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3 Elementos de Máquinas
3 Elementos de Máquinas
Elementos de Máquinas
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente da Confederação Nacional da Indústria
Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina
Elementos de Máquinas
Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.
Ficha catalográfica elaborada por Kátia Regina Bento dos Santos - CRB 14/693 - Biblioteca do SENAI/SC
Florianópolis.
E38
Elementos de máquina / Fernando Carlos Dorte ... [et al.]
– Florianópolis : SENAI/SC, 2010.
96 p. : il. color ; 28 cm.
Inclui bibliografias.
CDU 621.81
Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.
É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.
Anexo 91
8 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Conteúdo Formativo
Carga horária da dedicação
Competências
Conhecimentos
▪▪ Elementos de fixação, de transmissão, de vedação, de apoio e normas técnicas
Habilidades
▪▪ Ler, interpretar e aplicar manuais, catálogos e tabelas técnicas;
▪▪ Ler e interpretar desenhos técnicos;
▪▪ Identificar os diversos tipos de materiais;
▪▪ Identificar, selecionar e dimensionar elementos de máquinas
Atitudes
▪▪ Assiduidade;
▪▪ Pró-atividade;
▪▪ Relacionamento interpessoal;
▪▪ Trabalho em equipe;
▪▪ Cumprimento de prazos e zelo com os equipamentos;
▪▪ Adoção de normas técnicas de saúde e segurança do trabalho;
▪▪ Responsabilidade ambiental.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 9
Apresentação
No mundo em que vivemos atu- Fernando Carlos Dorte, Geovane Bitencourt, Jackson Fabiano Alexan-
almente, sabemos que é de fun- dre Wittaczik e Robson Albano Ferreira.
damental importância o desen-
volvimento pessoal e profissional. Fernando Carlos Dorte
A sociedade e os organismos Nascido em 29 de julho de 1965. Graduado em Tecnologia Mecânica,
pelo Cefet/Unerj – Jaraguá do Sul (1997), graduado em Pedagógica para
de trabalho almejam indivídu-
atuar em Cursos Técnicos, pela Unisul – Palhoça/SC e pós-graduado em
os capacitados, e, acima de tudo, Gestão Industrial, pela Unerj (2007).
profissionais éticos e com atitu- Desenvolvimento profissional nas áreas de Engenharia Industrial de di-
des pró-ativas, em busca de seu versas empresas, atuando como analista de processos e desenvolvendo
desenvolvimento e crescimento de atividades, objetivando a redução dos custos industriais, melhoria
contínuos. da qualidade do produto, processos e também das condições de traba-
lho (ergonomia).
Atualmente atua como Especialista de Ensino na instituição SENAI –
Você está convidado a iniciar uma Unidade de Jaraguá do Sul/SC, no núcleo Metalmecânico, onde ministra
nova etapa no desenvolvimen- disciplinas nas áreas exatas e disciplinas relacionadas às áreas de gestão
to de sua formação, por meio da e humanas.
busca pelo aprofundamento de
seus conhecimentos, utilizando-se Geovane Bitencourt
uma abordagem integrada entre Nascido em 10 de junho de 1973. Graduado em Engenharia Mecânica,
assuntos tratados nas seções de pela Udesc – Joinville/SC (2001). Cursando de pós-graduação: Especia-
estudo e suas aplicações práticas. lização em Engenharia de Manutenção Industrial, pelo SENAI – Jaraguá
do Sul/SC (Conclusão: 2010).
Desenvolvimento de ferramentas para o SolidWorks, para realização
Nesse material, você irá conhecer de tarefas específicas aos clientes, tais como a integração em sistemas
e estudar os diversos componen- de gerenciamento e novas ferramentas para o software. Aulas de Soli-
tes que, em conjunto, formam dWorks, abrangendo todo o software – curso básico, avançado e PDM
os equipamentos aplicados às in- (gerenciamento de projetos). Atua nas disciplinas de SolidWorks, Infor-
mática Básica, Desenho Técnico e Tecnologia Mecânica, no SENAI – Ja-
dústrias modernas, desde os ele-
raguá do Sul/SC.
mentos mais simples, bem como
os elementos mais complexos. Jackson Fabiano Alexandre Wittaczik
Perceberá que cada componente Nascido em 26 de novembro de 1971. Graduado em Engenharia Me-
têm suas funções fundamentais e cânica pela Udesc – Joinville em 1995 e mestrado em Engenharia de
que, aliados a outros, irão compor Produção, pela UFSC-Unerj, em 2004. Experiência profissional na área
e formar todos os equipamentos e Metalmecânica, em Desenvolvimento de Produtos e Engenharia de Pro-
acessórios utilizados nos proces- cessos, Projetos Mecânicos, Controle de Qualidade e Sistema de Ges-
sos produtivos. tão.
Atualmente atua como Especialista de Ensino na instituição SENAI –
Unidade de Jaraguá do Sul/SC, no núcleo Metalmecânico, onde ministra
Serão aprofundados os conheci- disciplinas nas áreas exatas.
mentos técnicos desses elemen-
tos, desde suas funções básicas e Robson Albano Ferreira
suas características, até as aplica- Nascido em 25 de junho de 1971, graduado em Bacharelado em Enge-
ções mais complexas. nharia Mecânica pela Udesc – Joinville em 2000 e pós-graduando em
Engenharia de Segurança do Trabalho também pela Udesc em Joinville,
em 2007. Experiência profissional na área Metalmecânica, em Enge-
nharia de Processos, Desenvolvimento de Produtos, Projetos Mecâni-
cos, Metrologia, Melhoria Contínua, Controle da Qualidade, Controle
Estatístico de Processo (CEP), Sistemas de Gestão e Ferramentas Esta-
tísticas.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS
Unidade de
estudo 1
Seções de estudo
Seção 1
Uniões e rebites
Na seção 1, você aprenderá que existem tipos de união móvel e perma-
nente, conhecerá diversos tipos de rebites, suas aplicações e fabricações.
Tipos de união
▪▪ Móvel: os elementos permitem a montagem e desmontagem da
peça, sem danos.
Cabeça cilíndrica.
L= Comprimento do rebite.
Figura 4 - Rebite de repuxo
Exemplos:
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 20). ▪▪ Material do rebite: rebite de
aço ABNT 1006 - 1010;
Os rebites de repuxo podem ser fabricados com os seguintes materiais ▪▪ Tipo de cabeça: redonda;
metálicos: alumínio, aço-carbono; aço inoxidável, cobre ou monel (liga ▪▪ Diâmetro do corpo: 6,35
de níquel e cobre). mm(¼”)
▪▪ Comprimento útil
▪▪ Rebites de alojamento, também chamados de porca-rebite, e 19,05mm(¾”)
outros rebites especiais.
DICA
Obs.: Muitos rebites são es-
pecificados em polegada fra-
cionária.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 15
Cálculo do comprimento útil
do rebite (L)
O comprimento útil do rebite de-
pende do formato de sua cabeça e
pode ser calculado pelas seguintes
fórmulas:
d = 1,5 x Sm
Onde:
Onde: L = Comprimento útil do rebite;
d = Diâmetro do rebite; d = Diâmetro do rebite;
Sm = Chapa com menor espessura da união; St = Soma das espessuras das cha-
1,5 = Constante da fórmula ou valor predeterminado. pas a serem unidas.
df = d x 1,06
Onde:
df = Diâmetro do furo;
d = Diâmetro do rebite;
1,06 = Constante ou valor predeterminado.
Onde:
L = Comprimento útil do rebite;
Figura 11 - Junta rebitada (exemplo “1”)
d = Diâmetro do rebite;
St = Soma das espessuras das cha- Para o diâmetro do rebite “d”, temos:
pas a serem unidas.
d = 1,5 · Sm
d = 1,5 · 4
As juntas rebitadas podem d = 6,0 mm
ser feitas com sobreposição
das duas chapas, ou pela utili- Para o diâmetro do furo “df ”, temos:
zação de uma ou duas chapas
de recobrimento, chamados df = d · 1,06
recobrimento simples e du- df = 6 · 1,06
plo, respectivamente. df = 6,36 mm
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 17
Na próxima seção, você conhece-
rá o formato, aplicações e diver-
sos tipos de parafusos, porcas e
arruelas.
Seção 2
Parafusos, porcas e
arruelas
Figura 12 - Partes de um parafuso
São peças metálicas de elevada Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 51)
aplicação na união e fixação dos
mais diversos elementos de má-
O parafuso é formado por um corpo cilíndrico roscado e por uma cabe-
quina.
ça que pode ser hexagonal, sextavada, quadrada ou redonda.
Os filetes das roscas apresentam vários perfis. Esses perfis, sempre uni-
formes, dão nome às roscas e condicionam sua aplicação. Abaixo temos
um quadro citando os distintos tipos de roscas e suas aplicações.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 19
Figura 16 - Roscas direita e esquerda
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 45).
P = Passo (mm);
i = Ângulo da hélice;
d = Diâmetro externo;
c = Crista;
d1 = Diâmetro interno;
D = Diâmetro do fundo da porca;
d2 = Diâmetro do flanco;
D1 = Diâmetro do furo da porca;
a = Ângulo do filete;
h1 = Altura do filete da porca;
f = Fundo do filete;
h = Altura do filete do parafuso.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 21
Rosca polegada padrão UNS
(Unified National Standard)
Este sistema padronizou e unifi-
cou as roscas na Inglaterra, Esta-
dos Unidos e Canadá. As medidas
são expressas em polegadas.
Tipos de parafusos
Variam conforme as característi-
cas da cabeça, do corpo e do tipo
Figura 24 - Parafusos de pressão de atarraxamento. Segue quadro
Fonte: Gordo; Ferreira (1996, p. 53). com os principais tipos de para-
fusos:
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 23
TIPOS DE PARAFUSOS
Cabeça escareada abaulada, com fenda. Parafuso sem cabeça, com fenda.
Parafuso para madeira de cabeça escareada, Parafuso sem cabeça, com rosca total e
com fenda. fenda.
Prisioneiro.
Parafuso de borboleta.
Dimensionamento de parafusos
As classes de resistência dos parafusos estão normalmente impressas em
sua cabeça e são definidas e normatizadas de acordo com a norma NBR
8855 – Propriedades Mecânicas de Elementos de Fixação – Parafusos:
Figura 27 - Tração
σόprova = Resistência de prova do parafuso; Fonte: Adaptado de Gordo e Ferreira
σ prova
σ adm = (1996, p. 52).
F.S. = Fator de segurança.
F
σ adm =
A
DICA π.d12
A=
O fator de segurança depende do tipo de produto, tipo de carga, dos 4
riscos e, muitas vezes, é definido pela norma técnica da ABNT refe-
rente ao produto. d1 = d - 1,2268 . p
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 25
Onde: Parafusos submetidos
σadm = Tensão admissível de tração em N/mm2; ao cisalhamento duplo
F = Força aplicada (N);
Neste caso, têm-se duas áreas si-
A = Área da seção transversal menor do parafuso (mm2); multâneas de cisalhamento do
d1 = Diâmetro interno da rosca do parafuso (mm); parafuso (seção “AA” e “BB”),
d = Diâmetro nominal do parafuso (mm); portanto, faz-se a área do parafu-
P = Passo da rosca (mm). so vezes dois, da seguinte forma:
σ adm _ cis =
σ adm Torque de aperto de
3 parafusos
Que pode ser arredondado para a seguinte fórmula: Muitas vezes, uma máquina tem
os parafusos apertados com o
torque controlado (torquímetro),
σadm_cis = 0,6 . σadm como: motores a combustão, es-
truturas e flanges. Nesse caso, a
F relação entre o torque e a força de
σ adm _ cis =
A aperto do parafuso, segundo Shi-
gley é: MT = 0,2 x Fi x d
π.d2
A=
4
Onde:
MT = Torque em N.m;
Onde:
σ adm _ cis d = Diâmetro nominal do para-
= Tensão admissível de cisalhamento em N/mm2; fuso (m);
F = Força aplicada (N); Fi = Força de aperto do parafuso
A = Área da seção transversal menor do parafuso (mm2); (N).
d = Diâmetro do parafuso (mm).
Porcas
Porca é uma peça de forma pris-
mática ou cilíndrica, geralmente
metálica, com um furo roscado,
no qual se encaixa um parafuso
ou uma barra roscada. Em con-
junto com um parafuso, ela é um
acessório amplamente utilizado
na união de peças.
Figura 30 - Fixação com arruela
Fonte: adaptado de Gordo e Ferreira (1996, p. 81).
A parte externa tem vários for-
matos para atender a diversos ti-
pos de aplicação. Assim, existem Arruelas
porcas que servem tanto como
A maioria dos conjuntos mecânicos apresenta elementos de fixação.
elementos de fixação, como de
Onde quer que se usem esses elementos, seja em máquinas ou em veícu-
transmissão.
los automotivos, existe o perigo de se produzir um afrouxamento impre-
visto no aperto do parafuso, em virtude das vibrações. Para evitar esse
Material de fabricação inconveniente, utilizamos um elemento de máquina chamado arruela.
Há casos especiais em que re- As arruelas têm a função de distribuir igualmente a força de aperto
cebem banhos de galvanização, entre a porca, o parafuso e as partes montadas. Também funcionam
zincagem e bicromatização para como elementos de trava.
protegê-las contra oxidação (fer-
rugem).
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 27
DICA
Os materiais mais utilizados na fabricação das arruelas são aço-car-
bono, cobre e latão.
Tipos de arruela
Existem vários tipos de arruela: lisa, de pressão, dentada, serrilhada, on-
dulada, de travamento com orelha e arruela para perfilados; uma para
cada tipo de trabalho.
▪▪ Arruela lisa
Além de distribuir igualmente o aperto, tem a função de melhorar os
aspectos do conjunto. A arruela lisa, por não ter elemento de trava, é
utilizada em órgãos de máquinas que sofrem pequenas vibrações.
▪▪ Arruela de pressão
Utilizada na montagem de conjuntos mecânicos submetidos há grandes
esforços e grandes vibrações. A arruela de pressão funciona, também,
como elemento de trava, evitando o afrouxamento do parafuso e da
porca. É, ainda, muito empregada em equipamentos que sofrem varia-
ção de temperatura (automóveis, prensas etc.). Existem outros tipos de
arruelas, menos utilizados:
Nessa seção, você verá o elemento de fixação que permite uma união
mecânica: o pino. Conhecerá as vantegens de sua aplicação e estudará
também os contrapinos, cuja função principal é travar outros elementos
de máquinas como porcas.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 29
Pinos
Os pinos são aplicados em junções resistentes a vibrações. Há vários
tipos de pino, segundo sua função.
Tipo Função
Pino cônico Serve para centragem.
Pino cônico com haste A ação de retirada do pino de furos cegos é
roscada facilitada por um simples aperto da porca.
Requer um furo com tolerâncias rigorosas e é
Pino cilíndrico
usado quando se aplica esforço cortante.
Apresenta alta resistência ao corte e pode
Pino elástico ou pino
ser assentado em furos cuja variação de
tubular partido
diâmetros é considerável.
Serve para alinhar elementos de máquinas. A
Pino de guia distância entre pinos requer cálculo preciso,
para evitar ruptura.
Quadro 4 - Classificação de pinos e funções
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 40).
▪▪ Vantagem da cavilha
Permite fixação diretamente no furo aberto por broca, dispensando-se o
acabamento e a precisão do furo alargado.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 31
Tipo Norma Utilização
KS 1 DIN 1471 Fixação de junção.
KS 2 DIN 1472 Ajustagem e articulação.
Fixação e junção em casos de aplicação de forças variáveis e simétricas; bordas
KS 3 DIN 1473
de peças de ferro fundido.
KS 4 DIN 1474 Encosto de ajustagem.
KS 6 e 7 - Ajustagem e fixação de molas e correntes.
KS 9 - Utilizado nos casos em que se tem necessidade de puxar a cavilha do furo.
KS 10 - Fixação bilateral de molas de tração ou de eixos de roletes.
KS 8 DIN 1475 Articulação de peças.
KS 11 e 12 - Fixação de eixos de roletes e manivelas.
KN 4 DIN 1476
Fixação de blindagens, chapas e dobradiças sobre metal.
KN 5 DIN 1477
KN 7 - Eixo de articulação de barras de estruturas, tramelas, ganchos, roletes e polias.
Quadro 5 - Classificação de cavilhas e funções
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 41).
Contrapino ou cupilha
Contrapino é um arame de secção semicircular, dobrado de modo a for- Seção 4
mar um corpo cilíndrico e uma cabeça. Sua função principal é travar Anéis elásticos
outros elementos de máquinas como porcas.
Também conhecido como anel de
retenção, é um elemento utiliza-
do em eixos e furos, tendo como
principais funções:
▪▪ Evitar o deslocamento axial de
peças ou componentes.
▪▪ Posicionar ou limitar o curso
Figura 36 - Contra pino ou cupilha de uma peça ou conjunto desli-
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 41). zante sobre o eixo.
▪▪ Podem ser utilizados para fixar
engrenagens, rodas, polias, rola-
mentos, evitando o deslocamento
axial sob o eixo.
DICA
Deslocamento axial é o des-
locamento no sentido longi-
tudinal (do comprimento) do
eixo.
▪▪ Anel elástico para eixos tipo “Dae” (tabela técnica 15): são apli-
cados em eixos com diâmetro de 4 mm a 1000 mm e são padronizados
pela norma DIN 471.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 33
▪▪ Anel elástico para furos tipo “Daí” (tabela técnica 16): são Exemplo 1 - Especificar o anel a
aplicados para furos com diâmetro entre 9,5 e 1000 mm e são padroni- ser utilizado em um eixo de diâ-
zados pela norma DIN 472. metro 30 mm.
Resposta: o anel utilizado será o
tipo DAe 30 (conforme tabela
técnica 15).
Seção 5
Chavetas Figura 43 - Chaveta de cunha sem
cabeça
A chaveta é um elemento de fixação mecânico fabricado em aço. Sua
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 94).
forma, em geral, é retangular ou semicircular.
A chaveta se interpõe numa cavidade de um eixo e de uma peça que Chavetas longitudinais
ligam dois elementos mecânicos.
São colocadas na extensão do
eixo para unir roldanas, rodas, vo-
lantes etc.
Chavetas de cunha
As chavetas têm esse nome porque são parecidas com uma cunha. Uma
de suas faces é inclinada, para facilitar a união de peças. As chavetas de
cunha classificam-se em dois grupos: chavetas longitudinais e chavetas
transversais.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 35
Chavetas paralelas ou
planas
É o tipo mais comum de chave-
ta, indicado para cargas pequenas
e médias. Estas chavetas têm as
faces paralelas, portanto, sem in-
clinação. A transmissão do movi-
mento é feita pelo ajuste de suas
Figura 44 - Chavetas de cunha longitudinal
faces laterais às laterais do rasgo
Fonte: Elementos... (2000, p. 94).
da chaveta. Fica uma pequena
Podem ser com ou sem cabeça e são de montagem e desmontagem fá- folga entre o ponto mais alto da
cil. chaveta e o fundo do rasgo do
elemento conduzido. As chavetas
paralelas não possuem cabeça.
Chavetas transversais
São aplicadas em união de peças que transmitem movimentos rotativos
e retilíneos alternativos.
Quando as chavetas transversais são empregadas em uniões permanen-
tes, a inclinação varia entre 1:25 e 1:50. Se a união se submeter a mon-
tagens e desmontagens frequentes, a inclinação pode ser de 1:6 a 1:15.
36 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Dimensionamento do
canal (alojamento) da cha-
veta
O ajuste da chaveta no eixo e no
cubo deve ser feito de acordo
com as características do trabalho.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 37
Figura 49 - Tipos de ajustes para chavetas
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 97).
DICA
Para dimensionar o canal de alojamento do eixo e do cubo, deve-se
utilizar a “tabela técnica 23”.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 39
Alma de fibra Pré-formação dos ca-
É o tipo mais utilizado para car- bos de aço
gas não muito pesadas. As fibras Os cabos de aço são fabricados
podem ser naturais (AF) ou artifi- por um processo especial, de
ciais (AFA). modo que os arames e as pernas
possam ser curvados de forma
As fibras naturais utilizadas nor- helicoidal, sem formar tensões
malmente são: o sisal ou o rami. internas.
Já a fibra artificial mais usada é o
polipropileno (plástico). As principais vantagens dos cabos
Figura 55 - Cabo de aço (torção regu- pré-formados são:
lar)
Alma de aço Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 46).
▪▪ Manuseio mais fácil e mais
seguro;
A alma de aço pode ser formada
por uma perna de cabo (AA) ou ▪▪ No caso da quebra de um ara-
por um cabo de aço independen- Torção lang ou em pa- me, ele continuará curvado;
te (AACI), sendo que este último ralelo ▪▪ Não há necessidade de amar-
oferece maior flexibilidade soma- rar as pontas.
da à alta resistência à tração. Os fios de cada perna são torci-
dos no mesmo sentido das pernas
que ficam ao redor da alma. As Cargas de trabalho do
Tipos de torção torções podem ser à esquerda ou cabo
à direita. Esse tipo de torção au-
Os cabos de aço, quando tracio- Como regra geral, a carga de tra-
menta a resistência ao atrito (abra-
nados, apresentam torção das per- balho não deverá ser maior que
são) e dá mais flexibilidade.
nas ao redor da alma. Nas pernas, 1/5 da carga de ruptura, tabelada
também há torção dos fios ao re- do cabo (tabela écnica 18). Po-
dor do fio central. O sentido des- rém, o cálculo mais preciso é feito
sas torções pode variar, obtendo- pelo fator de segurança.
se uma das situações:
Torção regular ou em
cruz
Os fios de cada perna são torci-
dos no sentido oposto ao das per-
nas ao redor da alma. As torções
podem ser à esquerda ou à direita.
Figura 56 - Cabo de aço (torção lang)
Esse tipo de torção confere mais
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 47).
estabilidade ao cabo.
C arga de ruptura
Fcabo =
F.S.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 41
Diâmetros Indicados para polias e tambores Seção 7
Cada tipo de cabo possui uma flexibilidade própria, e consequentemente Molas
um diâmetro mínimo que permite ser dobrado, por este motivo existe
um diâmetro da polia e do tambor ideal para cada tipo de cabo (valores
mínimos que devem ser respeitados).
Molas helicoidais
A mola helicoidal é a mais usada
A “Tabela 5” mostra os diâmetros para alguns tipos de cabo:
em mecânica. Em geral, é feita de
barra de aço enrolada em forma
Tabela 5 - Diâmetros para cabos de aço de hélice cilíndrica ou cônica.
Diâmetro da polia e Diâmetro da polia e
Tipos de Cabo
tambor recomendado tambor mínimo A barra de aço pode ter seção
6x7 72 x diam. Cabo 42 x diam. cabo retangular, circular, quadrada etc.
6x19 Seale 51 x diam. Cabo 34 x diam. cabo Normalmente a mola helicoidal é
enrolada à direita. Quando a mola
6x21 Filler 45 x diam. Cabo 30 x diam. cabo
helicoidal for enrolada à esquerda,
6x25 Filler 39 x diam. Cabo 26 x diam. cabo o sentido da hélice deve ser indi-
6x36 Filler 34 x diam. Cabo 23 x diam. cabo cado no desenho.
6x41 Filler ou
21 x diam. Cabo 21 x diam. cabo
Warrington
Fonte: adaptado de Liftec (2009).
C arga de ruptura
Fcabo =
F.S.
97100
Fcabo = = 24275N
4
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 43
Mola plana simples Feixe de molas
Esse tipo de mola é empregado somente para algumas cargas. Em geral, O feixe de molas é feito de diver-
essa mola é fixa numa extremidade e livre na outra. Quando sofre a ação sas peças planas de comprimento
de uma força, a mola é flexionada em direção oposta. variável, moldadas de maneira que
fiquem retas sob a ação de uma
força.
Mola prato
Esse tipo de mola é muito utili-
Essa mola tem a forma de um tronco de cone com paredes de seção zado em suspensão de veículos,
retangula. Em geral, as molas prato funcionam associadas entre si, em- principalmente veículos de carga.
pilhadas, formando colunas.
Mola espiral
Figura 63 - Mola prato
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 156). A mola espiral tem a forma de
espiral ou caracol. Em geral, ela é
feita de barra ou de lâmina com
As características das molas prato são: seção retangular.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 45
Material para molas
Material Especificação Descrição
Material muito comum e bastante utilizado em aplicações gerais,
Temperado em com bom custo.
Aço ABNT 1065
óleo Não deve ser utilizado em aplicações severas, choque.
Não pode ser utilizado em temperaturas superiores a 180°C.
Melhor e mais comum material para pequenos diâmetros.
Aço ABNT 1085 Corda de piano
Normalmente encontrado em diâmetros de 0,3 a 3 mm.
Utilizado onde requer condições de trabalho mais severas, possui
Aço liga cromo boa resistência à fadiga e é recomendado para aplicações com
Aço ABNT 6150
vanádio choques.
Utilizado em válvulas de motores, suporta até 220°C.
Quadro 7 - Molas – material aplicado
Dimensionamento de
molas helicoidais F=K.x
Portanto
F
K=
x
F =K×x F = 20 × 15 F = 300N
da4 . G
k= 3
8 . dm . na
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 47
Unidade de
estudo 2
Seções de estudo
Seção 1
Eixos e árvores
Os conjuntos de elementos são ▪▪ Por forma: a transmissão pela forma é assim chamada porque a
conhecidos como sistemas de forma dos elementos transmissores é adequada para encaixamento
transmissão e têm por objetivo desses elementos entre si. Nesse sistema, podemos transmitir grandes
transferir e transformar potência potências e rotação, principalmente sem perda de rotação e velocidade.
e movimento a outro sistema. Isto Exemplo: conjunto de engrenagens.
é, os sistemas de transmissão po- ▪▪ Por atrito: nesse sistema, a transmissão se dá pelo contato entre su-
dem variar as potências e rotações perfícies, que ocorre por pressão, permitindo assim, transmitir potên-
entre dois eixos. Nesse caso, o sis- cias e rotações em níveis consideráveis. Porém, em alguns casos, poderá
tema é chamado variador. existir a redução de rendimentos, devido ao desgaste dessas superfícies
ou mesmo pressão e ajustes inadequados.
As maneiras de variar a rotação de Exemplo: polias e correias, embreagens etc.
um eixo podem ser: por engrena-
gens, por correntes, por correias
ou por atrito. Seja qual for o tipo Os eixos são componentes importantes em um equipamento já que
de variador, sua função está liga- permitem a fixação dos elementos de máquinas. Normalmente tem
da a eixos. Na “figura 69”, po- o objetivo de transmitir movimento giratório a outros elementos fi-
demos verificar um sistema de xados a ele, ou girar livremente.
transmissão aplicado em um tor-
no convencional.
Tipos de eixos
Os eixos e as árvores podem ser fixos ou giratórios. No caso dos eixos
fixos, os elementos (engrenagens com buchas, polias sobre rolamentos
e volantes) que giram. Eixos fixos atuam como suporte para o elemento
giratório girar. Como exemplo, temos o eixo de bicicleta, que é fixo e a
roda gira. Na figura abaixo, temos alguns exemplos de eixos fixos.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 49
Figura 71 - Tipos de eixos (giratório)
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 18).
Eixos maciços
A maioria dos eixos maciços tem secção transversal circular maciça,
com degraus ou apoios para ajuste das peças montadas sobre eles. A
extremidade do eixo é chanfrada para evitar rebarbas. As arestas são
arredondadas para aliviar a concentração de tensão. Também podem
ser ranhurados, utlizados para fixar elementos de transmissão, em que
devem ser empregadas grandes forças.
Eixos vazados
Normalmente as máquinas-ferramentas possuem o eixo-árvore vazado,
para facilitar a fixação de peças mais longas para a usinagem.
Temos ainda os eixos vazados empregados nos motores de avião, por
serem mais leves.
F
τ=
A
τ : Tensão devido ao cisalha-
Figura 74 - Eixo cônico (exemplo) mento [N/mm2];
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 20). F : Força aplicada no local
(gráfico de esforço cortante)
[N];
Dimensionamento de eixos fixos A : Área da seção transversal
Todo elemento de máquina está submetido a diversas forças que atuam [mm2].
sobre este, exigindo que tenha capacidade de absorver esses esforços,
sem sofrer deformações. Assim, estes devem ser dimensionados levan-
do-se em consideração várias aspectos e características importantes. Para mais detalhes sobre cálculo
de flexão e cisalhamento em eixos
fixos, deve-se pesquisar: materiais,
Dentre as características a serem consideradas, as principais são: livros e apostilas sobre resistência
A matéria-prima aplicada na fabricação desse eixo, esforços aos dos materiais.
quais esse eixo é submetido, detalhes e perfil desse eixo etc.
Dimensionamento de
eixos giratórios
Vimos que os eixos podem ser fixos ou giratórios, o que influencia di-
retamente em seu dimensionamento. No caso do eixo fixo (estático), Eixos giratórios são comumente
ele está submetido ao efeito da flexão, sendo dimensionado de acordo submetidos ao efeito da torção,
com o tipo de material, carregamento, quantidade de forças aplicadas e ou torção mais flexão, com exce-
vínculos, isto é, semelhante a uma viga. ção de eixos que girem livremen-
te, como por exemplo, um carri-
nho transportador manual. Neste
caso, tem-se flexão.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 51
Eixo submetido à torção
Dado: σadmt = 45 N/mm2
Mt 16 × Mt
σ adm = d=3
Wp π × σ adm
16 × M2t + M2f
d=3
π × σ admt Seção 2
Mancais
d : Diâmetro do eixo [mm];
σadmt : Tensão admissível à torção [Kgf/mm2] [N/mm2]; O mancal pode ser definido como
Mt : Momento torçor [Kgf.mm] [N.mm];Mf: Momento fletor máximo, suporte ou guia em que se apóia
obtido geralmente do gráfico de momento fletor e esforço cortante o eixo, permitindo que ele gire e
[Kgf.mm] [ N.mm]. transmita torque. Dependendo da
aplicação e dos esforços, os man-
cais podem ser de deslizamento
ou de rolamento.
Exemplo: um eixo redondo maciço, fabricado em aço ABNT 1040 la-
minado, deverá transmitir um torque de Mt = 300 N x m. Calcular o
diâmetro do eixo, considerando o efeito da torção.
Dimensionamento de man-
cais de deslizamento
O dimensionamento de mancais
de deslizamento depende do tipo
de lubrificação utilizado, que pode
ser do tipo filme completo ou lu-
brificação limite.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 53
Lubrificação completa ou
forçada F Pm: Pressão média no mancal [N/mm2];
Pm =
A F : Força no mancal[N];
Neste caso, temos duas situações:
A : Área de apoio [mm2];
▪▪ Mancal hidrodinâmico:
nesse tipo de lubrificação, o Assim: F
eixo flutua acima do óleo, sob Pm =
pressão, mesmo sendo alimen- d×b
tado simplesmente pelo efeito d: Diâmetro do mancal [mm];
da gravidade, não entrando em b: Largura do mancal [mm].
contato com a bucha, durante o
A = d×b
funcionamento.
Outro parâmetro utilizado no dimensionamento é a velocidade perifé-
rica do eixo.
DICA
Exemplo: eixo virabrequim
e de comando de válvulas
de motores à combustão. V : Velocidade do eixo [m/s];
π × d×n
V= d : diâmetro do eixo [mm];
1000 × 60
n : rotação do eixo [rpm].
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 55
Figura 78 - Classificação de cargas (mancal)
Fonte: adaptado de SKF (1982).
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 57
Observe, na figura, que a montagem do rolamento axial, junto com ro- f. Rolamento autocompensador
lamentos radiais, permite que o eixo receba cargas mistas radiais e axiais. de duas carreiras de rolos
É um rolamento adequado a ser-
viços pesados e cargas com im-
pactos. Possui alta capacidade de
carga radial e suporta cargas axiais
médias nos dois sentidos.
h. Rolamento de agulha
Possui uma seção transversal muito fina em comparação com os rola-
mentos de rolos comuns.
É utilizado especialmente quando o espaço radial é limitado e podem ser
fornecidos com ou sem anel interno.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 59
Caso o rolamento seja montado
com interferência maior que a
usual, deve-se utilizar rolamentos
com folga radial, para evitar seu
travamento. Os rolamentos uti-
lizados nesse caso são com folga
do tipo C3 e C4.
Dimensões do eixo e
do furo do alojamento
Figura 86 - Rolamento de agulha
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 127). As dimensões do eixo, do furo,
encosto e raio devem obedecer
aos padrões especificados pelos
fabricantes e as alturas do encosto
do rolamento no eixo e no furo
devem ser suficientes para ter um
correto apoio lateral do rolamen-
to.
r da Da ra Dx Cy
d D B
min. min. máx. máx. máx. min. máx.
47 8 0,3 27 - 45 0,3 - -
3 3,33
1000000 Cr 1000000 Cr
L 10h = × L10h = ×
60 × n P 60 × n P
Onde:
L10h : Vida nominal do rolamento [h];
n : Rotação [rpm];
Cr : Capacidade de cargo do rolamento (tabelada) [N];
P : Carga equivalente sobre o rolamento [N].
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 61
Onde:
Fr = Força radial no rolamento [N];
Fa = Força axial no rolamento [N];
X = Coeficiente de carga radial (tabela de dimensões);Y = Coeficiente
de carga axial (tabela de dimensões).
C or Fa Fa
≤e >e
Fa Fr Fr
e
X Y X Y
C or
▪▪ Calcular o valor de F e definir a linha na tabela;
a
F
▪▪ Calcular a e verificar se é menor ou maior que o valor tabelado de
Fr
“e”.
▪▪ Definir qual a coluna e o valor de “X”, “Y”.
P = Fr = 800 N
3 3
1000000 C r 1000000 10100
L 10h = × L 10h = ×
60 × n P 60 × 1750 800
Cr = 31500 N
X = 0,56
Cor 20400 Y = 1,64 Fa 1400
= = 14 ,57 = = 0,467
Fa 1400 Fr 3000
1000000 C r
3
1000000 31500
3 L10h = 7534,4 h
L 10h = × L 10h = ×
60 × n P 60 × 1100 3976
Tipos e características
C0
das polias e correias
P= C0 : Capacidade de carga estática tabelada [N];
FS Os tipos de polia são determina-
FS : Fator de segurança.
dos pela forma da superfície na
qual a correia se assenta. Elas po-
dem ser planas ou trapezoidais.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 63
Figura 88 - Tipo de polias
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 25).
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 65
Correias
As correias mais usadas são pla-
nas e trapezoidais. A correia tra-
pezoidal é inteiriça, fabricada com
seção transversal em forma de
trapézio; é de borracha revestida
de lona e formada no seu interior
por cordonéis vulcanizados, para
suportar as forças de tração.
Figura 91 - Correia
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 29).
As vantagens da correia em V em
relação à correia plana são:
▪▪ Praticamente não apresenta
deslizamento;
▪▪ Permite o uso de polias bem
próximas;
▪▪ Eliminam os ruídos e os cho-
ques (sem emendas). Figura 93 - Dimensionamento
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 31).
Correia dentada
Costumamos usar a letra i para representar a relação de transmissão. Ela
É uma outra correia utilizada para é a relação entre o número de voltas das polias (n), numa unidade de
casos em que não se pode ter ne- tempo e a relação entre seus diâmetros.
nhum deslizamento, como no co-
mando de válvulas do automóvel.
A relação de transmissão “i” pode ser calculada por:
V: Velocidade [m/min];
π × d×n
V= d: Diâmetro da polia [mm];
1000
n: Rotação da polia [RPM].
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 67
Definição da quantidade de correias Na próxima seção, serão apre-
sentados tipos de engrenagens e
A quantidade de correias em uma transmissão é calculada por:
suas aplicações, que possibilitam a
redução ou aumento do momento
torçor, com mínimas perdas de
Potmotor × F.S.
Q tdeCorr = energia e aumento ou redução de
HPCorr × F.C.arco contato
velocidades, sem perda nenhuma
de energia, por não deslizarem.
Potmotor = potencia do motor em [Cv], [HP];
F.S. = Fator de serviço (tabelado);
HPcorr = Capacidade de transmissão (tabelado); Seção 4
F.C.arco contato = Fator de correção do arco de contato (tabelado). Engrenagens
Exemplo: um ventilador é acionado por polia e correia. Calcular o As engrenagens, também chamadas
número de correias tipo A necessárias para o acionamento. rodas dentadas, são elementos
básicos na transmissão de potência
entre árvores. Elas permitem a
redução ou aumento do momento
torçor, com mínimas perdas de
energia e aumento ou redução de
velocidades, sem perda nenhuma
de energia, por não deslizarem.
60 × (D 2 − D 1 )
corr. α = 180 −
Fator de Arco
I
π × d×n π × 85 × 3600
HP correia: V= V= ∴ V = 961m / min
1000 1000
Exemplo de aplicação em
Figura 96 - Engrenagem
máquina-ferramenta (torno
convencional)
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 69
Engrenagens cônicas Parafuso com rosca sem Entre o sem fim e a coroa,
fim e engrenagem côncava produz-se um grande atrito de
São aquelas que têm forma de deslizamento, gerando forças
(coroa)
tronco de cone, podem ter dentes axiais que devem ser absorvidas
retos ou helicoidais e transmitem Essa engrenagem é normalmente pelos mancais. Para manter o
rotação entre eixos concorrentes. aplicada quando se deseja uma desgaste e a geração de calor
Eixos concorrentes são aqueles grande redução de velocidade dentro dos limites, adequam-se
que tendem a se encontrar num na transmissão do movimento os materiais do sem fim (aço) e da
ponto, se prolongados. e consequente aumento de coroa (ferro fundido ou bronze),
momento torçor, entre dois eixos devendo o conjunto funcionar em
perpendiculares e/ou em um banho de óleo.
espaço reduzido.
Os dentes da coroa são côncavos,
ou seja, são menos elevados no As vantagens na utilização
meio do que nas bordas. de engrenagens coroa sem
fim são: espaço útil reduzido,
baixo custo e grande possibi-
O parafuso sem fim é uma
lidade de redução, até 1:100
engrenagem helicoidal com (cem vezes) em um só par.
pequeno número de dentes (até A principal desvantagem é o
6 filetes). Quando o ângulo de baixo rendimento, variando
inclinação dos filetes for menor de 45% a 75%, dependendo
que 5°, o engrenamento é principalmente da redução
chamado de autoretenção. Isso e do número de entradas da
significa que o parafuso não pode rosca: uma, duas ou três en-
ser acionado pela coroa. tradas.
Figura 104 - Cremalheira Usam-se grandes inclinações de hélice, geralmente de 30° a 45°. Pode
ser fabricada em peça única ou em duas metades unidas por parafusos
ou solda. Neste último caso, só é admissível o sentido de giro ao qual as
Engrenagem cilíndrica forças axiais são dirigidas, uma contra a outra.
com dentes internos
É usada em transmissões
planetárias e comandos finais de
máquinas pesadas, permitindo a
economia de espaço e distribuição
uniforme da força. As duas rodas
do mesmo conjunto giram no
mesmo sentido.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 71
Tabela 11 - Dimensões – engrenagem
Descrição Engrenagem
Número de dentes z
Módulo m
Ângulo de pressão θ = 20° (mais comum)
Diâmetro primitivo Dp = m . z
Passo (circular frontal) P=m.π
Espessura circular e vão s = v = P/2
Diâmetro externo De = m ( z + 2 )
Diâmetro interno Di = m ( z – 2,334)
Diâmetro do círculo de base Db = Dp . cos θ
Altura da cabeça do dente
a=m
(adendo)
Altura do pé do dente (adendo) b = 1,167 . m
Altura do dente h=a+b
Folga no pé do dente e = 0,167 . m
Comprimento do dente t (a ser dimensionado)
Fonte: adaptado de Provenza (1960).
Ângulo de pressão
A “tabela 12” mostra os módulos Montagem
O ângulo de pressão define o
padronizados.
formato do dente. O recomendado Além do dimensionamento dos
pela ABNT é o de 20°. As dentes de uma engrenagem de
máquinas antigas normalmente Tabela 12 - Módulo (engrenagem)
acordo com seu tipo, a distância
possuem um ângulo de 14,5°. Incremento entre centro dos eixos das
Módulo
(intervalo) engrenagens de um conjunto
Observe que, quanto maior o 0,3 a 1 0,1 é de fundamental importância
ângulo de pressão, o dente fica 1a4 0,25 para seu perfeito funcionamento,
mais pontudo, evitando assim 4a7 0,5 engrenamento e rendimento.
problemas de interferência no 7 a 16 1
engrenamento. 16 a 24 2 Esses dimensionamentos também
24 a 45 3 proporcionarão índices de ruídos
e desgastes em níveis aceitáveis e
Módulo 45 a 75 5
normais.
Fonte: adaptado de Provenza (1960, p.
Determina o tamanho padrão do 4-173).
dente e é normalizado pela DIN Para obter a dimensão adequada
780. entre centros de um conjunto
de engrenagens cilíndricas de
dentes retos, aplicamos a seguinte
fórmula:
Diâmetro primitivo:
dp = m. z dp = 1,5 x 27 dp = 40,5 mm
Diâmetro externo:
de = m. (z + 2) de = 1,5 . ( 27 +2) de = 43,5 mm
Diâmetro de base:
db = dp . cos θ db = 40,5 . cos 20° db = 38,05 mm
Passo:
P = m . π P = 1,5 . π P = 4,7 mm
Espessura circular e o vão do dente:
S = V = P/2 S = V = 4,7/2 S=V=2,35 mm
Altura da cabeça do dente:
a = m = 1,5 mm
Altura do dente:
h=a+b b = 1,167 . m b = 1,167 . 1,5 b = 1,75 mm
h=a+b h = 1,5 + 1,75 h = 3,25 mm
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 73
Seção 5
Correntes
As correntes transmitem força e movimento que fazem com que a rota-
ção do eixo ocorra nos sentidos horário e anti-horário. Para isso, as en-
grenagens devem estar num mesmo plano. Os eixos de sustentação delas
ficam perpendiculares ao plano. O rendimento da transmissão de força
e de movimento vai depender diretamente da posição das engrenagens
e do sentido da rotação.
Transmissão
Ocorre por meio do acoplamento dos elos da corrente com os dentes
da engrenagem. A junção desses elementos gera uma pequena oscilação
durante o movimento.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 75
Aplicação Como são um tipo de junta rígida não pode haver desalinhamento entre
os eixos, sob o risco de ocorrer a quebra dos eixos ou rolamentos. Por
A transmissão por corrente motivo de segurança, os acoplamentos devem ser construídos de modo
normalmente é utilizada quando que não apresentem nenhuma saliência.
não se podem usar correias por
causa da umidade, vapores, óleos
etc. É ainda de muita utilidade Acoplamentos elásticos
para transmissões entre eixos Esses elementos tornam mais suave a transmissão do movimento em
próximos, substituindo trens de árvores que tenham movimentos bruscos e permitem o funcionamento
engrenagens intermediárias. do conjunto com desalinhamento paralelo, angular e axial entre as ár-
vores.
Continuando o estudo de elemen-
tos de transmissão, na próxima
seção, você conhecerá o que são
Acoplamento elástico de pinos
acoplamentos, suas classificações Os elementos transmissores são pinos de aço com mangas de borracha
e aplicações. que permitem um ajuste, possibilitando pequenos desalinhamentos en-
tre eixos.
Seção 6
Acoplamentos
Acoplamento é um conjunto me-
cânico empregado na transmissão
de movimento de rotação entre
duas árvores ou eixos-árvore,
normalmente entre eixos coaxiais.
Classificação:
Os acoplamentos podem ser Acoplamento perflex
fixos, elásticos e móveis. Os discos de acoplamento são unidos perifericamente por uma ligação
de borracha apertada por anéis de pressão. Esse acoplamento permite o
jogo longitudinal de eixos.
Acoplamentos fixos
Os acoplamentos fixos servem
para unir árvores de tal maneira
que funcionem como se fossem
uma única peça, alinhando as
árvores de forma precisa.
Acoplamentos móveis
São empregados para permitir o
jogo longitudinal das árvores. Es-
ses acoplamentos transmitem for-
ça e movimento somente quando
acionados, isto é, obedecem a um
comando.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 77
Os acoplamentos móveis podem ser: de garras ou dentes. E a rotação é Dimensionamento de
transmitida por meio do encaixe das garras ou de dentes.
acoplamentos
Geralmente esses acoplamentos são usados em aventais e caixas de en- Para dimensionar o acoplamento,
grenagens de máquinas-ferramentas convencionais. deve-se calcular o momento
torçor no eixo e aplicar um fator
de serviço de acordo com o
Junta universal homocinética emprego no equipamento.
Esse tipo de junta é usada para transmitir movimento entre árvores
que precisam sofrer variação angular durante sua atividade. Essa junta é Cálculo do momento
constituída de esferas de aço que se alojam em calhas. torçor (Mt) do acoplamen-
to
Mtacoplamento = Mt × F.S.
Dimensionamentos de
sistemas de transmissão
Conjuntos conhecidos como re-
dutores, são muito utilizados em
acionamentos de máquinas, para
transmitir o movimento do mo-
tor, reduzir a rotação e aumentar
o momento torçor (torque).
d2
4= ∴ d2 = 340mm
85
Momento torçor Mt
O momento torçor (Mt), também
chamado de torque ou conjugado
Figura 120 - Sistemas de transmissão
de uma força, é definido como
o produto entre a força e a
distância até o ponto de giro da
A relação de transmissão “i” pode ser calculada pelas das seguintes peça. Portanto, podemos calcular
fórmulas: o momento torçor usando as
seguintes fórmulas:
d2 n d Z Mt = F × d
i= ou i = 1 ou i = 2 ou i = 2
d1 n2 d1 Z1
9550 × N
Mt =
n
Onde:
d2 : Diâmetro da polia ou engrenagem movida; Onde:
d1 : Diâmetro da polia ou engrenagem motora; Mt: Momento torçor (eixo)
n1 : Rotação do pinhão;
[N.m];
n2 : Rotação da coroa; F : Carga aplicada (força) [N];
Z1 : Engrenagem motora; d : Diâmetro [mm];
Z2 : Engrenagem movida. N : Potência [KW];
n : Rotação do motor [RPM].
Como pode ser observado, existe uma relação direta entre a dimensão
das polias e engrenagens, a rotação e o momento torçor
a. Portanto
Figura 121 - Momento torçor
n 1800
i= 1 i= ∴ i=4
n2 450
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 79
DICA
A relação entre potência em CV e Kw é:
1 CV = 0,736 KW
Uma vez calculado o momento torçor de um eixo acionado por motor,
é possível determinar a força aplicada por meio da fórmula:
Mt
Mt = F × d Portanto: F =
d
Dados:
Pot.motor (N) = 5,5 KW;
n : 1740 rpm;
Z1 : 21 dentes;
Z2 : 60 dentes;
Z3 : 15 dentes;
Z4 : 60 dentes.
Conceito de vedação
Eixo“II”, sabendo que:
Vedação é o processo usado para
impedir a passagem, de maneira
n1 1740 estática ou dinâmica, de líquidos,
n2 = ∴n2 = ∴ n 2 = 609rpm
i 2,86 gases e sólidos particulados (pó),
de um meio para outro.
9550 × N 9550 × 5,5
M t2 = ∴ M t2 = ∴ M t2 = 86,25N.m
n 609 O material do vedador deve ser
compatível com o produto a ser
Z4 60 vedado, para que não ocorra uma
i2 = ∴ i2 = ∴ i2 = 4
Z3 15 reação química entre eles, pois a
reação poderá causar vazamentos
e contaminação do produto. Em
Eixo“III”, sabendo que:
termos industriais, poderá resultar
em prejuízos à empresa.
n2 609
n3 = ∴n3 = ∴ n 3 = 152,25rpm
i2 4
Tipos de elementos de
9550 × N 9550 × 5,5 vedação
M t3 = ∴ M t3 = ∴ M t3 = 345N.m
n 152,25 Os materiais usados como
elementos de vedação são: juntas
de borracha, papelão, velumóide,
b. Calcular a redução “itotal”. anéis de borracha ou metálicos,
juntas metálicas, retentores,
itotal = ? gaxetas, selos
mecânicos etc.
n entrada 1740
i total = ∴ i total = ∴ i 2 = 11,428
n saída 152,25 ▪▪ Juntas de borracha: são
vedações empregadas em partes
estáticas, muito usadas em equi-
pamentos, flanges etc. Podem ser
fabricadas com materiais em for-
DICA ma de manta e ter uma camada
Também é possível calcular “itotal“ fazendo: interna de lona (borracha lonada)
i total = i1 × i2 ∴ i total = 2,86 × 4 ∴i total = 11,428 ou materiais com outro formato.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 81
▪▪ Anéis de borracha (ring): ▪▪ Juntas de amianto: material empregado na vedação de fornos e
são vedadores usados em partes outros equipamentos, o amianto suporta elevadas temperaturas e ata-
estáticas ou dinâmicas de máqui- ques químicos de muitos produtos corrosivos.
nas ou equipamentos. Estes veda- ▪▪ Juntas de cortiça: material empregado em vedações estáticas de
dores podem ser comprados nas produtos como óleo, ar e água, submetidos a baixas pressões. As juntas
dimensões e perfis padronizados de cortiça são muito utilizadas nas vedações de tampas de cárter, em
ou confeccionados colando- caixas de engrenagens etc.
se, com adesivo apropriado, as
pontas de um fio de borracha
▪▪ Retentor: é composto essencialmente por uma membrana elasto-
mérica em forma de lábio e uma parte estrutural metálica semelhante a
com secção redonda, quadrada
uma mola, que permite sua fixação na posição correta de trabalho.
ou retangular.
A vantagem do anel padronizado A função primordial de um retentor é reter óleo, graxa e outros pro-
é que, nele, não existe a linha dutos, que devem ser mantidos no interior de uma máquina ou equi-
de colagem que pode ocasionar pamento.
vazamento.
Os anéis de borracha ou anéis da O retentor é sempre aplicado entre duas peças que executam movimentos
linha ring são bastante utilizados em relativos entre si, suportando variações de temperatura.
vedações dinâmicas de cilindros
hidráulicos e pneumáticos, que A figura abaixo mostra um retentor entre um mancal e um eixo.
operam à baixa velocidade.
a. Ângulo de ar
b. Ângulo de vedação
c. Ângulo de óleo
e. Alojamento da mola
a. Borda
b. Chanfro da borda
e. Costas
Fonte: SENAI (1997, p. 09).
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 83
A pré-lubrificação favorece a Montagem do retentor no eixo
instalação perfeita do retentor
no alojamento e mantém a Os cantos do eixo devem ter chanfros entre 15° e 25° para facilitar a
lubrificação inicial no lábio entrada do retentor. Não sendo possível chanfrar, arredondar os cantos
durante os primeiros giros do ou se o retentor tiver que passar obrigatoriamente por regiões com
eixo. O fluido a ser utilizado na roscas, ranhuras, entalhes ou outras irregularidades, recomenda-se o uso
pré-lubrificação deverá ser o de uma luva de proteção para o lábio. O diâmetro da luva deverá ser
mesmo a ser utilizado no sistema compatível, de tal forma que o lábio não venha sofrer deformações.
e é preciso que esteja isento de
contaminações.
Cuidados na substituição do retentor
DICA
Em muitas ocasiões, provoca o desgaste no eixo na região de contato
com o retentor.
Álcool + aditivos
Óleos hipóides
iso 1629 e din 3761
Tipo de borracha
(a.T.F)
Graxa
Limites de temperatira máxima de trabalho (°c) Aplicações gerais
Material normalmente
utilizado para máquinas
e equipamentos
NBR Nitrílica - 35 110 110 110 120 90 100 100 industriais. Muito
utilizado na indústria
automotiva para
aplicações gerais.
Material largamente
utilizado para motores
ACM Poliacrílica - 15 130 120 120 130 - - -
e transmissões na
indústria automobilística.
Material usualmente
empregado em motores
MVQ Silicone - 50 150 - - 130 - - -
e transmissões na
indústria automobilística.
Material empregado em
FPM Fluorelas-tômero - 30 150 150 150 150 - 125 125 motores e transmissões
altamente solicitadas
Fonte: SENAI (1997, p. 10).
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 85
Finalizando
Este livro foi elaborado de forma a transmitir todos os assuntos abordados relacionando-os
à vivência prática, necessária para o desenvolvimento das atividades profissionais inerentes
ao curso desenvolvido.
Espera-se que os objetivos propostos neste livro tenham sido alcançados e que todos aque-
les que se utilizarem deste material possam ampliar seus conhecimentos e desenvolver suas
habilidades e atitudes.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 87
Referências
▪▪ ACIONAC INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. Tabela de furo e rasgo de cha-
veta conforme Norma DIN 6885/1. Disponível em: <http://www.acionac.com.br/
downloads/normas/Norma_DIN.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2010.
▪▪ MELCONIAN, Sarkis,. Elementos de máquinas. 2. ed. São Paulo: Érica, 2001. 342
p. ISBN 8571947031.
▪▪ PROVENZA, Francesco. Mecânica aplicada. São Paulo, SP: Escola Pro-Tec, 1993 3
v.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 89
▪▪ SENAI. Noções Básicas de Elementos de máquinas. Vitória, ES: SENAI/ES -
DAE, 1997.
▪▪ SHIGLEY, Joseph Edward. Elementos de máquinas. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 1984.
700 p. ISBN 852160369X (obra completa).
Altura do
da rosca
da rosca
interna.
externa
Raio da
Raio da
Efetivo
Menor
Menor
Maior
Maior
filete
Passo
raiz
raiz
d (mm) d1 (mm) he (mm) rre (mm) D (mm) D1 (mm) rri (mm) P (mm) d2D2 (mm)
1 0,693 0,153 0,036 1,011 0,729 0,018 0,250 0,838
1,2 0,893 0,153 0,036 1,211 0,929 0,018 0,250 1,038
1,4 1,032 0,184 0,043 1,413 1,075 0,022 0,300 1,205
1,6 1,171 0,215 0,051 1,616 1,221 0,022 0,350 1,373
1,8 1,371 0,215 0,051 1,816 1,421 0,022 0,350 1,573
2 1,509 0,245 0,058 2,018 1,567 0,025 0,400 1,740
2,2 1,648 0,276 0,065 2,220 1,713 0,028 0,450 1,908
2,5 1,948 0,276 0,065 2,520 2,013 0,028 0,450 2,208
3 2,387 0,307 0,072 3,022 2,459 0,031 0,500 2,675
3,5 2,764 0,368 0,087 3,527 2,850 0,038 0,600 3,110
4 3,141 0,429 0,101 4,031 3,242 0,044 0,700 3,545
4,5 3,580 0,460 0,108 4,534 3,690 0,047 0,750 4,013
5 4,019 0,491 0,115 5,036 4,134 0,051 0,800 4,480
6 4,773 0,613 0,144 6,045 4,917 0,06 1,000 5,351
7 5,773 0,613 0,144 7,045 5,917 0,06 1,000 6,351
8 6,467 0,767 0,180 8,056 6,647 0,08 1,250 7,188
9 7,467 0,767 0,180 9,056 7,647 0,08 1,250 8,188
10 8,160 0,920 0,217 10,067 8,376 0,09 1,500 9,026
11 9,160 0,920 0,217 11,067 9,376 0,09 1,500 10,026
12 9,853 1,074 0,253 12,079 10,106 0,11 1,750 10,863
14 11,546 1,227 0,289 14,090 11,835 0,13 2,000 12,701
16 13,546 1,227 0,289 16,090 13,835 0,13 2,000 14,701
18 14,933 1,534 0,361 18,112 15,294 0,16 2,500 16,376
20 16,933 1,534 0,361 20,112 17,294 0,16 2,500 18,376
22 18,933 1,534 0,361 22,112 19,294 0,16 2,500 20,376
24 20,320 1,840 0,433 24,135 20,752 0,19 3,000 22,052
27 23,320 1,840 0,433 27,135 23,752 0,19 3,000 25,052
30 25,706 2,147 0,505 30,157 26,211 0,22 3,500 27,727
33 28,706 2,147 0,505 33,157 29,211 0,22 3,500 30,727
36 31,093 2,454 0,577 36,180 31,670 0,25 4,000 33,402
39 34,093 2,454 0,577 39,180 34,670 0,25 4,000 36,402
42 36,479 2,760 0,650 42,102 37,129 0,28 4,500 39,077
Fonte: adaptado de Provenza (1960, p. 4 - 10).
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 91
Tabela 16 - Rosca métrica fina
Tabela de Roscas
Rosca Métrica de Perfil Triangular Série Fina
Externa e Interna
Externa (Parafuso) Interna (Porca)
(Parafuso e Porca)
Raio da raiz
Raio da raiz
(nominal)
Altura do
da rosca
da rosca
interna.
externa
Efetivo
Menor
Menor
Maior
Maior
filete
Passo
d (mm) d1 (mm) he (mm) rre (mm) D (mm) D1 (mm) rri (mm) P (mm) d2D2 (mm)
4 0,4 3,7 1,8 0,7 1 3,3 0,5 34 1,5 32 5,3 4 2,5 32 1,6
5 0,6 4,7 2,2 1,1 1 4,3 0,7 35 1,5 32 5,4 4 2,5 33 1,8
6 0,7 5,6 2,6 1,3 1,2 5,7 0,8 36 1,8 33 5,4 4 2,5 34 1,9
7 0,8 6,5 2,8 1,3 1,2 6,7 0,9 37 1,8 34 5,5 4 2,5 35 1,9
8 0,8 7,4 2,8 1,5 1,2 7,8 0,9 38 1,8 35 5,6 4,5 2,5 36 1,9
9 1 8,4 3 1,7 1,3 8,6 1,1 39 1,8 36 5,7 4,5 2,5 37 1,9
10 1 9,3 3 1,8 1,3 9,6 1,1 40 1,8 37 5,8 4,5 2,5 38 1,9
11 1 10 3,1 1,9 1,5 11 1,1 42 1,8 39 6,2 4,5 2,5 40 1,9
12 1 11 3,2 2,2 1,7 12 1,1 44 1,8 41 6,3 4,5 2,5 42 1,9
13 1 12 3,3 2,2 1,7 12 1,1 45 1,8 42 6,3 4,8 2,5 43 1,9
14 1 13 3,4 2,2 1,7 13 1,1 46 1,8 43 6,3 4,8 2,5 44 1,9
15 1 13 3,5 2,2 1,7 14 1,1 47 1,8 44 6,4 4,8 2,5 45 1,9
16 1 15 3,6 2,2 1,7 15 1,1 48 1,8 45 6,5 4,8 2,5 46 1,9
17 1 16 3,7 2,2 1,7 16 1,1 50 2 46 6,7 5 2,5 47 1,9
18 1,2 17 3,8 2,7 1,7 17 1,3 52 2 48 6,8 5 2,5 49 2,2
19 1,2 18 3,8 2,7 1,7 18 1,3 54 2 50 6,9 5 2,5 51 2,2
20 1,2 19 3,9 2,7 2 19 1,3 55 2 51 7 5 2,5 52 2,2
21 1,2 20 4 2,7 2 20 1,3 56 2 52 7 5 2,5 53 2,2
22 1,2 21 4,1 2,7 2 21 1,3 57 2 53 7,1 5,5 2,5 54 2,2
23 1,2 22 4,2 2,7 2 22 1,3 58 2 54 7,1 5,5 2,5 55 2,2
24 1,2 22 4,2 3,1 2 23 1,3 60 2 56 7,2 5,5 2,5 57 2,2
25 1,2 23 4,3 3,1 2 24 1,3 62 2 58 7,2 5,5 2,5 59 2,2
26 1,2 25 4,4 3,1 2 25 1,3 63 2 59 7,3 5,5 2,5 60 2,2
27 1,2 25 4,5 3,1 2 26 1,3 68 2,5 61 7,4 6,4 2,5 62 2,7
28 1,5 26 4,6 3,1 2 27 1,6 67 2,5 63 7,8 6,4 2,5 64 2,7
29 1,5 27 4,7 3,5 2 28 1,6 68 2,5 64 7,8 6,4 2,5 65 2,7
30 1,5 28 4,8 3,5 2 29 1,6 70 2,5 66 7,8 6,4 2,5 67 2,7
31 1,5 29 4,9 3,5 2,5 29 1,6 72 2,5 68 7,9 7 2,5 69 2,7
32 1,5 30 5 3,9 2,5 30 1,6 75 2,5 71 7,9 7 2,5 72 2,7
33 1,5 31 5,1 3,9 2,9 31 1,6 77 2,5 73 8 7 2,5 74 2,7
Fonte: Provenza (1960, p. 4 - 211).
Tabela 18 - Anel elástico – Daí
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 93
Tabela 18 - Anel elástico – Daí
Raio r
ajuste c/ folga
ajuste c/ folga no Eixo t1 Cubo t2
no
Seção
ajuste c/ interferencia
bxh Cubo JS 9
Afastamentos
Afastamentos
no cubo P 9
Cubo D10
Nominal
Nominal
Nominal
Máximo
Mínimo
Eixo N9
Eixo H9
de até
6 8 2x2 2 + 0,025 + 0,060 - 0,004 + 0,012 - 0,006 1,2 1,0 0,2 0,1
8 10 3x3 3 0 + 0,020 - 0,029 - 0,013 - 0,031 1,8 1,4 0,2 0,1
+ 0,1 + 0,1
10 12 4x4 4 2,5 1,8 0,2 0,1
+ 0,030 + 0,078 0 + 0,015 - 0,012 0 0
12 17 5x5 5 3,0 2,3 0,3 0,2
0 + 0,030 -0,030 - 0,015 - 0,042
17 22 6x6 6 3,5 2,8 0,3 0,2
22 30 8x7 8 + 0,036 + 0,098 0 + 0,018 - 0,015 4,0 3,3 0,3 0,2
30 38 10x8 10 0 + 0,040 - 0,036 - 0,018 - 0,051 5,0 3,3 0,4 0,3
38 44 12x8 5,0 3,3 0,4 0,3
12
44 50 14x9 14 + 0,043 + 0,120 0 + 0,021 - 0,018 5,5 3,8 0,4 0,3
50 58 16x10 16 0 + 0,050 - 0,043 - 0,022 - 0,061 6,0 4,3 0,4 0,3
18 + 0,2 + 0,2
58 65 18x11 7,0 4,4 0,4 0,3
0 0
65 75 20x12 7,5 4,9 0,6 0,4
20
75 85 22x14 22 + 0,052 + 0,149 0 + 0,026 - 0,022 9,0 5,4 0,6 0,4
85 95 25x14 25 0 + 0,065 - 0,052 - 0,026 - 0,074 9,0 5,4 0,6 0,4
28
95 110 28x16 10,0 6,4 0,6 0,4
110 130 32x18 11,0 7,4 0,6 0,4
32
130 150 36x20 36 12,0 8,4 1,0 0,7
+ 0,062 + 0,180 0 + 0,031 - 0,026
150 170 40x22 40 13,0 9,4 1,0 0,7
0 + 0,080 - 0,062 - 0,031 - 0,088
170 200 45x25 45 15,0 10,5 1,0 0,7
50
200 230 50x28 17,0 11,4 1,0 0,7
230 260 56x32 20,0 + 0,3 12,4 + 0,3 1,6 1,2
56
260 290 63x32 63 + 0,074 + 0,220 0 + 0,037 - 0,032 20,0 0 12,4 0 1,6 1,2
290 330 70x36 70 0 + 0,100 - 0,074 - 0,037 - 0,106 22,0 14,4 1,6 1,2
80
330 380 80x40 25,0 15,4 2,5 2,0
380 440 90x45 90 + 0,087 + 0,260 0 + 0,043 - 0,037 28,0 17,4 2,5 2,0
440 500 100x50 100 0 + 0,120 - 0,087 - 0,044 - 0,124 31,0 19,5 2,5 2,0
Fonte: Provenza (1960, p. 4 - 43). ELEMENTOS DE MÁQUINAS 95
Tabela 20 - Cabos de aço – 6 x 19