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6 o ANO Singular & Plural 1º BIMESTRE

Nome: Turma:

Escola: Data:

Leocádio, mais conhecido como Lelê, é um garoto de oito anos que gosta de escrever no seu diário.
Leia o que ele registrou sobre um dia de sua vida.

3 de Setembro – O dia em que eu fiquei cego


Uma coisa muito importante é escolher direito o lugar que você senta na classe. Por
exemplo, o Aurelius, que é o maior CDF, senta lá na primeira carteira. Já o Zepa, que é o
maior bagunceiro, senta na última. Eu sento ali pelo meio da classe, do lado do Zoio.

Mas aí teve um dia que eu estava conversando muito e a professora, que se chama
dona Maria Rosa, falou assim:

— Leocádio, desse jeito não dá. Eu não paro de escutar a sua voz. Fica um barulho no
meu ouvido mais chato que música de elevador! Pegue suas coisas e sente lá atrás.

Quando eu cheguei lá atrás, o Zepa falou:

— E aí, Elevador?

— Só que quando eu comecei a ver a aula lá de trás, aconteceu uma coisa estranha. As
palavras na lousa ficaram meio esquisitas, meio esfumaçadas. Não dava para ler nada.

Para enxergar alguma coisa, eu tinha que apertar os olhos. Quando a dona Maria Rosa
me viu daquele jeito, ela perguntou:

— O que foi, Leocádio?

— Acho que ele quer virar japonês! – disse o Zepa. E toda a classe riu de mim.

Eu fiquei bem sério e falei:

— É que o seu giz deve estar com defeito, professora. Ele está escrevendo embaçado.

Ela olhou para o giz por um tempo e depois disse:

— Troca de lugar aqui com o Aurelius.

O Aurelius fez a maior cara de chateado, porque ele é CDF e CDF não gosta de sentar lá
no fundo, mas trocou de lugar comigo.

—Está enxergando agora? – a dona Maria Rosa perguntou.

— Estou. Acho que consertaram o seu giz.

Bom, aí eu fiquei naquele lugar até o final da aula. Mas, quando bateu o sinal, antes de
eu sair, a professora me deu um bilhete e falou:

— Entregue isso para a sua mãe.

— Caramba, só porque eu conversei um pouco com o Zoio eu vou levar bilhete para
casa?

—Não, Lelê, neste bilhete está escrito que você deve consultar um oculista.
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Eu voltei para casa o maior preocupado. O que era um oculista? Eu sabia que dentista
era o médico de dente. Então oculista devia ser médico de... Ah, sei lá.

Quando eu cheguei em casa e dei o bilhete para a minha mãe, na mesma hora ela
ligou para um tal de doutor Oswaldo e marcou hora para mim.

No dia seguinte, a gente foi lá.

(...)

Caramba, eu nunca pensei que eu ia ter que usar óculos! Eu nem sou CDF! Aquilo me
deixou o maior triste, porque eu pensei que os meninos iam me chamar de quatro-olhos
e as meninas iam me achar feio. Aí os caras não iam mais querer ser meus amigos, e as
meninas nunca que iam namorar comigo, e eu ia ficar feio e sozinho para sempre.

Uma lágrima até caiu do meu olho. Mas foi por causa do colírio que o médico colocou.
-TORERO, José Roberto. O diário do Lelê. São Paulo: Moderna, 2009. p. 56-58; 60.

1. Para Lelê, os lugares da classe devem ser escolhidos:

a) ( ) aleatoriamente, sem qualquer planejamento prévio do aluno.

b) ( ) por ordem de chegada: os primeiros devem sentar na frente.

c) ( x ) conforme o perfil do aluno: estudioso, conversador, bagunceiro.

d) ( ) de acordo com a vontade da professora, pois ela escolhe o lugar.

e) ( ) como determina a direção da escola, que é a autoridade para isso.

2. “CDF” é como são chamados os alunos dedicados aos estudos, que geralmente tiram ótimas notas.
Segundo o texto, o que NÃO é muito comum entre esses alunos?

a) ( ) O uso de óculos.

b) ( ) O bom comportamento.

c) ( ) Sentar-se próximo à professora.

d) ( x ) Sentar-se no fundo da classe.

e) ( ) Tirar boas notas.


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3. Lelê sabia o que era um oculista? Que frase do texto comprova sua resposta?
Não. / “O que era um oculista? Eu sabia que dentista era o médico de dente. Então oculista devia ser médico de...

Ah, sei lá.”

4. “Uma lágrima até caiu do meu olho. Mas foi por causa do colírio que o médico colocou.” Que outro
motivo poderia ter levado o menino a chorar? Por que você acha que ele falou que a culpa era do colírio?
O menino deve ter chorado, porque estava triste em ter que usar óculos e, assim, perder seus amigos e não ter uma

namorada. / Ele não queria admitir que estava chorando de fato.

5. “O diário do Lelê” é uma obra de ficção, pois a personagem “Leocádio” é uma criação do autor José
Roberto Torero. Se esta página de diário fosse transformada em um esquete, algumas adaptações
deveriam ser feitas. Relacione as colunas abaixo, apontando o que é próprio de cada gênero e o que
é comum entre eles. (pontuar 0,25 cada acerto).

Indicação de nomes das personagens,


A Diário ficcional B
em destaque

Indicação de data, marcando a passagem


B Esquete A
do tempo

C Linguagem simples, informal


Comum aos dois gêneros C

Presença de rubricas
B
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6. No dia a dia, estamos envolvidos em situações nas quais usamos diferentes linguagens. Escreva
(F) falso ou (V) verdadeiro, considerando a relação entre a linguagem mencionada e sua situação de
uso. (pontuar 0,25 cada acerto)

( F ) A linguagem visual é observada, por exemplo, quando ouvimos uma canção.

( V ) Pela TV, é possível observar o uso de diferentes linguagens: visual, sonora, verbal.

( V ) As peças de teatro podem ser um bom exemplo de uso da linguagem corporal.

( F ) Na leitura de livros, é predominante o uso da linguagem sonora.

7. Releia esses fragmentos do diário do Lelê:

“—Leocádio, desse jeito não dá. Eu não paro de escutar a sua voz. Fica um barulho no meu ouvi-
do mais chato que música de elevador!

—É que o seu giz deve estar com defeito, professora. Ele está escrevendo embaçado.

Ela olhou para o giz por um tempo (...)

—Troca de lugar aqui com o Aurelius.


O Aurelius fez a maior cara de chateado, porque ele é CDF e CDF não gosta de sentar lá no fundo,
mas trocou de lugar comigo.”

Que linguagens estão predominantemente envolvidas nessas situações vividas pelas personagens,
considerando a ordem em que os fragmentos foram apresentados?

a) ( ) sonora / corporal / visual

b) ( ) visual / corporal / sonora

c) ( ) visual / sonora / corporal

d) ( ) corporal / sonora / visual

e) ( x ) sonora / visual / corporal


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8. Uma característica de nossa língua é a variação, ou seja, ela pode mudar de tempos em tempos, de
lugar para lugar, de pessoa para pessoa (de acordo com a profissão, por exemplo) etc. Leia a adivinha
a seguir:

O que é, o que é?
Em cima daquela serra
Tem uma moça enfeitada;
Nem cosida com agulha,
Nem com tesoura talhada.
(Domínio público)

A palavra “cosida” significa “costurada” e a palavra “talhada” significa “cortada”. O uso delas nessa
adivinha, voltada para criança, pode mostrar que:

a) ( ) A linguagem empregada é comum às crianças de hoje.

b) ( x ) Essa já foi uma forma de dizer própria de crianças no passado.

c) ( ) A linguagem das crianças permaneceu a mesma com o tempo.

d) ( ) As crianças de hoje teriam facilidade para usar essas palavras.

e) ( ) As crianças do século XXI acham esse modo de dizer inovador.

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