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Pablo Picasso, A Estudante, 1919.

GRAMATICA
Ficha 1
Variação e mudança linguística

1. Associa as línguas românicas, listadas na coluna A, às regiões ou países europeus onde são faladas, presentes na coluna B.
Pode haver mais do que uma associação.

A B

1. Sardo a) França 1.
2. Catalão 2.
b) Espanha
3. Corso 3.
c) Roménia
4. Romeno 4.
5. Galego d) Portugal 5.
6. Castelhano e) Sardenha 6.
7. Francês 7.
f) Itália
8. Português 8.
g) Suíça
9. Italiano 9.

10. Romanche h) Córsega 10.

2. Observa as bandeiras dos países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
2.1 Identifica-os a partir da sua bandeira.

1. 2. 3. 4.

5. 6. 7. 8. 9.

3. Na lista abaixo, associa os regionalismos (verde) às palavras da língua-padrão (laranja).

• alcagoita • batata • sertã • irritado • testo • cadeado

• calcar • basta • rodilha • frigideira • avondo • espreitar • aloquete

• sobreiro • marafado • tampa • borrona • pisar • semilha

• amendoim • assomar • pano da louça • chaparro • marcador

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Ficha 2
Variedades do português e crioulos

1. Lê atentamente os seguintes excertos.

Texto A Texto B
Tinha levantado, parecia as palavras punham-lhe mais Meu passado me pesa: minha infância morreu cedo,
força e juventude e ficou parada na frente do neto. A eu tive que carregar esse peso morto em minha vida. Aos
cabeça grande do menino toda encolhida, via-se ele estava seis anos tomei lugar de meu avô no barco, dois anos
procurar ainda uma desculpa melhor que todas desses dias, depois meu pai perdia o juízo […]. Minha mãe, antes de
sempre que vavó adiantava xingar-lhe de mangonheiro ou morrer, me entregou na igreja. […] Mas eu queria era
suinguista, só pensava em bailes e nem respeito mesmo no regressar ao mar e cedo troquei livro por rede. Sempre
pai, longe, na prisão, ninguém mais que ganhava para a entregando muito e recebendo pouco. Meu avô Celes-
cubata, como é que iam viver, agora que lhe despediram na tiano culpava meu pai dessa má sorte.
bomba de gasolina porque você dormia tarde, menino?… − Esse meu filho Agualberto, cabisburro como é […],
nem abençoou o barco dele.
Luandino Vieira, «Vavó Xixi», in Luuanda, 9.ª edição,
Lisboa, Edições 70, 1988, p. 18. Mia Couto, Mar me quer, 9.ª edição,
Lisboa, Editorial Caminho, 2007, p. 14.

Texto C
O ônibus é um calhambeque e sobe a serra superlotado. Vai passageiro em pé, perdi meu lugar na janela, meu
vizinho de banco é corpulento […]. Rio porque me lembro de quando íamos para o sítio de carro com meus pais, eu
e minha irmã no banco traseiro.
Chico Buarque, Estorvo, Lisboa,
Impresa Publishing, 2010, p. 71.

1.1 Identifica as diferenças abaixo indicadas entre as variedades do português dos textos transcritos e a variedade europeia.
a) Texto A: duas diferenças lexicais, três sintáticas e um neologismo.

............................................................................................................................................
b) Texto B: duas diferenças sintáticas e um neologismo.
............................................................................................................................................
c) Texto C: duas diferenças lexicais e uma diferença sintática.

............................................................................................................................................

2. Atenta nas seguintes frases em crioulo de Cabo Verde.


2.1 Associa as frases à respetiva tradução em português.
Crioulo Português

1. Fumu ta due kabesa. a) Eles mataram-se.


2. Katxor fara osu. b) Eles estão espantados.
3. Es tene odju ragaladu. c) Aquele livro é dele.
4. Kel libru la e di sel. d) O fumo faz doer a cabeça.
5. N kunpra un kasa. e) O cão farejou o osso.
6. Es mata kabesa. f) Eu comprei uma casa.

2.2 Com base no léxico apresentado no exercício anterior, justifica que o crioulo de Cabo Verde é de base portuguesa.

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Ficha 3
Processos fonológicos
Palavras convergentes e divergentes

1. Lê excertos de cantigas da lírica trovadoresca da autoria de João Garcia de Guilhade.

Amigas, o meu amigo Amigas, que Deus vos valha, quando


dizedes que faz enfinta veer meu amigo,
em cas d,el-rei da mia cinta, ~ outras enquant,el falar
falade sempr,uas
e vede,lo que vos digo: comigo,
mando-me-lh,eu que s,enfinga ca muitas cousas diremos
da mia cinta e x,a cinga. que ante vós nom diremos.

João Garcia de Guilhade, in Cantigas Medievais Galego Portuguesas (base de dados online), Lisboa, Cantigas de Santa Maria (pormenor),
Instituto de Estudos Medievais, FCSH, http://cantigas.fcsh.unl.pt (consultado em outubro de 2015). Afonso X (1221-1284).

1.1 Identifica os processos fonológicos ocorridos nos seguintes vocábulos.


a) dizedes > dizeis .....................................................................................................................
b) mia > minha ..........................................................................................................................
c) veer > ver ..............................................................................................................................
d) ante > antes ..........................................................................................................................

2. Indica os processos fonológicos ocorridos nas seguintes palavras.

Evolução da palavra Processos fonológicos


a) STELLA- > estrela
b) ASINU- > asno
c) FILIU- > filho
d) LACRIMA- > lágrima
e) FLAMMA- > chama
f) REGE- > ree > rei
g) NOCTE- > noite
h) IPSU- > isso
i) DOLORE- > door > dor
j) STARE > estar
k) LILIU- > lírio
l) SEMPER > sempre
m) AMARE > amar
n) I > aí

3. Identifica o processo fonológico ocorrido nas seguintes derivações.


a) mala > malinha b) pelo > peludo c) Sol > solarengo
3.1 Explica o processo fonológico que identificaste.

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4. Apresenta três exemplos de palavras atuais cujos étimos se apresentam abaixo.

Étimo Palavras atuais


CIVITAS (latim)
AGROS (grego)
DIGITU- (latim)
PHOBOS (grego)
LACTE- (latim)
PHOTOS (grego)
TEMPU- (latim)
PATHOS (grego)

5. Seleciona da caixa as palavras provenientes dos étimos indicados nos quadros seguintes, de forma a completá-los corretamente.

• duplo • chama • flama • solitário • solteiro • frígido

• frio • inteiro • coalhar • dobro • coagular • íntegro

1. DUPLU- 2. FRIGIDU- 3. SOLITARIU-

VIA ERUDITA VIA POPULAR VIA ERUDITA VIA POPULAR VIA ERUDITA VIA POPULAR

a) ________ b) ________ a) ________ b) ________ a) ________ b) ________

4. COAGULARE 5. FLAMMA- 6. INTEGRU-

VIA ERUDITA VIA POPULAR VIA ERUDITA VIA POPULAR VIA ERUDITA VIA POPULAR

a) ________ b) ________ a) ________ b) ________ a) ________ b) ________

5.1 Designa as palavras que têm formas atuais diferentes e provêm do mesmo étimo latino.
...............................................................................................................................................................

6. Completa o quadro seguinte.


Étimos Palavra atual
FILU- (nome)
a) ______________________________
FIDO (verbo)
SANU- (adjetivo)
b) ______________________________
SUNT (verbo)
RIVU- (nome)
c) ______________________________
RIDEO (verbo)
LIBRU- (nome)
d) ______________________________
LIBERO (verbo)

6.1 Designa as palavras que têm formas atuais iguais e provêm de étimos latinos diferentes.

.......................................................................................................................................
6.2 Refere como se classificam quanto à relação que estabelecem entre si (som, grafia e significado).

.......................................................................................................................................
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Ficha 4
Processos regulares e irregulares
de formação de palavras

1. Lê o seguinte texto.

Os bonitos namoram sempre com bonitos?


Há uma exceção…
Sim, todos conhecemos exceções. Mas, regra geral, observando
o nosso grupo de amigos, os nossos colegas ou caminhando nas
ruas de uma cidade, constatamos que os homens considerados
mais bonitos tendem a namorar mulheres bonitas. E vice-versa.
5 A tendência tem sido confirmada por estudos nas áreas da
psicologia e da biologia, mas uma psicóloga da Universidade do
Texas, em Austin, Lucy Hunt, publicou um trabalho na revista
Psychological Science, identificando uma situação em que as regras
Jean-Auguste-Dominique Ingres,
da atração caem por terra. […] Paolo e Francesca, 1819.
10 Numa pesquisa feita com 167 casais, perguntou-se a estes pares como se conheceram e começaram a namorar:
40% responderam que já eram amigos antes de se relacionarem intimamente; 41% responderam que começaram
imediatamente a namorar, fruto de uma paixão à primeira vista ou de um tradicional «engate»; os restantes 19%
não souberam precisar as circunstâncias do início da relação.
Posteriormente, as imagens dos elementos destes casais foram exibidas a um grupo de estudantes universitários
15 que se encarregou de avaliar a atratividade numa escala de 1 a 7.
E o que os investigadores do Texas descobriram então é que os membros dos casais que não eram amigos antes
de serem amantes têm notas praticamente iguais. Um «sete» anda com uma «sete». Uma «três» namora com um
«três». Já no caso dos amigos que mais tarde se tornam namorados há uma disparidade maior. Um «sete» pode
namorar com uma «dois», por exemplo. Portanto, enquanto no primeiro grupo existe uma correlação média de
20 atratividade de 0,46, no segundo grupo, o dos amigos que se tornam namorados, a correlação é apenas de 0,18.
Segundo Hunt, a conclusão é que uma amizade prévia dá tempo aos dois parceiros para amadurecer a relação
e conhecer atributos mais subtis como a inteligência e a fiabilidade. Ou seja, se um indivíduo menos bonito tiver
tempo e oportunidade para mostrar que tem outros atributos interessantes, este tem boas hipóteses de se tornar
amante de alguém considerado mais atraente. Já nos casos de amor ao primeiro olhar, a biologia fala mais alto,
25 e pessoas de iguais níveis de atratividade tendem inconscientemente a aproximar-se.
http://www.ionline.pt (texto adaptado, consultado em dezembro 2015).

1.1 Identifica o processo de formação de palavras dos vocábulos abaixo.


a) «vice-versa» (l. 4) ...............................................................
b) «psicologia» (l. 6) ..............................................................
c) «engate» (l. 12) ................................................................
d) «Posteriormente» (l. 14) .....................................................
e) «amadurecer» (l. 21) ..........................................................
f) «olhar» (l. 24) ....................................................................
g) «inconscientemente» (l. 25) ................................................

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Processos irregulares de formação de palavras
2. Lê o excerto seguinte, retirado de um poema de Jorge de Sena.

Purília amancivalva emergidanto,


imarculado e rósea, alviridente,
na azúrea juventil conquinomente
transcurva de aste o fido corpo tanto…
Tenras nadáguas que oculvivam quanto
palidiscuro, retradito e olente
é mínimo desfinta, repente,
rasga e sedente ao duro latipranto. […]
«Urânia», de Jorge de Sena

Jean-Auguste-Dominique Ingres,
2.1 Identifica o processo de formação dos neologismos destacados a cor. A Banhista, 1808.

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2.2 Indica as palavras-base desses elementos destacados.
.......................................................................................................................................

3. Atenta nos seguintes balões.


B
«Depois de consultar C
os ratings do PSI-20, «– Comprei ontem um
A
resolvi investir num computador com o Windows 10
«Epá, ontem joguei FIFA na minha
chalé, porque consigo PRO por uma pechincha!»
PS4, marquei um penálti, que mais
um bom financiamento, «– Pois eu preferia um Mac
parecia um jogador de
devido aos baixos com processador i5 8GB
futsal a fazer um chapéu por
valores da Euribor de RAM.»
cima do guarda-redes!»
e aos spreads.»

3.1 Completa a tabela com os processos irregulares de palavras, retirando dos balões os exemplos adequados.

Empréstimo Truncação Extensão semântica Sigla Acrónimo Amálgama

4. Identifica o processo de formação das seguintes palavras.


a) cusca ................................................................. e) leitor (de DVD) ......................................................
b) analfabruto ......................................................... f) PALOP ................................................................
c) ADN ................................................................... g) chantili ................................................................
d) FIL ..................................................................... h) Quim ...................................................................

4.1 Indica os vocábulos que a sigla, os acrónimos e as truncações acima representam.

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Ficha 5
Arcaísmos e neologismos

1. Lê excertos da Carta de Achamento do Brasil, de Pero Vaz de Caminha.

Eram pardos, todos nus, sem cousa nenhuma que lhes cobrisse suas vergonhas…
[…] houvemos vista de terra, […] primeiramente dum grande monte, muito alto e redondo, e doutras serras
mais baixas a sul dele e de terra chã com grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs o nome o Monte
Pascoal e à terra a Terra de Vera Cruz!
[…] e ao sol-posto, obra de seis léguas de terra, lançamos âncoras em dezanove braças – ancoragem limpa.
5 Ali ficámos toda aquela noute. E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos direitos à terra e os navios
pequenos diante, por dezassete, dezasseis, […] braças até meia légua de terra, onde todos lançámos âncoras em
direito da boca dum rio. […]
Dali houvemos visto de homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo os navios pequenos
disseram, por chegaram primeiro. […]
10 [E]ram ali dezoito ou vinte homens pardos, todos nus, sem cousa nenhuma que lhes cobrisse suas vergonhas.
Traziam arcos nas mãos e suas setas. Vinham todos rijos para o batel e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pusessem
os arcos. E eles os puseram.
[…] Somente lhes deu um barrete vermelho e uma carapuça de linho, que levava na cabeça, e um sombreiro
preto. E um deles lhe deu um sombreiro de penas de aves, compridas, com uma copazinha pequena de penas ver-
15 melhas e pardas, como de papagaio, e outro lhe deu um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem
parecer de aljaveira, as quais peças creio que o capitão manda a Vossa Alteza. […]
A noute seguinte ventou tanto sueste com chuvaceiros, que fez caçar as naus e especialmente a capitana […].
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
Pero Vaz de Caminha
Pero Vaz de Caminho, «Carta de Pero Vaz de Caminha a el-rei D. Manuel», Projeto Vercial
(www.alfarrabio.di.uminho.pt, consultado em janeiro de 2016).
.
1.1 Seleciona do texto quatro arcaísmos. Atualiza-os.

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1.2 Atenta no seguinte passo «e outro lhe deu um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer de
aljaveira». Explicita de que forma este trecho pode ajudar a esclarecer o contexto em que surgem os neologismos.

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2. Retira os neologismos presentes nas imagens. Explicita o seu processo de formação.

......................................................................................................................................................................

Quino, Toda a Mafalda, edição comemorativa dos 50 anos, Lisboa, Babel, 2014, p. 150. João Montanaro, «Juventude Digital»,
joaomontanaro.blogspot.pt.
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Ficha 6
Nome e adjetivo

1. Lê o seguinte excerto.

A elegância de uma dama


Ana ficou o primeiro dia em casa e recusou-se a receber todas Anna Karenina, de Joe Wright, 2012.

as pessoas que ao saberem da sua chegada iam visitá-la. Passou a manhã junto de Dolly e dos sobrinhos e escreveu
uma carta ao irmão, aconselhando-o a jantar em casa. «Vem. Deus é misericordioso!», dizia-lhe unicamente.
Oblonski jantou com a família; a mulher tratou-o por tu à mesa, conquanto as suas relações continuassem frias,
5 mas já não se falava de separação e Estêvão teve esperança de virem a reconciliar-se. Kitty chegou depois do jantar.
Conhecia Ana muito pouco e entrou inquietíssima, pensando como seria recebida por aquela grande senhora de
S. Petersburgo, tão falada em todos os salões. Mal a viu, sentiu-se à vontade com ela. Ana surpreendeu-se da frescura e
da beleza da rapariga e esta pela sua parte sentiu logo viva simpatia por ela. Nada revelava em Ana a grande senhora ou
sequer a mãe de família. Pela sua elegância admirável, pela animação do rosto, pela graça, julgar-se-ia uma solteirinha
10 de vinte anos, se uma expressão séria e quase triste não lhe nublasse o olhar. Ainda assim era muito simples e cheia de
naturalidade; o seu porte revelava, para quem atentasse bem nela, uma distinção superior, inacessível a uma menina.
Leão Tolstoi, Ana Karenina, vol. I, Lisboa, Editorial Minerva, s.d., p. 77.

1.1 Retira do excerto todos os nomes e agrupa-os por subclasses.

...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
1.2 Transcreve um nome no grau diminutivo e indica a expressividade da sua utilização.

...............................................................................................................................................................

2. Encontra, na Sopa de Letras, os nomes coletivos referentes aos conjun- Definições:


tos de seres ou de coisas da mesma espécie indicados ao lado. 1. Conciliábulo – ................................................
2. ................ – reunião de parentes ou intelectuais.
T B A I X E L A R A N A O B I W L M J E B
3. .................... – conjunto de utensílios de mesa.
I E O R T A O R H E B I L A C S Ó A S V L 4. Armento – ......................................................
A F U E O I G M S A E J O D H Z G N A O Á 5. Corso – ..........................................................
I J D J Ã R A E I L T S A V O E R D C C H 6. Matula – ........................................................
L A Í K V B C N É U S H T I R A L E P A C 7. ......................– ajuntamento de cães.
Ú O R O A D O T G T L Ç A R R E I N V B S 8. ................ – conjunto de três dias consecutivos.
T P T W L A I O T A R T F E I Á C B E U I 9. ..................– conjunto das palavras de uma língua.
R É C U A I T I Ç M Ó U Ã O L I E A M L U 10. Récua – .........................................................
E R Q É L N G N E K Q U E I H C V E Í Á Q 11. ............................. – grupo de maltrapilhos.
T S U Y E F I K F A R Â N D O L A Ç P R I 12. Alavão – ......................................................

A I Á R S A J U G Í D E T A W O L X E I N 13. ........................ – conjunto de coisas ou pes-


soas, mais ou menos semelhantes.
O S R O C H O R T O L U B Á I L I C N O C
14. Acervo – ......................................................
15. Boana – ......................................................
16. Capela – ......................................................
17. ......................... – grande quantidade de coisas
ou de pessoas.

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3. Relê o excerto e procede ao levantamento dos adjetivos aí presentes, indicando o grupo nominal a que cada um se
encontra associado.

......................................................................................................................................................................

......................................................................................................................................................................
3.1 Indica um adjetivo que
a) pertença à subclasse dos adjetivos numerais. ..........................................................................................
b) se encontre no grau superlativo absoluto analítico. ...................................................................................
c) se encontre no grau superlativo absoluto sintético. ...................................................................................
3.2 Atenta nas seguintes frases.
a) «[…] pensando como seria recebida por aquela grande senhora de S. Petersburgo, tão falada em todos os
salões.» (ll. 6-7)
b) «Nada revelava em Ana a grande senhora […].» (l. 8)

3.2.1 Coloca o adjetivo da frase b) após o nome a que está associado.

.....................................................................................................................................................

3.2.2 Explicita as diferenças de sentido originadas pela anteposição e pela posposição do adjetivo.

.....................................................................................................................................................

4. Nos seguintes pares de frases, distingue os adjetivos que apresentam um valor restritivo (pospostos) dos que apresentam
um valor não restritivo (antepostos), explicando o seu significado.
a) Há sempre um homem pobre em cada esquina do centro da cidade.
Vimos um pobre homem a olhar para uma carta que tinha nas mãos.

..................................................................................................................................................................
b) A jovem contemplava a pedra preciosa do anel de noivado.
A criança empunhava orgulhosamente uma preciosa pedra que apanhara na margem do rio.

..................................................................................................................................................................

4.1 Substitui o grupo adjetival de cada frase por uma oração subordinada adjetiva relativa.

...............................................................................................................................................................

4.1.1 Indica a conclusão que se pode retirar do exercício anterior relativamente à posição do adjetivo.

.....................................................................................................................................................

5. Apresenta o grau superlativo absoluto sintético dos seguintes adjetivos.


a) ágil ................................................................... j) louvável .............................................................
b) agradável .......................................................... k) miserável ...........................................................
c) agudo ............................................................... l) mísero ...............................................................
d) atroz ................................................................ m) miúdo ...............................................................
e) capaz ............................................................... n) próspero ............................................................
f) comum ............................................................. o) sábio .................................................................
g) feroz ................................................................ p) simpático ..........................................................
h) horrível ............................................................. q) vão ...................................................................
i) jovem ............................................................... r) voraz .................................................................

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Ficha 7
Determinante, quantificador e pronome

1. Lê o seguinte excerto.

Um percurso atribulado
Ainda não chegara à cancela do jardim quando o meu senhorio me gritou
que esperasse um momento e se ofereceu para me acompanhar através do
descampado. Foi bom tê-lo feito, pois toda a encosta parecia um mar branco
encapelado, com ondulações que não correspondiam às do terreno. Muitas
5 covas estavam cheias de neve, e uma série de montículos de desperdícios das
pedreiras tinha desaparecido do roteiro que o meu passeio da véspera me dei- O Monte dos Vendavais,
xara impresso na memória. Observara, num lado da vereda, a intervalos de seis de Andrea Arnold, 2011.

ou sete jardas, uma fileira de pedras altas em toda a extensão do baldio; ali as haviam colocado e coberto de cal
para nos orientarmos no escuro da noite, e também para quando um nevão, como aquele, confundisse os fundos
10 pauis1 marginais com o solo mais firme. […] Trocámos meia dúzia de palavras e ele parou à entrada do parque
próximo da Herdade dos Tordos, dizendo que daí em diante já não poderia extraviar-me. […] A distância do por-
tão até à Herdade é de duas milhas, mas creio que não palmilhei menos de quatro, perdendo-me entre as árvores
e afundando-me na neve quase até ao pescoço. Só quem já se viu em semelhantes apuros é que poderá avaliar a
minha aflição. Apesar de tudo consegui chegar a casa. Batiam as doze badaladas do meio-dia quando lá entrei, o
15 que corresponde a uma hora justa por cada milha do trajeto habitual desde o Monte dos Vendavais.
Emily Brontë, O Monte dos Vendavais, Lisboa, Portugália Editora, 1965, pp. 34-35.
1 Paul: terreno alagado com água estagnada.

1.1 Retira do excerto todos os determinantes (formas simples), quantificadores e pronomes.

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...............................................................................................................................................................
1.2 Indica a informação que podemos retirar do excerto acerca do narrador, através da utilização dos determinantes e
dos pronomes na primeira pessoa.

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2. Assinala a opção que te permite obter uma afirmação correta.


2.1 A única frase que não contém determinantes é
(A) «A porta comunicava com a sala comum onde já se movimentavam as mulheres da casa.»
(B) «Ordenei-lhes que se calassem, visto que eu tinha voltado […].»
(C) «Mantinha a mão erguida diante dos olhos […].»
(D) «Então, ela voltou a cara para ele […].»

2.2 A única frase que contém quantificadores numerais é


(A) «Houve um silêncio.»
(B) «Tivera, pois, razão em se encafuar atrás de um banco, ao ver entrar em casa uma donzela tão airosa.»
(C) «A mobília consistia numa cadeira, um roupeiro e uma imensa caixa de carvalho.»
(D) «Outras eram em forma de diário, com uma caligrafia tosca e infantil.»

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2.3 A frase que apresenta um quantificador numeral que expressa uma fração é
(A) «Os doze anos que se seguiram […] foram os mais felizes da minha vida.»
(B) «O senhor Linton esteve fora três semanas.»
(C) «O relógio bateu oito horas, depois nove.»
(D) «Na manhã do quinto dia, […] ouvi aproximar-se um passo diferente.»

2.4 A frase «Tinha de lhe dar a terrível notícia, e urgia que o fizesse» apresenta a seguinte sequência de determinantes
e/ou pronomes:
(A) Pronome pessoal (forma de complemento indireto), determinante artigo definido e pronome demonstrativo.
(B) Pronome pessoal (forma de complemento indireto), determinante artigo definido e pronome pessoal
(forma de complemento direto).
(C) Pronome pessoal (forma de complemento indireto), pronome pessoal (forma de complemento direto)
e pronome demonstrativo.
(D) Pronome pessoal (forma de complemento direto), determinante artigo definido e determinante
artigo definido.
2.5 A expressão em que o pronome «me» apresenta a forma de complemento direto é
(A) «Ocorreu-me então a ideia […].»
(B) «Esta resposta brusca fez-me estremecer.»
(C) «Não me parecia crível […].»
(D) «Indique-me alguns pontos de referência […].»

3. Indica a classe e a subclasse dos relativos presentes nas seguintes frases:

a) O livro O Monte dos Vendavais, cuja autora é Emily Brontë, apresenta uma história fascinante.
..................................................................................................................................................................
b) Heathcliff, a personagem que percorre toda a obra, tenta consumar uma vingança pessoal.
..................................................................................................................................................................
c) O Monte dos Vendavais é o local onde morava Heathcliff.
..................................................................................................................................................................
d) Há quem jure ver os fantasmas de Catherine e de Heathcliff a vaguear pelos montes.
..................................................................................................................................................................
e) O livro do qual a professora tanto falava é realmente interessante.
..................................................................................................................................................................

4. Identifica os pronomes relativos presentes nas frases e indica os respetivos antecedentes.


a) Catherine foi a rapariga por quem Heathcliff se apaixonou.
..................................................................................................................................................................
b) A personagem a quem foi contada a história fora mal recebida por Heathcliff.
..................................................................................................................................................................
c) O Monte dos Vendavais, que é um clássico, já teve várias adaptações ao cinema.
..................................................................................................................................................................
d) Os livros entre os quais encontrei O Monte dos Vendavais são muito antigos.

..................................................................................................................................................................

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5. Indica a classe e a subclasse dos vocábulos sublinhados.
a) Que razões terão conduzido a tal vingança?

..................................................................................................................................................................
b) Que disseste na aula sobre o livro?

..................................................................................................................................................................
c) Qual história preferes, esta ou a que lemos antes?

..................................................................................................................................................................
d) Quem adaptou este livro para o cinema?
..................................................................................................................................................................

6. Indica o valor do pronome pessoal «se», estabelecendo as correspondências corretas entre as frases da coluna A e o res-
petivo valor presente na coluna B.

A B

a) Hoje em dia, corre-se muito nas ruas. a)


1. Valor reflexo.
b) Arrependeu-se, mal proferiu aquelas palavras. b)
c) O barco afundou-se junto ao molhe. c)
d) Os dois beijaram-se, após um longo abraço. 2. Valor recíproco. d)
e) Na escola, ouvem-se alguns rumores sobre o acontecimento. e)
f) Ele feriu-se com uma lasca de madeira. 3. Valor inerente. f)
g) Eles riram-se das palhaçadas do amigo. g)
h) Na aldeia, vendem-se maçãs biológicas. 4. Valor impessoal. h)
i) Esforçou-se para atingir os objetivos propostos. i)
j) Olhou-se no espelho e fez uma careta de desaprovação. j)
5. Valor passivo.
k) Fala-se em demasia da vida dos outros. k)

6.1 Completa as afirmações que se seguem com os valores presentes no quadro.


a) O pronome pessoal surge apenas com a forma «se» quando apresenta os valores

..........................................................................................................................................................
b) O pronome pessoal surge nas várias pessoas gramaticais quando ocorre com os valores

..........................................................................................................................................................
6.2 Comprova o valor passivo do pronome pessoal «se», colocando a(s) respetiva(s) frase(s) na voz passiva.
...............................................................................................................................................................
6.3 Indica as alíneas do quadro que apresentam frases em que
a) o «se» exprime um sujeito indeterminado, parafraseável por «há pessoas que», «há quem» ou «alguém».

..........................................................................................................................................................
b) o «se» indica que uma única entidade é simultaneamente agente e paciente da ação expressa pelo verbo, ao
qual se podem juntar expressões como «a mim/ti/si próprio/mesmo».

..........................................................................................................................................................

15
Ficha 8
Verbo

1. Lê as seguintes tiras da banda desenhada Zits em Concerto.

Jerry Scott e Jim Borgman, Zits em Concerto,


Lisboa, Gradiva, 2015.
1.1 Transcreve da primeira tira as formas verbais de acordo com a classificação indicada.
a) dois verbos copulativos ................................ c) um verbo intransitivo ...............................................
b) um verbo transitivo direto ............................ d) dois verbos transitivos indiretos ................................
1.2 Identifica os complexos verbais presentes nas duas tiras e classifica os respetivos verbos auxiliares.

...............................................................................................................................................................

...............................................................................................................................................................

1.2.1 Explicita o valor de cada um dos complexos verbais.


.....................................................................................................................................................

.....................................................................................................................................................
1.3 Indica o tempo e o modo das seguintes formas verbais.
a) «tenho andado» .......................................... c) «levantasses» .............................................
b) «tenho de ir» .............................................. d) «chegavas» ................................................
1.4 Passa para o discurso indireto a frase «Então é isto que eu tenho andado a perder.», iniciando-a por:
Jeremy afirmou, ironicamente, ...................................................................................................................

1.4.1 Indica as alterações ocorridas nos tempos verbais.

.....................................................................................................................................................

.....................................................................................................................................................
16
2. Lê atentamente o seguinte excerto.

A revelação
− Sei que é demasiado generosa para zombar de mim. Se os
seus sentimentos são ainda os mesmos que manifestou em abril
passado, diga-mo com franqueza. O meu afeto e os meus dese-
jos são os que manifestei nessa altura, mas basta-me uma palavra
5 sua e nunca mais lhe falarei no assunto. Orgulho e Preconceito, de Joe Wright, 2005.

Elizabeth estava comovidíssima, mas, adivinhando-lhe a ansiedade, fez um esforço para lhe responder. Hesitante
e atrapalhada, disse-lhe, contudo, o suficiente para ele compreender que os seus sentimentos se tinham modificado
por completo desde a época a que aludia, e acolhia agora com prazer aquilo que nessa altura rejeitara. A felicidade
que esta resposta causou em Darcy foi a maior que ele jamais sentira e soube exprimir o seu contentamento em
10 termos entusiásticos que revelavam o homem intensamente apaixonado. Se Elizabeth tivesse tido a coragem de
erguer os olhos, verificara como essa paixão lhe iluminava o semblante, mas, ouvindo-o, pôde aquilatar1 o valor
que ele dava ao seu afeto, tornando assim o dele mais digno de apreço também.
Continuaram a caminhar ao acaso, porque estavam demasiado absorvidos pelos próprios pensamentos, para
poderem prestar atenção ao que os rodeava.
Jane Austen, Orgulho e Preconceito, 4.ª edição,
1 Aquilatar: avaliar, apreciar. Lisboa, Romano Torres, 1972, p. 268.

2.1 Classifica as formas verbais, associando a cada uma o número correspondente da lista destacada à direita.

a) «falarei» (l. 5) 1. Verbo transitivo direto


b) «estava» (l. 6) 2. Verbo transitivo indireto
c) «adivinhando» (l. 6) (com complemento oblíquo)

d) «responder» (l. 6) 3. Verbo transitivo indireto


(com complemento indireto)
e) «sentira» (l. 9)
4. Verbo transitivo direto e indireto
f) «iluminava» (l. 11)
5. Verbo transitivo predicativo
g) «tornando» (l. 12)
h) «rodeava» (l. 14) 6. Verbo copulativo

2.2 Classifica os verbos auxiliares dos seguintes complexos verbais e indica o tempo e o modo em que se encontram.
a) «tinham modificado» (l. 7) ....................................................................................................................
b) «tivesse tido» (l. 10) .............................................................................................................................
c) «pôde aquilatar» (l. 11) ........................................................................................................................
d) «Continuaram a caminhar» (l. 13) ..........................................................................................................
e) «poderem prestar» (l. 14) ......................................................................................................................
2.3 Justifica o predomínio do modo indicativo no excerto acima transcrito.

...............................................................................................................................................................
2.4 Indica se as formas verbais destacadas se encontram no futuro do conjuntivo ou no infinitivo pessoal.
a) Se Elizabeth e Darcy falarem sobre o passado, tudo ficará esclarecido.

........................................................................................................................................
b) Os dois prolongaram o passeio para falarem sobre o passado.

........................................................................................................................................
17
Ficha 9
Classes de palavras invariáveis ou não flexionadas
(advérbios, preposições, interjeições, conjunções)

1. Lê a seguinte crónica de Miguel Esteves Cardoso.

Os amigos nunca são para as ocasiões


Os amigos nunca são para as ocasiões. São para sempre. A ideia
utilitária da amizade, como entreajuda, pronto-socorro mútuo, troca
de favores, depósito de confiança, sociedade de desabafos, mete nojo.
A amizade é puro prazer. Não se pode contaminar com favores e ajudas,
5 leia-se dívidas. Pede-se, dá-se, recebe-se, esquece-se e não se fala mais
nisso.
A decadência da amizade entre nós deve-se à instrumentalização que
tem vindo a sofrer. [...] Se alguém «falta» ou «não corresponde», se
não cumpre as obrigações contratuais, é logo condenado como «mau»
Andre Kohn, Amigos, [s.d.].
10 amigo e sumariamente proscrito. Está tudo doido. Só uma miséria des-
tas obriga a dizer o óbvio: os amigos são as pessoas de que nós gostamos e com quem estamos de vez em quando.
[...]
Os amigos têm de ser inúteis. Isto é, bastarem só por existir e, maravilhosamente, sobrarem-nos na alma só
por quem e como são. O porquê, o onde e o quando não interessam. A amizade não tem ponto de partida, nem
15 percurso, nem objetivo. É impossível lembrarmo-nos de como é que nos tornámos amigos de alguém ou pensar-
mos no futuro que vamos ter.
A glória da amizade é ser apenas presente. É por isso que dura para sempre; porque não contém expectativas
nem planos nem ansiedade.
Miguel Esteves Cardoso, Explicações de Português, Lisboa, Assírio & Alvim, 2001.

1.1 Transcreve do texto:

a) uma locução adverbial com valor de tempo.

b) três advérbios com valor de tempo.

c) dois advérbios com valor de exclusão.

d) dois advérbios com valor de modo.

e) um advérbio de negação.

f) um advérbio de quantidade e grau.

18
2. Acrescenta advérbios às frases seguintes, de acordo com os valores indicados.
a) «A amizade é puro prazer.» (dúvida) ...............................................................................................................
b) «Os amigos têm de ser inúteis.» (inclusão) ......................................................................................................
c) «A ideia utilitária da amizade mete nojo.» (afirmação) .......................................................................................
d) «Os verdadeiros amigos estão sempre no nosso coração.» (lugar) ........................................................................

3. Sublinha o «intruso» em cada conjunto, sublinhando-o.


bastante somente depressa

quase assim
salvo
apenas senão sobretudo

demasiado até

b) advérbios de exclusão
c) advérbios de modo
a) advérbios de quantidade

4. Completa as frases com as preposições indicadas.

a) Aconselho-o ............. abster-se ............. fazer comentários maldosos.


perante
b) Pobre Luísa, enganava-se a si própria ............. falsas esperanças. sobre
c) Vamos todos refletir ............. o assunto. a
entre
d) Este valor multiplica-se ............. cinco.
de
e) Retraiu-se ............. as dificuldades do percurso. contra
com
f) O bairro inteiro levantou-se ............. a decisão da Câmara.
por
g) Camões distinguiu-se ............. os melhores poetas portugueses.

5. Completa os seguintes slogans publicitários com as preposições ou contrações de preposições adequadas.


a) «O prazer ............. culpa.»
b) «Tou xim? É ............. mim.»
c) «Sentir-se bem começa ............. dentro.»
d) «............. cantar ............. 1919.»
e) «Podia viver ............. ela, mas não era a mesma coisa.»
f) «Se eu não cuidar ............. mim, quem cuidará?»
g) «Beba ............. moderação.»
h) «Paixão ............. café.»
i) «Vamos ............. Vanessa?»

19
6. Escolhe a opção correta quanto ao valor das interjeições nas frases seguintes.

a) Oxalá não chova no domingo! d) Caramba, como tu cresceste!

(A) receio (A) resignação

(B) desejo (B) chamamento

(C) aplauso (C) surpresa

b) Viva, há quanto tempo não te ouvia? e) Francamente, tantos erros no teste!

(A) desejo (A) desaprovação

(B) desculpa (B) advertência

(C) saudação (C) satisfação

c) Rua, não te quero ver mais aqui! f) Ufa! Estava a ver que perdia o comboio!

(A) desejo (A) alívio

(B) ordem (B) dúvida

(C) receio (C) receio

7. Lê um excerto de outra crónica de Miguel Esteves Cardoso.

Manha n.º 5: o número dos pais dos outros


Esta manha é negativa. Nunca, mas nunca proteste «Mas os pais das minhas amigas deixam», porque todos os
pais estão completamente a marimbarem-se para os pais dos outros. Só há dois tipos de Pais dos Outros; há os
Baldas, que deixam os filhos serem comidos pelo cancro da promiscuidade, e há os Tiranos, que batem nos filhos
só por eles não serem adultos. Os Pais dos Outros é para esquecer. Mencioná-los é como dizer que se vai jogar
5 golf com o diabo para justificar não ir à missa. Ou são piores ou são melhores do que os nossos. Se são piores, não
interessam. Se são melhores, irritam.
Miguel Esteves Cardoso, Os Meus Problemas, 8.ª edição, Lisboa, Assírio & Alvim, 1991, p. 108.

7.1 Atenta nas conjunções e locuções conjuncionais sublinhadas no texto e distribui-las no quadro abaixo.

Conjunções e locuções conjuncionais

Coordenativas Subordinativas adverbiais Subordinativas substantivas

7.2 Identifica as respetivas subclasses.

...............................................................................................................................................................

7.3 Atenta nas palavras a negrito no texto. Justifica o facto de não estarem incluídas no quadro acima, classificando-as.

...............................................................................................................................................................

20
Ficha 10
Pronominalização

1. Atenta na seguinte tira de banda desenhada.

Quino, Toda a Mafalda, 2.ª edição,


Lisboa, Dom Quixote, 1987.

1.1 Transcreve da tira as formas verbais conjugadas pronominalmente.


...............................................................................................................................................................

1.1.1 Indica a função sintática dos pronomes presentes nessas formas verbais.
.....................................................................................................................................................

2. Reescreve as seguintes frases, substituindo a expressão destacada por um pronome.


a) Afinal, tinha o livro de Antero de Quental na estante.
.................................................................................................................................................................
b) Emprestei vários livros aos meus amigos.
.................................................................................................................................................................
c) Almeida Garrett e Camilo Castelo Branco escreveram obras românticas.
.................................................................................................................................................................
d) Dispõe os livros por ordem alfabética.
.................................................................................................................................................................
e) Este ano, vou abordar as grandes obras portuguesas do século XIX.
.................................................................................................................................................................
f) Almeida Garrett foi um escritor romântico e Camilo Castelo Branco também foi um escritor romântico.
.................................................................................................................................................................
g) Tens lido a obra do Projeto de Leitura.
.................................................................................................................................................................
h) Ele tem lido a obra do Projeto de Leitura.
.................................................................................................................................................................
i) Ninguém considera Cesário Verde um poeta romântico.
.................................................................................................................................................................
j) – Como conseguiu escrever tantas obras? – perguntaria a Camilo, se pudesse.
.................................................................................................................................................................
k) A professora quer falar comigo e com o meu colega.
.................................................................................................................................................................
l) No ano passado, fiz um trabalho sobre Luís de Camões.
.................................................................................................................................................................

21
m) Sempre tive o hábito de ler.
.................................................................................................................................................................
n) A professora pediu aos alunos que escrevessem um texto sobre a obra lida.
.................................................................................................................................................................
o) Se tivesse tempo, leria todos os discursos de Almeida Garrett.
.................................................................................................................................................................
p) Na próxima aula, os alunos apresentarão um trabalho sobre Os Maias.
.................................................................................................................................................................
q) Os alunos encontraram-se com um escritor e um jornalista.
.................................................................................................................................................................
r) Agora, vou escrever o texto sobre os livros que já li.
.................................................................................................................................................................

3. Atenta no seguinte quadro.

Combinações e contrações dos pronomes átonos


mos = me + os mas = me + as
mo = me + o ma = me + a
tos = te + os tas = te + as
to = te + o ta = te + a
lhos = lhe + os lhas = lhe + as
lho = lhe + o lha = lhe + a
no-los = nos + [l]os no-las = nos + [l]as
no-lo = nos + [l]o no-la = nos + [l]a
vo-los = vos + [l]os vo-las = vos + [l]as
vo-lo = vos + [l]o vo-la = vos + [l]a
lhos = lhes + os lhas = lhes + as

Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 21.ª edição,
Lisboa, Edições João Sá da Costa, 2014, p. 391.

3.1 A partir da leitura do quadro transcrito, reescreve as seguintes frases, substituindo a expressão destacada por um pronome.
a) Ofereceram-me dois belos livros no Natal.
..............................................................................................................................................
b) Disse-lhe toda a verdade.
..............................................................................................................................................
c) Se tivesse tempo, leria uma história às minhas irmãs.
..............................................................................................................................................
d) Entregar-lhes-ei um exemplar de cada autor.
..............................................................................................................................................
e) Relatei-vos a história original.
..............................................................................................................................................
f) A professora mostrou-nos a capa original de Amor de Perdição.
..............................................................................................................................................
g) Relatar-vos-emos a história de Simão com a ênfase requerida.
..............................................................................................................................................
h) Se pudesse, facultaria uma biblioteca completa a ti e aos teus colegas.
..............................................................................................................................................
i) Prometeram-nos as edições originais da obra.
..............................................................................................................................................
j) Os alunos teriam apresentado os trabalhos aos colegas, logo no início da aula, se não faltasse a luz.
..............................................................................................................................................

22
Ficha 11
Funções sintáticas I

1. Lê com atenção as tiras de banda desenhada de Lucky Luke – A Mã Dalton, de Morris e Goscinny.

Morris e Goscinny, Lucky Luke – A Mã Dalton, Lisboa, ASA, 2011.

1.1 Identifica o tipo de sujeito presente na coluna A, estabelecendo as ligações adequadas à coluna B.

Coluna A Coluna B

1. «Cactus Junction é uma cidade sem medricas…» a) sujeito subentendido


2. «Fugiu com o seu cabaz e o seu gato…» b) sujeito simples

1.2 Transcreve da prancha as duas frases em que o sujeito está posposto ao verbo.

...................................................................................................................................................

2. Identifica na primeira tira os elementos sintáticos com função de vocativo.

.................................................................................................................................................

23
3. Atenta no primeiro balão da segunda tira. Expande o seu predicado através de dois modificadores com valores de tempo
e modo.

......................................................................................................................................................................

4. Retira da terceira tira uma frase que contenha um elemento sintático com função de predicativo do sujeito.

......................................................................................................................................................................
4.1 Constrói duas frases, selecionando verbos presentes na caixa abaixo. Respeita as sequências indicadas em cada
alínea.

ser ficar permanecer estar parecer andar (= estar) continuar revelar-se tornar-se

a) Modificador (valor de tempo)* + sujeito simples + predicado [verbo + grupo adjetival]


.................................................................................................................................................................
b) Modificador (valor de lugar)* + sujeito composto + predicado [verbo + grupo nominal]
.................................................................................................................................................................
* Modificadores pertencentes ao predicado.

5. Reescreve a terceira fala da terceira tira, respeitando o início abaixo apresentado.

Averell considera Joe e .................................................................................................................................. .


5.1 Completa a tabela, indicando os elementos sintáticos correspondentes.

a) ......................... Predicado Complemento direto d) .........................

Averell b) ......................... c) ......................... inseparáveis

5.2 Identifica os constituintes sintáticos das frases seguintes.


a) Os habitantes de Cactus Junction elegeram Samuel Jackson xerife no ano passado.
...........................................................................................................................................................
b) O xerife e Lucky Luke consideram a Mã Dalton livre.
...........................................................................................................................................................

6. Classifica as afirmações como Verdadeiras (V) ou Falsas (F). V F

a) No segmento textual «[…] acabarias por me ser útil […]», o elemento sublinhado desempenha a fun-
ção sintática de complemento direto.

b) No segmento textual «célebre família cuja descendência regressou a uma penitenciária novinha em
folha […]», os elementos sublinhados desempenham a função sintática de modificador.

c) Na frase «Anda a passear o Rantanplan…», os elementos sublinhados desempenham a função sintá-


tica de predicativo do sujeito.

d) No segmento textual «[…] construída com material à prova de fogo […]», os elementos sublinhados
desempenham a função sintática de complemento do adjetivo e complemento do nome, respetivamente.

6.1 Corrige as falsas.


................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................

24
Funções sintáticas II

1. Lê atentamente os excertos retirados de O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde.

Vocês os pintores são tipos muito estranhos!


No centro da sala, assente num cavalete vertical, estava
o retrato a corpo inteiro de um jovem extraordinariamente
belo e, a uma curta distância à sua frente, sentava-se o pró-
prio artista, Basil Hallward, cujo súbito desaparecimento
5 alguns anos atrás provocara, na altura, muita celeuma e
dera azo às mais estranhas conjeturas. […]
– É a tua obra-prima, Basil, a melhor coisa que alguma
vez fizeste – comentou Lord Henry, languidamente. –
Tens de a enviar à exposição de Grosvenor do ano que
10 vem. […]
– Não me parece que vá enviá-la para lado nenhum –
Dorian Gray, de Oliver Parker, 2009.
respondeu ele […].
– Não a vais enviar para lado nenhum? Mas porquê, meu caro amigo? Perdeste o juízo? Vocês os pintores são
tipos muito estranhos! Fazem tudo na vida para ganhar reputação e, assim que a conquistam, parece que querem
15 atirá-la à rua. […]
– Sei que te vais rir de mim – retorquiu ele –, mas não posso realmente expô-lo. Pus nele demasiado de mim
mesmo.
Lord Henry estendeu-se no divã e desatou a rir.
– Pois, já sabia que te ias rir. Mas não deixa de ser verdade.
20 – Demasiado de ti! Palavra de honra, Basil, não te sabia tão vaidoso. E é que não consigo mesmo ver nenhuma
semelhança entre ti […] e este jovem Adónis que parece feito de marfim e pétalas de rosa. Ora, meu caro Basil,
ele é um Narciso, e tu… bem, é evidente que tens uma expressão intelectual […].
– Dorian Gray? É assim que ele se chama? – perguntou Lord Henry, atravessando o atelier na direção de Basil
Hallward.
25 – Sim, é esse o nome dele. Não fazia intenção de te dizer. […]
– […] Quero que me expliques porque te recusas a expor o retrato de Dorian Gray. Quero a verdadeira razão.
[…]
– Harry – advertiu Basil Hallward, olhando-o cara a cara –, todo o retrato pintado com sentimento é um retrato
do artista e não do modelo. O modelo é apenas o acidente, a ocasião. Não é ele que o pintor revela; é o pintor que,
30 na tela colorida, se revela a si próprio. A razão por que não quero expor este quadro é eu recear ter representado
nele o segredo da minha própria alma. […]
– Penso que não tens razão, Basil, mas não vou discutir contigo. São só os intelectualmente desorientados que
discutem. Diz-me, o Dorian Gray gosta muito de ti?
Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray, Lisboa, Relógio D’Água, 1998, pp. 17-29.

25
2. Para responderes aos itens de 2.1 a 2.10, seleciona a única opção correta.
2.1 Os elementos sublinhados em «estava o retrato a corpo inteiro de um jovem extraordinariamente belo» (ll. 1-3)
desempenham a função sintática de
(A) complemento oblíquo. (C) modificador restritivo do nome.
(B) complemento do nome. (D) modificador apositivo do nome.

2.2 Os elementos sublinhados em «sentava-se o próprio artista, Basil Hallward» (ll. 3-4) desempenham a função
sintática de
(A) vocativo. (C) modificador restritivo do nome.
(B) complemento do nome. (D) modificador apositivo do nome.

2.3 O elemento sublinhado em «– É a tua obra-prima, Basil, a melhor coisa que alguma vez fizeste» (ll. 7-8) desempe-
nha a função sintática de
(A) vocativo. (C) modificador restritivo do nome.
(B) complemento do nome. (D) modificador apositivo do nome.

2.4 O elemento sublinhado em «comentou Lord Henry, languidamente» (l. 8) desempenha a função sintática de
(A) complemento oblíquo. (C) complemento indireto.
(B) complemento direto. (D) modificador.

2.5 O elemento sublinhado em «– Não me parece que vá enviá-la para lado nenhum» (l. 11) desempenha a função sintá-
tica de
(A) complemento oblíquo. (C) complemento indireto.
(B) complemento direto. (D) modificador.

2.6 Os elementos sublinhados em «não consigo mesmo ver nenhuma semelhança entre ti […] e este jovem Adónis»
(ll. 20-21) desempenham a função sintática de
(A) complemento do adjetivo. (C) modificador restritivo do nome.
(B) complemento do nome. (D) complemento oblíquo.

2.7 Os elementos sublinhados em «este jovem Adónis que parece feito de marfim e pétalas de rosa.» (l. 21) desempe-
nham a função sintática de
(A) complemento do adjetivo. (C) modificador restritivo do nome.
(B) complemento do nome. (D) complemento agente da passiva.

2.8 O elemento sublinhado em «Não fazia intenção de te dizer.» (l. 25) desempenham a função sintática de
(A) complemento oblíquo. (C) complemento indireto.
(B) complemento direto. (D) modificador.

2.9 Os elementos sublinhados em «O modelo é apenas o acidente, a ocasião.» (l. 29) desempenham a função sintática de
(A) predicativo do sujeito. (C) complemento oblíquo.
(B) complemento do nome. (D) predicativo do complemento direto.

2.10 O elemento sublinhado em «mas não vou discutir contigo.» (l. 32) desempenha a função sintática de
(A) complemento indireto. (C) modificador.
(B) complemento direto. (D) complemento oblíquo.

26
Ficha 12
Frase complexa: coordenação e subordinação

Lê, atentamente, a crónica que se segue.

Admirável Facebook novo


Temo que a decisão, recentemente anunciada
pelo criador do Facebook, de introduzir um botão
que diz «Não Gosto» possa trazer uma mudança
drástica ao mundo. Se os utilizadores passam a
5 poder manifestar opiniões negativas numa rede
social, receio que em breve tenhamos azedume,
maledicência e até ressentimento na Internet. Não
sei se aguento. A Internet, outrora berço da cor-
dialidade e da sensatez, pode transformar-se num
10 antro de agressividade e violência verbal. É pena.
Há dois ou três anos, Mark Zuckerberg rejei-
tou criar um botão deste género porque, segundo
disse, haver pessoas que dizem que não gostam
de alguma coisa não é bom para o mundo. Entre- 35 Por outro lado, certas publicações resistem à qua-
15 tanto, parece ter mudado de ideias e chegado a lificação feita por botões. Um utilizador do Face-
duas conclusões novas, ambas acertadas: a primeira book pode desejar manifestar a sua opinião sobre a
é que manifestar desapreço por alguma coisa é, em fotografia de umas pernas nuas com o mar em fundo
princípio, indiferente para o mundo; a segunda é (e, em princípio, deseja), mas talvez não encontre
que o mundo se está borrifando para os botões do 40 um botão que exprima toda a complexidade do seu

20 Facebook. Provavelmente por isso, os utilizadores pensamento. Pode, inclusivamente, ter de recorrer a
vão agora poder exprimir repulsa carregando num métodos antiquados de expressão tais como a enun-
botão. Creio, no entanto, que continua a haver ciação de um raciocínio. O utilizador do Facebook
demasiadas emoções para tão poucos botões. Neste pode gostar de fotografias de pernas nuas com o mar
momento, os utilizadores podem dizer apenas se 45 em fundo (e, em princípio, gosta), mas não gostar

25 gostam ou não gostam de determinada publica- desta. Nesse sentido, os botões que dizem «Gosto»
ção. Mas há vários quadrantes emocionais que os e «Não Gosto» acabam por não conseguir captar
atuais botões não cobrem. Determinada publicação a subtileza desta opinião. Mais: fazem falta botões
talvez peça um botão chamado «Considero Ape- de comentário a outros botões. Um utilizador deve
nas Razoável». É difícil imaginar que publicação 50 ter o direito de não gostar de um «Gosto». Ou de

30 pudesse ser essa, até porque há historial de textos gostar de um «Não Gosto». É fundamental corrigir
que, contendo apenas a expressão «Bom dia», reco- estas limitações à liberdade de expressão via botões.
lhem dezenas de «Gostos». E publicações extrema-
Ricardo Araújo Pereira,Visão, n.º 1170,
mente desagradáveis talvez requeressem um botão de 24 de setembro de 2015 (texto adaptado)
chamado «Abomino».

1. Indica se as afirmações que se seguem são verdadeiras ou falsas e corrige as falsas. V F

a) A frase «A Internet, outrora berço da cordialidade e da sensatez, pode transformar-se num antro de
agressividade e violência verbal.» (ll. 8-10) integra uma oração coordenada copulativa.
b) A frase «Se os utilizadores passam a poder manifestar opiniões negativas numa rede social, receio
que em breve tenhamos azedume, maledicência e até ressentimento na Internet.» (ll. 4-7) é com-
posta por três orações.

27
c) A frase «Não sei se aguento» (ll. 7-8) é simples.

d) Na expressão «porque […] haver pessoas que dizem que não gostam de alguma coisa não é bom para o
mundo.» (ll. 12-14) existem duas orações subordinadas substantivas completivas.

e) A frase «Neste momento, os utilizadores podem dizer apenas se gostam ou não gostam de determinada
publicação.» (ll. 23-26) integra uma oração coordenada disjuntiva.

2. As orações que têm o verbo no infinitivo, no gerúndio e no particípio são não finitas.
2.1 Reescreve as orações subordinadas não finitas destacadas, transformando-as em orações subordinadas finitas.
a) Seria interessante existir um botão «Considero Apenas Razoável».
...........................................................................................................................................................
b) Há um historial de textos contendo apenas a expressão «Bom dia».
...........................................................................................................................................................
c) Corrigida a limitação dos botões, a Internet será um espaço de liberdades.
...........................................................................................................................................................

3. Substitui os «que» presentes nas frases que se seguem por orações não finitas.

O Facebook, que é considerado indispensável para muitos de nós, pode, por vezes,
causar alguns dissabores entre amigos. É essencial que utilizemos os botões atualmente
ao nosso dispor com moderação, para que não se criem situações desagradáveis.
......................................................................................................................................................................

......................................................................................................................................................................

4. Assinala a opção que te permite obter uma afirmação correta.


4.1 As orações destacadas em «Temo que a decisão, recentemente anunciada pelo criador do Facebook, de introduzir
um botão que diz “Não Gosto” possa trazer uma mudança drástica ao mundo.» (ll. 1-4) são, respetivamente,
(A) oração subordinada adjetiva relativa restritiva e oração subordinada substantiva completiva.
(B) oração subordinada substantiva completiva e oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
(C) oração subordinada substantiva completiva e oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
(D) oração subordinada substantiva completiva e oração subordinada adverbial consecutiva.
4.2 A conjunção destacada em «porque, segundo disse, haver pessoas que dizem que não gostam de alguma coisa não
é bom para o mundo.» (ll. 12-14) introduz uma
(A) oração subordinada adverbial consecutiva.
(B) oração coordenada explicativa.
(C) oração subordinada adverbial concessiva.
(D) oração subordinada adverbial causal.
4.3 A expressão destacada em «Creio, no entanto, que continua a haver demasiadas emoções para tão poucos botões»
(ll. 22-23)
(A) é uma oração subordinada adverbial final.
(B) não é uma oração.
(C) é uma oração coordenada conclusiva.
(D) é uma oração subordinada adverbial causal.

28
4.4 A frase «É fundamental corrigir estas limitações à liberdade de expressão via botões.» (ll. 51-52)
(A) apresenta duas orações: uma subordinante e uma subordinada substantiva completiva (finita).
(B) é simples.
(C) apresenta duas orações: uma subordinante e uma subordinada adjetiva relativa restritiva.
(D) apresenta duas orações: uma subordinante e uma subordinada substantiva completiva (não finita).

5. Classifica as orações introduzidas pelo vocábulo «que».

a) O universo das emoções é muito mais vasto que os meios existentes para o exprimir.
..................................................................................................................................................................
b) Há comentários no Facebook tão irritantes que mereciam um botão «Abomino».
..................................................................................................................................................................
c) Há pessoas que detestam o Facebook.
..................................................................................................................................................................
d) Desliguei o computador, que já me estavam a irritar os inúmeros «Gosto» numa notícia trágica.
..................................................................................................................................................................
e) Disse aos alunos que o Facebook deve ser utilizado com moderação.
..................................................................................................................................................................

6. Coloca sinais de pontuação nas frases, se considerares necessário.


a) Mark Zuckerberg que antes recusara criar algo negativo apresentou o botão «Não Gosto».
b) O botão que diz «Gosto» limitava a expressão das opiniões.

6.1 Classifica, agora, as orações introduzidas por «que».

a) .................................................................... b) ...................................................................
6.2 Infere acerca da utilização da pontuação, explicitando as diferenças entre as duas orações.
..............................................................................................................................................................
..............................................................................................................................................................

7. Divide e classifica as orações das seguintes frases.

a) Ainda que seja uma ótima distração, o Facebook pode viciar.


..................................................................................................................................................................
b) Vemos, por vezes, comentários cujo teor é bastante desagradável.
..................................................................................................................................................................
c) Para que estejamos sempre informados, devemos seguir as páginas dos principais jornais.
..................................................................................................................................................................
d) Desde que foi criado, o Facebook faz parte do quotidiano da maioria das pessoas.
..................................................................................................................................................................
e) Quem utiliza o Facebook deve ter cuidado com o que publica, pois muitos utilizadores têm acesso ao nosso perfil.
..................................................................................................................................................................

29
Ficha 13
Frase ativa e passiva

1. Lê as seguintes considerações de José Saramago.


A vida, que parece uma linha reta, não o é. Construímos a nossa vida somente uns cinco por
cento da nossa vida, o resto é feito pelos outros, porque vivemos com os outros e às vezes contra
os outros. Mas essa pequena percentagem, esses cinco por cento, é o resultado da sinceridade
consigo mesmo.
«Yo nunca quise ser nada», La Vanguardia, Barcelona, 1 de setembro de 1997
(Entrevista de José Saramago a Ima Sanchís)

1.1 Retira do excerto um exemplo de frase ativa e outro de frase passiva.


José Saramago
..........................................................................................................................
2. Reescreve na ativa ou na passiva as citações abaixo transcritas.
a) A alegria evitaria mil males e prolongaria a vida. (William Shakespeare)

...................................................................................................................................
b) A nossa vida tem sido feita de acasos. (Vergílio Ferreira)

..................................................................................................................................
c) A primeira metade da nossa vida é estragada pelos pais e a segunda é estragada pelos filhos.
(Clarence Darrow)
................................................................................................................................... William Shakespeare

3. Atenta no seguinte pensamento.


A vida ofereceu-nos tudo, até ao dia em que tudo devolveremos à vida. E o pouco
tempo que nos foi concedido não é mais, afinal, do que um fracasso bem-sucedido.
(Joaquim Pessoa)
3.1 Identifica as orações na voz ativa e na voz passiva.

..................................................................................................................
3.2 Transforma as orações na voz ativa em orações na voz passiva, e vice-versa.

Joaquim Pessoa .................................................................................................................

4. Considera as seguintes reflexões.


a) Suportamos com mais resignação uma infelicidade que nos chega inteiramente do exterior do que uma cuja culpa
caiba a nós mesmos. (Arthur Schopenhauer)
b) A infelicidade só se consolava com a infelicidade dos outros. (Henri Montherlant)
c) Os olhos do leitor são juízes mais difíceis do que os ouvidos do espectador. (Voltaire)
d) O homem morre a primeira vez quando o entusiasmo fica perdido. (Honoré de Balzac)

4.1 Transforma as frases na passiva, sempre que possível.

............................................................................................................................

4.2 Explica por que motivo algumas não podem ser transformadas na passiva.

............................................................................................................................ Arthur Schopenhauer

30
Ficha 14
Significação e relações semânticas entre palavras

1. O verbo «passar» é claramente polissémico. Procede à sua substituição, selecionando o verbo da tabela da direita cujo
significado seja mais adequado ao contexto.

a) O rapaz passou o obstáculo. ............................................................................................ exceder


b) O barco passou o rio. ...................................................................................................... exibir
c) A professora passou-se com os alunos. ............................................................................. atravessar
d) Os alunos passaram de ano. ............................................................................................ mudar
e) Passou o outro automóvel a grande velocidade. .................................................................. prescrever
f) A jovem passou a palavra ao colega. ................................................................................. transpor
g) O condutor passou o limite de velocidade. ........................................................................ ultrapassar
h) O aluno passou para a carteira do fundo. ........................................................................... ceder
i) Estão a passar um filme ótimo na televisão. ...................................................................... transitar
j) O médico passou-lhe um medicamento para as dores. ........................................................ descontrolar

2. Completa as palavras-cruzadas.
21 26 28 30 32 34 36 38
1 O 2 P 3
24 4 L
20
5 6 7 O R
22 29 33
8 O 9
10 31 11 35 37

12 27 13 39
25
14 23 15 T 16 P
17
18
19

Horizontais Verticais
1. Sinónimo de tirano. 10. Palavra cujo significado, por 20. Antónimo de benignos. 28. Sinónimo de macilento.
2. Hipónimo de vestuário. ser mais geral, inclui o de 21. Sinónimo de aroma. 29. Holónimo de convés, mastro,
3. Holónimo de quarto, cozinha, outras (relação de hierarquia). 22. Palavra cujo significado vela, leme…
sala, casa de banho... 11. Hipónimo de anfíbio. remete para uma parte consti- 30. Sinónimo de derradeiro.
4. Hipónimo de valores humanos. 12. Palavras que têm significados tuinte de outra (relação parte- 31. Merónimo de carro.
5. Antónimo de ódio. opostos. -todo). 32. Sinónimo de elevado.
6. Relação semântica entre duas 13. Hiperónimo de pimenta, comi- 23. O mesmo que caridoso. 33. Antónimo de hasteada.
ou mais palavras que podem nhos, noz-moscada, açafrão… 24. Palavra cujo significado, por 34. Merónimo de livro.
ser usadas no mesmo contexto, 14. Sinónimo de verão. ser mais específico, se encon- 35. Merónimo de boca.
sem que se produza alteração 15. Sinónimo de gigante. tra incluído no de outra (rela- 36. Hipónimo de legume.
de significado do enunciado 16. Antónimo de apoiar. ção de hierarquia). 37. O mesmo que sumptuoso.
em que ocorrem. 17. O contrário de áspero. 25. Antónimo de lasso. 38. Hiperónimo de pulseira, brinco,
7. O mesmo que afiar. 18. Propriedade semântica caracte- 26. Palavras cujo significado refe- anel, piercing…
8. Hipónimo de instrumento musi- rística das palavras que possuem rem um todo (relação parte- 39. Hiperónimo de pintura, escul-
cal. mais do que um significado. -todo). tura, música, dança...
9. Antónimo de acompanhado. 19. Hipónimo de astro. 27. Antónimo de péssimo.

31
Ficha 15
Campo lexical e campo semântico

1. Observa a capa desta revista especializada.


1.1 Transcreve quatro vocábulos dos campos lexicais
seguintes.

Saúde

..............................................................

..............................................................

..............................................................

..............................................................

Desporto

..............................................................

..............................................................

..............................................................

..............................................................

Triatlo, ed. especial da revista Ciclismo a Fundo, 29


de dezembro de 2015, Motorpress, Lisboa.

2. Constrói, com quatro palavras, campos lexicais relacionados com as imagens abaixo. Identifica-os.

B ....................
A ....................
....................
....................

.............................................................. ..............................................................

.............................................................. ..............................................................

.............................................................. ..............................................................

.............................................................. ..............................................................

32
3. Estabelece a correspondência entre o campo semântico das palavras seguintes (coluna A) e os diferentes significados
em cada um dos contextos em que ocorrem (coluna B).

A. Campo semântico B. Significado

a) Tenho sempre uma nota escondida na carteira. 1. Sinal gráfico e sonoro, representando as variações do som.
b) A tua nota musical preferida é o Lá, não é? 2. Classificação.
c) O Pedro obteve uma excelente nota a Português. 3. Papel representativo de uma quantia em dinheiro.
Nota

4. Documento com a relação das mercadorias entregues ou


d) Lê a nota de rodapé com atenção!
dos serviços efetuados.

e) Toma nota do que te digo. 5. Apontamento.


f) Falta-me receber a nota fiscal desta encomenda. 6. Indicação/ explicação em final de página.

a) Aquela nuvem parece um pássaro. 1. Aglomeração, grupo compacto.


b) Menti à minha mãe, e ela foi às nuvens. 2. Tristeza, amargura.
c) O armazenamento de ficheiros na nuvem permite
3. Estou feliz.
o seu acesso através da ligação à Internet.
Nuvem

d) A nuvem de mosquitos vinda dos trópicos pode


4. Irritou-se.
provocar prejuízos na agricultura.
e) Desde que se separou do Zé, parece que uma 5. Conjunto de pequenas partículas de água suspensas na
nuvem negra paira sobre a cabeça da Ana. atmosfera.
6. Rede de computadores que permite o armazenamento de
f) Ando nas nuvens com o meu novo namorado.
dados.

4. Lê a seguinte entrada de dicionário.

luz (latim lux, lucis) nome feminino

1. O que, iluminando os objetos, os torna visíveis.


2. Candeeiro, lâmpada, vela ou outra coisa acesa.
3. O que ilumina o espírito.
4. Claridade de um astro.
5. Brilho, fulgor.
6. Evidência.

Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013 (texto adaptado e com supressões).

4.1 Constrói frases em que distingas as seis aceções da palavra luz acima transcritas.

(1) .................................................................... (4) ....................................................................

(2) .................................................................... (5) ....................................................................

(3) .................................................................... (6) ....................................................................

5. Identifica a palavra cujo campo semântico se lista.


...............................................................................

1. Borda, beira.
2. Parte branca de uma página
escrita/ impressa.
3. Medida ou grau de confiança.
4. Oportunidade; pretexto; condições.

33
Ficha 16
Articuladores/conectores do discurso

1. Lê o seguinte texto de opinião.

BIBLOS
Os livros são como os sapatos. [...] Afinal, porque os acumulamos? Aos livros e ao pó? Porque me foi tão difícil
separar-me, por exemplo, de Elementos de Autocrítica, um texto de Louis Althusser que me acompanha desde
1976 [...] e que decididamente nunca voltarei a ler? [...] Há também o caso das capas maravilhosas que acom-
panham traduções quase ilegíveis e de que temos dificuldade em separar-nos. Ou as versões múltiplas ou triplas
5 da mesma obra de que poderíamos sensatamente conservar apenas a melhor. Uma biblioteca [...] é constituída
também, ou talvez sobretudo, por livros que ainda não lemos. [...] Mas porque nos custa tanto desfazermo-nos
de obras [...] que calculamos nunca vir a consultar? Independentemente da função utilitária e formativa, existe na
relação dos amantes dos livros com os livros um vínculo amoroso que não deixa de ser obsessivo. [...] E, depois
disto tudo, acho que não vou conseguir doar o Althusser.
Ana Cristina Leonardo, «Biblos», Revista E, n.º 2240, 2 de outubro de 2015, p. 71.

1.1 Associa os conectores destacados na frase da coluna A ao seu valor na coluna B.

A. Exemplos B. Valor

a) «Porque os acumulamos?» (l. 1) 1. certeza a)

b) «Porque me foi tão difícil separar-me, por exemplo [...]» (ll. 1-2) 2. dúvida b)

c) «Ou as versões múltiplas ou triplas da mesma obra [...]» (ll. 4-5) 3. adição c)

d) «Um texto [...] que decididamente nunca voltarei a ler.» (ll. 2-3) 4. causa d)

e) «Há também o caso das capas maravilhosas [...]» (l. 3) 5. alternativa e)

f) «Uma biblioteca é constituída, [...] talvez sobretudo, por livros [...]» (ll. 5-6) 6. tempo f)

g) «Mas porque nos custa tanto [...]» (l. 6) 7. exemplificação g)

h) «E, depois disto tudo, acho que não vou conseguir doar o Althusser.» (ll. 8-9) 8. oposição h)

2. Constrói frases, introduzindo os conectores de acordo com o valor indicado.

a) Poupar espaço em casa / Ana Leonardo devia ler e-books. (finalidade)


..........................................................................................................................................................
b) Não conseguir separar-se dos livros / é um grande problema. (ênfase)
..........................................................................................................................................................
c) Ter muito tempo livre / conseguíamos ler todos os livros que compramos. (condição)
..........................................................................................................................................................
d) A biblioteca invade o nosso espaço / temos de controlar a compra de livros. (conclusão)
..........................................................................................................................................................

34
Ficha 17
Coerência e coesão

Coerência
1. Lê o seguinte poema.

Tudo ao contrário
O menino do contra Molhava-se ao sol,
queria tudo ao contrário: secava na chuva;
deitava os fatos na cama 15 e em cada pé
e dormia no armário. usava uma luva.
5 Das cascas dos ovos Escrevia no lápis
fazia uma omeleta; com um papel;
para tomar banho achava salgado
usava a retrete. 20 o sabor do mel.
Andava, corria Num dia dos anos
10 de pernas para o ar; teve dois presentes:
se estava contente um pente com velas Pieter Bruegel, o Velho, Jogos de Crianças (pormenor), 1560.
punha-se a chorar. e um bolo com dentes.
Luísa Ducla Soares, Poemas da Mentira e da Verdade.

1.1 Refere dois aspetos ilustrativos da falta de coerência do poema.


...............................................................................................................................................................
1.2 Indica o tipo de coerência que não foi respeitado e nomeia a regra violada.
...............................................................................................................................................................

2. Lê o seguinte excerto.
Hoje o tempo não me enganou. Não se conhece uma aragem na tarde. O ar queima, como se fosse um bafo
quente de lume, e não ar simples de respirar, como se a tarde não quisesse já morrer e começasse aqui a hora do
calor. Não há nuvens, há riscos brancos, muito finos, desfiados de nuvens. E o céu, daqui, parece fresco, parece a
água limpa de um açude. Penso: talvez o céu seja um mar grande de água doce e talvez a gente não ande debaixo
5 do céu mas em cima dele; talvez a gente veja as coisas ao contrário e a terra seja como um céu e quando a gente
morre, talvez a gente caia e se afunde no céu.
José Luís Peixoto, Nenhum Olhar, Lisboa, Quetzal Editores, 2010, p. 9.

2.1 Apesar de apresentar dados incompatíveis com o nosso conhecimento do mundo, o excerto não é incoerente.
Justifica esta afirmação.
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................

35
3. As frases seguintes constituem textos coesos, mas sem coerência. Indica a regra da coerência que não foi respeitada em
cada frase.
a) Os dois assaltantes são um quarteto perigosíssimo.
..................................................................................................................................................................
b) Os acidentes de carro têm origem em vários fatores, estudados, por exemplo, literariamente.
..................................................................................................................................................................
c) Todos os anos, nós fazemos exames médicos anualmente.
..................................................................................................................................................................
d) Furiosos, os telespectadores correram atrás do treinador.
..................................................................................................................................................................
e) Os assaltantes levaram bens essenciais: bacalhau, azeite e água-de-colónia.
..................................................................................................................................................................
f) Um a um, todos os doentes do Dr. Cardoso lhe manifestaram individualmente o seu apreço.
..................................................................................................................................................................
3.1 Restabelece a coerência em cada frase.
...............................................................................................................................................................

4. Ordena os segmentos apresentados de 1 a 7, recuperando o texto original. O primeiro segmento já está assinalado.

Ingredientes
500 g de massa folhada

Recheio:
250 g de leite

Pastéis de nata num robô de cozinha


cozinh
ha
250 g de natas
175 g de açúcar
50 g de farinha
5 gemas
Modo de Preparação
casca de 1 limão Coloque no copo todos os ingredientes do recheio, exceto a casca
1 pau de canela 1 do limão e o pau de canela. Misture durante uns segundos, vel. 4.

Antes de levar ao forno, pincele o rebordo da massa com o ovo batido para que ganhe cor.

Comprove se estão bem cozidos espetando um palito, que deverá sair seco.

Retire a casca de limão e o pau de canela, e deite o preparado nas formas sem chegar aos
bordos.
Coloque a «borboleta» na lâmina. Adicione o pau de canela, a casca de limão e programe 18
min, temp. 90 °C, vel. 1½.

Coloque no forno pré-aquecido a 200 °C durante mais ou menos 15 min.

Entretanto, estenda a massa folhada e forre com ela as forminhas previamente untadas.

36
Coesão
1. Lê o seguinte texto.

Querido Portugal,
Temos de falar. Como sabes, o meu amor por ti tem resis-
tido a tudo. Tu és pobre, sujo em vários sítios e estúpido
muitas vezes. Mas há em ti uma certa ingenuidade que faz
com que até os teus defeitos – e são tantos – me seduzam. Na
5 maior parte das vezes não és mau, és só malandro. E tens três
qualidades que compensam tudo o resto: a comida, a língua e
o clima. Era precisamente sobre isto que te queria falar. Andas
a desleixar-te. A comida já foi melhor. Bem sei que a culpa não é só tua. A União Europeia proíbe umas coisas, os
nutricionistas desaconselham outras. Mas já não se encontram jaquinzinhos, os restaurantes receiam fazer cabidela
10 e a medicina parece ter arranjado um método infalível para determinar o que é prejudicial à saúde: se sabe bem,
faz mal.
A língua também já não é o que era. Não me entendas mal: continua a ser a tua maior virtude. Não sei como
é possível uma pessoa exprimir-se numa dessas línguas bárbaras que não distinguem o ser do estar. Embora os
franceses e os ingleses, aparentemente não o saibam, ser bêbado é muito diferente de estar bêbado. […]
15 Outra coisa: isto do clima não pode continuar. Este verão foi muito fraco. Houve pouco sol e a água estava
fria. Não se admite. A gente tolera a corrupção, a injustiça, a inveja, o subdesenvolvimento e tudo o mais que
tu conseguires gerar. Mas tem de estar sol. Se é para não haver verão, nem subtilezas linguísticas, nem papas de
sarrabulho, mais vale irmos para a Finlândia, onde as coisas funcionam. E a moral sexual das moças nórdicas é
muito mais relaxada. Tens de escolher: ou há regular funcionamento das instituições, ou há céu pouco nublado
20 ou limpo. Vê lá isso, por favor.
Um grande beijo,
Ricardo
Ricardo Araújo Pereira, «Querido Portugal», Visão, n.º 1126, 2 de outubro de 2014
(disponível em http://visao.sapo.pt).

1. Para responderes aos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a única opção correta.
1.1 No contexto em que ocorrem, as palavras sublinhadas em «Como sabes, o meu amor por ti tem resistido a tudo. Tu
és pobre, sujo em vários sítios e estúpido muitas vezes» (ll. 1-3) contribuem para a coesão
(A) lexical. (C) referencial.
(B) frásica. (D) interfrásica.

1.2 No contexto em que ocorre, a palavra sublinhada em «Mas há em ti uma certa ingenuidade que faz com que até os
teus defeitos – e são tantos – me seduzam» (ll. 3-4) contribui para a coesão
(A) lexical. (C) referencial.
(B) frásica. (D) interfrásica.

1.3 Relativamente a «União Europeia» (l. 8), os vocábulos «Portugal» e «Finlândia» (l. 18) são
(A) merónimos. (C) antónimos.
(B) hipónimos. (D) sinónimos.

37
1.4 No contexto em que ocorre, a expressão sublinhada em «Embora os franceses e os ingleses, aparentemente não o
saibam, ser bêbado é muito diferente de estar bêbado» (ll. 13-14) indica
(A) concessão. (C) conclusão.
(B) alternância. (D) adição.

1.5 No contexto em que ocorrem, as expressões sublinhadas em «Tens de escolher: ou há regular funcionamento das
instituições, ou há céu pouco nublado ou limpo» (ll. 19-20) indicam
(A) concessão. (C) conclusão.
(B) alternância. (D) adição.

1.6 No contexto em que ocorrem, «verão» (l. 15) e «verão» (l. 17) contribuem para a coesão
(A) lexical. (C) referencial.
(B) frásica. (D) interfrásica.

1.7 No contexto em que ocorre, a palavra sublinhada em «Andas a desleixar-te» (ll. 7-8) contribui para a coesão
(A) lexical. (C) referencial.
(B) frásica. (D) interfrásica.

2. Identifica os referentes dos pronomes seguintes.


a) «isto» (l. 7) c) «onde» (l. 18)
b) «que» (l. 13) d) «isso» (l. 20)

3. Analisa as seguintes frases e identifica o mecanismo de coesão que não foi respeitado.
a) Os meus primos vem de férias este verão para a minha casa.
b) A língua e a cultura portuguesa são muito apreciadas internacionalmente.
c) Tanto a gastronomia como o clima é apreciado pelos turistas.
d) Os três fatores positivos é a língua, a comida e o clima.
e) Comprei o primeiro e o segundo volume dessa coleção.
f) Todos os alunos tem a sua opinião formada sobre a situação do país.
3.1 Restabelece a coesão nas frases anteriores.
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................

António Latino Tavares, O Palácio da Ajuda visto da Faculdade


de Arquitetura (2014), in Lisboa por Urban Sketchers, Zestbooks, 2015.
38
Coerência e coesão
1. Lê a seguinte carta de Padre António Vieira ao rei D. João IV, em abril de 1654, denunciando a situação crítica dos Índios
no Maranhão.

«No estado do Maranhão, Senhor, não há outro ouro nem outra prata, mais que o sangue e o suor dos Índios: o
sangue se vende nos que se cativam, e o suor se converte no tabaco, no açúcar e nas mais drogas que com os ditos
Índios se lavram e fabricam […]. Desde o princípio do mundo, […] não se executaram em toda a Europa tantas
injustiças, crueldades e tiranias como executou a cobiça e impiedade dos chamados conquistadores do Maranhão.
5 […] [N]enhum destes índios vai senão violentado e por força, e o trabalho é excessivo, e em todos os anos
morrem muitos, por ser venenosíssimo o vapor do tabaco; o rigor com que são tratados é mais que de escravos;
os nomes que lhes chamam e que eles muito sentem, feíssimos; o comer é quase nenhum, a paga, tão limitada que
não satisfaz a menor parte do tempo, nem do trabalho […].»
Fernanda Carrilho, O Sermão de Santo António aos Peixes de Padre António Vieira –
O Texto em Análise, Lisboa, Texto Editores, 2008, p. 58.

1.1 Demonstra a coerência do texto, tendo em conta a:


a) coerência lógico-conceptual
..............................................................................................................................................
b) coerência pragmático-funcional
..............................................................................................................................................
c) pontuação
..............................................................................................................................................

2. Estabelece as correspondências corretas entre os exemplos textuais da coluna A, distinguindo os mecanismos de coesão
acionados na coluna B.

Exemplos Valor

a) «não há outro ouro nem outra prata, mais que o sangue e


1. Coesão lexical – reiteração a)
o suor dos Índios» (l. 1)

b) «o sangue e o suor dos Índios […] com os ditos Índios» 2. Coesão lexical – substituição
b)
(ll. 1-3) (merónimo/holónimo)

c) «o suor se converte no tabaco, no açúcar e nas mais 3. Coesão lexical – substituição


c)
drogas» (l. 2) (sinónimos)

d) «Nenhum destes Índios […] são tratados é mais que de


4. Coesão gramatical – referencial d)
escravos» (ll. 5-6)

e) «Nenhum destes Índios vai senão violentado […] é mais


5. Coesão gramatical – interfrásica
que de escravos; os nomes que lhes chamam» (ll. 5-7) e)

f) «[…] não se executaram em toda a Europa tantas


6. Coesão lexical – substituição
injustiças […] como executou a cobiça e impiedade dos f)
(hipónimo/hiperónimo)
chamados conquistadores do Maranhão» (ll. 3-4)

g) «Nenhum destes Índios vai senão violentado e por força


7. Coesão gramatical – frásica g)
[…] e que eles muito sentem» (ll. 5-7)

39
Ficha 18
Reprodução do discurso no discurso

1. Lê o seguinte excerto do romance Fanny Owen, de Agustina Bessa-Luís.

O paraíso perdido
Quando José Augusto veio a casa dos Owen,
como fazia todos os dias, para ver Maria, deu de cara
com Camilo, que estava sentado no jardim. Fanny
ouvia-o com modo atento; e a biqueira da botina
5 preta desenhava no chão um leque de maneira
cautelosa e segura. José Augusto não se mostrou
surpreendido, mas, depois dos primeiros cumpri-
mentos, pôs-se a dar ligeiras chicotadas nas flores
duma trepadeira. Eram volúveis cor-de-rosa, logo
10 despedaçadas, e Fanny acudia consternada.
− Veja o que lhes fez! – disse. A boca tremia-lhe
de espanto e de indignação. Francisca, de Manoel de Oliveira, 1981
(filme adaptado de Fanny Owen).
Maria, que vinha de casa com um vestido campestre listrado de verde e
rosa, repreendeu-a.
15 − Não sejas tão melindrosa, Fanny. José Augusto nem reparou…
− «Ou será que a aridez da tua primavera já não te mostra as flores?» – disse Camilo, calmamente. Era um verso
de O Paraíso Perdido, e Fanny sorriu, um pouco nervosa […].
Camilo olhava para ela com um encantamento que se parecia com desesperação. «O meu dever é amar esta
rapariga», pensava. «De que me queixo? Das saudades em que vivi antes de a ter conhecido? Só disso.»
Agustina Bessa-Luís, Fanny Owen, Lisboa, Círculo de Leitores, 1985, pp. 81-83.
1.1 Transcreve do texto:
a) uma frase no discurso direto

.............................................................................................................................................................
b) um verbo introdutor do discurso

.............................................................................................................................................................
1.2 No excerto, há dois trechos entre aspas. Explica a diferença entre eles.

...............................................................................................................................................................

...............................................................................................................................................................
1.3 Justifica o itálico e as maiúsculas em O Paraíso Perdido (l. 17).
...............................................................................................................................................................

...............................................................................................................................................................
1.4 Reescreve no discurso indireto as seguintes frases: «– Não sejas tão melindrosa, Fanny. José Augusto nem repa-
rou…» (l. 15).

...............................................................................................................................................................

...............................................................................................................................................................

40
2. Lê o seguinte excerto d’Os Maias.

Os remorsos de Palma «Cavalão»


Então, ao palpar o ouro, Palma «Cavalão» comoveu-se. Palavra, caramba, se soubesse que se tratava de um
cavalheiro como o sr. Maia, não tinha aceitado o artigo! Mas então!… Fora o Eusébio Silveira, rapaz amigo,
que lhe viera falar. Depois o Salcede. E ambos com muitas lérias e que era uma brincadeira, e que o Maia não
se importava, e isto e aquilo, e muita promessa… Enfim deixara-se tentar. E tanto o Salcede como o Silveira se
5 tinham portado pulhamente.
Eça de Queirós, Os Maias, Porto, Livros do Brasil, 2014, cap. XV, p. 550.

2.1 Assinala a alínea correta. As palavras de Palma «Cavalão» estão reproduzidas


(A) no discurso direto.
(B) no discurso indireto.
(C) no discurso indireto livre.
2.2 Justifica a tua resposta.
...............................................................................................................................................................

...............................................................................................................................................................
2.3 Reescreve a seguinte frase no discurso direto, introduzindo-a de acordo com o contexto.
«[…] que era uma brincadeira, e que o Maia não se importava […].» (l. 3)

..........................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................

3. Atenta no seguinte excerto de Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco.

Despedida
− Se eu morrer no mar – disse [Simão] – Mariana, atire ao mar todos os
meus papéis, todos; e estas cartas que estão debaixo do meu travesseiro também.
Passada uma ânsia, que lhe embargava a voz, Simão continuou:
− Se eu morrer, que tenciona fazer, Mariana?
5 − Morrerei, senhor Simão.
Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição, Lisboa, Dom Quixote, 2006, p. 220.

3.1 Reescreve no discurso indireto as frases do excerto que se encontram no discurso direto.

...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................

...............................................................................................................................................................

41
Ficha 19
Dêixis

1. Lê atentamente as tiras de banda desenhada de Astérix, a Rosa e o Gládio, de Goscinny e Uderzo.

R. Goscinny e A. Uderzo, Astérix, A Rosa e o Gládio,


Lisboa, Meribérica/Liber – Editores, 1991, p. 8.

1.1 Identifica a única vinheta onde não se verifica a ocorrência de deíticos.

...............................................................................................................................................................
1.2 Transcreve da banda desenhada um exemplo de:
a) dêixis espacial (segunda vinheta) ...........................................................................................................
b) dêixis pessoal (quarta vinheta) ...............................................................................................................
c) dêixis temporal (oitava vinheta) ..............................................................................................................
1.3 Indica a relação que o complexo verbal «quero ver-te» (sétima vinheta) exprime relativamente ao momento do ato
enunciativo.

...............................................................................................................................................................
42
1.4 Indica a única opção que permite obter uma afirmação verdadeira.
1.4.1 Os deíticos pessoais presentes no terceiro balão da segunda vinheta são, respetivamente,
(A) determinante possessivo, morfemas verbais (1.ª pessoa), determinante demonstrativo, morfema verbal
(3.ª pessoa, com valor de 2.ª pessoa), determinante possessivo.
(B) determinante possessivo, morfema verbal (1.ª pessoa), morfema verbal (1.ª pessoa), determinante pos-
sessivo.
(C) determinante possessivo, morfema verbal (1.ª pessoa), determinante artigo definido, morfema verbal
(3.ª pessoa, com valor de 2.ª pessoa), determinante possessivo.
(D) determinante possessivo, morfemas verbais (1.ª pessoa), morfema verbal (3.ª pessoa, com valor de 2.ª
pessoa), determinante possessivo.
1.4.2 O deítico espacial presente na segunda vinheta é
(A) o pronome demonstrativo «desta», que apresenta como referente o local do ato enunciativo («aldeia»).
(B) o pronome possessivo «desta», que apresenta como referente o «chefe» da «aldeia».
(C) a expressão «desta aldeia», que tem como referente o enunciador do ato enunciativo.
(D) o pronome demonstrativo «desta», que estabelece uma relação de posse com o locutor do ato enuncia-
tivo («aldeia»).
1.4.3 A dêixis pessoal presente na fala da bardo, na terceira vinheta, é transmitida pela utilização de
(A) morfemas verbais (1.ª pessoa e 3.ª pessoa, com valor de 2.ª pessoa) e pronomes pessoais recíprocos.
(B) morfemas verbais (1.ª pessoa e 3.ª pessoa, com valor de 2.ª pessoa) e pronomes pessoais inerentes.
(C) morfemas verbais (1.ª pessoa e 3.ª pessoa, com valor de 2.ª pessoa) e pronomes pessoais (função com-
plemento direto).
(D) morfemas verbais (1.ª pessoa) e pronomes pessoais inerentes.
1.4.4 A expressão deítica «Vamos lá a ver» presente na sexta vinheta expressa
(A) uma relação de anterioridade relativamente ao ato enunciativo.
(B) uma relação de simultaneidade relativamente ao ato enunciativo.
(C) uma relação de posterioridade relativamente ao ato enunciativo.
(D) o momento do ato enunciativo.
1.4.5 Todos os deíticos temporais presentes na banda desenhada remetem para
(A) um momento posterior ao ato enunciativo.
(B) um momento anterior ao ato enunciativo.
(C) um momento anterior e para o momento do ato enunciativo.
(D) um referente presente num momento posterior ao ato enunciativo.
1.4.6 Na última vinheta, os deíticos pessoais são, respetivamente,
(A) pronome pessoal, morfemas verbais (1.ª pessoa), vocativo e morfema verbal (2.ª pessoa), tendo como
referente Obélix.
(B) pronome pessoal, morfemas verbais (1.ª pessoa), tendo como referente Obélix, e vocativo e morfema
verbal (2.ª pessoa), tendo como referente a bardo.
(C) pronome pessoal, morfema verbal (2.ª pessoa) e vocativo, tendo como referente Obélix.
(D) pronome pessoal, morfemas verbais (1.ª pessoa), vocativo e morfema verbal (2.ª pessoa), tendo como
referente Astérix.

43
2. Lê o seguinte excerto do romance A Confissão da Leoa, de Mia Couto.

A eterna menina
Como todas as mulheres de Kulumani, chamava o marido por ntwangu.
O homem chamava-se Genito Serafim Mpepe. Por razão de respeito, porém,
a mulher nunca se dirigia a ele pelo nome. Éramos assimilados, sim, mas per-
tencíamos demasiado a Kulumani. Todo o nosso presente era feito de passado.
5 Naquele momento, anichando-se junto dela, o marido falou-lhe com suavidade
a que ela não estava habituada, cada palavra uma nuvem reparando os céus.
– O que fazemos agora? Ora, agora… agora, vivemos, mulher.
– Eu já não sei viver, ntwangu.
– Ninguém sabe. Mas é isso que a nossa filha nos pede: que vivamos.
10 – Não me fale sobre o que a nossa filha pediu. Você nunca a escutou. Mia Couto.
– Agora não! Agora não, mulher.
– Não entendeu a minha pergunta: o que fazemos com a parte da nossa filha que não enterrámos?
– Não quero falar disso. Vamos dormir.
Ela soergueu-se, apoiada num cotovelo. Os olhos estavam rasgados como os de um afogado.
15 – Mas a nossa Silência…
– Calada, mulher! Esqueceu que não podemos nunca mais pronunciar o nome da nossa filha?
– Eu preciso saber: que partes do corpo enterrámos?
– Já disse para se calar, mulher.
Um tremor de folha na sua voz: meu pai brigava com infernos interiores. O ensanguentado saco contendo os
20 restos da filha ainda pingava na sua memória. E, de novo, a insepultável lembrança o assaltou: o tropel de vozes e
espantos que o despertara na anterior madrugada. Genito Mpepe cruzara o pátio, adivinhando a tragédia. Momen-
tos antes, ele tinha escutado os leões rondando a casa. De repente, rugidos, gritos e lamentos dissolveram-se no
vazio, o mundo afundado aos despedaços: nada mais restava dentro dele. Para tanto esquecer é preciso não ter
nunca vivido.
25 – O coração? – voltou a inquirir Hanifa.
– Outra vez? Eu não disse que se calasse?
– Enterrámos o coração? Você sabe bem o que fazem com o coração…
O meu pai respirou fundo, contemplou as velhas roupas penduradas no
interior do telhado. Não se sentiu diverso daquele vestuário, tombando
30 informe e sem alma no vazio. A voz regressou-lhe, já mansa:

– Pense assim, mulher: não há cova para um filho.


– Não quero ouvir, vou sair.
– Sair?
– Vou buscar o que resta da nossa filha por aí pelo mato…
35 – Não vai. Daqui de casa você não sai.
– A mim ninguém me vai impedir.
Sairia de casa, sim, andaria por onde já não há caminhos de gente, os seus
pés sangrariam, queimar-se-iam os olhos de encontro ao Sol, mas iria buscar
o que restava de Silência, a sua eterna menina.
Mia Couto, A Confissão da Leoa, Lisboa, Caminho, 2014, pp. 18-20.

44
2.1 Estabelece as correspondências corretas entre os exemplos textuais da coluna A e a classificação dos deíticos pre-
sentes na coluna B.

A B

a) «– O que fazemos agora? Ora, agora… agora, 1. Deítico pessoal (determinante possessivo) + deítico pessoal
vivemos, mulher.» (l. 7) (pronome pessoal)

2. Deítico temporal (advérbio com valor temporal)


b) «– Eu já não sei viver, ntwangu.» (l. 8)
3. Deítico temporal (expressão temporal)

c) «– Ninguém sabe. Mas é isso que a nossa filha nos 4. Deítico pessoal (pronome pessoal) + deítico pessoal (vocativo)
pede: que vivamos.» (l. 9)

5. Deítico espacial (advérbio com valor locativo)


d) «– Agora não! Agora não, mulher.» (l. 11)
6. Deíticos pessoais (morfemas verbais – 1.ª pessoa)
e) «– Calada, mulher! Esqueceu que não podemos
nunca mais pronunciar o nome da nossa filha?» 7. Deítico espacial (advérbio com valor locativo) + deítico
(l. 16) pessoal (pronome pessoal) + deítico espacial (verbo locativo)

f) «– Vou buscar o que resta da nossa filha por aí pelo 8. Deítico pessoal (vocativo) + deítico pessoal (morfema verbal –
mato…» (l. 34) 1.ª pessoa)

9. Deítico espacial (pronome demonstrativo) + deítico pessoal


g) «– Não vai. Daqui de casa você não sai.» (l. 35) (pronome pessoal) + deítico espacial (morfema verbal –
1.ª pessoa)

a) b) c) d) e) f) g)

2.1.1 Clarifica as referências dos deíticos presentes nas alíneas a), b) e g).
.....................................................................................................................................................

.....................................................................................................................................................

.....................................................................................................................................................

.....................................................................................................................................................
2.2 Atenta na seguinte expressão: «– Vou buscar o que resta da nossa filha por aí pelo mato…» (l. 34)

2.2.1 Interpreta os deíticos aí presentes, considerando o contexto situacional.

.....................................................................................................................................................

.....................................................................................................................................................

.....................................................................................................................................................

.....................................................................................................................................................

45
Ficha 20
Aspetos paratextuais

1. Observa as imagens abaixo.

1.1 Enumera os elementos paratextuais presentes na capa do livro.

................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
1.2 Redige a referência bibliográfica deste livro.
................................................................................................................................................................

................................................................................................................................................................
1.3 Atenta em dois índices presentes no livro atrás referido.

Banca 50
Prefácio (professor Carlos Reis) ............................... 9
Banheiro 54, 58
Introdução .......................................................... 13
Barba aparada em bico 59
I – Unidade e diversidade da língua portuguesa ...... 19
Batata 50
II – Palavras com história ..................................... 61
Bedeteca 118
III – Curiosidades linguísticas ............................... 79
Bem-vindo 133, 134
IV – Palavras mutantes ......................................... 95
Bica 43, 44
Bibliografia ....................................................... 197
Bico de pato 45

1.3.1 Identifica os dois tipos de índice e indica as respetivas funções.

.....................................................................................................................................................

.....................................................................................................................................................

46
2. Constrói as referências bibliográficas dos textos seguintes, ordenando corretamente os elementos apresentados.

Texto A Texto B Texto C


Dicionário da Origem das Palavras (verbete) Realismo, pp. 909-911 (artigo) Astérix Está de Volta
Orlando Neves Dicionário de Literatura 26 de setembro de 2015
Editorial Notícias / 2001 Figueirinhas / Porto / 1984 Revista E
Coleção Outros Dicionários Direção de Jacinto do Prado Coelho Nuno Galopim
Lisboa Ernesto Guerra da Cal pp. 20-21

Texto A .............................................................................................................................................................

........................................................................................................................................................................

Texto B .............................................................................................................................................................
........................................................................................................................................................................
Texto C .............................................................................................................................................................

........................................................................................................................................................................

3. Identifica e corrige os erros do índice seguinte.

ÍNDICE REMISSIVO
..........................................................................
1. A Geração de 70 ............................................... 4
..........................................................................
Introdução ........................................................ 7
..........................................................................
2. O Realismo e o Naturalismo ........................... 8-15 ..........................................................................
1. O Realismo ................................................. 10
..........................................................................
2.2 O Romantismo .......................................... 13
..........................................................................
3. Contexto histórico .................................. 16-18
..........................................................................
4. Bibliografia .................................................... 19 ..........................................................................
..........................................................................
5. Conclusão ...................................................... 21
..........................................................................
6. Glossário e índice de imagens .......................... 23 ..........................................................................

7. Prefácio ......................................................... 26 ..........................................................................


..........................................................................

47
Ficha 21
Recursos expressivos

1. Identifica os recursos expressivos presentes nas seguintes publicidades.

a) ........................................... b) ........................................... c) ...........................................

1.1 Esclarece a sua expressividade.

...............................................................................................................................................................

2. Lê os seguintes versos de Folhas caídas, de Almeida Garrett.


2.1 Associa os versos aos recursos expressivos.

a) Não chores, anjo do Céu, e) Vim, que em ti só sei viver,


Que o desonrado sou eu. 1. Adjetivação Só por ti posso morrer.

2. Aliteração

b) Daquela infâmia salvá-lo 3. Anástrofe f) Pescador da barca bela,


Só força de amor podia. Onde vais pescar com ela?
4. Antítese

5. Apóstrofe
c) Quem disse à estrela o caminho g) Correndo aos salões doirados
Que ela há de seguir no céu? 6. Hipérbole De mil fogos alumiados.

7. Interrogação retórica
d) Deixa-os: pálida ou corada, h) – Mentiste, rosa, és amada,
Ou isenta ou namorada. 8. Personificação E também tu amas, flor.

a) b) c) d) e) f) g) h)

48
2.2 Explicita o valor das alíneas b) e e).

...............................................................................................................................................................

...............................................................................................................................................................

...............................................................................................................................................................

...............................................................................................................................................................

3. Identifica os recursos expressivos presentes nos seguintes títulos de livros, escolhendo a opção correta.
3.1 Tão Veloz como o Desejo (Laura Esquível)
A) perífrase C) comparação
B) metáfora D) sinestesia
3.2 Jerusalém, Ida e Volta (Saul Bellow)
A) hipérbole C) anáfora
B) antítese D) aliteração
3.3 O Tempo Envelhece Depressa (Antonio Tabucchi)
A) pleonasmo C) personificação
B) comparação D) alegoria
3.4 O Poema, a Viagem, o Sonho (Arménio Vieira)
A) sinédoque C) anástrofe
B) sinestesia D) enumeração
3.5 E tudo o Vento Levou (Margaret Mitchell)
A) hipérbole C) perífrase
B) metonímia D) perífrase
3.6 O Céu Cai-lhe em Cima da Cabeça (Goscinny e Uderzo)
A) sinédoque C) metáfora
B) alegoria D) pleonasmo

4. Completa as frases, de forma a incluíres os recursos expressivos indicados.

4.1 Quando estou com fome, sou capaz de ............................................................................. (hipérbole)

4.2 Ela canta tão bem .......................................................................................................... (comparação)

4.3 Após uma longa doença, infelizmente ele ......................................................................... (eufemismo)

4.4 Adoro quando tu .......................................................................................................... (ironia)

4.5 Há males .................................................................................................................... (antítese)

4.6 Mesmo a medo ............................................................................................................ (aliteração)

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