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Curso Técnico em Mecânica

Elementos de Máquinas
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente da Confederação Nacional da Indústria

José Manuel de Aguiar Martins


Diretor do Departamento Nacional do SENAI

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora de Operações do Departamento Nacional do SENAI

Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

Sérgio Roberto Arruda


Diretor Regional do SENAI/SC

Antônio José Carradore


Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC

Marco Antônio Dociatti


Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
Confederação Nacional das Indústrias
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Curso Técnico em Mecânica

Elementos de Máquinas

Fernando Carlos Dorte


Geovane Bitencourt
Jackson Fabiano Alexandre Wittaczik
Robson Albano Ferreira

Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.

Equipe técnica que participou da elaboração desta obra

Coordenação de Educação a Distância Design Educacional, Ilustração,


Beth Schirmer Projeto Gráfico Editorial, Diagramação
Equipe de Recursos Didáticos
Revisão Ortográfica e Normatização SENAI/SC em Florianópolis
FabriCO
Autores
Coordenação Projetos EaD Fernando Carlos Dorte
Maristela de Lourdes Alves Geovane Bitencourt
Jackson Fabiano Alexandre Wittaczik
Robson Albano Ferreira

Ficha catalográfica elaborada por Kátia Regina Bento dos Santos - CRB 14/693 - Biblioteca do SENAI/SC
Florianópolis.

E38
Elementos de máquina / Fernando Carlos Dorte ... [et al.]
– Florianópolis : SENAI/SC, 2010.
96 p. : il. color ; 28 cm.

Inclui bibliografias.

1. Elementos de Fixação. 2. Elementos de Transmissão. I. Dorte,


Fernando Carlos. II. Bitencourt, Geovane. III. Wittaczik, Jackson Fabiano
Alexandre. IV. Ferreira, Robson Albano. V. SENAI. Departamento Regional
de Santa Catarina.

CDU 621.81

SENAI/SC — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Rodovia Admar Gonzaga, 2.765 – Itacorubi – Florianópolis/SC
CEP: 88034-001
Fone: (48) 0800 48 12 12
www.sc.senai.br
Prefácio
Você faz parte da maior instituição de educação profissional do estado.
Uma rede de Educação e Tecnologia, formada por 35 unidades conecta-
das e estrategicamente instaladas em todas as regiões de Santa Catarina.

No SENAI, o conhecimento a mais é realidade. A proximidade com as


necessidades da indústria, a infraestrutura de primeira linha e as aulas
teóricas, e realmente práticas, são a essência de um modelo de Educação
por Competências que possibilita ao aluno adquirir conhecimentos, de-
senvolver habilidade e garantir seu espaço no mercado de trabalho.

Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.

Estruturado com o objetivo de atualizar constantemente os métodos de


ensino-aprendizagem da instituição, o Programa Educação em Movi-
mento promove a discussão, a revisão e o aprimoramento dos processos
de educação do SENAI. Buscando manter o alinhamento com as neces-
sidades do mercado, ampliar as possibilidades do processo educacional,
oferecer recursos didáticos de excelência e consolidar o modelo de Edu-
cação por Competências, em todos os seus cursos.

É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.

Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte


deste universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria
do Conhecimento.
Sumário
Conteúdo Formativo 9 48 Unidade de estudo 2
Elementos de
Apresentação 11 Transmissão

12 Unidade de estudo 1 49 Seção 1 - Eixos e árvores


Elementos de 52 Seção 2 - Mancais
Fixação 63 Seção 3 - Polias e correias
68 Seção 4 - Engrenagens

13 Seção 1 - Uniões e rebites 74 Seção 5 - Correntes

18 Seção 2 - Parafusos, porcas e 76 Seção 6 - Acoplamentos


arruelas 81 Seção 7 - Vedação
29 Seção 3 - Pinos e contrapinos
32 Seção 4 - Anéis elásticos
Seção 5 - Chavetas
Finalizando 87
35
39 Seção 6 - Cabos de aço
42 Seção 7 - Molas Referências 89

Anexo 91
8 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Conteúdo Formativo
Carga horária da dedicação

Carga horária: 60 horas

Competências

Selecionar, especificar e dimensionar elementos de máquinas nos processos de


produção e/ou manutenção mecânica.

Conhecimentos
▪▪ Elementos de fixação, de transmissão, de vedação, de apoio e normas técnicas

Habilidades
▪▪ Ler, interpretar e aplicar manuais, catálogos e tabelas técnicas;
▪▪ Ler e interpretar desenhos técnicos;
▪▪ Identificar os diversos tipos de materiais;
▪▪ Identificar, selecionar e dimensionar elementos de máquinas

Atitudes

▪▪ Assiduidade;
▪▪ Pró-atividade;
▪▪ Relacionamento interpessoal;
▪▪ Trabalho em equipe;
▪▪ Cumprimento de prazos e zelo com os equipamentos;
▪▪ Adoção de normas técnicas de saúde e segurança do trabalho;
▪▪ Responsabilidade ambiental.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 9
Apresentação
No mundo em que vivemos atu- Fernando Carlos Dorte, Geovane Bitencourt, Jackson Fabiano Alexan-
almente, sabemos que é de fun- dre Wittaczik e Robson Albano Ferreira.
damental importância o desen-
volvimento pessoal e profissional. Fernando Carlos Dorte
A sociedade e os organismos Nascido em 29 de julho de 1965. Graduado em Tecnologia Mecânica,
pelo Cefet/Unerj – Jaraguá do Sul (1997), graduado em Pedagógica para
de trabalho almejam indivídu-
atuar em Cursos Técnicos, pela Unisul – Palhoça/SC e pós-graduado em
os capacitados, e, acima de tudo, Gestão Industrial, pela Unerj (2007).
profissionais éticos e com atitu- Desenvolvimento profissional nas áreas de Engenharia Industrial de di-
des pró-ativas, em busca de seu versas empresas, atuando como analista de processos e desenvolvendo
desenvolvimento e crescimento de atividades, objetivando a redução dos custos industriais, melhoria
contínuos. da qualidade do produto, processos e também das condições de traba-
lho (ergonomia).
Atualmente atua como Especialista de Ensino na instituição SENAI –
Você está convidado a iniciar uma Unidade de Jaraguá do Sul/SC, no núcleo Metalmecânico, onde ministra
nova etapa no desenvolvimen- disciplinas nas áreas exatas e disciplinas relacionadas às áreas de gestão
to de sua formação, por meio da e humanas.
busca pelo aprofundamento de
seus conhecimentos, utilizando-se Geovane Bitencourt
uma abordagem integrada entre Nascido em 10 de junho de 1973. Graduado em Engenharia Mecânica,
assuntos tratados nas seções de pela Udesc – Joinville/SC (2001). Cursando de pós-graduação: Especia-
estudo e suas aplicações práticas. lização em Engenharia de Manutenção Industrial, pelo SENAI – Jaraguá
do Sul/SC (Conclusão: 2010).
Desenvolvimento de ferramentas para o SolidWorks, para realização
Nesse material, você irá conhecer de tarefas específicas aos clientes, tais como a integração em sistemas
e estudar os diversos componen- de gerenciamento e novas ferramentas para o software. Aulas de Soli-
tes que, em conjunto, formam dWorks, abrangendo todo o software – curso básico, avançado e PDM
os equipamentos aplicados às in- (gerenciamento de projetos). Atua nas disciplinas de SolidWorks, Infor-
mática Básica, Desenho Técnico e Tecnologia Mecânica, no SENAI – Ja-
dústrias modernas, desde os ele-
raguá do Sul/SC.
mentos mais simples, bem como
os elementos mais complexos. Jackson Fabiano Alexandre Wittaczik
Perceberá que cada componente Nascido em 26 de novembro de 1971. Graduado em Engenharia Me-
têm suas funções fundamentais e cânica pela Udesc – Joinville em 1995 e mestrado em Engenharia de
que, aliados a outros, irão compor Produção, pela UFSC-Unerj, em 2004. Experiência profissional na área
e formar todos os equipamentos e Metalmecânica, em Desenvolvimento de Produtos e Engenharia de Pro-
acessórios utilizados nos proces- cessos, Projetos Mecânicos, Controle de Qualidade e Sistema de Ges-
sos produtivos. tão.
Atualmente atua como Especialista de Ensino na instituição SENAI –
Unidade de Jaraguá do Sul/SC, no núcleo Metalmecânico, onde ministra
Serão aprofundados os conheci- disciplinas nas áreas exatas.
mentos técnicos desses elemen-
tos, desde suas funções básicas e Robson Albano Ferreira
suas características, até as aplica- Nascido em 25 de junho de 1971, graduado em Bacharelado em Enge-
ções mais complexas. nharia Mecânica pela Udesc – Joinville em 2000 e pós-graduando em
Engenharia de Segurança do Trabalho também pela Udesc em Joinville,
em 2007. Experiência profissional na área Metalmecânica, em Enge-
nharia de Processos, Desenvolvimento de Produtos, Projetos Mecâni-
cos, Metrologia, Melhoria Contínua, Controle da Qualidade, Controle
Estatístico de Processo (CEP), Sistemas de Gestão e Ferramentas Esta-
tísticas.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS
Unidade de
estudo 1
Seções de estudo

Seção 1 – Uniões e rebites


Seção 2 – Parafusos, porcas e arruelas
Seção 3 – Pinos e contrapinos
Seção 4 – Anéis elásticos
Seção 5 – Chavetas
Seção 6 – Cabos de aço
Seção 7 – Molas
Elementos de Fixação

Seção 1
Uniões e rebites
Na seção 1, você aprenderá que existem tipos de união móvel e perma-
nente, conhecerá diversos tipos de rebites, suas aplicações e fabricações.

Os elementos de fixação são destinados a unir peças, que, em conjunto


com os elementos de transmissão, formarão as máquinas e equipamen-
tos aplicados aos mais variados campos de nossa sociedade atual. Em
nosso caso, envolvidos no ramo industrial.

Tipos de união
▪▪ Móvel: os elementos permitem a montagem e desmontagem da
peça, sem danos.

É o caso do parafuso e porca, pinos, contrapinos, anéis elásticos, etc.

Figura 1 - União por parafuso, porca e arruela


Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 11).

▪▪ Permanente: é um tipo de união feito para, uma vez montada a


peça, não ser possível mais a sua desmontagem sem causar danos às
partes unidas. Inclui, nessa união, rebites e partes unidas pelo processo
de soldagem.

Figura 2 - União por rebite e solda


Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 11).
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 13
▪▪ Rebites: são peças fabricadas em aço, alumínio, cobre ou latão. Exemplo: o que significa 2 x d
Unem rigidamente peças ou chapas, principalmente em estruturas para um rebite de cabeça redonda
metálicas. larga?
Significa que o diâmetro da cabe-
Exemplo: reservatórios, caldeiras, máquinas, navios, aviões, veículos e ça desse rebite é duas vezes o di-
treliças. âmetro do seu corpo. Se o rebite
tiver um corpo com diâmetro de
5 mm, o diâmetro de sua cabeça
será igual a 10 mm, pois 2 x 5 mm
= 10 mm.

▪▪ Rebites especiais Existem


também rebites com nomes espe-
ciais: explosivo, pop, de tubo, de
alojamento etc.
Figura 3 - União rebitada
▪▪ Rebite explosivo: contém
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 16).
uma pequena cavidade cheia de
A fabricação de rebites é padronizada, ou seja, segue normas técnicas carga explosiva. Ao se aplicar um
que indicam medidas da cabeça, do corpo e do comprimento útil dos dispositivo elétrico na cavidade,
rebites. ocorre uma explosão, formando
No quadro a seguir, apresentamos as proporções padronizadas para os sua cabeça e fixando assim as
rebite. partes a serem unidas.
▪▪ Rebite de repuxo: conhecido
por “rebite pop”, é um elemento
especial de união, empregado
Cabeça redonda larga. para fixar peças com rapidez,
economia e simplicidade. Mui-
to utilizado em esquadrias de
Cabeça redonda estreita. alumínio.
O rebite de repuxo consiste de
um rebite de forma tubular, com
cabeça, onde é inserido um ara-
Cabeça escareada chata longa. me com uma cabeça metálica. O
processo de rebitagem é realiza-
do puxando-se o arame metálico
com uma ferramenta tipo alicate
Cabeça escareada chata estreita. especial. O rebite então é amas-
sado, formando a cabeça do lado
oposto, até que o arame se rompe
separando do rebite.
Cabeça escareada com calota.
Na “Figura 04”, mostramos a
nomenclatura de um rebite de re-
puxo.
Cabeça tipo panela.

Cabeça cilíndrica.

Quadro 1 - Tipos de rebite


Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 18).

14 CURSOS TÉCNICOS SENAI


D= Aba abaulada; Especificação de rebites
Para determinar e adquirir os re-
K= Aba escareada; bites adequados ao seu trabalho, é
necessário que você conheça suas
Ø= Diâmetro do rebite;
especificações, ou seja:
H= Diâmetro da aba; ▪▪ de que material é feito;
▪▪ o tipo de sua cabeça;
h= Altura da aba;
▪▪ o diâmetro do seu corpo;
f= Altura da aba escareada; ▪▪ o seu comprimento útil L.

L= Comprimento do rebite.
Figura 4 - Rebite de repuxo
Exemplos:
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 20). ▪▪ Material do rebite: rebite de
aço ABNT 1006 - 1010;
Os rebites de repuxo podem ser fabricados com os seguintes materiais ▪▪ Tipo de cabeça: redonda;
metálicos: alumínio, aço-carbono; aço inoxidável, cobre ou monel (liga ▪▪ Diâmetro do corpo: 6,35
de níquel e cobre). mm(¼”)
▪▪ Comprimento útil
▪▪ Rebites de alojamento, também chamados de porca-rebite, e 19,05mm(¾”)
outros rebites especiais.

DICA
Obs.: Muitos rebites são es-
pecificados em polegada fra-
cionária.

Especificação do rebite - o pedido


Figura 5 - Rebite de alojamento é feito conforme o exemplo:
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 20).
▪▪ Rebite de alumínio, com cabe-
ça chata, 3/32” x 1/2”.

A figura mostra o acréscimo de


material (z), necessário para se
formar a segunda cabeça do re-
bite em função dos formatos da
cabeça, do comprimento útil (L) e
do diâmetro do rebite (d).

Figura 6 - Rebites especiais


Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 20).

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 15
Cálculo do comprimento útil
do rebite (L)
O comprimento útil do rebite de-
pende do formato de sua cabeça e
pode ser calculado pelas seguintes
fórmulas:

▪▪ Rebites de cabeça redonda


e cilíndrica
Figura 7 - Dimensão de um rebite (z)
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 21). L = 1,5 x d + St

Cálculos para o processo de rebitagem


Para rebitar, é preciso escolher o rebite adequado em função da espes-
sura das chapas a serem fixadas, do diâmetro do furo e do comprimento
excedente do rebite, que vai formar a segunda cabeça. Veja, a seguir,
como fazer esses cálculos.

Cálculo do diâmetro do rebite (d)


A escolha do rebite é feita de acordo com a espessura das chapas que
se quer rebitar. A prática recomenda que se considere a chapa de menor
Figura 8 - Cabeça redonda e cilíndrica
espessura e multiplique esse valor por 1,5; segundo a fórmula:
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 32)

d = 1,5 x Sm
Onde:
Onde: L = Comprimento útil do rebite;
d = Diâmetro do rebite; d = Diâmetro do rebite;
Sm = Chapa com menor espessura da união; St = Soma das espessuras das cha-
1,5 = Constante da fórmula ou valor predeterminado. pas a serem unidas.

▪▪ Rebites de cabeça escare-


Cálculo do diâmetro do furo (df) ada
O diâmetro do furo pode ser calculado multiplicando-se o diâmetro do L = d + St
rebite pela constante 1,06 (6% do diâmetro do rebite).
Matematicamente, pode-se escrever:

df = d x 1,06

Onde:
df = Diâmetro do furo;
d = Diâmetro do rebite;
1,06 = Constante ou valor predeterminado.

16 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Exemplo: projetar uma junta rebitada, tipo sobreposta, para duas cha-
pas de aço: uma com espessura de 5mm e outra com espessura de 4mm;
com 4 rebites de aço tipo cabeça redonda larga.

Figura 9 - Cabeça escareada


Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 32)

Onde:
L = Comprimento útil do rebite;
Figura 11 - Junta rebitada (exemplo “1”)
d = Diâmetro do rebite;
St = Soma das espessuras das cha- Para o diâmetro do rebite “d”, temos:
pas a serem unidas.
d = 1,5 · Sm
d = 1,5 · 4
As juntas rebitadas podem d = 6,0 mm
ser feitas com sobreposição
das duas chapas, ou pela utili- Para o diâmetro do furo “df ”, temos:
zação de uma ou duas chapas
de recobrimento, chamados df = d · 1,06
recobrimento simples e du- df = 6 · 1,06
plo, respectivamente. df = 6,36 mm

Para o comprimento do rebite L, temos:


As distâncias mínimas entre re- L= 1,5 . d + St
bites podem ser feitas utilizando L= 1,5 . 6 + ( 5+4)
as recomendações de projeto de L = 18 mm
juntas, que também podem ser
parafusadas. Especificação: 4 rebites de aço ABNT 1008, cabeça redonda larga, 6 x
18 mm.

Figura 10 - Distanciamento entre rebites (dimensões)

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 17
Na próxima seção, você conhece-
rá o formato, aplicações e diver-
sos tipos de parafusos, porcas e
arruelas.

Seção 2
Parafusos, porcas e
arruelas
Figura 12 - Partes de um parafuso
São peças metálicas de elevada Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 51)
aplicação na união e fixação dos
mais diversos elementos de má-
O parafuso é formado por um corpo cilíndrico roscado e por uma cabe-
quina.
ça que pode ser hexagonal, sextavada, quadrada ou redonda.

Sua elevada importância exige


uma especificação adequada e en-
globa os mesmos itens cobertos
pelo projeto de um elemento de
máquina. Ou seja, especificação
do material, tratamento térmico,
dimensionamento, tolerâncias,
afastamentos e acabamento.

Figura 13 - Filete de rosca


Definição:
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 43)
Parafusos são elementos de
fixação empregados na união
não permanente de peças.
Isto é, as peças podem ser
Roscas:
montadas e desmontadas fa- É um conjunto de filetes que se desenvolvem em torno de uma superfí-
cilmente, bastando apertar e cie cilíndrica interna ou externa.
desapertar os parafusos que
as mantêm unidas. Os parafu-
sos se diferenciam pela forma As roscas permitem:
da rosca, da cabeça, da haste
e do tipo de acionamento. ▪▪ União e desmontagem de peças.

Figura 14 - Conjunto parafusado


Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 44)

18 CURSOS TÉCNICOS SENAI


▪▪ Movimentar peças, transformando movimento rotativo em linear e/ ▪▪ Sentido de direção da rosca:
ou associado com fixação. Exemplo: parafuso que movimenta a mandí- dependendo da inclinação dos
bula móvel da morsa. filetes em relação ao eixo do
parafuso, as roscas ainda podem
ser à direita ou à esquerda.

Na rosca direita, o filete sobe da


direita para a esquerda, enquanto
na rosca esquerda, o filete sobe da
esquerda para a direita.

Figura 15 - Morsa (movimento por rosca)


Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 44)

Os filetes das roscas apresentam vários perfis. Esses perfis, sempre uni-
formes, dão nome às roscas e condicionam sua aplicação. Abaixo temos
um quadro citando os distintos tipos de roscas e suas aplicações.

Tipos de Roscas (perfis) - tipos


Aplicação
de filete
Triangular Parafusos e porcas de fixação na
união de peças.

Ex: Fixação da roda do carro.


Trapezoidal Parafusos que transmitem
movimento suave e uniforme.

Ex: Fusos de máquinas.


Redondo Parafusos de grandes diâmetros
sujeitos a grandes esforços.

Ex: Equipamentos ferroviários.


Quadrado  Parafusos que sofrem grandes
esforços e choques.

Ex: Prensas e morsas.


Rosca dente-de-serra Parafusos que exercem grande
esforço num só sentido.

Ex: Macacos de catraca.


Quadro 2 - Tipos de rosca
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 44).

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 19
Figura 16 - Roscas direita e esquerda
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 45).

▪▪ Nomenclatura da rosca: independentemente da sua aplicação,


as roscas têm os mesmos elementos, variando apenas os formatos e
dimensões.

P = Passo (mm);
i = Ângulo da hélice;
d = Diâmetro externo;
c = Crista;
d1 = Diâmetro interno;
D = Diâmetro do fundo da porca;
d2 = Diâmetro do flanco;
D1 = Diâmetro do furo da porca;
a = Ângulo do filete;
h1 = Altura do filete da porca;
f = Fundo do filete;
h = Altura do filete do parafuso.

Figura 17 - Nomenclatura para rosca


Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 45).

20 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Classificação das roscas ▪▪ Raio de arredondamento da
raiz do filete do parafuso:
As roscas triangulares classificam-se, segundo o seu perfil, em três tipos: rre = 0,14434 . P
▪▪ Rosca métrica; ▪▪ Raio de arredondamento da
raiz do filete da porca: rri = 0,063
▪▪ Rosca polegada whitworth;
.P
▪▪ Rosca polegada unificada.
Rosca polegada whitworth
Rosca métrica (figuras 18 e 19)
No sistema whitworth, as medidas
A rosca métrica ISO normal e fina são normatizadas pela norma NBR são dadas em polegadas. Nesse
9527 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). sistema, o filete tem a forma trian-
gular (ângulo de 55º), crista e raiz
arredondadas.

Figura 18 - Rosca métrica


Figura 19 - Rosca whitworth
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 46).
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 67).

As roscas normais, também chamadas de série grossa, são as mais utili-


zadas. A rosca métrica fina possui um passo da rosca menor e propor-
ciona melhor fixação, evitando que o parafuso se afrouxe com facilidade. O passo é determinado pelo nú-
Por isso, é muito utilizada em veículos (especialmente em casos, em que mero de filetes contidos em uma
há a incidência de vibração excessiva). polegada.
Exemplo: passo = 12 fios/ po-
legada.
As principais medidas da rosca do parafuso e porca podem ser calcula-
das pelo seguinte formulário:
No sistema whitworth, a rosca
normal é caracterizada pela sigla
▪▪ Ângulo do perfil da rosca: α = 60º BSW (British Standard Whitworth
▪▪ Diâmetro menor do parafuso (núcleo): d1 = d - 1,2268 . P - padrão britânico) e a rosca fina
caracteriza-se pela sigla BSF (Bri-
▪▪ Diâmetro efetivo do parafuso (médio): d2 = D2 = d - 0,6495 . P
tish Standard Fine).
▪▪ Folga entre raiz do filete da porca e crista do filete do parafuso:
f = 0,045 . P
▪▪ Diâmetro maior da porca: D = d + 2 . f
▪▪ Diâmetro menor da porca (furo): D1 = d - 1,0825 . P
▪▪ Diâmetro efetivo da porca (médio): D2 = d2
▪▪ Altura do filete do parafuso: he = 0,61343 . P

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 21
Rosca polegada padrão UNS
(Unified National Standard)
Este sistema padronizou e unifi-
cou as roscas na Inglaterra, Esta-
dos Unidos e Canadá. As medidas
são expressas em polegadas.

Figura 21 - Parafusos passantes


Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 52).

▪▪ Parafusos não passantes: são parafusos que não utilizam porcas.


O papel de porca é desempenhado pelo furo roscado, feito numa das
peças a ser unida.

Figura 20 - Rosca UNS


Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 45).

O filete tem a forma triangular


(ângulo de 60°), crista plana e
raiz arredondada. Nesse sistema,
como no whitworth, o passo tam-
bém é determinado pelo número
de filetes por polegada.
Figura 22 - Parafusos não passantes
A rosca normal é caracterizada Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 53).
pela sigla UNC e a rosca fina, pela
sigla UNF.
Exemplo rosca UNC 1/4 x 20
UNC (rosca normal, com diâme-
tro 1”/4 e 20 fios por polegada).

Classificação dos para-


fusos quanto à função
▪▪ Parafusos passantes: estes
Figura 23 - Furação para Parafusos Não Passantes
parafusos atravessam a peça de
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 56).
lado a lado e utilizam arruela e
porca.
As dimensões dos furos broqueados e da rosca para parafusos não pas-
santes podem ser realizadas conforme a “Tabela 1”:

22 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Para uma rosca de diâmetro igual a d:

Tabela 1 - Formulário – furos roscados

 Profundidade do  Profundidade da  Comprimento do  Diâmetro do furo


Material
furo A rosca B parafusado passante sem rosca

 Aço 2 x d  1,5 x d 1xd


 Ferro fundido  2,5 x d 2xd 1,5 x d
1,06 x d
 Alumínio  3 x d 2,5 x d 2xd
 Bronze ou latão  3 x d 2xd 1,5 x d
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 56).

▪▪ Parafusos de pressão: são parafusos fixados por meio de pressão.


Esta é exercida pelas pontas dos parafusos contra a peça a ser fixada.
Os parafusos de pressão podem apresentar cabeça ou não.

Figura 26 - Desenho da fixação


Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 53).

Tipos de parafusos
Variam conforme as característi-
cas da cabeça, do corpo e do tipo
Figura 24 - Parafusos de pressão de atarraxamento. Segue quadro
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 53). com os principais tipos de para-
fusos:

▪▪ Parafusos prisioneiros: são parafusos sem cabeça, com rosca em


ambas as extremidades, recomendados para situações que exigem mon-
tagens e desmontagens frequentes. Em tais situações, o uso de outros
tipos de parafusos acaba danificando a rosca dos furos. As roscas dos
parafusos prisioneiros podem ter passos diferentes ou sentidos opos-
tos. Isto é, um horário e o outro anti-horário.

Figura 25 - Parafuso prisioneiro - adaptado


Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 55).

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 23
TIPOS DE PARAFUSOS

Cabeça cilíndrica, com fenda. Cabeça redonda, com fenda.

Cabeça cilíndrica abaulada, com fenda. Cabeça escareada, com fenda.

Cabeça escareada abaulada, com fenda. Parafuso sem cabeça, com fenda.

Parafuso para madeira de cabeça escareada, Parafuso sem cabeça, com rosca total e
com fenda. fenda.

Parafuso sextavado. Parafuso sextavado, com rosca total.

Parafuso autoatarraxante, de cabeça


Parafuso sextavado, com porca. sextavada.

Parafuso tipo prego, de cabeça escareada. Parafuso de cabeça quadrada.

Prisioneiro.
Parafuso de borboleta.

Parafuso de cabeça cilíndrica, com sextavado


Parafuso de cabeça recartilhada.
interno.
Quadro 3 - Tipos de parafusos
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 55).

Dimensionamento de parafusos
As classes de resistência dos parafusos estão normalmente impressas em
sua cabeça e são definidas e normatizadas de acordo com a norma NBR
8855 – Propriedades Mecânicas de Elementos de Fixação – Parafusos:

24 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Tabela 2 - Classe de resistência para parafusos

Diâmetro Resistência mínima de prova τ


Classe ABNT Material
nominal (mm) (N/mm²) = (MPa)
4.6 5 a 36 mm 225 Aço baixo carbono.
4.8 1,6 a 16 mm 310 Aço baixo carbono.
5.8 5 a 24 mm 380 Aço médio carbono.
8.8 1,6 a 36 mm 600 Aço médio carbono, com tratamento térmico.
9.8 1,6 a 16 mm 650 Aço médio carbono, com tratamento térmico.
10.9 5 a 36 mm 830 Aço médio carbono, com tratamento térmico.
12.9 1,6 a 36 mm 970 Aço liga, com tratamento térmico.
Fonte: Liber Industrial (2009).

A resistência de prova é a resistência máxima do parafuso, sem receber Parafusos submetidos


deformação permanente, ou seja, sem sofrer escoamento. Esta resistên-
à tração
cia é obtida com testes reais em parafusos. Em uma união parafusada, a
porca deve ter a mesma classe do parafuso.

Parafusos submetidos à tração


Tensão admissível (σόadm): para o dimensionamento do parafuso, é
necessário utilizar um fator de segurança. Isso é feito calculando a ten-
são admissível, que é o valor limite de resistência do parafuso com segu-
rança. Para um parafuso submetido à tração:

Figura 27 - Tração
σόprova = Resistência de prova do parafuso; Fonte: Adaptado de Gordo e Ferreira
σ prova
σ adm = (1996, p. 52).
F.S. = Fator de segurança.

F
σ adm =
A

DICA π.d12
A=
O fator de segurança depende do tipo de produto, tipo de carga, dos 4
riscos e, muitas vezes, é definido pela norma técnica da ABNT refe-
rente ao produto. d1 = d - 1,2268 . p

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 25
Onde: Parafusos submetidos
σadm = Tensão admissível de tração em N/mm2; ao cisalhamento duplo
F = Força aplicada (N);
Neste caso, têm-se duas áreas si-
A = Área da seção transversal menor do parafuso (mm2); multâneas de cisalhamento do
d1 = Diâmetro interno da rosca do parafuso (mm); parafuso (seção “AA” e “BB”),
d = Diâmetro nominal do parafuso (mm); portanto, faz-se a área do parafu-
P = Passo da rosca (mm). so vezes dois, da seguinte forma:

Parafusos submetidos ao cisalhamento simples

Figura 29 - Cisalhamento duplo


Fonte: SENAI/PR (2001, p. 88).

Nesse caso temos: σ adm _ cis = F


2.A
Figura 28 - Cisalhamento
Fonte: Adaptado de Gordo e Ferreira (1996, p. 52). Onde:
σ adm _ cis
= Tensão admissível de
cisalhamento em N/mm2;
Tensão admissível de cisalhamento σ adm _ cis
F = Força aplicada (N);
De acordo com a teoria da máxima energia de distorção, a tensão admis- A = Área da seção transversal me-
sível de cisalhamento é calculada a partir da tensão admissível de tração, nor do parafuso (mm2);
por:
d = Diâmetro do parafuso (mm).

σ adm _ cis =
σ adm Torque de aperto de
3 parafusos
Que pode ser arredondado para a seguinte fórmula: Muitas vezes, uma máquina tem
os parafusos apertados com o
torque controlado (torquímetro),
σadm_cis = 0,6 . σadm como: motores a combustão, es-
truturas e flanges. Nesse caso, a
F relação entre o torque e a força de
σ adm _ cis =
A aperto do parafuso, segundo Shi-
gley é: MT = 0,2 x Fi x d
π.d2
A=
4
Onde:
MT = Torque em N.m;
Onde:
σ adm _ cis d = Diâmetro nominal do para-
= Tensão admissível de cisalhamento em N/mm2; fuso (m);
F = Força aplicada (N); Fi = Força de aperto do parafuso
A = Área da seção transversal menor do parafuso (mm2); (N).
d = Diâmetro do parafuso (mm).

26 CURSOS TÉCNICOS SENAI


A força de aperto, “Fi”,recomendada Tipos de rosca
para parafusos que podem ser des-
montados, pode atingir 75% da re- O perfil da rosca varia de acordo com o tipo de aplicação que se deseja.
sistência de prova, sem o coeficiente Porcas aplicadas para fixação geralmente têm roscas com perfil triangu-
de segurança. Considera-se que, se lar. Para transmissão de movimentos, podem ter perfis quadrados, tra-
o parafuso não romper durante o pezoidais, redondo e dente de serra, de acordo com o perfil do parafuso
aperto, dificilmente irá romper em ou fuso específico.
trabalho. A força de aperto máxima,
“Fi” é calculada por: Fi = 0,75 x σprova
xA Tipos de porca
Para aperto manual, são mais usados os tipos de porca borboleta, recar-
Onde: tilhada alta e recartilhada baixa.
σprova = Resistência/tensão de
prova do parafuso, tabelado (N/
mm2);
A = Área menor da seção do pa-
rafuso (mm2);

Porcas
Porca é uma peça de forma pris-
mática ou cilíndrica, geralmente
metálica, com um furo roscado,
no qual se encaixa um parafuso
ou uma barra roscada. Em con-
junto com um parafuso, ela é um
acessório amplamente utilizado
na união de peças.
Figura 30 - Fixação com arruela
Fonte: adaptado de Gordo e Ferreira (1996, p. 81).
A parte externa tem vários for-
matos para atender a diversos ti-
pos de aplicação. Assim, existem Arruelas
porcas que servem tanto como
A maioria dos conjuntos mecânicos apresenta elementos de fixação.
elementos de fixação, como de
Onde quer que se usem esses elementos, seja em máquinas ou em veícu-
transmissão.
los automotivos, existe o perigo de se produzir um afrouxamento impre-
visto no aperto do parafuso, em virtude das vibrações. Para evitar esse
Material de fabricação inconveniente, utilizamos um elemento de máquina chamado arruela.

As porcas são fabricadas de diver-


sos materiais: aço, bronze, latão, As arruelas também são aplicadas como elemento de proteção para as
alumínio ou plástico. partes a serem unidas.

Há casos especiais em que re- As arruelas têm a função de distribuir igualmente a força de aperto
cebem banhos de galvanização, entre a porca, o parafuso e as partes montadas. Também funcionam
zincagem e bicromatização para como elementos de trava.
protegê-las contra oxidação (fer-
rugem).

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 27
DICA
Os materiais mais utilizados na fabricação das arruelas são aço-car-
bono, cobre e latão.

Tipos de arruela
Existem vários tipos de arruela: lisa, de pressão, dentada, serrilhada, on-
dulada, de travamento com orelha e arruela para perfilados; uma para
cada tipo de trabalho.

▪▪ Arruela lisa
Além de distribuir igualmente o aperto, tem a função de melhorar os
aspectos do conjunto. A arruela lisa, por não ter elemento de trava, é
utilizada em órgãos de máquinas que sofrem pequenas vibrações.

▪▪ Arruela de pressão
Utilizada na montagem de conjuntos mecânicos submetidos há grandes
esforços e grandes vibrações. A arruela de pressão funciona, também,
como elemento de trava, evitando o afrouxamento do parafuso e da
porca. É, ainda, muito empregada em equipamentos que sofrem varia-
ção de temperatura (automóveis, prensas etc.). Existem outros tipos de
arruelas, menos utilizados:

Figura 31 - Tipos de arruela


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 84).

Nessa seção, você verá o elemento de fixação que permite uma união
mecânica: o pino. Conhecerá as vantegens de sua aplicação e estudará
também os contrapinos, cuja função principal é travar outros elementos
de máquinas como porcas.

28 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Seção 3
Pinos e contrapinos
Os pinos e cavilhas “Figura 32” têm a finalidade de alinhar ou fixar os
elementos de máquinas, permitindo uniões mecânicas, ou seja, em que
se juntam duas ou mais peças, estabelecendo assim conexão entre elas.

Figura 32 - Pino e contrapino


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 82).

As cavilhas, também são chamadas: pinos estriados, pinos entalhados,


pinos ranhurados ou ainda rebite entalhado. No entanto, a diferenciação
entre pinos e cavilhas leva em conta o formato dos elementos e suas
aplicações. Por exemplo, pinos são usados para junções de peças que
se articulam entre si e cavilhas são utilizadas em conjuntos sem articu-
lações, indicando pinos com entalhes externos na sua superfície. Esses
entalhes é que fazem com que o conjunto não se movimente.

A forma e o comprimento dos entalhes determinam os tipos de cavilha.

Pinos e cavilhas se diferenciam pelos seguintes fatores:


▪▪ utilização;
▪▪ forma;
▪▪ tolerâncias de medidas;
▪▪ acabamento superficial;
▪▪ material;
▪▪ tratamento térmico.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 29
Pinos
Os pinos são aplicados em junções resistentes a vibrações. Há vários
tipos de pino, segundo sua função.

Figura 33 - Tipos de pino


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 39).

O “Quadro 4” relaciona os tipos de pinos com suas respectivas fun-


ções:

Tipo Função
Pino cônico Serve para centragem.
Pino cônico com haste A ação de retirada do pino de furos cegos é
roscada facilitada por um simples aperto da porca.
Requer um furo com tolerâncias rigorosas e é
Pino cilíndrico
usado quando se aplica esforço cortante.
Apresenta alta resistência ao corte e pode
Pino elástico ou pino
ser assentado em furos cuja variação de
tubular partido
diâmetros é considerável.
Serve para alinhar elementos de máquinas. A
Pino de guia distância entre pinos requer cálculo preciso,
para evitar ruptura.
Quadro 4 - Classificação de pinos e funções
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 40).

Para especificar pinos e cavilhas, deve-se levar em conta seu diâmetro


nominal, seu comprimento e função do pino (indicada pela respectiva
norma).
Exemplo: pino cônico 10 x 60 DIN 1.

30 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Cavilha (pino ranhurado)
A cavilha é uma peça cilíndrica, fabricada em aço, cuja superfície externa
recebe três entalhes que formam ressaltos. A forma e o comprimento
dos entalhes determinam os tipos de cavilha.

Figura 34 - Exemplo de aplicação (cavilha)


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 40).

▪▪ Vantagem da cavilha
Permite fixação diretamente no furo aberto por broca, dispensando-se o
acabamento e a precisão do furo alargado.

▪▪ Classificação das cavilhas, tipos, normas e utilização

Figura 35 - Classificação de cavilhas


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 41).

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 31
Tipo Norma Utilização
 KS 1 DIN 1471  Fixação de junção.
 KS 2 DIN 1472  Ajustagem e articulação.
 Fixação e junção em casos de aplicação de forças variáveis e simétricas; bordas
 KS 3 DIN 1473
de peças de ferro fundido.
 KS 4 DIN 1474  Encosto de ajustagem.
 KS 6 e 7 -  Ajustagem e fixação de molas e correntes.
 KS 9 -  Utilizado nos casos em que se tem necessidade de puxar a cavilha do furo.
 KS 10 -  Fixação bilateral de molas de tração ou de eixos de roletes.
 KS 8 DIN 1475  Articulação de peças.
 KS 11 e 12 -  Fixação de eixos de roletes e manivelas.
 KN 4 DIN 1476
Fixação de blindagens, chapas e dobradiças sobre metal.
 KN 5 DIN 1477
 KN 7 -  Eixo de articulação de barras de estruturas, tramelas, ganchos, roletes e polias.
Quadro 5 - Classificação de cavilhas e funções
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 41).

Contrapino ou cupilha
Contrapino é um arame de secção semicircular, dobrado de modo a for- Seção 4
mar um corpo cilíndrico e uma cabeça. Sua função principal é travar Anéis elásticos
outros elementos de máquinas como porcas.
Também conhecido como anel de
retenção, é um elemento utiliza-
do em eixos e furos, tendo como
principais funções:
▪▪ Evitar o deslocamento axial de
peças ou componentes.
▪▪ Posicionar ou limitar o curso
Figura 36 - Contra pino ou cupilha de uma peça ou conjunto desli-
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 41). zante sobre o eixo.
▪▪ Podem ser utilizados para fixar
engrenagens, rodas, polias, rola-
mentos, evitando o deslocamento
axial sob o eixo.

DICA
Deslocamento axial é o des-
locamento no sentido longi-
tudinal (do comprimento) do
eixo.

Os anéis são fabricados em aço


mola e têm a forma de um anel
incompleto que se aloja em um
Figura 37 - Exemplo de aplicação (contrapino)
canal circular construído confor-
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 41).
me normalização.

32 CURSOS TÉCNICOS SENAI


As grandes vantagens no uso dos anéis são a sua simplicidade, o custo
reduzido, a facilidade de montagem e desmontagem.

Figura 38 - Exemplo de aplicação (anel elástico)


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 86).

Na “Figura 39”, apresentamos alguns anéis e sua respectivas aplicações.

Alguns tipos de anéis

Figura 39 - Dimensionamento “n” (anel elástico tipo Dae)


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 87).

▪▪ Anel elástico para eixos tipo “Dae” (tabela técnica 15): são apli-
cados em eixos com diâmetro de 4 mm a 1000 mm e são padronizados
pela norma DIN 471.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 33
▪▪ Anel elástico para furos tipo “Daí” (tabela técnica 16): são Exemplo 1 - Especificar o anel a
aplicados para furos com diâmetro entre 9,5 e 1000 mm e são padroni- ser utilizado em um eixo de diâ-
zados pela norma DIN 472. metro 30 mm.
Resposta: o anel utilizado será o
tipo DAe 30 (conforme tabela
técnica 15).

Exemplo 2 - Especificar o anel


para um furo de diâmetro 60 mm.
Resposta: o anel será o tipo DAi
60 (tabela técnica 16).

Na utilização dos anéis, alguns


pontos importantes devem ser
observados:
▪▪ Cuidado com o dimensio-
namento correto do anel e do
alojamento.
▪▪ As condições de operação
Figura 40 - Dimensionamento “n” (anel elástico tipo Dai) são caracterizadas por meio de
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 82). vibrações, impacto, flexão, alta
temperatura ou atrito excessivo.
▪▪ Um projeto pode estar errado:
prevê, por exemplo, esforços
estáticos, mas as condições de
trabalho geraram esforços dinâ-
micos, fazendo com que o anel
apresente problemas que dificul-
tam seu alojamento.
▪▪ A igualdade de pressão em
volta da canaleta assegura aderên-
cia e resistência.
▪▪ O anel nunca deve estar solto,
mas alojado no fundo da canale-
ta, com certa pressão.
▪▪ A superfície do anel deve
estar livre de rebarbas, fissuras e
Figura 41 - Anel elástico tipo RS oxidações.
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 87).
▪▪ Em aplicações sujeitas à
corrosão, os anéis devem receber
▪▪ Anel elástico tipo RS: trabalha em eixos de diâmetro entre 8 a 24 tratamento anticorrosivo adequa-
mm, conforme norma DIN 6799. do.
▪▪ Em casos de anéis de secção
O canal de alojamento do eixo e do furo deverá ser feito conforme me- circular, utilizá-los apenas uma
didas tabeladas (tabela técnica 15 / 16). vez.
▪▪ Utilizar ferramentas adequadas
para evitar que o anel fique torto
O tipo de anel utilizado é definido pelo diâmetro do eixo, ou do furo.
ou receba esforços exagerados.
Veja os exemplos a seguir:

34 CURSOS TÉCNICOS SENAI


▪▪ Nunca substituir um anel normalizado por um “equivalente”, feito
de chapa ou arame sem critérios.
▪▪ Para que esses anéis não sejam montados de forma incorreta, é ne-
cessário o uso de ferramentas adequadas, no caso, alicates.

Ainda estudando os elementos de fixação, você verá, nessa 5ª seção, as


chavetas, que ligam dois elementos mecânicos.

Seção 5
Chavetas Figura 43 - Chaveta de cunha sem
cabeça
A chaveta é um elemento de fixação mecânico fabricado em aço. Sua
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 94).
forma, em geral, é retangular ou semicircular.

A chaveta se interpõe numa cavidade de um eixo e de uma peça que Chavetas longitudinais
ligam dois elementos mecânicos.
São colocadas na extensão do
eixo para unir roldanas, rodas, vo-
lantes etc.

Figura 42 - Aplicação de chavetas


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 93).

Classificação: as chavetas se classificam em chavetas de cunha, chave-


tas paralelas e chavetas de disco.

Chavetas de cunha
As chavetas têm esse nome porque são parecidas com uma cunha. Uma
de suas faces é inclinada, para facilitar a união de peças. As chavetas de
cunha classificam-se em dois grupos: chavetas longitudinais e chavetas
transversais.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 35
Chavetas paralelas ou
planas
É o tipo mais comum de chave-
ta, indicado para cargas pequenas
e médias. Estas chavetas têm as
faces paralelas, portanto, sem in-
clinação. A transmissão do movi-
mento é feita pelo ajuste de suas
Figura 44 - Chavetas de cunha longitudinal
faces laterais às laterais do rasgo
Fonte: Elementos... (2000, p. 94).
da chaveta. Fica uma pequena
Podem ser com ou sem cabeça e são de montagem e desmontagem fá- folga entre o ponto mais alto da
cil. chaveta e o fundo do rasgo do
elemento conduzido. As chavetas
paralelas não possuem cabeça.

Suas extremidades podem ser re-


tas ou arredondadas. Também po-
dem ter parafusos para fixarem a
chaveta ao eixo.

Figura 45 - Aplicação de chavetas (tipo tangencial)


Fonte: Elementos... (2000, p. 95).
As chavetas longitudinais também podem ser do tipo tangencial, for-
madas por um par de cunhas posicionadas a 120°, e são utilizadas para
transmitir altas cargas, nos dois sentidos.

Chavetas transversais
São aplicadas em união de peças que transmitem movimentos rotativos
e retilíneos alternativos.
Quando as chavetas transversais são empregadas em uniões permanen-
tes, a inclinação varia entre 1:25 e 1:50. Se a união se submeter a mon-
tagens e desmontagens frequentes, a inclinação pode ser de 1:6 a 1:15.

Figura 46 - Chaveta transversal


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 95).


36 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Dimensionamento do
canal (alojamento) da cha-
veta
O ajuste da chaveta no eixo e no
cubo deve ser feito de acordo
com as características do trabalho.

Os tipos de ajustes são:


▪▪ Ajuste forçado, com interfe-
rência no eixo, no cubo e tole-
rância tipo P9, utilizado onde
Figura 47 - Chaveta paralela ou plana
há cargas elevadas e inversão no
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 96). sentido de rotação. É um ajuste
de difícil montagem e desmon-
tagem.
Chaveta de disco ou meia-lua (tipo woodruff)
▪▪ Ajuste normal, tipo deslizante
É uma variante da chaveta paralela. Recebe esse nome porque sua forma justo, utilizado na maioria das
corresponde a um segmento circular. aplicações, no eixo tolerância N9
e no cubo J9.
▪▪ Ajuste com folga, tipo livre,
utilizado onde há baixas cargas e
peças deslizantes.

Figura 48 - Chaveta woodruff


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 96).

É comumente empregada em eixos cônicos por facilitar a montagem e


se adaptar à conicidade do fundo do rasgo do elemento externo.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 37
Figura 49 - Tipos de ajustes para chavetas
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 97).

Tabela 3 - Tolerância para chaveta

Tolerância para largura da chaveta – h9


Acima 1 3 6 10 18 30 50 90
Até 3 6 10 18 30 50 90 120
0 0 0 0 0 0 0 0
h9
- 25 - 30 -36 - 43 - 52 - 62 - 74 - 87
Fonte: adaptado de Acionac... (2010).

DICA
Para dimensionar o canal de alojamento do eixo e do cubo, deve-se
utilizar a “tabela técnica 23”.

Cálculo do comprimento da chaveta “L”


A chaveta sofre um esforço de cisalhamento, quando transmite movi-
mento de rotação. O esforço na chaveta, quando excessivo, faz com que Figura 50 - Distribuição da força
ela sofra ruptura cujo plano de corte encontra-se localizado ao longo do
seu comprimento L.
A força na chaveta, expressa pela
Calculando o cisalhamento, podemos determinar o comprimento da “figura 51”, pode ser calculada
chaveta. pelo momento torçor (torque) Mt
Nesse caso, deve-se calcular de acordo com os seguintes passos: no eixo e pelo raio do eixo “r” , da
seguinte forma:

σ esc σadm_cis = 0,6 . σadm


σ adm =
F.S.

38 CURSOS TÉCNICOS SENAI


E o comprimento necessário da Os cabos são muito empregados Exemplo: um cabo de aço 6x19
chaveta “L” pode ser calculado em equipamentos de transporte e (lê-se 6 por 19) significa que con-
pelas seguintes fórmulas: na elevação de cargas, como em tém 6 pernas com 19 fios cada.
elevadores, escavadeiras, guindas-
tes e pontes rolantes.
F Tipos de distribuição
A = b ×L σ=
A dos fios nas pernas
Componentes
▪▪ Distribuição normal: os fios
O cabo de aço se constitui de
dos arames e das pernas são de
alma e perna.
um só diâmetro.
A perna se compõe de vários ara-
mes em torno de um arame cen-
▪▪ Distribuição seale: as
camadas são alternadas em fios
tral, conforme a figura:
grossos e finos.
▪▪ Distribuição filler: as per-
Construção de cabos nas contêm fios de diâmetro
Um cabo pode ser construído em pequeno,utilizados como enchi-
Figura 51 - Chaveta
uma ou mais operações, depen- mento dos vãos dos fios grossos.
Na próxima seção, serão mostra- dendo da quantidade de fios e es- ▪▪ Distribuição warrington: os
das as funções, os componentes e pecificamente do número de fios fios das pernas têm diâmetros
os tipos de cabos de aço. Também da perna. diferentes numa mesma camada.
apresentaremos como calcular a
força máxima do cabo.
Tipos de alma de cabos
de aço
Seção 6 As almas de cabos de aço podem
Cabos de aço ser feitas de vários materiais, de
acordo com a aplicação desejada.
Cabos são elementos de transmis- Existem, portanto, diversos tipos
são que suportam cargas (força de de alma. Veremos os mais co-
tração), deslocando-as nas posi- muns: alma de fibra e alma de aço.
Figura 53 - Constituição de um cabo
ções horizontal, vertical ou incli-
de aço
nada.
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 44).

Figura 54 - Cabo de aço (alma)


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 44).

Figura 52 - Cabo de aço


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 43).

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 39
Alma de fibra Pré-formação dos ca-
É o tipo mais utilizado para car- bos de aço
gas não muito pesadas. As fibras Os cabos de aço são fabricados
podem ser naturais (AF) ou artifi- por um processo especial, de
ciais (AFA). modo que os arames e as pernas
possam ser curvados de forma
As fibras naturais utilizadas nor- helicoidal, sem formar tensões
malmente são: o sisal ou o rami. internas.
Já a fibra artificial mais usada é o
polipropileno (plástico). As principais vantagens dos cabos
Figura 55 - Cabo de aço (torção regu- pré-formados são:
lar)
Alma de aço Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 46).
▪▪ Manuseio mais fácil e mais
seguro;
A alma de aço pode ser formada
por uma perna de cabo (AA) ou ▪▪ No caso da quebra de um ara-
por um cabo de aço independen- Torção lang ou em pa- me, ele continuará curvado;
te (AACI), sendo que este último ralelo ▪▪ Não há necessidade de amar-
oferece maior flexibilidade soma- rar as pontas.
da à alta resistência à tração. Os fios de cada perna são torci-
dos no mesmo sentido das pernas
que ficam ao redor da alma. As Cargas de trabalho do
Tipos de torção torções podem ser à esquerda ou cabo
à direita. Esse tipo de torção au-
Os cabos de aço, quando tracio- Como regra geral, a carga de tra-
menta a resistência ao atrito (abra-
nados, apresentam torção das per- balho não deverá ser maior que
são) e dá mais flexibilidade.
nas ao redor da alma. Nas pernas, 1/5 da carga de ruptura, tabelada
também há torção dos fios ao re- do cabo (tabela écnica 18). Po-
dor do fio central. O sentido des- rém, o cálculo mais preciso é feito
sas torções pode variar, obtendo- pelo fator de segurança.
se uma das situações:

Torção regular ou em
cruz
Os fios de cada perna são torci-
dos no sentido oposto ao das per-
nas ao redor da alma. As torções
podem ser à esquerda ou à direita.
Figura 56 - Cabo de aço (torção lang)
Esse tipo de torção confere mais
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 47).
estabilidade ao cabo.

Figura 57 - Cabo de aço (deterioração)


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 47).

40 CURSOS TÉCNICOS SENAI


O fator de segurança utilizado no cabo de aço depende do tipo de apli-
cação e do regime de trabalho. Os fatores normalmente utilizados são:

Tabela 4 - Fator de segurança - cabo de aço

Aplicações Fator de segurança FS


Cabos e cordoalhas estáticas 3a4
Cabo para tração horizontal 4a5
Guinchos 5
Pás, guindastes e escavadeiras 5
Pontes rolantes 6a8
Talhas elétricas 7
Elevadores de obras 8 a 10
Fonte: adaptado de Maxicabos. (2010).

A carga de trabalho é definida pela força máxima no cabo Fcabo e calcu-


lada pela fórmula:

C arga de ruptura
Fcabo =
F.S.

Fcabo = Força máxima a ser aplicada no Cabo, com segurança [ N ].


Carga de ruptura = Carga mínima de ruptura do cabo. Tabelada, con-
forme modelo e diâmetro do cabo [N].
F.S. = Fator de segurança.

Escolha do tipo de cabo


Recomenda-se utilizar um cabo com arames externos finos, quando es-
tiver submetido a muito esforço de fadiga de dobramento, e arames ex-
ternos grossos, quando submetido a desgaste por abrasão. Por exemplo,
temos que o cabo tipo 6x 41 possui flexibilidade máxima e resistência à
abrasão mínima, ao passo que o cabo tipo 6x7 possui flexibilidade míni-
ma e resistência à abrasão máxima.

Aplicações Cabo ideal


6x41 Warrington Seale AF (cargas frias) ou AACI (cargas quentes), torção
Pontes rolantes
regular, pré-formado, IPS, polido.
Guincho de obra 6x25 Filler + AACI, torção regular, EIPS, polido.
Elevador de passageiros 8x19 Seale, AF, torção regular traction steel, polido.
Guindastes e gruas 6x25 Filler, AACI ou 19x7, torção regular, EIPS, polido.
Laços para uso geral 6x25 Filler, AF ou AACI, ou 6x41 Warrington Seale AF ou AACi, polido.
Bate estaca 6x25 Filler, AACI, torção regular, EIPS, polido.
Quadro 6 - Aplicação cabo de aço
Fonte: adaptado de Liftec (2009).

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 41
Diâmetros Indicados para polias e tambores Seção 7
Cada tipo de cabo possui uma flexibilidade própria, e consequentemente Molas
um diâmetro mínimo que permite ser dobrado, por este motivo existe
um diâmetro da polia e do tambor ideal para cada tipo de cabo (valores
mínimos que devem ser respeitados).
Molas helicoidais
A mola helicoidal é a mais usada
A “Tabela 5” mostra os diâmetros para alguns tipos de cabo:
em mecânica. Em geral, é feita de
barra de aço enrolada em forma
Tabela 5 - Diâmetros para cabos de aço de hélice cilíndrica ou cônica.
 Diâmetro da polia e  Diâmetro da polia e
Tipos de Cabo 
tambor recomendado tambor mínimo A barra de aço pode ter seção
 6x7 72 x diam. Cabo 42 x diam. cabo retangular, circular, quadrada etc.
 6x19 Seale 51 x diam. Cabo 34 x diam. cabo Normalmente a mola helicoidal é
enrolada à direita. Quando a mola
 6x21 Filler 45 x diam. Cabo 30 x diam. cabo
helicoidal for enrolada à esquerda,
6x25 Filler 39 x diam. Cabo 26 x diam. cabo o sentido da hélice deve ser indi-
 6x36 Filler 34 x diam. Cabo 23 x diam. cabo cado no desenho.
 6x41 Filler ou
21 x diam. Cabo 21 x diam. cabo
Warrington
Fonte: adaptado de Liftec (2009).

Exemplo: calcular a força máxima que pode ser utilizada em um cabo


tipo 6x19 AF, com diâmetro de 1/2”. O cabo será utilizado como cor-
doalha para içamento de carga.

De acordo com a tabela do fabricante (tabela técnica 18), a carga de


ruptura para o cabo com material tipo Improved Plow Stell é de:

Carga de ruptura = 97100 N


O fator de segurança, de acordo com a aplicação, é: F.S. = 4
Calculando a força no cabo:

C arga de ruptura
Fcabo =
F.S.

97100
Fcabo = = 24275N
4

Assim: Fcabo = 24275 N (força máxima de trabalho no cabo)

Na seção 7, você estudará os diversos tipos de molas, suas aplicações em


objetos e aprenderá a calcular a constante da mola, a força aplicada nela
e a deflexão causada na mola.

42 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Características das mo-
las helicoidais
As principais dimensões da mola
helicoidal de compressão cilíndri-
ca são:

Figura 58 - Mola helicoidal (exemplo de aplicação)


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 145).

A mola helicoidal de compressão A mola helicoidal de torção tem


é formada por espiras. Quando dois braços de alavancas, além das
esta mola é comprimida por al- espiras. Na “Figura 60” apresen-
guma força, o espaço entre as es- tamos um exemplo de mola de
piras diminui, tornando menor o torção e a aplicação da mola num
comprimento da mola. pregador de roupas. Figura 61 - Características dimensio-
nais (mola helicoidal)
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 149).

De: Diâmetro externo;


Di: Diâmetro interno;
H: Comprimento da mola;
d: Diâmetro da seção do arame;
Figura 59 - Mola helicoidal de tração p: Passo da mola;
Figura 60 - Mola helicoidal de torção
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 146). n: Número de espiras da mola.
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 147).

A mola helicoidal de tração pos- Molas planas


sui ganchos nas extremidades, As molas helicoidais também po-
dem ser do tipo cônico. Veja suas As molas planas são feitas de ma-
além das espiras. Os ganchos são terial plano ou em fita. Podem ser
também chamados de olhais. Para aplicações em utensílios diversos.
Algumas molas padronizadas são do tipo simples, prato, feixe de
a mola helicoidal de tração de- molas e espiral.
sempenhar sua função, deve ser produzidas por fabricantes espe-
esticada, aumentando seu com- cíficos e encontram-se nos almo-
primento. Em estado de repou- xarifados, outras são executadas
so, ela volta ao seu comprimento de acordo com as especificações
normal. do projeto, segundo medidas pro-
porcionais padronizadas. A se-
leção de uma mola depende das
respectivas formas e solicitações
mecânicas.

Figura 62 - Mola plana simples


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 155).

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 43
Mola plana simples Feixe de molas
Esse tipo de mola é empregado somente para algumas cargas. Em geral, O feixe de molas é feito de diver-
essa mola é fixa numa extremidade e livre na outra. Quando sofre a ação sas peças planas de comprimento
de uma força, a mola é flexionada em direção oposta. variável, moldadas de maneira que
fiquem retas sob a ação de uma
força.
Mola prato
Esse tipo de mola é muito utili-
Essa mola tem a forma de um tronco de cone com paredes de seção zado em suspensão de veículos,
retangula. Em geral, as molas prato funcionam associadas entre si, em- principalmente veículos de carga.
pilhadas, formando colunas.

Figura 65 - Feixe de molas


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 157).

Mola espiral
Figura 63 - Mola prato
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 156). A mola espiral tem a forma de
espiral ou caracol. Em geral, ela é
feita de barra ou de lâmina com
As características das molas prato são: seção retangular.

A mola espiral é enrolada de tal


forma que todas as espiras ficam
concêntricas e coplanares. Esse
tipo de mola é muito usado em
relógios e brinquedos.

Para interpretar a cotagem da


mola espiral, você precisa conhe-
cer suas características.

Figura 64 - Características (mola prato)


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 156).

De: Diâmetro externo da mola;


Di: Diâmetro interno da mola;
H: Comprimento da mola;
h: Comprimento do tronco interno da mola;
e: Espessura da mola.

44 CURSOS TÉCNICOS SENAI


As características da mola espiral são:

Figura 66 - Mola espiral


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 157).

De: Diâmetro externo da mola;


L: Largura da seção da lâmina;
e: Espessura da seção da lâmina;
n: Número de espiras.

Molas de borracha e plastiprene


As molas de borracha são utilizadas em amortecedores de vibrações,
ruídos, suspensão de veículos e a mola de plastiprene é utilizada princi-
palmente em ferramentas de estampo.

Figura 67 - Mola de borracha


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 145).

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 45
Material para molas
Material Especificação Descrição
Material muito comum e bastante utilizado em aplicações gerais,
Temperado em com bom custo.
Aço ABNT 1065
óleo Não deve ser utilizado em aplicações severas, choque.
Não pode ser utilizado em temperaturas superiores a 180°C.
Melhor e mais comum material para pequenos diâmetros.
Aço ABNT 1085 Corda de piano
Normalmente encontrado em diâmetros de 0,3 a 3 mm.
Utilizado onde requer condições de trabalho mais severas, possui
Aço liga cromo boa resistência à fadiga e é recomendado para aplicações com
Aço ABNT 6150
vanádio choques.
Utilizado em válvulas de motores, suporta até 220°C.
Quadro 7 - Molas – material aplicado

Dimensionamento de
molas helicoidais F=K.x

Portanto

F
K=
x

k = Constante da mola [Kgf/mm] ou [N/mm]


F = Força aplicada na mola [Kgf] ou [N]
x = Deflexão causada na mola [mm]
Figura 68 - Deflexão

Exemplo: uma mola deverá deformar 25 mm quando for aplicada uma


força de 500 N.
Constante k da mola
A constante k da mola é definida
como a força necessária para pro- a. Calcular a constante k da mola.
duzir uma deflexão (deformação)
de 1mm na mola.
F 500
K= K= K = 20N / mm
Então temos as seguintes equa- x 25
ções:

b. Qual deverá ser a força aplicada para a mola deformar 15 mm.

F =K×x F = 20 × 15 F = 300N

46 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Dados o diâmetro médio da mola, o diâmetro do arame, o número de
espiras e o material da mola, é possível calcular a constante k pela fór-
mula:

da4 . G
k= 3
8 . dm . na

G = Módulo de elasticidade = 80000[N/mm2]


da= Diâmetro do arame [mm]
dm = Diâmetro médio da mola [mm]
na = Número de espiras ativas.

Na unidade que se finda, você pôde estudar os elementos de fixação,


que são usados para unir peças, como parafusos, porcas, arruelas, pinos
e contrapinos, anéis elásticos, chavetas, cabo de aço e molas. Você apren-
deu o formato e a aplicação desses elementos.

Na próxima unidade, irá conhecer e estudar os elementos mecânicos


aplicados a sistemas de transmissão, suas características e especificações.
Poderá entender o funcionamento de cada elemento, a influência das
ações e esforços, aos quais cada um é submetido, permitindo o seu di-
mensionamento, bem como, compreender o comportamento desses ele-
mentos de acordo com sua aplicação específica.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 47
Unidade de
estudo 2
Seções de estudo

Seção 1 – Eixos e árvores


Seção 2 – Mancais
Seção 3 – Polias e correias
Seção 4 – Engrenagens
Seção 5 – Correntes
Seção 6 – Acoplamentos
Elementos de Transmissão

Seção 1
Eixos e árvores
Os conjuntos de elementos são ▪▪ Por forma: a transmissão pela forma é assim chamada porque a
conhecidos como sistemas de forma dos elementos transmissores é adequada para encaixamento
transmissão e têm por objetivo desses elementos entre si. Nesse sistema, podemos transmitir grandes
transferir e transformar potência potências e rotação, principalmente sem perda de rotação e velocidade.
e movimento a outro sistema. Isto Exemplo: conjunto de engrenagens.
é, os sistemas de transmissão po- ▪▪ Por atrito: nesse sistema, a transmissão se dá pelo contato entre su-
dem variar as potências e rotações perfícies, que ocorre por pressão, permitindo assim, transmitir potên-
entre dois eixos. Nesse caso, o sis- cias e rotações em níveis consideráveis. Porém, em alguns casos, poderá
tema é chamado variador. existir a redução de rendimentos, devido ao desgaste dessas superfícies
ou mesmo pressão e ajustes inadequados.
As maneiras de variar a rotação de Exemplo: polias e correias, embreagens etc.
um eixo podem ser: por engrena-
gens, por correntes, por correias
ou por atrito. Seja qual for o tipo Os eixos são componentes importantes em um equipamento já que
de variador, sua função está liga- permitem a fixação dos elementos de máquinas. Normalmente tem
da a eixos. Na “figura 69”, po- o objetivo de transmitir movimento giratório a outros elementos fi-
demos verificar um sistema de xados a ele, ou girar livremente.
transmissão aplicado em um tor-
no convencional.

Tipos de eixos
Os eixos e as árvores podem ser fixos ou giratórios. No caso dos eixos
fixos, os elementos (engrenagens com buchas, polias sobre rolamentos
e volantes) que giram. Eixos fixos atuam como suporte para o elemento
giratório girar. Como exemplo, temos o eixo de bicicleta, que é fixo e a
roda gira. Na figura abaixo, temos alguns exemplos de eixos fixos.

Figura 69 - Sistema de transmissão Figura 70 - Tipos de eixo – fixo


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 18).

Modos de transmissão Quando se trata de eixo-árvore giratório, o eixo se movimenta junta-


A transmissão de potência e mo- mente com seus elementos ou independentemente deles como, por
vimento pode ser realizada por exemplo, eixos de afiadores (esmeris), rodas de trole (trilhos), eixos de
diversas maneiras: máquinas-ferramentas, eixos sobre mancais etc.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 49
Figura 71 - Tipos de eixos (giratório)
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 18).

Quanto ao tipo, os eixos podem ser: roscados, ranhurados, estriados,


maciços, vazados, Flexíveis e cônicos, cujas características estão descritas
a seguir.

Eixos maciços
A maioria dos eixos maciços tem secção transversal circular maciça,
com degraus ou apoios para ajuste das peças montadas sobre eles. A
extremidade do eixo é chanfrada para evitar rebarbas. As arestas são
arredondadas para aliviar a concentração de tensão. Também podem
ser ranhurados, utlizados para fixar elementos de transmissão, em que
devem ser empregadas grandes forças.

Figura 72 - Eixo (exemplo)


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 20).

Eixos vazados
Normalmente as máquinas-ferramentas possuem o eixo-árvore vazado,
para facilitar a fixação de peças mais longas para a usinagem.
Temos ainda os eixos vazados empregados nos motores de avião, por
serem mais leves.

50 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Mf
σf =
Wf

σf: Tensão devido à flexão [N/


mm2];
Mf: Momento fletor máximo
(obtido geralmente do gráfico
de momento fletor e
esforço cortante) [N.mm];
Figura 73 - Eixo vazado (exemplo) Wf: Módulo de resistência à
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 20). flexão [mm3].

Eixos cônicos Em alguns casos, pode ser neces-


Os eixos cônicos são utilizados para fixar elementos que possuam fura- sário calcular também o cisalha-
ção cônica. Geralmente são presos por parafuso e possuem uma chaveta mento do eixo, especialmente em
para evitar a rotação do elemento mecânico. eixos curtos, ou com força aplica-
da próxima à fixação do eixo. O
cálculo do cisalhamento é feito
pela seguinte fórmula:

F
τ=
A
τ : Tensão devido ao cisalha-
Figura 74 - Eixo cônico (exemplo) mento [N/mm2];
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 20). F : Força aplicada no local
(gráfico de esforço cortante)
[N];
Dimensionamento de eixos fixos A : Área da seção transversal
Todo elemento de máquina está submetido a diversas forças que atuam [mm2].
sobre este, exigindo que tenha capacidade de absorver esses esforços,
sem sofrer deformações. Assim, estes devem ser dimensionados levan-
do-se em consideração várias aspectos e características importantes. Para mais detalhes sobre cálculo
de flexão e cisalhamento em eixos
fixos, deve-se pesquisar: materiais,
Dentre as características a serem consideradas, as principais são: livros e apostilas sobre resistência
A matéria-prima aplicada na fabricação desse eixo, esforços aos dos materiais.
quais esse eixo é submetido, detalhes e perfil desse eixo etc.

Dimensionamento de
eixos giratórios
Vimos que os eixos podem ser fixos ou giratórios, o que influencia di-
retamente em seu dimensionamento. No caso do eixo fixo (estático), Eixos giratórios são comumente
ele está submetido ao efeito da flexão, sendo dimensionado de acordo submetidos ao efeito da torção,
com o tipo de material, carregamento, quantidade de forças aplicadas e ou torção mais flexão, com exce-
vínculos, isto é, semelhante a uma viga. ção de eixos que girem livremen-
te, como por exemplo, um carri-
nho transportador manual. Neste
caso, tem-se flexão.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 51
Eixo submetido à torção
Dado: σadmt = 45 N/mm2

Mt 16 × Mt
σ adm = d=3
Wp π × σ adm

σf: Tensão devido à torção [N/mm2]; Substituindo temos:


Mf: Momento torçor máximo [N.mm];
Wp: Módulo de resistência à torção (ou polar) [mm3].
16 × 3000
d=3
π × 45

E para eixos redondos maciços, o módulo de resistência polar é: Assim: d = 32,4mm

π × d3 Substituindo a fómula “Wp “ na fórmula de “σadm”;


Wp = temos: Mt Obs: os cálculos de eixos apresen-
16 σ adm =
π × d3 tados não consideram o efeito da
16 fadiga, nem da concentração de
tensões devido a arestas e canais
no eixo. Portanto, para um cálculo
mais preciso, estes efeitos deverão
Isolando “d”, temos a fórmula para o cálculo do diâmetro de eixos ser levados em consideração.
maciços circulares, submetidos à torção.
Para compensar essa simplifica-
ção, foram utilizados valores de
coeficiente de segurança elevados.
16 × Mt Esses coeficientes estão “embu-
d=3
π × σ adm tidos” no valor da tensão admis-
sível para um carregamento tipo
d : Diâmetro do eixo [mm]; III, apresentado na tabela de re-
σadm : Tensão admissível à torção [N/mm2]; sistência dos materiais, em anexo.
Mt : Momento torçor [N.mm].
Na seção 2, você estudará a fina-
lidade dos mancais, os materiais
Para eixos submetidos ao efeito da torção e flexão, temos: que são utilizados e os tipos de
mancais em relação à aplicação e
esforços.

16 × M2t + M2f
d=3
π × σ admt Seção 2
Mancais
d : Diâmetro do eixo [mm];
σadmt : Tensão admissível à torção [Kgf/mm2] [N/mm2]; O mancal pode ser definido como
Mt : Momento torçor [Kgf.mm] [N.mm];Mf: Momento fletor máximo, suporte ou guia em que se apóia
obtido geralmente do gráfico de momento fletor e esforço cortante o eixo, permitindo que ele gire e
[Kgf.mm] [ N.mm]. transmita torque. Dependendo da
aplicação e dos esforços, os man-
cais podem ser de deslizamento
ou de rolamento.
Exemplo: um eixo redondo maciço, fabricado em aço ABNT 1040 la-
minado, deverá transmitir um torque de Mt = 300 N x m. Calcular o
diâmetro do eixo, considerando o efeito da torção.

52 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Materiais utilizados
Diversos materiais podem ser uti-
lizados na bucha do mancal de
deslizamento. Muitos destes são
ligas contendo chumbo e estanho.
Dentre os principais materiais uti-
lizados, temos:
▪▪ Bronze ao chumbo: que é
uma liga metálica contendo co-
bre, chumbo, níquel e zinco.
▪▪ Bronze ao estanho: é uma
liga contendo cobre e estanho.
▪▪ Bronze vermelho: é uma liga
de cobre e estanho, com altos
teores de estanho.
Figura 75 - Mancal bipartido (exemplo) ▪▪ Metal sinterizado: são metais
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 119).
fabricados por metalurgia do pó,
em que o pó de metal é prensa-
do em alta pressão e recebe um
Mancais de deslizamento aquecimento para aumentar sua
resistência. Através desta técnica,
Geralmente os mancais de deslizamento são constituídos de uma bucha é possível adicionar pó de grafite
fixada num suporte. Esses mancais são usados em máquinas pesadas ou ao bronze e produzir o bronze
em equipamentos de baixa rotação, porque a baixa velocidade evita su- grafitado.
peraquecimento dos componentes expostos ao atrito. Normalmente as
buchas são fabricadas de material com baixo coeficiente de atrito (bron- ▪▪ Ligas de alumínio: são utili-
zes, ligas de metais leves etc.) com aplicação de lubrificantes, permitindo zadas em mancais de motores à
reduzir o atrito, reduzir a temperatura e melhorar a rotação do eixo. explosão, alguns compressores e
equipamentos aeronáuticos.
▪▪ Ferro fundido: material de
O uso de mancais de deslizamento tem algumas vantagens:
baixa capacidade que deve ser
▪▪ É fácil montar e desmontar o mancal e o eixo. utilizado para poucas cargas e
▪▪ Permite trabalhar com altas cargas. baixas velocidades (rotações).
▪▪ É fácil adaptar ao projeto da máquina, ocupando pouco espaço ▪▪ Polímeros (plásticos): alguns
radial. polímeros, como o nylon, podem
ser utilizados quando não se tem
▪▪ Possui um custo acessível na maioria das aplicações. lubrificação e as cargas são bai-
xas. São muito usados na indús-
tria têxtil e alimentícia.

Dimensionamento de man-
cais de deslizamento
O dimensionamento de mancais
de deslizamento depende do tipo
de lubrificação utilizado, que pode
ser do tipo filme completo ou lu-
brificação limite.

Figura 76 - Montagem (mancal de deslizamento)


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 119).

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 53
Lubrificação completa ou
forçada F Pm: Pressão média no mancal [N/mm2];
Pm =
A F : Força no mancal[N];
Neste caso, temos duas situações:
A : Área de apoio [mm2];
▪▪ Mancal hidrodinâmico:
nesse tipo de lubrificação, o Assim: F
eixo flutua acima do óleo, sob Pm =
pressão, mesmo sendo alimen- d×b
tado simplesmente pelo efeito d: Diâmetro do mancal [mm];
da gravidade, não entrando em b: Largura do mancal [mm].
contato com a bucha, durante o
A = d×b
funcionamento.

Outro parâmetro utilizado no dimensionamento é a velocidade perifé-
rica do eixo.
DICA
Exemplo: eixo virabrequim
e de comando de válvulas
de motores à combustão. V : Velocidade do eixo [m/s];
π × d×n
V= d : diâmetro do eixo [mm];
1000 × 60
n : rotação do eixo [rpm].

▪▪ Mancal hidrostático: o óleo


é bombeado sob pressão para
dentro do mancal, flutua no óleo Deve-se verificar:
e não ocorre contato de metal Se a pressão calculada no mancal “Pm” está abaixo do valor tabelado
com metal. O dimensionamen- “Pmax“ do material.
to desses tipos de mancais é O produto Pm . V (pressão x velocidade) calculado também deve estar
complexo e utiliza cálculos de abaixo do valor PV tabelado do material.
mecânica dos fluidos, hidrostática Os valores “Pm”, “V” e “PV” do material devem ser fornecidos pelo
e hidrodinâmica. fabricante.
▪▪ Lubrificação limite: nes-
se caso, devido à lubrificação
A seguir, apresentamos a tabela orientativa de alguns valores admissíveis
insuficiente, ou a altas cargas,
normalmente encontrados.
existe o contato do eixo com a
bucha, portanto gerando atrito de
metal com metal. Estes mancais Tabela 6 - Parâmetros de referência
são encontrados em aplicações  Material  Pmax [N/mm²] V [m/s]  PV [N/mm²][m/s]
simples, buchas de nylon, locais  Bronze 31 7,65 1,75
com lubrificação por graxa, com  Ferro fundido --- 4 1,75
pouca ou nenhuma vedação.
 Nylon 6,8 5 0,1
Fonte: adaptado de Melcanian (2001, p. 309).
O dimensionamento destes tipos
de mancais depende das proprie-
dades de desgaste dos metais utili- Mancais de rolamento
zados, da pressão e da velocidade Como você já sabe, os mancais são elementos de máquinas que têm
de trabalho. sua aplicação em quase todas as máquinas e mecanismos com partes
giratórias. O mancal de rolamento é um tipo em que a carga principal
Para dimensionar estes mancais, é transferida por meio de elementos de contato rolantes (normalmente
utiliza-se o valor da pressão média esferas e rolos), em vez de deslizamento.
admissível, da seguinte forma:

54 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Quando se necessitar de mancal com maior velocidade e menor atrito, o
mancal de rolamento é o mais adequado.

Os rolamentos oferecem algumas vantagens. Uma delas é a padroni-


zação, ou seja, o rolamento possui um padrão internacional. É possí-
vel adquirir ou substituir o mesmo rolamento, independente do país
em que ele foi produzido. Esta intercambiabilidade facilita muito as
atividades de manutenção.

Os mancais de rolamento, também conhecidos simplesmente por “rola-


mentos”, são classificação em função dos seus elementos rolantes. Po-
dem ser do tipo esfera, rolo ou agulha. Veja a “figura 77”.

Figura 77 - Rolamentos (tipos)


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 120).

Classificação de acordo com a força


Os rolamentos podem ser classificados de acordo com as forças que
suportam. Podem ser radiais, axiais e mistas ou combinadas.

▪▪ Radiais: suportam somente forças radiais, que são aquelas aponta-


das para o centro (raio) do rolamento.
▪▪ Axiais: suportam somente forças axiais, que são aquelas apontadas
no sentido do eixo. Não suportam cargas radiais. Impedem o deslo-
camento no sentido axial, isto é, longitudinal ao eixo. Exemplos de
utilização: ganchos de talhas e guinchos
▪▪ Mistas ou combinadas: suportam tanto força radial como axial,
impedindo o deslocamento no sentido transversal e no axial.
Exemplos de utilização: rodas de caminhões, automóveis e árvores de
tornos.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 55
Figura 78 - Classificação de cargas (mancal)
Fonte: adaptado de SKF (1982).

Principais tipos de rolamentos

a. Rolamento fixo de uma carreira de esferas


É o mais comum dos rolamentos, suporta cargas radiais, pequenas car-
gas axiais e é apropriado para rotações mais elevadas. Sua capacidade de
ajuste angular é limitada.

É necessário o perfeito alinhamento entre o eixo e os furos da caixa.


Isto os tornam ideais para serem montados em uma peça única (caixa),
usinada com precisão.

Figura 79 - Rolamento fixo de esferas


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 122).

b. Rolamento autocompensador de esferas


É um rolamento de duas carreiras de esferas, com pista esférica no anel
externo, que lhe confere a propriedade de ajustagem angular, ou seja,
de compensar possíveis desalinhamentos ou flexões do eixo. Ideal para
montagens em caixas separadas, em que o alinhamento é difícil.

56 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 80 - Rolamento autocompensador de esferas
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 126).

c. Rolamento de esferas de contato angular


Admite cargas axiais somente em um sentido e deve sempre ser monta-
do contra outro Rolamento, que possa receber a carga axial no sentido
contrário.

O formato da pista de rolamento inclinado possibilita que recebam car-


gas mistas, radial e axial.

É muito utilizado em máquinas-ferramentas e rodas de automóveis.

Na figura a seguir, temos um exemplo de montagem do rolamento de


esferas de contato angular. Observe que, na montagem, um está inverti-
do em relação ao outro, permitindo que o eixo receba cargas axiais nos
dois sentidos.

Figura 81 - Rolamento de esferas/contato angular


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 126).

d. Rolamento axial de esfera


Ambos os tipos de rolamento axial de esfera (escora simples e escora
dupla) admitem elevadas cargas axiais, porém, não podem ser submeti-
dos a cargas radiais.

Para que as esferas sejam guiadas firmemente em suas pistas, é necessá-


ria a atuação permanente de uma carga axial.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 57
Observe, na figura, que a montagem do rolamento axial, junto com ro- f. Rolamento autocompensador
lamentos radiais, permite que o eixo receba cargas mistas radiais e axiais. de duas carreiras de rolos
É um rolamento adequado a ser-
viços pesados e cargas com im-
pactos. Possui alta capacidade de
carga radial e suporta cargas axiais
médias nos dois sentidos.

Devido à oscilação entre rolos e


pistas, permite um ajuste angular,
corrigindo os problemas de desa-
linhamento.
Podem ter o furo cônico ou cilín-
drico, possibilitando a instalação
em eixo cônico ou eixo cilíndri-
co, utilizando buchas de fixação e
desmontagem.

Figura 82 - Rolamento axial de esferas


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 128).

e. Rolamento de rolo cilíndrico


É apropriado para cargas radiais
elevadas. Seus componentes po-
dem ser separáveis, o que facilita a
montagem e desmontagem. Nor-
malmente esse tipo de rolamento
não suporta cargas axiais.
Em função da existência de rebor-
dos nos anéis, existem os tipos:
NU, NJ, NUP, N e NF, influen-
ciando na forma como eles são
montados e desmontados. Mais
detalhes deverão ser observados
em catálogos de fabricantes.

Figura 83 - Rolamento de rolo/tipos


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 120).

58 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 84 - Rolamento autocompensador de duas carreiras de rolos
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 127).

g. Rolamento de rolos cônicos


Além de cargas radiais, os rolamentos de rolos cônicos também supor-
tam cargas axiais em um sentido, tornando-se necessário montar os
anéis aos pares, um contra o outro.

São indicados qunado se tem a combinação com grandes cargas radiais e


axiais, como eixo da roda de caminhões e eixos de árvores de máquinas-
ferramentas.

Os anéis são separáveis. O anel interno e o externo podem ser montados


separadamente no eixo e no furo, facilitando a montagem.

Figura 85 - Rolamento de rolos cônicos


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 127).

h. Rolamento de agulha
Possui uma seção transversal muito fina em comparação com os rola-
mentos de rolos comuns.
É utilizado especialmente quando o espaço radial é limitado e podem ser
fornecidos com ou sem anel interno.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 59
Caso o rolamento seja montado
com interferência maior que a
usual, deve-se utilizar rolamentos
com folga radial, para evitar seu
travamento. Os rolamentos uti-
lizados nesse caso são com folga
do tipo C3 e C4.

Dimensões do eixo e
do furo do alojamento
Figura 86 - Rolamento de agulha
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 127). As dimensões do eixo, do furo,
encosto e raio devem obedecer
aos padrões especificados pelos
fabricantes e as alturas do encosto
do rolamento no eixo e no furo
devem ser suficientes para ter um
correto apoio lateral do rolamen-
to.

Em tabelas de catálogos temos as


dimensões do rolamento, do aloja-
mento do cubo e do eixo, para cada
Figura 87 - Contra ponta rolamento, incluindo os encostos
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 127). do eixo ( da ), da bucha (Da) e do
raio de arredondamento do encos-
to (ra).
Projeto de eixo e Normalmente o eixo é montado
alojamento com pequena interferência e o
alojamento (anel externo) pode
O projeto do eixo e do alojamen- ser montado com pequena folga
to deve ter o ajuste e a tolerância (ajuste incerto) ou com pequena
correta para o perfeito funciona- interferência, dependendo do tipo
mento do rolamento. O tipo de de carga. Um ajuste muito usado é
ajuste ideal depende do tipo de o obtido com tolerância H7 para
esforço no rolamento, da tempe- o furo e j6 ou m6 para o eixo.
ratura de trabalho e de como o Mais detalhes quanto a tolerâncias
rolamento vai ser montado e des- e ajustes para rolamentos devem
montado. ser verificados em catálogos de
fabricantes.

60 CURSOS TÉCNICOS SENAI


A seguir, apresentamos um exemplo das principais medidas que deverão
ser observadas no catálogo de rolamentos, para o correto dimensiona-
mento. Observe, na figura 118, as dimensões para rolamentos rígido de
esferas com diâmetro do eixo de 25mm.

Tabela 7 - Dimensão padrão (exemplo)

Dimensões (mm) Dimensões de Encosto (mm)

r da Da ra Dx Cy
d D B
min. min. máx. máx. máx. min. máx.

37 7 0,3 27 27 35 0,3 40,5 1,8

42 9 0,3 27 28,5 40 0,3 45,5 2,3


25

47 8 0,3 27 - 45 0,3 - -

Fonte: adaptado de NSK (2006, p. B10 e B11).

Vida nominal do rolamento


A vida do rolamento “L10h” é calculada de acordo com a carga de traba-
lho, a rotação e a capacidade de carga do rolamento “Cr”, tabelada da
seguinte forma:

Para rolamentos de esfera: Para rolamentos de rolo:

3 3,33
1000000  Cr  1000000  Cr 
L 10h = ×  L10h = × 
60 × n  P  60 × n  P 

Onde:
L10h : Vida nominal do rolamento [h];
n : Rotação [rpm];
Cr : Capacidade de cargo do rolamento (tabelada) [N];
P : Carga equivalente sobre o rolamento [N].

Para calcular a carga equivalente “P” sobre o rolamento, faz-se:

Para carga radial: P = Fr


Para carga radial mais axial: P = X.Fr + Y. Fa

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 61
Onde:
Fr = Força radial no rolamento [N];
Fa = Força axial no rolamento [N];
X = Coeficiente de carga radial (tabela de dimensões);Y = Coeficiente
de carga axial (tabela de dimensões).

Na “tabela 8” temos os valores para os coeficientes “X” , “Y” de ro-


lamentos fixos de esferas. Segue orientações para a utilização da tabela:

Tabela 8 - Coeficientes de carga dinâmica

C or Fa Fa
≤e >e
Fa Fr Fr
e

X Y X Y

5 0.35 1 0 0.56 1.26


10 0.29 1 0 0.56 1.49
15 0.27 1 0 0.56 1.64
20 0.25 1 0 0.56 1.76
25 0.24 1 0 0.56 1.85
30 0.23 1 0 0.56 1.92
50 0.20 1 0 0.56 2.13
70 0.19 1 0 0.56 2.28
Fonte: NSK (2006, p. B11)

C or
▪▪ Calcular o valor de F e definir a linha na tabela;
a
F
▪▪ Calcular a e verificar se é menor ou maior que o valor tabelado de
Fr
“e”.
▪▪ Definir qual a coluna e o valor de “X”, “Y”.

Exemplo 1: dado o rolamento 6005, com uma força radial aplicada de


800N e uma rotação de 1750 rpm, determine a vida nominal do rola-
mento em horas de trabalho.

P = Fr = 800 N

Da tabela de rolamentos (catálogo do fabricante de rolamentos):


Cr = 10100N
L10h = 19165 h

3 3
1000000  C r  1000000  10100 
L 10h = ×  L 10h = × 
60 × n  P  60 × 1750  800 

62 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Exemplo 2: dado o rolamento 6209, com uma força radial aplicada de
3000 N e uma força axial de 1400N, calcular a vida nominal do rolamen-
to, em horas de trabalho. A rotação é 1100 rpm.

Cr = 31500 N
X = 0,56
Cor 20400  Y = 1,64 Fa 1400
= = 14 ,57 = = 0,467
Fa 1400 Fr 3000

P = X.Fr + Y. Fa P = 0,56 . 3000 + 1,64 . 1400 P = 3976 N

1000000  C r 
3
1000000  31500 
3 L10h = 7534,4 h
L 10h = ×  L 10h = × 
60 × n  P  60 × 1100  3976 

Capacidade de carga estática


Muitas vezes os rolamentos devem trabalhar parados, com pouca ro-
tação, ou apenas com giro de 180°. Por exemplo, em rodízios, roletes, Seção 3
articulações.
Polias e correias
Nesse caso, os rolamentos devem ser dimensionados pela sua capacida-
de de carga estática C0, da seguinte forma:

Tipos e características
C0
das polias e correias
P= C0 : Capacidade de carga estática tabelada [N];
FS Os tipos de polia são determina-
FS : Fator de segurança.
dos pela forma da superfície na
qual a correia se assenta. Elas po-
dem ser planas ou trapezoidais.

Tabela 9 - Fator Segurança (rolamento)


As polias planas podem apresen-
Rolamento de tar dois formatos na sua super-
  Rolamento de rolos 
esferas  fície de contato. Esta superfície
Operação com baixo ruído  2  3 pode ser plana ou abaulada.
Vibração e impacto  1,5  2
 Normal  1 1,5  A polia plana conserva melhor as
Fonte: NSK (2006, p. A 32). correias e a polia com superfície
abaulada guia melhor as correias.
As polias apresentam braços a
partir de 200 mm de diâmetro.
Abaixo desse valor, a coroa é liga-
da ao cubo por discos.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 63
Figura 88 - Tipo de polias
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 25).

Transmissão por correia em V


A polia trapezoidal, também chamada de polia em V, recebe esse nome
porque a superfície na qual a correia se assenta apresenta a forma de
trapézio. As polias trapezoidais devem ser providas de canais e são di-
mensionadas de acordo com o perfil padrão da correia a ser utilizada.

Figura 89 - Tipo de polia


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 25).

As correias em V devem ser usadas somente quando se tiver um perfeito


paralelismo entre os dois eixos. Já as correias planas podem ser utilizadas
em árvores paralelas ou reversas (inclinadas).

Normalmente as correias em V são utilizadas na saída do motor, em que a


rotação é alta e o momento torçor é baixo.

O rendimento de uma transmissão com correia tipo V é de 0,95 a 0,98 e


a relação de transmissão ideal é de até i = 8, podendo chegar até i =15.
Os canais da polia são normalizados de acordo com o padrão da correia
trapezoidal. Na tabela, temos as dimensões padronizadas de perfis tra-
pezoidais (A, B, C, D, E).

64 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Tabela 10 - Dimensões – polias
DIMENSÕES NORMAIS DAS POLIAS DE MÚLTIPLOS CANAIS

Perfil padrão Diâmetro Ângulo Medidas em mm


da correia externo da polia do canal T S W Y Z H K U=R X
75 a 170 34°
A 9,5 15 13 3 2 13 5 1,0 5
Acima de 170 38°
De 130 a 240 34°
B 11,5 19 17 3 2 17 6,5 1,0 6,25
Acima de 240 38°
De 200 a 350 34°
C 15,25 25,5 25,5 4 3 22 9,5 1,5 8,25
Acima de 350 38°
De 300 a 450 34°
D 22 36,5 32 6 4,5 28 12,5 1,5 11
Acima de 450 38°
De 485 a 630 34°
E 27,25 44,5 38,5 8 6 33 16 1,5 13
 Acima de 630 38°
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 26).

A seguir, apresentamos as dimensões dos principais perfis padrões uti-


lizados:

Figura 90 – Canais padrões – polias


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 29).

Material das polias


Os materiais que se empregam para a construção das polias são: ferro
fundido (o mais utilizado), aços, alumínio, ligas leves e materiais sinté-
ticos. A superfície da polia não deve apresentar porosidade, pois, do
contrário, a correia irá se desgastar rapidamente.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 65
Correias
As correias mais usadas são pla-
nas e trapezoidais. A correia tra-
pezoidal é inteiriça, fabricada com
seção transversal em forma de
trapézio; é de borracha revestida
de lona e formada no seu interior
por cordonéis vulcanizados, para
suportar as forças de tração.

Figura 92 - Correia dentada


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 30).

Dimensionamento de correias trapezoidais


Na transmissão por polias e correias, para que o funcionamento seja
perfeito, é necessário obedecer alguns limites em relação ao diâmetro
das polias, ao número de voltas pela unidade de tempo e à capacidade de
transmissão da correia.

Figura 91 - Correia
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 29).

As vantagens da correia em V em
relação à correia plana são:
▪▪ Praticamente não apresenta
deslizamento;
▪▪ Permite o uso de polias bem
próximas;
▪▪ Eliminam os ruídos e os cho-
ques (sem emendas). Figura 93 - Dimensionamento
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 31).

Correia dentada
Costumamos usar a letra i para representar a relação de transmissão. Ela
É uma outra correia utilizada para é a relação entre o número de voltas das polias (n), numa unidade de
casos em que não se pode ter ne- tempo e a relação entre seus diâmetros.
nhum deslizamento, como no co-
mando de válvulas do automóvel.
A relação de transmissão “i” pode ser calculada por:

A correia dentada também é mui-


to usada em mecanismos, mani-
A relação de transmissão “i” pode ser calculada por:
puladores, em que os movimentos
devem ser bem coordenados, com d2 n Mt
i= ou i = 1 ou i = 2
precisão, e sem deslizamento. Na d1 n2 Mt1
correia do tipo dentada, tem-se
um perfeito sincronismo entre as
duas polias.

66 CURSOS TÉCNICOS SENAI


A velocidade tangencial (V) é a mesma para as duas polias e para a cor-
reia. É calculada pela fórmula:

V: Velocidade [m/min];
π × d×n
V= d: Diâmetro da polia [mm];
1000
n: Rotação da polia [RPM].

Arco de contato “α”


O arco de contato influencia diretamente na capacidade de transmissão
da correia: quanto maior a diferença entre o diâmetro das polias, menor
será o arco de contato, diminuindo a capacidade de transmissão da cor-
reia. Outro fator que influencia o arco de contato é a distancia entre os
centros “I” das polias. Observe, na figura, que o ângulo “α” define a área
de contato da correia na polia. Se for muito pequeno, a correia poderá
deslizar:

Figura 94 - Ângulo de contato – correias


Fonte: adaptado de Gordo e Ferreira (1996, p. 31).

O arco de contato “α” é calculado por:


60 × (D2 − D1 )
α = 180  −
I

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 67
Definição da quantidade de correias Na próxima seção, serão apre-
sentados tipos de engrenagens e
A quantidade de correias em uma transmissão é calculada por:
suas aplicações, que possibilitam a
redução ou aumento do momento
torçor, com mínimas perdas de
Potmotor × F.S.
Q tdeCorr = energia e aumento ou redução de
HPCorr × F.C.arco contato
velocidades, sem perda nenhuma
de energia, por não deslizarem.
Potmotor = potencia do motor em [Cv], [HP];
F.S. = Fator de serviço (tabelado);
HPcorr = Capacidade de transmissão (tabelado); Seção 4
F.C.arco contato = Fator de correção do arco de contato (tabelado). Engrenagens
Exemplo: um ventilador é acionado por polia e correia. Calcular o As engrenagens, também chamadas
número de correias tipo A necessárias para o acionamento. rodas dentadas, são elementos
básicos na transmissão de potência
entre árvores. Elas permitem a
redução ou aumento do momento
torçor, com mínimas perdas de
energia e aumento ou redução de
velocidades, sem perda nenhuma
de energia, por não deslizarem.

A mudança de velocidade e torção


é feita em razão dos diâmetros
primitivos. Aumentando a rotação,
o momento torçor diminui e
vice-versa. Assim, num par de
engrenagens, a maior delas terá
Dados:
sempre rotação menor e transmitirá
▪▪ Correia tipo: A; momento torçor maior. A
▪▪ Motor: 3 CV; engrenagem menor tem sempre
▪▪ Rotação: 3600 rpm; rotação mais alta e momento torçor
menor.
▪▪ Fator de serviço FS: 1,1 (Ventilador);
▪▪ Fator de corr. contato: 0,93 (Tabelado).

Figura 95 - Exemplo 1 – correias


Fonte: adaptado de Gordo e Ferreira (1996, p. 31).

60 × (D 2 − D 1 )
corr. α = 180 −

Fator de Arco
I

π × d×n π × 85 × 3600
HP correia: V= V= ∴ V = 961m / min
1000 1000

Pot motor × F.S. 3 × 1,1


HP = 2 (tabela) Q tde Corr = Q tdeCorr = ∴Q tdeCorr = 2 correias
HPCorr × F.C. arco contato 2 × 0,93

68 CURSOS TÉCNICOS SENAI


O movimento dos dentes entre ▪▪ Tipos de engrenagem: exis-
si processa-se de tal modo que tem vários tipos de engrenagem,
no diâmetro primitivo não há que são escolhidos de acordo
deslizamento, havendo apenas com a sua função.
aproximação e afastamento. Na ▪▪ Engrenagens cilíndricas:
superfície restante do flanco existe engrenagens cilíndricas têm a
ação de deslizamento e rolamento. forma de cilindro e podem ter
Daí conclui-se que as velocidades dentes retos ou helicoidais (incli-
periféricas (tangenciais) dos nados).
círculos primitivos de ambas as Figura 99 - Engrenagem helicoidal/
rodas são iguais (lei fundamental eixos paralelos
do dentado). Engrenagens cilíndri-
cas com dentes retos
Também é possível a sua monta-
Possuem os dentes no sentido gem com eixos não paralelos
longitudinal ao seu eixo, isto é,
perpendicular a sua face. Seu
engrenamento não é suave, pro-
duzindo assim um som elevado.
Exemplo: marcha ré dos automó-
veis.

Exemplo de aplicação em
Figura 96 - Engrenagem
máquina-ferramenta (torno
convencional)

Figura 100 - Engrenagens cilíndricas de


eixos reversos

Figura 97 - Dentes (engrenagem)


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 57). Figura 98 - Engrenagem cilíndrica de
dentes retos (torno)
▪▪ Dentes: os dentes são um dos
elementos mais importantes das
engrenagens. Na “figura 97”, Engrenagem com den-
podemos observar as partes prin- tes helicoidais
cipais do dente de engrenagem.
Os dentes helicoidais são parale-
los entre si, mas oblíquos em re-
lação ao eixo da engrenagem. As
engrenagens cilíndricas com den- Figura 101 - Engrenagens cilíndrica de
tes helicoidais transmitem tam- eixos ortogonais
bém rotação entre eixos reversos
(não paralelos). Elas funcionam
mais suavemente que as engrena-
gens cilíndricas com dentes retos
e, por isso, o ruído é menor.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 69
Engrenagens cônicas Parafuso com rosca sem Entre o sem fim e a coroa,
fim e engrenagem côncava produz-se um grande atrito de
São aquelas que têm forma de deslizamento, gerando forças
(coroa)
tronco de cone, podem ter dentes axiais que devem ser absorvidas
retos ou helicoidais e transmitem Essa engrenagem é normalmente pelos mancais. Para manter o
rotação entre eixos concorrentes. aplicada quando se deseja uma desgaste e a geração de calor
Eixos concorrentes são aqueles grande redução de velocidade dentro dos limites, adequam-se
que tendem a se encontrar num na transmissão do movimento os materiais do sem fim (aço) e da
ponto, se prolongados. e consequente aumento de coroa (ferro fundido ou bronze),
momento torçor, entre dois eixos devendo o conjunto funcionar em
perpendiculares e/ou em um banho de óleo.
espaço reduzido.
Os dentes da coroa são côncavos,
ou seja, são menos elevados no As vantagens na utilização
meio do que nas bordas. de engrenagens coroa sem
fim são: espaço útil reduzido,
baixo custo e grande possibi-
O parafuso sem fim é uma
lidade de redução, até 1:100
engrenagem helicoidal com (cem vezes) em um só par.
pequeno número de dentes (até A principal desvantagem é o
6 filetes). Quando o ângulo de baixo rendimento, variando
inclinação dos filetes for menor de 45% a 75%, dependendo
que 5°, o engrenamento é principalmente da redução
chamado de autoretenção. Isso e do número de entradas da
significa que o parafuso não pode rosca: uma, duas ou três en-
ser acionado pela coroa. tradas.

Figura 102 - Engrenagem cônica


Fonte: Adaptado de Gordo e Ferreira Engrenagem cilíndrica
(1996, p. 30). com cremalheira
A cremalheira pode ser
As engrenagens cônicas são considerada como uma coroa
empregadas quando as árvores se dentada com diâmetro primitivo
cruzam; o ângulo de interseção infinitamente grande, aplicada
é geralmente 90°, podendo ser para transformar movimento
menor ou maior. Os dentes das giratório em longitudinal.
rodas cônicas têm um formato
também cônico, o que dificulta Figura 103 - Eixo sem-fim /coroa
sua fabricação, diminui a precisão
e requer uma montagem precisa
para o funcionamento adequado.

70 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Engrenagem cilíndrica com dentes em V
Conhecida também como engrenagem espinha de peixe, possui dentado
helicoidal duplo com uma hélice à direita e outra à esquerda, permitindo
a compensação da força axial na própria engrenagem e eliminando a
necessidade de compensar esta força nos mancais.

Para que cada parte receba metade da carga, a engrenagem em espinha


de peixe deve ser montada com precisão e uma das árvores deve ser
montada de modo que flutue no sentido axial.

Figura 104 - Cremalheira Usam-se grandes inclinações de hélice, geralmente de 30° a 45°. Pode
ser fabricada em peça única ou em duas metades unidas por parafusos
ou solda. Neste último caso, só é admissível o sentido de giro ao qual as
Engrenagem cilíndrica forças axiais são dirigidas, uma contra a outra.
com dentes internos
É usada em transmissões
planetárias e comandos finais de
máquinas pesadas, permitindo a
economia de espaço e distribuição
uniforme da força. As duas rodas
do mesmo conjunto giram no
mesmo sentido.

Figura 106 - Engrenagem cilíndrica com dentes em V


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 69).

Características geométricas das engrenagens


As engrenagens de dentes retos, helicoidais, coroa sem fim e dentes
cônicos têm o seu perfil padronizado, facilitando a sua fabricação e
também o intercambio de peças.

Na “tabela 11”, apresentamos as características geométricas, com as


Figura 105 - Engrenagem cilíndrica
dimensões das engrenagens e o perfil do dente, que são utilizados para
com dentes internos calcular as engrenagens.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 71
Tabela 11 - Dimensões – engrenagem
Descrição Engrenagem
Número de dentes z
Módulo m
Ângulo de pressão θ = 20° (mais comum)
Diâmetro primitivo Dp = m . z
Passo (circular frontal) P=m.π
Espessura circular e vão s = v = P/2
Diâmetro externo De = m ( z + 2 )
Diâmetro interno Di = m ( z – 2,334)
Diâmetro do círculo de base Db = Dp . cos θ
Altura da cabeça do dente
a=m
(adendo)
Altura do pé do dente (adendo) b = 1,167 . m
Altura do dente h=a+b
Folga no pé do dente e = 0,167 . m
Comprimento do dente t (a ser dimensionado)
Fonte: adaptado de Provenza (1960).

Ângulo de pressão
A “tabela 12” mostra os módulos Montagem
O ângulo de pressão define o
padronizados.
formato do dente. O recomendado Além do dimensionamento dos
pela ABNT é o de 20°. As dentes de uma engrenagem de
máquinas antigas normalmente Tabela 12 - Módulo (engrenagem)
acordo com seu tipo, a distância
possuem um ângulo de 14,5°. Incremento entre centro dos eixos das
Módulo
(intervalo) engrenagens de um conjunto
Observe que, quanto maior o 0,3 a 1 0,1 é de fundamental importância
ângulo de pressão, o dente fica 1a4 0,25 para seu perfeito funcionamento,
mais pontudo, evitando assim 4a7 0,5 engrenamento e rendimento.
problemas de interferência no 7 a 16 1
engrenamento. 16 a 24 2 Esses dimensionamentos também
24 a 45 3 proporcionarão índices de ruídos
e desgastes em níveis aceitáveis e
Módulo 45 a 75 5
normais.
Fonte: adaptado de Provenza (1960, p.
Determina o tamanho padrão do 4-173).
dente e é normalizado pela DIN Para obter a dimensão adequada
780. entre centros de um conjunto
de engrenagens cilíndricas de
dentes retos, aplicamos a seguinte
fórmula:

72 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Dp1 + Dp2
C=
2

C : Distância entre eixos;


Dp1 : Diâmetro da engrenagem motor ;
Dp2 : Diâmetro da engrenagem movida.

Figura 107 - Engrenagem - distância (C)

Exemplo: dado uma engrenagem cilíndrica de dentes retos com nú-


mero de dentes (Z1 = 27); módulo (m = 1,5); ângulo (θ = 20°), calcular
suas dimensões.

Diâmetro primitivo:
dp = m. z dp = 1,5 x 27 dp = 40,5 mm
Diâmetro externo:
de = m. (z + 2) de = 1,5 . ( 27 +2) de = 43,5 mm
Diâmetro de base:
db = dp . cos θ db = 40,5 . cos 20° db = 38,05 mm
Passo:
P = m . π P = 1,5 . π P = 4,7 mm
Espessura circular e o vão do dente:
S = V = P/2 S = V = 4,7/2 S=V=2,35 mm
Altura da cabeça do dente:
a = m = 1,5 mm
Altura do dente:
h=a+b b = 1,167 . m b = 1,167 . 1,5 b = 1,75 mm
h=a+b h = 1,5 + 1,75 h = 3,25 mm

Depois de ter estudado sobre as engrenagens, nessa seção, você apren-


derá a respeito das correntes que unem as engrenagens, transmitindo
força e movimento. E visualizará diferentes tipos de correntes.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 73
Seção 5
Correntes
As correntes transmitem força e movimento que fazem com que a rota-
ção do eixo ocorra nos sentidos horário e anti-horário. Para isso, as en-
grenagens devem estar num mesmo plano. Os eixos de sustentação delas
ficam perpendiculares ao plano. O rendimento da transmissão de força
e de movimento vai depender diretamente da posição das engrenagens
e do sentido da rotação.

Figura 108 - Sistema transmissão – corrente


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 34).

Transmissão
Ocorre por meio do acoplamento dos elos da corrente com os dentes
da engrenagem. A junção desses elementos gera uma pequena oscilação
durante o movimento.

Figura 109 - Corrente (Coroa)


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 35).

74 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Algumas situações determinam a utilização de dispositivos especiais
para reduzir essa oscilação, aumentando consequentemente a velocidade
de transmissão. São eles:

Figura 111 - Corrente (montagem)


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 38).
Figura 110 - Esticador hidráulico
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 37).
Corrente de bucha
▪▪ Grandes choques perió- Essa corrente não tem rolo, por
Tipos de corrente
dicos - Devido à velocidade isso, os pinos e as buchas são fei-
tangencial, ocorre intensa osci- Correntes de rolo simples, dupla e tos com diâmetros maiores, con-
lação que pode ser reduzida por tripla: fabricadas em aço tempera- ferindo mais resistência a esse
amortecedores especiais. do, as correntes de rolo são cons- tipo de corrente do que à corren-
tituídas de pinos, tala externa, tala te de rolo. Entretanto, a corrente
▪▪ Grandes distâncias - Quan-
interna e bucha remanchada na de bucha se desgasta mais rapida-
do a distância entre os eixos de
tala interna. Os rolos ficam sobre mente e provoca mais ruído.
transmissão é grande, a corrente
fica com barriga. Esse problema as buchas.
pode ser reduzido por meio de
apoios ou guias. O fechamento das correntes de
▪▪ Grandes folgas - Usa-se um rolo pode ser feito por cupilhas
dispositivo chamado esticador ou ou travas elásticas, conforme o
tensor quando existe uma folga caso.
excessiva na corrente. O estica-
dor ajuda a melhorar o contato Essas correntes são utilizadas nos
das engrenagens com a corrente. casos em que é necessária a apli-
cação de grandes esforços para
baixa velocidade como, por exem- Figura 112 - Corrente de bucha
plo, na movimentação de rolos Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 38).
para esteiras transportadoras.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 75
Aplicação Como são um tipo de junta rígida não pode haver desalinhamento entre
os eixos, sob o risco de ocorrer a quebra dos eixos ou rolamentos. Por
A transmissão por corrente motivo de segurança, os acoplamentos devem ser construídos de modo
normalmente é utilizada quando que não apresentem nenhuma saliência.
não se podem usar correias por
causa da umidade, vapores, óleos
etc. É ainda de muita utilidade Acoplamentos elásticos
para transmissões entre eixos Esses elementos tornam mais suave a transmissão do movimento em
próximos, substituindo trens de árvores que tenham movimentos bruscos e permitem o funcionamento
engrenagens intermediárias. do conjunto com desalinhamento paralelo, angular e axial entre as ár-
vores.
Continuando o estudo de elemen-
tos de transmissão, na próxima
seção, você conhecerá o que são
Acoplamento elástico de pinos
acoplamentos, suas classificações Os elementos transmissores são pinos de aço com mangas de borracha
e aplicações. que permitem um ajuste, possibilitando pequenos desalinhamentos en-
tre eixos.

Seção 6
Acoplamentos
Acoplamento é um conjunto me-
cânico empregado na transmissão
de movimento de rotação entre
duas árvores ou eixos-árvore,
normalmente entre eixos coaxiais.

Exemplo: entre o eixo de um mo-


tor e um redutor. Figura 113 - Acoplamento elástico de pinos
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 120).

Classificação:
Os acoplamentos podem ser Acoplamento perflex
fixos, elásticos e móveis. Os discos de acoplamento são unidos perifericamente por uma ligação
de borracha apertada por anéis de pressão. Esse acoplamento permite o
jogo longitudinal de eixos.

Acoplamentos fixos
Os acoplamentos fixos servem
para unir árvores de tal maneira
que funcionem como se fossem
uma única peça, alinhando as
árvores de forma precisa.

Figura 114 - Acoplamento elástico de pinos


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 120).

76 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Acoplamento elástico de garras Acoplamento de den-
As garras, constituídas por tocos de borracha, encaixam-se nas aberturas tes arqueados
do contradisco e transmitem o movimento de rotação. Os dentes possuem a forma
ligeiramente curvada no sentido
axial, o que permite até 3 graus de
desalinhamento angular. O anel
dentado (peça transmissora do
movimento) possui duas carreiras
de dentes que são separadas por
uma saliência central.

Figura 115 - Acoplamento elástico de garras


Fonte: adaptado de Gordo e Ferreira (1996, p. 120).

Acoplamento elástico de fita de aço


Consiste de dois cubos providos de flanges ranhurados, nos quais está
Figura 117 - Acoplamento de dentes
montada uma grade elástica que liga os cubos. O conjunto está alojado
arqueados
em duas tampas providas de junta de encosto e de retentor elástico junto
ao cubo. Todo o espaço entre os cabos e as tampas é preenchido com Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 121).
graxa. Os acoplamentos são utilizados
para corrigir pequenas variações
Apesar de esse acoplamento ser flexível, as árvores devem estar bem angulares entre eixos, de até 6
alinhadas no ato de sua instalação, para que não provoquem vibrações graus, conforme o modelo. Para
excessivas em serviço. aplicações em que ocorre maior
variação angular entre eixos, po-
dem ser utilizadas a junta homo-
cinética ou as cruzetas.

Acoplamentos móveis
São empregados para permitir o
jogo longitudinal das árvores. Es-
ses acoplamentos transmitem for-
ça e movimento somente quando
acionados, isto é, obedecem a um
comando.

Figura 116 - Acoplamento elástico de fita


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 121).

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 77
Os acoplamentos móveis podem ser: de garras ou dentes. E a rotação é Dimensionamento de
transmitida por meio do encaixe das garras ou de dentes.
acoplamentos
Geralmente esses acoplamentos são usados em aventais e caixas de en- Para dimensionar o acoplamento,
grenagens de máquinas-ferramentas convencionais. deve-se calcular o momento
torçor no eixo e aplicar um fator
de serviço de acordo com o
Junta universal homocinética emprego no equipamento.
Esse tipo de junta é usada para transmitir movimento entre árvores
que precisam sofrer variação angular durante sua atividade. Essa junta é Cálculo do momento
constituída de esferas de aço que se alojam em calhas. torçor (Mt) do acoplamen-
to

Mtacoplamento = Mt × F.S.

Mtacoplamento: Momento torçor


do acoplamento (seleção do
acoplamento) [N.m];

F.S. : Fator de Serviço.

Figura 118 - Junta homocinética Calculado o “Mtacoplamento”, deve-


Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 122). se selecionar um acoplamento no
catálogo de fornecedores, com
capacidade de momento torçor
Eixos cardans / cruzetas igual ou superior à calculada.
Permitem trabalhar com eixos, transmitindo torque, com maior grau de Deverão ser verificadas no catálo-
desalinhamento. go as dimensões do acoplamento
selecionado, principalmente quan-
to às dimensões do eixo utilizado.

Dimensionamentos de
sistemas de transmissão
Conjuntos conhecidos como re-
dutores, são muito utilizados em
acionamentos de máquinas, para
transmitir o movimento do mo-
tor, reduzir a rotação e aumentar
o momento torçor (torque).

É possível adquirir um redutor,


ou motorredutor pronto. Para
Figura 119 - Eixo cardan (cruzeta) isso, é necessário especificar a re-
Fonte: Adaptado de Antares. (2009).
dução total i, o momento torçor
na entrada e na saída, bem como
informações sobre a fixação na
máquina, como flange e pés.

78 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Relação de transmissão “i” b. Portanto
d2
É dado um conjunto composto por um par de polias ou engrenagens. i=
d1

d2
4= ∴ d2 = 340mm
85

Momento torçor Mt
O momento torçor (Mt), também
chamado de torque ou conjugado
Figura 120 - Sistemas de transmissão
de uma força, é definido como
o produto entre a força e a
distância até o ponto de giro da
A relação de transmissão “i” pode ser calculada pelas das seguintes peça. Portanto, podemos calcular
fórmulas: o momento torçor usando as
seguintes fórmulas:

d2 n d Z Mt = F × d
i= ou i = 1 ou i = 2 ou i = 2
d1 n2 d1 Z1
9550 × N
Mt =
n
Onde:
d2 : Diâmetro da polia ou engrenagem movida; Onde:
d1 : Diâmetro da polia ou engrenagem motora; Mt: Momento torçor (eixo)
n1 : Rotação do pinhão;
[N.m];
n2 : Rotação da coroa; F : Carga aplicada (força) [N];
Z1 : Engrenagem motora; d : Diâmetro [mm];
Z2 : Engrenagem movida. N : Potência [KW];
n : Rotação do motor [RPM].

Como pode ser observado, existe uma relação direta entre a dimensão
das polias e engrenagens, a rotação e o momento torçor

Exemplo: dado um sistema de polia e correia, calcular:

a. O diâmetro da polia maior.

b. A relação de transmissão “i”.

Dados: rotação do motor = 1800 rpm; rotação de saída = 450 rpm;


diâmetro da polia menor (motora) = 85 mm.

a. Portanto
Figura 121 - Momento torçor
n 1800
i= 1 i= ∴ i=4
n2 450

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 79
DICA
A relação entre potência em CV e Kw é:
1 CV = 0,736 KW


Uma vez calculado o momento torçor de um eixo acionado por motor,
é possível determinar a força aplicada por meio da fórmula:

Mt
Mt = F × d Portanto: F =
d

Exemplo: um sistema de transmissão é constituído de um motor e dois


pares de engrenagens.

Dados:
Pot.motor (N) = 5,5 KW;
n : 1740 rpm;
Z1 : 21 dentes;
Z2 : 60 dentes;
Z3 : 15 dentes;
Z4 : 60 dentes.

Figura 122 - Sistema de transmissão - exemplo

80 CURSOS TÉCNICOS SENAI


a. Calcular para cada eixo: Para finalizar, a 7ª seção de estudo
mostrará a definição de vedação,
▪▪ A rotação. diversos elementos de vedação,
▪▪ O momento torçor. os materiais que os compõem,
▪▪ A redução “i”. as vantagens e utilidade de suas
aplicações. Também apresentará
Eixo “I”: n1 : 1740 rpm. as características de vedação, por
retentores.
9550 × N 9550 × 5,5
M t1 = ∴ M t1 = ∴ M t1 = 30,19N.m
n 1740 Seção 7
Vedação
Z 60
i1 = 2 ∴ i1 = ∴ i1 = 2,86
Z1 21

Conceito de vedação
Eixo“II”, sabendo que:
Vedação é o processo usado para
impedir a passagem, de maneira
n1 1740 estática ou dinâmica, de líquidos,
n2 = ∴n2 = ∴ n 2 = 609rpm
i 2,86 gases e sólidos particulados (pó),
de um meio para outro.
9550 × N 9550 × 5,5
M t2 = ∴ M t2 = ∴ M t2 = 86,25N.m
n 609 O material do vedador deve ser
compatível com o produto a ser
Z4 60 vedado, para que não ocorra uma
i2 = ∴ i2 = ∴ i2 = 4
Z3 15 reação química entre eles, pois a
reação poderá causar vazamentos
e contaminação do produto. Em
Eixo“III”, sabendo que:
termos industriais, poderá resultar
em prejuízos à empresa.
n2 609
n3 = ∴n3 = ∴ n 3 = 152,25rpm
i2 4
Tipos de elementos de
9550 × N 9550 × 5,5 vedação
M t3 = ∴ M t3 = ∴ M t3 = 345N.m
n 152,25 Os materiais usados como
elementos de vedação são: juntas
de borracha, papelão, velumóide,
b. Calcular a redução “itotal”. anéis de borracha ou metálicos,
juntas metálicas, retentores,
itotal = ? gaxetas, selos
mecânicos etc.
n entrada 1740
i total = ∴ i total = ∴ i 2 = 11,428
n saída 152,25 ▪▪ Juntas de borracha: são
vedações empregadas em partes
estáticas, muito usadas em equi-
pamentos, flanges etc. Podem ser
fabricadas com materiais em for-
DICA ma de manta e ter uma camada
Também é possível calcular “itotal“ fazendo: interna de lona (borracha lonada)
i total = i1 × i2 ∴ i total = 2,86 × 4 ∴i total = 11,428 ou materiais com outro formato.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 81
▪▪ Anéis de borracha (ring): ▪▪ Juntas de amianto: material empregado na vedação de fornos e
são vedadores usados em partes outros equipamentos, o amianto suporta elevadas temperaturas e ata-
estáticas ou dinâmicas de máqui- ques químicos de muitos produtos corrosivos.
nas ou equipamentos. Estes veda- ▪▪ Juntas de cortiça: material empregado em vedações estáticas de
dores podem ser comprados nas produtos como óleo, ar e água, submetidos a baixas pressões. As juntas
dimensões e perfis padronizados de cortiça são muito utilizadas nas vedações de tampas de cárter, em
ou confeccionados colando- caixas de engrenagens etc.
se, com adesivo apropriado, as
pontas de um fio de borracha
▪▪ Retentor: é composto essencialmente por uma membrana elasto-
mérica em forma de lábio e uma parte estrutural metálica semelhante a
com secção redonda, quadrada
uma mola, que permite sua fixação na posição correta de trabalho.
ou retangular.

A vantagem do anel padronizado A função primordial de um retentor é reter óleo, graxa e outros pro-
é que, nele, não existe a linha dutos, que devem ser mantidos no interior de uma máquina ou equi-
de colagem que pode ocasionar pamento.
vazamento.

Os anéis de borracha ou anéis da O retentor é sempre aplicado entre duas peças que executam movimentos
linha ring são bastante utilizados em relativos entre si, suportando variações de temperatura.
vedações dinâmicas de cilindros
hidráulicos e pneumáticos, que A figura abaixo mostra um retentor entre um mancal e um eixo.
operam à baixa velocidade.

▪▪ Juntas de papelão: são


empregadas em partes estáticas
de máquinas ou equipamentos
como, por exemplo, nas tampas
de caixas de engrenagens. Esse
tipo de junta pode ser comprada
pronta ou confeccionada con-
forme o formato da peça que vai
utilizá-la.
▪▪ Juntas metálicas: são desti-
nadas à vedação de equipamentos
que operam com altas pressões
e altas temperaturas, geralmente
fabricadas em aço de baixo teor Figura 123 - Retentor
de carbono, em alumínio, cobre Fonte: SENAI/ES (1997, p. 08).
ou chumbo. São normalmente
aplicadas em flanges de grande
aperto ou de aperto limitado. Elementos de um retentor básico
▪▪ Juntas de teflon: material em- Os elementos de um retentor básico apresentam-se como na “tabela
pregado na vedação de produtos 13”.
como óleo, ar e água. As juntas
de teflon suportam temperaturas
de até 260°C.

82 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Tabela 13 - Elementos básicos do retentor
1. Membrana elastomérica ou lábio

a. Ângulo de ar

b. Ângulo de vedação

c. Ângulo de óleo

d. Região cobertura da mola

e. Alojamento da mola

f. Região interna do lábio

g. Região do engaste do lábio


2. Mola de traçao
3. Região interna do vedador, eventualmente recoberta por
material elastomérico

4. Anel de reforço metálico ou carcaça


5. Cobertura externa elastomerica

a. Borda
 
b. Chanfro da borda

c. Superfície cilíndrica externa ou diâmetro externo

d. Chanfro das costas

e. Costas
Fonte: SENAI (1997, p. 09).

Recomendações para a ▪▪ A dureza do eixo, no local de Cuidados especiais precisam ser


trabalho do lábio, deverá estar observados, quanto aos lábios dos
aplicação dos retentores acima de 28 HRC. retentores, especialmente quando
Para que um retentor trabalhe de eles tiverem que ser retirados das
modo eficiente e tenha uma boa embalagens.
Condições de armaze-
durabilidade, a superfície do eixo
e o lábio do retentor deverão
nagem dos retentores
atender aos seguintes parâmetros: Durante o período de
Pré-lubrificação dos
armazenamento, os retentores retentores
▪▪ O acabamento da superfície
deverão ser mantidos nas
do eixo deve ser obtido por reti-
próprias embalagens. A
ficação, seguindo os padrões de
temperatura ambiente deverá
qualidade exigidos pelo projeto. DICA
permanecer entre 10ºC e 40ºC.
▪▪ A superfície de trabalho do Manipulações desnecessárias Recomenda-se pré-lubrifi-
lábio do retentor deverá ser deverão ser evitadas, para car os retentores na hora da
isenta de sinais de batidas, sulcos, preservar os retentores de montagem.
trincas, falhas de material, defor- danos e deformações acidentais.
mação e oxidação.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 83
A pré-lubrificação favorece a Montagem do retentor no eixo
instalação perfeita do retentor
no alojamento e mantém a Os cantos do eixo devem ter chanfros entre 15° e 25° para facilitar a
lubrificação inicial no lábio entrada do retentor. Não sendo possível chanfrar, arredondar os cantos
durante os primeiros giros do ou se o retentor tiver que passar obrigatoriamente por regiões com
eixo. O fluido a ser utilizado na roscas, ranhuras, entalhes ou outras irregularidades, recomenda-se o uso
pré-lubrificação deverá ser o de uma luva de proteção para o lábio. O diâmetro da luva deverá ser
mesmo a ser utilizado no sistema compatível, de tal forma que o lábio não venha sofrer deformações.
e é preciso que esteja isento de
contaminações.
Cuidados na substituição do retentor

Cuidados na monta- ▪▪ Sempre que houver desmontagem do conjunto, que implique


desmontagem do retentor ou do seu eixo de trabalho, recomenda-se
gem do retentor no aloja-
substituir o retentor por um novo.
mento
▪▪ Quando um retentor for trocado, mantendo-se o eixo, o lábio do
▪▪ A montagem do retentor no novo retentor não deverá trabalhar no sulco deixado pelo retentor
alojamento deverá ser efetuada velho.
com o auxílio de prensa mecâ- ▪▪ Riscos, sulcos, rebarbas, oxidação e elementos estranhos devem ser
nica, hidráulica e um dispositivo evitados para não danificar o retentor ou acarretar vazamento.
que garanta o perfeito esquadre-
▪▪ Muitas vezes, por imperfeições no alojamento, usam-se adesivos
jamento do retentor dentro do
(colas) para garantir a estanqueidade entre o alojamento e o retentor.
alojamento.
Nessa situação, deve-se cuidar para que o adesivo não atinja o lábio do
▪▪ A superfície de apoio do dis- retentor, pois isso comprometeria seu desempenho.
positivo e o retentor deverão ter
diâmetros próximos, para que o
retentor não venha sofrer danos Tipos de perfis de retentores
durante a prensagem. Como foi visto, a vedação por retentores se dá por meio da interferência
▪▪ O dispositivo não poderá, de do lábio sobre o eixo. Esta condição de trabalho provoca atrito e a
forma alguma, danificar o lábio consequente geração de calor na área de contato, o que tende a causar
de vedação do retentor. a degeneração do material do retentor, levando o lábio de vedação ao
desgaste.

DICA
Em muitas ocasiões, provoca o desgaste no eixo na região de contato
com o retentor.

A escolha correta do material elastomérico permite a redução do


atrito, condição fundamental para o cumprimento da função do ve-
dador e para sua vida útil.

A “tabela 14” mostra quatro tipos de elastômeros e suas recomendações


genéricas de aplicação, diante de diferentes fluidos e graxas. Apresenta
os limites de temperatura que podem suportar em trabalho.

84 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Tabela 14 - Retentor (aplicação)

Limites de temperatura mínima de trabalho (°c) 


Código do elastômero de acordo com as normas

Óleos para transmissão automática


Óleos para caixa de mudanças

Gasolina + óleo motor 2 t


Óleos para motor

Álcool + aditivos
Óleos hipóides
iso 1629 e din 3761

Tipo de borracha 

(a.T.F)

Graxa
Limites de temperatira máxima de trabalho (°c)  Aplicações gerais

Material normalmente
utilizado para máquinas
e equipamentos
 NBR  Nitrílica - 35 110 110 110 120 90 100 100 industriais. Muito
utilizado na indústria
automotiva para
aplicações gerais.

Material largamente
utilizado para motores
 ACM  Poliacrílica - 15 130 120 120 130 - - -
e transmissões na
indústria automobilística.

Material usualmente
empregado em motores
 MVQ  Silicone - 50 150 - - 130 - - -
e transmissões na
indústria automobilística.

Material empregado em
 FPM Fluorelas-tômero - 30 150 150 150 150 - 125 125 motores e transmissões
altamente solicitadas
Fonte: SENAI (1997, p. 10).

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 85
Finalizando
Este livro foi elaborado de forma a transmitir todos os assuntos abordados relacionando-os
à vivência prática, necessária para o desenvolvimento das atividades profissionais inerentes
ao curso desenvolvido.

Todos os temas abordados são de fundamental importância para o crescimento profissional


e humano dentro do mundo do trabalho, bem como social, procurando oportunizar a capa-
citação para tornar-se autodidata e aprofundar cada vez mais os seus conhecimentos. Assim,
você poderá crescer nesse mundo globalizado, tão concorrido e exigente.

Espera-se que os objetivos propostos neste livro tenham sido alcançados e que todos aque-
les que se utilizarem deste material possam ampliar seus conhecimentos e desenvolver suas
habilidades e atitudes.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 87
Referências
▪▪ ACIONAC INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. Tabela de furo e rasgo de cha-
veta conforme Norma DIN 6885/1. Disponível em: <http://www.acionac.com.br/
downloads/normas/Norma_DIN.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2010.

▪▪ ANTARES ACOPLAMENTOS MECÂNICOS. Acoplamentos flexíveis. Caxias do


Sul: [s.n.], 2000. 9 p.

▪▪ ANTUNES, Izildo; FREIRE, Marcos A. C. Elementos de máquinas. São Paulo:


Érica, 1998. 296 p. ISBN 8571945187.

▪▪ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6327 - Cabo de


aço para usos gerais: especificação. Rio de Janeiro: ABNT, 1983. 24 p.

▪▪ GORDO, Nívia; FERREIRA, Joel. Mecânica, 1: elementos de máquina. São Paulo,


SP: Globo, c1996. 206 p. (Telecurso 2000. Profissionalizante) ISBN 8525016101.

▪▪ GORDO, Nívia; FERREIRA, Joel. Mecânica, 2: elementos de máquina. São Paulo,


SP: Globo, c1996. 256 p. (Telecurso 2000. Profissionalizante) ISBN 8525016217.

▪▪ LIBER INDUSTRIAL. Índice de tabelas. Disponível em: <http://www.liberindus-


trial.com.br/pages/tabela2.html>. Acesso em: 17 nov. 2009.

▪▪ LIFTEC CABOS. Disponível em: <http://www.lifteccabos.com.br/prod_cabos.


html#>. Acesso em: 16 nov. 2009.

▪▪ MAXICABOS COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. Cargas de Trabalho e


Fatores de Segurança. [S.l.], 2006. Disponível em: <http://maxicabos.com.br/cargas.
htm>. Acesso em: 20 abr. 2010.

▪▪ MELCONIAN, Sarkis,. Elementos de máquinas. 2. ed. São Paulo: Érica, 2001. 342
p. ISBN 8571947031.

▪▪ NIEMANN, Gustav. Elementos de máquinas. São Paulo, SP: Edgard Blücher,


c1950/60. v. 2.

▪▪ NSK. NSK rolamentos. São Paulo, SP: NSK, 2006.

▪▪ PROVENZA, Francesco. Mecânica aplicada. São Paulo, SP: Escola Pro-Tec, 1993 3
v.

▪▪ PROVENZA, Francesco. Projetista de máquinas. São Paulo, SP: Escola Pro-Tec,


c1960. [m. p.].

▪▪ ROLAMENTOS FAG. Catálogo de aplicações 2005/2006. 3. ed. Sorocaba, 2005.


190 p.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 89
▪▪ SENAI. Noções Básicas de Elementos de máquinas. Vitória, ES: SENAI/ES -
DAE, 1997.

▪▪ SENAI. Elementos de máquinas. Rio de Janeiro: SENAI, 1981. 48 p. (Eletricidade.


Desenho, 5.)

▪▪ SHIGLEY, Joseph Edward. Elementos de máquinas. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 1984.
700 p. ISBN 852160369X (obra completa).

▪▪ CATÁLOGO geral SKF. Torino, IT: SKF Ferramentas, c1982. 477 p.

▪▪ TELECURSO 2000.Profissionalizante Elementos de máquinas. São Paulo, SP: Glo-


bo, 2000. 7 DVDs (aulas de 50) : NTSC.

90 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Anexo
Tabelas técnicas
Tabela 15 - Rosca métrica normal
Tabela de Roscas
Rosca Métrica de Perfil Triangular Série Normal
Externa e Interna
Externa (Parafuso) Interna (Porca)
(Parafuso e Porca)
(nominal)

Altura do

da rosca

da rosca
interna.
externa
Raio da

Raio da

Efetivo
Menor

Menor
Maior

Maior
filete

Passo
raiz

raiz
d (mm) d1 (mm) he (mm) rre (mm) D (mm) D1 (mm) rri (mm) P (mm) d2D2 (mm)
1 0,693 0,153 0,036 1,011 0,729 0,018 0,250 0,838
1,2 0,893 0,153 0,036 1,211 0,929 0,018 0,250 1,038
1,4 1,032 0,184 0,043 1,413 1,075 0,022 0,300 1,205
1,6 1,171 0,215 0,051 1,616 1,221 0,022 0,350 1,373
1,8 1,371 0,215 0,051 1,816 1,421 0,022 0,350 1,573
2 1,509 0,245 0,058 2,018 1,567 0,025 0,400 1,740
2,2 1,648 0,276 0,065 2,220 1,713 0,028 0,450 1,908
2,5 1,948 0,276 0,065 2,520 2,013 0,028 0,450 2,208
3 2,387 0,307 0,072 3,022 2,459 0,031 0,500 2,675
3,5 2,764 0,368 0,087 3,527 2,850 0,038 0,600 3,110
4 3,141 0,429 0,101 4,031 3,242 0,044 0,700 3,545
4,5 3,580 0,460 0,108 4,534 3,690 0,047 0,750 4,013
5 4,019 0,491 0,115 5,036 4,134 0,051 0,800 4,480
6 4,773 0,613 0,144 6,045 4,917 0,06 1,000 5,351
7 5,773 0,613 0,144 7,045 5,917 0,06 1,000 6,351
8 6,467 0,767 0,180 8,056 6,647 0,08 1,250 7,188
9 7,467 0,767 0,180 9,056 7,647 0,08 1,250 8,188
10 8,160 0,920 0,217 10,067 8,376 0,09 1,500 9,026
11 9,160 0,920 0,217 11,067 9,376 0,09 1,500 10,026
12 9,853 1,074 0,253 12,079 10,106 0,11 1,750 10,863
14 11,546 1,227 0,289 14,090 11,835 0,13 2,000 12,701
16 13,546 1,227 0,289 16,090 13,835 0,13 2,000 14,701
18 14,933 1,534 0,361 18,112 15,294 0,16 2,500 16,376
20 16,933 1,534 0,361 20,112 17,294 0,16 2,500 18,376
22 18,933 1,534 0,361 22,112 19,294 0,16 2,500 20,376
24 20,320 1,840 0,433 24,135 20,752 0,19 3,000 22,052
27 23,320 1,840 0,433 27,135 23,752 0,19 3,000 25,052
30 25,706 2,147 0,505 30,157 26,211 0,22 3,500 27,727
33 28,706 2,147 0,505 33,157 29,211 0,22 3,500 30,727
36 31,093 2,454 0,577 36,180 31,670 0,25 4,000 33,402
39 34,093 2,454 0,577 39,180 34,670 0,25 4,000 36,402
42 36,479 2,760 0,650 42,102 37,129 0,28 4,500 39,077
Fonte: adaptado de Provenza (1960, p. 4 - 10).
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 91
Tabela 16 - Rosca métrica fina
Tabela de Roscas
Rosca Métrica de Perfil Triangular Série Fina
Externa e Interna
Externa (Parafuso) Interna (Porca)
(Parafuso e Porca)

Raio da raiz

Raio da raiz
(nominal)

Altura do

da rosca

da rosca
interna.
externa

Efetivo
Menor

Menor
Maior

Maior
filete

Passo
d (mm) d1 (mm) he (mm) rre (mm) D (mm) D1 (mm) rri (mm) P (mm) d2D2 (mm)

1,6 1,354 0,123 0,029 1,618 1,384 0,013 0,200 1,470


1,8 1,554 0,123 0,029 1,809 1,584 0,013 0,200 1,670
2 1,693 0,153 0,036 2,012 1,730 0,157 0,250 1,837
2,2 1,893 0,153 0,036 2,212 1,930 0,157 0,250 2,038
2,5 2,070 0,215 0,051 2,516 2,121 0,022 0,350 2,273
3 2,570 0,215 0,051 3,016 2,621 0,022 0,350 2,773
3,5 3,070 0,215 0,051 3,516 3,121 0,022 0,350 3,273
4 3,386 0,307 0,072 4,027 3,459 0,031 0,500 3,673
4,5 3,886 0,307 0,072 5,527 3,959 0,031 0,500 4,175
5 4,386 0,307 0,072 5,027 4,459 0,031 0,500 4,675
5,5 4,886 0,307 0,072 5,527 4,959 0,031 0,500 5,175
6 5,180 0,460 0,108 6,034 5,188 0,047 0,750 5,513
7 6,180 0,460 0,108 7,034 6,188 0,047 0,750 6,513
8 7,180 0,460 0,108 8,034 7,188 0,047 0,750 7,513
8 6,773 0,613 0,144 8,045 6,917 0,060 1,000 7,350
9 8,180 0,460 0,108 9,034 8,188 0,047 0,750 8,513
9 7,773 0,613 0,144 9,045 7,917 0,060 1,000 8,350
10 9,180 0,460 0,108 10,034 9,188 0,047 0,750 9,513
10 8,773 0,613 0,144 10,045 8,917 0,060 1,000 9,350
10 8,446 0,767 0,180 10,056 8,647 0,080 1,250 8,625
11 10,180 0,460 0,108 11,034 10,188 0,047 0,750 10,513
11 9,773 0,613 0,144 11,045 9,917 0,060 1,000 10,350
12 10,773 0,613 0,144 12,045 10,917 0,060 1,000 11,350
12 10,466 0,767 0,180 12,056 10,647 0,080 1,250 11,187
12 10,160 0,920 0,217 12,067 10,376 0,090 1,500 11,026
14 12,773 0,613 0,144 14,045 12,917 0,063 1,000 13,350
14 12,466 0,767 0,180 14,056 12,647 0,080 1,250 13,187
14 12,160 0,920 0,217 14,067 12,376 0,090 1,500 13,026
15 13,773 0,613 0,144 15,045 13,917 0,060 1,000 14,350
15 13,160 0,920 0,217 15,067 13,376 0,090 1,500 14,026
16 14,773 0,613 0,144 16,045 14,917 0,060 1,000 15,350
16 14,160 0,920 0,217 16,067 14,376 0,090 1,500 15,026
17 15,773 0,613 0,144 17,045 15,918 0,060 1,000 16,350
17 15,160 0,920 0,217 17,067 15,376 0,090 1,500 16,026
18 16,773 0,613 0,144 18,045 16,917 0,060 1,000 17,350
Fonte: adaptado de Provenza (1960, p. 4 - 10).
92 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Tabela 17 - Anel elástico - DAe

d1 s hll d3 ~a ~b d5 d2 m min d1 s hll d3 ~a ~b d5 d2 m min

4 0,4 3,7 1,8 0,7 1 3,3 0,5 34 1,5 32 5,3 4 2,5 32 1,6
5 0,6 4,7 2,2 1,1 1 4,3 0,7 35 1,5 32 5,4 4 2,5 33 1,8
6 0,7 5,6 2,6 1,3 1,2 5,7 0,8 36 1,8 33 5,4 4 2,5 34 1,9
7 0,8 6,5 2,8 1,3 1,2 6,7 0,9 37 1,8 34 5,5 4 2,5 35 1,9
8 0,8 7,4 2,8 1,5 1,2 7,8 0,9 38 1,8 35 5,6 4,5 2,5 36 1,9
9 1 8,4 3 1,7 1,3 8,6 1,1 39 1,8 36 5,7 4,5 2,5 37 1,9
10 1 9,3 3 1,8 1,3 9,6 1,1 40 1,8 37 5,8 4,5 2,5 38 1,9
11 1 10 3,1 1,9 1,5 11 1,1 42 1,8 39 6,2 4,5 2,5 40 1,9
12 1 11 3,2 2,2 1,7 12 1,1 44 1,8 41 6,3 4,5 2,5 42 1,9
13 1 12 3,3 2,2 1,7 12 1,1 45 1,8 42 6,3 4,8 2,5 43 1,9
14 1 13 3,4 2,2 1,7 13 1,1 46 1,8 43 6,3 4,8 2,5 44 1,9
15 1 13 3,5 2,2 1,7 14 1,1 47 1,8 44 6,4 4,8 2,5 45 1,9
16 1 15 3,6 2,2 1,7 15 1,1 48 1,8 45 6,5 4,8 2,5 46 1,9
17 1 16 3,7 2,2 1,7 16 1,1 50 2 46 6,7 5 2,5 47 1,9
18 1,2 17 3,8 2,7 1,7 17 1,3 52 2 48 6,8 5 2,5 49 2,2
19 1,2 18 3,8 2,7 1,7 18 1,3 54 2 50 6,9 5 2,5 51 2,2
20 1,2 19 3,9 2,7 2 19 1,3 55 2 51 7 5 2,5 52 2,2
21 1,2 20 4 2,7 2 20 1,3 56 2 52 7 5 2,5 53 2,2
22 1,2 21 4,1 2,7 2 21 1,3 57 2 53 7,1 5,5 2,5 54 2,2
23 1,2 22 4,2 2,7 2 22 1,3 58 2 54 7,1 5,5 2,5 55 2,2
24 1,2 22 4,2 3,1 2 23 1,3 60 2 56 7,2 5,5 2,5 57 2,2
25 1,2 23 4,3 3,1 2 24 1,3 62 2 58 7,2 5,5 2,5 59 2,2
26 1,2 25 4,4 3,1 2 25 1,3 63 2 59 7,3 5,5 2,5 60 2,2
27 1,2 25 4,5 3,1 2 26 1,3 68 2,5 61 7,4 6,4 2,5 62 2,7
28 1,5 26 4,6 3,1 2 27 1,6 67 2,5 63 7,8 6,4 2,5 64 2,7
29 1,5 27 4,7 3,5 2 28 1,6 68 2,5 64 7,8 6,4 2,5 65 2,7
30 1,5 28 4,8 3,5 2 29 1,6 70 2,5 66 7,8 6,4 2,5 67 2,7
31 1,5 29 4,9 3,5 2,5 29 1,6 72 2,5 68 7,9 7 2,5 69 2,7
32 1,5 30 5 3,9 2,5 30 1,6 75 2,5 71 7,9 7 2,5 72 2,7
33 1,5 31 5,1 3,9 2,9 31 1,6 77 2,5 73 8 7 2,5 74 2,7
Fonte: Provenza (1960, p. 4 - 211).
Tabela 18 - Anel elástico – Daí

ELEMENTOS DE MÁQUINAS 93
Tabela 18 - Anel elástico – Daí

d1 s hll d3 ~a ~b d5 d2 m min d1 s hll d3 ~a ~b d5 d2 m min

9,5 1 10 3 1,6 1,5 9,9 1,1 38 1,5 41 5,3 4 2,5 40 1,6


10 1 11 3,1 1,6 1,5 10 1,1 39 1,5 42 5,5 4 2,5 41 1,6
11 1 11 3,1 1,6 1,5 11 1,1 40 1,8 44 5,7 4 2,5 43 1,9
11 1 12 3,2 1,6 1,5 11 1,1 41 1,8 45 5,7 4 2,5 44 1,9
12 1 13 3,3 2 1,7 13 1,1 42 1,8 46 5,8 4 2,5 45 1,9
13 1 14 3,5 2 1,7 14 1,1 43 1,8 47 5,8 4,5 2,5 46 1,9
14 1 15 3,6 2 1,7 15 1,1 44 1,8 48 5,9 4,5 2,5 47 1,9
15 1 16 3,6 2 1,7 16 1,1 45 1,8 49 5,9 4,5 2,5 48 1,9
16 1 17 3,7 2 1,7 17 1,1 46 1,8 50 6 4,5 2,5 49 1,9
17 1 18 3,8 2 1,7 18 1,1 47 1,8 51 6,1 4,5 2,5 50 1,9
18 1 20 4 2,5 1,7 19 1,1 48 1,8 52 6,2 4,5 2,5 51 1,9
19 1 21 4 2,5 2 20 1,1 50 2 54 6,5 4,5 2,5 53 2,2
20 1 22 4 2,5 2 21 1,1 51 2 55 6,5 5,1 2,5 54 2,2
21 1 23 4,1 2,5 2 22 1,1 52 2 56 6,5 5,1 2,5 55 2,2
22 1 24 4,1 2,5 2 23 1,1 53 2 57 6,5 5,1 2,5 56 2,2
23 1,2 25 4,2 2,5 2 24 1,3 54 2 58 6,5 5,1 2,5 57 2,2
24 1,2 26 4,3 2,5 2 25 1,3 55 2 59 6,5 5,1 2,5 58 2,2
25 1,2 27 4,4 3 2 26 1,3 56 2 60 6,5 5,1 2,5 59 2,2
26 1,2 28 4,6 3 2 27 1,3 57 2 61 6,8 5,1 2,5 60 2,2
27 1,2 29 4,6 3 2 28 1,3 58 2 62 6,8 5,1 2,5 61 2,2
28 1,2 30 4,7 3 2 29 1,3 60 2 64 6,8 5,5 2,5 63 2,2
29 1,2 31 4,7 3 2 30 1,3 62 2 66 6,9 5,5 2,5 65 2,2
30 1,2 32 4,7 3 2 31 1,3 63 2 67 6,9 5,5 2,5 66 2,2
31 1,2 33 5,2 3,5 2,5 33 1,3 65 2,5 69 7 5,5 2,5 68 2,2
32 1,2 34 5,2 3,5 2,5 34 1,3 67 2,5 72 7 6 2,5 70 2,7
33 1,5 36 5,2 3,5 2,5 35 1,3 68 2,5 73 7,4 6 2,5 71 2,7
34 1,5 37 5,2 3,5 2,5 36 1,6 70 2,5 75 7,4 6 2,5 73 2,7
35 1,5 38 5,2 3,5 2,5 37 1,6 72 2,5 77 7,8 6,6 2,5 75 2,7
36 1,5 39 5,2 3,5 2,5 38 1,6 75 2,5 80 7,8 6,6 2,5 78 2,7
37 1,5 40 5,2 3,5 2,5 39 1,6 77 2,5 82 7,8 6,6 2,5 80 2,7
Fonte: Provenza (1960, p. 4 - 211).

94 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Tabela 19 - Chavetas

Eixo Chaveta Canaletas


Largura
Profundidade
Afastamentos
Diâmetro d

Raio r
ajuste c/ folga
ajuste c/ folga no Eixo t1 Cubo t2
no
Seção

ajuste c/ interferencia
bxh Cubo JS 9

Afastamentos

Afastamentos
no cubo P 9
Cubo D10

Nominal

Nominal
Nominal

Máximo

Mínimo
Eixo N9
Eixo H9

de até

6 8 2x2 2 + 0,025 + 0,060 - 0,004 + 0,012 - 0,006 1,2 1,0 0,2 0,1
8 10 3x3 3 0 + 0,020 - 0,029 - 0,013 - 0,031 1,8 1,4 0,2 0,1
+ 0,1 + 0,1
10 12 4x4 4 2,5 1,8 0,2 0,1
+ 0,030 + 0,078 0 + 0,015 - 0,012 0 0
12 17 5x5 5 3,0 2,3 0,3 0,2
0 + 0,030 -0,030 - 0,015 - 0,042
17 22 6x6 6 3,5 2,8 0,3 0,2
22 30 8x7 8 + 0,036 + 0,098 0 + 0,018 - 0,015 4,0 3,3 0,3 0,2
30 38 10x8 10 0 + 0,040 - 0,036 - 0,018 - 0,051 5,0 3,3 0,4 0,3
38 44 12x8 5,0 3,3 0,4 0,3
12
44 50 14x9 14 + 0,043 + 0,120 0 + 0,021 - 0,018 5,5 3,8 0,4 0,3
50 58 16x10 16 0 + 0,050 - 0,043 - 0,022 - 0,061 6,0 4,3 0,4 0,3
18 + 0,2 + 0,2
58 65 18x11 7,0 4,4 0,4 0,3
0 0
65 75 20x12 7,5 4,9 0,6 0,4
20
75 85 22x14 22 + 0,052 + 0,149 0 + 0,026 - 0,022 9,0 5,4 0,6 0,4
85 95 25x14 25 0 + 0,065 - 0,052 - 0,026 - 0,074 9,0 5,4 0,6 0,4
28
95 110 28x16 10,0 6,4 0,6 0,4
110 130 32x18 11,0 7,4 0,6 0,4
32
130 150 36x20 36 12,0 8,4 1,0 0,7
+ 0,062 + 0,180 0 + 0,031 - 0,026
150 170 40x22 40 13,0 9,4 1,0 0,7
0 + 0,080 - 0,062 - 0,031 - 0,088
170 200 45x25 45 15,0 10,5 1,0 0,7
50
200 230 50x28 17,0 11,4 1,0 0,7
230 260 56x32 20,0 + 0,3 12,4 + 0,3 1,6 1,2
56
260 290 63x32 63 + 0,074 + 0,220 0 + 0,037 - 0,032 20,0 0 12,4 0 1,6 1,2
290 330 70x36 70 0 + 0,100 - 0,074 - 0,037 - 0,106 22,0 14,4 1,6 1,2
80
330 380 80x40 25,0 15,4 2,5 2,0
380 440 90x45 90 + 0,087 + 0,260 0 + 0,043 - 0,037 28,0 17,4 2,5 2,0
440 500 100x50 100 0 + 0,120 - 0,087 - 0,044 - 0,124 31,0 19,5 2,5 2,0
Fonte: Provenza (1960, p. 4 - 43). ELEMENTOS DE MÁQUINAS 95
Tabela 20 - Cabos de aço – 6 x 19

Carga de ruptura mínima efetiva em N


Diâmetro em Peso Aproximado
Polegadas em N/m Mild Plow Stell Improved Plow Stell CIMAX
1400 - 1600 N/mm2 1800 - 2000 N/ mm2 1900 - 2100 N/ mm2

1/8” 0,39 - 6200 6600


3/16” 0,88 - 14000 14800
1/4” 1,56 - 24800 26300
5/16” 2,44 - 38600 40900
3/8” 3,51 - 55300 58600
7/16” 4,76 - 75000 79500
1/2” 6,25 - 97100 102900
9/16” 7,88 - 122000 129900
5/8” 9,82 114000 151000 160000
3/4” 14,13 163000 216000 229000
7/8” 19,19 220000 292000 309500
1” 25 - 379000 401700
1.1/8” 31,69 - 477000 506000
1.1/4” 39,13 - 586000 621100
1.3/8” 47,32 - 705000 749000
1.1/2” 56,25 - 835000 885000
1.5/8” 66,07 - 971000 -
1.3/4” 76,64 - 1120000 -
1.7/8” 87,95 - 1280000 -
2” 100 - 1450000 -
2.1/8” 112,95 - 1620000 -
2.1/4” 126,64 - 1810000 -
2.3/8” 141,07 - 1950000 -

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