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Logistica
Logistica
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 5
Introdução.................................................................................................................................... 8
Unidade i
fase introdutória – conceituação básica.................................................................................... 9
Capítulo 1
Conceituação Básica.......................................................................................................... 9
Capítulo 2
Sistema Logístico Integrado............................................................................................. 13
Capítulo 3
Supply Chain Management – Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento................ 14
Capítulo 4
Atividades Logísticas.......................................................................................................... 20
Unidade iI
a logística como ferramenta de marketing............................................................................. 23
Capítulo 1
Serviço ao Cliente.............................................................................................................. 23
Capítulo 2
O Conceito de Valor Agregado...................................................................................... 26
Capítulo 3
Fidelização por meio da Logística................................................................................... 28
Capítulo 4
Gestão do Produto............................................................................................................ 29
Unidade iII
a parte operacional da logística.................................................................................................. 31
Capítulo 1
Modelos e Ferramentas de Apoio..................................................................................... 31
Capítulo 2
Distribuição e Decisões Estratégicas................................................................................ 35
Capítulo 3
Canais de Distribuição........................................................................................................ 43
Capítulo 4
Transporte, Localização e Roteirização......................................................................... 46
Capítulo 5
Estoques............................................................................................................................... 56
Capítulo 6
Custo Logístico Total......................................................................................................... 64
Unidade iV
conceituação final – análise estratégica.................................................................................. 68
Capítulo 1
Just-in-time (JIT)..................................................................................................................... 68
Capítulo 2
Benchmarking.................................................................................................................... 69
Capítulo 3
Parcerias: Operadores Logísticos................................................................................... 70
Capítulo 4
Sistemas Logísticos de Informação................................................................................. 72
Referências .................................................................................................................................. 86
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
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Introdução
Caro aluno,
O papel da Logística no mundo atual tem sido fundamental para a crescente competitividade entre
as organizações. Existem componentes até então desprezados pelos administradores e que hoje
são de fundamental importância para a sobrevivência no mercado. Novas ferramentas também
têm impulsionado a Logística, fazendo com que sejamos obrigados a rever o assunto e repensá-lo
constantemente. As nossas certezas de hoje não são duradouras, e o estudo conceitual favorece
a formulação de um pragmatismo pautado em resultados proeminentes, fundamentais para o
mercado.
Concluímos que a Logística hoje tem um papel maior do que simplesmente o de estar ligada
ao abastecimento de suprimentos, transcendendo esse ponto e tornando-se de fundamental
importância. O seu processo dinâmico está ligado aos custos operacionais, ao marketing de
serviços e aos demais departamentos das organizações, sendo que essa ligação exige muito de uma
administração competente.
Olhando sobre esses aspectos é que formulamos este material, onde você terá a sua formação teórica,
lembrando que essa matéria leva à praticidade do mercado. O conhecimento teórico será apenas um
dos componentes que você como profissional, lançará mão. Você também terá que ter uma grande
visão administrativa, o que requer a complementação do seu estudo com o de outras disciplinas, ou
em outras fontes que você terá de buscar constantemente.
Quanto ao estudo desta disciplina em especial, será disponibilizada uma ferramenta de grande valor.
Saiba utilizá-la, consultando sempre que necessário, mas lembre-se que todo esforço aqui empregado
será proporcional ao seu interesse individual e é apenas um complemento de um grupo de outras
ferramentas disponíveis.
Bom estudo!
Objetivos:
»» Compreender os fundamentos básicos da Logística.
»» Ter uma visão clara de como a Logística influi nos resultados operacionais das
organizações contemporâneas para colocá-la em prática.
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fase introdutória
– conceituação Unidade i
básica
Capítulo 1
Conceituação Básica
A Logística atual é muito diferente da sua concepção inicial agora nossa visão é mais
abrangente
Conceitos de Logística
O termo Logística originou-se do meio militar e foi assim conceituado: “é o ramo da ciência militar
que lida com a obtenção, a manutenção e o transporte de materias, pessoal e instalações”.
Todavia, sem desconsiderar a importância da sua procedência, pretendemos, neste estudo, tratar da
Logística Empresarial, que nos remete segundo Council of Logistic Management – CLM (1998), à
seguinte definição: Logística é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente
e economicamente eficaz de matérias-primas, estoque em processo, produtos acabados e informações
relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências
dos clientes.
Ronald Ballou (1995), um dos mais consagrados autores na área, assim a define:
Moeller (1984) nos traz um simples e prático conceito, baseado nos chamados 7Rs: Assure the Right
Product, in the Right Quantity, in Right Condicion, in the Right Place, at the Right Time, with
the Right Price, for the Right Consumer, ou seja, assegurar a disponibilidade do produto certo, na
9
UNIDADE I │ fase introdutória – conceituação básica
quantidade certa, na condição certa, no local certo, no momento certo, com o preço certo e para o
cliente certo.
A Logística Empresarial estuda como a administração pode prover melhor o nível de rentabilidade
nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, por meio de planejamento, organização e
controles efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam a facilitar o fluxo
de produtos.
Ainda no campo da definição, é importante destacar que podemos definir Logística como sendo a
junção de quatro atividades básicas: aquisição, movimentação, armazenagem e entrega de produtos.
Para que essas atividades funcionem, é imperativo que as atividades de planejamento logístico,
quer sejam de materiais ou de processos, estejam intimamente relacionadas com as funções de
manufatura e marketing.
Outras definições ligadas a Logística Empresarial serão apresentadas oportunamente neste nosso
estudo. Isso ocorrerá quando os assuntos correlacionados forem apresentados.
A Logística, ao mesmo tempo em que é uma atividade antiga, é um dos conceitos gerenciais mais
modernos. O que vem modificando esse conceito de gestão de Logística, e o tornando mais moderno,
são as mudanças, tanto da ordem econômica, quanto da tecnológica. Na área econômica, a Logística
tem uma importância em escala global. Na economia mundial, os sistemas logísticos eficientes
foram a base para o comércio e a manutenção de um alto padrão de vida nos países desenvolvidos.
Um sistema logístico eficiente permite que uma região geográfica explore suas vantagens inerentes,
e que os custos do país (logísticos e de produção) e a qualidade desses produtos sejam competitivos
com os de qualquer outra região.
10
fase introdutória – conceituação básica │ UNIDADE I
A fase mais moderna da Logística é a integração estratégica representada pelo conceito do Supply
Chain Management – SCM, adotado no Fórum realizado na Ohio State University: “SCM é
a integração dos processos industriais e comerciais, partindo do consumidor final e indo até os
fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor para o cliente”.
Podemos perceber uma nítida evolução da Logística, desde um tratamento mais restrito representado
pela distribuição física de materiais e bens, para um escopo mais abrangente de Logística Integrada,
em que se considera a somatória dos segmentos da administração de materiais e da distribuição
física, levando em consideração desde o ponto de origem até o ponto de consumo, satisfazendo as
necessidades do cliente.
No Brasil, a Logística apareceu nos anos 1970, quando empresas industriais e comerciaisn se viram
diante da, necessidade de abandonar o empirismo ao abastecer um país de dimensões continentais
e partir para o estudo cientifico. Nessas empresas, antigamente, a Logística era utilizada apenas
como uma ferramenta operacional para escoamento de produção. Não havia preocupação com
prazos de suprimento e entregas ao cliente. Com o passar dos anos, as empresas perceberam que,
para atender ao mercado consumidor, deveriam ter um diferencial para superar a concorrência.
LogÍstica Informação
A vantagem competitiva deve ser a mais duradoura possível: é preciso que se produza a um custo
menor, ou que se agregue mais valor, ou que se possa atender de maneira mais efetiva às necessidades
de um determinado nicho de mercado. Necessita-se que se façam lançamentos mais frequentes de
novos produtos, que, em geral, terão ciclos de vidas mais curtos. A mudança de perfil dos clientes,
cada vez mais bem informados e exigentes, força as empresas a serem criativas, ágeis e flexíveis,
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UNIDADE I │ fase introdutória – conceituação básica
além de elevar a sua qualidade e confiabilidade. Assim, nos últimos anos, elas buscam se estruturar
internamente e investir em áreas e processos internos para atingir vantagem competitiva.
A redução de custos se dará pela suavização e correta execução do fluxo de materiais que passará a
ser feito de forma sincronizada com o fluxo de informações, possibilitando redução de inventários,
maior utilização dos ativos envolvidos, dos desperdícios, uso eficaz dos sistemas de transporte e
armazenagem, ocorrendo, portanto, o emprego racional e a otimização de todos os fatores utilizados.
As empresas que ainda aplicam suas atividades de forma segmentada podem ter como consequências:
falta de foco no cliente, níveis de serviço abaixo do desejado, custo de Logística elevado, capital
empregado em estoques e ciclos longos de produção e pouca flexibilidade.
Hoje as empresas já se deram conta do imenso potencial implícito nas atividades integradas a um
sistema logístico, tratando-as como uma vantagem competitiva – um diferencial. As indústrias
automobilísticas e as redes de supermercados possuem os sistemas mais bem estruturados do país.
Resumindo
12
Capítulo 2
Sistema Logístico Integrado
Como vimos, a Logística moderna tem uma visão não mais limitada a um departamento ou a
uma ação da organização. Ela está presente em todas as atividades empresariais, e isso requer
uma coordenação de ações e uma administração mais voltada para os resultados e os objetivos
organizacionais.
Podemos definir Logística Integrada como sendo um instrumento de marketing, uma ferramenta
gerencial capaz de agregar valor por meio de serviços prestados.
A força do marketing relacionada com a Logística leva em conta dois fatores importantíssimos: o
primeiro refere-se aos quatro Ps do Marketing (Produto, Preço, Promoção e Praça) e o segundo, ao
serviço prestado aos clientes (compra e venda, transporte, armazenagem, estoque e processamento
de pedidos).
Para que possa ser gerenciada de forma integrada, a Logística deve ser tratada como um sistema, ou
seja, um conjunto de componentes interligados, trabalhando de forma coordenada, como maneira
de se atingir um objetivo comum.
Integração Interna
O gerenciamento integrado dos diversos componentes do sistema logístico é uma condição necessária
para que as empresas consigam atingir excelência operacional com baixo custo. Para atingir essa
meta, as empresas necessitam conhecer muito bem os trade-offs inerentes à sua operação Logística,
e possuir sistemas e organização adequados para tomar as decisões de forma integrada.
Como já vimos, a Logística é responsável por planejamento, operação e controle de todo o fluxo de
mercadorias e informações, desde a fonte fornecedora até o consumidor.
Seu objetivo básico é o atendimento ao cliente. A atividade Logística se inicia no instante em que o
cliente resolve transformar seu desejo em realidade.
13
Capítulo 3
Supply Chain Management –
Gerenciamento da Cadeia de
Abastecimento
A cadeia de suprimentos é uma extensão da Logística integrada. Tem representado uma nova e
promissora fronteira para empresas interessadas na obtenção de vantagens competitivas de forma
efetiva e pode ser considerada uma visão expandida, atualizada e, sobretudo, holística da administração
de materiais tradicional, abrangendo a gestão de toda a cadeia produtiva de forma estratégica e
integrada.
Para suprir a necessidade do mercado, hoje as empresas desenvolvem uma gestão eficiente
baseada na integração da cadeia de abastecimento. É importante salientar que na tradução literal
“abastecimento” seria “suprimento”; no entanto, em português, suprimento significa a logística de
entrada, envolvendo estoques e compras; assim, no mercado, o termo gerenciamento da cadeia
de abastecimento é mais simpático e utilizado quando há necessidade de tradução, uma vez que o
termo Supply Chain já está inteiramente consagrado no jargão empresarial.
Cadeia de abastecimento para Ching (2001, p. 67) é “uma forma integrada de planejar e controlar o
fluxo de mercadorias, informações e recursos, desde os fornecedores até o cliente final, procurando
administrar as relações na cadeia logística de forma cooperativa e para o benefício de todos os
envolvidos”. Já para Christopher (1997, p. 13), “A cadeia de suprimentos representa uma rede
de organizações, através de ligações nos dois sentidos, dos diferentes processos e atividades que
produzem valor na forma de produtos e serviços que são colocados nas mãos do consumidor final”.
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fase introdutória – conceituação básica │ UNIDADE I
Assim, é importante ressaltar que o escopo da Supply Chain Management – SCM abrange toda a
cadeia produtiva, incluindo a relação da empresa com seus fornecedores e clientes, e não apenas a
relação com os seus fornecedores.
O conceito de Supply Chain Management surgiu face à necessidade dos fabricantes gerenciarem de forma
eficiente o movimento de seus produtos, serviços e informações do ponto de início até o consumidor final.
Assim, o SCM é considerado pelas organizações uma estratégia que engloba toda a cadeia produtiva,
com fatores que, além de gerarem vantagem competitiva, contribuem para agregar valor ao cliente e a
sua satisfação.
Também introduz uma importante mudança no paradigma competitivo, na medida em que considera
que a competição no mercado ocorre, de fato, no nível das cadeias produtivas e não apenas no nível
das unidades de negócios (isoladas), como estabelece o tradicional trabalho de Porter (1980).
Essa mudança resulta num modelo competitivo baseado no fundamento de que atualmente
a competição se dá, realmente, entre “virtuais unidades de negócios”, ou seja, entre cadeias
produtivas. Atualmente, as mais efetivas práticas na SCM visam a obter uma “virtual unidade de
negócio”, providenciando assim muitos dos benefícios da tradicional integração vertical, sem as
comuns desvantagens em termos de custo e perda de flexibilidade inerente a ela.
O modelo a seguir demonstra uma cadeia de suprimentos bastante abrangente. Alguns pontos
devem ser salientados para a sua observação, como o fluxo de informações, que faz parte dessa
15
UNIDADE I │ fase introdutória – conceituação básica
Na concepção de Fleury et al. (2000, p. 42), SCM “é uma abordagem sistêmica de razoável complexidade
que implica alta interação entre os participantes, exigindo a consideração simultânea de diversos trade-
-offs.” A adoção do conceito de SCM incentiva, mediante o processo de coordenação e colaboração,
a busca e a identificação de oportunidades desse tipo e sua implementação conjunta.
As empresas que adotam esses sistema tendem a destacar-se em relação à redução dos custos
operacionais alcançando uma melhoria na produtividade dos ativos e redução dos tempos de
ciclo. Obtêm, ainda, a redução de custos de estoque, de transporte e de armazenagem, a melhoria
dos serviços, em termos de entregas mais rápidas e produção personalizada, e um aumento na
rentabilidade.
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fase introdutória – conceituação básica │ UNIDADE I
O SCM é também considerado metodologia e tem um processo a ser sugerido, cujos passos básicos
são assim simplificados por Fleury et al. (2000, p. 45).
»» Administração de demanda.
»» Atendimento de pedidos.
»» Compras/suprimento.
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UNIDADE I │ fase introdutória – conceituação básica
4. Atender ao pedidos dos clientes sem erros dentro do prazo de entrega combinado.
Os objetivos e práticas do SCM são, na verdade, a busca da maximização dos potenciais da cadeia
produtiva, e de se tornar realidade as potenciais sinergias entre as partes dessa cadeia produtiva,
de forma a atender o consumidor final de forma mais eficiente, mediante a redução dos custos e a
adição de mais valor aos produtos finais.
Quando falamos em redução de custos, ela tem sido obtida por meio da diminuição do volume
de transações de informações e papéis, dos custos de transporte e estocagem, e da diminuição da
variabilidade da demanda de produtos e serviços, entre outros. Também tem sido adicionado mais
valor aos produtos por intermedio da criação de bens e serviços customizados, do desenvolvimento
de competências distintas por meio de uma cadeia produtiva e dos esforços para que, tanto
fornecedores como clientes, aumentem mutuamente a lucratividade.
Porém, uma das características mais importantes da SCM é a divisão de informações e a integração
da infraestrutura com clientes e fornecedores. A integração de sistemas de informações/
computacionais e a utilização crescente de sistemas como o Electronic Data Interchange – EDI entre
fornecedores, clientes e operadores logísticos têm permitido a prática, por exemplo, da reposição
automática do produto na prateleira do cliente (Efficient Consumer Response). Tais práticas têm
proporcionado, sobretudo, o trabalho com entregas just-in-time e a diminuição dos níveis gerais de
estoques. Também, a utilização de representantes permanentes (In plant representatives) junto aos
clientes tem facilitado, entre outras coisas, um melhor balanceamento entre as suas necessidades e
a capacidade produtiva do fornecedor, bem como uma maior agilidade na resolução de problemas.
Outra prática adotada pelo SCM é o desenvolvimento conjunto de produtos. O envolvimento dos
fornecedores, desde os estágios iniciais do desenvolvimento de novos produtos (Early Supplier
Involvement), tem proporcionado, principalmente, uma redução no tempo e nos seus custos
de desenvolvimento.
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fase introdutória – conceituação básica │ UNIDADE I
Assim, a formação em Logística desempenha um papel fundamental na criação desse novo dirigente.
Seu desenvolvimento deve ser potencializado.
19
Capítulo 4
Atividades Logísticas
Podemos separar a Logística em atividades, sendo que as atividades primárias seriam dividas
em pelo menos três: transporte, manutenção de estoque e processamento de pedido; as de apoio
em: armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de proteção, obtenção, programação de
produtos, manutenção de informação.
Como o transporte é confundido com a Logística em si, há uma visão distorcida em que seria essa
a mais importante; na verdade, com o conceito de Logística integrada, o transporte não perde a
importância, mas divide as atenções com as demais funções Logísticas.
Referindo-se, ainda, ao transporte, podemos salientar que, para a maioria das empresas, ele é a
atividade Logística mais importante, simplesmente porque ela absorve, em média, de um a dois
terços dos custos logísticos. O transporte refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos,
sendo que as alternativas mais populares são os modos rodoviário, ferroviário e aeroviário.
A administração da atividade de transporte geralmente envolve a decisão quanto ao método de
transporte, aos roteiros, e à utilização da capacidade dos veículos.
Não podemos desprezar essa importante atividade, porém outras atividades primárias devem ser
igualmente analisadas, como a manutenção de estoques, que envolve uma grande responsabilidade
e compromete igualmente os recursos financeiros, impactando sobremaneira o processo logístico.
Geralmente, não é viável providenciar produção ou entrega instantânea aos clientes. Para atingir
um grau razoável de disponibilidade de produto é necessário manter estoques e, por se tratar de um
valor consideravelmente alto, a manutenção dos estoques é uma atividade-chave da Logística. A
administração de estoques envolve manter seus níveis tão baixos quanto possível, ao mesmo tempo
em que provê a possibilidade desejada pelos clientes.
A outra atividade básica da Logística está relacionada diretamente com os custos de processamento
de pedidos, que tendem a ser pequenos quando comparados aos custos de transportes ou de
manutenção de estoques. Sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico em termos
do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes. É a atividade primária que inicia a
movimentação de produtos e a entrega de serviços.
Além dessas atividades relacionadas com a parte básica da Logística, ainda temos de analisar as
atividades de apoio, que serão fundamentais para o melhor desenvolvimento da ação Logística.
A armazenagem é hoje tida como de fundamental importância, estando ligada ao plano estratégico
das organizações, influindo no ganho de qualidade de serviços, aproximando o mercado consumidor
do mercado produtor. Refere-se à administração do espaço necessário para manter estoques e
envolver problemas como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, recuperação do
estoque, projeto de docas ou baías de atracação e configuração do armazém.
20
fase introdutória – conceituação básica │ UNIDADE I
Outra atividade de apoio e que está diretamente envolvida com a armazenagem é o manuseio de
estoques, que está associada com a armazenagem e também apoia a manutenção de estoque. É uma
atividade que diz respeito à movimentação do produto no local de estocagem. O administrador deve
estar atento a alguns detalhes como: seleção do equipamento de movimentação, procedimentos
para a formação de pedidos, balanceamento da carga de trabalho. Essas atividades irão ter um
impacto significativo nos custos e, principalmente, na qualidade de serviço apresentado.
Como forma de aperfeiçoamento da Logística, recentemente tem surgido uma prestação de serviço onde a
preocupação com o que é transportado se demonstra por meio de embalagens de proteção dos produtos
movimentados, sendo que um dos objetivos da Logística é o de movimentar bens sem danificá-los além
do economicamente razoável. Bom projeto de embalagem do produto auxilia a garantir movimentação
sem quebras. Além disso, dimensões adequadas de empacotamento encorajam manuseio e
armazenagem eficientes.
[...]
Todas essas atividades se interligarão dentro de um processo complexo e que farão da Logística
algo de fundamental relevância para a competitividade, resultando em uma visão mais correta da
21
UNIDADE I │ fase introdutória – conceituação básica
administração, onde os conceitos teóricos são fundamentais para uma praticidade competente,
onde a busca pela eficiência organizacional levará a uma eficácia produtiva, não só reduzindo
custos, mas, principalmente, aliando essa redução a uma melhoria na qualidade de prestação de
serviços aos clientes.
22
a logística como
ferramenta de Unidade iI
marketing
Capítulo 1
Serviço ao Cliente
A Logística é hoje a grande arma e tem uma grande influência sobre o nível de
serviço de uma organização.
23
UNIDADE II │ a logística como ferramenta de marketing
O nível de Serviço Logístico é a soma de todos esses elementos, pois os clientes reagem a esse conjunto
total. Evidentemente, alguns desses elementos são mais importantes que outros. O profissional de
Logística também tem grande influência naqueles que estão sob sua autoridade organizacional.
O nível de serviço é importante porque repercute diretamente sobre alguns pontos da organização,
como, por exemplo, sobre as vendas, que estão diretamente relacionadas com os níveis de serviços
apresentados: quanto melhor for o nível de serviço, melhores serão as vendas.
Parece óbvio que quanto melhor for o nível de serviço logístico mais ele representará em forma de
custos; o transporte mais rápido custa mais que o transporte mais lento. Quanto maior o nível de
estoque maior será o seu custo de manutenção, em relação aos pequenos estoques.
O moderno enfoque integrado da administração Logística sugere que as necessidades de serviço dos
clientes devem ser satisfeitas dentro de limites razoáveis de custo.
Todas as pessoas envolvidas com a Logística conhecem o potencial que os Serviços Logísticos
possuem como instrumento de diferenciação de uma empresa. Os serviços “criam valor” para os
clientes. O aumento de custos logísticos e a redução dos custos de fabricação fizeram com que, em
termos percentuais, os primeiros passassem a ter uma participação muito maior nos custos totais.
Em outras palavras, isso significa dizer que o produto tornou-se mais barato, mas o custo do serviço
associado ao produto ficou mais caro.
As medidas de desempenho indicam que o serviço está de acordo com o que foi preestabelecido.
O nível de serviço deve ser justo, nem abaixo do que foi acordado, nem muito acima, causando
24
a logística como ferramenta de marketing │ UNIDADE II
custos adicionais. Os padrões devem ser estabelecidos por clientes, pois os níveis de exigências são
variáveis. Políticas sobre nível de serviço podem ser elaboradas ou simples, declaradas em separado
ou dentro de colocações mais amplas da companhia sobre como os clientes são tratados. Políticas
simples podem apenas definir como padrão de prazo de entrega; as mais elaboradas podem cobrir
detalhes como confiabilidade, condições das mercadorias, conveniência de colocação de pedidos. Boa
parte do tempo e do esforço logístico é dirigida para obter operação eficiente sobre circunstâncias
normais. Ao mesmo tempo, o profissional deve estar preparado para atuar numa circunstância
extraordinária que pode parar o sistema ou alterar drasticamente sua operação por curto período de
tempo. Esses eventos podem ser greves, incêndios, inundações ou defeitos perigosos de produtos.
O nível de serviço está diretamente ligado à Logística, pois ele vai determinar o volume de serviço
a ser utilizado.
Muitas são as variáveis a serem analisadas dentro de um nível de serviço, porém o resultado final
pode facilmente ser mensurado pela satisfação do cliente.
25
Capítulo 2
O Conceito de Valor Agregado
Entenda-se valor agregado como sendo algo que introduza um diferencial em seu produto ou serviço,
e isso não significa que seu produto terá necessariamente que custar mais caro, pois a agregação de
valores nem sempre tem um custo direto sobre seu produto final; alguém pode até pagar mais caro
por seus produtos se eles forem mais apresentáveis.
A ideia é fazer com que a Logística venha agregar valores aos produtos ou fornecedores, fazendo
com que esse diferencial competitivo seja um ponto de decisão.
Na maioria das vezes escolhemos determinado produto, baseados em uma percepção preconceituada
diretamente influenciada pelo valor da marca e consequentemente pelo valor agregado que foi
imposto pelo seu fabricante.
Fazer o transporte da sua mercadoria em tempo menor do que o seu concorrente, ter um armazém
muito mais informatizado e organizado do que o do seu concorrente, sem custos adicionais para
o consumidor, entregar produtos com embalagens de proteção, podem ser exemplos de valores
agregados.
O mesmo pode ser aplicado aos serviços. Uma empresa de Logística internacional, por exemplo,
que tem um serviço de alfândega especializado, pode fazer muita diferença para o seu cliente, pois a
mercadoria será despachada em um menor tempo, elevando o nível de satisfação dele.
Chegamos aqui em um ponto bastante interessante, onde podemos fazer uma conexão entre o valor
agregado e o nível de serviço, resultando no nível de satisfação do cliente.
Portanto, todo o esforço empregado é para que o cliente observe algum valor na empresa e isso a
torne competitiva, sendo que o valor está diretamente ligado ao diferencial apresentado, resultando
no fator determinante da escolha do cliente. Partimos de um ponto e voltamos à mesma discussão,
mas isso não é se tornar repetitivo, e sim refletir um ciclo contínuo, onde todas as ações são
voltadas para um objetivo real, fazendo com que tenhamos uma continuidade lógica e racional. A
compreensão dessa racionalidade leva-nos a uma metodologia de aplicação de recursos logísticos
voltados para a agregação de valores.
O valor agregado tem seu fundamento no marketing, onde se busca apresentar pontos positivos de
um produto como forma de diferenciá-lo da marca concorrente. Em Logística isso não se difere em
nada desse conceito, porém o grande diferencial logístico está atrelado ao serviço, sendo também
possível agregá-lo a produtos como embalagens protetoras, por exemplo.
Kotler, o mestre do marketing, representa o conceito de valor como a razão entre o que o cliente
“recebe” e o que ele “fornece”, ou paga, e isso determina o seu grau de satisfação em relação ao bem
ou serviço por ele recebido.
26
a logística como ferramenta de marketing │ UNIDADE II
Valor = Benefício.
Custo = Benefício.
Funcional + Benefício Emocional (Custo Monetário + Custo de Tempo + Custo de Energia + Custos
Psicológicos).
De início, percebemos, por esse pequeno comparativo, o esforço necessário para gerar valor aos
clientes. Os benefícios devem ser realmente sensíveis para que aconteça a “diferença” – o valor
agregado. É preciso, no mínimo, duas vezes mais benefícios para se igualar ao denominador de
custos, para que haja “empate” na relação matemática.
27
Capítulo 3
Fidelização por meio da Logística
Mas qual seria a relação entre fidelização e Logística? O ponto-chave para a questão é que a
fidelização se obtém quando o nível de satisfação do cliente é tamanho que ele não aceita mudar de
fornecedor tão facilmente. Hoje podemos afirmar que para alcançar esse nível as empresas devem
prestar um serviço muito acima do normal.
A Logística pode fidelizar clientes justamente quando consegue prestar um serviço de relevância,
fazendo com que ele tenha ganhos significativos, passando assim a fazer parte da lucratividade
desse cliente, sendo uma peça importante na sua formação de lucros.
No contexto empresarial, o termo fidelidade tem sido usado para descrever a disposição de um cliente
de continuar prestigiando uma empresa durante um prolongado período de tempo, comprando
e utilizando os bens e/ou serviços de um fornecedor em uma base repetitiva e preferivelmente
exclusiva, e, ainda, recomendando voluntariamente a outros a marca daquele fornecedor.
E o que a Logística tem a ver com a fidelização? Os produtos dos grandes concorrentes estão cada
vez mais similares em termos de qualidade e preço. Assim, a diferenciação da oferta pode ser feita
pelo “revestimento” do produto (produto ampliado), para qual o sistema logístico pode contribuir
muito. Por isso, o sistema logístico deve ser projetado de tal modo a proporcionar níveis de serviço
ajustados às necessidades de cada segmento de clientes que a empresa identifique como interessante.
Ao mesmo tempo, a prestação de serviços logísticos lida diretamente com empregados, fornecedores
e clientes e, indiretamente, com os acionistas. Para prestar o serviço logístico, a empresa necessita
que seus empregados e seus fornecedores estejam comprometidos com a missão de satisfazer e
superar as expectativas dos clientes. Um bom sistema logístico pode gerar a fidelização do cliente, o
que contribui para aumentar as vendas, a participação de mercado e, por fim, o lucro.
A fidelização, portanto, está diretamente relacionada com o nível de serviço, sendo que essa medida
de eficácia deve ser levada em conta sempre como forma de prolongamento do sistema integrado
de Logística, onde os ciclos acontecem de forma sequencial e interligada, sendo uma consequência
da outra. Se a empresa oferece bons serviços há um aumento do uso dos seus serviços. Aumentando
o uso de seus serviços ela pode prestar um serviço cada vez melhor aos seus clientes. Embora a
apresentação possa ser simplória, é importante ter consciência de que esses processos não são nada
simples.
28
Capítulo 4
Gestão do Produto
A gestão do produto utiliza a Logística como uma ferramenta de apoio para a sua
implementação e manutenção de mercado.
Embora a gestão de produtos esteja relacionada com a Engenharia de Produção e com todos os
aspectos que envolvem esse segmento, está mais envolvida com:
»» Pesquisa de Mercado.
»» Planejamento do Produto.
»» Engenharia de Produto.
»» Marketing do Produto.
Todos esses enfoques, têm suas facetas ditadas e, principalmente, características próprias, mas
estão ligadas aos aspectos logísticos por processos semelhantes de execução.
A pesquisa de mercado irá mostrar todos os dados relacionados com demanda, características e se o
produto atende às necessidades do mercado. Esses pontos serão subsídios muito importantes para
a formulação de uma estratégia de produção e distribuição do produto.
Esses pontos já abordados somados, à Metodologia de Projeto de Produto e, por fim, à Engenharia
de Produto, só levam a um lugar – a ligação muito próxima entre o Marketing dos produtos e
a Logística; enquanto o primeiro cuida da concepção do produto, o segundo está ligado a ações
eminentemente práticas e funcionais para a materialização das concepções criadas pela teoria
imaginativa do Marketing. São, portanto, complementares e, necessariamente, devem interagir de
forma coordenada e, verdadeiramente buscando um objetivo claro e consistente.
29
UNIDADE II │ a logística como ferramenta de marketing
Apesar de este material ser muito amplo e bem completo, você deve fazer uma
pesquisa para complementar o seu estudo, observando os fatores que influem
diretamente na relação entre a Logística e o Marketing.
30
a parte
operacional Unidade iII
da logística
Capítulo 1
Modelos e Ferramentas de Apoio
O sucesso de uma boa logística está intimamente ligado a fatores humanos, mas
a questão estrutural é muito importante: quanto melhores forem as ferramentas,
melhores poderão ser os resultados.
Voltamos aqui para um ponto crucial de nosso estudo as atividades de apoio da Logísitca. O sistema
logístico tem suas funções primárias, já citadas, divididas em três pontos: transportes, manutenção
de estoques e processamento de pedidos. Essas ações principais requerem as seguintes atividades
de apoio.
»» Armazenagem.
»» Manuseio de materiais.
»» Embalagem de proteção.
»» Obtenção.
»» Programação de produtos.
»» Manutenção de informação.
Essas funções são fundamentais para as ações logísticas de execução e estão relacionadas com a
parte prática propriamente dita.
A Logística tem uma nova concepção muito mais abrangente e não está mais relacionada apenas
com transporte, estocagem ou distribuição. Ela está relacionada praticamente com todos os pontos
da organização, quer como atividade principal, quer como atividade de apoio.
As atividades de apoio, que estão relacionadas acima, são fundamentais para a boa prestação de
serviços e implicam diretamente no resultado operacional das organizações. Para tanto, devem
ser administradas e coordenadas com o máximo de eficácia, pois caso apresentem problemas, irão
comprometer a cadeia produtiva como um todo.
31
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
Armazenagem
Refere-se à administração do espaço necessário para manter estoques. Envolve problemas como
localização, dimensionamento de área, arranjo físico, recuperação do estoque, projeto de docas ou
baías de atracação e configuração do armazém. Esse princípio também tem sofrido modificações
na era moderna, onde se tenta cada vez mais diminuir o nível de estoques, buscando a distribuição
direta como forma de redução de custos, sendo que os armazéns também têm sofrido diretamente
com essa nova filosofia, mudando as suas características originais.
Ao contrário do sistema de transporte, que ocorre entre locais e tempos diferentes, a armazenagem
e o manuseio de materiais acontecem, na maioria das vezes, em algumas localidades fixadas.
Portanto, os custos dessas atividades estão intimamente associados à seleção desses locais.
Manuseio de Materiais
Está associada com a armazenagem e também apoia a manutenção de estoque. É uma atividade que
diz respeito à movimentação do produto no local de estocagem. Deve estar atento a alguns detalhes
como: seleção do equipamento de movimentação, procedimentos para a formação de pedidos,
balanceamento da carga de trabalho.
O manuseio das cargas é relevante para o estudo logístico porque sua função de apoio nos locais de
armazenagem e estocagem de produtos segue princípios rigorosos de proteção da carga, evitando
danificar os produtos, e também porque formas mais econômicas de utilização de mão de obra
que, embora representem uma pequena parcela do custo final, podem influir diretamente sobre o
diferencial logístico.
Embalagem de Proteção
Um dos objetivos da Logística é movimentar bens sem danificá-los além do economicamente razoável.
Um bom projeto de embalagem do produto auxilia a garantir movimentação sem quebras. Além
disso, dimensões adequadas de empacotamento encorajam manuseio e armazenagem eficientes. Da
mesma maneira que o manuseio de materiais está ligado à armazenagem, a embalagem de proteção
está ligada ao manuseio de materiais, formando, assim, uma ligação entre as ferramentas de apoio
da Logística, que são importantes para o seu pleno funcionamento.
32
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
Obtenção
É a atividade que deixa o produto disponível para o sistema logístico. Trata da seleção das fontes
de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pela
qual o produto é comprado. É importante para a Logística, pois decisões de compra têm dimensões
geográficas e temporais que afetam os custos logísticos. A obtenção não deve ser confundida com a
função de compras. Compras incluem muitos detalhes de procedimento que não são especificamente
relacionados com a tarefa logística, daí o uso do termo obtenção como substituto. Na Logística
Integrada, os departamentos interagem visando ao melhor aproveitamento logístico. Esse talvez
seja o melhor exemplo que podemos ter, embora o departamento de compras seja “independente”
do de logística, a sua decisão de compra será fatalmente influenciada pelas condições apontadas
pelo departamento de logística.
Programação de Produtos
Enquanto a obtenção trata do suprimento (fluxo de entrada) de empresas manufatureiras, a
programação de produto é tida como a distribuição (fluxo de saída). Refere-se primariamente às
qualidades agregadas que devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas. Não diz
respeito à programação detalhada de produção, executada diariamente pelos programadores de
produção. Está diretamente ligada à obtenção, sendo que a soma da obtenção e da programação
de produtos é fundamental para a função compras de uma organização; é nelas que a empresa
deve apoiar suas decisões de compra, pois tem uma enorme formação de dados e informações
substanciais e reais.
Manutenção de Informações
Nenhuma função logística dentro de uma empresa poderá operar eficientemente sem as necessárias
informações de custo e desempenho. Tais informações são essenciais para correto planejamento
e controle logístico. Manter uma base de dados com informações importantes – por exemplo,
localização dos clientes, volumes de vendas, padrões de entregas e níveis dos estoques – apoia
a administração eficiente e efetiva das atividades primárias e de apoio. Sobre esses aspectos
lembramos que a manutenção de informações está ligada também à Tecnologia de Informação, que
veremos um pouco mais à frente, e serve como fundamentação para tomada de decisões, tanto na
ordem conceitual, ou de planejamento, como na ordem operacional.
Essas ferramentas de apoio logístico, isoladamente, talvez não tenham um peso tão significativo
sobre os resultados operacionais, mas, sem qualquer uma delas, ou com uma delas operando
de forma inconsistente, o resultado final será severamente comprometido, tornando a operação
33
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
34
Capítulo 2
Distribuição e Decisões Estratégicas
A distribuição está ligada diretamente à armazenagem, assim como à estocagem ou à venda direta
ou por meio de distribuidores.
a. custos operacionais;
b. nível de serviço.
Se a decisão for a de montar seu próprio processo de armazenagem, deve-se destacar que essa
operação resulta normalmente no investimento pesado em instalações e equipamentos que
aumentam, em muito, os ativos da empresa e, também, em consequência, o aumento do volume de
funcionários da organização.
A estratégia financeira tem importante influência na questão de administrar seu próprio armazém
ou terceirizar. As empresas, na sua grande maioria, medem seu sucesso por meio do exame da
relação lucro líquido sobre as vendas, enfatizando “os lucros”. Contudo, um número crescente de
empresas coloca ênfase igual ou maior em sua habilidade de receber um retorno sobre o ativo, que
é uma mistura de margem de lucros e capital de giro.
Por outro lado, algumas empresas acham que podem contratar e manter uma força de trabalho a um
custo menor do que o que os operadores terceirizados cotam para um serviço similar.
A causa mais frequente para uma decisão de utilizar armazenagem terceirizada é a necessidade
de flexibilidade. Se você sabe que sempre precisará de espaço de estocagem para 10.000 paletes
semanais e que tem necessidades suficientes de mão de obra para manter doze operadores ocupados
diariamente, uma operação de armazenagem própria pode ser econômica. Todavia, poucos usuários
possuem necessidades estáveis para espaço ou mão de obra, e é essa instabilidade que pode tornar
atraente o uso de um terceiro.
Uma vez que as disposições contratuais da armazenagem terceirizada podem ser canceladas, o
risco do espaço vazio é controlado pela habilidade do operador do armazém em compartilhar as
necessidades de espaço de muitos usuários.
35
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
O argumento mais forte para a decisão de manter o próprio armazém ou terceirizar é o controle. Se
um erro pode provocar a perda de um cliente, ou (no caso de produtos farmacêuticos, por exemplo)
a perda de uma vida, pode-se concluir que o controle da armazenagem não pode ser delegado a um
terceiro sem levar em consideração a reputação do fornecedor.
Atualmente, o monitoramento eletrônico permite aos usuários obter maior controle sobre as
operações do armazém terceirizado. Se alguma coisa errada acontece, pode ser rapidamente
detectada. Faça sua análise, pondere e decida corretamente pela melhor solução.
Os consumidores, quando vão às prateleiras das lojas, esperam encontrar os produtos de que
necessitam, não importando se os produtores estão a 10 ou 2.500km de distância. Esse é o trabalho
da Logística: prover disponibilidade de produtos, onde e quando for necessário. Frequentemente,
isso significa coordenar o fluxo de produtos de vários fornecedores dispersos pelo país e, cada vez
mais, dispersos pelo mundo, para que cheguem até os clientes finais, nas mais distantes regiões.
Uma questão básica do gerenciamento logístico é como estruturar sistemas de distribuição capazes
de atender de forma econômica aos mercados, geograficamente distantes das fontes de produção,
oferecendo níveis de serviço cada vez mais altos em termos de disponibilidade de estoque e tempo
de atendimento.
A questão do nível de serviço irá influir diretamente no que nos referimos como armazenagem
estratégica. As instalações de armazenagem e como elas podem contribuir para atender de forma
eficiente às metas estabelecidas de níveis de serviço, assim como à sua funcionalidade, dependerão
da estrutura de distribuição adotada pela empresa. Podemos classificá-la em dois grandes grupos:
estruturas escalonadas e estruturas diretas.
Uma rede de distribuição escalonada típica possui um ou mais armazéns centrais e um conjunto de
armazéns, ou centros de distribuição avançados próximos das áreas de mercado.
São sistemas de distribuição em que os produtos são expedidos de um ou mais armazéns centrais
diretamente para os clientes.
36
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
atendimento às necessidades dos clientes de determinada área geográfica distante dos centros
produtores. Para prover utilidade no tempo, avançam-se os estoques para um ponto próximo aos
clientes e os pedidos são, então, atendidos por esse centro avançado, com base em seu próprio
estoque, conforme a figura a seguir.
Figura 3
Com o objetivo de viabilizar os sistemas de entrega direta, tem sido cada vez mais comum a
utilização de instalações intermediárias de quebra de carga. Essas instalações viabilizam métodos de
consolidação de transporte que não se baseiam na manutenção de altos níveis de estoques avançados
e que são compatíveis com uma estratégia de resposta rápida e de alto nível de flexibilidade. Elas
permitem que, em alguns casos, os custos de transporte nos sistemas diretos sejam tão baixos
quantos os dos sistemas escalonados.
37
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
Distribuição Física
Canais de distribuição são caminhos que os pedidos, as comunicações e os produtos podem seguir
entre o produtor e o usuário final. O mix de distribuição é a combinação de canais de distribuição
que uma empresa seleciona para fazer chegar seus produtos aos clientes.
O sucesso de qualquer produto depende em parte de seu mix de distribuição. Esse, formado,
principalemente de atacadistas e varejistas aumenta em imporância e poder de negociação, uma vez
que identifica facilmente as tendências de comércio e coordena o fluxo de informações e mercadorias.
Atacadistas são divididos em duas grandes categorias: atacadistas comerciantes (que comerciam
produtos total ou parcialmente) e agentes ou brokers, que vendem conhecimento. Duas possíveis
classificações para os estabelecimentos de varejo são varejistas de linha de produtos (incluindo
lojas de departamentos, hiper e supermercados e lojas especializadas) e varejistas de descontos
(incluindo depósitos de fábricas, lojas off-price, vendedoras por catálogo e lojas de conveniência).
Os modelos principais de vendas sem estabelecimento convencional incluem vendas pelo correio,
videomarketing, telemarketing, comércio eletrônico e vendas diretas.
Distribuição física refere-se às atividades necessárias para mover produtos eficientemente dos
fabricantes aos consumidores. Inclui funções como armazenagem (pública, privada ou em centros
de distribuição) e transporte. Os maiores custos suportados pelos fabricantes são os custos de
transporte físico dos produtos, seja por modal rodoviário, ferroviário, hidroviário, aeroviário ou
dutoviário.
Devido à natureza dinâmica dos mercados e da tecnologia de apoio das funções logísticas, os
desempenhos dos canais de distribuição devem ser permanentemente monitorados e avaliados.
Quando seu desempenho não é satisfatório, um canal deve ser reestruturado ou substituído.
38
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
Figura 4
Fab Fab Fab Fab Fab Fab Fab Fab Fab Fab
Entrep Entrep
Repr
Repr Repr
Cons Cons Cons Cons Cons Cons Cons Cons Cons Cons
Naturalmente, as estruturas mais complexas terão maiores custos e serão empregadas unicamente
no caso de requisitos especiais de serviço ao consumidor para produtos de preço comparativamente
baixo onde a venda ocorrerá somente se houver disponibilidade para entrega imediata.
Figura 5
Não tardou a surgir a ideia de que alguém poderia concentrar os produtos e gerenciar a troca. Essa
atividade de intermediação reduziria os canais de troca a 2*N e, em adição, permitiria consolidação
máxima em cada um dos canais de troca, FIG B.
39
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
O propósito dos canais é fornecer aos consumidores a desejada combinação dos serviços que
disponibilizam (tamanho do lote, tempo de entrega e descentralização de mercado) a custo mínimo.
Os consumidores determinam a estrutura do canal por meio da aquisição de combinações dos serviços
ofertados. O melhor canal é aquele que resulta em maior valor ao consumidor por unidade. Dentro
do canal, as funções serão exercidas por um ou outro membro de forma a incrementar a eficiência
do conjunto.
Segundo L. P. Bucklin (1965), a teoria da estrutura dos canais de distribuição é baseada em dois
conceitos principais: postergação e especulação.
O transporte também pode ser postergado para que haja a possibilidade de entrega direta.
A sua observação vai ao encontro das estratégias de resposta eficiente ao consumidor (ECR),
evitando riscos de obsolescência e reduzindo estoques.
40
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
Em tempos passados, o caminho inverso do canal de distribuição era o único e indireto canal de
comunicação com o cliente ou consumidor, não raro, mascarado por interpretações subjetivas e
polarizadas por quem obteve as informações.
Que localidades devem ter sua demanda atendida através de que depósitos?
Existe um outro problema relativo ao transporte, que é a rota, que emprega os locais das fábricas e
depósitos para planejar a sequência ou as sequências de entregas correspondentes ao menor custo.
O interessante é que a localização é dado de entrada para a solução do roteamento que, por sua vez,
é empregado para o cálculo das soluções de localização e dimensionamento.
41
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
A consolidação deve ser efetuada sempre que houver volume para tal. Retardar entregas para obter
economias de escala, em tempos atuais estaria correspondendo a perder vantagem competitiva
em serviço para alavancar vantagem em custos. Empresas sem volume para consolidação devem
empregar operadores logísticos ou integrar consórcios de compras.
42
Capítulo 3
Canais de Distribuição
Há considerável evidência de que as empresas projetam seus canais de suprimento sem a preocupação
com sua evolução ao longo do tempo. As características dos mercados atuais não permitem que
se tenha algum tipo de ineficiência em qualquer parte do processo de suprir demanda. Os canais
devem ser permanentemente observados e avaliados para detectar o tempo das mudanças.
Mesmo os canais projetados com todo o cuidado e de comprovado sucesso são ultrapassados por
inovações tecnológicas ou por sensíveis alterações de mercado.
Uma estratégia de canais de suprimento deve ser baseada nos objetivos maiores da empresa e inclui
estimativas de mercado, intensidade de distribuição, serviços de intermediários, uso de distribuição
direta e/ou indireta em cada área de interesse.
»» Formulação da estratégia.
O custo da distribuição direta é inaceitável para pequenos produtores com clientela esparsa. Do
ponto de vista do atacadista, a posição é forte quando a clientela recebe frequentes carregamentos
de um número grande de produtos. A capacidade financeira do atacadista determinará também que
funções do processo serão por ele executadas.
43
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
O varejista está forte no canal quando possui clientela fiel na região. O grau de preferência do
consumidor confere status aos produtos que oferece e aos seus parceiros. Em última análise, o
volume de venda de um varejista indica sua importância no canal de distribuição.
Entre os fatores a serem considerados no projeto do canal, os mais importantes são os objetivos
de cobertura do mercado, as características do produto, os objetivos de serviço ao consumidor e a
lucratividade. Desses, os objetivos de serviço ao consumidor foram tratados quando do estudo do
produto e dos estoques e a lucratividade é objetivo da Logística sempre que se reduz custos.
A distribuição seletiva ocorre quando se deseja atingir um tipo de varejista cujo serviço ao
consumidor é avaliado por mais do que a disponibilidade em estoque. Produtores desses tipos de
produtos diferenciados não empregarão distribuidores para que seus produtos não surjam nas
prateleiras de lojas de desconto e venham a reduzir as margens dos varejistas do canal. Alguns
autores denominam essa condição de controle do canal.
Outros fatores que podem restringir a disponibilidade de intermediários são: o valor do investimento
necessário em estoques; a necessidade de instalações especiais; a cobertura a ser fornecida; as
linhas de produtos a distribuir; o grau de apoio ao produto necessário; as capacidades logísticas
requeridas; e a necessidade de o intermediário crescer com o negócio.
Entre as características dos produtos que influenciarão o projeto de um canal de distribuição estão:
o valor, a tecnicalidade, o grau de aceitação no mercado, o grau de substituibilidade, a capacidade
de transporte em granel, a pericibilidade, o grau de concentração de mercado, a sazonalidade e a
dimensão da linha de produtos.
Produtos de baixo valor de pequeno peso são características de distribuição por intermediário.
Produtos de grande valor são prioritariamente para entrega direta.
O grau de aceitação no mercado determina o esforço de vendas requerido e a orientação para sua
colocação, a cargo de vendedores “missionários”.
44
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
Produtos facilmente substituíveis caem no caso dos bens de conveniência e necessitam ser distribuídos
por meio de atacadistas e representantes para diluir o risco do investimento em transportes.
45
Capítulo 4
Transporte, Localização e Roteirização
Para muitos autores, o transporte representa, na maioria das organizações, o custo logístico mais
elevado. Ballou diz: “a movimentação de frete absorve entre um e dois terços do total do custo logístico”
(2001, p. 119).
Um sistema de transporte estruturado e com custos inferiores contribui para aumentar a vantagem
competitiva das empresas (produções mais elevadas com preços inferiores), favorecendo o aumento
da concorrência no mercado.
Com os modernos meios de transporte e um sistema logístico bem gerenciado, as empresas podem
obter bons resultados adquirindo produtos de países distantes em tempos menores e com custos
inferiores.
Sistemas de Transportes
Ballou (2001) afirma que um sistema de transporte eficiente e barato contribui para: ampliar a
concorrência, pois preços baixos e boa qualidade proporcionam a competição ao disponibilizar
produtos para um mercado que não poderia suportar os custos de movimentação; elevar as
economias de escala, já que o transporte barato possibilita a descentralização de mercados e de
locais de produção, sendo que essa pode ser instalada onde haja uma vantagem geográfica; reduzir
os preços das mercadorias, pois há um aumento da concorrência e o próprio custo do transporte
diminui, fornecendo um melhor desempenho e elevando o padrão de vida da sociedade.
Outro fator que pode influenciar no custo do transporte é a característica do produto: peso, volume,
facilidade ou dificuldade de armazenagem e manipulação.
Em relação aos fatores influenciados pelo mercado, os mais importantes são: concorrência entre as
transportadoras; localização dos mercados; regulamentação do governo relativo às transportadoras;
possibilidade de carga de retorno; o transporte ser nacional ou internacional.
O transporte pode influenciar consideravelmente o nível de serviço ao cliente. Como, nos dias de
hoje, a qualidade na distribuição do produto pode ser uma vantagem competitiva, é relevante que
46
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
Para ser uma transportadora preparada para atender às necessidade estratégicas das empresas,
é fundamental que tenha toda a informação referente à localização da carga. Para se obter essas
informações, é necessário haver os seguintes documentos.
Estar preparado para gerenciar de forma adequada essas variações é fundamental para que não haja
prejuízos para a empresa contratante e também para a transportadora.
Modais
Os transportes são classificados quanto à sua modalidade: aéreo, aquaviário (marítimo e hidroviário),
terrestre (ferroviário, rodoviário e dutoviário).
Nos transportes podem ser utilizados apenas uma modalidade ou mesmo mais de uma modalidade
para uma única entrega, o chamado transporte intermodal.
A escolha do modal é uma fase relevante para desenvolver uma logística adequada no transporte
eficiente de mercadorias.
47
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
De acordo com Nazário (2001, p. 1), em relação aos modais, há cinco pontos
para classificar o melhor transporte: velocidade, consistência, capacidade de
movimentação, disponibilidade e frequência. Na Tabela 1, pode-se observar
que o modal não possui excelência naquela característica.
Características 1 2 3 4 5
Velocidade dutoviário aquaviário ferroviário rodoviário aéreo
Consistência aéreo aquaviário ferroviário rodoviário dutoviário
Capacidade de movimentação dutoviário aéreo rodoviário ferroviário aquaviário
Disponibilidade dutoviário aquaviário aéreo ferroviário rodoviário
Frequência aquaviário aéreo ferroviário rodoviário dutoviário
Fonte: Nazário, 2001.
48
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
Características
Ferroviário Rodoviário Aquaviário Dutoviário Aéreo
Operacionais
Velocidade 3 2 4 5 1
Disponibilidade 2 1 4 5 3
Confiabilidade 3 2 4 1 5
Capacidade 2 3 1 5 4
Frequência 4 2 5 1 3
Resultado 14 10 18 17 16
Fonte: Nazário, in Fleury et al. (2000, p.132)
49
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
Intermodal: transporte por duas ou mais modalidades em uma mesma operação (considerada
apenas a parte física).
Multimodal: consiste na utilização de mais de uma modalidade de transporte, desde a origem até
o destino da carga, regida por um único contrato de transporte e envolve uma combinação de meios
– estradas, ferrovias e até hidrovias. Compreende os serviços indispensáveis à completa execução
do transporte da mercadoria, incluindo a coleta, consolidação/desconsolidação e movimentação da
carga.
50
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
Transporte Terrestre
O transporte terrestre está dividido em três categorias: rodoviário, ferroviário e dutoviário.
Rodoviário
O modal rodoviário tem como característica principal a vantagem de poder fazer entregas porta a
porta, sem escalas. Também é o mais utilizado em transportes de mercadorias em viagens curtas e
médias. Esse modal geralmente faz ligações entre países limítrofes.
Os tipos de transportes rodoviários podem ser: caminhões, carretas, trailers, plataformas (transporte
de containers), entre outros.
O modal rodoviário é considerado ágil, pois a qualquer momento está disponível para embarques.
A sua característica mais importante é a flexibilidade. Suas vantagens são:
Ferroviário
Segundo Ballou, “a ferrovia é basicamente um transportador de longo curso e um movimentador lento
de matéria-prima (carvão, madeira e produtos químicos) e de produtos manufaturados de baixo valor
51
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
O transporte ferroviário pode percorrer em média 64 milhas por dia com uma velocidade de
22 milhas por hora. Esse modal é considerado lento, porém possui grande capacidade de frete.
Geralmente, executa transportes entre países limítrofes.
É menos flexível e ágil do que o rodoviário. O cálculo do frete rodoviário é baseado na quilometragem
percorrida e no peso da mercadoria. Também pode ser calculado pela multiplicação da tarifa por
tonelada ou metro cúbico, sendo aplicada a que gerar maior receita. Não é comum incidirem taxas
de armazenagem, manuseio ou qualquer outra, sendo admitida a cobrança de taxa administrativa
pelo transbordo.
Dutoviário
Esse modal oferece serviços e capacidades limitadas. Apenas alguns tipos de produtos podem ser
transportados por seu meio: petróleo cru e alguns produtos químicos.
Esse transporte é o mais confiável de todos os modais: há poucas interrupções para causar variabilidade
no tempo em trânsito. Também, o nível de perdas e danos é pequeno já que líquidos e gases não estão
sujeitos ao dano no mesmo grau que os produtos manufaturados e o risco de possíveis transtornos
é limitado.
Transporte Aquaviário
O transporte aquaviário está dividido em marítimo e hidroviário.
Marítimo
O transporte marítimo é realizado por navios a motor, de grande porte, nos mares e oceanos. Esse é
o modal mais utilizado internacionalmente no transporte de mercadorias.
52
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
agregado. Esse modal é capaz de deslocar grandes quantidades com um frete bastante compatível
para praticamente qualquer produto. É extremamente seguro, tendo poucos problemas com avarias
ou problemas de navegação.
Os navios podem ser: navios graneleiros, navios Roll On Roll Off utilizados geralmente em
transportes de veículos; navios porta-containers (os mais utilizados atualmente); navios mistos.
O transporte marítimo pode ser contratado por meio de agentes marítimos (representantes das
companhias de navegação); de freight forwarder (transitários ou agentes internacionais de carga
que não possuem fidelidade ao armador-pessoa jurídica responsável em realizar o transporte
marítimo local ou internacional de um porto a outro); ou de Non Vessel Owner Common Carriers
(NVOCC) (companhias de navegação que não possuem navios próprios).
Os custos de transporte marítimo são baseados no peso, volume cúbico da carga, fragilidade,
embalagem, valor, distância entre portos e localização dos portos. Geralmente o frete é estabelecido
pelo peso ou metro cúbico, prevalecendo o gerador de maior receita ao armador.
»» Adicional de porto: quando a mercadoria tem como origem ou destino algum porto
secundário ou fora da rota.
53
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
Hidroviário
No transporte fluvial são utilizados: pequenos barcos, balsas e navios de médio porte. O frete é
calculado baseado na tonelada/quilômetro, podendo também ser cobrado por unidade (transporte
de container).
Este modal em média é mais lento que o ferroviário. Sua confiabilidade está diretamente ligada ao
clima. Contudo, o seu custo é baixo, sendo uma ótima opção para o transporte no mercado interno.
Desvantagem: segundo Ballou (2001), o serviço fluvial está confinado aos sistemas de vias aquáticas
internas, exigindo que as embarcações estejam localizadas nas vias aquáticas ou utilizem outro modal
de transporte.
Transporte Aéreo
Segundo Ballou (2001), o serviço aéreo existe nas formas comum, contratado e privado. O serviço
aéreo direto é oferecido em sete tipos: transportadoras de carga geral de linha; transportadoras
de carga geral; linhas aéreas de serviço local; transportadoras suplementares; táxis aéreos; linhas
aéreas comutadoras; transportadores internacionais.
Para o transporte de mercadorias, esse modal é considerado bastante veloz e pode ser utilizado no
transporte de cargas nacionais (doméstica, nacional ou de cabotagem) e internacionais. O frete aéreo
é calculado pela multiplicação do peso pela tarifa. Na definição do peso de uma mercadoria deve ser
analisado o fator estiva: define-se se a cobrança será baseada no peso ou no volume, prevalecendo
a maior.
54
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
Desvantagens:
A frequência na utilização desse modal o saturamento das aeronaves. Estão sendo construídas
aeronaves de maior capacidade.
55
Capítulo 5
Estoques
Conceito de Estoque
O estoque é utilizado para armazenamento de matéria-prima, de componentes, ferramentas ou
produto acabado. Pode influenciar na redução de custo de produção, compra e transportes. Mas,
em contrapartida, pode ser uma garantia contra o inesperado.
»» coordenar oferta e demanda: para produtos que têm uma demanda sazonal, esses
são produzidos durante todo o ano, acumulando estoques, a fim de minimizar
os custos de produção e ter estoque para suprir necessidade do mercado a
qualquer momento;
Administrar de forma correta e coerente os estoques permite que a empresa se torne mais
competitiva: o capital investido na compra de material fica inativo, desviando investimentos em
outros usos potenciais.
56
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
A rotatividade do estoque é o fator principal para liberar ativo e diminuir o custo de manutenção
de inventário.
Os estoques funcionam como reguladores do fluxo de negócios. Como a velocidade com que as
mercadorias são recebidas – por unidade de tempo ou entradas – é usualmente diferente da
velocidade com que são utilizadas – unidades consumidas por unidades de tempo ou saídas –, há
necessidade de um estoque, funcionando como um amortecedor.
Otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa
e minimizando as necessidades de capital investido é fundamental para uma empresa alcançar
vantagem competitiva no mercado.
Tipos de Estoques
»» Estoque de Segurança: é uma reserva de material para suprir imprevisões do
mercado, atraso de fornecedores, quebra de máquinas, greves etc.
Políticas de Estoques
As organizações devem determinar padrões que sirvam como guia à gestão do estoque. As definições
das políticas são muito importantes para uma administração de estoque adequada, com baixos custos e
alta rotatividade.
57
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
O controle dos níveis de estoque pode ser um fator relevante para a maioria das organizações.
Os recursos investidos em estoques variam grandemente dependendo do setor a que a empresa
pertence. Quando administram estoques, as empresas estão cuidando de parcela substancial dos
seus ativos.
O gerenciamento de estoque deve ter sempre um bom desempenho para que pequenos deslizes não
causem gastos inesperados. A questão a ser esclarecida é fundamentalmente o estabelecimento do
melhor nível de estoque a ser adotado: altos níveis de estoque ou baixos níveis de estoque.
Manutenção de Altos Níveis de Estoques: garante uma maior probabilidade de pronto atendimento
aos clientes, possuindo maior flexibilidade para o setor de vendas (entregas a curto prazo). O não
atendimento de um pedido, no rompimento, na quantidade e prazo solicitado pelo cliente, traz,
certamente, prejuízo à empresa. Para Ballou (2001), a matéria-prima e o material em processo
não necessários ao balanceamento ótimo do ciclo de produção e o produto acabado, que não possa
ser vendido ou estava acima do nível necessário para satisfazer a futura demanda e a capacidade
de produção, são os principais itens responsáveis por estoques altos. Também os altos níveis de
estoque podem ser criados pela produção (ou operações) se se fizer os pedidos de mercadorias,
considerando um lead time do fornecedor maior do que o necessário, ou se se projetar muitos
estoques de segurança, por medo de atraso de entrega pelos fornecedores ou insegurança na
estabilidade do processo.
Manutenção de Baixos Níveis de Estoques: com uma gestão de estoque adequada, pode-se garantir
disponibilidade de produto aos clientes, mantendo um ótimo nível de serviço e alcançando
vantagens competitivas (custos mais baixos de manutenção de estoque). A redução periódica de
custos logísticos tem influenciado a gestão de estoques na cadeia de suprimentos, no aumento da
eficácia dos transportes, armazenagem e processamento de pedidos.
Gráfico de Estoques
O Gráfico de Estoque representa a movimentação do estoque de determinado item no tempo, com
seus parâmetros de análise, justamente para facilitá-la. É comumente chamado de “dente de serra”
devido ao formato que sempre terá, uma vez que as saídas de estoque são representadas por uma
reta diagonal descendente à direita e as entradas por uma reta ascendente até a quantidade recebida
no final do período de tempo analisado. Veja, a seguir, um exemplo.
58
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
Q: QUANTIDADE;
D: DEMANDA OU CONSUMO;
PP: PONTO DE PEDIDO OU RESSUPRIMENTO;
IR: INTERVALO DE RESSUPRIMENTO;
TR: TEMPO DE RESSUPRIMENTO.
Estoques de Segurança
É o saldo que sustenta o nível de serviço pela cobertura da demanda média, baseado em suas
variações estatísticas. É a reserva que a empresa possui para atender as intempéries do estoque.
Segundo Martins (2006), o estoque de segurança pode ser determinado por esta fórmula, que
contempla o fator estatístico de probabilidade de não ausência de itens, chamado fator estoque de
segurança (FES), o desvio-padrão do consumo durante o tempo de atendimento e esse último:
ES=Z ∝ xSDx TA
O valor do coeficiente Z pode ser obtido em um quadro de distribuição normal:
59
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
2xCP xD
LEC=Q=
(CA + ixP)
Análise de Estoques
Uma sistemática e consistente análise dos estoques deve ser conduzida nas organizações, uma vez
que representam uma parcela substancial dos seus ativos, devendo ser encarados como um fator
potencial de geração de negócios e de lucros.
Inventário Físico
O inventário físico consiste na contagem física dos itens de estoque. É imprescindível, como já dito,
por concentrar grande parte dos ativos da empresa e até mesmo por questões contábeis e legais.
Pode ser feito anualmente ou por recontagem cíclica.
60
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
Ex: 4.400 requisições atendidas no ano de um total de 4.495 efetuadas 4.400/4.495 = 97,88%.
Giro de Estoques
Mede quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque se renovou ou girou. É um importante
indicador contábil-financeiro, bastante utilizado no mercado de crédito.
61
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
Ex: Foram vendidas 1.000 unidades do produto A em um mês, sendo que o estoque médio no mesmo
período foi de 500 unidades 1.000/500 = 2 vezes.
Cobertura de Estoques
Indica o número de dias que o estoque médio será suficiente para cobrir a demanda média. É o
inverso do giro, porém com a informação em dias, o que facilita a interpretação do resultado.
Análise ABC
Para Ballou (2001), deve-se diferenciar produtos em um número limitado de categorias e assim
aplicar uma política de controle de estoque para cada um.
Para Dias (2005), a utilização da curva ABC permite identificar quais itens justificam atenção
e tratamento adequados quanto à sua administração. A curva ABC pode ser obtida por meio da
ordenação dos itens, conforme sua importância relativa.
A classificação ABC tem sido bastante utilizada para a administração de estoques, para a definição
de políticas de vendas, para o planejamento da distribuição, para a programação da produção e
para uma série de problemas usuais de empresas, quer sejam essas de características industriais,
comerciais ou de prestação de serviços.
A curva ABC baseia-se no raciocínio do diagrama de Pareto, em que nem todos os itens têm a mesma
importância e a atenção deve ser dada aos mais significativos, conforme definição a seguir.
»» Classe A: Itens que possuem alto valor de demanda; representam de 60% a 70% do
valor do estoque.
Para se calcular a representatividade de cada item, basta multiplicar o consumo anual de cada item
por seu respectivo custo. Em seguida, listar, em ordem decrescente de valor, e calcular o percentual
relativo de cada item em relação ao custo total do estoque.
Uma classificação ABC de itens de estoque apresenta uma configuração em que 20% dos itens são
considerados A. Os itens B representam 30% do total de número de itens. Tem-se, ainda, que os
62
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
restantes 50% dos itens são de classe C. Entretanto, uma separação em 20-30-50% dos itens em
estoque, que representam 70-25-5% do valor do estoque, é representada pelos grupos A, B e C. Veja
um exemplo no quadro a seguir.
R$2.617,00
Assim, uma análise ABC deve obrigatoriamente refletir a dificuldade de controle de um item e o
impacto desse item sobre os custos e a rentabilidade, o que de certa maneira pode variar de empresa
para empresa.
»» custo unitário;
Conduzir uma análise ABC com frequência é uma estratégia positiva no projeto de um programa de
ação para melhorar a performance dos estoques, reduzindo tanto o capital investido em estoques
como os custos operacionais.
Podem-se, também, estabelecer níveis de serviços diferenciados para as diversas classes, por exemplo:
99% para itens A, 95% para itens B e 85% para itens C; isso reduzirá o capital empregado em estoques.
Podem-se também, aplicar métodos diferentes para controlar o estoque, minimizando o esforço
total de gestão.
63
Capítulo 6
Custo Logístico Total
Um dos pontos fundamentais da Logística está relacionado ao seu custo total. Faz parte de toda a
decisão dos administradores o cálculo de quanto vai custar cada uma das ações propostas, levando-
se em conta esse aspecto, ou seja, a viabilidade ou não de ações que irão tornar possível a utilização de
recursos. Quando temos mais de uma opção, o custo é levado em consideração como uma forma de
“desempate”; a importância de saber calcular os custos operacionais de uma ação logística é que tem
tornado o profissional dessa área destacado. A opção em se contratar profissionais especializados
nesse assunto se deve, principalmente, ao grande valor dos recursos empregados nessas operações,
onde a economia em escala é fundamental para a competitividade das organizações.
Custos de Estoques
Um dos principais desafios da Logística é conseguir gerenciar a relação entre custos e nível de
serviço. Como o preço é um qualificador e o nível de serviço um diferenciador perante o mercado, os
esforços assumem um papel preponderante nos custos da empresa.
Custo de Armazenagem
Anteriormente, o custo de armazenagem não era considerado como potencial para redução de
gastos. Para Dias (2005), a evolução da competitividade veio confirmar a importância da estocagem.
Esse custo envolve a armazenagem de matérias-primas e produtos acabados que geram custos
de: salários, horas extras, encargos sociais, assistência médica/dentária, cesta básica, transporte
de funcionário, material de consumo (limpeza e segurança), aluguel de imóveis, depreciação de
equipamentos, depreciação de imóveis, manutenção (peças de reposição/serviços), impostos/taxas/
associações de classe, manutenção (limpeza), restaurante, RH, mão de obra contratada, impresso/
material de escritório, despesa com seguro, energia e compra de bens duráveis.
64
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
Os custos de armazenagem podem ser influenciados por duas variáveis: a quantidade em estoque
e o tempo de permanência em estoque. São calculados com base no estoque médio e geralmente
indicados em % do valor em estoque, o chamado fator de armazenagem.
Conclui-se que o custo de armazenagem é dividido em duas partes: fixo (independente da quantidade
de material) e variável (dependente da quantidade de material).
Enfim, segundo Dias (2005), é fundamental analisar as peculiaridades de cada organização para não
usufruir indiscriminadamente das fórmulas citadas. O valor da taxa de armazenagem para facilitar
os cálculos deve ser obtido de maneira global e única para todos os materiais.
O custo de compra envolve os seguintes itens: (1) mão de obra, (2) material utilizado para emissão
do pedido e (3) custos indiretos (despesas de escritório, luz, telefone etc.). Muitas vezes envolve,
também, o frete, quando esse é fixo por volume e não por peso ou valor, como no caso de contêineres
de navios.
Custo de Falta
Os custos associados à falta de estoque são aqueles ocasionados pela falta de um material, seja por
atraso na entrega ou da colocação do pedido. Para Ballou (2001), esse custo pode ser estimado como
lucro perdido na venda agregada de qualquer perda de lucro futuro.
O custo da falta afeta a margem de lucro da empresa. Ao se quantificar o custo da falta, percebe-se que
o nível de estoque deve ser elevado com o objetivo de se reduzir perda de margem de contribuição.
»» multas por atraso: causados pelo não cumprimento dos prazos contratuais;
Na realidade, a ponderação dos dois tipos de custos básicos, presentes na gestão de estoques, é um
dos principais direcionadores de todo o processo. A definição de quais custos devem ser considerados
65
UNIDADE III │ a parte operacional da logística
é função das características operacionais de cada empresa, devendo ser identificados seus principais
impactos na gestão de estoque.
Custo Total
Ballou (2001, p. 45), sobre custo total, destaca que: “As diversas atividades de uma empresa
apresentam características conflitantes entre si. Deve-se gerenciar coletivamente estas atividades,
otimizando o processo logístico”. A administração em conjunto das atividades de transporte,
estoques e pedidos proporciona minimização de custo maior quando comparado à administração
dessas atividades separadamente.
Ainda, segundo Ballou (2001, p. 46), esses custos têm comportamentos conflitantes, pois: “[...]
quanto maiores as quantidades estocadas, maiores serão os custos de manutenção. Será necessária
menor quantidades de pedidos, com lotes maiores, para manter níveis de inventário [...] O objetivo
é encontrar um plano de suprimento que minimize o custo total”.
Os custos diretamente proporcionais são aqueles que crescem com o aumento da quantidade média
estocada; os custos inversamente proporcionais são os custos ou fatores de custo que diminuem
com o aumento do estoque médio e os custos independentes ou fixos são aqueles que independem
do estoque médio mantido pela empresa. O custo do material comprado é o custo de compra do
próprio material.
66
a parte operacional da logística │ UNIDADE III
Q D
CT= ( CA +ixP ) x + ( CP ) x +CI +D x P
2 Q
CT = Custo Total
CA = Custos de Armazenagem
i = Taxa de juros de mercado
P = Preço unitário do material
Q = Lote de compra (quantidade média
comprada)
CP = Custo do Pedido
D = Demanda
CI = Custos independentes ou fixo
Calculados os custos totais teremos as ferramentas necessárias para a tomada de decisão, ou seja, a
escolha de que maneira podemos melhorar o serviço sem onerar a organização.
Custos sempre serão pontos importantes nas decisões sobre Logística. Aumentar
os ganhos e diminuir os gastos são os objetivos de um profissional de Logística, isto
tudo sem perder a qualidade do serviço.
67
conceituação
final – análise Unidade iV
estratégica
Capítulo 1
Just-in-time (JIT)
Ao contrário do que muita gente prega, o Just-in-Time, não é a entrega ou disponibilidade imediata
dos estoques. A tradução correta do termo tem a ver com a sua filosofia, seu significado é “no tempo
justo”, ou seja, no tempo acordado. Por exemplo, se planejar a entrega de uma mercadoria para o
dia 14 de dezembro, pela manhã, ela estará disponibilizada nessa data e horário.
O maior impacto do Just-in-Time está relacionado obviamente com o estoque. Quanto melhor for o
cálculo de prazos de entrega, menor será a necessidade de estoque nas empresas, e também melhor
será a racionalização da fabricação, o que desonera também os custos de armazenagem, entre outros
custos. Todos esses aspectos devem ser levados em conta na hora da opção por empresas. Quanto
mais desoneração das organizações maior será o lucro, devido à maior rentabilidade.
Os pontos que devemos levar em conta são os custos de transportes e o nível de serviço. O risco de
um nível de estoque baixo é, sem dúvida, uma alteração inesperada de demanda, o que leva a uma
perda de serviço e, também, ao aumento de custo de transporte, pois, com um nível de estoque
menor, maior será a frequência de entregas de mercadorias.
Sem dúvida que o JIT é a melhor opção racional de logística, devendo ser levados em conta os
pontos abordados acima e a capacidade da empresa fornecedora. Capítulo 16
68
Capítulo 2
Benchmarking
Um dos meios mais utilizados pelas organizações contemporâneas é, sem dúvida, o benchmarking,
método comparativo que faz com que os processos administrativos sejam analisados tendo
como base outra organização bem-sucedida que obteve resultados expressivos devido a práticas
administrativas adotadas. Seria o que podemos dizer de uma cópia de processos que elevarão os
resultados e diminuirão o tempo de implementação e de pesquisa da organização.
Na logística não é diferente. A análise de processos segue o mesmo processo: a avaliação sobre o
que os concorrentes estão praticando e os métodos comparativos que irão desde a escolha do tipo
de modal até a armazenagem. Os processos são vistos como pontos fundamentais para o sucesso do
processo logístico.
69
Capítulo 3
Parcerias: Operadores Logísticos
Muitas empresas acreditavam que executar todos os processos da cadeia de suprimentos poderia
trazer lucros e serviços de qualidade. Outras, se utilizavam de empresas que eram meramente
transportadoras, ou responsáveis apenas pelo armazenamento.
No entanto, hoje em dia, essas organizações perceberam que não têm capacidade para executar
todas as tarefas com o mesmo nível e que podem contratar uma empresa que execute todos os
processos logísticos com maior eficiência.
Novaes (2001, p. 324) define operador logístico como sendo: “[...] o prestador de serviços logísticos
que tem competência reconhecida em atividades logísticas, desempenhando funções que podem
englobar todo o processo logístico de uma empresa-cliente, ou somente parte dele”.
As atividades executadas pelo operador logístico agregam valor aos negócios de seus clientes,
oferecendo serviços de transporte (coleta e entrega), recebimento, conferência, armazenagem,
gestão de estoques, abastecimento de linhas, embalagem, separação de pedidos, formação de kits,
roteirização, rastreamento de pedidos, rastreamento de veículos, controle e pagamento de fretes,
gestão de informações logísticas e monitoramento de desempenho logístico, entre outras.
Portanto, a utilização de operadores logísticos é, sem dúvida alguma, uma das mais importantes
tendências da Logística Empresarial moderna, tanto em nível global quanto em nível local.
A seguir, podem ser verificadas as principais diferenças entre o operador logístico e um prestador
de serviço.
70
conceituação final – análise estratégica │ UNIDADE IV
Tende a concentrar-se em uma única atividade logística: Oferece múltiplas atividades de forma integrada: transporte,
transporte, ou estoque ou armazenagem estoque, armazenagem
O objetivo da empresa contratante é a minimização do custo Objetivo da contratante é reduzir os custos totais da logística,
específico da atividade contratada melhorar os serviços e aumentar a flexibilidade
Contratos de serviço tendem a ser de curto a médio prazos Contratos de serviço tendem a ser de longo prazo (5 a 10
(6 meses a 1 ano) anos)
Know-how tende a ser limitado e especializado (transporte, Possui ampla capacitação de análise e planejamento logístico,
armazenagem etc.) assim como de operação
Negociações para os contratos tendem a ser rápidas Negociações de contrato tendem a ser longas (meses) e num
(semanas) e num nível operacional alto nível gerencial
71
Capítulo 4
Sistemas Logísticos de Informação
Conceitos
Existem duas abordagens para a conceituação de Sistema de Informação Empresarial (SIE): uma o
considera um sistema de interação entre os setores (denominados de subsistemas) de uma empresa,
inserindo-o na Teoria de Sistemas (DANTAS, CAUTELA; PRATES; BIO; REZENDE; ANDREU
et al.); a outra interpretação o relaciona somente ao uso da informática (PRINCE; REZENDE).
Rezende possui duas visões sobre SIs, pois, para ele, esses sistemas podem ser um subsistema do
sistema empresa ou um conjunto de software e hardware.
Segundo Dantas (1992, p. 193), todo sistema é um SI, pois capta e envia, entre os seus elementos que
estão relacionados, informações para sua organização.
Já para Cautela (1991, p. 23), SIs são subsistemas logicamente associados que teriam a função de
gerar informações necessárias à tomada de decisões.
Gomes et al. (2002) afirmam que os SIs englobam os Sistemas de Apoio à Decisão (SAD), Sistemas
de Informação Gerencial (SIG), Sistemas Especialistas (SE), Sistema de Apoio à Decisão em Grupo,
Sistemas de Informação para Executivos e Sistemas Especialistas para Suporte.
De acordo com Prates (1994, p. 34), os SIs podem ser conceituados, do ponto de vista do seu
gerenciamento, como uma combinação estruturada de informação e práticas de trabalho,
organizadas de forma a permitir o melhor atendimento dos objetivos da organização. O ponto-chave
da natureza dos SIs são as práticas de trabalho e não as tecnologias de informação.
Para Andreu et al. (1996, p. 13), SI é um sistema como os demais existentes em uma empresa,
encarregado de coordenar os fluxos e registros de informações necessários para realizar todas as
funções dela, de acordo com o seu planejamento ou estratégia de negócios. A definição formal, para
esses autores, é:
72
conceituação final – análise estratégica │ UNIDADE IV
Bio (1996, p. 25) afirma que SI é “um subsistema do sistema empresa e, dentro da mesma linha de
raciocínio, pode-se concluir que seja composto de um conjunto de subsistemas de informação, por
definição, interdependentes”.
Para Andreu et al. (1996, p. 18), o SI é uma parte integrante da infraestrutura da empresa. Adotando
a abordagem de cadeia de valor de Porter, os autores afirmam que a informação concedida por esse
sistema não pertence a nenhuma atividade em particular, mas à empresa considerada globalmente.
Os SIs podem afetar toda a empresa, passando a ser uma influência em cada uma de suas atividades
(logística, operações, comercialização, vendas e serviços), em conjunto com o SI básico.
Rezende (2000, p. 62) afirma que o SI empresarial consiste na empresa e seus vários subsistemas
internos, incluindo o ambiente externo, e pode ser definido como um subsistema do sistema
empresa. Segundo esse autor, utilizando uma abordagem sociotécnica, o SI pode ser definido como
“o processo de transformação de dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória
da empresa e que proporcionam a sustentação administrativa, visando à otimização dos resultados
esperados”.
Em relação à segunda abordagem, de acordo com Prince (1975, p. 30), um SI é uma rede baseada em
computador, que contém sistemas operacionais, que fornecem à administração dados relevantes
para fins de tomada de decisões.
De acordo com Rezende (2000, p. 62), ao se unir SI com TI, tem-se “um grupo de telas e relatórios,
habitualmente gerados na Unidade de Tecnologia da Informação, que possui a maioria dos recursos
de processamento de dados e gerencia a tecnologia da informação da empresa e seus recursos,
gerando informações profícuas e oportunas aos clientes e/ou usuários” e um “conjunto de software,
hardware, recursos humanos e respectivos procedimentos que antecedem o software”. Nessas
definições, Rezende aproxima sua teoria com a segunda abordagem.
No estudo da TI, existem também duas abordagens: uma considera as TIs como um processamento
de informações (Prates e La Rovere); a outra relaciona as TIs com a competitividade, integrando-as
e permitindo sua inter-relação (Bastos et al.; E McKenney et al.).
Prates (1994, p. 36) entende TI como “um conjunto de hardware e software que desempenha uma
ou mais tarefas de processamento das informações do SI, tais como coletar, transmitir, estocar,
recuperar, manipular e exibir dados”. La Rovere (1995, p. 3), com uma visão bastante similar à
daquele autor, considera que TI é “um conjunto de tecnologias relacionadas à criação, acumulação
e processamento de dados, as quais se originam na indústria de informática e telecomunicações”.
73
UNIDADE IV │ conceituação final – análise estratégica
As tecnologias e os SIs são o elo entre todas as atividades e permitem, com técnicas gerenciais e
equipes, uma interação entre as atividades logísticas. As aplicações hardware de TI para logística
resumem-se em:
»» Microcomputadores.
»» Palmtops.
»» Códigos de barra.
»» Coletores de dados.
»» Radiofrequência.
»» Transelevadores.
»» Sistemas GPS.
»» Computadores de bordo.
»» Picking automático.
As aplicações softwares são normalmente em roteirizadores WMS, GIS, DRP, MRP, simuladores,
otimizadores de rede, previsões de vendas e EDI (FLEURY, 2000, p. 30).
Como a Logística tem em seu conteúdo a integração, o conceito de Gestão da Cadeia de Suprimentos
permite à empresa melhor relacionamento com os outros agentes da cadeia (fornecedores e
clientes), proporcionando excelentes resultados a montante e jusante, devendo ser aplicado em suas
operações.
74
conceituação final – análise estratégica │ UNIDADE IV
As empresas produtoras têm como meta atender às exigências dos consumidores, considerados
pelos executivos como “reis” e pela logística como últimos agentes da cadeia produtiva. Entretanto,
existe um hiato entre os clientes e seus fornecedores, pois os primeiros desconfiam dos segundos
pensando que concederão mais atenção e vantagens para os clientes que mais consumirem; os
fornecedores, por sua vez, acham que os clientes compram de concorrentes que vendem a um menor
preço, reclamando de falta de ética por parte dos clientes.
Para o mesmo autor, considerando que automatizar todo o sistema pode ser algo muito complicado,
o departamento de logística, ao cultivar as habilidades logísticas em diferentes formas da sua
automação, incluindo sistemas de movimentação, sistemas de armazenagem e separação de
pedidos, controladores informatizados, leitoras e scanners manuais, entre outros, torna a empresa
mais eficiente e competitiva. Estima-se que, em algum momento, os custos da automação integrada
na prática dos armazéns estarão dentro do alcance de empresas grandes, médias e pequenas.
Por exemplo, o e-procurement (aquisição eletrônica), que é a compra e a venda entre empresas de
suprimentos e serviços pela Internet, é uma das partes mais importantes da SCM. Algumas vezes,
há referências ao e-procurement como supplier exchange. O e-procurement é uma ferramenta de
um site de e-business que permite, aos usuários registrados, acesso às informações sobre interesse
de compra ou venda.
75
UNIDADE IV │ conceituação final – análise estratégica
No e-procurement, uma empresa envia à sua rede de fornecedores uma informação sobre o interesse
de comprar algum suprimento. Os fornecedores recebem a informação, que contém o tipo específico
do material, a quantidade e quaisquer outras informações relevantes para que eles possam fazer um
orçamento e responder. A empresa que enviou a informação pode estipular um prazo de resposta,
por exemplo. Ela recebe as várias respostas de seus fornecedores, de uma maneira organizada e
hierarquizada, de acordo com seus interesses. Pode, por exemplo, visualizar as respostas por preço,
prazo de entrega etc. O e-procurement é uma maneira de reduzir custos, tornando a empresa mais
competitiva e hábil a controlar melhor seus estoques e otimizar o ciclo de produção.
»» reduzir os preços de compra: consegue ganhos por trazer mais compras sob contrato,
por pesquisar melhores preços e condições de todo o rol de fornecedores e ainda por
descontos por volume;
Novas Tecnologias
A Nova Economia é baseada em informação, inovação e conhecimento e na conscientização
da concorrência globalizada, em que o concorrente pode estar em qualquer lugar. Nessa era do
conhecimento, só sobreviverão as empresas que conseguirem atrair talentos, obter lealdade de seus
funcionários e preparar as pessoas para as mudanças constantes.
76
conceituação final – análise estratégica │ UNIDADE IV
Uma característica importante do EDI é que as mensagens não precisam de ação humana para
serem enviadas, nem tampouco manipuladas. O sistema é programado de forma a enviar uma
mensagem sempre que determinada situação ocorra. Usualmente, o EDI é usado entre duas
empresas que fazem sempre o mesmo tipo de transação. É o caso de uma relação entre fornecedor
e comprador. Um controle de estoque: cada vez que o estoque chega a certo nível predeterminado,
o sistema envia automaticamente um pedido para o fornecedor. Sem truques e sem precisar de
ninguém para acionar o comando. Por essas características, o EDI é geralmente implementado
entre duas empresas mediante contrato. Assim, cada uma das partes (chamadas de trade partners)
pode preparar seus sistemas e fluxo de mercadorias de acordo com o ritmo dos negócios. O EDI é
uma ferramenta típica da quarta geração do e-business (várias empresas dentro de um processo,
automação). Utiliza canais físicos específicos contratados junto às operadoras de telecomunicações
e com padrão próprio.
»» O EDI é um conceito muito amplo. Pode ser entendido como uma parte da GCS ou
como uma ferramenta do CE. Por esse motivo, é preciso definir a situação específica
em que o EDI será aplicado e os parâmetros dessa situação. O sistema também deve
ser programado de forma a se comunicar com esses fornecedores e escolher – de
acordo com parâmetros como prazo de entrega, preços e condições de faturamento
– o fornecedor para aquele pedido.
»» Como mensagem, o EDI consiste em campos, cada qual contendo um tipo específico
de informação (uma imagem, um preço, uma quantidade, um código de produto,
uma data etc.). É preciso definir esse formato, a ordem e a especificação de cada
campo. Todas as empresas que farão parte do sistema precisam definir juntas esse
padrão. Pode ser que para cada empresa haja um padrão diferente.
»» É preciso definir a tecnologia e o hardware que farão esse trabalho. A empresa pode
optar por uma solução de ASP, onde ela aluga essa tecnologia que tem de ser compatível
com os sistemas de todas as envolvidas. A solução mais comum hoje em dia, para
EDI, é baseada na linguagem XML (de eXtensible Markup Language, uma linguagem
derivada do HTML e compatível com todos os tipos de computadores atuais).
77
UNIDADE IV │ conceituação final – análise estratégica
O EDI automatiza de forma inteligente certos processos comerciais. Permite que a empresa (ou seus
funcionários) aproveite o tempo, elaborando estratégias, em vez de se preocupar com processos
repetitivos.
»» introduzir o just-in-time: conceito vedete do início dos anos 1990; é muito mais fácil
de ser implementado quando integrado com o sistema de EDI;
»» reduzir os preços de compras: consegue ganhos por trazer mais compras sob
contrato, por pesquisar melhor os preços e condições de todo o rol de fornecedores
e, ainda, por descontos por volume;
Os dados trafegam na Internet, utilizada como rede que integra as empresas, independentemente de
porte, estrutura de tecnologia da informação ou nível de conhecimento de funcionários. Com isso,
não há mais necessidade de software e treinamentos específicos para usar o sistema, que funciona em
ambiente Web.
»» a redução de atrasos pela utilização de formatos padrões (time to market: hora certa
de oferecer o produto ao consumidor, no exato momento do seu pedido, ou tempo
que um produto leva para chegar ao mercado);
O EDI é significativo na troca de informações entre empresas que se relacionam com frequência.
É a troca eletrônica de dados por canais físicos específicos, contratados junto às operadoras de
telecomunicações. Os sistemas de EDI (outra ferramenta do CE) que permitem a transferência
eletrônica, de computador para computador, de informações estruturadas de acordo com um padrão,
utilizam padrões próprios para seu tráfego. Essa tecnologia permite troca de informações (com modem
e software adequados) diretamente de computadores para computadores, dispensando digitação e
manipulação de dados, e permite automatizar documentos como ordens de compras, faturas, notas
fiscais etc., transmitindo e recebendo eletronicamente, independentemente de horários, distância e
sistemas de computação utilizados.
78
conceituação final – análise estratégica │ UNIDADE IV
ERP
Segundo Souza (2003), Enterprise Resource Planning – ERP é um termo genérico para o conjunto
de atividades executadas por um software multimodular com o objetivo de auxiliar o fabricante
ou o gestor de uma empresa nas importantes fases de seu negócio, incluindo desenvolvimento
de produto, compra de itens, manutenção de inventários, interação com fornecedores, serviços a
clientes e acompanhamento de ordens de produção.
O ERP pode também incluir módulos aplicativos para os aspectos financeiros e até mesmo na gestão
de recursos humanos. Tipicamente, um sistema ERP usa ou está integrado a uma base de dados
relacional (banco de dados multirrelacional). A implantação de um sistema ERP pode envolver
considerável análise dos processos da empresa, treinamento dos colaboradores, investimentos em
informática (equipamentos) e reformulação nos métodos de trabalho.
O ERP tem suas raízes no MRP. Trata-se de um processo evolutivo natural proveniente da maneira
com a qual a empresa enxerga seu negócio e interage no mercado. Ilustrando esse desenvolvimento,
tem-se a seguinte analogia:
ERP é definido como uma arquitetura de software que facilita o fluxo de informações
entre todas as atividades da empresa como fabricação, logística, finanças e recursos
humanos. É um sistema amplo de soluções e informações. Um banco de dados único,
operando em uma plataforma comum, que interage com um conjunto integrado de
aplicações, consolidando todas as operações do negócio em um simples ambiente
computacional.
O ERP emprega a tecnologia cliente/servidor. Isso significa que o usuário do sistema (cliente)
roda uma aplicação (rotina de um módulo do sistema) que acessa as informações de um sistema
de gerenciamento de uma base de dados única (servidor). Isso, ao contrário do antigo sistema de
mainframe, reflete o conceito de computação descentralizada.
O sistema opera então com uma base de dados comum, no coração do sistema. O banco de dados
interage com todos os aplicativos do sistema, dessa forma, elimina-se a redundância e a redigitação
de dados, o que assegura a integridade das informações obtidas.
Cada sistema de ERP oferece um conjunto de módulos (aplicativos) para aquisição. Esses são
os pacotes funcionais, individualizados para cada unidade de negócio dentro da organização
(financeiro, engenharia, PCP, administração de materiais, contabilidade etc.).
79
UNIDADE IV │ conceituação final – análise estratégica
Muitos sistemas ERP são comercializados em um pacote com os módulos básicos para a gestão do negócio e
então oferecem módulos adicionais que podem ser adquiridos individualmente em função do interesse
e da estratégia da empresa. Todos esses aplicativos são completamente integrados a fim de propiciar
consistência e visibilidade para todas as atividades inerentes ao processo da organização. Entretanto,
o sistema ERP requer do usuário o cumprimento dos procedimentos e processos como descrito
pelo aplicativo.
As empresas em geral possuem alta expectativa em relação a um sistema ERP. Antecipa-se que o
sistema impulsionará o desempenho das atividades do sistema da noite para o dia. As companhias
querem um pacote de software entrelaçado que cubra todos os aspectos do negócio, o que é uma
percepção distorcida do ERP.
O ERP é a espinha dorsal do empreendimento. Permite que a empresa padronize seu sistema de
informações. Dependendo das aplicações, o ERP pode gerenciar um conjunto de atividades que
permitam o acompanhamento dos níveis de fabricação em balanceamento com a carteira de pedidos
ou previsão de vendas. O resultado é uma organização com um fluxo de dados consistente que flui
entre as diferentes interfaces do negócio. Na essência, o ERP propicia a informação correta, para a
pessoa correta e no momento correto.
Sistemas ERP funcionam com a utilização de uma base de dados comum. Assim, decisões que
envolvem análise de custos, por exemplo, podem ser calculadas com o rateio de todos os custos na
empresa com melhor performance do que com o levantamento parcial em cada unidade, além de
evitar a conciliação manual das informações obtidas entre as interfaces dos diferentes aplicativos.
Um sistema integrado oferece a possibilidade de melhoria de relatórios, fidelidade de dados,
consistência e comparação de dados, devido à utilização de um critério único em todas as atividades
da empresa.
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como reentrada de dados de um aplicativo para outro. Estatisticamente, em sistemas não integrados,
uma informação pode residir em até 6 diferentes lugares [John H. Sheridan].
O sistema ERP identifica o tempo como uma variável crítica de restrição; é a informação que norteia
a tecnologia dos negócios e a tecnologia da informação. A redução do tempo de ciclo é obtida, via
minimização, na obtenção e disseminação das informações.
Decisões ao longo dos processos da empresa também são possíveis graças ao ERP. Isso resulta em
economia de tempo, domínio sobre as operações e também eliminação daquelas supérfluas, que o
cliente não paga.
Elaine L. Appleton, em seu livro How to survive ERP, cita o caso das indústrias PAR na cidade de
Moline (Illinois). Em um ano de implementação de ERP, conseguiram reduzir o lead time com o
cliente de 6 para 2 semanas, as entregas na data da programação aumentaram de 60% para 95%, os
níveis de reserva de materiais e inventários caiu em quase 60% e a tramitação dos documentos de
uma ordem de produção no “chão de fábrica” caiu de semanas para horas.
As empresas estão sempre buscando novos nichos de mercado. Um negócio não envolverá
necessariamente sempre o mesmo produto. Internamente teremos novas necessidades de processos,
então devemos estar preparados.
O Mercado de ERP
Atualmente, trata-se do produto com maior taxa de crescimento no mercado de software. Em
1997, os 10 maiores vendedores de ERP faturaram U$5.8 bilhões mais do que em 1996, quando
o faturamento foi de U$4.8 bilhões. Os analistas de mercado admitem um crescimento de 30%
em 1999. Sabe-se que um dos motivos deste grande crescimento foi o fato de muitas empresas
preferiram investir em um sistema ERP do que preparar seu antigo sistema para o bug do ano 2000,
o que seria um gasto sem melhoria alguma.
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»» Não condicione o projeto a uma data específica: libere o sistema para uso apenas
quando os usuários estiverem aptos. É comum que a implementação absorva mais
tempo que o estimado, inclusive pelas surpresas no meio do percurso. Além disso,
desfazer uma operação inadequada de um usuário pode até ser uma atividade mais
complexa do que reter o programa para uso, por alguns dias.
»» Não altere o programa fonte: utilize o programa da maneira que foi concebido. Se
existirem funções inadequadas, essas devem ser resolvidas pela softwarehouse via
novo release. O risco de alteração dos códigos fonte é muito alto e pode comprometer
a imagem de um consultor.
»» Um bom sistema não conserta dados errados: lembre-se que o sistema processa
as informações que recebe, não existe mágica. O sistema será tão preciso quanto
forem as informações fornecidas. Ninguém pode sonegar informações por julgar
que competem apenas a seu departamento. A diretoria deve decidir quem terá
acesso a quais dados. Assim, a mentalidade das pessoas deve mudar e surgirá uma
nova mentalidade de trabalho onde o “todo” é a soma de todos.
O Futuro do ERP
Atualmente, o grande desafio entre as empresas é a expansão do ERP, integrando-se com o chão de
fábrica e o mercado externo. Essas empresas procuram, na verdade, estabelecer um elo de ligação
entre clientes e fornecedores, obtendo com isso um tempo de resposta menor ao mercado e uma
vantagem competitiva nos negócios. Os vendedores de ERP estão mudando o foco que possuíam
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nas atividades internas da empresa e voltando as características dos sistema ao gerenciamento das
interfaces do negócio.
Outra mudança que também começa a ser percebida é o interesse crescente no mercado de pequenas
empresas. Isso é um processo lógico quando considerado que as maiores organizações já implantaram
ou já têm implantados seus sistemas ERP. Também é óbvio que o custo do desenvolvimento desses
pacotes já está amortizado; assim é possível que comece a ocorrer uma queda significativa no valor
de comercialização do ERP e haja uma maior absorção por empresas de médio e pequeno porte.
Grandes empresas usando sistemas ERP se apressam para ter seus produtos web-enabled,
beneficiando intranets e compartilhando informações também aos clientes, fornecedores e parceiros.
»» resistência à mudança;
»» flexibilidade e escalabilidade;
»» facilidade de uso;
»» custo da customização;
»» infraestrutura local;
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UNIDADE IV │ conceituação final – análise estratégica
O sucesso de uma solução de ERP depende da velocidade em que os benefícios podem ser obtidos.
Para isso, é preciso uma rápida implementação que leve a uma diminuição do período de ROI. A
abordagem tradicional para implementação tem sido executada como um exercício de reengenharia,
sendo definido um modelo de “vir a ser” antes da implementação do ERP. Isso leva a um desencontro
entre modelo proposto e a real funcionalidade do ERP, tendo como consequências customizações
(para adaptar o “real” ao “imaginado”), demora no tempo de implementação, mais custos e perda
de confiança pelos usuários. Ou seja, no caso do ERP, é preciso ter em mente um processo aberto e
focar os ganhos no médio e no longo prazo, sob o risco de arcar com gastos desnecessários.
Uma abordagem mais aprimorada é executada de forma a fazer uma reengenharia durante o processo
de implementação do ERP, focando suas metas na diminuição do tempo total de implementação.
Dois cenários podem ser diferenciados: implementação compreensiva e implementação compacta.
Implementação compreensiva: aqui o foco é mais sobre o aperfeiçoamento dos negócios do que no
aperfeiçoamento técnico durante a implementação. Essa abordagem é adequada quando:
A fórmula do e-business pode ser resumida por e-business = TI + Web, onde TI é Tecnologia de
Informação.
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Nossa tarefa não termina aqui; logística é algo que está sempre em desenvolvimento
e requer, portanto, estudos constantes.
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Referências
APPLETON, Elaine L. How to survive ERP. Estados Unidos: Datamation, 1997.
BOWERSOX, D.; CLOSS D. Logistical Management – The Integrated Supply Chain Process.
New York: McGrawHill,1996.
CHINC, Hong Yuh. Gestão de estoques na Cadeia de Logística Integrada. Suply Chain. São Paulo:
Atlas, 2001.
CORTINÃS, José Manoel. Os custos logísticos do comércio externo brasileiro. São Paulo:
Aduaneiras, 2000.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2005.
FLEURY, Paulo Fernando et al. (org.). Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 2000.
GOMES, Carlos Francisco Simões; RIBEIRO, Priscila Cristina Cabral. Gestão da cadeia de
suprimento integrado à tecnologia da informação. São Paulo: Cegage Learnwig, 2004.
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Referências
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