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Mensagens11 CA Gramatica
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GRAMATICA
Ficha 1
Variação e mudança linguística
1. Associa as línguas românicas, listadas na coluna A, às regiões ou países europeus onde são faladas, presentes na coluna B.
Pode haver mais do que uma associação.
A B
1. Sardo a) França 1.
2. Catalão 2.
b) Espanha
3. Corso 3.
c) Roménia
4. Romeno 4.
5. Galego d) Portugal 5.
6. Castelhano e) Sardenha 6.
7. Francês 7.
f) Itália
8. Português 8.
g) Suíça
9. Italiano 9.
2. Observa as bandeiras dos países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
2.1 Identifica-os a partir da sua bandeira.
1. 2. 3. 4.
5. 6. 7. 8. 9.
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Ficha 2
Variedades do português e crioulos
Texto A Texto B
Tinha levantado, parecia as palavras punham-lhe mais Meu passado me pesa: minha infância morreu cedo,
força e juventude e ficou parada na frente do neto. A eu tive que carregar esse peso morto em minha vida. Aos
cabeça grande do menino toda encolhida, via-se ele estava seis anos tomei lugar de meu avô no barco, dois anos
procurar ainda uma desculpa melhor que todas desses dias, depois meu pai perdia o juízo […]. Minha mãe, antes de
sempre que vavó adiantava xingar-lhe de mangonheiro ou morrer, me entregou na igreja. […] Mas eu queria era
suinguista, só pensava em bailes e nem respeito mesmo no regressar ao mar e cedo troquei livro por rede. Sempre
pai, longe, na prisão, ninguém mais que ganhava para a entregando muito e recebendo pouco. Meu avô Celes-
cubata, como é que iam viver, agora que lhe despediram na tiano culpava meu pai dessa má sorte.
bomba de gasolina porque você dormia tarde, menino?… − Esse meu filho Agualberto, cabisburro como é […],
nem abençoou o barco dele.
Luandino Vieira, «Vavó Xixi», in Luuanda, 9.ª edição,
Lisboa, Edições 70, 1988, p. 18. Mia Couto, Mar me quer, 9.ª edição,
Lisboa, Editorial Caminho, 2007, p. 14.
Texto C
O ônibus é um calhambeque e sobe a serra superlotado. Vai passageiro em pé, perdi meu lugar na janela, meu
vizinho de banco é corpulento […]. Rio porque me lembro de quando íamos para o sítio de carro com meus pais, eu
e minha irmã no banco traseiro.
Chico Buarque, Estorvo, Lisboa,
Impresa Publishing, 2010, p. 71.
1.1 Identifica as diferenças abaixo indicadas entre as variedades do português dos textos transcritos e a variedade europeia.
a) Texto A: duas diferenças lexicais, três sintáticas e um neologismo.
............................................................................................................................................
b) Texto B: duas diferenças sintáticas e um neologismo.
............................................................................................................................................
c) Texto C: duas diferenças lexicais e uma diferença sintática.
............................................................................................................................................
2.2 Com base no léxico apresentado no exercício anterior, justifica que o crioulo de Cabo Verde é de base portuguesa.
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
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Ficha 3
Processos fonológicos
Palavras convergentes e divergentes
João Garcia de Guilhade, in Cantigas Medievais Galego Portuguesas (base de dados online), Lisboa, Cantigas de Santa Maria (pormenor),
Instituto de Estudos Medievais, FCSH, http://cantigas.fcsh.unl.pt (consultado em outubro de 2015). Afonso X (1221-1284).
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4. Apresenta três exemplos de palavras atuais cujos étimos se apresentam abaixo.
5. Seleciona da caixa as palavras provenientes dos étimos indicados nos quadros seguintes, de forma a completá-los corretamente.
VIA ERUDITA VIA POPULAR VIA ERUDITA VIA POPULAR VIA ERUDITA VIA POPULAR
VIA ERUDITA VIA POPULAR VIA ERUDITA VIA POPULAR VIA ERUDITA VIA POPULAR
5.1 Designa as palavras que têm formas atuais diferentes e provêm do mesmo étimo latino.
...............................................................................................................................................................
6.1 Designa as palavras que têm formas atuais iguais e provêm de étimos latinos diferentes.
.......................................................................................................................................
6.2 Refere como se classificam quanto à relação que estabelecem entre si (som, grafia e significado).
.......................................................................................................................................
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Ficha 4
Processos regulares e irregulares
de formação de palavras
1. Lê o seguinte texto.
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Processos irregulares de formação de palavras
2. Lê o excerto seguinte, retirado de um poema de Jorge de Sena.
Jean-Auguste-Dominique Ingres,
2.1 Identifica o processo de formação dos neologismos destacados a cor. A Banhista, 1808.
.......................................................................................................................................
2.2 Indica as palavras-base desses elementos destacados.
.......................................................................................................................................
3.1 Completa a tabela com os processos irregulares de palavras, retirando dos balões os exemplos adequados.
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Ficha 5
Arcaísmos e neologismos
Eram pardos, todos nus, sem cousa nenhuma que lhes cobrisse suas vergonhas…
[…] houvemos vista de terra, […] primeiramente dum grande monte, muito alto e redondo, e doutras serras
mais baixas a sul dele e de terra chã com grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs o nome o Monte
Pascoal e à terra a Terra de Vera Cruz!
[…] e ao sol-posto, obra de seis léguas de terra, lançamos âncoras em dezanove braças – ancoragem limpa.
5 Ali ficámos toda aquela noute. E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos direitos à terra e os navios
pequenos diante, por dezassete, dezasseis, […] braças até meia légua de terra, onde todos lançámos âncoras em
direito da boca dum rio. […]
Dali houvemos visto de homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo os navios pequenos
disseram, por chegaram primeiro. […]
10 [E]ram ali dezoito ou vinte homens pardos, todos nus, sem cousa nenhuma que lhes cobrisse suas vergonhas.
Traziam arcos nas mãos e suas setas. Vinham todos rijos para o batel e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pusessem
os arcos. E eles os puseram.
[…] Somente lhes deu um barrete vermelho e uma carapuça de linho, que levava na cabeça, e um sombreiro
preto. E um deles lhe deu um sombreiro de penas de aves, compridas, com uma copazinha pequena de penas ver-
15 melhas e pardas, como de papagaio, e outro lhe deu um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem
parecer de aljaveira, as quais peças creio que o capitão manda a Vossa Alteza. […]
A noute seguinte ventou tanto sueste com chuvaceiros, que fez caçar as naus e especialmente a capitana […].
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
Pero Vaz de Caminha
Pero Vaz de Caminho, «Carta de Pero Vaz de Caminha a el-rei D. Manuel», Projeto Vercial
(www.alfarrabio.di.uminho.pt, consultado em janeiro de 2016).
.
1.1 Seleciona do texto quatro arcaísmos. Atualiza-os.
...............................................................................................................................................................
1.2 Atenta no seguinte passo «e outro lhe deu um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer de
aljaveira». Explicita de que forma este trecho pode ajudar a esclarecer o contexto em que surgem os neologismos.
...............................................................................................................................................................
......................................................................................................................................................................
Quino, Toda a Mafalda, edição comemorativa dos 50 anos, Lisboa, Babel, 2014, p. 150. João Montanaro, «Juventude Digital»,
joaomontanaro.blogspot.pt.
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Ficha 6
Nome e adjetivo
1. Lê o seguinte excerto.
as pessoas que ao saberem da sua chegada iam visitá-la. Passou a manhã junto de Dolly e dos sobrinhos e escreveu
uma carta ao irmão, aconselhando-o a jantar em casa. «Vem. Deus é misericordioso!», dizia-lhe unicamente.
Oblonski jantou com a família; a mulher tratou-o por tu à mesa, conquanto as suas relações continuassem frias,
5 mas já não se falava de separação e Estêvão teve esperança de virem a reconciliar-se. Kitty chegou depois do jantar.
Conhecia Ana muito pouco e entrou inquietíssima, pensando como seria recebida por aquela grande senhora de
S. Petersburgo, tão falada em todos os salões. Mal a viu, sentiu-se à vontade com ela. Ana surpreendeu-se da frescura e
da beleza da rapariga e esta pela sua parte sentiu logo viva simpatia por ela. Nada revelava em Ana a grande senhora ou
sequer a mãe de família. Pela sua elegância admirável, pela animação do rosto, pela graça, julgar-se-ia uma solteirinha
10 de vinte anos, se uma expressão séria e quase triste não lhe nublasse o olhar. Ainda assim era muito simples e cheia de
naturalidade; o seu porte revelava, para quem atentasse bem nela, uma distinção superior, inacessível a uma menina.
Leão Tolstoi, Ana Karenina, vol. I, Lisboa, Editorial Minerva, s.d., p. 77.
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...............................................................................................................................................................
1.2 Transcreve um nome no grau diminutivo e indica a expressividade da sua utilização.
...............................................................................................................................................................
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3. Relê o excerto e procede ao levantamento dos adjetivos aí presentes, indicando o grupo nominal a que cada um se
encontra associado.
......................................................................................................................................................................
......................................................................................................................................................................
3.1 Indica um adjetivo que
a) pertença à subclasse dos adjetivos numerais. ..........................................................................................
b) se encontre no grau superlativo absoluto analítico. ...................................................................................
c) se encontre no grau superlativo absoluto sintético. ...................................................................................
3.2 Atenta nas seguintes frases.
a) «[…] pensando como seria recebida por aquela grande senhora de S. Petersburgo, tão falada em todos os
salões.» (ll. 6-7)
b) «Nada revelava em Ana a grande senhora […].» (l. 8)
.....................................................................................................................................................
3.2.2 Explicita as diferenças de sentido originadas pela anteposição e pela posposição do adjetivo.
.....................................................................................................................................................
4. Nos seguintes pares de frases, distingue os adjetivos que apresentam um valor restritivo (pospostos) dos que apresentam
um valor não restritivo (antepostos), explicando o seu significado.
a) Há sempre um homem pobre em cada esquina do centro da cidade.
Vimos um pobre homem a olhar para uma carta que tinha nas mãos.
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b) A jovem contemplava a pedra preciosa do anel de noivado.
A criança empunhava orgulhosamente uma preciosa pedra que apanhara na margem do rio.
..................................................................................................................................................................
4.1 Substitui o grupo adjetival de cada frase por uma oração subordinada adjetiva relativa.
...............................................................................................................................................................
4.1.1 Indica a conclusão que se pode retirar do exercício anterior relativamente à posição do adjetivo.
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Ficha 7
Determinante, quantificador e pronome
1. Lê o seguinte excerto.
Um percurso atribulado
Ainda não chegara à cancela do jardim quando o meu senhorio me gritou
que esperasse um momento e se ofereceu para me acompanhar através do
descampado. Foi bom tê-lo feito, pois toda a encosta parecia um mar branco
encapelado, com ondulações que não correspondiam às do terreno. Muitas
5 covas estavam cheias de neve, e uma série de montículos de desperdícios das
pedreiras tinha desaparecido do roteiro que o meu passeio da véspera me dei- O Monte dos Vendavais,
xara impresso na memória. Observara, num lado da vereda, a intervalos de seis de Andrea Arnold, 2011.
ou sete jardas, uma fileira de pedras altas em toda a extensão do baldio; ali as haviam colocado e coberto de cal
para nos orientarmos no escuro da noite, e também para quando um nevão, como aquele, confundisse os fundos
10 pauis1 marginais com o solo mais firme. […] Trocámos meia dúzia de palavras e ele parou à entrada do parque
próximo da Herdade dos Tordos, dizendo que daí em diante já não poderia extraviar-me. […] A distância do por-
tão até à Herdade é de duas milhas, mas creio que não palmilhei menos de quatro, perdendo-me entre as árvores
e afundando-me na neve quase até ao pescoço. Só quem já se viu em semelhantes apuros é que poderá avaliar a
minha aflição. Apesar de tudo consegui chegar a casa. Batiam as doze badaladas do meio-dia quando lá entrei, o
15 que corresponde a uma hora justa por cada milha do trajeto habitual desde o Monte dos Vendavais.
Emily Brontë, O Monte dos Vendavais, Lisboa, Portugália Editora, 1965, pp. 34-35.
1 Paul: terreno alagado com água estagnada.
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...............................................................................................................................................................
1.2 Indica a informação que podemos retirar do excerto acerca do narrador, através da utilização dos determinantes e
dos pronomes na primeira pessoa.
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2.3 A frase que apresenta um quantificador numeral que expressa uma fração é
(A) «Os doze anos que se seguiram […] foram os mais felizes da minha vida.»
(B) «O senhor Linton esteve fora três semanas.»
(C) «O relógio bateu oito horas, depois nove.»
(D) «Na manhã do quinto dia, […] ouvi aproximar-se um passo diferente.»
2.4 A frase «Tinha de lhe dar a terrível notícia, e urgia que o fizesse» apresenta a seguinte sequência de determinantes
e/ou pronomes:
(A) Pronome pessoal (forma de complemento indireto), determinante artigo definido e pronome demonstrativo.
(B) Pronome pessoal (forma de complemento indireto), determinante artigo definido e pronome pessoal
(forma de complemento direto).
(C) Pronome pessoal (forma de complemento indireto), pronome pessoal (forma de complemento direto)
e pronome demonstrativo.
(D) Pronome pessoal (forma de complemento direto), determinante artigo definido e determinante
artigo definido.
2.5 A expressão em que o pronome «me» apresenta a forma de complemento direto é
(A) «Ocorreu-me então a ideia […].»
(B) «Esta resposta brusca fez-me estremecer.»
(C) «Não me parecia crível […].»
(D) «Indique-me alguns pontos de referência […].»
a) O livro O Monte dos Vendavais, cuja autora é Emily Brontë, apresenta uma história fascinante.
..................................................................................................................................................................
b) Heathcliff, a personagem que percorre toda a obra, tenta consumar uma vingança pessoal.
..................................................................................................................................................................
c) O Monte dos Vendavais é o local onde morava Heathcliff.
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d) Há quem jure ver os fantasmas de Catherine e de Heathcliff a vaguear pelos montes.
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e) O livro do qual a professora tanto falava é realmente interessante.
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5. Indica a classe e a subclasse dos vocábulos sublinhados.
a) Que razões terão conduzido a tal vingança?
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b) Que disseste na aula sobre o livro?
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c) Qual história preferes, esta ou a que lemos antes?
..................................................................................................................................................................
d) Quem adaptou este livro para o cinema?
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6. Indica o valor do pronome pessoal «se», estabelecendo as correspondências corretas entre as frases da coluna A e o res-
petivo valor presente na coluna B.
A B
..........................................................................................................................................................
b) O pronome pessoal surge nas várias pessoas gramaticais quando ocorre com os valores
..........................................................................................................................................................
6.2 Comprova o valor passivo do pronome pessoal «se», colocando a(s) respetiva(s) frase(s) na voz passiva.
...............................................................................................................................................................
6.3 Indica as alíneas do quadro que apresentam frases em que
a) o «se» exprime um sujeito indeterminado, parafraseável por «há pessoas que», «há quem» ou «alguém».
..........................................................................................................................................................
b) o «se» indica que uma única entidade é simultaneamente agente e paciente da ação expressa pelo verbo, ao
qual se podem juntar expressões como «a mim/ti/si próprio/mesmo».
..........................................................................................................................................................
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Ficha 8
Verbo
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
.....................................................................................................................................................
1.3 Indica o tempo e o modo das seguintes formas verbais.
a) «tenho andado» .......................................... c) «levantasses» .............................................
b) «tenho de ir» .............................................. d) «chegavas» ................................................
1.4 Passa para o discurso indireto a frase «Então é isto que eu tenho andado a perder.», iniciando-a por:
Jeremy afirmou, ironicamente, ...................................................................................................................
.....................................................................................................................................................
.....................................................................................................................................................
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2. Lê atentamente o seguinte excerto.
A revelação
− Sei que é demasiado generosa para zombar de mim. Se os
seus sentimentos são ainda os mesmos que manifestou em abril
passado, diga-mo com franqueza. O meu afeto e os meus dese-
jos são os que manifestei nessa altura, mas basta-me uma palavra
5 sua e nunca mais lhe falarei no assunto. Orgulho e Preconceito, de Joe Wright, 2005.
Elizabeth estava comovidíssima, mas, adivinhando-lhe a ansiedade, fez um esforço para lhe responder. Hesitante
e atrapalhada, disse-lhe, contudo, o suficiente para ele compreender que os seus sentimentos se tinham modificado
por completo desde a época a que aludia, e acolhia agora com prazer aquilo que nessa altura rejeitara. A felicidade
que esta resposta causou em Darcy foi a maior que ele jamais sentira e soube exprimir o seu contentamento em
10 termos entusiásticos que revelavam o homem intensamente apaixonado. Se Elizabeth tivesse tido a coragem de
erguer os olhos, verificara como essa paixão lhe iluminava o semblante, mas, ouvindo-o, pôde aquilatar1 o valor
que ele dava ao seu afeto, tornando assim o dele mais digno de apreço também.
Continuaram a caminhar ao acaso, porque estavam demasiado absorvidos pelos próprios pensamentos, para
poderem prestar atenção ao que os rodeava.
Jane Austen, Orgulho e Preconceito, 4.ª edição,
1 Aquilatar: avaliar, apreciar. Lisboa, Romano Torres, 1972, p. 268.
2.1 Classifica as formas verbais, associando a cada uma o número correspondente da lista destacada à direita.
2.2 Classifica os verbos auxiliares dos seguintes complexos verbais e indica o tempo e o modo em que se encontram.
a) «tinham modificado» (l. 7) ....................................................................................................................
b) «tivesse tido» (l. 10) .............................................................................................................................
c) «pôde aquilatar» (l. 11) ........................................................................................................................
d) «Continuaram a caminhar» (l. 13) ..........................................................................................................
e) «poderem prestar» (l. 14) ......................................................................................................................
2.3 Justifica o predomínio do modo indicativo no excerto acima transcrito.
...............................................................................................................................................................
2.4 Indica se as formas verbais destacadas se encontram no futuro do conjuntivo ou no infinitivo pessoal.
a) Se Elizabeth e Darcy falarem sobre o passado, tudo ficará esclarecido.
........................................................................................................................................
b) Os dois prolongaram o passeio para falarem sobre o passado.
........................................................................................................................................
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Ficha 9
Classes de palavras invariáveis ou não flexionadas
(advérbios, preposições, interjeições, conjunções)
e) um advérbio de negação.
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2. Acrescenta advérbios às frases seguintes, de acordo com os valores indicados.
a) «A amizade é puro prazer.» (dúvida) ...............................................................................................................
b) «Os amigos têm de ser inúteis.» (inclusão) ......................................................................................................
c) «A ideia utilitária da amizade mete nojo.» (afirmação) .......................................................................................
d) «Os verdadeiros amigos estão sempre no nosso coração.» (lugar) ........................................................................
já
bastante somente depressa
quase assim
salvo
apenas senão sobretudo
demasiado até
b) advérbios de exclusão
c) advérbios de modo
a) advérbios de quantidade
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6. Escolhe a opção correta quanto ao valor das interjeições nas frases seguintes.
c) Rua, não te quero ver mais aqui! f) Ufa! Estava a ver que perdia o comboio!
7.1 Atenta nas conjunções e locuções conjuncionais sublinhadas no texto e distribui-las no quadro abaixo.
...............................................................................................................................................................
7.3 Atenta nas palavras a negrito no texto. Justifica o facto de não estarem incluídas no quadro acima, classificando-as.
...............................................................................................................................................................
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Ficha 10
Pronominalização
1.1.1 Indica a função sintática dos pronomes presentes nessas formas verbais.
.....................................................................................................................................................
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m) Sempre tive o hábito de ler.
.................................................................................................................................................................
n) A professora pediu aos alunos que escrevessem um texto sobre a obra lida.
.................................................................................................................................................................
o) Se tivesse tempo, leria todos os discursos de Almeida Garrett.
.................................................................................................................................................................
p) Na próxima aula, os alunos apresentarão um trabalho sobre Os Maias.
.................................................................................................................................................................
q) Os alunos encontraram-se com um escritor e um jornalista.
.................................................................................................................................................................
r) Agora, vou escrever o texto sobre os livros que já li.
.................................................................................................................................................................
Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 21.ª edição,
Lisboa, Edições João Sá da Costa, 2014, p. 391.
3.1 A partir da leitura do quadro transcrito, reescreve as seguintes frases, substituindo a expressão destacada por um pronome.
a) Ofereceram-me dois belos livros no Natal.
..............................................................................................................................................
b) Disse-lhe toda a verdade.
..............................................................................................................................................
c) Se tivesse tempo, leria uma história às minhas irmãs.
..............................................................................................................................................
d) Entregar-lhes-ei um exemplar de cada autor.
..............................................................................................................................................
e) Relatei-vos a história original.
..............................................................................................................................................
f) A professora mostrou-nos a capa original de Amor de Perdição.
..............................................................................................................................................
g) Relatar-vos-emos a história de Simão com a ênfase requerida.
..............................................................................................................................................
h) Se pudesse, facultaria uma biblioteca completa a ti e aos teus colegas.
..............................................................................................................................................
i) Prometeram-nos as edições originais da obra.
..............................................................................................................................................
j) Os alunos teriam apresentado os trabalhos aos colegas, logo no início da aula, se não faltasse a luz.
..............................................................................................................................................
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Ficha 11
Funções sintáticas I
1. Lê com atenção as tiras de banda desenhada de Lucky Luke – A Mã Dalton, de Morris e Goscinny.
1.1 Identifica o tipo de sujeito presente na coluna A, estabelecendo as ligações adequadas à coluna B.
Coluna A Coluna B
1.2 Transcreve da prancha as duas frases em que o sujeito está posposto ao verbo.
...................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
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3. Atenta no primeiro balão da segunda tira. Expande o seu predicado através de dois modificadores com valores de tempo
e modo.
......................................................................................................................................................................
4. Retira da terceira tira uma frase que contenha um elemento sintático com função de predicativo do sujeito.
......................................................................................................................................................................
4.1 Constrói duas frases, selecionando verbos presentes na caixa abaixo. Respeita as sequências indicadas em cada
alínea.
ser ficar permanecer estar parecer andar (= estar) continuar revelar-se tornar-se
a) No segmento textual «[…] acabarias por me ser útil […]», o elemento sublinhado desempenha a fun-
ção sintática de complemento direto.
b) No segmento textual «célebre família cuja descendência regressou a uma penitenciária novinha em
folha […]», os elementos sublinhados desempenham a função sintática de modificador.
d) No segmento textual «[…] construída com material à prova de fogo […]», os elementos sublinhados
desempenham a função sintática de complemento do adjetivo e complemento do nome, respetivamente.
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Funções sintáticas II
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2. Para responderes aos itens de 2.1 a 2.10, seleciona a única opção correta.
2.1 Os elementos sublinhados em «estava o retrato a corpo inteiro de um jovem extraordinariamente belo» (ll. 1-3)
desempenham a função sintática de
(A) complemento oblíquo. (C) modificador restritivo do nome.
(B) complemento do nome. (D) modificador apositivo do nome.
2.2 Os elementos sublinhados em «sentava-se o próprio artista, Basil Hallward» (ll. 3-4) desempenham a função
sintática de
(A) vocativo. (C) modificador restritivo do nome.
(B) complemento do nome. (D) modificador apositivo do nome.
2.3 O elemento sublinhado em «– É a tua obra-prima, Basil, a melhor coisa que alguma vez fizeste» (ll. 7-8) desempe-
nha a função sintática de
(A) vocativo. (C) modificador restritivo do nome.
(B) complemento do nome. (D) modificador apositivo do nome.
2.4 O elemento sublinhado em «comentou Lord Henry, languidamente» (l. 8) desempenha a função sintática de
(A) complemento oblíquo. (C) complemento indireto.
(B) complemento direto. (D) modificador.
2.5 O elemento sublinhado em «– Não me parece que vá enviá-la para lado nenhum» (l. 11) desempenha a função sintá-
tica de
(A) complemento oblíquo. (C) complemento indireto.
(B) complemento direto. (D) modificador.
2.6 Os elementos sublinhados em «não consigo mesmo ver nenhuma semelhança entre ti […] e este jovem Adónis»
(ll. 20-21) desempenham a função sintática de
(A) complemento do adjetivo. (C) modificador restritivo do nome.
(B) complemento do nome. (D) complemento oblíquo.
2.7 Os elementos sublinhados em «este jovem Adónis que parece feito de marfim e pétalas de rosa.» (l. 21) desempe-
nham a função sintática de
(A) complemento do adjetivo. (C) modificador restritivo do nome.
(B) complemento do nome. (D) complemento agente da passiva.
2.8 O elemento sublinhado em «Não fazia intenção de te dizer.» (l. 25) desempenham a função sintática de
(A) complemento oblíquo. (C) complemento indireto.
(B) complemento direto. (D) modificador.
2.9 Os elementos sublinhados em «O modelo é apenas o acidente, a ocasião.» (l. 29) desempenham a função sintática de
(A) predicativo do sujeito. (C) complemento oblíquo.
(B) complemento do nome. (D) predicativo do complemento direto.
2.10 O elemento sublinhado em «mas não vou discutir contigo.» (l. 32) desempenha a função sintática de
(A) complemento indireto. (C) modificador.
(B) complemento direto. (D) complemento oblíquo.
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Ficha 12
Frase complexa: coordenação e subordinação
20 Facebook. Provavelmente por isso, os utilizadores pensamento. Pode, inclusivamente, ter de recorrer a
vão agora poder exprimir repulsa carregando num métodos antiquados de expressão tais como a enun-
botão. Creio, no entanto, que continua a haver ciação de um raciocínio. O utilizador do Facebook
demasiadas emoções para tão poucos botões. Neste pode gostar de fotografias de pernas nuas com o mar
momento, os utilizadores podem dizer apenas se 45 em fundo (e, em princípio, gosta), mas não gostar
25 gostam ou não gostam de determinada publica- desta. Nesse sentido, os botões que dizem «Gosto»
ção. Mas há vários quadrantes emocionais que os e «Não Gosto» acabam por não conseguir captar
atuais botões não cobrem. Determinada publicação a subtileza desta opinião. Mais: fazem falta botões
talvez peça um botão chamado «Considero Ape- de comentário a outros botões. Um utilizador deve
nas Razoável». É difícil imaginar que publicação 50 ter o direito de não gostar de um «Gosto». Ou de
30 pudesse ser essa, até porque há historial de textos gostar de um «Não Gosto». É fundamental corrigir
que, contendo apenas a expressão «Bom dia», reco- estas limitações à liberdade de expressão via botões.
lhem dezenas de «Gostos». E publicações extrema-
Ricardo Araújo Pereira,Visão, n.º 1170,
mente desagradáveis talvez requeressem um botão de 24 de setembro de 2015 (texto adaptado)
chamado «Abomino».
a) A frase «A Internet, outrora berço da cordialidade e da sensatez, pode transformar-se num antro de
agressividade e violência verbal.» (ll. 8-10) integra uma oração coordenada copulativa.
b) A frase «Se os utilizadores passam a poder manifestar opiniões negativas numa rede social, receio
que em breve tenhamos azedume, maledicência e até ressentimento na Internet.» (ll. 4-7) é com-
posta por três orações.
27
c) A frase «Não sei se aguento» (ll. 7-8) é simples.
d) Na expressão «porque […] haver pessoas que dizem que não gostam de alguma coisa não é bom para o
mundo.» (ll. 12-14) existem duas orações subordinadas substantivas completivas.
e) A frase «Neste momento, os utilizadores podem dizer apenas se gostam ou não gostam de determinada
publicação.» (ll. 23-26) integra uma oração coordenada disjuntiva.
2. As orações que têm o verbo no infinitivo, no gerúndio e no particípio são não finitas.
2.1 Reescreve as orações subordinadas não finitas destacadas, transformando-as em orações subordinadas finitas.
a) Seria interessante existir um botão «Considero Apenas Razoável».
...........................................................................................................................................................
b) Há um historial de textos contendo apenas a expressão «Bom dia».
...........................................................................................................................................................
c) Corrigida a limitação dos botões, a Internet será um espaço de liberdades.
...........................................................................................................................................................
3. Substitui os «que» presentes nas frases que se seguem por orações não finitas.
O Facebook, que é considerado indispensável para muitos de nós, pode, por vezes,
causar alguns dissabores entre amigos. É essencial que utilizemos os botões atualmente
ao nosso dispor com moderação, para que não se criem situações desagradáveis.
......................................................................................................................................................................
......................................................................................................................................................................
28
4.4 A frase «É fundamental corrigir estas limitações à liberdade de expressão via botões.» (ll. 51-52)
(A) apresenta duas orações: uma subordinante e uma subordinada substantiva completiva (finita).
(B) é simples.
(C) apresenta duas orações: uma subordinante e uma subordinada adjetiva relativa restritiva.
(D) apresenta duas orações: uma subordinante e uma subordinada substantiva completiva (não finita).
a) O universo das emoções é muito mais vasto que os meios existentes para o exprimir.
..................................................................................................................................................................
b) Há comentários no Facebook tão irritantes que mereciam um botão «Abomino».
..................................................................................................................................................................
c) Há pessoas que detestam o Facebook.
..................................................................................................................................................................
d) Desliguei o computador, que já me estavam a irritar os inúmeros «Gosto» numa notícia trágica.
..................................................................................................................................................................
e) Disse aos alunos que o Facebook deve ser utilizado com moderação.
..................................................................................................................................................................
a) .................................................................... b) ...................................................................
6.2 Infere acerca da utilização da pontuação, explicitando as diferenças entre as duas orações.
..............................................................................................................................................................
..............................................................................................................................................................
29
Ficha 13
Frase ativa e passiva
...................................................................................................................................
b) A nossa vida tem sido feita de acasos. (Vergílio Ferreira)
..................................................................................................................................
c) A primeira metade da nossa vida é estragada pelos pais e a segunda é estragada pelos filhos.
(Clarence Darrow)
................................................................................................................................... William Shakespeare
..................................................................................................................
3.2 Transforma as orações na voz ativa em orações na voz passiva, e vice-versa.
............................................................................................................................
4.2 Explica por que motivo algumas não podem ser transformadas na passiva.
30
Ficha 14
Significação e relações semânticas entre palavras
1. O verbo «passar» é claramente polissémico. Procede à sua substituição, selecionando o verbo da tabela da direita cujo
significado seja mais adequado ao contexto.
2. Completa as palavras-cruzadas.
21 26 28 30 32 34 36 38
1 O 2 P 3
24 4 L
20
5 6 7 O R
22 29 33
8 O 9
10 31 11 35 37
12 27 13 39
25
14 23 15 T 16 P
17
18
19
Horizontais Verticais
1. Sinónimo de tirano. 10. Palavra cujo significado, por 20. Antónimo de benignos. 28. Sinónimo de macilento.
2. Hipónimo de vestuário. ser mais geral, inclui o de 21. Sinónimo de aroma. 29. Holónimo de convés, mastro,
3. Holónimo de quarto, cozinha, outras (relação de hierarquia). 22. Palavra cujo significado vela, leme…
sala, casa de banho... 11. Hipónimo de anfíbio. remete para uma parte consti- 30. Sinónimo de derradeiro.
4. Hipónimo de valores humanos. 12. Palavras que têm significados tuinte de outra (relação parte- 31. Merónimo de carro.
5. Antónimo de ódio. opostos. -todo). 32. Sinónimo de elevado.
6. Relação semântica entre duas 13. Hiperónimo de pimenta, comi- 23. O mesmo que caridoso. 33. Antónimo de hasteada.
ou mais palavras que podem nhos, noz-moscada, açafrão… 24. Palavra cujo significado, por 34. Merónimo de livro.
ser usadas no mesmo contexto, 14. Sinónimo de verão. ser mais específico, se encon- 35. Merónimo de boca.
sem que se produza alteração 15. Sinónimo de gigante. tra incluído no de outra (rela- 36. Hipónimo de legume.
de significado do enunciado 16. Antónimo de apoiar. ção de hierarquia). 37. O mesmo que sumptuoso.
em que ocorrem. 17. O contrário de áspero. 25. Antónimo de lasso. 38. Hiperónimo de pulseira, brinco,
7. O mesmo que afiar. 18. Propriedade semântica caracte- 26. Palavras cujo significado refe- anel, piercing…
8. Hipónimo de instrumento musi- rística das palavras que possuem rem um todo (relação parte- 39. Hiperónimo de pintura, escul-
cal. mais do que um significado. -todo). tura, música, dança...
9. Antónimo de acompanhado. 19. Hipónimo de astro. 27. Antónimo de péssimo.
31
Ficha 15
Campo lexical e campo semântico
Saúde
..............................................................
..............................................................
..............................................................
..............................................................
Desporto
..............................................................
..............................................................
..............................................................
..............................................................
2. Constrói, com quatro palavras, campos lexicais relacionados com as imagens abaixo. Identifica-os.
B ....................
A ....................
....................
....................
.............................................................. ..............................................................
.............................................................. ..............................................................
.............................................................. ..............................................................
.............................................................. ..............................................................
32
3. Estabelece a correspondência entre o campo semântico das palavras seguintes (coluna A) e os diferentes significados
em cada um dos contextos em que ocorrem (coluna B).
a) Tenho sempre uma nota escondida na carteira. 1. Sinal gráfico e sonoro, representando as variações do som.
b) A tua nota musical preferida é o Lá, não é? 2. Classificação.
c) O Pedro obteve uma excelente nota a Português. 3. Papel representativo de uma quantia em dinheiro.
Nota
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013 (texto adaptado e com supressões).
4.1 Constrói frases em que distingas as seis aceções da palavra luz acima transcritas.
1. Borda, beira.
2. Parte branca de uma página
escrita/ impressa.
3. Medida ou grau de confiança.
4. Oportunidade; pretexto; condições.
33
Ficha 16
Articuladores/conectores do discurso
BIBLOS
Os livros são como os sapatos. [...] Afinal, porque os acumulamos? Aos livros e ao pó? Porque me foi tão difícil
separar-me, por exemplo, de Elementos de Autocrítica, um texto de Louis Althusser que me acompanha desde
1976 [...] e que decididamente nunca voltarei a ler? [...] Há também o caso das capas maravilhosas que acom-
panham traduções quase ilegíveis e de que temos dificuldade em separar-nos. Ou as versões múltiplas ou triplas
5 da mesma obra de que poderíamos sensatamente conservar apenas a melhor. Uma biblioteca [...] é constituída
também, ou talvez sobretudo, por livros que ainda não lemos. [...] Mas porque nos custa tanto desfazermo-nos
de obras [...] que calculamos nunca vir a consultar? Independentemente da função utilitária e formativa, existe na
relação dos amantes dos livros com os livros um vínculo amoroso que não deixa de ser obsessivo. [...] E, depois
disto tudo, acho que não vou conseguir doar o Althusser.
Ana Cristina Leonardo, «Biblos», Revista E, n.º 2240, 2 de outubro de 2015, p. 71.
A. Exemplos B. Valor
b) «Porque me foi tão difícil separar-me, por exemplo [...]» (ll. 1-2) 2. dúvida b)
c) «Ou as versões múltiplas ou triplas da mesma obra [...]» (ll. 4-5) 3. adição c)
d) «Um texto [...] que decididamente nunca voltarei a ler.» (ll. 2-3) 4. causa d)
f) «Uma biblioteca é constituída, [...] talvez sobretudo, por livros [...]» (ll. 5-6) 6. tempo f)
h) «E, depois disto tudo, acho que não vou conseguir doar o Althusser.» (ll. 8-9) 8. oposição h)
34
Ficha 17
Coerência e coesão
Coerência
1. Lê o seguinte poema.
Tudo ao contrário
O menino do contra Molhava-se ao sol,
queria tudo ao contrário: secava na chuva;
deitava os fatos na cama 15 e em cada pé
e dormia no armário. usava uma luva.
5 Das cascas dos ovos Escrevia no lápis
fazia uma omeleta; com um papel;
para tomar banho achava salgado
usava a retrete. 20 o sabor do mel.
Andava, corria Num dia dos anos
10 de pernas para o ar; teve dois presentes:
se estava contente um pente com velas Pieter Bruegel, o Velho, Jogos de Crianças (pormenor), 1560.
punha-se a chorar. e um bolo com dentes.
Luísa Ducla Soares, Poemas da Mentira e da Verdade.
2. Lê o seguinte excerto.
Hoje o tempo não me enganou. Não se conhece uma aragem na tarde. O ar queima, como se fosse um bafo
quente de lume, e não ar simples de respirar, como se a tarde não quisesse já morrer e começasse aqui a hora do
calor. Não há nuvens, há riscos brancos, muito finos, desfiados de nuvens. E o céu, daqui, parece fresco, parece a
água limpa de um açude. Penso: talvez o céu seja um mar grande de água doce e talvez a gente não ande debaixo
5 do céu mas em cima dele; talvez a gente veja as coisas ao contrário e a terra seja como um céu e quando a gente
morre, talvez a gente caia e se afunde no céu.
José Luís Peixoto, Nenhum Olhar, Lisboa, Quetzal Editores, 2010, p. 9.
2.1 Apesar de apresentar dados incompatíveis com o nosso conhecimento do mundo, o excerto não é incoerente.
Justifica esta afirmação.
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
35
3. As frases seguintes constituem textos coesos, mas sem coerência. Indica a regra da coerência que não foi respeitada em
cada frase.
a) Os dois assaltantes são um quarteto perigosíssimo.
..................................................................................................................................................................
b) Os acidentes de carro têm origem em vários fatores, estudados, por exemplo, literariamente.
..................................................................................................................................................................
c) Todos os anos, nós fazemos exames médicos anualmente.
..................................................................................................................................................................
d) Furiosos, os telespectadores correram atrás do treinador.
..................................................................................................................................................................
e) Os assaltantes levaram bens essenciais: bacalhau, azeite e água-de-colónia.
..................................................................................................................................................................
f) Um a um, todos os doentes do Dr. Cardoso lhe manifestaram individualmente o seu apreço.
..................................................................................................................................................................
3.1 Restabelece a coerência em cada frase.
...............................................................................................................................................................
4. Ordena os segmentos apresentados de 1 a 7, recuperando o texto original. O primeiro segmento já está assinalado.
Ingredientes
500 g de massa folhada
Recheio:
250 g de leite
Antes de levar ao forno, pincele o rebordo da massa com o ovo batido para que ganhe cor.
Comprove se estão bem cozidos espetando um palito, que deverá sair seco.
Retire a casca de limão e o pau de canela, e deite o preparado nas formas sem chegar aos
bordos.
Coloque a «borboleta» na lâmina. Adicione o pau de canela, a casca de limão e programe 18
min, temp. 90 °C, vel. 1½.
Entretanto, estenda a massa folhada e forre com ela as forminhas previamente untadas.
36
Coesão
1. Lê o seguinte texto.
Querido Portugal,
Temos de falar. Como sabes, o meu amor por ti tem resis-
tido a tudo. Tu és pobre, sujo em vários sítios e estúpido
muitas vezes. Mas há em ti uma certa ingenuidade que faz
com que até os teus defeitos – e são tantos – me seduzam. Na
5 maior parte das vezes não és mau, és só malandro. E tens três
qualidades que compensam tudo o resto: a comida, a língua e
o clima. Era precisamente sobre isto que te queria falar. Andas
a desleixar-te. A comida já foi melhor. Bem sei que a culpa não é só tua. A União Europeia proíbe umas coisas, os
nutricionistas desaconselham outras. Mas já não se encontram jaquinzinhos, os restaurantes receiam fazer cabidela
10 e a medicina parece ter arranjado um método infalível para determinar o que é prejudicial à saúde: se sabe bem,
faz mal.
A língua também já não é o que era. Não me entendas mal: continua a ser a tua maior virtude. Não sei como
é possível uma pessoa exprimir-se numa dessas línguas bárbaras que não distinguem o ser do estar. Embora os
franceses e os ingleses, aparentemente não o saibam, ser bêbado é muito diferente de estar bêbado. […]
15 Outra coisa: isto do clima não pode continuar. Este verão foi muito fraco. Houve pouco sol e a água estava
fria. Não se admite. A gente tolera a corrupção, a injustiça, a inveja, o subdesenvolvimento e tudo o mais que
tu conseguires gerar. Mas tem de estar sol. Se é para não haver verão, nem subtilezas linguísticas, nem papas de
sarrabulho, mais vale irmos para a Finlândia, onde as coisas funcionam. E a moral sexual das moças nórdicas é
muito mais relaxada. Tens de escolher: ou há regular funcionamento das instituições, ou há céu pouco nublado
20 ou limpo. Vê lá isso, por favor.
Um grande beijo,
Ricardo
Ricardo Araújo Pereira, «Querido Portugal», Visão, n.º 1126, 2 de outubro de 2014
(disponível em http://visao.sapo.pt).
1. Para responderes aos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a única opção correta.
1.1 No contexto em que ocorrem, as palavras sublinhadas em «Como sabes, o meu amor por ti tem resistido a tudo. Tu
és pobre, sujo em vários sítios e estúpido muitas vezes» (ll. 1-3) contribuem para a coesão
(A) lexical. (C) referencial.
(B) frásica. (D) interfrásica.
1.2 No contexto em que ocorre, a palavra sublinhada em «Mas há em ti uma certa ingenuidade que faz com que até os
teus defeitos – e são tantos – me seduzam» (ll. 3-4) contribui para a coesão
(A) lexical. (C) referencial.
(B) frásica. (D) interfrásica.
1.3 Relativamente a «União Europeia» (l. 8), os vocábulos «Portugal» e «Finlândia» (l. 18) são
(A) merónimos. (C) antónimos.
(B) hipónimos. (D) sinónimos.
37
1.4 No contexto em que ocorre, a expressão sublinhada em «Embora os franceses e os ingleses, aparentemente não o
saibam, ser bêbado é muito diferente de estar bêbado» (ll. 13-14) indica
(A) concessão. (C) conclusão.
(B) alternância. (D) adição.
1.5 No contexto em que ocorrem, as expressões sublinhadas em «Tens de escolher: ou há regular funcionamento das
instituições, ou há céu pouco nublado ou limpo» (ll. 19-20) indicam
(A) concessão. (C) conclusão.
(B) alternância. (D) adição.
1.6 No contexto em que ocorrem, «verão» (l. 15) e «verão» (l. 17) contribuem para a coesão
(A) lexical. (C) referencial.
(B) frásica. (D) interfrásica.
1.7 No contexto em que ocorre, a palavra sublinhada em «Andas a desleixar-te» (ll. 7-8) contribui para a coesão
(A) lexical. (C) referencial.
(B) frásica. (D) interfrásica.
3. Analisa as seguintes frases e identifica o mecanismo de coesão que não foi respeitado.
a) Os meus primos vem de férias este verão para a minha casa.
b) A língua e a cultura portuguesa são muito apreciadas internacionalmente.
c) Tanto a gastronomia como o clima é apreciado pelos turistas.
d) Os três fatores positivos é a língua, a comida e o clima.
e) Comprei o primeiro e o segundo volume dessa coleção.
f) Todos os alunos tem a sua opinião formada sobre a situação do país.
3.1 Restabelece a coesão nas frases anteriores.
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
«No estado do Maranhão, Senhor, não há outro ouro nem outra prata, mais que o sangue e o suor dos Índios: o
sangue se vende nos que se cativam, e o suor se converte no tabaco, no açúcar e nas mais drogas que com os ditos
Índios se lavram e fabricam […]. Desde o princípio do mundo, […] não se executaram em toda a Europa tantas
injustiças, crueldades e tiranias como executou a cobiça e impiedade dos chamados conquistadores do Maranhão.
5 […] [N]enhum destes índios vai senão violentado e por força, e o trabalho é excessivo, e em todos os anos
morrem muitos, por ser venenosíssimo o vapor do tabaco; o rigor com que são tratados é mais que de escravos;
os nomes que lhes chamam e que eles muito sentem, feíssimos; o comer é quase nenhum, a paga, tão limitada que
não satisfaz a menor parte do tempo, nem do trabalho […].»
Fernanda Carrilho, O Sermão de Santo António aos Peixes de Padre António Vieira –
O Texto em Análise, Lisboa, Texto Editores, 2008, p. 58.
2. Estabelece as correspondências corretas entre os exemplos textuais da coluna A, distinguindo os mecanismos de coesão
acionados na coluna B.
Exemplos Valor
b) «o sangue e o suor dos Índios […] com os ditos Índios» 2. Coesão lexical – substituição
b)
(ll. 1-3) (merónimo/holónimo)
39
Ficha 18
Reprodução do discurso no discurso
O paraíso perdido
Quando José Augusto veio a casa dos Owen,
como fazia todos os dias, para ver Maria, deu de cara
com Camilo, que estava sentado no jardim. Fanny
ouvia-o com modo atento; e a biqueira da botina
5 preta desenhava no chão um leque de maneira
cautelosa e segura. José Augusto não se mostrou
surpreendido, mas, depois dos primeiros cumpri-
mentos, pôs-se a dar ligeiras chicotadas nas flores
duma trepadeira. Eram volúveis cor-de-rosa, logo
10 despedaçadas, e Fanny acudia consternada.
− Veja o que lhes fez! – disse. A boca tremia-lhe
de espanto e de indignação. Francisca, de Manoel de Oliveira, 1981
(filme adaptado de Fanny Owen).
Maria, que vinha de casa com um vestido campestre listrado de verde e
rosa, repreendeu-a.
15 − Não sejas tão melindrosa, Fanny. José Augusto nem reparou…
− «Ou será que a aridez da tua primavera já não te mostra as flores?» – disse Camilo, calmamente. Era um verso
de O Paraíso Perdido, e Fanny sorriu, um pouco nervosa […].
Camilo olhava para ela com um encantamento que se parecia com desesperação. «O meu dever é amar esta
rapariga», pensava. «De que me queixo? Das saudades em que vivi antes de a ter conhecido? Só disso.»
Agustina Bessa-Luís, Fanny Owen, Lisboa, Círculo de Leitores, 1985, pp. 81-83.
1.1 Transcreve do texto:
a) uma frase no discurso direto
.............................................................................................................................................................
b) um verbo introdutor do discurso
.............................................................................................................................................................
1.2 No excerto, há dois trechos entre aspas. Explica a diferença entre eles.
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
1.3 Justifica o itálico e as maiúsculas em O Paraíso Perdido (l. 17).
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
1.4 Reescreve no discurso indireto as seguintes frases: «– Não sejas tão melindrosa, Fanny. José Augusto nem repa-
rou…» (l. 15).
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
40
2. Lê o seguinte excerto d’Os Maias.
...............................................................................................................................................................
2.3 Reescreve a seguinte frase no discurso direto, introduzindo-a de acordo com o contexto.
«[…] que era uma brincadeira, e que o Maia não se importava […].» (l. 3)
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
Despedida
− Se eu morrer no mar – disse [Simão] – Mariana, atire ao mar todos os
meus papéis, todos; e estas cartas que estão debaixo do meu travesseiro também.
Passada uma ânsia, que lhe embargava a voz, Simão continuou:
− Se eu morrer, que tenciona fazer, Mariana?
5 − Morrerei, senhor Simão.
Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição, Lisboa, Dom Quixote, 2006, p. 220.
3.1 Reescreve no discurso indireto as frases do excerto que se encontram no discurso direto.
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
41
Ficha 19
Dêixis
...............................................................................................................................................................
1.2 Transcreve da banda desenhada um exemplo de:
a) dêixis espacial (segunda vinheta) ...........................................................................................................
b) dêixis pessoal (quarta vinheta) ...............................................................................................................
c) dêixis temporal (oitava vinheta) ..............................................................................................................
1.3 Indica a relação que o complexo verbal «quero ver-te» (sétima vinheta) exprime relativamente ao momento do ato
enunciativo.
...............................................................................................................................................................
42
1.4 Indica a única opção que permite obter uma afirmação verdadeira.
1.4.1 Os deíticos pessoais presentes no terceiro balão da segunda vinheta são, respetivamente,
(A) determinante possessivo, morfemas verbais (1.ª pessoa), determinante demonstrativo, morfema verbal
(3.ª pessoa, com valor de 2.ª pessoa), determinante possessivo.
(B) determinante possessivo, morfema verbal (1.ª pessoa), morfema verbal (1.ª pessoa), determinante pos-
sessivo.
(C) determinante possessivo, morfema verbal (1.ª pessoa), determinante artigo definido, morfema verbal
(3.ª pessoa, com valor de 2.ª pessoa), determinante possessivo.
(D) determinante possessivo, morfemas verbais (1.ª pessoa), morfema verbal (3.ª pessoa, com valor de 2.ª
pessoa), determinante possessivo.
1.4.2 O deítico espacial presente na segunda vinheta é
(A) o pronome demonstrativo «desta», que apresenta como referente o local do ato enunciativo («aldeia»).
(B) o pronome possessivo «desta», que apresenta como referente o «chefe» da «aldeia».
(C) a expressão «desta aldeia», que tem como referente o enunciador do ato enunciativo.
(D) o pronome demonstrativo «desta», que estabelece uma relação de posse com o locutor do ato enuncia-
tivo («aldeia»).
1.4.3 A dêixis pessoal presente na fala da bardo, na terceira vinheta, é transmitida pela utilização de
(A) morfemas verbais (1.ª pessoa e 3.ª pessoa, com valor de 2.ª pessoa) e pronomes pessoais recíprocos.
(B) morfemas verbais (1.ª pessoa e 3.ª pessoa, com valor de 2.ª pessoa) e pronomes pessoais inerentes.
(C) morfemas verbais (1.ª pessoa e 3.ª pessoa, com valor de 2.ª pessoa) e pronomes pessoais (função com-
plemento direto).
(D) morfemas verbais (1.ª pessoa) e pronomes pessoais inerentes.
1.4.4 A expressão deítica «Vamos lá a ver» presente na sexta vinheta expressa
(A) uma relação de anterioridade relativamente ao ato enunciativo.
(B) uma relação de simultaneidade relativamente ao ato enunciativo.
(C) uma relação de posterioridade relativamente ao ato enunciativo.
(D) o momento do ato enunciativo.
1.4.5 Todos os deíticos temporais presentes na banda desenhada remetem para
(A) um momento posterior ao ato enunciativo.
(B) um momento anterior ao ato enunciativo.
(C) um momento anterior e para o momento do ato enunciativo.
(D) um referente presente num momento posterior ao ato enunciativo.
1.4.6 Na última vinheta, os deíticos pessoais são, respetivamente,
(A) pronome pessoal, morfemas verbais (1.ª pessoa), vocativo e morfema verbal (2.ª pessoa), tendo como
referente Obélix.
(B) pronome pessoal, morfemas verbais (1.ª pessoa), tendo como referente Obélix, e vocativo e morfema
verbal (2.ª pessoa), tendo como referente a bardo.
(C) pronome pessoal, morfema verbal (2.ª pessoa) e vocativo, tendo como referente Obélix.
(D) pronome pessoal, morfemas verbais (1.ª pessoa), vocativo e morfema verbal (2.ª pessoa), tendo como
referente Astérix.
43
2. Lê o seguinte excerto do romance A Confissão da Leoa, de Mia Couto.
A eterna menina
Como todas as mulheres de Kulumani, chamava o marido por ntwangu.
O homem chamava-se Genito Serafim Mpepe. Por razão de respeito, porém,
a mulher nunca se dirigia a ele pelo nome. Éramos assimilados, sim, mas per-
tencíamos demasiado a Kulumani. Todo o nosso presente era feito de passado.
5 Naquele momento, anichando-se junto dela, o marido falou-lhe com suavidade
a que ela não estava habituada, cada palavra uma nuvem reparando os céus.
– O que fazemos agora? Ora, agora… agora, vivemos, mulher.
– Eu já não sei viver, ntwangu.
– Ninguém sabe. Mas é isso que a nossa filha nos pede: que vivamos.
10 – Não me fale sobre o que a nossa filha pediu. Você nunca a escutou. Mia Couto.
– Agora não! Agora não, mulher.
– Não entendeu a minha pergunta: o que fazemos com a parte da nossa filha que não enterrámos?
– Não quero falar disso. Vamos dormir.
Ela soergueu-se, apoiada num cotovelo. Os olhos estavam rasgados como os de um afogado.
15 – Mas a nossa Silência…
– Calada, mulher! Esqueceu que não podemos nunca mais pronunciar o nome da nossa filha?
– Eu preciso saber: que partes do corpo enterrámos?
– Já disse para se calar, mulher.
Um tremor de folha na sua voz: meu pai brigava com infernos interiores. O ensanguentado saco contendo os
20 restos da filha ainda pingava na sua memória. E, de novo, a insepultável lembrança o assaltou: o tropel de vozes e
espantos que o despertara na anterior madrugada. Genito Mpepe cruzara o pátio, adivinhando a tragédia. Momen-
tos antes, ele tinha escutado os leões rondando a casa. De repente, rugidos, gritos e lamentos dissolveram-se no
vazio, o mundo afundado aos despedaços: nada mais restava dentro dele. Para tanto esquecer é preciso não ter
nunca vivido.
25 – O coração? – voltou a inquirir Hanifa.
– Outra vez? Eu não disse que se calasse?
– Enterrámos o coração? Você sabe bem o que fazem com o coração…
O meu pai respirou fundo, contemplou as velhas roupas penduradas no
interior do telhado. Não se sentiu diverso daquele vestuário, tombando
30 informe e sem alma no vazio. A voz regressou-lhe, já mansa:
44
2.1 Estabelece as correspondências corretas entre os exemplos textuais da coluna A e a classificação dos deíticos pre-
sentes na coluna B.
A B
a) «– O que fazemos agora? Ora, agora… agora, 1. Deítico pessoal (determinante possessivo) + deítico pessoal
vivemos, mulher.» (l. 7) (pronome pessoal)
c) «– Ninguém sabe. Mas é isso que a nossa filha nos 4. Deítico pessoal (pronome pessoal) + deítico pessoal (vocativo)
pede: que vivamos.» (l. 9)
f) «– Vou buscar o que resta da nossa filha por aí pelo 8. Deítico pessoal (vocativo) + deítico pessoal (morfema verbal –
mato…» (l. 34) 1.ª pessoa)
a) b) c) d) e) f) g)
2.1.1 Clarifica as referências dos deíticos presentes nas alíneas a), b) e g).
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.....................................................................................................................................................
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2.2 Atenta na seguinte expressão: «– Vou buscar o que resta da nossa filha por aí pelo mato…» (l. 34)
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Ficha 20
Aspetos paratextuais
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1.2 Redige a referência bibliográfica deste livro.
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1.3 Atenta em dois índices presentes no livro atrás referido.
Banca 50
Prefácio (professor Carlos Reis) ............................... 9
Banheiro 54, 58
Introdução .......................................................... 13
Barba aparada em bico 59
I – Unidade e diversidade da língua portuguesa ...... 19
Batata 50
II – Palavras com história ..................................... 61
Bedeteca 118
III – Curiosidades linguísticas ............................... 79
Bem-vindo 133, 134
IV – Palavras mutantes ......................................... 95
Bica 43, 44
Bibliografia ....................................................... 197
Bico de pato 45
.....................................................................................................................................................
.....................................................................................................................................................
46
2. Constrói as referências bibliográficas dos textos seguintes, ordenando corretamente os elementos apresentados.
Texto A .............................................................................................................................................................
........................................................................................................................................................................
Texto B .............................................................................................................................................................
........................................................................................................................................................................
Texto C .............................................................................................................................................................
........................................................................................................................................................................
ÍNDICE REMISSIVO
..........................................................................
1. A Geração de 70 ............................................... 4
..........................................................................
Introdução ........................................................ 7
..........................................................................
2. O Realismo e o Naturalismo ........................... 8-15 ..........................................................................
1. O Realismo ................................................. 10
..........................................................................
2.2 O Romantismo .......................................... 13
..........................................................................
3. Contexto histórico .................................. 16-18
..........................................................................
4. Bibliografia .................................................... 19 ..........................................................................
..........................................................................
5. Conclusão ...................................................... 21
..........................................................................
6. Glossário e índice de imagens .......................... 23 ..........................................................................
47
Ficha 21
Recursos expressivos
...............................................................................................................................................................
2. Aliteração
5. Apóstrofe
c) Quem disse à estrela o caminho g) Correndo aos salões doirados
Que ela há de seguir no céu? 6. Hipérbole De mil fogos alumiados.
7. Interrogação retórica
d) Deixa-os: pálida ou corada, h) – Mentiste, rosa, és amada,
Ou isenta ou namorada. 8. Personificação E também tu amas, flor.
a) b) c) d) e) f) g) h)
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2.2 Explicita o valor das alíneas b) e e).
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3. Identifica os recursos expressivos presentes nos seguintes títulos de livros, escolhendo a opção correta.
3.1 Tão Veloz como o Desejo (Laura Esquível)
A) perífrase C) comparação
B) metáfora D) sinestesia
3.2 Jerusalém, Ida e Volta (Saul Bellow)
A) hipérbole C) anáfora
B) antítese D) aliteração
3.3 O Tempo Envelhece Depressa (Antonio Tabucchi)
A) pleonasmo C) personificação
B) comparação D) alegoria
3.4 O Poema, a Viagem, o Sonho (Arménio Vieira)
A) sinédoque C) anástrofe
B) sinestesia D) enumeração
3.5 E tudo o Vento Levou (Margaret Mitchell)
A) hipérbole C) perífrase
B) metonímia D) perífrase
3.6 O Céu Cai-lhe em Cima da Cabeça (Goscinny e Uderzo)
A) sinédoque C) metáfora
B) alegoria D) pleonasmo
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