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Programa ELO
Roteiro para visitas de campo
Outubro/2015
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Sumário
1. Planejamento ........................................................................................................... 3
1.1 Definindo as áreas a serem visitadas.................................................................... 3
1.2 Agendando as visitas........................................................................................... 3
2. Visitas ....................................................................................................................... 4
2.1 - Entrevista inicial................................................................................................ 4
2.2 – Visita de campo ................................................................................................ 4
2.2.1 – Observando a infraestrutura da propriedade ............................................. 5
2.2.2 - Acompanhamento de operações e entrevistas com trabalhadores ............. 9
2.2.3 – Observando aspectos ambientais e operacionais na propriedade............. 11
2.2.4 – Relacionamento com a Comunidade ........................................................ 12
2.2.5 Verificando documentos e registros (escritório) ......................................... 13
3. Encerramento da visita ........................................................................................... 17
4. Registros e relatórios .............................................................................................. 17
Apresentação
Como parte das atividades do Programa Elo, estão as visitas de inspeção e
acompanhamento das propriedades de fornecedores de cana-de-açúcar que
aderiram ao programa.
Nessas visitas, a equipe da Raízen deverá realizar uma avaliação geral da
propriedade, acompanhar as ações corretivas e recomendações levantadas
durante a fase de verificação (Imaflora) e propor ou sugerir soluções para os
possíveis desafios enfrentados pelo produtor. Além disso, poderão ser
identificadas boas práticas já implementadas pelos fornecedores, para
serem compartilhadas ou promovidas dentro do programa.
O objetivo do presente roteiro é orientar a equipe do Programa ELO – Raízen
quanto às práticas gerais na realização de visitas aos fornecedores de cana,
buscando verificar a conformidade aos requisitos de sustentabilidade do
programa.
1. Planejamento
O Programa ELO tem três regiões de abrangência – duas no estado de São Paulo e uma em Goiás
- e cada qual conta com um grande número de fornecedores de cana, de diferentes perfis, desde
o tipo “Familiar tradicional” até o “Empresarial empreendedor”.
As visitas de campo devem ser bem planejadas, para uma melhor utilização do tempo da equipe
e para alcançar os objetivos do programa.
A seguir estão detalhadas as ações de planejamento que fazem parte dessa etapa:
- Agendando as visitas
Em discussão com a equipe do ELO, foi comentado pelos supervisores que as áreas prioritárias
seriam aquelas que foram amostradas na verificação realizada pelo Imaflora. A equipe da Raízen
visitaria os fornecedores amostrados para acompanhar a implementação de ações corretivas e
melhorias, de acordo com os resultados da verificação.
Depois de elaborar uma lista de fornecedores a serem visitados na região, o supervisor deverá
revisar informações mais detalhadas já existentes sobre ele, como:
2. Visitas
Um bom contato inicial do supervisor do Programa ELO com o fornecedor ou seu representante
é importante, para estabelecer uma relação de confiança e garantir abertura para o diálogo.
questões que precisam ser depois esclarecidas por meio de registros. Por isso, costuma ser mais
produtivo deixar a visita ao escritório como uma etapa final.
A seguir estão detalhadas boas práticas e dicas a serem seguidas para as visitas de campo, de
acordo com os temas tratados no Programa ELO.
Caso o fornecedor de cana terceirize sua mão-de-obra agrícola e o terceiro esteja fazendo uso
da infraestrutura da fazenda, isto é, utilizando os alojamentos, barracões de máquinas ou
depósitos, os mesmos requisitos se aplicam.
Nos casos dos fornecedores de perfis “Familiares”, é importante que você verifique a existência
de qualquer infraestrutura na pequena propriedade e avalie se as condições são seguras para as
pessoas da família que estão trabalhando no local, principalmente no armazenamento de
agroquímicos e de suas embalagens vazias.
A localização das construções rurais é um dos pontos que deve ser observado. Um resumo,
adaptado de do Programa Soja Plus (ABIOVE), pode ser útil na sua visita:
O descarte correto de embalagens vazias é um item fundamental para o produtor rural estar em
dia com a lei e cuidar da saúde e segurança de seus trabalhadores e de sua família. Observe se
estão sendo realizadas as seguintes etapas:
1. Tríplice lavagem
2. Inutilização das embalagens (cortes ou furos para que ela não possa ser
reutilizada)
3. Armazenamento em local adequado
4. Devolução em posto de recebimento
5. Arquivo dos comprovantes de devolução das embalagens
Mais informações sobre o descarte de embalagens de agrotóxicos podem ser encontradas em www.inpev.org.br
Nos contatos iniciais com o fornecedor (no agendamento da visita e na entrevista inicial), você
já terá recebido informações sobre as operações que estão sendo realizadas na propriedade.
Otimize seu tempo e se organize para visitar as áreas dentro dos horários em que os
trabalhadores ainda estejam no campo.
Dependendo da escala do produtor, das distâncias a serem percorridas e da época do ano, nem
sempre será possível acompanhar uma amostra representativa de todas as operações. Caso
necessário, recomenda-se então que sejam priorizadas aquelas que possam representar um
maior risco diante dos temas tratados pelo Programa ELO:
- Colheita manual: apesar de ser cada vez mais rara, ainda é uma atividade realizada por alguns
fornecedores. Por envolver um maior número de trabalhadores rurais, há um maior risco de
desvios em relação às leis trabalhistas (jornada de trabalho, idade mínima de 18 anos,
recolhimento correto de encargos sociais, trabalho feminino etc) e à NR31 (área de vivência,
transporte de trabalhadores, água potável, uso de EPI etc). No caso de mão-de-obra terceirizada,
os riscos são ainda maiores, por haver um menor controle por parte do proprietário rural.
- Reforma de áreas;
- Plantio;
- Adubação;
- Outras
Muitas questões relativas ao pilar Social só poderão ser avaliadas por meio de cruzamento de
informações, o que inclui entrevistas com os encarregados e trabalhadores.
- Jornada de trabalho (a que horas sai de casa? A que horas retorna? Em quais dias da semana?
Tem intervalos durante o dia?)
- Recebeu orientação para realizar suas tarefas? Como? Tem supervisão em campo?
- Quanto recebe por mês? Como é feito o pagamento? Tem descontos? Quais?
- Como são as refeições no campo (traz de casa? Onde almoça? Tem acesso a água potável?)
Converse com o produtor sobre possíveis ações do Programa ELO que poderiam ajudá-lo a
superar os desafios e a melhorar seu desempenho no Pilar Social.
Diversos aspectos ambientais e operacionais podem ser observados na visita de campo e depois
complementados por acompanhamento das operações, entrevistas e verificação de
documentos.
- É realizada a irrigação?
Alguns exemplos de áreas que não podem ser convertidas (para a certificação),
mesmo que tenham sido licenciadas pelo órgão ambiental:
Converse com o produtor sobre possíveis ações do Programa ELO que poderiam ajudá-lo a
superar os desafios e a melhorar seu desempenho nos Pilares Ambiental e Econômico.
Fique atento!
As áreas usadas para cultivo agrícola devem ter os direitos de uso da terra avaliados,
documentados e estabelecidos. Isso indica que a propriedade, a posse ou o direito de uso de
uma área deve ser claramente demonstrado como sendo do fornecedor.
Você pode solicitar ainda o CCIR - Certificado de Cadastro de Imóvel Rural, que é um
documento emitido pelo Incra que constitui prova do cadastro do imóvel rural; e o
comprovante de pagamento do ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural.
- Fornecedor produzindo cana em áreas onde direitos tradicionais estão sendo violados (terras
indígenas, áreas reconhecidas como de quilombolas);
Legislação ambiental:*
Os principais documentos relativos à legislação ambiental e que podem ser verificados são:
Cadastro Ambiental Rural (CAR), se já foi realizado ou se está dentro dos prazos
permitidos;
* Para maiores informações, veja a apostila do treinamento teórico ministrado pelo Nucleus
sobre o tema Ambiental (Anexo 3).
No caso da mão-de-obra familiar, é importante confirmar a idade dos familiares que colaboram
nas operações, tipos de atividades realizadas por eles e, sendo menores, os comprovantes de
frequência escolar. De qualquer modo, os cuidados com a segurança e com a saúde do agricultor
rural devem ser considerados, em especial quando há o uso de agrotóxicos e máquinas agrícolas.
Fique atento!
** Para maiores informações, veja a apostila do treinamento teórico ministrado pelo Nucleus
sobre o tema Social (Anexo 4).
3. Encerramento da visita
4. Registros e relatórios
Durante a visita de campo e de escritório, você deve tomar nota dos pontos principais, de acordo
com os temas observados dos pilares Ambiental, Social e Econômico, conforme as
recomendações descritas na Seção 2 desse roteiro.
Se for permitido pelo produtor, fotografe as áreas ou situações mais relevantes, sejam elas
representativas de desafios ou mesmo de boas práticas.
É importante manter uma consistência de registros com os itens do Programa ELO, para facilitar
a análise dos dados coletados e o acompanhamento das ações.
Sugere-se a criação de um formulário padronizado, a ser usado por cada um dos supervisores
do Programa, de modo que, a partir do formulário, se possa inserir as informações em um
Sistema de Gestão do ELO. Assim, é possível manter o histórico das visitas e os registros para
acompanhamento de qualquer ação.
Antes do início das visitas, é fundamental definir, no Sistema de Gestão do ELO, se serão abertas
solicitações de ação corretivas para os desvios identificados em campo e se serão feitas
notificações formais aos fornecedores.
Sugere-se a criação de uma “Biblioteca” de referências do Programa ELO, com documentos úteis
para assistência técnica (leis, normas, cartilhas, NR31 etc) e registros das “Boas Práticas ELO”
(exemplos de soluções implementadas pelos próprios fornecedores, para serem compartilhados
com os participantes do programa).