a printmaker, populating a multiplicity of books.

Summer, 2022

André de Miranda
Visual artist, teaching artist, illustrator, and curator.
A Federação Internacional de Sociedade de Ex-Líbris (FISAE), em
1958 (com revisão em 2002) convencionou a utilização de símbolos
que indicam a técnica de produção dos ex-líbris, sendo os principais:

C1 – buril (gravura em aço)


C2 – buril ( gravura em cobre, conhecida também por talho-doce)
C3 – água-forte
C4 – ponta-seca
C5 – água-tinta
C7 – maneira negra
CGD – matriz digital produzida por computador
L – litograa
P1 – clichê, com imagem formada por traços e linhas
P2 – clichê meio-tom, com imagem formada por uma trama de
pontos (retícula)
P3 – heliogravura
P7 – offset
P8 – fotograa original ou holograma
S – serigraa
T – tipograa (uso de tipos móveis, como na feitura de etiqueta)
X1 – xilogravura à veia
X2 – xilogravura de topo
X3 – linoleogravura
X6 – gravura em plástico
Y – fotocópia

O uso de técnicas mistas deve ser indicado pelos símbolos agrupados


por sinais de adição. Por exemplo: C2 + C3 + C5. Quando o ex-
líbris é colorido à mão, esta ação do artista é indicada pelo símbolo
/col.
La Federación Internacional de Sociedades de Ex Libris (FISAE), en 1958 (con
revisión en 2002), acordó la utilización de símbolos que indican la técnica
usada para la producción de los exlibris. Las técnicas principales son:

C1 – Buril (grabado en acero)


C2 – Buril ( grabado en cobre)
C3 – Aguafuerte
C4 – Punta-seca
C5 – Aguatinta
C7 – Manera negra
CGD – Matriz digital producida en computadora
L – Litografía
P1 – Cliché a trazo
P2 – Cliché media-tinta
P3 – Heliograbado
P7 – Offset
P8 – Fotograa original u holograma
S – Plantilla
T – Tipografía (uso de tipos móviles)
X1 – Madera al hilo
X2 –Madera a la testa o contrabra
X3 – Grabado en linóleo
X6 – Grabado en plástico
Y – Fotocopia

El uso de técnicas mixtas se indica mediante los símbolos agrupados con el


signo “+”. Por ejemplo: C2 + C3 + C5. El exlibris pintado a mano lleva la
marca de : /col.
The International Federation of Ex-Libris Societies (FISAE), in 1958 (revised in
2002) agreed on the use of symbols to indicate the technique used in the production
of the bookplate. The main techniques are:

C1 – Steel engraving
C2 – Burin (graver or gouge) engraving, notably on copper
C3 – Etching
C4 – Dry point
C5 – Aquatint
C7 – Mezzotint
CGD – Computer generated design
L – Lithography
P1 – Line block (cliché)
P2 – Half-tone, for example photozincography
P3 – Heliogravure (manual line and tone photogravure), Photogalvanography
P7 – Offset
P8 – Original photograph, hologram
S – Stencil (pochoir)
T – Typography, letterpress
X1 – Woodcut
X2 – Wood engraving
X3 – Linocut
X4 – Relief-printed engraved or etched metal plates, notably metal cut
X6 – Relief-printed engraving of other materials, for example synthetic ones
Y – Photocopy

Mixed techniques must be indicated as individual symbols separated by plus signs,


e.g. C2+C3+C5. Hand- coloured bookplates are marked : /col.
BRASIL
2021
linoleogravura (X3)
12 X 13 cm
2018
gravura em metal (C3)
13 X 13 cm
ARGENTINA
BULGÁRIA
EQUADOR
ESTÔNIA
GRÉCIA
ALBERTO
LIMA
ITÁLIA
MÉXICO
POLÔNIA
PORTUGAL
ROMÊNIA
ALBERTO
LIMA
A
lberto Lima (1898-1971) nasceu na cidade do Rio de Janeiro, na
época, Distrito Federal. Filho de José de Almeida Costa Lima e
Dª. Ana Mendes Ladeira, fez seus primeiros estudos no Liceu de
Artes e Ofícios. Foi poeta, professor de Desenho e Heráldica, atuou
como chefe do Gabinete Foto-cartográco do Ministério da Guerra e foi
membro da Comissão de Estudos Históricos da Cidade do Rio de
Janeiro. Foi editor artístico na “Revista da Semana” e “Nação Armada”.
Colaborou em importantes revistas como “D. Quixote”, “Correio da
Manhã”, “Eu Sei Tudo”, “Cena Muda”, “O Radical”, “O Jornal”,
“Excelsior”, etc. Conhecedor da arte da heráldica, criou inúmeros
brasões para os municípios brasileiros. O seu nome gura em mais de
300 capas de livros de história e literatura, desenhadas por ele.

Uma das atividades que ele se dedicou com grande apreço foi a
produção de ex-líbris, tendo desenhado aproximadamente 600 ex-líbris
para bibliólos, militares, pintores e diversas personalidades no país.
Promoveu ainda diversas exposições, e criou associações de ex-
librismo. Foi também Presidente da Confederação Interamericana de
Ex-líbris e Diretor-Presidente do Clube Internacional de Ex-líbris.

Essa trajetória fez despontar como um dos artistas mais renomados no


ex-librismo nacional.

Mary Komatsu
Caçadora de Ex-líbris
ALBERTO LIMA
um artista brasileiro de seu tempo

Passados cinquenta anos da morte de Alberto Lima, podemos


revisitá-lo e compreendê-lo com um distanciamento não só de tempo, mas
de circunstâncias. De sua extensa obra ex-librística, – além de alusões aos
livros e à Literatura, às Artes, à Ciência, às prossões liberais –, notamos
muitos ex-líbris com símbolos militares, religiosos e heráldicos. Por que
isso ocorreu?

A “época de ouro” do ex-librismo nacional deu-se nas décadas de


1940 e 1950, quando ocorreram importantes exposições de ex-líbris, e se
desenvolveu um ambiente de estudo com a criação de associações de
colecionadores, e a publicação de livros e periódicos sobre o tema.

Nesse espaço histórico, houve uma extensa produção de ex-líbris por


artistas como Alberto Lima – que era diretor da Ocina de Cartograa do
Exército. Esse período caracteriza-se por um país que participou da
Segunda Guerra Mundial, com a atuação da Força Expedicionária
Brasileira lutando na Itália. Por conseguinte, as Forças Armadas eram
admiradas por terem participado de um intenso esforço para derrubar o
Nazismo e o Fascismo, que ameaçavam não somente a Europa, mas os
outros continentes.

Nessa conjuntura histórica, também observamos que numerosa


parte da população era católica, e o clero tinha grande presença na
sociedade. Assim, com os nossos olhos de hoje, podemos compreender
porque há um grande número de ex-líbris relativos a militares, ao
catolicismo, e também às origens familiares e características prossionais
– representadas por brasões regidos pelas regras da Heráldica.

Ora, frequentemente, os ex-líbris não são um reexo dos valores,


sentimentos e aspirações dos seus donos? Eis aí a resposta que o quadro
histórico nos descortina acerca da obra ex-librística de Alberto Lima e aos
que a ele recorreram para a criação de suas marcas de propriedade
bibliográca.

Luiz Felipe Stelling


Professor do IFRJ – Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio de Janeiro, bibliólo, estudioso de ex-líbris e
colecionador
Alberto Lima
Un artista brasilero de su tiempo

Pasados cincuenta años desde la muerte de Alberto Lima podemos


volver a visitarlo y comprenderlo desde una distancia no sólo temporal sino
también de circunstancias. En su extensa obra de exlibris, además de
alusiones a la literatura, las artes, la ciencia y las profesiones liberales,
notamos muchos exlibris con símbolos militares, religiosos y heráldicos.
¿Por qué ocurrió eso?

La ”época de oro” nacional de los exlibris se dio en las décadas de


1940 y 1950, cuando se llevaron a cabo grandes exposiciones de exlibris y
se desarrolló un ambiente de estudio con la creación de las asociaciones de
coleccionadores y la publicación de libros y periódicos sobre el tema.

En este espacio histórico hubo una extensa producción de exlibris por


artistas como Alberto Lima, quien era el director de la Ocina de
Cartografía del Ejército. Este período se caracteriza por un país que
participó de la Segunda Guerra Mundial, con la actuación de la Fuerza
Expedicionaria Brasileña luchando en Italia. Por consiguiente, las Fuerzas
Armadas eran admiradas por haber participado con un esfuerzo intenso
por derrocar al nazismo y al facismo, los cuales amenazaban no sólo a
Europa, sino también a los demás continentes.

En esta coyuntura histórica también observamos que una gran parte


de la población era católica y que el clero tenía una gran presencia en la
sociedad. Así, con nuestra mirada del presente, podemos comprender por
qué hay un gran número de exlibris referentes a los militares y al
catolicismo, además de referir a los orígenes familiares y las características
profesionales, representados por escudos de armas regidos por las reglas de
la heráldica.

Ahora bien: ¿No son los exlibris un reejo de los valores, sentimientos
y aspiraciones de sus dueños ? He ahí la respuesta que el marco histórico
nos devela acerca de la obra de Alberto Lima y de los que a él recurrieron
para la creación de sus marcas de propiedad bibliográca.

Luiz Felipe Stelling


Professor do IFRJ – Instituto Federal de Educación, Ciencia e
Tecnología de Rio de Janeiro, bibliólo, estudioso de los exlibris y
coleccionador.
ALBERTO LIMA
A Brazilian artist of his time

Fifty years have passed since Alberto Lima’s death, we can revisit
and understand him from a distance in time and also in circumstances.
In his wide bookplate work, in addition to references to books and
Literature, Arts, Science, and liberal professions, we can notice many
bookplates with military, religious and heraldic symbols. Why did this
happen?

The national “golden age” of bookplates took place in the 1940s


and 1950s, when there were important bookplate exhibitions and an
environment of research was developed with the creation of associations
of collectors and the publication of books and newspapers about the
subject matter.

In this historical space there was a big production of bookplates by


artists such as Alberto Lima, who was the director of the Army
Cartographic Department. That period is characterized by a country
which took part in World War II, with the Brazilian Expeditionary
Force acting in Italy. Consequently, the Armed Forces were admired for
having participated in an intense effort to overturn Nazism and
Fascism, which were threatening not only Europe but the rest of the
continents too.

In this historical moment we can also note that a large part of the
population was Catholic, and that the Church had a strong presence in
society. In this way, with present day eyes, we can understand why
there is a big number of bookplates dedicated to militars, to
Catholicism, and also to family origins and professional
characteristics, represented by coats of arms ruled by heraldic norms.

Now, aren’t bookplates a reection of their owners’ values, feelings


and aspirations? That is the answer that the historical context unveils
for us about the work of Alberto Lima and the ones that resorted to him
for the creation of their bibliographical ownership marks.

Luiz Felipe Stelling


Professor at IFRJ – Federal Institute of Education,
Science and Technology,Rio de Janeiro
Bibliophile, bookplate scholar and collector.
Artistas participantes/Participating Artists/
Artistas participantes

Brasil

André de Miranda
André Reis Balsini
Bárbara Sotério
Beatriz Oliveira
Bruna Kim
Cláudia Tolentino
Chimenia Sczesny
Claudio Montanari
Cassia Lima
Cristina Schimidh
Denise Vieira
Daniel Marcolan
Dione Rabelo
Elvys Chaves
Elaine Pessoa
Eliana Ambrosio
Emily Maria Carneiro Caetano
Ferrão
Flávia Tavares
Gabor
Goári Poeta Gravador
Gildred
H. Pina
Hélio Mattos Jr.
IB
Jan M.O.
J. Almir
João Zoccoli
Joacir Esteves
Joyce Melguiso
Julia Bastos
Laura Moreira
Leonísio Vinicius
Letícia Gonçalves
Lucie Schreiner
Luciana Amorim
Maria Adelina Costa
Marcos Varela
Marlene Maciel
Márcia Bomm
Marcia Santos
Margarita Galo
Manoela dos Anjos Afonso Rodrigues
Maíra Velho
M Tabosa
Marcelo Calheiros
Mariângela Haddad
Marlene Maciel
Martina Berger
Matheus Ferreira
Pablo Marquinho
Paulo de Paula
Polianni Pereira
Patricia Pedrosa
Rita Neres
Renato Trajano
Roberval Rodan
Raíra Francielle C. Rocha
Ricco de Oliveira
Roberto T. Araki
Rosylene Pinto
Raquel Ferreira
Raphael Menten
Ruana Negri
Sergio Andrejauskas Ferreira
Silvia Taira
Sebá Neto
Silvano Tonaz
Stwart Moacir
Tâmara Martins
Taís Aragão
Telmo Olizar
William MR
Vermelho
Victorya Antonoff
Karen Tsai
Keila Rosa

ARGENTINA

Alejandro Luis Iglesias


Blanca Sacomano
Chica Burrito
Fernando Polito
Hilda Paz Levozan
Juan Alberto Arjoha
Julieta Warman
Luis Morado
Marta Alejandra Mansilla
Muiricio Schvarzman
Marcelo Oscar Aguillar
Muriel Fraga
Catanzaro Claudia Marcela
Raquel Gociol

BULGÁRIA

Mila Nova
EQUADOR
Alegria Falconi

ESTÔNIA

Augustinas Burba

GRÉCIA
Ioannis Anastasiou

ITÁLIA
Antonia Campanella
Marcela Miranda
Mimma Maspoli

MÉXICO
Jesús Balcázar Valentin
Ignacio Navarro Corte
Viñamata

POLÔNIA
Maja Dokudowicz
Lukaz Cywicki

PORTUGAL
DaSilva
Irene Ribeiro

ROMÊNIA
Ovidiu Petca

Você também pode gostar