Você está na página 1de 70

Curso Técnico em

Segurança do Trabalho

ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

SUMÁRIO
Introdução .............................................................................................................. 04
02
Principais tendências da ergonomia....................................................................... 06
04
Considerações Preliminares: Trabalho e Condições de Trabalho .......................... 07
05
Origem e Evolução da Ergonomia.......................................................................... 11
09
Histórico ................................................................................................................. 15
13
Cronologia Mundial e Brasileira.............................................................................. 16
14
Ergonomia no Brasil – ABERGO .............................................................................20
18
Estudo das relações Homem – Máquina .................................................................22
20
Conceituação ..........................................................................................................23
21
Objeto e Objetivo da Ergonomia .............................................................................24
22
Três principais tipos de ergonomia..........................................................................25
23
Métodos e Técnicas ................................................................................................27
25
Técnicas utilizadas na análise do trabalho ..............................................................28
26
Texto de Apoio Nº 01 “LER / DORT” ...................................................................... 33
32
Texto de Apoio Nº 02 “22 Dicas para prevenir LER / DORT” ................................. 39
38
Revisando os Conceitos de Ergonomia ................................................................. 43
41
As diferentes Abordagens em Ergonomia .............................................................. 47
45
Os diferentes tipos de Ergonomia .......................................................................... 51
49
Abordagem Sistêmica em Ergonomia .................................................................... 52
50
Situações de Trabalho ........................................................................................... 59
57
Análise Ergonômica do trabalho..............................................................................63
61
Referências Bibliográficas ...................................................................................... 69
67

Técnico em Segurança do Trabalho 1


ERGONOMIA
segurança
Escola Estadual de Educação do[EEEP]
Profissional trabalho | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

INTRODUÇÃO

Na antiguidade, o conceito de trabalho estava muito associado a castigo,


portanto, as condições de sofrimento impostas pelas atividades laborais não
preocupavam muito os estudiosos, cientistas e trabalhadores. Com o advento da
Revolução Industrial e após a Segunda Guerra Mundial, as condições de trabalho a
que os trabalhadores eram submetidos, começou a preocupar as pessoas e
surgiram os primeiros tratados de ergonomia.
No Brasil, por volta dos anos 60, a Ergonomia pode ser definida como o
estudo científico das relações entre o homem e o seu ambiente de trabalho (1965).
Desde então, Governos, Cientistas, trabalhadores e a sociedade como um todo, têm
dedicado mais atenção a essa importante ciência multidisciplinar que além de outros
objetivos visa a perfeita interação homem-máquina-processos de trabalho,
possibilitando trabalhar com menos sofrimento.
A ergonomia, como veremos, é o estudo do relacionamento entre o homem e
seu trabalho, equipamento e ambiente e aplicação dos conhecimentos de anatomia,
fisiologia e psicologia na solução de problemas surgidos desses relacionamentos,
ela está preocupada com os aspectos humanos do trabalho, em qualquer situação
onde este é realizado e, desta maneira, ela busca não apenas evitar aos
trabalhadores postos de trabalhos fatigantes e/ou perigosos, mas procura colocá-los
nas melhores condições de trabalho possíveis, de forma a aumentar a eficácia do
sistema de produção.
A ergonomia tem sua base centrada no ser humano e esta
antropocentricidade pode resgatar o respeito ao ser humano no trabalho, de forma a
se alcançar não apenas o aumento da produtividade, mas, sobretudo uma melhor
qualidade de vida no trabalho.

Técnico em Segurança do Trabalho 2


ERGONOMIA
4
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Definições, histórico, conceitos, princípios, aplicações...

ERGONOMIA

ÉRGON = FORÇA / TRABALHO

NOMOS = regras / LEIS

DEFINIÇÃO DE ERGONOMIA:
É a ciência que estuda a relação entre o homem e o seu trabalho,
equipamentos e meio ambiente.

ONDE PODEMOS APLICAR UM ESTUDO ERGONÔMICO?

 No lar
 No transporte
 No lazer
 Na escola
 Principalmente, no trabalho
Ou seja, em qualquer lugar

ERGONOMIA = CIÊNCIA DO CONFORTO


Técnico em Segurança do Trabalho 3
ERGONOMIA
5
segurança
Escola Estadual de Educação do[EEEP]
Profissional trabalho | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

A Ergonomia surgiu em função da necessidade do ser humano cada vez


mais querer aplicar menos esforço físico e mental, nas atividades diárias.

MENOS
MAIS ESFORÇO
ERGONOMIA = FÍSICO E
MENTAL

A Ergonomia tem sido fator de aumento de produtividade e da qualidade


do produto bem como da qualidade de vida dos trabalhadores, na medida em
que a mesma é aplicada com a finalidade de melhorar as condições
ambientais, visando a interação com o ser humano.

PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DA ERGONOMIA:

CORRENTE AMERICANA :
Ergonomia dos métodos e das tecnologias, contínua necessidade de
adaptação da máquina ao homem;

CORRENTE EUROPÉIA:
Ergonomia da organização do trabalho, européia, estudo da inter-relação
entre o homem e o trabalho, como o homem “sente” e “experimenta” o trabalho.

EM AMBAS AS CORRENTES TEMOS A BUSCA DA


TRÍADE BÁSICA DA ERGONOMIA:

CONFORTO - SEGURANÇA - EFICIÊNCIA

Técnico em Segurança do Trabalho 4


ERGONOMIA
6
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Considerações Preliminares: trabalho e condições de Trabalho

A primeira definição conhecida de trabalho está escrita


nas Sagradas Escrituras em Gênesis 3, 17-19 "Disse, pois, o
Senhor Deus ao ser humano: maldita é a terra por tua causa;
em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida. Do suor do
teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque
dela foste tomado; pois és pó, e ao pó tornarás". Podemos
deduzir, então, que o trabalho está relacionado a noção geral
de sofrimento e pena
(BIBLIA,1995).

O Dicionário Larousse de Língua Portuguesa (1992), dá as seguintes


definições para trabalho: palavra derivada do latim tripalium que significa
instrumento de tortura composto de três paus; sofrimento; esforço; luta;
atividade humana aplicada à produção, à criação ou ao entretenimento;
produto dessa atividade; obra. Atividade profissional regular e remunerada.
Exercício de uma atividade profissional; lugar onde essa atividade é exercida.
DAVIES e SHACKLETON (1977), define o trabalho como uma "atividade
instrumental executada por seres humanos, cujo objetivo é preservar e manter
a vida, e que é dirigida para uma alteração planejada de certas caraterísticas
do meio-ambiente do ser humano". Eles referenciam, também, a definição
ainda mais ampla dada por O'TOOLE, que diz que "o trabalho é uma atividade
que produz algo de valor para outras pessoas".
LEPLAT e CUNY (1977) definem condições de trabalho como "o
conjunto de fatores que determinam o comportamento do trabalhador. Estes
fatores são, antes de mais nada, constituídos pelas exigências impostas ao
trabalhador: objetivo com critérios de avaliação (fabricar determinado tipo de
peça com estas ou aquelas tolerâncias), condições de execução (meios
técnicos utilizáveis, ambientes físicos, regulamentos a observar)".

Técnico em Segurança do Trabalho 5


ERGONOMIA
7
segurança
Escola Estadual de Educação do[EEEP]
Profissional trabalho | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Por outro lado, MONTMOLLIN (1990), define condições de trabalho


como tudo o que caracteriza uma situação de trabalho e permite ou impede a
atividade dos trabalhadores. Deste modo, distinguem-se as condições:

 Físicas: características dos instrumentos, máquinas, ambiente do


posto de trabalho(ruído, calor, poeiras, perigos diversos);
 Temporais: em especial os horários de trabalho;
 Organizacionais: procedimentos prescritos, ritmos impostos, de
um modo geral, "conteúdo" do trabalho; as condições subjetivas
características do operador: saúde, idade, formação; e as
condições sociais, remuneração, qualificação, vantagens sociais,
segurança de emprego, em certos casos condições de alojamento
e de transporte, relações com a hierarquia, etc.

Segundo SELL (1994b), entende-se por trabalho "tudo o que a pessoa


faz para manter-se e desenvolver-se e para manter e desenvolver a sociedade,
dentro de limites estabelecidos por esta sociedade. E, o conceito de condições
de trabalho inclui tudo que influencia o próprio trabalho, como ambiente, tarefa,
posto, meios de produção, organização do trabalho, as relações entre
produção e salário, etc".
A mesma autora explica que boas condições de trabalho significam, em
termos práticos: meios de produção adequados às pessoas - o que pressupõe
o projeto ergonômico das máquinas, dos equipamentos, dos veículos, das
ferramentas, dos dispositivos auxiliares, usados no sistema de trabalho; objetos
de trabalho, materiais e insumos inócuos às pessoas que com elas entram em
contato; postos de trabalho ergonomicamente projetados, o que inclui
bancadas, assentos, mesas, a disposição e a alocação de comandos,
controles, dispositivos de informação e ferramentas fixas em bancadas;
controle sobre os fatores ambientais adversos, como por exemplo, iluminação,
ruídos, vibrações, temperaturas altas ou baixas, partículas tóxicas, poeiras,
gases, etc. reduzindo-se o efeito destes sobre as pessoas no sistema de

Técnico em Segurança do Trabalho 6


ERGONOMIA
8
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

trabalho; postos de trabalho, meios de produção, objetos de trabalho sem


perigos mecânicos, físicos, químicos ou outros que representem riscos para as
pessoas, isto é, sem partes móveis expostas, sem ferramentas cortantes
acessíveis ao trabalhador, sem emissão de gases, vapores, poeiras nocivas,
etc. organização do trabalho que garanta a cada pessoa uma tarefa com
conteúdo adequado as suas capacidades físicas, psíquicas, mentais e
emocionais, que seja interessante e motivante;

 Organização temporal do trabalho (regime de turnos) que permita


ao trabalhador levar uma vida com ritmo sincronizado com seu
ritmo circadiano, comprometendo ao mínimo a sua saúde, bem
como o seu convívio familiar e social;
 Quando necessário, um regime de pausas que possibilitem a
recuperação das funções fisiológicas do trabalhador, para, a
longo prazo, não comprometer a sua saúde;
 Sistema de remuneração de acordo com a solicitação do
trabalhador no seu sistema de trabalho, considerando-se também
sua qualificação profissional;
 clima social sem atritos, bom relacionamento com colegas,
superiores e subalternos".

SELL (1994b), afirma que com vistas à " melhoria das condições de
trabalho, tanto de forma corretiva - melhorias em sistemas já existentes -
quanto de maneira prospectiva - melhorias nos sistemas de trabalho em fase
de concepção e projeto - é necessário avaliar o trabalho humano existente, por
critérios bem definidos, aceitos e que obedeçam a uma hierarquia de níveis de
valoração relacionados com o trabalhador".

Assim:

Técnico em Segurança do Trabalho 7


ERGONOMIA
9
segurança
Escola Estadual de Educação do[EEEP]
Profissional trabalho | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

 Trabalho deve ser realizável, isto é, as cargas provenientes da


tarefa e da situação de trabalho não podem ultrapassar os limites
individuais do trabalhador, como por exemplo, o alcance dos
membros, a velocidade de reação, as capacidades sensoriais,
etc;
 Trabalho deve ser suportável ou inócuo ao longo do tempo, isto é,
o trabalhador deve pode executar a tarefa durante o tempo
necessário, diariamente, e se for o caso, durante toda uma vida
profissional, sem levar danos por isso;
 O trabalho deve ser pertinente na sociedade em que é executado;
 O trabalho deve trazer satisfação para o trabalhador. É oportuno
chamar a atenção para a possibilidade de uma pseudo-satisfação
do trabalhador, simplesmente por ter-se acostumado à ideia de
que seu trabalho (realizável, suportável e pertinente) não pode ser
modificado. A aceitação de um trabalho por parte do indivíduo
pode ser influenciada pela estrutura da tarefa, pelo treinamento,
pelo ambiente, pelas relações interpessoais, etc;
 O trabalho deve promover o desenvolvimento pessoal do
indivíduo, isto é, a pessoa deve adquirir novas qualificações e não
perder suas habilidades, e capacidades na execução de tarefas
monótonas e repetitivas.

A partir dessas considerações gerais sobre trabalho e suas condições de


execução, pode-se evidenciar a origem e o desenvolvimento de uma disciplina,
cujo objeto de estudo é o trabalho humano.

Técnico em Segurança do Trabalho 8


ERGONOMIA
10
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Origem e evolução da ergonomia

Historicamente, o termo ergonomia foi utilizado pela primeira, em 1857,


pelo polonês W. JASTRZEBOWSKI, que publicou um "ensaio de ergonomia ou
ciência do trabalho baseada nas leis objetivas da ciência da natureza".
Quase cem anos mais tarde, a ergonomia veio a se desenvolver como
uma área de conhecimento humano, quando, durante a II Guerra Mundial, pela
primeira vez, houve uma conjugação sistemática de esforços entre a tecnologia
e as ciências humanas e biológicas. Fisiólogos, psicólogos, antropólogos,
médicos e engenheiros, trabalharam juntos para resolver os problemas
causados pela operação de equipamentos militares complexos. Os resultados
desse esforço interdisciplinar foram tão frutíferos, que foram aproveitados pela
indústria, no pós-guerra (DUL e WEERDMEESTER, 1995).
Em 1949, um engenheiro inglês chamado MURREL, criou na Inglaterra,
na Universidade de Oxford, a primeira sociedade nacional de ergonomia, a
Ergonomics Research Society. Em 1959, foi organizada a Associação
Internacional de Ergonomia, em Estocolmo.
Em 1959, a recomendação n0 112, da OIT - Organização Internacional
do Trabalho dedica-se aos serviços de saúde ocupacional, definidos como
serviços médicos instalados em um local de trabalho ou suas proximidades,
com as seguintes finalidades:

 Proteger o trabalhador contra qualquer risco à sua saúde e que


decorra do trabalho ou das condições em que ele é cumprido;
 Concorrer para o ajustamento físico e mental do trabalhador a
suas atividades na empresa, através da adaptação do trabalho ao
ser humano e pela colocação deste em setor que atenda às suas
aptidões;
 Contribuir para o estabelecimento e manutenção do mais alto
grau possível de bem-estar físico e mental dos trabalhadores
(SAAD, 1993).
Técnico em Segurança do Trabalho 9
ERGONOMIA
11
segurança
Escola Estadual de Educação do[EEEP]
Profissional trabalho | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Nessa conceituação de serviços de saúde ocupacional, verifica-se a


presença do conceito de ergonomia: adaptação do trabalho ao ser humano.
Em 1960, a OIT define ergonomia como sendo a "aplicação das ciências
biológicas conjuntamente com as ciências da engenharia para lograr o ótimo
ajustamento do ser humano ao seu trabalho, e assegurar, simultaneamente,
eficiência e bem-estar" ( MIRANDA,1980).
Atualmente, vários países estão desenvolvendo estudos e pesquisa
nesta área de conhecimento, dentre eles podemos destacar: USA, Inglaterra,
França, Bélgica, Holanda, Alemanha e Países Escandinavos.
No caso do Brasil, apesar de relativamente recente, a ergonomia está-se
desenvolvendo rapidamente no meio acadêmico. De fato, em 31 de agosto de
1983 foi criada no país a Associação Brasileira de Ergonomia. Em 1989, foi
implantado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal de Santa Catarina, o primeiro mestrado na área do país.
É importante salientar que no Brasil, o Ministério do Trabalho e
Previdência Social instituiu a Portaria n. 3.751 em 23/11/90 que baixou a
Norma Regulamentadora - NR17, que trata especificamente da ergonomia.
"Esta norma visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de
modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho
eficiente". Com esta norma começa-se a despertar o interesse pela ergonomia
no meio empresarial brasileiro.
Da mesma forma, nos USA, o uso corrente da ergonomia no meio
empresarial só aconteceu, de fato, a partir de 1970, quando a Agência de
Segurança e Saúde Ocupacional daquele país - Occupational Health and
Safety Agency (OSHA), criou regulamentos exigindo das empresas um
ambiente livre de acidentes, saudável e seguro.
A partir de então, a ergonomia tem evoluído de forma significativa e,
atualmente, pode ser considerada como um estudo científico interdisciplinar do
ser humano e da sua relação com o ambiente de trabalho, estendendo-se aos
ambientes informatizados e seu entorno, incluindo usuários e tarefas.

Técnico em Segurança do Trabalho 10


ERGONOMIA
12
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

O desenvolvimento atual da ergonomia pode ser caracterizado, então,


segundo quatro níveis de exigências:

 As exigências tecnológicas: relativas ao aparecimento de novas


técnicas de produção que impõem novas formas de organização
do trabalho;
 As exigências organizacionais: relativas a uma gestão mais
participativa, trabalho em times e produção enxuta em células que
impõem uma maior capacitação e polivalência profissional;
 As exigências econômicas: relativas a qualidade e ao custo da
produção que impõem novas condicionantes às atividades de
trabalho, como zero defeito, zero desperdício, zero estoque, etc;
 As exigências sociais: relativas a melhoria das condições de
trabalho e, também, do meio ambiente.

Segundo SADD (1981), os estudos ergonômicos tiveram um


aprofundamento ainda maior com o início dos programas espaciais e de
segurança de veículos automotores, devido a severas solicitações:

 Impostas ao organismo humano dos astronautas em seu


ambiente de trabalho, ou seja, nas cápsulas espaciais e em locais
extraterrenos;
 Impostas aos usuários de veículos, em caso de acidentes, bem
como a segurança ativa que estes veículos devem proporcionar
para evitar acidentes.

Segundo THIBODEAU (1995), "a ergonomia contribui no projeto e


modificação os ambientes de trabalho maximizando a produção, enquanto
aponta as melhores condições de saúde e bem estar para os que atuam
nesses ambientes". Essa abordagem deve ainda segundo o autor ser "holística

Técnico em Segurança do Trabalho 11


ERGONOMIA
13
segurança
Escola Estadual de Educação do[EEEP]
Profissional trabalho | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

e interdisciplinar", exigindo conhecimento do trabalho/tarefa, do


trabalhador/usuário, do ambiente e da organização.
Dix e outros (1993), afirmam que "esse fim de século foi caracterizado
pelo surgimento de profissionais trabalhando na combinação de ferramentas e
máquinas para indivíduos, suas tarefas e suas aspirações sociais. A
engenharia industrial, fatores humanos (human factors), ergonomia e os
sistemas ser humano-máquina são denominações de especialidades
profissionais que atuam nessa área. Mais recentemente, a especialidade
denominada interação ser humano-computador emergiu como outra
especialidade, refletindo as transformações em versões de computadores
digitais interativos e a disseminação e popularização de computadores
pessoais".
Esses enfoques que mostram a natureza dinâmica e os limites tênues
entre estas áreas multidisciplinares afins, não podem ser considerados
definitivos e fechados. A evolução da ergonomia e áreas relacionadas afins,
que tem motivado estudos por parte dos diversos grupos de pesquisa,
repercute-se nas abordagens teóricas, nas técnicas, na terminologia e nas
discussões na literatura, enfatizando a importância dessas áreas emergentes.
Além disso, a ergonomia é direcionada a atividades específicas e
caracterizadas por constantes modificações e inovações, como é o caso das
tecnologias relacionadas à gestão de sistemas de informação e de
conhecimento.

Técnico em Segurança do Trabalho 12


ERGONOMIA
14
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Histórico

1857 - W. JARTRZEBOWSKI (Corrente Americana)

“O esboço da ergonomia ou ciência do trabalho baseada sobre


as verdadeiras avaliações das ciências da natureza.Ciência do
uso das forças e das capacidades humanas no trabalho.”

Em 1857 Jastrezebowisky publicou um artigo intitulado "ensaios de


ergonomia ou ciência do trabalho". O tema é retomado quase cem anos depois,
quando em 1949 um grupo de cientistas e pesquisadores se reunem,
interessados em formalizar a existência desse novo ramo de aplicação
interdisciplinar da ciência.

Em 1950, durante a segunda reunião deste grupo, foi proposto o


neologismo "ERGONOMIA", formado pelos termos gregos ergon (trabalho) e
nomos (regras). Funda-se assim no início da década de '50, na Inglaterra, a
Ergonomics Research Society.

Em 1955, é publicada a obra "Análise do Trabalho" de Obredane &


Faverge, que torna-se decisiva para a evolução da metodologia ergonômica.
Nesta publicação é apresentada de forma clara a importância da observação
das situações reais de trabalho para a melhoria dos meios, métodos e
ambiente do trabalho.

1887 - ALAIN WISNER (Corrente Francesa)


Um conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e
necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que
possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência.

Em referência às publicações científicas que marcaram o início da


produção dos conhecimentos em ergonomia, podemos citar:
Técnico em Segurança do Trabalho 13
ERGONOMIA
15
segurança
Escola Estadual de Educação do[EEEP]
Profissional trabalho | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

1949 Chapanis Com a aplicação da Psicologia Experimental

1953 Lehmann, G.A. Prática da Fisiologia do Trabalho

Fadiga e Fatores Humanos no Desenho de


1953 Floyd & Welford
Equipamentos

Cronologia Mundial e Brasileira

Cronologia...
Mundial Brasileira
Jastrezebowisky publica o artigo
1857 "ensaios de ergonomia ou ciência do 1857 -
trabalho"
Primeira reunião do grupo de
pesquisas para retomada dos
1949 1949 -
estudos sobre ergonomia e ciência
do trabalho.
Adoção do neologismo "Ergonomia"
1950 durante a segunda reunião do grupo 1950 -
de estudos.

Fundação da Ergonomics REsearch


1951 1951 -
Society, na Inglaterra.

Publicação dos trabalhos: Prática da


Fisiologia do Trabalho de Lehmann,
1953 G.A.; e Fadiga e Fatores Humanos 1953 -
no Desenho de Equipamentos de
Floyd & Welford
A European Productivity Agency
(EPA), uma subdivisão da
1955 Organization for European 1955 -
Economics Cooperation, estabelece
uma Human Factors Section.
A EPA visita os Estados Unidos para
1956 observar as pesquisas em Human 1956 -
Factors.

Técnico em Segurança do Trabalho 14


ERGONOMIA
16
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Seminário técnico promovido pela


própria EPA, na University of Leiden,
"Fitting the Job to Worker". Durante o
seminário formou-se um comitê para
1957 1957 -
analisar as propostas e organizar
uma associação internacional que
adotou a denominação International
Ergonomics Association.
Encontro especial, em Paris, em
setembro, para Análise de um
regimento preliminar para a
associação. Decidiu-se, então, dar
1958 1958 -
continuidade aos trabalhos de
organização da associação e realizar
um Congresso Internacional, em
1961.
O comitê passou a se denominar
Comittee for the International
Association of Ergonomics Scientists.
1959 O comitê se reuniu em Oxford, 1959 -
decidiu manter o nome International
Ergonomics Association, e aprovou o
regimento e o estatuto.
Abordagem do tópico "O produto e o
homem" por Ruy Leme e Sérgio
1960 - 1960 Penna Kehl na disciplina Projeto de
Produto (Eng. Humana) na
Politécnica da USP.
I Congresso Trianual da IEA, em
1961 1961 -
Estocolmo, na Suécia.
II Congresso Trianual da IEA, em
1964 1964 -
Dortmund, FRG.
Aplicações da Ergonomia no curso de
1966 - 1966
projeto de Produto ESDI/UERJ.
"Introdução à Ergonomia" no curso de
III Congresso Trianual da IEA, em
1967 1967 Psicologia Industrial II, na USP -
Birmingham, na Inglaterra.
Ribeirão Preto - Paul Stephaneck.
Livro "Ergonomia: notas de aulas", de
1968 - 1968 Itiro Iida e Henri Wierzbicki, lançado
em São Paulo, pela Ivan Rossi.
Disciplina de Ergonomia no Mestrado
de Eng. de Produção da COPPE-
IV Congresso Trianual da IEA, em
1970 1970 UFRJ/ Ergonomia na área de
Strasbourgo, na França.
Psicologia do Trabalho-Isop/FGV
Franco Lo Presti Seminério
Tese de Doutorado "A Ergonomia do
manejo", defendida por Itiro Iida, na
Politécnica da USP./ Curso de
1971 - 1971 Ergonomia na ESDI/UERJ - Itiro Iida./
Área de concentração em Ergonomia
treinamento e Aperfeiçoamento
Profissional no mestrado em
Técnico em Segurança do Trabalho 15
ERGONOMIA
17
segurança
Escola Estadual de Educação do[EEEP]
Profissional trabalho | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Psicologia do Isop/FGV

Ergonomia como disciplina nos


V Congresso Trianual da IEA, em cursos de Engenharia de Segurança
1973 1973
Amsterdam, na Holanda. e Medicina do Trabalho da
Fundacentro.
o
1 Seminário Brasileiro de Ergonomia,
no Rio de Janeiro, promovido pela
1974 - 1974
ABPA (Associação Brasileira de
Psicologia Aplicada) e pelo Isop/FGV.
Publicação de "Aspectos
ergonômicos do urbano" de Itiro Iida -
MIC/STI/COPPE./ Curso de
1975 - 1975 especialização em Ergonomia, na
FGV. Grupo de Estudos Ergonômicos
do Isop/FGV - Franco Lo Presti
Seminério.
Fundação do GAPP (Grupo
VI Congresso Trianual da IEA, em Associado de Pesquisa e
1976 1976
College Park, nos Estados Unidos. Planejamento Ltda.) - Sérgio Penna
Kehl.
Ergonomia como disciplina do
currículo mínimo da graduação em
VII Congresso Trianual da IEA, em
1979 1979 Desenho Industrial./CEBERC - Centro
Varsóvia, na Polônia.
Brasileiro de Ergonomia e Cibernética
Isop/FGV - Ued Maluf.
VIII Congresso Trianual da IEA, em
1982 1982 -
Tokio, no Japão.
Fundação da ABERGO - Associação
1983 - 1983 Brasileira de Ergonomia, em 31 de
agosto
o
2 Seminário Brasileiro de Ergonomia,
no Rio de Janeiro, promovido pela
1984 - 1984 ABERGO - Isop/FGV./ Inauguração
do Laboratório de Ergonomia do INT -
Diva Maria P. Ferreira.
IX Congresso Trianual da IEA, em Implantação do setor de Ergonomia
1985 1985
Bornemouth, Inglaterra. da Fundacentro - Leda Leal Ferreira
Curso de Especialização em
Ergonomia, Departamento de
1986 - 1986
Psicologia Experimental USP -
Regina H. Maciel.
o
3 Seminário Brasileiro de Ergonomia
o
e 1 Congresso Latino-Americano de
1987 - 1987 Ergonomia, em São Paulo, promovido
pela ABERGO/Fundacentro.

Técnico em Segurança do Trabalho 16


ERGONOMIA
18
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

X Congresso Trianual da IEA, em


1988 1988 -
Sidney, Austrália.
o
4 Seminário Brasileiro de Ergonomia,
1989 - 1989 no Rio de Janeiro, promovido pela
ABERGO/FGV.
Segundo livro do Professor Itiro Iida,
"Ergonomia: projeto e produção", pela
Editora Edgard Blucher, de São
Paulo.
1990 - 1990
Fundação da ERGON PROJETOS, o
primeiro escritório dedicado a
consultoria e desenvolvimento de
projetos em Ergonomia.
Fundação da ABERGO/RJ,
Associação Brasileira de Ergonomia,
XI Congresso Trianual da IEA, em seção Rio de Janeiro, em 23 de maio.
1991 1991 o
Paris, França. / 5 Seminário Brasileiro de
Ergonomia, em São Paulo, promovido
pela ABERGO/Fundacentro.
o
1 Encontro Carioca de Ergonomia,
1992 - 1992 no Rio de Janeiro, promovido pela
ABERGO-RJ/UERJ.
o
6 Seminário Brasileiro de Ergonomia
o
e 2 Congresso Latino-Americano de
1993 - 1993 Ergonomia, em Florianópolis,
promovido pela
ABERGO/Fundacentro.
XII Congresso Trianual da IEA, em
1994 1994 -
Toronto, Canadá.
o
IEA World Conference 1995./ 3
Congresso Latino-Americano de
o
Ergonomia and 7 Seminário
1995 - 1995 Brasileiro de Ergonomia, no Rio de
Janeiro, promovido pela ABERGO e
pela International Ergonomics
Association.
XII Congresso Trianual da IEA, em
1997 1997 -
Tampere, Finlândia.

Ergonomia.com.br - Copyright © 1999-2001. Todos os direitos reservados.


Desenvolvido por Ateliêbrasil Design

Técnico em Segurança do Trabalho 17


ERGONOMIA
19
segurança
Escola Estadual de Educação do[EEEP]
Profissional trabalho | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Ergonomia no Brasil

fonte: ABERGO

A ergonomia no Brasil começou a ser evocada na USP, nos anos 60


pelo Prof. Sergio Penna Khel, que encorajou Itiro Iida a desenvolver a
primeira tese brasileira em Ergonomia, a Ergonomia do Manejo. Também na
USP, Ribeirão Preto, Paul Stephaneek introduzia o tema na Psicologia.
Nesta época, no Rio de Janeiro, o Prof. Alberto Mibielli de Carvalho
apresentava Ergonomia aos estudantes de Medicina das duas faculdades mais
importantes do Rio, a Nacional (UFRJ) e a ciencias Médicas (UEG, depois
UERJ); O Prof. Franco Seminério falava desta disciplina, com seu refinado
estilo, aos estudantes de Psicologia da UFRJ. O maior impulso se deu na
COPPE, no início dos anos 70, com a vinda do Prof. Itiro Iida para o Programa
de Engenharia de Produção, com escala na ESDI/RJ. Além dos cursos de
mestrado e graduação, Itiro organizou com Collin Palmer um curso que deu
origem ao primeiro livro editado em português.

1. A Ergonomia estrutura-se a partir dos conhecimentos científicos sobre


o ser humano, isto é, sobre suas características psicofisiológicas, para a partir
daí, conceber equipamentos ou modificá-los e não o contrário, ou seja, aplicar
o conhecimento em máquinas para depois procurar a pessoa certa.

2. A verdadeira Ergonomia, muito pouco conhecida é a Ergonomia de


concepção, que planeja, estrutura todo o projeto a partir dos dados referentes
do ser humano.

Técnico em Segurança do Trabalho 18


ERGONOMIA
20
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

BUSCA A PERFEITA INTEGRAÇÃO ENTRE:

I- AS CONDIÇÕES DE TRABALHO

II- TRÍADE:

CONFORTO – SEGURANÇA – EFICIÊNCIA DO TRABALHADOR

PODE SER CONSIDERADO COMO O OBJETIVO DA ERGONOMIA

Técnico em Segurança do Trabalho 19


ERGONOMIA
21
segurança
Escola Estadual de Educação do[EEEP]
Profissional trabalho | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Para atingir essa condição, devemos buscar a integração entre:


ANATOMIA - FISIOLOGIA – ANTROPOMETRIA - BIOMECÂNICA (postura)
PSICOLOGIA – ENGENHARIA - DESENHO INDUSTRIAL - INFORMÁTICA
ADMINISTRAÇÃO

Estudo das relações Homem - Máquina

Ergonomia

Psicologia:
Anatomia:
Fisiologia: Analisando as exigências do
Por meio da trabalho e estudando o
Antropometria e da Estudando, por meio da comportamento humano, no
Biomecânica, estuda função de cada organismo, a que tange ao processamento
o corpo humano, função de cada órgão e ainda de informações e formulação
suas dimensões e a do processo biológico de sua de decisões, relacionando
forma como cada manutenção, em relação às adaptações do organismo ao
órgão é estruturado cargas decorrentes de cada meio ambiente em função de
e como executa tarefa. treinamento, esforços e
suas funções. diferenças individuais.

É, portanto, o caráter interdisciplinar da ergonomia


Técnico em Segurança do Trabalho 20
ERGONOMIA
22
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Conceituação

Algumas conceituações e definições para a ergonomia...

Murrel, K.F. - A Ergonomia pode ser definida como o estudo científico


das relações entre o homem e o seu ambiente de trabalho (1965).

Grandjean, E. - A Ergonomia é uma ciência interdisciplinar. Ela


compreende a fisiologia e a psicologia do trabalho, bem como a antropometria
é a sociedade no trabalho. O objetivo prático da Ergonomia é a adaptação do
posto de trabalho, dos instrumentos, das máquinas, dos horários, do meio
ambiente às exigências do homem. A realização de tais objetivos, ao nível
industrial, propicia uma facilidade do trabalho e um rendimento do esforço
humano (1968).

Montmollin, M. - A Ergonomia é a tecnologia das comunicações


homem-máquina (1971).

Leplat, J - A Ergonomia é uma tecnologia e não uma ciência, cujo


objeto é a organização dos sistemas homens-máquina (1972)..

Wisner - A Ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos


relativos ao homem e necessários a concepção de instrumentos, máquinas e
dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto e eficácia
(1972).

Self - A Ergonomia reúne os conhecimentos da fisiologia e psicologia, e


das ciências vizinhas aplicadas ao trabalho humano, na perspectiva de uma
melhor adaptação ao homem dos métodos, meios e ambientes de trabalho

A Ergonomia é considerada por alguns autores como ciência, enquanto


geradora de conhecimentos. Outros autores a enquadram como tecnologia, por
seu caráter aplicativo, de transformação. Apesar das divergências conceituais,
alguns aspectos são comuns as várias definições existentes:
Técnico em Segurança do Trabalho 21
ERGONOMIA
23
segurança
Escola Estadual de Educação do[EEEP]
Profissional trabalho | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

 A aplicação dos estudos ergonômicos;


 A natureza multidisciplinar, o uso de conhecimentos de várias
disciplinas;
 O fundamento nas ciências;
 O objeto: a concepção do trabalho.

A Ergonomia estuda a situação de trabalho como:

Atividade

Ambientes físicos

Iluminação, ruído, temperatura

O posto de trabalho

Dimensões, formas, concepção, etc.

Buscando dar o máximo de conforto, segurança e eficiência.

OBJETO E OBJETIVO DA ERGONOMIA

Se, para um certo número de disciplinas, o trabalho é o campo de


aplicação ou uma extensão do objeto próprio da disciplina, para a ergonomia o
trabalho é o único possível de intervenção.

A ergonomia tem como objetivo produzir conhecimentos específicos


sobre a atividade do trabalho humano.

O objetivo desejado no processo de produção de conhecimentos é o de


informar sobre a carga do trabalhador, sendo a atividade do trabalho específica
a cada trabalhador.

Técnico em Segurança do Trabalho 22


ERGONOMIA
24
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

O procedimento ergonômico é orientado pela perspectiva de


transformação da realidade, cujos resultados obtidos irão depender em grande
parte da necessidade da mudança. Mesmo que o objetivo possa ser diferente
de acordo com a especialização de cada pesquisador, o objeto do estudo não
pode ser definido a priori, pois sua construção depende do objetivo da
transformação.

Em ergonomia o objeto sobre o qual pretende-se produzir


conhecimentos, deve ser construído por um processo de decomposição/
recomposição da atividade complexa do trabalho, que é analisada e que deve
ser transformada.

O objetivo é ocultar o mínimo possível a complexidade do trabalho real.


Quanto mais a ergonomia aprofunda o seu questionamento sobre a realidade,
mais ela é interpelada por ela mesma.

OS TRÊS TIPOS DE ERGONOMIA

1) ERGONOMIA DE CORREÇÃO: Atua de maneira restrita


modificando os elementos parciais do posto de trabalho, como:

 Dimensões  Ruído
 Iluminação  Temperatura etc.

*TEM EFICÁCIA LIMITADA

2) ERGONOMIA DE CONCEPÇÃO: Interfere amplamente no projeto do


posto de trabalho, do instrumento, da máquina ou do sistema de produção,
organização do trabalho e formação de pessoal.

Técnico em Segurança do Trabalho 23


ERGONOMIA
25
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

AO INICIAR, REFORMAR OU AMPLIAR SEU ESCRITÓRIO,


SUA LINHA DE PRODUÇÃO, SEU TRABALHO,
CONSULTE UM ESPECIALISTA EM ERGONOMIA

3) ERGONOMIA DE CONSCIENTIZAÇÃO: Ensina o COLABORADOR a


usufruir plenamente dos benefícios de seu posto de trabalho, através
de:

 Boa postura
 Uso adequado de mobiliários e equipamentos
 Implantação de pausas
 Ginástica laborativa (antes, durante e depois das atividades)

ERGONOMIA PARTICIPATIVA: Estimulada pela presença de um


Comitê Interno de Ergonomia (CIE) que englobe representantes da
empresa e dos funcionários, utiliza as ferramentas da ergonomia de
conscientização para que haja o pleno usufruto do projeto ergonômico,
seja esse implementado pela Ergonomia de concepção ou de correção.

Técnico em Segurança do Trabalho 24


ERGONOMIA
26
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Métodos e Técnicas

A Ergonomia utiliza métodos e técnicas científicas para observar o trabalho


humano. A estratégia utilizada pela Ergonomia para apreender a complexidade do
trabalho é decompor a atividade em indicadores observáveis (postura, exploração
visual, deslocamento).

A partir dos resultados iniciais obtidos e validados com os operadores,


chega-se a uma síntese que permite explicar a inter-relação de vários
condicionantes à situação de trabalho. Como em todo processo científico de
investigação, a espinha dorsal de uma intervenção ergonômica é a formulação de
hipóteses.

Segundo LEPLAT "o pesquisador trabalha em geral a partir de uma


hipótese, é isso que lhe permite ordenar os fatos". São as hipóteses que darão o
status científico aos métodos de observação nas atividades do homem no
trabalho.

A organização das observações em uma situação real de trabalho


é feita em função das hipóteses que guiam a análise, mas
também, segundo GUERIN (1991), em função das imposições
práticas ou das facilidades de cada situação de trabalho.

Os comportamentos manifestáveis do homem são frequentemente


observáveis pelos ergonomistas, como por exemplo: Os deslocamentos dos
operadores - esses podem ser registrados a partir do acompanhamento dos
percursos realizados pelo operador em sua jornada de trabalho. O registro do
deslocamento pode explicar a importância de outras áreas de trabalho e zonas
adjacentes.

Exemplo; em uma sala de controle o deslocamento dos operadores até os


painéis de controle está relacionado à exploração de certas informações visuais
Técnico em Segurança do Trabalho 25
ERGONOMIA
27
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

que são fundamentais para o controle de processo; o deslocamento até outros


colegas pode esclarecer as trocas de comunicações necessárias ao trabalho.

Técnicas utilizadas na análise do trabalho

Pode-se agrupar as técnicas utilizadas em Ergonomia em técnicas


objetivas e subjetivas.

 Técnicas objetivas ou diretas: - Registro das atividades ao longo


de um período, por exemplo, através de um registro em vídeo.
Essas técnicas impõem uma etapa importante de tratamento de
dados.

 Técnicas subjetivas ou indiretas:- Técnicas que tratam do


discurso do operador, são os questionários, os check-lists e as
entrevistas. Esse tipo de coleta de dados pode levar a distorções da
situação real de trabalho, se considerada uma apreciação subjetiva.
Entretanto, esses podem fornecer uma gama de dados que
favoreçam uma análise preliminar.

Deve-se considerar que essas


técnicas são aplicadas segundo um
plano preestabelecido de intervenção
em campo, com um dimensionamento
da amostra a ser considerado em
função dos problemas abordados.

Métodos Objetivos Diretos

Técnico em Segurança do Trabalho 26


ERGONOMIA
28
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Observação

É o método mais utilizado em Ergonomia, pois permite abordar de maneira


global a atividade no trabalho. A partir da estruturação das grandes classes de
problemas a serem observados, o Ergonomista dirige suas observações e faz
uma filtragem seletiva das informações disponíveis.

Observação assistida

Inicialmente considera-se uma ficha de observação, construída a partir de


uma primeira fase de observação "aberta".

A utilização de uma ficha de registro permite tratar estatisticamente os


dados recolhidos; as frequências de utilização, as transições entre atividades, a
evolução temporal das atividades.

Em um segundo nível utiliza-se os meios automáticos de registro, áudio e


vídeo. O registro em vídeo é interessante à medida que libera o pesquisador da
tomada incessante de dados, que são, inevitavelmente, incompletos, e permite a
fusão entre os comportamentos verbais, posturais e outros. O vídeo pode ser um
elemento importante na análise do trabalho, mas os registros devem poder ser
sempre explicados pelos resultados da observação paralela dos pesquisadores.

Os registros em vídeo permitem recuperar inúmeras informações


interessantes nos processos de validação dos dados pelos operadores. Essa
técnica, entretanto, está relacionada a uma etapa importante de tratamento de
dados, assim como de toda preparação inicial para a coleta de dados
(ambientação dos operadores), e uma filtragem dos períodos observáveis e dos
operadores que participarão dos registros.

Alguns indicadores podem ser observados para melhor estudo da situação


de trabalho (postura, exploração visual, deslocamentos, etc.).

Direção do olhar
Técnico em Segurança do Trabalho 27
ERGONOMIA
29
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

A posição da cabeça e orientação dos olhos do indivíduo permite inferir


para onde esse está olhando.

O registro da direção do olhar é amplamente utilizado em Ergonomia para


apreciação das fontes de informações utilizadas pelos operadores. As
observações da direção do olhar podem ser utilizadas como indicador da
solicitação visual da tarefa.

O número e a frequência das informações observadas em um painel de


controle na troca de petróleo em uma refinaria, por exemplo, indicam as
estratégias que estão sendo utilizadas pelos operadores na detecção de presença
de água no petróleo, para planejar sua ação futura.

Comunicações

A troca de informação entre indivíduos no trabalho podem ter diversas


formas: verbais, por intermédio de telefones, documentais e através de gestos.

O conteúdo das informações trocadas tem se revelado como grande fonte


entre operadores, esclarecedora da aprendizagem no trabalho, da competência
das pessoas, da importância e contribuição do conhecimento diferenciado de
cada um na resolução de incidentes.

O registro do conteúdo das comunicações em um estudo de caso no Setor


Petroquímico da Refinaria Alberto Pasqualini, Canoas - RS, mostrou a
importância da checagem das informações fornecidas pelos automatismos e
pelas pessoas envolvidas no trabalho, através de inúmeras confirmações
solicitadas pelos operadores do painel de controle.

O conteúdo das comunicações pode, além de permitir uma quantificação


de fontes de informações e interlocutores privilegiados, revelar os aspectos
coletivos do trabalho.
Técnico em Segurança do Trabalho 28
ERGONOMIA
30
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Posturas

As posturas constituem um reflexo de uma série de imposições da


atividade a ser realizada. A postura é um suporte à atividade gestual do trabalho e
um suporte às informações obtidas visualmente. A postura é influenciada pelas
características antropométricas do operador e características formais e
dimensionais dos postos de trabalho.

No trabalho em salas de controle, a postura é condicionada à oscilação do


volume de trabalho. Em períodos monótonos a alternância postural servirá como
escape à monotonia e reduzirá a fadiga do operador. Em períodos perturbados a
postura será condicionada pela exploração visual que passa a ser o pivô da
atividade. Os segmentos corporais acompanharão a exploração visual e
executarão os gestos.

Estudo de traços

A análise é centralizada no resultado da atividade e não mais na própria


atividade. Ela permite confrontar os resultados técnicos esperados e os resultados
reais.

Os dados levantados em diferentes fases do trabalho podem dar indicação


sobre os custos humanos no trabalho mas, entretanto, não conseguem explicar o
processo cognitivo necessário à execução da atividade. O estudo de traços pode
ser considerado como complemento e é usado, com freqüência, nas primeiras
fases da análise do trabalho. O estudo de traços pode ser fundamental no quadro
metodológico para análise dos erros.

Métodos Subjetivos Indiretos

O questionário é pouco utilizado em Ergonomia pois requer um número


importante de operadores. Entretanto a aplicação de questionário em um grupo
Técnico em Segurança do Trabalho 29
ERGONOMIA
31
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

restrito de pessoas pode ser utilizada para hierarquizar um certo número de


questões a serem tratadas em uma análise aprofundada.

As respostas dos questionários podem ser úteis para a contribuição de


uma classificação de tarefas e de postos de trabalho. O questionário, entretanto,
deve respeitar a amostra e as probabilidades de aplicação.Deve-se ressaltar que
com o questionário se obtém as opiniões, as atitudes em relação aos objetos, e
que elas não permitem acesso ao comportamento real.

Segundo PAVARD & VLADIS (1985), o questionário é um método fácil e se


presta ao tratamento estatístico, e, se corretamente utilizado, permite coletar um
certo número de informações pertinentes para o Ergonomista.

Tabelas de avaliação

Esse tipo de questionário permite aos operadores avaliarem, eles mesmos,


o sistema que utilizam. O objetivo é apontar os pontos fracos e fortes dos
produtos. No caso de avaliação de programas, uma tabela de avaliação deve
cobrir os aspectos funcionais e conversacionais.

Entrevistas e verbalizações provocadas

A consideração do discurso do operador é uma fonte de dados


indispensável à Ergonomia. A linguagem, segundo MONTMOLLIN (1984), é a
expressão direta dos processos cognitivos utilizados pelo operador para realizar
uma tarefa. A entrevista pode ser consecutiva à realização da tarefa (pede-se ao
operador para explicar o que ele faz, como ele faz e por que).

Entrevistas e verbalizações simultâneas

As entrevistas podem ser realizadas simultaneamente à observação dos


operadores trabalhando em situação real ou em simulação.

Técnico em Segurança do Trabalho 30


ERGONOMIA
32
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

A análise se concentra nas questões sobre a natureza dos dados


levantados, sobre as razões que motivaram certas decisões e sobre as
estratégias utilizadas.

Dessa maneira o Ergonomista revela a significação que os operadores tem


do seu próprio comportamento. As verbalizações devem ser aplicadas com
cuidado e de maneira a não alterar a atividade real de trabalho.

TEXTO DE APOIO Nº 01

LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS -


DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS
AO TRABALHO (LER/DORT):
A MAIS NOVA EPIDEMIA NA SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA

Técnico em Segurança do Trabalho 31


ERGONOMIA

33
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Resumo
Este artigo diz respeito as afecções músculoesqueléticas ocasionadas por sobrecargas
biomecânicas que vêm sendo observadas nos últimos anos em todas as classes trabalhistas
em nosso país, sendo considerada nos dias de hoje uma epidemia mundial denominada como
LER/DORT. Estas afecções têm sido, na área da saúde, pauta de discussão e debates
buscando soluções tanto para prevenir como para tratar pessoas portadoras dessa patologia.

Palavras-chaves: Epidemia, LER/DORT, Tratamento.

Introdução

As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao


Trabalho (DORT) tornaram-se a mais nova epidemia dos últimos anos, já que a partir da
década de 80 passaram a ser a mais freqüente causa de afastamento do trabalho no mundo.
Os termos LER/DORT são usados para determinar as afecções que podem lesar tendões,
sinóvias, músculos, nervos, fáscias, ligamentos, de forma isolada ou associada, com ou sem
degeneração dos tecidos, atingindo principalmente membros superiores, região escapular e
pescoço. Decorrente de uma origem ocupacional ela pode ser ocasionada de forma
combinada ou não do uso repetido e forçado de grupos musculares e da manutenção de
postura inadequada (CODO E ALMEIDA, 1998).

Além do uso repetitivo, a sobrecarga estática, o excesso de força para execução de tarefas, o
trabalho sob temperaturas inadequadas ou o uso prolongado de instrumentos com
movimentos excessivos podem contribuir para o aparecimento das enfermidades
músculoesqueléticas. Assim sendo, a sigla LER (lesão por esforço repetitivo) é insatisfatória,
pois não determina outros tipos de sobrecarga que podem trazer prejuízo ao aparelho
locomotor, dessa forma, a LER adquiriu um estigma negativo, passando a ser designada
DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) (ZILLI,2002). O termo permitiu
ampliar os mecanismos de lesão, não só restritos aos movimentos repetitivos, mas que
também cincunscreve formas clínicas peculiares a algumas atividades ocupacionais e ainda
propõe o estabelecimento do nexo causal classificando-o como doença ocupacional (VIEIRA,
1999).

Histórico

Acompanhando a história das doenças ocupacionais, facilmente se percebe que as


LER/DORT são temas de pesquisa e discussão há muitos anos. Com o advento da era
industrial, teve início o processo de fabricação de produtos em massa, e a crescente
Técnico em Segurança do Trabalho 32
ERGONOMIA
34
segurança do trabalho
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP]
| ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

especialização dos operários no sentido de melhorar a qualidade, aumentar a produção e


também reduzir custos. Essa especialização levou os trabalhadores a executarem funções
específicas nas empresas, com a realização de movimentos repetitivos, associados a esforço
excessivo, levando muitos trabalhadores a sentir dores (NAKACHIMA, 2002).

Segundo Moreira e Carvalho (2001) o professor italiano Bernardino Ramazzini, considerado


pai da medicina ocupacional, forneceu a primeira contribuição histórica, em 1713,
fundamentando em 54 profissões de sua época. Nesse trabalho ele não só identificou os
distúrbios, mas também traçou uma causa ocupacional. Ele acreditava que as lesões
encontradas em escreventes eram causadas pelo uso repetitivo das mãos, pela posição das
cadeiras e pelo trabalho mental excessivo.

No século seguinte, foram descritos na Europa quadros clínicos afetando o esqueleto axial e
periférico de trabalhadores que desempenhavam distintas tarefas laborativas. Na época esta
sintomatologia foi chamada de “cãimbras ocupacionais”. Entre as várias atividades
ocupacionais envolvidas, salientava-se a “cãimbra do escrevente”, que atingiu níveis de
epidemia no serviço civil britânico em 1833 (MOREIRA E CARVALHO,2001).

Em 1888, o neurologista William Gowers relatou casos de trabalhadores com sintomas de


ansiedade, de insatisfação com o trabalho ou do peso de responsabilidades. Ressaltou ainda
a instabilidade emocional desses indivíduos e admitiu sua grande dificuldade em distinguir
uma neurose de um quadro de simulação de doença. Desde então, diversos países
industrializados têm passado por epidemias de diagnósticos envolvendo tais distúrbios
(MOREIRA E CARVALHO,2001).

Epidemiologia

A diversidade de conceitos observados na literatura dificultam a obtenção concreta de dados


para o estudo da incidência e da prevalência dos diferentes tipos de doenças e das condições
clínicas das chamadas LER/DORT, que costumam surgir em rápidas escaladas na forma de
surtos. Uma outra dificuldade é que os estudos na sua grande maioria não têm a colaboração
de empresas e seus empregados pelo medo de exposição e o risco de demissões de seus
cargos.

Segundo Moreira e Carvalho (2001), as estatísticas do Conselho Nacional de Segurança dos


EUA, a indenização referente aos DORT é 50% mais custosa que a reinvindicada por trauma
agudo (acidente de trabalho). O tempo perdido de trabalho nos pacientes com DORT nos EUA
é extremamente maior do que com os outros distúrbios músculoesqueléticos, como, por
exemplo, a dor lombar.

Técnico em Segurança do Trabalho 33


ERGONOMIA

35
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Existem inúmeros trabalhadores com queixas de dor atribuída a seu trabalho. A patologia é
reconhecida pela atual legislação brasileira gerando grande interesse nos meios médicos. O
ônus gerado ao governo, às indústrias e aos trabalhadores, levam os meios médicos a realizar
estudos e discussões que possam contribuir para uma melhor compreensão dessa patologia já
considerada como epidemia na saúde brasileira (NAKACHIMA, 2002).

No Brasil, os dados dessas afecções são deficientes, mas a quantidade de diagnósticos de


LER/DORT tem dimensões muito altas. Considerando assim que na última década nosso país
presenciou uma situação epidêmica com relação aos DORT, tornando-se esta patologia a
segunda maior causa de afastamento do trabalho no Brasil. Somente nos últimos 5 anos foram
abertos 532.434 CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho) geradas pelas LER/DORT. A
cada 100 trabalhadores da região Sudeste do Brasil, 1 é portador de LER/DORT
(AMERICANO, 2001).

Num estudo realizado na cidade de São Paulo, onde foram examinados 1.560 pacientes, o
sexo feminino representou 87% dos casos; sendo que a faixa etária mais afetada oscilava
entre 26 e 35 anos (MOREIRA E CARVALHO, 2001).

Em outro estudo realizado pela Cassi (Caixa de Assistência aos Funcionários do Banco do
Brasil) no ano de 2000, 26,2 % dos funcionários do Banco do Brasil apresentaram algum
sintoma que está relacionado à LER/DORT (AMERICANO, 2001).

Vários fatores vêm impulsionando a enorme quantidade de diagnósticos de LER ou DORT em


nosso país, entre eles: tensão social; alto índice de desemprego; predisposição ética; falta de
organização no ambiente de trabalho; influência da ação de sindicatos; ações políticas;
oportunismo de advogados; influência da mídia; interesses por indenizações ou
aposentadorias.

Etiologia

Quando um indivíduo apresenta uma lesão ocasionada por sobrecarga biomecânica


ocupacional, os fatores etiológicos estão associados à organização do trabalho envolvendo
principalmente equipamentos, ferramentas, acessórios e mobiliários inadequados; descaso
com o posicionamento, técnicas incorretas para realização de tarefas, posturas indevidas,
excesso de força empregada para execução de tarefas, sobrecarga biomecânica dinâmica;
uso de instrumentos com excessos de vibração, temperatura, ventilação e umidade
Técnico em Segurança do Trabalho 34
ERGONOMIA
36
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

inapropriadas no ambiente de trabalho (MOREIRA E CARVALHO,2001).

Sabe-se então que um ambiente de trabalho organizado, com pessoas bem treinadas e
condicionadas com respeito aos fatores ergonômicos e aos limites biomecânicos certamente
diminuem o risco de desencadeamento das chamadas LER/DORT (MOREIRA e CARVALHO,
2001).

Distúrbios mais frequentes

Alguns dos principais distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho citados por Couto
(1998) são: tendinite e tenossinovite dos músculos dos antebraços, miosite dos músculos
lumbricais e fasciíte da mão, tendinite do músculo bíceps, tendinite do músculo supra-
espinhoso, inflamação do músculo pronador redondo com compressão do nervo mediano,
cisto gangliônico no punho, tendinite De Quervain, compressão do nervo ulnar, síndrome do
túnel do carpo, compressão do nervo radial, síndrome do desfiladeriro torácico, epicondilite
medial e lateral, bursite de cotovelo e ombro, síndrome da tensão cervical e lombalgia.

Fatores de Risco

Para identificar e abordar as causas de LER/DORT é necessário considerar vários aspectos


do ambiente de trabalho. Os fatores psicossociais, incluindo o estresse na situação de
trabalho e o clima organizacional da empresa podem influenciar a eficácia das medidas
preventivas. Os principais fatores de risco são: organização do trabalho, riscos psicossociais,
riscos ambientais, fatores biomecânicos e fatores extra-trabalho (ZILLI, 2002).

Avaliação Clínica

O paciente portador de LER/DORT deve ter os locais onde há dor examinados como também
ser submetidos ao exame físico global do sistema múculoesquelético, pois afecções
músculoesqueléticas cervicais e lombares podem ser causas ou fatores agravantes da dor. Os
sintomas e os padrões clínicos que expressam a LER/DORT são variados, freqüentemente
vagos e muitas vezes inespecíficos, pois várias estruturas músculoesqueléticas e nervosas
podem estar comprometidas isolada ou associadamente (CODO e ALMEIDA, 1998).

Tratamento e prevenção

O insucesso dos programas de terapêutica da LER/DORT deve-se a falha no diagnóstico das


reais etiologias da dor, da incapacidade e dos fatores que contribuem ou agravam o quadro
doloroso, sendo assim, a identificação das estruturas lesadas é importante para o melhor

Técnico em Segurança do Trabalho 35


ERGONOMIA
37
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

resultado no tratamento (CODO e ALMEIDA, 1998).

O tratamento depende sempre de um diagnóstico correto, da eliminação completa dos


agentes causais e de uma adequada estratégia terapêutica medicamentosa, fisioterápica e,
em alguns casos, cirúrgica (MOREIRA e CARVALHO, 2001).

O tratamento fisioterápico consiste em: termoterapia (calor profundo como ondas curtas ou
ultra-som), eletroterapia, massagens, cinesioterapia, hidroterapia, órteses, RPG e outras
técnicas. O fisioterapeuta deve levar em consideração tanto o estágio evolutivo da doença,
como as respostas do paciente a tratamentos anteriores (PEROSSI, 2001).

Apesar da abordagem terapêutica ampla, muitos pacientes permanecem sintomáticos,


particularmente aqueles com diagnóstico de depressão, que estão insatisfeitos com seu
trabalho, que acreditam ter adquirido “lesões” através das atividades desse trabalho e que
estão envolvidos em alguma causa trabalhista.

O fisioterapeuta deve, no tratamento, ensiná-lo a relaxar, ir direcionando-o a tomar consciência


de seu corpo. Orientá-lo a “escutar” os sintomas que lhe dizem o limite de seu corpo e a
postura errada. Partindo dessa tese o paciente consegue melhorar seu desempenho pessoal,
minimizar tensões musculares, tirar a atenção da dor e principalmente perceber suas
limitações (PEROSSI, 2001).

A implementação de medidas preventivas é a melhor atitude a ser empregada, existe uma


necessidade de melhorar a educação dos trabalhadores com condutas de orientação
recomendações e de comunicações das experiências dos profissionais de saúde. É essencial
que os trabalhadores tenham um bom ambiente de trabalho, com aperfeiçoamento técnico
para realização de suas tarefas com respeito aos fatores ergonômicos e antropométricos, aos
limites biomecânicos, à duração das jornadas e dos intervalos de trabalho, e com atitudes de
reconhecimento de seus cargos superiores (MOREIRA e CARVALHO, 2001).

Conclusão

O enorme contingente de diagnósticos LER/DORT existente no nosso país atinge proporções


consideradas epidêmicas. Conclui-se que ações dos vários segmentos da sociedade
trabalhista sejam responsáveis pelos fatores que vêm sustentando esse fenômeno.

Técnico em Segurança do Trabalho 36


ERGONOMIA
38
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Sendo assim, o mais importante é a conscientização dos empregadores em orientar seus


empregados tanto na prevenção quanto na terapêutica dos distúrbios músculo esqueléticos.

Referências

AMERICANO, Maria José. Prevenção às LER/DORT - Site da Web:


www.2.uol.com.br/prevler/o_que_eh.htm, Acessado em 23/08/2005.

CODO, Wanderley; ALMEIDA, Maria C. de – LER – Lesões por Esforços Repetitivos. 4ª


edição, 1998.

COUTO, Ha – Como Gerenciar a Questão das LER/DORT,1998.

NAKACHIMA, Luis Renato – Lesões por Esforços Repetitivos ou Distúrbios


Osteomusculares Relacionados ao Trabalho - Site da Web:
www.fundacentro.gov.br/CTN/forum_maos_ler_dort.htm. Acessado em 18/08/2005.

PEROSSI, Sandra C.- LER/DORT - Abordagem Psicossomática na Fisioterapia. In: Revista


Fisio &Terapia, nº27 – 2001.

*Disponível em:
http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/reumato/ler_dort_epidemia.htm
acesso em: 06 set 2008

TEXTO DE APOIO Nº 02

22 dicas para prevenir as lesões do trabalho: LER e DORT


Entenda a diferença entre essas duas síndromes
e tome atitudes simples para evitar problemas futuros

Quem nunca ouviu falar nas LER lesões por esforços repetitivos ou nos DORT
distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho?

Técnico em Segurança do Trabalho 37


ERGONOMIA
39
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

LER e DORT são síndromes que atacam os nervos, músculos e tendões,


especialmente dos membros superiores e do pescoço. São síndromes
degenerativas e cumulativas e sempre acompanhadas de dor ou incômodo,
provenientes não somente da atividade ocupacional intensiva, mas também de
atividades realizadas sob intenso estresse.

LER ou DORT?

O termo LER utilizado para denominar uma síndrome da atividade ocupacional


excessiva, que abrange uma gama de condições caracterizadas por desconforto ou dor
persistente nos músculos, tendões etc. Entretanto, sabidamente nem todas
as patologias estão relacionadas aos movimentos repetitivos, pois existem outros fatores
biomecânicos causais como esforço físico proveniente de levantamento constante de
peso, além dos fatores psicofísicos e sociológicos, que atuam sobre o problema.
"Infelizmente, o termo LER passou a ser utilizado de forma indistinta como nome de uma
doença, porém, este é simplesmente uma denominação de um mecanismo de lesão e
não pode ser utilizado como um diagnóstico", explica a engenheira Maria Aparecida
Frediani Rocha, especialista em Ergonomia e consultora da Vendrame Consultores
Associados.

Por tais razões, estudiosos recomendaram que este termo fosse abandonado e se
passasse a usar o termo DORT Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho,
pois numa primeira fase ocorrem os distúrbios, com sintomas como fadiga, peso e dor
nos membros e somente depois aparecem as lesões.

Em geral, qualquer trabalhador pode estar sujeito aos DORT. Percebemos que quem
sofre muita pressão psicológica no trabalho está predisposto ao desconforto ou dor
persistente nos músculos, tendões e outras partes do corpo. Com tratamento adequado,
muitas das condições da síndrome são reversíveis , comenta.

Prevenção é o melhor remédio

A ergonomia é a ciência que visa a adaptar as condições de trabalho às características


do trabalhador. As posturas inadequadas, que advém de um posto de trabalho mal
dimensionado, ou que não se ajuste às variações antropométricas de cada indivíduo, e
os movimentos repetitivos são alguns dos fatores que mais predispõem o aparecimento
das LER/DORT. No entanto, não se deve esquecer da organização do trabalho, que
eventualmente pode estar por trás desta patologia. Os ritmos excessivos, a postura
Técnico em Segurança do Trabalho 38
ERGONOMIA
40
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

rígida, a ausência de pausas, a pouca liberdade do trabalhador, além da pressão pelos


superiores, são contribuições para o surgimento das LER/DORT. A título de exemplo,
num posto de trabalho com computador, devem ser observados os seguintes aspectos:

A seguir, veja como regular sua estação de trabalho Cadeira:

1 - A altura ideal deve ser de 48 a 58cm


2 - O encosto deve estar a 110° do assento
3 - A cadeira deve ter apoio para a região lombar e dorsal;
4 - Os pés devem ter contato completo com o chão ou apoiados em suporte específico
5 - As coxas devem ficar paralelas ao piso
6 - O trabalhador deve estar próximo da superfície de trabalho
7 - Os braços devem ficar apoiados

Monitor:

8 - A altura ideal da 1ª linha escrita deve ser de 155cm


9 - A tela deve estar ao nível do horizonte ou levemente abaixo
10 - O trabalhador deve localizar-se bem em frente ao monitor
11 - A iluminação deve ser adequada
12 - Use filtro no caso de brilho excessivo
13 - A distância adequada é de 60 cm entre a pessoa e a tela do computador

Teclado e mouse:

14 - A altura ideal deve ser de 110cm


15 - Eles devem localizar-se próximos e na frente de quem vai usá-lo
16 - Os cotovelos devem permanecer em ângulo de 90°
17 - Os punhos precisam permanecer retos

Dicas preventivas:

18 - Realize pequenas pausas rápidas em qualquer atividade que se exerça


repetitividade excessiva ou em postura inadequada por tempo prolongado. Intervalos
breves e frequentes são mais eficazes para a recuperação do que um período de
descanso igual, tomado de uma só vez.

Técnico em Segurança do Trabalho 39


ERGONOMIA
41
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

19 - Durante essas pausas faça alguns alongamentos para as áreas de seu corpo que
estiverem executando a tarefa.
20 - Cuide para sempre permanecer com uma boa postura, incluindo a adequação do seu
posto de trabalho de acordo com as características físicas e com sua atividade
21 - Não realizar força nem pressão exageradas, repetitivas ou frequentes em sua
atividade
22 - As LER/DORT são curáveis, principalmente nos primeiros estágios. Portanto,
procure ajuda.

*Disponível em: http://www.minhavida.com.br/bem-estar/materias/2486-22-dicas-para-


prevenir-as-lesoes-do-trabalho-ler-e-dort, Acesso 10 ago 2008

Técnico em Segurança do Trabalho 40


ERGONOMIA
42
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Revisando os Conceitos de Ergonomia

Como vimomos anteriormente, termo ergonomia é derivado das palavras


gregas ergon (trabalho) e nomos (regras). De fato, na Grécia antiga o trabalho
tinha um duplo sentido: ponos que designava o trabalho escravo de sofrimento
e sem nenhuma criatividade e, ergon que designava o trabalho arte de criação,
satisfação e motivação. Tal é o objetivo da ergonomia, transformar o trabalho
ponos em trabalho ergon.
Numa publicação da Organização Mundial da Saúde - OMS, W.T.
SINGLETON (1972), definiu ergonomia como "uma tecnologia da concepção
do trabalho baseada nas ciências da biologia humana".
Para A. WISNER (1987), a "ergonomia constitui o conjunto de
conhecimentos científicos relativos ao ser humano e necessários para a
concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados
com o máximo de conforto, segurança e eficácia".
A ergonomia é definida por A. LAVILLE (1977) como "o conjunto de
conhecimentos a respeito do desempenho do ser humano em atividade, afim
de aplicá-los á concepção de tarefas, dos instrumentos, das máquinas e dos
sistemas de produção". Distingue-se, habitualmente, segundo este autor, dois
tipos de ergonomia: ergonomia de correção e ergonomia de concepção. A
primeira procura melhorar as condições de trabalho existentes e é,
frequentemente, parcial e de eficácia limitada. A Segunda, ao contrário, tende a
introduzir os conhecimentos sobre o ser humano desde o projeto do posto, do
instrumento, da máquina ou dos sistemas de produção.
De acordo com HENDRICK (1994), a ergonomia, em termos de sua
tecnologia singular, pode ser definida como "o desenvolvimento e aplicação da
tecnologia de interface do sistema ser humano-máquina. Ao nível micro, isso
inclui a tecnologia de interface ser humano-máquina, ou ergonomia de
hardware; tecnologia de interface ser humano-ambiente, ou ergonomia
ambiental, e tecnologia de interface usuário-sistema, ou ergonomia de software
(também relatada como ergonomia cognitiva porque trata como as pessoas

Técnico em Segurança do Trabalho 41


ERGONOMIA
43
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

conceitualizam e processam a informação). Num nível macro temos a


tecnologia de interface organizacão-máquina, ou macroergonomia, que tem
sido definida como uma abordagem top-dow do sistema sócio-técnico".
IIDA (1993) define a ergonomia como "o estudo da adaptação do
trabalho ao ser humano". Neste contexto, o autor alerta para a importância de
se considerar além das máquinas e equipamentos utilizados para transformar
os materiais, também toda a situação em que ocorre o relacionamento entre o
ser humano e o seu trabalho, ou seja, não apenas o ambiente físico, mas
também os aspectos organizacionais de como esse trabalho é programado e
controlado para produzir os resultados desejados.
A Ergonomics Research Society do Reino Unido, define ergonomia
como "o estudo do relacionamento entre o ser humano o seu trabalho,
equipamento e ambiente, e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de
anatomia, fisiologia e psicologia, na solução de problemas surgidos neste
relacionamento".
A International Ergonomics Association (IEA), define ergonomia como "o
estudo científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e espaços
de trabalho. Seu objetivo é elaborar, mediante a contribuição de diversas
disciplinas científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos que, dentro
de uma perspectiva de aplicação, deve resultar em uma melhor adaptação ao
homem dos meios tecnológicos e dos ambientes de trabalho e de vida".
E, finalmente, a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), define
ergonomia como o estudo da adaptação do trabalho às características
fisiológicas e psicológicas do ser humano".
Para WISNER (1987), a ergonomia se baseia, essencialmente, em
conhecimentos no campo das ciências do ser humano (antropometria,
fisiologia, psicologia, uma pequena parte da sociologia), mas constitui uma
parte da arte do engenheiro, à medida que seu resultado se traduz no
dispositivo técnico. O mesmo autor coloca que, embora os contornos da prática
ergonômica variem entre países e até entre grupos de pesquisa, quatro
aspectos são constantes, quais sejam:

Técnico em Segurança do Trabalho 42


ERGONOMIA
44
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

 A utilização de dados científicos sobre o ser humano;


 A origem multidisciplinar desses dados;
 A aplicação sobre o dispositivo técnico e, de modo complementar,
sobre a organização do trabalho e a formação;
 A perspectiva do uso destes dispositivos técnicos pela população
normal dos trabalhadores disponíveis, por suas capacidades e
limites, sem implicar a ênfase numa rigorosa seleção.

Segundo SANTOS e ZAMBERLAN (1992), a "ergonomia tem como


finalidade conceber e/ou transformar o trabalho de maneira a manter a
integridade da saúde dos operadores e atingir objetivos econômicos. Os
ergonomistas são profissionais que têm conhecimento sobre o funcionamento
humano e estão prontos a atuar nos processos projetuais de situações de
trabalho, interagindo na definição da organização do trabalho, nas modalidades
de seleção e treinamento, na definição do mobiliário e ambiente físico de
trabalho".
Conforme MINICUCCI (1992), a "ergonomia reúne conhecimentos
relativos ao ser humano e necessários á concepção de instrumentos, máquinas
e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança
e eficiência ao trabalhador. A mesma trabalha essencialmente com duas
ciências : a Psicologia e a Fisiologia, buscando também auxílio na Antropologia
e na Sociologia".
A ergonomia, entre outros assuntos, procura estudar:

 As características materiais do trabalho, como o peso dos


instrumentos, a resistência dos comandos, a dimensão do posto
de trabalho;
 O meio ambiente físico (o ruído, iluminação, vibrações, ambiente
térmico);
 A duração da tarefa, os horários, as pausas no trabalho;

Técnico em Segurança do Trabalho 43


ERGONOMIA
45
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

 O modelo de treinamento e aprendizagem.


 As lideranças e ordens dadas.

Além disso, a ergonomia procura realizar diversos tipos de análises:

 Análises das atividades físicas e cognitivas de trabalho;


 Análise das informações;
 Análise do processo de tratamento das informações.

Ela foge da linguagem simples das aptidões que define apenas as


qualidades exigidas do operador para a execução do trabalho, procurando
informações mais amplas a respeito das condições materiais necessárias para
executá-lo. Leva em conta termos como: esforço, julgamento, atenção,
concentração, percepção, motivação que o psicólogo, ás vezes, não leva em
consideração, orientando-se apenas no sentido da seleção.
Uma ampla definição é dada por VIDAL et al. (1993), segundo a qual a
"ergonomia tem como objeto teórico a atividade de trabalho, como disciplinas
fundamentais a fisiologia do trabalho, a antropologia cognitiva e a psicologia
dinâmica, como fundamento metodológico a análise do trabalho, como
programa tecnológico a concepção dos componentes materiais, lógicos e
organizacionais de situações de trabalho adequadas às pessoas e aos
coletivos de trabalho. Tem ainda como meta de base a discussão e
interpretação sobre as interações entre ergonomistas e os demais atores
sociais envolvidos na produção e no processo de concepção, buscando
entender o lugar do ergonomista nestas ações, assim como formar seus
princípios deontológicos".
Para o Instituto de Ergonomia da General Motors - Espanha, a
ergonomia é definida "como uma metodologia multidisciplinar que tem como
objetivo a adaptação da técnica e as tarefas ao ser humano. Desta adaptação,
ha de derivar-se em um menor risco no trabalho, maior conforto no posto de
trabalho, assim como um enriquecimento dos conteúdos dos mesmos. Todos

Técnico em Segurança do Trabalho 44


ERGONOMIA
46
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

estos aspetos são compatíveis com uma melhor produtividade, através, entre
outros, da otimização dos esforços e movimento no desenvolvimento das
tarefas, de uma diminuição da probabilidade de erros, da melhora das
condições de trabalho".
Pode-se constatar, em todos os conceitos formulados, que a ergonomia
está preocupada com os aspectos humanos do trabalho, em qualquer situação
onde este é realizado e, desta maneira, ela busca não apenas evitar aos
trabalhadores postos de trabalhos fatigantes e/ou perigosos, mas procura
colocá-los nas melhores condições de trabalho possíveis, de forma a aumentar
a eficácia do sistema de produção.
A ergonomia tem sua base centrada no ser humano e esta
antropocentricidade pode resgatar o respeito ao ser humano no trabalho, de
forma a se alcançar não apenas o aumento da produtividade, mas sobretudo
uma melhor qualidade de vida no trabalho.

As diferentes abordagens em ergonomia


MARCELIN e FERREIRA (1982), comentam que a maioria dos
conhecimentos utilizados pela ergonomia não são próprios dela, mas
"emprestados" de outras disciplinas, particularmente da fisiologia e da
psicologia do trabalho. A organização e a utilização desses conhecimentos. em
uma determinada situação de trabalho, ou seja, a metodologia empregada,
esta sim, é própria da ergonomia. A. WISNER (op. cit.), considera mesmo, ser
a metodologia o domínio preferencial das pesquisas em ergonomia.
Uma das metodologias mais utilizadas na atualidade, em especial nas
escolas de linha francesa, é a de Análise Ergonômica do Trabalho - AET, que
procura estudar o trabalho não só na sua dimensão explícita (tarefa), conforme
definido pela engenharia de métodos, mas, sobretudo, na sua dimensão
implícita (atividades), característica do conhecimento tácito do pessoal de nível
operacional.

Técnico em Segurança do Trabalho 45


ERGONOMIA
47
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

A prática da ergonomia, segundo SANTOS e FIALHO (1995), "consiste


em emitir juízos de valor sobre o desempenho global de determinados sistemas
ser humano(s)-tarefa(s). Como tais sistemas normalmente são complexos,
envolvendo expectativas relativamente numerosas, procura-se facilitar a
avaliação sobre o desempenho global apoiando-se no princípio da
análise/síntese".
Atualmente, dentro da ergonomia estuda-se também a macroergonomia,
que surgiu a partir dos estudos de HENDRICK (1994). Segundo este autor, a
ergonomia está na sua terceira geração:
A primeira geração concentrou-se no projeto de trabalhos específicos,
interfaces ser humano-máquinas, incluindo controles, painéis, arranjo do
espaço e ambientes de trabalho. A maioria das pesquisas referia-se à
antropometria e a outras características físicas do ser humano. Esta aplicação
continua a ser um aspecto extremamente importante para a prática da
ergonomia em termos de contribuições para a segurança industrial e para a
melhoria geral da qualidade de vida.
A segunda geração da ergonomia se inicia com à ênfase na natureza
cognitiva do trabalho. Tal ocorreu em função das inovações tecnológicas e, em
particular, do desenvolvimento de sistemas informatizados (ergonomia de
software).
A terceira geração da ergonomia resulta do aumento progressivo da
automação de sistemas em fábricas e escritórios, do surgimento da robótica.
Esta geração da ergonomia privilegia a macroergonomia ou seja a organização
global em termos de máquina/sistema, e se concentra no desenvolvimento
para auxiliar os controladores de processo a decidir sobre a adoção de cursos
de ação que atendam aos múltiplos objetivos do mesmo.
Segundo MESHKATI (1993), a macroergonomia consiste na "análise
das interfaces tecnologia-organização-ser humano e das interações cultura-
gerenciamento-tecnologia", ou "o estudo dos fatores humanos num nível macro
ou num sistema pessoas-tecnologia mais abrangente, que está relacionado
com as interações entre (sub-) sistemas tecnológicos e (sub-) sistemas

Técnico em Segurança do Trabalho 46


ERGONOMIA
48
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

organizacionais, gerenciais, pessoais e culturais".


Para BROWN JR (1990), "a macroergonomia entende as organizações
como sistemas sócio-técnicos e incorpora conceitos e procedimentos da teoria
dos sistemas sócio-técnicos ao campo da ergonomia".
A macroergonomia, portanto, entendendo as organizações como
sistemas abertos, em permanente interação com o ambiente e, evidentemente,
passando por processos de adaptação e, ao mesmo tempo, passíveis de
apresentar disfunções organizacionais, que se refletem nas suas performances
e muito particularmente, no subsistema social, através da metodologia própria
da ergonomia - a análise ergonômica do trabalho - desenvolve a análise do
trabalho, e promove o tratamento da interface MÁQUINA - SER HUMANO -
ORGANIZAÇÃO.
Da mesma forma, WISNER (1982), propõe uma abordagem mais ampla
da ergonomia, designada antropotecnologia, quando do processo de
transferência de tecnologia, de um país para outro, de uma região para outra
de um mesmo país, ou também, de um laboratório de pesquisa para o setor
empresarial. Segundo este autor, além das considerações ergonômicas
tradicionais, é necessário, também, levar em consideração os aspectos de
natureza contingencial: cultura, geografia, aspectos sócio-econômicos, clima,
etc.
Em sua evolução conceitual, verifica-se que a ergonomia, hoje, se
constitui numa ferramenta de gestão empresarial. De nada adianta a
certificação de qualidade de processos e produtos, se não se consegue
certificar sentimentos, crenças, hábitos, costumes, isto é, certificar o ser
humano. Uma das formas de compatibilizar os sistemas técnico e social, é
evidentemente, o que preceitua a ergonomia : a visão antropocêntrica.
O centro das atenções no ser humano, isto é, a antropocentricidade da
ergonomia, favorece não só mudanças organizacionais, como também
alavanca mudanças no conceito de produtividade, este sendo visto à partir da
qualidade de vida no trabalho, observando, dentre outros parâmetros : a
participação do trabalhador, a liberdade para a criação e a valorização do saber

Técnico em Segurança do Trabalho 47


ERGONOMIA
49
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

fazer, isto é, do conhecimento tácito.


Neste sentido, então, pode-se classificar a ergonomia de três maneiras:

 Quanto a abrangência:
a) Ergonomia de Posto de Trabalho: abordagem
microergonômica;
b) Ergonomia de Sistemas de Produção: abordagem
macroergonômica.

 Quanto a contribuição:
a) Ergonomia de Concepção: é a aplicação de normas e
especificações ergonômicas em projeto de ferramentas e
postos de trabalho, antes de sua implantação;
b) Ergonomia de Correção: é a modificações de situações de
trabalho já existentes. Portanto, o estudo ergonômico só é
feito após a implantação do posto de trabalho;
c) Ergonomia de Arranjo Físico: é a melhoria de sequências e
fluxos de produção, através da mudança de leiaute das
plantas industriais (por exemplo: mudança de um leiaute
por processo para um leiaute por produto);
d) Ergonomia de Conscientização: é a capacitação das
pessoas nos métodos e técnicas de análise ergonômica do
trabalho.

 Quanto a interdisciplinaridade:
a) Engenharia: é o projeto e a produção ergonomicamente
corretos, garantindo a segurança, a saúde e a eficácia do
ser humano no trabalho;
b) Design: é a aplicação das normas e especificações
ergonômicas no projeto e design de produtos;
c) Psicologia: recrutamento, treinamento e motivação do

Técnico em Segurança do Trabalho 48


ERGONOMIA
50
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

pessoal;
d) Medicina e Enfermagem do Trabalho: é a prevenção de
acidentes e de doenças do trabalho;
e) Administração: gestão de recursos humanos, projetos e
mudanças organizacionais.

Os diferentes tipos de ergonomia

Na aplicação prática, várias têm sido as designações dadas a


ergonomia. Sem procurar estabelecer uma tipologia ergonômica,
apresentaremos a seguir uma categorização definida a partir das diferentes
designações encontradas na literatura:

 Ergonomia de projeto: é a incorporação de recomendações


ergonômicas no estágio inicial do projeto de postos de trabalho;
 Ergonomia industrial: é a correção ergonômica de situações de
trabalho industrial já implantadas;
 Ergonomia do produto: é a concepção de um determinado objeto,
a partir das normas e especificações ergonômicas, definidas
preliminarmente.
 Ergonomia da produção: é a ergonomia de chão de fábrica,
baseada na análise ergonômica dos diversos postos de trabalho.
 Ergonomia de laboratório: é a pesquisa em ergonomia, realizada
em condições controladas de laboratório. Alguns autores, como
MONTMOLLIN, afirmam que não se trata verdadeiramente de
uma pesquisa ergonômica, pois ela não é realizada em situação
real de trabalho.
 Ergonomia de campo: é a pesquisa em ergonomia, realizada em
situação real, utilizando-se como metodologia a análise
ergonômica do trabalho.

Técnico em Segurança do Trabalho 49


ERGONOMIA
51
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

A abordagem sistêmica em ergonomia

Teoria de sistemas

A teoria de sistemas foi elaborada pelo biólogo alemão LUDWIG VON


BERTALANFFY, no final da década de 40. Ela partia de três premissas
básicas:

1. Os sistemas existem dentro de outros sistemas;


2. Os sistemas são abertos;
3. As funções de um sistema dependem de sua estrutura.

A partir destas premissas, foram estabelecidos os pressupostos básicos


desta teoria:

 Existe uma nítida tendência para a integração nas várias ciências


naturais e sociais;
 Essa integração parece orientar-se no sentido de uma teoria de
sistemas; essa teoria de sistemas pode ser uma abordagem mais
abrangente de estudar os campos não-físicos do conhecimento
científico;
 Essa teoria de sistemas aproxima-nos do objetivo da unidade
científica;

Os pressupostos anteriores podem promover a necessária integração na


educação científica.

Técnico em Segurança do Trabalho 50


ERGONOMIA
52
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Conceitos fundamentais da teoria de sistema

1) Cibernética:
Cibernética é a ciência da comunicação e do controle, seja dos seres
vivos naturais (homem), seja dos seres artificiais (máquina). A comunicação
configura a interação existente entre o emissor e o receptor, enquanto que o
controle configura a regulação existente, isto é, a retroação. Segundo
BERTALANFFY (1975), "cibernética é uma teoria dos sistemas de controle
baseada na comunicação (transferência de informação) entre o sistema e o
meio ambiente, e dentro do próprio sistema, e do controle (retroação) da
função dos sistemas com respeito ao ambiente". O campo de estudo da
cibernética são os sistemas.

2) Conceito de Sistema:
BERTALANFFY (ibidem) define "sistema como um conjunto de unidades
reciprocamente relacionadas". Desta definição decorrem dois conceitos:
Objetivo do sistema: as unidades, bem como os relacionamentos,
definem um arranjo que visa sempre um objetivo.
Globalidade do sistema: o sistema sempre reagirá globalmente a
qualquer estímulo produzido em quaisquer das suas unidades. Isto é, há uma
relação de causa-efeito entre as diferentes partes de um sistema.
A definição de um sistema depende da focalização à ele dada, pelo
sujeito que pretenda analisá-lo. Uma determinada situação de trabalho pode
ser:
 Um sistema;
 Um sub-sistema;
 Um super-sistema.

Pode-se definir, então, sistema como um conjunto de componentes


(partes ou órgãos do sistema), dinamicamente interrelacionados entre si em
uma rede de comunicações (em decorrência da interação dos diversos

Técnico em Segurança do Trabalho 51


ERGONOMIA
53
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

componentes), formando uma atividade (comportamento ou processamento do


sistema), para atingir um determinado objetivo (finalidade do sistema), agindo
sobre sinais, energias e materiais (insumos ou entradas a serem processadas
pelo sistema), para fornecer informações, energias ou produtos (saídas do
sistema).

3) Conceito de Entrada (input):


Entrada é o que o sistema importa do meio ambiente para ser
processado. Podem ser:

 Dados: permitem planejar e programar o comportamento do


sistema;
energias de entrada: permitem movimentar e dinamizar o sistema;
 Materiais: são os recursos a serem utilizados pelo sistema para
produzir a saída.

4) Conceito de Saída (output):


Saída é o resultado final do processamento de um sistema. Podem ser:

 Informações: são os dados tratados pelo sistema;


 Energias de saída: é a energia processada pelo sistema;
 Produtos: são os objetivos do sistema (bens, serviços, lucros,
resíduos,...)

5) Conceito de caixa-preta (black box):


Um sistema cujo interior não pode ser desvendado é denominado de
caixa preta. Esses sistemas podem ser:

 Hipercomplexos;
 Impenetráveis.

Técnico em Segurança do Trabalho 52


ERGONOMIA
54
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

6) Conceito de Retroação (feedback):


A retroação é um mecanismo de comunicação entre a saída e a entrada
do sistema. As principais funções da retroação são:
 Controlar a saída do sistema;
 Manter o equilíbrio do sistema;
 manter a sobrevivência do sistema.

7) Conceito de Homeostasia:
A homeostasia, ou homeostase, é a capacidade que têm os sistemas de
manterem um equilíbrio dinâmico, entre suas diversas componentes ou partes,
por intermédio do mecanismo de retroação (auto-controle ou auto-regulação).
Os sistemas homeostáticos tendem ao progresso, ao desenvolvimento.

8) Conceito de Redundância:
A redundância é a quantidade de informação excedente, correspondente
aos sinais, cuja ocorrência pode ser prevista a partir de outros sinais.

9) Conceito de Entropia:
O conceito de entropia vem da segunda lei da termodinâmica, segundo a
qual "um sistema termodinâmico que não troca energias com o meio ambiente
externo tende a entropia, isto é, tende à degradação, à desintegração e, enfim,
ao desaparecimento".

10) Conceito de Informática:


A informática é a parte da cibernética que permite o tratamento racional
e sistemático da informação por meios totalmente automáticos.

11) Conceito de Sistema Total:


O sistema total é aquele representado por todas as unidades e relações
necessárias e suficientes para alcançar um determinado objetivo pré-fixado. O
objetivo de um sistema total define a realidade para a qual foram ordenadas

Técnico em Segurança do Trabalho 53


ERGONOMIA
55
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

todas as unidades e relações do sistema, enquanto as suas restrições são as


limitações introduzidas em sua operação, definindo assim as fronteiras do
sistema e as condições dentro das quais o mesmo irá operar. Os sistemas
podem operar, simultaneamente, em série ou em paralelo. Os sistemas
existem em um meio ambiente e são por ele condicionados.

12) Conceito de Meio Ambiente:


Meio ambiente é o conjunto de todos os objetivos que, dentro de um
limite específico, possam ter alguma influência sobre a operação do sistema.
As fronteiras de um sistema são as condições ambientais dentro das quais o
sistema deve operar.

Sistemas Ser Humano (s) - Máquina (s)


Um sistema SHM é um conjunto de postos de trabalho, articulados entre
si. Pode-se estabelecer, de forma arbitrária, três estágios da evolução dos
sistemas homens - máquinas:

 Estágio da ferramenta: neste estágio a percepção das


informações e as respostas dadas pelo ser humano são diretas. É
o estágio do desenvolvimento tecnológico da ferramenta. As
atividades de trabalho do ser humano consistem basicamente na
manipulação de ferramentas, concebidas para ampliar suas
capacidades ou reduzir suas limitações.
 Estágio da mecanização: neste estágio a percepção e as
respostas são indiretas. É o estágio do desenvolvimento
tecnológico industrial da mecanização, baseadas nas tecnologias
mecânicas, a partir da máquina à vapor de WATT. As atividades
de trabalho do ser humano, consistem basicamente no comando
e no controle de máquinas e sistemas industriais de produção,
através de um dispositivo de comando e de um dispositivo de
controle.

Técnico em Segurança do Trabalho 54


ERGONOMIA
56
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

 Estágio da automação: neste estágio a percepção e o diagnóstico


são apoiados por um SAD. É o estágio do desenvolvimento
tecnológico da automação industrial, baseado nas tecnologias
microeletrônicas, a partir de microprocessadores. As atividades
de trabalho do ser humano, consistem basicamente na supervisão
e diagnóstico de máquinas e sistemas de produção programáveis,
através de sistemas de controle e comando.

Sistemas Ser Humano – Tarefas


São mais ricos do que os sistemas ser humano – máquinas,
anteriormente apresentados. De fato, as tarefas compreendem não só as
condições técnicas de trabalho, mas, também, as condições ambientais e
organizacionais do trabalho.
Segundo POYET ( ), em uma determinada situação de trabalho, sempre
pode-se identificar três tipos de tarefa, mais ou menos formalizados:

 Tarefa prescrita;
 Tarefa induzida ou redefinida;
 Tarefa atualizada.

O primeiro passo na análise de um sistema ser humano – tarefa é a


delimitação deste sistema que pode ser estruturada nos seguintes passos:

 Definição da missão do sistema;


 Definição do perfil do sistema;
 Identificação e descrição das funções do sistema e subsistemas;
estabelecimento de normas;
 Atribuições de funções aos operadores e às máquinas.

Técnico em Segurança do Trabalho 55


ERGONOMIA
57
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Qualquer que seja o sistema ser humano – tarefa a ser analisado, de um


simples posto de trabalho a um complexo sistema de produção, funciona
segundo quatro funções básicas, cada uma fornecendo normas de produção:

 Funções do sistema geral: normas de ação, intervenção corretiva


ou de retificação;
 Funções do sistema de produção considerado: normas de
rendimento, de tempo e de qualidade do trabalho;
 Funções dos subsistemas entradas e saídas: normas de arranjo
físico do posto de trabalho;
 Funções das relações e conexões do sistema de produção:
normas de bom funcionamento hierárquico e funcional.

O segundo passo na análise do sistema ser humano – tarefa é a


descrição dos componentes deste sistema, isto é, a identificação das
exigências da tarefa, em termos técnicos, ambientais e organizacionais. Esta
descrição permite o levantamento de uma série de dados a respeito da
situação de trabalho considerada:

 Dados referentes aos operadores, informações e ações de


trabalho;
 Dados referentes às máquinas, controles e comandos, entradas e
saídas;
 Dados referentes às condições técnicas de trabalho;
 Dados referentes às condições ambientais de trabalho;
 Dados referentes às condições organizacionais de trabalho.

Esta descrição do sistema ser humano – máquina permite, finalmente:

Técnico em Segurança do Trabalho 56


ERGONOMIA
58
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

 Precisar o tipo de intervenção ergonômica e as diversas áreas


envolvidas;
 Identificar os grandes processos (os modos operativos);

 Preparar planos de enquetes (questionários, protocolos verbais,


levantamentos posturais, etc.);
 Diagnosticar disfunções ergonômicas evidentes.

Situação de Trabalho:

Do ponto de vista ergonômico, uma situação de trabalho é um sistema


complexo, dinamicamente interrelacionado, cujas entradas (as exigências
técnicas, ambientais e organizacionais de trabalho, caracterizadas na tarefa)
determinam os comportamentos do homem no trabalho (caracterizadas nas
atividades em termos de informações e ações) e, cujas saídas (os resultados
do trabalho em termos de produção e saúde), são as resultantes deste sistema.

Aplicações da ergonomia

A ergonomia pode ser aplicada nos mais diversos setores da atividade


produtiva. Em princípio, sua maior aplicação se deu na agricultura, mineração
e, sobretudo, na indústria. Mais recentemente, a ergonomia tem sido aplicada
no emergente setor de serviços e, também, na vida cotidiana das pessoas, nas
atividades domésticas e de lazer.

1) Ergonomia na indústria:

 Melhoria das interfaces dos sistemas ser humanos-tarefas;


 Melhoria das condições ambientais de trabalho;
 Melhoria das condições organizacionais de trabalho.

Técnico em Segurança do Trabalho 57


ERGONOMIA
59
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

2) Ergonomia na agricultura e na mineração:

 Melhoria do projeto de máquinas agrícolas e de mineração;


 Melhoria das tarefas de colheita, transporte e armazenagem;
 Estudos sobre os efeitos dos agrotóxicos.

3) Ergonomia no setor de serviços:

 Melhoria do projeto de sistemas de informação (ergonomia da


informática);
 Melhoria do projeto de sistemas complexos de controle (salas de
controle);
 Desenvolvimento de sistemas inteligentes de apoio à decisão;
 Estudos diversos sobre: hospitais, bancos, supermercados, etc.

4) Ergonomia na vida diária:

Consideração de recomendações ergonômicas na concepção de objetos


e equipamentos eletrodomésticos de uso cotidiano.

Disciplinas de base da ergonomia

O arcabouço teórico da ergonomia é baseado em diversas disciplinas


científicas, em particular da matemática, das ciências físicas, das ciências
biológicas e das ciências humanas.

Todavia, as três disciplinas que mais contribuíram para o


desenvolvimento científico da ergonomia foram a psicologia, a anatomia e a
fisiologia do trabalho.

Técnico em Segurança do Trabalho 58


ERGONOMIA
60
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

*Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAUOQAH/qualidade-vida,acesso:06 set 2011

A figura acima mostra a origem da ergonomia, a partir do inter-


relacionamento entre os diversos campos de conhecimento e disciplinas
científicas envolvidas.

Técnico em Segurança do Trabalho 59


ERGONOMIA
61
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Abordagem Tradicional

ABORDAGEM TRADICIONAL

A Abordagem Tradicional da Ergonomia, baseia-se no estudo dos


movimentos corporais do ser humano, necessários para executar uma tarefa, e na
medida do tempo gasto em cada um desses movimentos;

A sequência dos movimentos necessários para executar a tarefa é


baseada em uma série de princípios de economia de movimentos, sendo que o
melhor método é escolhido pelo critério do menor tempo gasto;

O desenvolvimento do melhor método é feito geralmente em laboratório de


engenharia de métodos, onde os diversos dispositivos, materiais e ferramentas,

Técnico em Segurança do Trabalho 60


ERGONOMIA
62
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

são colocados em posições mais convenientes, baseados em critérios empíricos


e em experiências pessoais dos próprios analistas de métodos.

Abordagem Ergonômica

Delimitar o objeto de estudo a um aspecto da situação de trabalho:

 Decomposição em um sistema humano-tarefa;


 Abordagem globalizante que impõe uma recomposição da situação
de trabalho;

Este processo de decomposição/recomposição é a base da metodologia


proposta.

Análise Ergonômica do Trabalho

 Conhecimentos sobre o comportamento do ser humano em atividade


de trabalho;
 Discussão dos objetivos do estudo com o conjunto das pessoas
envolvidas;
 Aceitação das pessoas que ocupam o posto a ser analisado;
 Esclarecimento das responsabilidades.

Levantamento de dados:

Consiste na pesquisa de variáveis relacionadas as atividades


desenvolvidas pelo ser humano, na realização de uma determinada tarefa;

Os dados obtidos podem ser subdivididos em duas categorias:

 Os específicos da fase estudada


 Os relacionados as fases precedentes

Técnico em Segurança do Trabalho 61


ERGONOMIA
63
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

FUNDAMENTOS CONCEITUAIS:

 Tarefa é aquilo que a organização do trabalho estabelece ou


prescreve para o trabalho a ser realizado.
 Atividade é aquilo que o sujeito realmente faz para atingir os
objetivos prescritos.

O estudo ergonômico do posto de trabalho comporta três fases:

 Análise da demanda: é a definição do problema a ser estudado, a


partir do ponto de vista dos diversos atores sociais envolvidos;
 Análise da tarefa: análise das condições ambientais, técnicas e
organizacionais de trabalho;

Técnico em Segurança do Trabalho 62


ERGONOMIA
64
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

 Análise das atividades: análise dos comportamentos do ser


humano no trabalho (gestuais, informacionais, regulatórios e
cognitivos).

Análise Ergonômica da Demanda

 É o ponto de partida de toda análise ergonômica do trabalho;


 Permite delimitar o (s) problema (s) a ser abordado em uma análise
ergonômica;
 Permite a definição de um contrato e delimitação da intervenção
(prazos, custos, acesso às diversas áreas da empresa, informações
e pessoas);
 Permite a definição de um plano de intervenção

Análise Ergonômica do Trabalho

Hipóteses em Ergonomia:

 Podem ser formuladas a partir da análise da demanda;


 Ao nível global da situação de trabalho;
 Ao nível dos componentes do sistema humano-tarefa considerado;
 De fato, elas orientam o planejamento da AET.

Análise Ergonômica da Tarefa

As técnicas empregadas na análise ergonômica da tarefa, baseiam-se na


análise de documentos, em observações sistemáticas, entrevistas com as
diversas pessoas envolvidas (direção, gerentes, supervisores e trabalhadores) e
nas medidas realizadas sobre o ambiente de trabalho.

Técnico em Segurança do Trabalho 63


ERGONOMIA
65
segurança
Escola Estadual de Educação do trabalho
Profissional [EEEP] | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Técnicas de Análise da Tarefa

Níveis de tarefa (segundo Poyet, 1990):

Tarefa prescrita: É o conjunto de objetivos, procedimentos, métodos e


meios de trabalho, fixados pela a organização aos trabalhadores.

Tarefa induzida ou Redefinida: É a representação que o trabalhador


elabora da tarefa, a partir dos conhecimentos que ele possui das diversas
componentes do sistema homem-tarefa.

Tarefa atualizada: Em função dos imprevistos e das condicionantes da


situação de trabalho, o indivíduo modifica a tarefa induzida às especificidades
desta situação, atualizando, assim, a sua representação mental referente ao que
deveria ser feito.

Delimitação do sistema ser humano-tarefa:

 Definição da missão do sistema;


 Definição do perfil do sistema;
 Identificação e descrição das funções do sistema e subsistemas;
 Estabelecimento de normas;
 Atribuição de funções aos humanos e às máquinas.

Descrição das componentes do sistema humano- tarefa:

 Precisar o tipo de intervenção ergonômica e as diversas áreas


envolvidas;
 Identificar os grandes processos (os modos operativos);
 Preparar planos de enquete (questionários, protocolos verbais,
levantamentos posturais, etc.);
 Diagnosticar disfunções evidentes

Técnico em Segurança do Trabalho 64


ERGONOMIA
66
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Dados referentes ao ser humano:

 Trabalhador que intervém no posto e


seu papel no sistema de produção;
 Formação e qualificação profissional;
 Número de trabalhadores trabalhando
simultaneamente sobre cada posto e regras de divisão de tarefas
(quem faz o que?);
 Número de trabalhadores trabalhando sucessivamente sobre cada
posto e regras de sucessão (horários, modos de alternância de
equipes);
 Características da população: idade, sexo, forma de admissão,
remuneração, estabilidade no posto e na empresa, absenteísmo,
turn-over, sindicalização,...

Dados referentes às condições técnicas-máquina:

 Estrutura geral da máquina (ou das máquinas);


 Dimensões características (croqui, foto, fluxo de produção);
 Órgãos de comando da máquina;
 Órgãos de controle da máquina;
 Princípios de funcionamento da máquina (mecânico, elétrico,
hidráulico, pneumático, eletrônico,);
 Problemas aparentes na máquina;
 Aspectos críticos evidentes na máquina.

Dados referentes às condições ambientais:


 O ambiente acústico;
 O espaço e planos de
 O ambiente luminoso;
trabalho;
 O ambiente vibratório;
 O ambiente térmico;
 A qualidade do ar

Técnico em Segurança do Trabalho 65


ERGONOMIA
67
segurança
Escola Estadual de Educação do[EEEP]
Profissional trabalho | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Dados referentes às condições organizacionais:

 Repartição de funções entre os


diferentes postos;
 O arranjo físico das máquinas e
sistemas de produção;
 A estrutura das comunicações;
 Os métodos e procedimentos de
trabalho;
 As modalidades de execução do trabalho (horários, equipes,
normas de produção, modo de remuneração)
 As modalidades de planificação e de tomada de decisão.

Considerações gerais sobre as atividades:

 A atividade de trabalho
é a mobilização total do
indivíduo, em termos de
comportamentos, para
realizar uma tarefa que
é prescrita;
 Trata-se, então, da mobilização das funções fisiológicas e
psicológicas de um determinado indivíduo, em um determinado
momento;
 A parte observável da atividade (sensório-motora) pode ser
evidenciada pelo conjunto de ações de trabalho que caracteriza
os modos operativos; A parte não observável (mental) pode ser
caracterizada pelos processos cognitivos: sensação, percepção,
memorização, tratamento de informação e tomada de decisão.

Técnico em Segurança do Trabalho 66


ERGONOMIA
68
segurança do trabalho | ERGONOMIA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADAMS, M A, HUTTON, W C, The effect of posture on the role of apophyseal
joints in resisting intervertebral compressive forces, J. Bone Jt. Surg. 1988.

ANDERSSON B.J.G, e SVENSSON H. O, ODEN, A , : Quantitative studies of


back loads in lifting. Spine, 1976

ANDERSSON, B.J.G e ORTENGREN, R: Lumbar disc pressure and myoeletric


back muscle activity during sitting. Scan J Rehabilitation Medicine, 1974.

COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia aplicada ao trabalho. Belo Horizonte:


Ergo, 1995.

CYBIS, W.A, BETIOL, A.H. & FAUST, R, Ergonomia e Usabilidade –


Conhecimentos, Métodos e Aplicações . Novatec Editora. ISBN 978-85-7522-
138-9.

DEJOURS, Cristophe. O fator humano. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio


Vargas, 1997.

DUL, J., WEEDMEESTER, B. Ergonomia prática. São Paulo : Edgard Blücher,


1995.

EASTMAN KODAK COMPANY, Human Factors Section. Ergonomic Design for

Editora Revinter Ltda, 1998.

GRANDJEAN, Etienne, Manual de Ergonomia, Adaptando o trabalho ao


homem, Editora Artes Médicas Sul Ltda, 1998

GRANDJEAN, Etienne. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao


homem. 2. ed. Porto Alegre : Bookman, 1998.

GUIMARÃES, L.B.M, Postos de trabalho, Equipamentos e Ferramentas,


Arranjo físico do postos, 3.1 - 8, Postura para manejo e controles, Ergonomia
de Produtos Vol.2. Porto Alegre, UFRGS,2000

IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo : Edgard Blücher, 2005.

Técnico em Segurança do Trabalho 67


ERGONOMIA
69
segurança
Escola Estadual de Educação do[EEEP]
Profissional trabalho | ERGONOMIA
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

LIPS, W, WEICKHARDT, U., BUCHBERGER, J., R E ER, ., Le travail


l écran de visualisation, aisse Nationale uisse d Assurance em cas
d accidents , écurité au Travail, Lucerne, 1 3

MAIRIAUX, Ph. Polígrafo curso Ergonomia, UCL-Universidade Católica de


Louvain: Cap. V: A postura de trabalho, Cap. VI: Concepção do posto de
trabalho,Bélgica, 1992

Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17. –2 ed. – Brasília :


MTE, SIT, 2002.101 p. : il.

MONTMOLLIN, Maurice de. A ergonomia. Lisboa : Piaget, 1990.

NACHEMSON, A e ELFSTROM, G.: Intravital Dynamic Pressure


Measurements in Lumbar Discs. Scan. J. Rehabilitation Medicine, 1970.

OLIVER, Jean, MIDDLEDITH, Alison, Anatomia funcional da coluna vertebral.

PANERO, J. , ZELNIK, M, Las Dimensiones Humanas en los espacios


interiores, Apud Guimarães, 2000.

people at Work. Van Nostrand Reinhold, New York, 1983

SCHULTZ, A B, ANDERSSON G.B.J, HADERSPECK, K e al. : Analysis and


measurements of lumbar trunk loads in tasks involving bends and twists. J.
Biomech, 1982.

Técnico em Segurança do Trabalho 68


ERGONOMIA
70

Você também pode gostar