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3ª Prova de Direito Constitucional II

Aluno: Marcelo Barreiros Maia Alves

QUESTÕES:
1) Governador de Estado pode decretar tombamento de bem móvel ou
imóvel? Tombamento implica diretamente em limitação de uso? Bem tombado
pode ser vendido?
R: Pelo governador em si não, quem é responsável pelo tombamento na esfera de
administração publica, são os órgãos responsáveis. A exemplo do IPHAM, na
esfera nacional, o IRPH na estadual e conseguinte. O processo de tombamento,
está descrito no Dec.-Lei nº 25/1937, em especifico no art. 9.
Quanto ao uso, não se poderá, sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada,
fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar
anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objeto,
impondo-se neste caso multa de cinquenta por cento do valor do objeto. Além
disso, o proprietário não pode destruir, demolir ou mutilar as coisas Tombadas
nem, sem prévia autorização do IPHAN, repará-las, pintá-las ou restaurá-las, sob
pena de multa de 50% do dano causado (art. 17); também não pode em se
tratando de bens móveis, retirá-los do país, senão por curto prazo, para fins de
intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do IPHAN (art. 14); tentada
sua exportação, a coisa fica sujeita a sequestro e o seu proprietário, às penas
cominadas para o crime de contrabando e multa (art. 15).
E por ultimo, A venda da propriedade é perfeitamente realizável. Entretanto, caso
um proprietário deseje vender o bem tombado, deverá comunicar previamente à
Instituição que realizou o tombamento pois, se for de seu interesse, terá direito à
preferência em adquirir o imóvel através da compra do mesmo. 
2)    Município pode manter estabelecimento de ensino médio? O art. 213 da
Constituição impede que a União conceda, a estudantes comprovadamente
pobres, bolsas de estudo em estabelecimentos de ensino com fins lucrativos?
R: Sim ele pode, pois de acordo com as regras estabelecidas pela LDB, existe
uma divisão de responsabilidades entre municípios, estados e União. Aos
municípios, por exemplo, cabe a função principal de oferecer vagas em creches,
pré-escolas e no ensino fundamental. Os estados devem priorizar o ensino médio,
mas também atuar, em parceria com os municípios, na oferta de ensino
fundamental. À União cabe organizar o sistema como um todo e regular o ensino
superior. Se há falta de vagas em creches, por exemplo, a principal autoridade a
ser cobrada é o secretário municipal de educação. No caso do ensino médio, a
responsabilidade essencial é dos estados.
Essa definição não representa, contudo, que os demais entes possam se eximir
de qualquer responsabilidade em níveis que não aquele que lhe seja prioritário por
lei, já que a LDB prevê o trabalho em regime de cooperação.
Portanto, na falta de vagas suficientes oferecidas pelo poder estadual, o municipal
pode caso tenha possibilidade, ofertar vagas e/ou criar turmas para ensino médio.
Quanto ao artigo, sim ele só admite a destinação de recursos públicos para
instituições privadas não lucrativas. No que se refere aos programas de estudo,
como PROUNI e PRONATEC, estes se utilizam de outros meios, para de certa
forma driblar o 213.

2) Entidades que não são empresas são obrigadas a contribuir para a


Seguridade Social? Podem ser isentadas de contribuir?
R: A possibilidade de isenções quanto à obrigação das contribuições para a
Seguridade Social está prevista no art. 195, § 7º da Constituição Federal. O direito
à isenção de contribuições sociais é reconhecido por lei às entidades beneficentes
de assistência social que cumpram determinados requisitos.
O referido dispositivo constitucional assim dispõe: "São isentas de contribuição
para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que
atendam às exigências estabelecidas em lei".
 A doutrina entende esta "isenção" como imunidade tributária, pois enquanto esta
se consubstancia na limitação constitucional ao poder de tributar do Estado,
aquela se consubstancia na exclusão do crédito tributário prevista no art. 175, I do
CTN, ou seja, na imunidade o crédito tributário sequer existe, enquanto na isenção
o crédito tributário existe, mas a própria lei infraconstitucional dispensa o seu
pagamento.
 A certificação das entidades beneficentes de assistência social e a isenção de
contribuições para a seguridade social serão concedidas às pessoas jurídicas de
direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de
assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de
assistência social, saúde ou educação, e que atendam ao disposto na Lei
12.101/2009.
A entidade beneficente certificada fará jus à isenção do pagamento das
contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei 8.212/1991, desde que atenda,
cumulativamente, aos seguintes requisitos:
I - Não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores,
remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer
forma ou título, em razão das competências, funções ou atividades que lhes sejam
atribuídas pelos respectivos atos constitutivos;
II - Aplique suas rendas, seus recursos e eventual superávit integralmente no
território nacional, na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos
institucionais;
III - Apresente certidão negativa ou certidão positiva com efeito de negativa de
débitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil e certificado de regularidade do FGTS;
IV - Mantenha escrituração contábil regular que registre as receitas e despesas,
bem como a aplicação em gratuidade de forma segregada, em consonância com
as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade;
V - Não distribua resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcelas
do seu patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto;
VI - Conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 (dez) anos, contado da data da
emissão, os documentos que comprovem a origem e a aplicação de seus recursos
e os relativos a atos ou operações realizados que impliquem modificação da
situação patrimonial;
VII - Cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na legislação tributária;
VIII - Apresente as demonstrações contábeis e financeiras devidamente auditadas
por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de
Contabilidade quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixado
pela Lei Complementar 123/2006.
Ressalta-se que a isenção não se estende a entidade com personalidade jurídica
própria constituída e mantida pela entidade à qual a isenção foi concedida.
Constatado o descumprimento pela entidade dos requisitos indicados acima, a
fiscalização da Secretaria da Receita Federal do Brasil lavrará o auto de infração
relativo ao período correspondente e relatará os fatos que demonstram o não
atendimento de tais requisitos para o gozo da isenção.
As entidades isentas deverão manter, em local visível ao público, placa indicativa
contendo informações sobre a sua condição de beneficente e sobre sua área de
atuação.

3) Pelas normas permanentes do RGPS, em vigor, o segurado poderá


aposentar-se, por haver cumprido o tempo de contribuição, sem preencher
requisito de idade mínima?
R: Não, a esta pratica, chamada de aposentadoria proporcional, que seria
basicamente aposentar-se sem idade mínima, apenas com tempo de contribuição,
foi posta em desuso, com a reforma da previdência, que agora pede os dois
requisitos, que são cumulativos. A saber: 15 anos de contribuição para ambos os
sexos;
Idade Mínima de 60 anos para Mulheres e 65 anos para homens, sendo a idade
mínima para mulheres sofrerá aumento progressivamente de 6 meses por ano a
partir de 2020, chegando a 62 anos em 2023;
Entretanto, aos profissionais da área de educação, ainda é permitido a
aposentadoria por tempo de contribuição, a saber: 25 anos de Tempo de
Contribuição (professora) ou 30 anos de Tempo de Contribuição (professor),
exclusivamente efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e
no ensino fundamental e médio;
51 anos de idade (professora) e 56 anos de idade (professor), adicionando 6
meses à idade mínima, a partir de 01/01/2020, até chegar em 57 anos de idade
(professora) e 60 anos de idade (professor).

4) Tendo em vista o art. 199, § 2º, da Constituição, é lícito ao Poder Público,


na falta de disponibilidade de leitos em hospitais oficiais, reservar e custear leitos
em hospitais particulares para o tratamento de pacientes infectados pelo corona
vírus? Poderá o diretor deste hospital recusar-se a ceder onerosamente os leitos
desocupados ao fundamento de que constituem reservas para doentes
particulares ou dotados de plano de saúde?
R: Considerando, que o Art. 199 § 1º da Constituição Federal prevê que: A
assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º - As instituições privadas
poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
E quanto ao estabelecimento, este poderia recusar. Entretanto, cabe ressaltar que
a administração pública, possui instrumentos como como a desapropriação por
necessidade pública, a Requisição de bens no caso de iminente perigo público,
para fazer valer sua vontade.

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