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A proteção social possibilitada pela política de assistência social deve garantir algumas

seguranças, sendo essas: 1) a segurança de acolhida; 1) a segurança social de renda; 3) a


segurança do convívio ou vivência familiar, comunitária e social; 4) a segurança do
desenvolvimento da autonomia individual, familiar e social e 5) a segurança de
sobrevivência a riscos circunstanciais.

A segurança de acolhida busca garantir que as necessidades humanas fundamentais de


alimentação, vestuário e abrigo sejam atendidas. Assim, a segurança de acolhida precisa
ofertar o acolhimento, por exemplo, de pessoas que necessitam da proteção integral por
parte do Estado, devido a situações de abandono, isolamento e necessidade do
afastamento da convivência familiar. Nesse sentido, essa segurança é garantida
"através de ações, cuidados, serviços e projetos operados em rede com unidade de
porta de entrada destinada a proteger e recuperar as situações de abandono e isolamento
de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, restaurando sua autonomia,
capacidade de convívio e protagonismo mediante a oferta de condições materiais de
abrigo, repouso, alimentação, higienização, vestuário e aquisições pessoais desenvolvidas
através de acesso às ações socio-educativas (BRASIL, 2004, p. 40)."
A segurança social de renda precisa contribuir para que os indivíduos possam ter acesso
aos bens e materiais necessários para a sua sobrevivência, de forma digna. Sabemos que
na sociedade na qual vivemos nem sempre há possibilidade de inserção no mercado de
trabalho e de emprego e, consequentemente, o acesso à renda para toda a população.

Devido à situação de desemprego e/ou impossibilidade de inserção no mercado de


trabalho, situações de calamidades e emergências podem resultar em desamparos
econômicos, fazendo com que os indivíduos não consigam satisfazer as suas
necessidades básicas, por isso, a importância da segurança de sobrevivência.

De forma geral, a segurança de sobrevivência busca fortalecer o acesso monetário que


possibilite a sobrevivência:
"através de benefícios continuados e eventuais que assegurem: proteção social básica
a idosos e pessoas com deficiência sem fonte de renda e sustento; pessoas e famílias
vítimas de calamidades e emergências; situações de forte fragilidade pessoal e familiar,
em especial às mulheres chefes de família e seus filhos (BRASIL, 2004, p. 40)."
A segurança do convívio ou vivência familiar, comunitária e social também faz parte do
rol de abrangência da política pública de assistência social. Todos têm direito à
convivência familiar, comunitária e social, por isso, a assistência social precisa articular
iniciativas que trabalhem na perspectiva do fortalecimento dos vínculos familiares e
comunitários, contribuindo com os laços de pertencimento dos indivíduos nos
diferentes espaços, inclusive através da convivência com as diferentes gerações.
Conforme Brasil (2004, p. 40), a segurança de convívio ou vivência familiar, comunitária
e social ocorre:
"através de ações, cuidados e serviços que restabeleçam vínculos pessoais, familiares,
de vizinhança, de segmento social, mediante a oferta de experiências socioeducativas,
lúdicas, socioculturais, desenvolvidas em rede de núcleos socioeducativos e de
convivência para os diversos ciclos de vida, suas características e necessidades."
A segurança do desenvolvimento da autonomia individual, familiar e social também é
uma segurança trazida pela política de assistência social. Refletir sobre essa segurança
nos possibilita uma análise do processo de trabalho dos profissionais ligados aos mais
diversos equipamentos vinculados à política de assistência social. É necessário criar
iniciativas e ações no cotidiano profissional que fortaleçam o exercício da cidadania e
independência pessoal. Assim, a segurança do desenvolvimento da autonomia
individual, familiar e social:
"exige ações profissionais e sociais para: a) o desenvolvimento de capacidades e
habilidades para o exercício do protagonismo da cidadania; b) a conquista de melhores
graus de liberdade, respeito à dignidade humana, protagonismo e certeza de proteção
social para o cidadão, a família e a sociedade; c) conquista de maior grau de
independência pessoal e qualidade nos laços sociais para os cidadãos e cidadãs sob
contingências e vicissitudes (BRASIL, 2005, p. 18)."
A segurança de sobrevivência a riscos circunstanciais busca contribuir com os
indivíduos, grupos e famílias que estão passando por dificuldade temporária, contudo,
precisa de contribuição através de bens materiais e em pecúnia. Assim, poderão ser
concedidos, por exemplo, o que o art. 22 da LOAS denomina de benefícios eventuais,
entre os quais estão o auxílio natalidade e auxílio funeral. Nesse sentido,
"A segurança de apoio e auxílio, quando sob riscos circunstanciais, exige a oferta de
auxílios em bens materiais e em pecúnia em caráter transitório, denominados de
benefícios eventuais para as famílias, seus membros e indivíduos (BRASIL, 2005, p. 18)."
De forma geral, notamos que as cinco seguranças que perpassam a política de
assistência social são fundamentais e contribuem com o viés de proteção social do
público-alvo desta política pública.

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