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e Cultura
Prof. Carlos Odilon da Costa
Indaial – 2021
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Carlos Odilon da Costa
C837s
Costa, Carlos Odilon da
Sociedade, educação e cultura. / Carlos Odilon da Costa – Indaial:
UNIASSELVI, 2021.
228 p.; il.
ISBN 978-65-5663-682-5
ISBN Digital 978-65-5663-683-2
1. Sociologia. 2. Antropologia - Brasil. II. Centro Universitário
Leonardo da Vinci.
CDD 370
Impresso por:
Apresentação
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao livro de Sociedade, Educação
e Cultura. Nele, você percorrerá um caminho de conhecimentos ligados à
Sociologia, à Antropologia e relacionados ao mundo da Educação.
Bons estudos!
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 91
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 153
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 223
UNIDADE 1 —
SOCIOLOGIA, AUTORES E
CONCEITOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
ORIGEM DA SOCIOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Quase tudo girava em torno das coisas de Deus ou do próprio Deus pre-
gado e comunicado pela Igreja da época (Igreja Católica Apostólica Romana).
Esse cenário começou a mudar por volta do ano 1.000, com o surgimento das pri-
meiras Universidades, com o fim da Idade Média e com o espírito renascentista,
que povoou a Europa.
estamentos ou estados: Rei, Nobreza, Clero e Servos, sendo que os dois primei-
ros possuíam privilégios em relação ao último grupo subordinado. Economia
ou modo de produzir as coisas: a produção basicamente girava em torno das
grandes extensões de terras, os Feudos. Esse sistema ficou conhecido como Feu-
dalismo. As leis e os códigos de condutas sociais eram elaborados a partir das
Tradições da Nobreza e da interpretação Bíblica. A visão de mundo, religião,
educação, conhecimento, meio ambiente e cultura: Nessa época, predominava o
conhecimento Teológico, marcado pela supremacia da Igreja Católica Apostólica
Romana (Igreja e Fiéis). A cultura era elaborada a partir do Teocentrismo. A na-
tureza era obra de Deus e era perfeita.
NOTA
Viver na sociedade medieval era viver dentro dos limites da Igreja Ca-
tólica Apostólica Romana. Diretrizes, princípios, normas estabelecidas na vida
social tinham como parâmetro a interpretação da Bíblia por parte dos membros
da Igreja. O destino da vida humana era imposto pela interpretação do clero, ou
seja, o conhecimento produzido para interpretar e compreender a vida humana
em todos os sentidos passava pelo crivo do conhecimento religioso amparado nas
leituras bíblicas das autoridades religiosas da época.
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TÓPICO 1 — ORIGEM DA SOCIOLOGIA
Tempo e relações
Características
estabelecidas
Para nós pode parece estranha a forma como os ho-
mens e mulheres medievais viam e viviam o seu tem-
po, pois estamos habituados a uma rotina frenética,
Viver seu tempo sempre correndo contra o tempo, preocupados com o
próximo compromisso. A forma como os indivíduos
entenderam e viveram o seu tempo é muito impor-
tante para que possamos compreender sua sociedade.
No período medieval vemos uma força grandiosa da
Igreja sobre muitos aspectos da sociedade e, de fato,
o cristianismo influenciou profundamente a relação
Multiplicidade de tempo
das pessoas com o tempo. Além disso, nesse período
havia uma multiplicidade de tempos: o tempo natu-
ral e rural; o tempo senhorial; o tempo religioso.
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
6
TÓPICO 1 — ORIGEM DA SOCIOLOGIA
A relação das pessoas com o tempo na Idade Média explica muito sobre seu
modo de vida. No entanto, vamos destacar outro aspecto fundamental dessa época:
o espaço, os locais de reuniões, de trabalho, de estudos. Segundo Schipansk e Ponta-
rolo (2009), assim se apresentava a relação espaço e ser humano no período medieval:
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
8
TÓPICO 1 — ORIGEM DA SOCIOLOGIA
3 RENASCIMENTO E SOCIEDADE
Entre o final da Idade Média e início da Idade Moderna, o conhecimento
dito científico começa a colocar em questão muitos conhecimentos da época e
o próprio entendimento do mundo pelo conhecimento religioso/teológico. Por
exemplo, lembremos a descoberta de que a Terra não era o centro do Universo. A
Revolução Francesa, por exemplo, foi inspirada nas ideias iluministas e represen-
ta o principal marco desse movimento intelectual (Renascentista).
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
NOTA
10
TÓPICO 1 — ORIGEM DA SOCIOLOGIA
cia dos sábios bizantinos. Além disso, após a Queda de Constantinopla, muitos
pensadores do antigo Império Bizantino fugiram para a Itália, auxiliando na di-
fusão dos saberes da cultura greco-romana clássica. Além dessa influência, havia
os árabes que mantinham contatos comerciais com os italianos.
Características do Renascimento
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
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TÓPICO 1 — ORIGEM DA SOCIOLOGIA
Saint Simon foi o autor de muitas ideias atribuídas ao seu secretário particular
August Comte. Seu pensamento ficou entre uma bifurcação ideológica: parte foi apro-
veitada pelos conservadores e parte pelos socialistas. Foi o precursor do positivismo e,
em alguns aspectos, das ideias de Karl Marx, o mais importante teórico do socialismo.
Você pode notar acadêmico, que ele influenciou muito August Comte nes-
sas ideias de que a humanidade progrediu por etapas. Ao que parece, ele olha a
humanidade em seus tempos históricos: no início, a sociedade teria sido influen-
ciada pela magia e rituais sagrados; depois, viria a instituição da religião (idade
média); a crítica humana à influência religiosa no mundo (antropocentrismo e
racionalismo), fase ou etapa dos intelectuais, pensadores e filósofos; e, por últi-
mo, a busca pelo conhecimento científico.
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
Por último, a maior das contribuições. Segundo Bins (1990, p. 15), Simon
“propôs a criação de uma ciência especializada, no estudo da conduta humana, a
física social, depois rebatizada por Comte de sociologia”.
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TÓPICO 1 — ORIGEM DA SOCIOLOGIA
O positivismo foi uma corrente teórica criada por Auguste Comte que in-
fluenciou a política praticada nos primeiros anos do período republicano no Brasil.
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
NOTA
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Saint Simon foi o autor de muitas ideias atribuídas ao seu secretário particular
August Comte. Seu pensamento ficou entre uma bifurcação ideológica: parte
foi aproveitada pelos conservadores e parte pelos socialistas. Foi o precursor
do positivismo e, em alguns aspectos, das ideias de Karl Marx, o mais impor-
tante teórico do socialismo.
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• Comte nasceu em Montpellier, França, em uma família católica e monarquis-
ta. Viveu a infância na França napoleônica. Estudou no colégio de sua cidade
e depois em Paris, na escola Politécnica. Tornou-se discípulo de Saint Simon,
de quem sofreu enorme influência. Devotou seus estudos a filosofia positivis-
ta, considerada por ele como uma religião da qual era o pregador.
• O positivismo foi uma corrente teórica criada pelo filósofo francês Augus-
te Comte (1798-1857), que defendia que a regra para o progresso social se-
ria a disciplina e a ordem, o que influenciou a teoria moral utilitarista
de John Stuart Mill (1806-1873). Stuart Mill reformulou o primeiro utilitaris-
mo fundado por seu professor, o filósofo e jurista Jerehmy Bentham. No Bra-
sil, o positivismo político de Comte, renovado pela carga moral utilitarista,
influenciou a política praticada nos primeiros anos da Primeira República
(1889-1930), devido às referências positivistas trazidas pelos militares e pelo
primeiro presidente, o marechal Manuel Deodoro da Fonseca.
18
AUTOATIVIDADE
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a) ( ) Segundo a filosofia política de Comte, existiam na história três estados:
um teológico; outro metafísico e, finalmente, o positivo.
b) ( ) O positivismo foi uma corrente teórica criada por Auguste Comte
que influenciou a política praticada nos primeiros anos do período
republicano no Brasil.
c) ( ) Na visão utópica de Comte, nessa sociedade transformada imperavam
as noções de mérito, magia e de cooperação.
d) ( ) Comte entendia que a humanidade precisava de relações de devoção.
A devoção, antes baseada na fé em Deus ou nos deuses, no positivismo,
dá lugar para a fé na ciência como única depositária de confiança da
humanidade, surgindo o cientificismo.
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TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
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TÓPICO 2 — AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
Idade Síntese
Pode ser entendida pelas grandes transformações ocorridas no
território europeu no período. Foi durante a Idade Moderna
que os europeus realizaram as Grandes Navegações e a Ex-
pansão Marítima, criando as condições para a dominação de
Idade Moderna continentes inteiros, como a África e a recém-conhecida Amé-
rica. O domínio dessas regiões resultou na conquista de inú-
meras riquezas por parte das classes dominantes europeias,
criando as bases para que pudessem expandir, posteriormen-
te, sua forma de organização social para o restante do mundo.
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3jVmEZe>. Acesso em: 29 jul. 2021.
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
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TÓPICO 2 — AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
NOTA
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
• Sola fide (somente a fé).
• Sola scriptura (somente a Escritura).
• Solus Christus (somente Cristo).
• Sola gratia (somente a graça).
• Soli Deo gloria (glória somente a Deus).
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TÓPICO 2 — AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
Com relação às questões políticas, existia uma série de reis, nobres e
autoridades em geral que estavam interessados em romper o poder secular com
o religioso. Isso significa que muitos viam o rompimento como uma forma de
consolidar ou de assegurar mais poder sem a necessidade de ter que se sujeitar
a outra autoridade – no caso, o papa.
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
FIGURA 10 – MONALISA
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TÓPICO 2 — AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
QUADRO 10 – GENERALIDADE
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TÓPICO 2 — AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
QUADRO 11 – CONCEITOS
Instituição social e Anomia
A instituição social é um mecanismo de organização da sociedade, é o conjunto
de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e
sancionados pela sociedade, cuja importância estratégica é manter a organiza-
ção do grupo e satisfazer as necessidades dos indivíduos que dele participam.
As instituições são, portanto, conservadoras por essência, quer seja família, escola,
governo, religião, polícia ou qualquer outra. Elas agem contra as mudanças, pela
manutenção da ordem vigente. Durkheim registra, em sua obra, o quanto acredita
que essas instituições são valorosas e parte em sua defesa, o que o deixou com certa
reputação de conservador, que durante muitos anos causou antipatia a sua obra.
No entanto, Durkheim não pode ser meramente tachado de conservador. Sua
defesa das instituições se baseia num ponto fundamental, o ser humano neces-
sita se sentir seguro, protegido e respaldado. Uma sociedade sem regras claras
("em estado de anomia"), sem valores e sem limites leva o ser humano ao de-
sespero. Preocupado com esse desespero, Durkheim se dedicou ao estudo da
criminalidade, do suicídio e da religião.
Uma rápida observação do contexto histórico do século XIX nos permite perce-
ber que as instituições sociais se encontravam enfraquecidas, havia muito ques-
tionamento, valores tradicionais eram rompidos e novos surgiam, muita gente
vivia em condições miseráveis, desempregados, doentes e marginalizados.
Ora, numa sociedade integrada, essa gente não podia ser ignorada, de uma for-
ma ou de outra, toda a sociedade estava ou iria sofrer as consequências. Aos pro-
blemas que ele observou, considerou como patologia social, e chamou aquela
sociedade doente de "Anomana". A anomia era a grande inimiga da sociedade,
algo que devia ser vencido, e a sociologia era o meio para isso. O papel do soci-
ólogo seria, portanto, estudar, entender e ajudar a sociedade.
Em seus estudos, Durkheim concluiu que os fatos sociais atingem toda a sociedade,
o que só é possível se admitirmos que a sociedade seja um todo integrado. Se tudo na
sociedade está interligado, qualquer alteração afeta o geral, o que quer dizer que, se
algo não vai bem em algum setor da sociedade, toda ela sentirá o efeito. Partindo desse
raciocínio, desenvolve dois dos seus principais conceitos: Instituição social e Anomia.
Solidariedade Social
A solidariedade, segundo Durkheim , é oriunda de dois tipos de consciência: a cons-
ciência coletiva (ou comum) e consciência individual. Cada indivíduo possui uma
consciência individual que sofre influência da consciência coletiva, que nada mais é
que a combinação das consciências individuais de todos os homens ao mesmo tem-
po. A consciência coletiva seria responsável pela formação de nossos valores morais,
e exerce uma pressão externa aos indivíduos no momento de suas escolhas. A soma
da consciência individual com a consciência coletiva forma o ser social.
Dentro da perspectiva sociológica durkheimniana, a existência de uma socie-
dade só é possível a partir de um determinado grau de consenso entre seus
membros constituintes: os indivíduos. Esse consenso se assenta, basicamente,
no processo de adequação da consciência individual à consciência coletiva. De-
pendendo do grau de consenso, temos dois tipos de solidariedade.
31
UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
Solidariedade mecânica
A sociedade em sua fase primitiva se organizava socialmente a partir das seme-
lhanças psíquicas e sociais entre os membros individuais. Nessas sociedades,
os indivíduos que as integravam compartilhavam dos mesmos valores sociais,
tanto no que se refere às crenças religiosas como com relação aos interesses ma-
teriais necessários à subsistência do grupo, essa correspondência de valores é
que assegurava a coesão social.
Solidariedade orgânica
Já nas sociedades ditas "modernas" ou "complexas" do ponto de vista da maior
diferenciação individual e social, existe a solidariedade orgânica.
Nesse modelo, cada indivíduo tem uma função e depende dos outros para so-
breviver. A Solidariedade Orgânica é fruto das diferenças sociais, já que são es-
sas diferenças que unem os indivíduos pela necessidade de troca de serviços e
pela sua interdependência.
O indivíduo é socializado porque, embora tenha sua individualidade, depende
dos demais e, por isso, se sente parte de um todo.
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/2XqRDVy>. Acesso em: 20 mar. 2021.
QUADRO 12 – CONTRIBUIÇÕES
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TÓPICO 2 — AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
NOTA
Para pensar:
Durkheim dizia que a criança, ao nascer, trazia consigo só a sua natureza de indivíduo.
"A sociedade encontra-se, a cada nova geração, na presença de uma tábua rasa sobre a
qual é necessário construir novamente", escreveu. Os professores, como parte responsá-
vel pelo desenvolvimento dos indivíduos, têm um papel determinante e delicado. Devem
transmitir os conhecimentos adquiridos, com cuidado para não tirar a autonomia de pen-
samento dos jovens. A proposta de Durkheim levará o aluno a avançar sozinho? Esse mo-
delo de formação externa contrária à independência nos estudos? Ou será uma condição
para que a educação cumpra seu papel social e político?
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
Foi na cidade de Erfurt que nasceu Max Weber, em uma família de burgueses
liberais. Desenvolveu estudos de direito, filosofia, história e sociologia, constante-
mente interrompidos por uma doença que o acompanhava por toda a vida. Iniciou
a carreira de professor em Berlim e em 1895 foi catedrático em Heidelberg. Manteve
contato permanente com intelectuais de sua época, como Simmel, Sombart, Tönnies
e Georg Lukács. Na política, defendeu ardorosamente seus pontos de vista liberais e
parlamentarista e participou da comissão redatora da Constituição da República de
Weimar. Sua maior contribuição nas pesquisas e estudos sociológicos foi na Sociolo-
gia da Religião, estabelecendo relações da formação política e crenças religiosas. Suas
principais obras foram: Artigos reunidos da Sociologia da Religião; Artigos reunidos
da Teoria da Ciência; Economia e Sociedade (obra póstuma); Ética Protestante e Espí-
rito do Capitalismo. Morreu em Monique (COSTA, 1987).
Max Weber formulou com precisão o conceito de ação social, que para
ele baseia-se no processo comunicativo entre sujeitos, tomando como ponto de
partida o sentido dado pelo autor de uma ação e seu objetivo.
A teoria sociológica da ação social foi amplamente trabalhada pelo teórico Max
Weber, que acreditava que a principal função da Sociologia era compreender
os diversos aspectos da ação social. A ação social é entendida por Weber como
qualquer ação realizada por um sujeito em um meio social que, no entanto, pos-
sua um sentido determinado por seu autor. O contínuo processo de comuni-
cação está intimamente ligado ao conceito de ação social. A manifestação do
sujeito que deseja uma resposta é manifestada em função dessa resposta. Em
outras palavras, uma ação social constitui-se como ação a partir da intenção de
seu autor quanto à resposta que deseja de seu interlocutor.
A partir desse entendimento, Weber justifica que a função dos esforços socio-
lógicos é justamente tentar compreender os sentidos dados às ações humanas
em suas relações sociais. As relações humanas e, por sua vez, as ações que estão
inseridas no contexto dessas relações, possuem sentido atribuído a elas por seus
autores. Para que se compreenda o processo de comunicação e de interação so-
cial, é necessário, então, que se compreenda o sentido da ação, bem como, ainda
mais importante, desvende-se o objetivo do autor da ação em seu esforço comu-
nicativo. Peguemos, por exemplo, a ação social de um abraço, que pode carregar
uma infinidade de sentidos. O autor da ação, ao realizá-la, deseja que seu inter-
locutor apreenda o sentido que desejou implantar em seu ato, e não apenas que
entenda o sentido genérico do ato de abraçar.
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3CUOvBw>. Acesso em: 29 jul. 2021.
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TÓPICO 2 — AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
Dominação Legal: onde qualquer direito pode ser criado e modificado através
de um estatuto sancionado corretamente, tendo a “burocracia” como o tipo mais
puro desta dominação. Os princípios fundamentais da burocracia, segundo o au-
tor, são a Hierarquia Funcional, a Administração baseada em Documentos, a De-
manda pela Aprendizagem Profissional, as Atribuições são oficializadas e há uma
Exigência de todo o Rendimento do Profissional. A obediência se presta não à pes-
soa, em virtude de direito próprio, mas à regra, que se conhece competente para
designar a quem e em que extensão se há de obedecer. Weber classifica este tipo
de dominação como sendo estável, uma vez que é baseada em normas que, como
foi dito anteriormente, são criadas e modificadas através de um estatuto sanciona-
do corretamente. Ou seja, o poder de autoridade é legalmente assegurado.
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
• Educação carismática: conforme explica Weber, “isto significa que eles [os
educadores] simplesmente desejavam despertar e testar uma capacidade con-
siderada como um dom de graça exclusivamente pessoal, pois não se pode
ensinar nem preparar um carisma” (WEBER, 1982, p. 482). Entre os exemplos
citados por Weber estão os mágicos (ou feiticeiros) e os heróis guerreiros,
• Educação especializada: de acordo com a explicação de Weber, trata-se das
“tentativas especializadas de treinar o aluno para finalidades úteis à adminis-
tração – na organização das autoridades públicas, escritórios, oficinas, labora-
tórios industriais, exércitos disciplinados” (WEBER, 1982, p. 482). Weber es-
clarece ainda que esse treinamento pode ser realizado com qualquer pessoa.
• Educação humanística: retomando os termos weberianos temos, que “a peda-
gogia do cultivo finalmente procura educar um tipo de homem, cuja nature-
za depende do ideal de cultura da respectiva camada decisiva. Isso significa
educar um homem para certo comportamento interior e exterior” (WEBER,
1982, p. 483). Entre os exemplos citados pelo autor está a camada dos guer-
reiros no Japão, no qual “a educação visará a fazer do aluno um cavalheiro e
um cortesão estilizado, que despreza os homens que usam a pena, tal como
36
TÓPICO 2 — AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
Podemos observar que Weber via a educação como parte do processo ca-
pitalista, da racionalização da vida, ou seja, o fim da possibilidade de formação
emancipatória e humanística do ser humano e o início de um processo de educa-
ção para o trabalho e o dinheiro.
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TÓPICO 2 — AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
NOTA
NOTA
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TÓPICO 2 — AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
QUADRO 15 – MAIS-VALIA
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
QUADRO 16 – MERCADORIA
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TÓPICO 2 — AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
Fetichismo da Mercadoria
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
QUADRO 18 – IDEOLOGIA
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TÓPICO 2 — AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
DICAS
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
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TÓPICO 2 — AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
DICAS
NTE
INTERESSA
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• No início da Idade Moderna, a Europa ainda tinha como base religiosa a Igre-
ja Católica Apostólica Romana. Esta liderança foi abalada, com um Movimen-
to liderado por um Monge Agostiniano, Martinho Lutero, que criticou as in-
dulgências e certas normas católicas, provocando o Movimento de Reforma
Luterana ou Protestante.
• Foi na cidade de Erfurt que nasceu Max Weber, em uma família de burgueses
liberais. Desenvolveu estudos de direito, filosofia, história e sociologia. Iniciou
a carreira de professor em Berlim e, em 1895, foi catedrático em Heidelberg.
Manteve contato permanente com intelectuais de sua época, como Simmel,
48
Sombart, Tönnies e Georg Lukács. Na política, defendeu ardorosamente seus
pontos de vista liberais e parlamentarista e participou da comissão redatora
da Constituição da República de Weimar.
49
AUTOATIVIDADE
1 Foi uma das formas encontradas pelos historiadores para se dividir a histó-
ria da humanidade. Seu recorte temporal inicia-se com a queda do Império
Bizantino e a tomada da cidade de Constantinopla pelo Império Turco-Oto-
mano, em 1453. Seu recorte final está delimitado com a Revolução Francesa,
em 1789. Esse período ficou conhecido como?
a) ( ) Idade Média.
b) ( ) Idade Contemporânea.
c) ( ) Idade Antiga.
d) ( ) Idade Moderna.
51
52
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA
SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM
A EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
53
UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
2 SOCIOLOGIA E PÓS-MODERNIDADE
No período Contemporâneo, até próximo ao início do século XXI, a So-
ciedade apresentava as seguintes principais características:
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TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
NOTA
CZAR
czar
[tzar]
sm
Título que se dava ao imperador da Rússia, antes da Revolução de 1917.
Informações complementares:
var. tzar.
Informações complementares:
fem.: czarina.
Etimologia: russo car, via fr.
NOTA
56
TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
agrícolas foram ocupadas. De acordo com Morais (2019), essas medidas levaram a
um crescimento importante da Rússia, que passou a se tornar um dos principais
países exportadores de grãos. O Império precisou, finalmente, investir no processo
de industrialização. Isso levou à criação de várias fábricas estrangeiras na Rússia,
resultando nas maiores taxas de crescimento entre os países europeus nas últimas
duas décadas do século XIX. Em 1904, a Rússia entrou novamente em uma guerra,
dessa vez contra o Japão. Como todo conflito, resultou em graves consequências
para o povo russo, desorganizando a economia e refletindo negativamente na vida
dos camponeses e operários. A derrota para os japoneses também fez com que os
ânimos se acirrassem, elevando ainda mais a insatisfação contra o Czar.
57
UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
Uma ideia que foi ganhando espaço de debate em termos mundiais foi a
preservação ambiental. O Movimento Ambiental ou ecológico, a partir da sen-
sibilização da sociedade em razão do uso irracional dos recursos naturais e dos
impactos ambientais gerados pela ação humana, passou a destacar o conceito de
crescimento sustentável, que se colocou como uma alternativa que promove a
interdependência entre economia, meio ambiente e sociedade. Confira no quadro
a seguir a origem desse movimento e o seu conceito.
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TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
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TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
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TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
QUADRO 23 – CONSEQUÊNCIAS
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
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TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
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TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
A modernidade está, portanto, associada, nos séculos XVII e XVIII, a uma visão
eufórica do progresso, considerando-a como a inauguração de uma época de de-
senvolvimento técnico ilimitado. Os instrumentos são ainda considerados como
aperfeiçoamentos da percepção do mundo e os utensílios destinam-se a ajudar
o gesto humano, na modelagem dos objetos naturais.
67
UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
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TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
NOTA
NOTA
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
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TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
FONTE: FRAZÃO, D. Pierre Bourdieu. 2002. Disponível em: https://bit.ly/2XtHg3g. Acesso em:
23 mar. 2021.
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
Campo
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TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
Produção do gosto
Violência simbólica
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TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
DICAS
NOTA
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TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
NOTA
DICAS
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TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
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TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
— Nosso sistema educacional é um poderoso mecanismo de, cada vez mais, repro-
duzir os privilégios entre gerações. Nos Estados Unidos, 74% dos estudantes que
frequentam as universidades mais competitivas vêm das famílias mais ricas, e 3%,
das mais pobres. Além disso, muitas escolas e universidades induzem à fácil ideolo-
gia de que empregos bem remunerados são os únicos objetivos da universidade. Es-
ses são apenas uns dos desafios, erros e negligências da educação contemporânea.
— Uma coisa certa é que, num cenário líquido, rápido e de mudanças imprevi-
síveis, a educação deve ser pensada durante a vida inteira. O resto vai depender
de nossas escolhas dentro do que é possível para essa obrigação. Enfatizamos
que esse “nós” que faz as escolhas não é limitado aos profissionais de educação.
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
Para citar Will Stanton (professor australiano), que nos mantém alerta de que há
muitos que pretendem ensinar nossos filhos apenas a obedecer: “Devemos acei-
tar autoridade como verdade em vez da verdade como autoridade”. Ele ainda
diz: “O que é a mídia mainstream se não outra plataforma de ‘educação’ defen-
dendo a autoridade como verdade? Nós sentamos em frente ao noticiário notur-
no e escutamos âncoras e repórteres nos dizendo o que pensar, a quem apontar
nossos dedos, porque nosso país precisa ir para a guerra e com o que a gente
deve se horrorizar”. Considere ainda o tremendo impacto da indústria da pu-
blicidade em nós mesmos ou no que as crianças aprendem ou no que elas foram
levadas a esquecer. Por exemplo, crianças não nascem inseguras. A publicidade
é que as deixa apavoradas com o que as outras pessoas pensam delas.
— As duas coisas. Nós estamos seduzidos pelos recursos das mídias digitais por
causa do nosso medo de sermos abandonados, mas uma vez imerso na rede de
relações on-line, que tem uma falsa ideia de ser facilmente manuseada, nós perde-
mos ou não adquirimos habilidades sociais que poderiam (e deveriam) nos ajudar
a extirpar as causas dos medos que vêm do mundo off-line. Assim, as redes sociais
são, simultaneamente, produto da modernidade líquida e a sua válvula de escape.
O senhor afirma que o fato de a educação superior não garantir mais ascensão
social é um problema para a educação tal qual conhecemos. Qual a solução
para esse problema?
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TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
Quem não sabe o que guarda no depósito, não tem como calcular os riscos. Para
a autoridade, intolerante com relação às proibições impostas pelos detentores do
poder através de uma democracia "elástica e flutuante", essa impotência, induzida
pela ignorância do eleitorado, bem como a desconfiança geral na eficácia do dissen-
so e a oposição ao envolvimento político, são fontes necessárias e bem-vindas de
capital político: a dominação através da ignorância e da incerteza deliberadamente
cultivadas é mais aceitável e menos cansativa do que o princípio baseado na discus-
são atenta dos acontecimentos e no esforço demorado de estabelecer a verdade dos
fatos e os modos menos arriscados de proceder. A ignorância política entrançada
com a inatividade fica ao alcance da mão cada vez que é sufocada a voz da demo-
cracia ou as suas mãos ficam atadas. É preciso uma educação permanente para dar
a nós mesmos a possibilidade de escolher, mas temos ainda mais necessidade de
salvar as condições que tornam as escolhas possíveis e ao nosso alcance.
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Conforme Bauman (2009), o trabalho era um dos conceitos chave para a cons-
tituição identitária dos indivíduos. Na sociedade sólido-moderna, com base no arranjo
social de uma sociedade engajada para a produção de bens e serviços, a característica
predominante no tipo de representações e disposições sociais dos indivíduos era pela
“ética do trabalho” (BAUMAN, 2000). Dessa forma, a procrastinação dos prazeres indi-
viduais era fundamental para se pensar num projeto de vida vinculada ao enraizamen-
to a um determinado tipo de trabalho e arquitetura social (BAUMAN, 2001).
84
TÓPICO 3 — AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA E A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
seios humanos rotineiros, permanentes e, por assim dizer, ‘neutros quanto ao re-
gime’, transformando-os na principal força propulsora e operativa da sociedade”.
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UNIDADE 1 — SOCIOLOGIA, AUTORES E CONCEITOS
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Para alguns autores, a Revolução Francesa no campo político e dos direitos, alia-
do à Revolução Industrial no fator econômico, foram os dois grandes aconteci-
mentos que direcionaram a vida das pessoas na Idade Contemporânea e deram
os fundamentos para aquilo que podemos denominar do espírito moderno.
87
• O pós-modernismo ou a pós-modernidade, pode ser percebido a partir
das mudanças sociais, culturais, artísticas, filosóficas, científicas e estéticas
que surgiram após a segunda guerra. Essas mudanças foram responsáveis
por marcantes transformações nas relações travadas entre as crescentes práti-
cas capitalistas, a arte e a cultura.
CHAMADA
88
AUTOATIVIDADE
2 Pierre Bourdieu foi um dos maiores pensadores das ciências humanas do sécu-
lo XX. Filósofo por formação desenvolveu importantes trabalhos de etnologia,
no campo da antropologia, e conceitos de profunda relevância no campo da
sociologia, como habitus, campo e capital social. Sua obra é extensa e abran-
gente, com contribuição para diversas áreas do conhecimento, especialmente
na educação e cultura. Sobre Bourdieu, analise as sentenças a seguir:
89
Assinale a alternativa CORRETA:
90
REFERÊNCIAS
AMARAL, M. T. C. G. Barthez entre Montpellier e Paris: a complexa rede por
trás da ciência do homem. Tese em Doutorado em História da Ciência pela Pon-
tifícia Universidade Católica de São Paulo, 2010. 117 p.
BAUMAN, Z. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.
CARPENTIER, V. A idade média passo a passo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
91
FERRARI, M. Karl Marx, o filosofo da revolução. 2008. Disponível em: https://
bit.ly/3iYkuJq. Acesso em: 23 mar. 2021.
KNIPP, K. Karl Marx se mantém extremamente atual. 2018. Disponível em: ht-
tps://bit.ly/2W83hV9. Acesso em: 20 mar. 2021.
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. Tradução de José Carlos Bruni e Mar-
co Aurélio Nogueira. São Paulo: Livraria Editora Ciências Humanas, 1979.
92
MONDINI, B. O Homem, quem ele é? Elementos de antropologia filosófica. São
Paulo: Paulinas, 1980.
93
94
UNIDADE 2 —
CULTURA E EDUCAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
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96
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
CONCEITO DE CULTURA
1 INTRODUÇÃO
97
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
NOTA
Cultura, de certa forma, são ideias, artefatos, costumes, leis, crenças morais
e conhecimento adquirido a partir do convívio social etc. A palavra cultura tem
origem no latim, é um verbo e significa ato de plantar e cultivar plantas ou realizar
atividades agrícolas.
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TÓPICO 1 — CONCEITO DE CULTURA
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UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
NOTA
100
TÓPICO 1 — CONCEITO DE CULTURA
NOTA
ETNOCENTRISMO
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UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
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TÓPICO 1 — CONCEITO DE CULTURA
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UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
NOTA
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TÓPICO 1 — CONCEITO DE CULTURA
QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS
Ruth Benedict escreveu em seu livro o crisântemo e a espada que a cultura é como
uma lente através da qual o homem vê o mundo. Homens de culturas diferentes usam
lentes diversas e, portanto, têm visões desencontradas das coisas. A nossa herança
cultural, desenvolvida através de inúmeras gerações, sempre nos condicionou a re-
agir depreciativamente com relação ao comportamento daqueles que agem fora dos
padrões aceitos pela maioria da comunidade. O modo de ver o mundo, as apreciações
de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as pos-
turas corporais são assim produtos de uma herança cultural, ou seja, o resultado da
operação de uma determinada cultura. Podemos entender o fato de que indivíduos
de culturas diferentes podem ser facilmente identificados por uma série de caracterís-
ticas, tais como o modo de agir, vestir, caminhar, comer, mencionar a evidência das
diferenças linguísticas, o fato de mais imediata observação empírica.
O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência
a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais
natural. Tal tendência, denominada etnocentrismo, é responsável em seus casos
extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais (LARAIA, 2001, p 69-77).
Todo sistema cultural tem a sua própria lógica e não passa de um ato primário de
etnocentrismo tentar transferir a lógica de um sistema para outro. Infelizmente,
a tendência mais comum é de considerar lógico apenas o próprio sistema e
atribuir aos de mais um alto grau de irracionalismo. A coerência de um hábito
cultural somente pode ser analisada a partir do sistema a que pertence.
Todas as sociedades humanas dispõem de um sistema de classificação para o
mundo natural parece não haver mais dúvida, mas é importante reafirmar que
esses sistemas divergem entre si porque a natureza não tem meios de determinar
ao homem um só tipo taxionômico.
Finalmente, entender a lógica de um sistema cultural depende da compreensão
das categorias constituídas pelo mesmo. Como categorias entendemos, como
Marcel Mauss, "esses princípios de juízos e raciocínios ... constantemente pre-
sentes na linguagem, sem que estejam necessariamente explícitas, elas existem
ordinariamente, sobretudo sob a forma de hábitos diretrizes da consciência, elas
próprias inconscientes” (LARAIA, 2001, p. 90-98).
5- A Cultura é Dinâmica
Podemos agora afirmar que existem dois tipos de mudança cultural: uma que
é interna, resultante da dinâmica do próprio sistema cultural, e uma segunda
que é o resultado do contato de um sistema cultural com um outro. No primeiro
caso, a mudança pode ser lenta. O segundo caso pode ser mais rápido e brusco.
O Universo da Cultura
A) O CONCEITO DE CULTURA:
106
TÓPICO 1 — CONCEITO DE CULTURA
I. Grécia e Roma:
Cultura como um sistema de valores universais.
Visão etnocêntrica.
107
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
II. Iluminismo:
108
TÓPICO 1 — CONCEITO DE CULTURA
D) EVOLUCIONISMO CULTURAL
I. Definição:
E) DIFUSIONISMO CULTURAL
I. Conceito:
109
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
F) ANTROPOLOGIA ESTRUTURALISTA
I. Conceito:
G) O CULTURALISMO
I. Conceito:
Teoria que defende que cada cultura segue seu próprio processo evolutivo.
II. Autor:
Cada cultura passa pelo seu processo evolutivo que está intimamente
ligada às condições geográficas, climáticas, psicológicas e históricas.
I. Cultura Tradicional
Também chamada de cultura popular é aquela produzida e reproduzida
pela camada dominada.
110
TÓPICO 1 — CONCEITO DE CULTURA
I. Conceito:
I. Contexto Histórico:
111
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
K) INTÉRPRETES DO BRASIL
112
TÓPICO 1 — CONCEITO DE CULTURA
Demonstra como esse caldeirão cultural foi marcado tanto por relações
amistosas quanto por conflitos, violência e relação de dominação.
113
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
3 CULTURA E IDENTIDADE
Em certo sentido, a identidade cultural é um conjunto híbrido e maleável
(depende do momento e das peculiaridades culturais de uma determinada socie-
dade.) de elementos que formam a cultura identitária de um povo. É a forma de
reconhecer-se enquanto agrupamento cultural que se distingue dos outros.
114
TÓPICO 1 — CONCEITO DE CULTURA
115
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
NOTA
Identidade Nacional
A identidade nacional, é uma condição social, cultural e espacial. Trata-se de caracterís-
ticas que têm uma relação com um entorno político uma vez que, em geral, as nações
estão associadas a um Estado (ainda que não seja sempre assim). O conceito de identida-
de nacional só começou a ganhar força no século XIX, quando surgiu a noção de nação.
Identidade Étnica
• Etnia = Processo de identificação de um grupo sociocultural
• Resultado de fatores historicamente construídos: ancestralidade, organização social,
língua e religião;
• IMPERIALISMOS – opressão, exclusão, exploração, aculturação!
116
TÓPICO 1 — CONCEITO DE CULTURA
Identidade Cultural
A identidade cultural se constrói de forma múltipla e dinâmica. A identidade cultural é
um conjunto vivo de relações sociais e patrimônios simbólicos historicamente comparti-
lhados que estabelece a comunhão de determinados valores entre os membros de uma
sociedade. Sendo um conceito de trânsito intenso e tamanha complexidade, podemos
compreender a constituição de uma identidade em manifestações que podem envolver
um amplo número de situações que vão desde a fala até a participação em certos eventos.
5 CULTURA E DESCONSTRUÇÃO
Historicamente, os processos de colonização ocidentais etnocêntricos,
apoiados por ideologias dominantes e de extermínio étnico, constituíram
abismos profundos a partir de visões de mundo daqueles que dominavam sobre
aqueles que eram dominados. Dessa forma, a diversidade cultural era negada e
silenciada por meio das formas mais variadas e cruéis de poder e da produção
do conhecimento, alicerçadas num racionalismo positivista, discriminatório
e segregador. A diferença era vista como atraso e deveria ser aniquilada ou
domesticada.
117
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
118
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
119
nhecimento. Assim, a diversidade não pode ser negada ou silenciada como
outrora foi. Onde ela era percebida como obstáculo ou resistência ao projeto
de hegemonia tanto econômico como ideológico.
120
AUTOATIVIDADE
1 O fato de que o ser humano vê o mundo através de sua cultura tem como
consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais
correto e o mais natural. Tal tendência é denominada etnocentrismo. Sobre
o Etnocentrismo, assinale a alternativa CORRETA:
121
produção do conhecimento, alicerçadas num racionalismo positivista, dis-
criminatório e segregador. Nesse sentido, é necessário desconstruir certas
visões de mundo que oprimem e marginalizam determinadas culturas ou
formas de vida. Referente às temáticas cultura e desconstrução, classifique
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – V – F.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – F – F.
d) ( ) F – F – V.
122
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
DIVERSIDADE CULTURAL
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, vamos estudar três assuntos. Em Inclusão e Cultura, você per-
ceberá que a cultura da inclusão é possível em uma sociedade aberta ao diálogo.
Para dialogar, é necessário que possamos compreender a visão de mundo do outro.
A inclusão cultural define que qualquer pessoa seja incluída em diferentes espaços,
independente da sua cultura. Como a inclusão social abrange essa definição para
diversos aspectos, como etnia, cultura, gênero, classe social e muitas outras caracte-
rísticas, podemos dizer que a inclusão cultural está dentro desse contexto.
2 INCLUSÃO E CULTURA
A exclusão cultural de um determinado grupo de pessoas ocorre quando
não há igualdade na conquista por oportunidades, quando não há igualdade na
representação dentre os espaços públicos ou quando os direitos desses grupos
são blindados. Quando nos reportamos à identidade e inclusão, não podemos
deixar de referir a importância da noção de cultura e da sua estreita relação com o
pertencimento, os enraizamentos e as afetividades ao território e ao local habita-
do. Portanto, integração social cultural também se alcança por iniciativas em prol
da realização de atividades valorizadas pelas próprias pessoas enquanto atores
participantes numa comunidade. Assim, a cultura pode ser entendida como um
instrumento ao serviço do alcance de graus de desenvolvimento, mas também,
como um fim desejável, dando sentido à própria existência humana.
123
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
124
TÓPICO 2 — DIVERSIDADE CULTURAL
3 GÊNERO E CULTURA
O termo gênero tem sido usado para teorizar a questão da diferença sexu-
al, desde a década de 1970. Um conceito complexo, que abrange a ideia de que as
distinções baseadas no sexo são fundamentalmente sociais, afastando-se, assim, a
noção de naturalização. Além disso, explicita a assimetria nas relações entre ho-
mens e mulheres, marcadas pela hierarquização e por dimensões de poder. Você
provavelmente já ouviu falar em gênero, pois muito tem se falado sobre identidade
de gênero, igualdade de gênero, ideologia de gênero, entre outros temas relaciona-
dos ao termo. No entanto, afinal, qual o significado desse conceito? Acompanhe as
explicações das autoras Medeiros e Moraes (2015):
125
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
O gênero, portanto, se refere a tudo aquilo que foi definido ao longo tempo
e que a nossa sociedade entende como o papel, função ou comportamento
esperado de alguém com base em seu sexo biológico.
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/38YEvtg>. Acesso em: 31 ago. 2021.
Sexo
O sexo diz respeito às características biológicas que diferenciam homens e
mulheres. O sexo é usualmente determinado pelas genitálias.
Gênero
Novamente, o gênero é a construção social atribuída ao sexo.
Vejamos um exemplo que nos permita entender melhor essa distinção:
Muitas vezes escutamos frases como “cuidar da casa é coisa de mulher”. O que está
por trás de frases desse tipo é justamente a questão de gênero: se o que caracteriza
“ser mulher” são simplesmente características biológicas e anatômicas, não
haveria razão para alguém atribuir uma atividade especificamente às mulheres.
Afinal, qual genitália uma pessoa tem não faria diferença na hora de limpar a
casa. Isso demonstra que há algum sentido a mais atribuído a “ser mulher”, algo
que vá além do sexo biológico. Esse “algo além” é, justamente, o gênero.
Sexualidade
A sexualidade diz respeito à orientação sexual de uma pessoa, ou seja, por
quais gêneros essa pessoa sente atração sexual ou romântica.
Algumas das categorias atribuídas à sexualidade são: heterossexualidade
(pessoa que sente atração por pessoa do gênero oposto); homossexualidade
(pessoa que sente atração por pessoa do mesmo gênero); bissexualidade
(pessoa que sente atração por pessoas dos dois gêneros).
126
TÓPICO 2 — DIVERSIDADE CULTURAL
127
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
128
TÓPICO 2 — DIVERSIDADE CULTURAL
FONTE: O autor.
129
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
FONTE: O autor.
NOTA
NOTA
130
TÓPICO 2 — DIVERSIDADE CULTURAL
131
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O termo gênero tem sido usado para teorizar a questão da diferença sexual,
desde a década de 1970. Um conceito complexo, que abrange a ideia de que
as distinções baseadas no sexo são fundamentalmente sociais, afastando-se,
assim, a noção de naturalização. Além disso, explicita a assimetria nas rela-
ções entre homens e mulheres, marcadas pela hierarquização e por dimen-
sões de poder. Você provavelmente já ouviu falar em gênero, muito tem
se falado sobre identidade de gênero, igualdade de gênero, ideologia de
gênero, entre outros temas relacionados ao termo.
132
AUTOATIVIDADE
2 O termo gênero tem sido usado para teorizar a questão da diferença sexual,
desde a década de 1970. Um conceito complexo, que abrange a ideia de que
as distinções baseadas no sexo são fundamentalmente sociais, afastando-se,
assim, a noção de naturalização. A respeito da temática de gênero, analise
as afirmativas a seguir:
a) ( ) Colonialidade do poder.
b) ( ) Colonialidade do fazer.
133
c) ( ) Colonialidade do ser.
d) ( ) Colonialidade do saber.
134
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
2 CULTURA E SUSTENTABILIDADE
Sustentabilidade é um conceito relacionado à conservação. No aspecto am-
biental, que com frequência o termo é empregado, a sustentabilidade diz respeito,
então, a um planeta sadio, no qual as pessoas possam encontrar as condições neces-
sárias para a sua sobrevivência, de geração em geração. Como surgiu esse termo?
A noção de sustentabilidade surgiu baseada no entendimento de que os recursos
naturais são finitos. Portanto, a preocupação ambiental passa pelas questões econô-
135
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
O que é Sustentabilidade?
136
TÓPICO 3 — CULTURA E MEIO AMBIENTE
137
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
Esse termo surgiu no relatório desenvolvido pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente
e o Desenvolvimento apresentado em 1987, conhecido como Relatório de Brundtland ou
Nosso Futuro Comum. O relatório traz a definição de desenvolvimento sustentável como:
138
TÓPICO 3 — CULTURA E MEIO AMBIENTE
139
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
Por outro lado, o pesquisador não pode se omitir na sua relação com os su-
jeitos. Não pode omitir o que sabe, esconder o que sabe, esconder o que aprendeu
nos domínios do conhecimento técnico-científico, esconder seus valores, suas cren-
ças, sua visão, pois o verdadeiro aprendizado só se constrói na "síntese cultural" de
sujeitos. O conceito de ser humano aqui inerente é um ser ativo, criativo, que trans-
forma o meio produzindo cultura; um ser capaz de criar as suas próprias condições
de existência atuando sobre a natureza, transformando-a e transformando-se a si
próprio. O princípio não é apenas ideológico, mas também adotado na prática da
pesquisa, conduzida em todos os territórios com a contribuição de um pesquisador
profissional e de sujeitos envolvidos com suas práticas. Um saber tecido a muitas
mãos, com contribuições das universidades, e dos sujeitos beneficiários, observan-
do que o seu conhecimento sobre a realidade local e o saber tradicional devem estar
obrigatoriamente contemplados para uma efetiva política pública.
141
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
NOTA
O Bem Viver deve combinar com um Bem Conviver: não vivemos bem se
não convivemos bem, entendendo isso efetivamente em um sentido integral: con-
vivência entre os humanos, convivência com as demais espécies para evitar o es-
pecismo, e convivência com toda a natureza em harmonia integral. Bem viver que
não é a boa-vida não solidária, nem o viver melhor na acumulação ou progresso
indefinido a qualquer custo. Bem Viver que pode levar, em boa parte, ao decres-
cimento, à vida natural, à sobriedade para que todos possam também viver bem.
142
TÓPICO 3 — CULTURA E MEIO AMBIENTE
Podemos destacar que o Bem Viver é uma Filosofia de Vida. Nas palavras
da pesquisadora Bonim (2015, p. 1),
Trata-se de uma filosofia, com reflexos muito concretos, que sustenta
e dá sentido às diferentes formas de organização social de centenas de
povos e culturas da América Latina. Sob os princípios da reciprocidade
entre as pessoas, da amizade fraterna, da convivência com outros se-
res da natureza e do profundo respeito pela terra, os povos indígenas
têm construído experiências realmente sustentáveis que podem orientar
nossas escolhas futuras e assegurar a existência humana. Esses povos
têm nos ensinado que para construir o Bem Viver as pessoas devem
pensá-lo para todos. Isso significa dizer que é preciso combater as injus-
tiças, os privilégios e todos os mecanismos que geram a desigualdade.
Assim, a “causa” indígena se vincula com a “causa” dos pobres e mar-
ginalizados e, desse modo, não deve ser pensada como uma questão à
parte, desvinculada dos grandes desafios do mundo contemporâneo.
143
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
NOTA
Significado de Paradigma
Paradigma é um termo com origem no grego "paradeigma" que significa modelo, padrão.
No sentido lato corresponde a algo que vai servir de modelo ou exemplo a ser seguido em
determinada situação.
O paradigma é um princípio, teoria ou conhecimento. Uma referência inicial que servirá de
modelo a ser seguido (mudança).
FONTE: ACOSTA, A. O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Pau-
lo: Editora Autonomia Literária, 2016, p.
145
UNIDADE 2 — CULTURA E EDUCAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Juliana Gonçalves
146
TÓPICO 3 — CULTURA E MEIO AMBIENTE
natureza, pelo contrário, somos parte dela. Ao permitir sonhar outros mundos, o
Bem Viver dá base para uma prática política que visa a desconstrução das opres-
sões estruturais a partir do rompimento de práticas colonizadoras.
Desse modo, o termo nada tem a ver com o “viver bem”, ou o “viver
melhor” que trazem em si o consumismo, o acúmulo de riqueza ou acesso às
abundâncias que o dinheiro pode comprar com base em relações exploratórias.
Pelo contrário, não há Bem Viver na opressão. O conceito surge com a missão de
descolonizar a democracia a partir do rompimento de práticas colonizadoras que
são alicerces do capitalismo. O Bem Viver nos lembra que mudar esse sistema
econômico e político não é utopia, mas sim uma necessidade.
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3jZ9UCg>. Acesso em: 30 ago. 2021.
148
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
149
• A noção de Bem Viver tem como procedência o sumak kawsay, um modo de
vida de populações indígenas latino-americanas. Bem Viver provém da tradu-
ção para o castelhano (buen vivir) da expressão kichwa sumak kawsay e da
expressão aymara suma qamaña. Sumak, que em kichwa, significa plenitude,
e kawsay, viver. Kichwa designa um povo, uma nacionalidade e um idioma
falado por cerca de 14 milhões de pessoas distribuídas entre as regiões andinas
e amazônicas de Peru, Bolívia, Equador, Chile, Colômbia e Argentina. Foi a lín-
gua oficial do Império Inca. Neste idioma, “suma significa plenitude, excelên-
cia, bem, e qamaña, viver, estar sendo. Aymara é também a designação de um
povo estabelecido no Peru, Bolívia, Argentina e Chile” (OSÓRIO, 2015: p. 8).
CHAMADA
150
AUTOATIVIDADE
151
c) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
d) ( ) Somente a afirmativa II está correta.
a) ( ) Europeus.
b) ( ) Trabalhadores.
c) ( ) Povos marginalizados.
d) ( ) Movimentos Indígenas.
152
REFERÊNCIAS
ACOSTA, A. O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos.
São Paulo: Editora Autonomia Literária, 2016.
ALFANO, B. O Globo Brasil. A educação deve ser pensada durante a vida inteira,
diz Zygmunt Bauman, 23 ago. 2015. Disponível em: https://glo.bo/3ttSq4a. Acesso
em: 20 mar. 2021.
BASSI, V. Karl Marx: veja o que é capitalismo e o materialismo histórico. Blog do Enem,
[s.l.], 24 set. 2018. Disponível em: https://bit.ly/3g8seGU. Acesso em: 20 mar. 2021.
BAUMAN, Z. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.
153
BESSELAAR, J. V. D. Introdução aos Estudos Históricos. 3. ed., São Paulo:
Herder,1970.
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ELISABETSKY, E. Etnofarmacologia de algumas tribos brasileiras. In: RIBEIRO, B. (Org.).
Suma etnológica brasileira. São Paulo: Vozes: FINEP, 1987. Etnobiologia. p.135-148
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MANACORDA, M. A. Marx e a pedagogia moderna. Tradução de Newton
Ramos de Oliveira. São Paulo: Cortez, 1991.
156
QUIJANO, A. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais.
Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clacso 2010.
SETTON, M. da G. Uma introdução a Pierre Bourdieu. Cult, São Paulo, ed. 128,
2010. Disponível em: https://bit.ly/3CZ7Am3. Acesso em: 20 mar. 2021.
SUESS, P. Elementos para a busca do Bem Viver (Sumak Kawsay) para todos
e sempre. 2010. Disponível em: https://bit.ly/3hnFF6d. Acesso em: 20 mar. 2020.
157
158
UNIDADE 3 —
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
159
160
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Por fim, veremos acerca das práticas interculturais em sala de aula, que
englobam relações étnico-raciais, questões de gênero e sexualidade, pluralismo
religioso, relações geracionais, culturas infantis e juvenis, povos tradicionais e
educação diferenciada, entre outros.
2 MULTICULTURALIDADE
NOTA
161
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
Desse modo, cada sociedade, cada cultura tem sua dinâmica própria,
construída historicamente dentro do seu contexto específico e único. Esse processo
resulta na diversidade cultural existente, ou seja, sociedades multiculturais,
que no contexto da globalização, que permitiu a aproximação das pessoas
por meio do desenvolvimento das tecnologias, que abreviaram distâncias.
Novas e complexas redes foram criadas, todas interdependentes, com uma
economia multinacional e que não se limitava mais às barreiras das tradicionais
fronteiras. Nesse cenário, a cultura passou a sofrer vários processos diferentes
de produção e consumo, passando desde a homogeneização fundamentada na
cultura hegemônica estadunidense, até mesmo a um reforço das culturas locais,
tradicionais. Tudo isso acabou gerando um universo de grande variedade cultural.
NOTA
162
TÓPICO 1 — INTERCULTURALIDADE EM SALA DE AULA
O que é o multiculturalismo?
DICAS
NOTA
Desafios Multiculturais
164
TÓPICO 1 — INTERCULTURALIDADE EM SALA DE AULA
O problema é que isso pode levar muitas culturas históricas a perderem sua
essência, tirando sua originalidade e podendo causar justamente o que o
multiculturalismo tenta combater: a homogeneização das culturas.
Outra crítica que alguns destacam é que esse fenômeno não prevê uma
integração de fato das culturas, mas o domínio de algumas em relação a outras.
Há desafios também no campo prático. Embora muitos países democráticos
tenham buscado aceitar e incorporar culturas distintas em seus territórios,
outros negam direitos sociais e perseguem as minorias culturais. Em alguns
casos, ainda que exista uma política pública favorável a esse processo, o que
ocorre no dia a dia é a perseguição feita por indivíduos comuns, organizados
ou não, inflamados por um nacionalismo doente que rejeita o outro.
FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3tsWUYM>. Acesso em: 22 abr. 2021.
165
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
Sociedades Multiculturais
3 INTERCULTURALIDADE
A interculturalidade enfoca a necessidade do diálogo, da vontade de inter-
relação e não de dominação. Um diálogo cujas regras, não podem ser firmadas
unilateralmente e nem a priori, mas que devem ser estabelecidas no decorrer do
mesmo e com a confiança mútua. Portanto, a compreensão é um elemento central
na construção de relações interculturais. Uma comunicação só se torna eficaz
quando se chega a um grau de compreensão aceitável para os interlocutores, isto
é, a interculturalidade só ocorre quando um grupo começa a entender e assumir
o sentido que as coisas e objetos têm para os outros.
166
TÓPICO 1 — INTERCULTURALIDADE EM SALA DE AULA
167
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
NOTA
169
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
DICAS
170
TÓPICO 1 — INTERCULTURALIDADE EM SALA DE AULA
Entendendo que todas as culturas têm valor e podem contribuir para en-
riquecer o processo de construção do conhecimento, acredita-se que a Educação
deveria assumir uma perspectiva intercultural, pois ela apresenta-se como uma
possibilidade de se compreender a complexidade das interações humanas, crian-
do condições para que haja crescimento de todos os sujeitos e grupos aos quais
pertencem, promovendo mudanças profundas na educação.
172
TÓPICO 1 — INTERCULTURALIDADE EM SALA DE AULA
DICAS
173
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
174
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Multiculturalidade.
b) ( ) Plurianual.
c) ( ) Transcendência.
d) ( ) Nenhuma opção apresentada.
175
a) ( ) Uma prática intercultural encara a diversidade dos alunos como um
problema e, perante ela, recorre a práticas que permitem a cada um
deles conhecer melhor a si e aos outros. Para isso, transporta para a es-
cola os saberes do cotidiano e as especificidades dos diversos grupos e
trabalha-os de forma esporádica e fragmentada, mas contextualizados
e vivenciados por processos interagidos.
b) ( ) A prática intercultural bem conduzida permite reconhecer a identidade
ao outro e, sobretudo, conhecer o outro na sua diferença e complexidade.
c) ( ) A prática intercultural é um princípio subjacente a toda a atividade
religiosa, e não um novo dogma
d) ( ) Práticas interculturais pressupõem uma ação individual que não se esgota
nos conteúdos e nas matérias selecionados para o ensino e a aprendizagem.
Ao contrário, atravessam todos os aspectos da organização e gestão pessoal.
176
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Outro ponto que será abordado neste tópico são as Salas de aulas conecta-
das. A humanidade vive uma transformação das interações sociais onde passam
a não mais relacionar-se com outros indivíduos, mas sim a conectar-se e desco-
nectar-se. Esse novo paradigma tecnológico, é definido por novos agrupamentos
humanos que reorganizam seus significados, integrando o mundo em grandes
redes local-global. Esse novo sistema de novas tecnologias apresenta cada vez
mais elementos universalizantes como linguagem, sons, imagens, cultura, políti-
ca, economia, identidade etc. Esses produtos culturais, estão “moldando a vida e,
ao mesmo tempo, sendo moldados por ela.
177
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
NOTA
178
TÓPICO 2 — SALA DE AULA NO SÉCULO XXI
179
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
sem primeiro virar mercadoria, ou seja, para que uma pessoa possa consumir nos
moldes da sociedade de consumo, ela precisa vender sua própria força de traba-
lho. Assim, ela é também uma mercadoria no sistema da sociedade de consumo.
NOTA
Sociedade de Consumo
O vídeo “Sociedade de Consumo (by Steve Cutts)” ajuda a compreender as consequências
socioambientais de um modelo de desenvolvimento consumista, bem como a ação humana
predatória sobre o meio. O conceito de sociedade de consumo extrapola produtos meramen-
te materiais. Atinge não só os bens materiais como torna expressões culturais em mercadorias.
Acesse em: https://www.youtube.com/watch?v=QBHvsSdy56A.
180
TÓPICO 2 — SALA DE AULA NO SÉCULO XXI
E
IMPORTANT
Movimentos Sociais
Movimento Negro
Apesar de já ser um movimento presente desde a época da escravidão, os
negros ainda precisam lutar contra a discriminação étnica e racial.
Movimento Estudantil
Responsáveis por organizar a Passeata dos Cem Mil na década de 1960, os es-
tudantes dispunham de várias organizações representativas, como por exem-
plo a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a UEE (Uniões Estaduais dos
Estudantes. Também estiveram presentes nas manifestações em oposição ao
governo Collor e mais recentemente na Mobilização estudantil de 2016. A luta
dos estudantes se concentra em garantir um ensino público de qualidade e não
permitir cortes de verbas destinadas a educação.
181
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
Movimento Feminista
Pode ser dividido em três “ondas”:
A primeira onda, que podemos localizar temporalmente do fim do século
XIX até meados do século XX, foi caracterizada pela reivindicação,
por parte das mulheres, dos diversos direitos que já estavam sendo
debatidos — e conquistados — por homens de seu tempo.
A segunda onda tem seu início em meados dos anos de 1950 e se estende
até meados dos anos 1990 do século XX. Foi nessa época que foram
iniciados uma série de estudos focados na condição da mulher, onde
começou-se a construir uma teoria-base sobre a opressão feminina.
Movimento LGBTQIA+
O movimento LGBTQIA+ (sigla que significa: Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis, Transexuais, Transgêneros, Queer, Intersexo e Assexual e
mais), mais conhecido pela sociedade como Movimento LGBT, age em
busca da igualdade social e de direitos e contra o preconceito.
Movimento Ecológico
Concentram-se nos projetos voltados a estudar o impacto do capitalismo
no meio ambiente, reivindicando medidas de proteção ambiental.
Visa a conscientização da população e a fiscalização dos órgãos governa-
mentais responsáveis por tratar dos assuntos ligados ao meio ambiente.
FONTE: <https://bit.ly/3nlIj01>. Acesso em: 22 abr. 2021.
182
TÓPICO 2 — SALA DE AULA NO SÉCULO XXI
DICAS
183
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
• Os Direitos Humanos são a base das narrativas que combatem o discurso de ódio.
• As narrativas que se baseiam nos Direitos Humanos têm um papel fundamen-
tal nas estratégias transformadoras e emancipadoras para os e as jovens, e so-
bretudo para quem é alvo direto ou para quem é agente do discurso de ódio.
NOTA
A internet surgiu como uma construção de um novo espaço para debate. Compartilhan-
do conteúdo, informação e conhecimento, a internet tornou-se um espaço social, onde
ideias e pontos de vista podem ser disseminados a todo instante. Um terreno fértil para
os movimentos sociais se organizarem e atingirem mais militantes.
Apesar de os movimentos sociais parecerem muito ligados com a nação a qual perten-
cem, você sabia que existem movimentos sociais que são transnacionais? É o caso do
Fórum Social Mundial, um evento que é organizado por diferentes movimentos sociais
pelo mundo e tem o objetivo de apresentar soluções para problemas contemporâneos
de transformação social global, formando uma rede de globalização.
184
TÓPICO 2 — SALA DE AULA NO SÉCULO XXI
NOTA
1. cientista de Dados;
2. desenvolvedor de aplicativos;
3. analista de Marketing Digital;
4. especialista de Mídias Sociais;
5. tecnologia da Informação (TI);
6. desenvolvedor de Jogos;
7. desenvolvedor Web;
8. engenheiro de Software;
9. especialista em e-Commerce;
10. influenciadores digitais.
185
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
186
TÓPICO 2 — SALA DE AULA NO SÉCULO XXI
187
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
organizacional pouco visto até então. Com esse pensamento, as empresas que
aproveitarem o legado deixado pela transformação digital na pandemia terão
condições de enfrentar muito mais facilmente a fase de recuperação e de po-
sicionar-se à frente da concorrência. Esse pensamento e ação foi replicado em
diversos setores da Sociedade, a Educação foi um deles.
FONTE: <https://bit.ly/2YFnQsN>. Acesso em: 12 maio 2021.
188
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Uma forma de combater o discurso de ódio nas redes sociais, foi criado pelo
Conselho dos Direitos Humanos Europeu, com o nome de “Movimento Contra
o Discurso de Ódio”, a primeira campanha on-line do Conselho da Europa
foi lançado em 22 de março de 2013. A campanha tornou-se um movimento
presente em 45 países, uma comunidade internacional de ativistas on-line e
uma infinidade de parceiros, tendo sido a primeira iniciativa internacional
ampla a abordar o discurso de ódio e a abordá-lo como uma questão
importante de Direitos Humanos.
189
AUTOATIVIDADE
4 O ser humano promove o desmatamento por uma série de razões, por exem-
plo, na retirada de madeira para construir estradas e moradias. O tema des-
matamento é interessante de ser abordado na escola, pois sua abrangência
envolve diversos aspectos sociais e ambientais. Disserte sobre pelo menos
três aspectos relacionados com o desmatamento.
191
192
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
2 ESTRUTURA DA BNCC
A BNCC, sigla para Base Nacional Comum Curricular, é um documento
normativo previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica (BRASIL,
1996) que busca definir o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens es-
senciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalida-
des da Educação Básica. Isso é feito para assegurar os direitos de aprendizagem
e desenvolvimento dos alunos, em conformidade com o que estabelece o Plano
Nacional de Educação (PNE) (BRASIL, 2014).
193
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
194
TÓPICO 3 — BNCC: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
195
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
196
TÓPICO 3 — BNCC: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
de algo essencial para todas as fases da vida e que contribuirá também para
que o aluno desenvolva tanto a escuta como a capacidade de expressar
ideias, opiniões e emoções.
5. Cultura digital: o ensino deve englobar o uso dos recursos digitais de for-
ma ética, crítica e significativa, desenvolvendo no aluno a compreensão
do uso responsável da tecnologia, seja como consumidor dela ou como
produtor de conteúdos digitais.
6. Trabalho e projeto de vida: o foco dessa competência é capacitar o aluno
a gerir a própria vida, tanto no âmbito profissional, como no pessoal. Ela
propõe o desenvolvimento de habilidades como estabelecimento de metas,
disciplina e resiliência.
7. Argumentação: essa competência não aborda somente a prática da formu-
lação, negociação e defesa de ideias, mas também ressalta a importância
do embasamento dessas opiniões e pontos de vista. Isso deve ser feito ten-
do em vista aspectos como os direitos humanos, por exemplo.
8. Autoconhecimento e autocuidado: as competências da BNCC também
abordam o bem-estar do aluno, tanto físico quanto mental. Na de número
oito, o foco está no cuidado com a saúde, conhecimento das emoções, auto-
crítica e apreciação de si próprio. Essa competência também visa contribuir
para a construção de valores e de uma identidade.
9. Empatia e cooperação: essa competência trabalha o desenvolvimento social
dos alunos, para que eles conheçam o mundo em que vivem e sejam agentes
de transformação, com respeito à diversidade e aos direitos humanos, e foca
em exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de problemas e a cooperação.
10. Responsabilidade e cidadania: a última das competências da BNCC se
concentra nos princípios éticos, democráticos, inclusivos e sustentáveis de
uma sociedade. Envolve o foco em contribuir para que o aluno desenvolva
suas habilidades pensando nesses elementos.
FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3i3ZNIG >. Acesso em: 8 set. 2021.
198
TÓPICO 3 — BNCC: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
199
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
200
TÓPICO 3 — BNCC: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
201
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
O mundo deve lhes ser apresentado como campo aberto para investigação e
intervenção quanto a seus aspectos políticos, sociais, produtivos, ambientais e
culturais, de modo que se sintam estimulados a equacionar e resolver questões
legadas pelas gerações anteriores – e que se refletem nos contextos atuais, abrindo-
se criativamente para o novo.
202
TÓPICO 3 — BNCC: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
• assegurar tempos e espaços para que os estudantes reflitam sobre suas expe-
riências e aprendizagens individuais e interpessoais, de modo a valorizarem
o conhecimento, confiarem em sua capacidade de aprender, e identificarem e
utilizarem estratégias mais eficientes a seu aprendizado;
• promover a aprendizagem colaborativa, desenvolvendo nos estudantes a ca-
pacidade de trabalharem em equipe e aprenderem com seus pares; e
• estimular atitudes cooperativas e propositivas para o enfrentamento dos de-
safios da comunidade, do mundo do trabalho e da sociedade em geral, alicer-
çadas no conhecimento e na inovação.
203
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
• conhecer-se e lidar melhor com seu corpo, seus sentimentos, suas emoções e
suas relações interpessoais, fazendo-se respeitar e respeitando os demais;
• compreender que a sociedade é formada por pessoas que pertencem a grupos
étnico-raciais distintos, que possuem cultura e história próprias, igualmente
valiosas, e que em conjunto constroem, na nação brasileira, sua história;
• promover o diálogo, o entendimento, a solução não violenta de conflitos, pos-
sibilitando a manifestação de opiniões e pontos de vista diferentes, divergen-
tes ou opostos;
• combater estereótipos, discriminações de qualquer natureza e violações de di-
reitos de pessoas ou grupos sociais, favorecendo o convívio com a diferença;
• valorizar sua participação política e social e a dos outros, respeitando as liber-
dades civis garantidas no estado democrático de direito; e
• construir projetos pessoais e coletivos baseados na liberdade, na justiça social,
na solidariedade, na cooperação e na sustentabilidade.
205
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
206
TÓPICO 3 — BNCC: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
207
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
Território e Fronteira, por sua vez, são categorias cuja utilização, na área
de Ciências Humanas, é bastante ampla. Território é uma categoria usualmente
associada a uma porção da superfície terrestre sob domínio de um grupo e suporte
para nações, estados, países. É dele que provêm alimento, segurança, identidade
e refúgio. Engloba as noções de lugar, região, fronteira e, especialmente, os
limites políticos e administrativos de cidades, estados e países, sendo, portanto,
209
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
210
TÓPICO 3 — BNCC: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
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UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
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TÓPICO 3 — BNCC: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
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UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
214
TÓPICO 3 — BNCC: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
215
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
LEITURA COMPLEMENTAR
Philippe Perrenoud
Será que essas competências são realmente "novas"? Elas definem a "nova
profissão", esboçada por Meirieu (1990) há mais de 10 anos? Representam uma
ruptura ou são "eternas" no seio da profissão de educador?
217
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE EM SALA DE AULA
educativos. O ensino nunca foi uma profissão tranquila. Sempre teve de confrontar
o outro, sua resistência, sua opacidade, suas ambivalências. Entretanto, devido às
suas múltiplas transformações, parece cada vez mais difícil ensinar e, sobretudo, fa-
zer aprender. Ao mesmo tempo, o nível de conhecimento e de competência das novas
gerações torna-se um mecanismo político e econômico da maior importância. Me-
canismo econômico porque o "capital humano" continua sendo um trunfo decisivo
para o desenvolvimento e a sobrevivência na concorrência internacional. E também
um mecanismo político porque, embora sem garantir a generosidade e o altruísmo,
e menos ainda a liberdade, a igualdade e a fraternidade, a instrução é uma condição
necessária da democracia e da capacidade de construir uma ordem negociada, de não
aumentar a violência ou o fanatismo quando a sociedade é rompida por crises. Logo,
espera-se uma maior eficácia dos sistemas educativos, ao mesmo tempo em que os or-
çamentos diminuem e as condições de trabalho e os públicos tornam-se mais difíceis.
A escola não tem mais direito ao fracasso, não pode mais rejeitar os que
"não querem trabalhar". Não é mais suficiente fazer progredir os que trabalham e
compreendem de forma espontânea o sentido desse investimento; é preciso aderir
à causa da instrução dos alunos para os quais "a vida está em outro lugar". Por
isso, as novas competências exigidas estão relacionadas tanto a didáticas pontuais,
baseadas nas ciências cognitivas, quanto a enfoques transversais que aliam a
psicanálise e a sociologia, que visam a criar ou a manter; e, portanto, a explicar e
a compreender; o desejo de aprender, o sentido dos saberes, o envolvimento do
sujeito na relação pedagógica e a construção de um projeto.
218
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
219
• O Ensino Médio é a etapa final da Educação Básica, direito público subjetivo
de todo cidadão brasileiro. Todavia, a realidade educacional do País tem mos-
trado que essa etapa representa um gargalo na garantia do direito à educação.
Para além da necessidade de universalizar o atendimento, tem-se mostrado
crucial garantir a permanência e as aprendizagens dos estudantes, respon-
dendo às suas demandas e aspirações presentes e futuras.
CHAMADA
220
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – V – F.
b) ( ) F – F – F.
c) ( ) V – V – V.
d) ( ) F – F – V.
a) ( ) O mundo deve lhes ser apresentado como campo aberto para investigação
e intervenção quanto a seus aspectos políticos, sociais, produtivos,
ambientais e culturais, de modo que se sintam estimulados a equacionar
e resolver questões legadas pelas gerações anteriores e que se refletem
nos contextos atuais , abrindo-se criativamente para o novo.
221
b) ( ) A dinâmica social contemporânea nacional e internacional, marcada
especialmente pelas transformações decorrentes do desenvolvimento
teológico, impõe desafios ao Ensino Médio. Para atender às necessidades
de formação geral, indispensáveis ao exercício da cidadania e à inserção
no mundo do trabalho, e responder à diversidade de expectativas dos
jovens quanto à sua formação
c) ( ) Para atender a todas essas demandas de formação no Ensino Médio,
mostra-se imperativo repensar a organização curricular vigente para
essa etapa da Educação Básica, que apresenta homogeneidade de
componentes curriculares e abordagens pedagógicas distantes das
culturas religiosas, do mundo do trabalho e das dinâmicas e questões
sociais contemporâneas.
d) ( ) Essa nova estrutura do Ensino Médio, além de ratificar a organização
por áreas do conhecimento sem desconsiderar, mas também sem fazer
referência direta a todos os componentes que compunham o currículo
dessa etapa , prevê a oferta de variados itinerários formativos, seja para
o aprofundamento acadêmico em uma ou mais áreas do conhecimento,
seja para a formação teológica e profissional.
222
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