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ESCOLA SECUNDÁRIA DR.

GINESTAL MACHADO
Ano letivo 2011-2012

18 janeiro TESTE DE VERIFICAÇÃO DE LEITURA 12º I


2012 «Memorial do convento», José Saramago
PORTUGUÊS

NOME Nº

A - Assinale na folha de resposta a afirmação correta (Verdadeiro ou


Falso).

1 – ‘’Memorial do convento” faz a exaltação da ação governativa de D.


João V.

A) Verdadeiro

B) Falso
2 - “Memorial do convento” apresenta-nos uma visão restrita do Portugal
do início do século XVIII.

A) Verdadeiro

B) Falso
3 - Em “Memorial do convento”, História e ficção constituem um todo.

A) Verdadeiro

B) Falso
4 - Toda a narrativa é produto da memória do narrador.

A) Verdadeiro

B) Falso
5 - O estilo de Saramago caracteriza-se pela manutenção das regras do
discurso literário tradicional.

A) Verdadeiro

B) Falso
6 - A construção do convento de Mafra e a história de amor entre Baltasar
e Blimunda são os eixos estruturadores do romance.

A) Verdadeiro

B) Falso
7 - A ação principal inicia-se com D. João V a ir ao quarto da esposa para
conseguir um herdeiro para o trono.

A) Verdadeiro

B) Falso
8 - A ação principal inicia-se com Baltasar a assistir ao auto de fé. Entre os
condenados pela Inquisição, encontra-se Sebastiana Maria de Jesus.

A) Verdadeiro

B) Falso
9 - “Memorial do convento” não suscita uma profunda reflexão sobre a
condição humana.
A) Verdadeiro

B) Falso
10 - “Memorial do convento” eleva o povo a verdadeiro herói da
construção do convento de Mafra.

A) Verdadeiro

B) Falso
11 - Na verdade, a primeira impressão que se tem ao ler um texto de
Saramago é que o seu estilo, a sua linguagem brotam de uma forma
intempestiva, subvertendo as regras tradicionalmente aceites como
"corretas".

A) Verdadeiro

B) Falso
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B - ESCOLHA MÚLTIPLA – Assinale a opção correta.

1 - Qual o nome da esposa de D. João V?

A) Ana Marta

B) Maria Ana Josefa

C) Maria Bárbara

D) Maria Inês

2 - Qual o nome do Franciscano que interveio na decisão real de construir o


Convento de Mafra?

A) Ana Marta

B) D. Nuno da Cunha.

C) Frei José.

D ) D. António Nuno.

E) Frei António de S. José.

3 - Quem era D. Nuno da Cunha?

A) Inquisidor-Geral.

B) Confessor da Rainha.

D) Padre e orador da corte.


E) Padre que aconselhava o rei.

4 - Quem era a personagem Baltasar Mateus, o Sete-Sóis?

A) Toureiro em Lisboa, ex-soldado e estropiado de guerra de onde


regressa maneta. Foi um dos construtores da passarola voadora. Mantém
uma relação amorosa duradoura com uma mulher com poderes
sobrenaturais.

B) Antigo camponês de Mafra, ex-soldado e estropiado de guerra, de


onde regressa louco. Mantém uma relação amorosa passageira com uma
mulher com poderes sobrenaturais.

C) Antigo camponês de Mafra, ex-soldado e estropiado de guerra, de


onde regressa maneta. Foi um dos construtores da passarola voadora.
Mantém uma relação amorosa duradoura com uma mulher com poderes
sobrenaturais.

D) Antigo camponês de Mafra, ex-soldado e estropiado de guerra, de


onde regressa cego e maneta. Foi um dos construtores da passarola
voadora. Mantém uma relação amorosa duradoura com uma mulher
louca.

5 - Qual o nome da mulher com poderes mágicos, filha de uma suposta feiticeira
julgada pelo Santo Ofício, que mantém uma relação amorosa duradoura com
Baltasar Mateus?

A) Blimunda Sebastião.

B) Blimunda de Jesus.

C) Sebastiana Maria de Jesus.

D) Blimunda Mateus.

6 - Qual o nome da Princesa de Portugal, filha primogénita de D. João V, que


mais tarde se casará com Fernando VI, de Espanha?

A) Infanta D. Maria Bárbara.

B) Infanta D. Maria Antónia.

C) Infanta D. Maria Ana

D) Infanta D. Bárbara Maria.

7 - Sebastiana Maria de Jesus era a mãe da jovem com poderes mágicos de


vidência e, também ela, uma

A) vidente condenada, pelo Santo Ofício, ao desterro por prática de


feitiçaria.

B) vidente condenada, pelo Santo Ofício, à fogueira.


C) vidente condenada, pelo Rei, ao desterro por prática de feitiçaria.

D) vidente condenada, pelo Santo Ofício, ao desterro por ser judia.

8 - Qual o nome do padre e orador da corte, grande cientista, que concebeu a


passarola voadora?

A) Padre Bartolomeu Gomes.

B) Padre Baltasar de Gusmão.

C) Padre Domingos Bartolomeu.

D) Padre Bartolomeu de Gusmão.

C – Responda de forma sucinta às questões que se seguem.

Capítulo I
1. No início deste capítulo vai saber quase tudo sobre o rei. Um rei que se ocupa
a “brincar” às construções.
1.1. Indique o que o rei está a construir.

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2. Nomeie o bispo Inquisidor.

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3. Anote em que consiste a promessa do rei.

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4. Reparou, com certeza, na ironia do narrador ao falar da relação contratual


entre o rei e a rainha.
4.1. Refira uma situação reveladora dessa ironia.

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5. A determinada altura fala-se de percevejos.


5.1. Saliente a comicidade da descrição.

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6. O rei sonha. A rainha sonha.


6.1. Diga o sonho de um e de outro.

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Capítulo III

7. Explique a que propósito o narrador exclama “o sol quando nasce é para


todos”.

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8. A procissão de penitência acontece no final de um certo excesso. Mencione


estes dois momentos do calendário católico.

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Capítulo IV

9. Baltasar Sete-Sóis é expulso da guerra.


9.1. Registe o motivo pela boca da personagem.

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Capítulo V
10. D. Maria Ana não irá, hoje, ao auto de fé.

10.1. Explicite o motivo pelo qual a rainha não estará presente.

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11. Enumere alguns dos crimes de que são acusados os condenados no auto de
fé.

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12. Baltasar e Blimunda (re)conhecem-se.

12.1. Infira da cumplicidade dos dois como se estivessem predestinados um


ao outro.

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D - Complete os espaços com os articuladores de discurso apropriados.

Baltasar Bartolomeu códigos caricatura herdeiro


históricas ilícita intelectual

inventor máquina mundo necessidade oposto relação


romance Saramago

O padre……………....………..Lourenço é o………..…..………..do clero da época:


académico e……..……………..que tem dúvidas, é um……..………..que sonha com
uma……………..………..fantástica.
A subversão conhece o seu grau mais elevado no tratamento das grandes
figuras históricas. Ao contrário do que acontece no romance histórico de Scott e
Tolstoi onde Maria Stuart, Luís XI ou Kutusov são figuras inesquecíveis de
recorte epocal, pessoal e humano, em…………..………..as
figuras…………………..perdem a sua grandeza histórica e são pintadas com as
cores da……..……….. . São exemplos máximos o rei e a rainha, meros
instrumentos da……..………..nacional em produzir um……..……….. .
A subversão é ainda transgressão na forma de tratamento das
personagens……..………..e Blimunda que assumem, no fundo, o centro do
romance ao contrário do que o leitor poderia esperar a partir das páginas
iniciais, nas quais Mafra e o casal real se perfilam como núcleo da narrativa.
A ……..……….. entre Baltasar e Blimunda está fora de todos os ……..……….. ,
nomeadamente os sociais da época, tornando-se este par um símbolo da
transgressão e de mensagem para fora do seu tempo e para todos os tempos. O
casal é instituído em comunhão com o universo numa ligação amorosa ……..……
….. e desviante, sem cânone ou regra de época, alcançando num espaço sem
igual uma perfeição que não é deste ……..……….. . (...)
Este magnífico ……..……….. é mais uma prova do exercício literário de
subversão na escrita transformado em escrita de subversão. A inovação e a
transfiguração dos processos narratológicos abrem-nos os sentidos para uma
consciência nova em níveis existenciais e literários.
Luís M. O. Cardoso,

“José Saramago, um Prémio Nobel Levantado do Chão: uma escrita de subversão na subversão da

escrita”

COTAÇÃO

A - 1 a 11 33 C – 4.1. 10 C – 9.1. 10
B- 1a 8 24 C – 5.1. 10 C – 10.1. 8
C – 1.1. 5 C – 6.1. 10 C – 11 10
C–2 5 C –7 12 C – 12.1 15
C – 3. 8 C –8 8 D – (16) 32
TOTAL 200
CORREÇÃO
A.
1 –F 2– A 3– V 4– F 5–F 6– V 7– V 8–F 9–F 10 – V 11 - V

B.
1–B 2–E 3–A 4–C 5–B 6–A 7–A 8–D

C.
1.1.- O rei está a construir em miniatura – em puzzle – a Basílica de S. Pedro em
Roma.
2 - D. Nuno da Cunha é o bispo inquisidor.
3 - A promessa do rei consiste na construção do convento de Mafra se este tiver um
filho daí a um ano.
4. 1 - descrição do cerimonial do ato conjugal
- a imobilidade da rainha, após o ato conjugal, para reter os líquidos reais
- a descrição do cheiro dos corpos que fica no cobertor da rainha e a presença
de percevejos (motivo apontado para o rei não dormir com a rainha)
- a precisão temporária (duas vezes por semana) com que o rei cumpre o dever
conjugal
- após a saída do bispo e do frei, o rei anuncia-se e, consumado o ato, D. Maria
tem que "guardar o choco", a conselho dos médicos e murmura orações, pedindo
ao menos um filho que seja.
- após o ato conjugal, cada um sonha de forma diferente: a rainha sonha com o
cunhado, o infante D. Francisco, e o rei com o filho que poderá advir da promessa
da construção do convento de Mafra.
5. 1 – Após o ato conjugal, o silêncio e a imobilidade dos interlocutores volta aos
aposentos, pelo que os percevejos saem do seu refúgio e começam a sair das
fendas, dos refegos e deixam-se cair do alto dossel, tornando mais rápida a viagem
até ao cobertor.
6. 1 - D. Maria sonha com o infante D. Francisco, seu cunhado, e dorme em paz,
adormecida, enquanto D João sonha com o filho que poderá advir da promessa da
construção do convento de Mafra.
7 – Após uma descrição de classes – ricos e pobres – assente numa alimentação
excessiva ou deficitária (por exemplo, Lisboa aparece metaforicamente associada a
uma «boca» que se alimenta), num período já por si associado a excessos que é o
Entrudo, o narrador refere esta expressão: “o sol quando nasce é para todos’’ –
significando que a Quaresma que se inicia traz consigo o jejum. Desta forma,
aqueles que comem em excesso ficarão, portanto, nivelados em relação às gentes
pobres e famintas de Lisboa.
8 – Entrudo e Quaresma
9.1 - Baltasar perdeu a mão esquerda numa batalha contra Espanha, motivo pelo
qual é expulso do exército. Nas palavras de Baltasar é por não ter ‘’serventia’’.
10.1. - D. Maria Ana está de luto pela morte do seu irmão José, imperador da
Áustria, motivo pelo qual não irá ao auto de fé, contudo, a outra razão apresentada
é a gravidez e debilidade física em que a rainha se encontra.
11.1. – No auto de fé é feita justiça ‘’a judeus e cristãos-novos, a hereges e
feiticeiros, fora aqueles casos menos correntemente qualificáveis, como os de
sodomia, molinismo, reptizar mulheres e solicitá-las, e outras miuçalhas passíveis
de degredo ou fogueira.’’
12.1. – Baltasar diz o seu nome a Blimunda de forma natural, como se estivesse
predestinado a responder-lhe; Baltasar entra em casa de Blimunda de forma
natural, apesar de esta não lhe ter dito nada; Blimunda come a sopa com a mesma
colher com que Baltasar comeu a sua; deita-se na mesma cama de Blimunda e com
ela tem relações como se se conhecessem há muito tempo.

D.
O padre Bartolomeu Lourenço é o oposto do clero da época: académico e
intelectual que tem dúvidas, é um inventor que sonha com uma máquina
fantástica.
A subversão conhece o seu grau mais elevado no tratamento das grandes
figuras históricas. Ao contrário do que acontece no romance histórico de Scott e
Tolstoi onde Maria Stuart, Luís XI ou Kutusov são figuras inesquecíveis de recorte
epocal, pessoal e humano, em Saramago as figuras históricas perdem a sua
grandeza histórica e são pintadas com as cores da caricatura. São exemplos
máximos o rei e a rainha, meros instrumentos da necessidade nacional em
produzir um herdeiro.
A subversão é ainda transgressão na forma de tratamento das personagens
Baltasar e Blimunda que assumem, no fundo, o centro do romance ao contrário do
que o leitor poderia esperar a partir das páginas iniciais, nas quais Mafra e o casal
real se perfilam como núcleo da narrativa.
A relação entre Baltasar e Blimunda está fora de todos os códigos,
nomeadamente os sociais da época, tornando-se este par um símbolo da
transgressão e de mensagem para fora do seu tempo e para todos os tempos. O
casal é instituído em comunhão com o universo numa ligação amorosa ilícita e
desviante, sem cânone ou regra de época, alcançando num espaço sem igual uma
perfeição que não é deste mundo. (...)
Este magnífico romance é mais uma prova do exercício literário de subversão
na escrita transformado em escrita de subversão. A inovação e a transfiguração dos
processos narratológicos abrem-nos os sentidos para uma consciência nova em
níveis existenciais e literários.
Luís M. O. Cardoso,
“José Saramago, um Prémio Nobel Levantado do Chão: uma escrita de subversão na
subversão da escrita”

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