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Ficha Técnica

Título: Hstória, Programa da 11ª Classe


Edição: ©INDE/MINED - Moçambique
Autor: INDE/MINED – Moçambique
Capa, Composição, Arranjo gráfico: INDE/MINED - Moçambique
Arte final: INDE/MINED - Moçambique
Tiragem: 1000 Exemplares
Impressão: DINAME
Nº de Registo: INDE/MINED – 6283/RLINLD/2010

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Prefácio

Caro Professor

É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário Geral.

Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve necessidade de se
reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se faça sem sobressaltos
e para que as competências gerais, tão importantes para a vida continuem a ser desenvolvidas e
consolidadas neste novo ciclo de estudos.

As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram desenvolver, compreendem
um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para a vida que permitam ao
graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o mundo de trabalho numa economia cada vez mais
moderna e competitiva.

Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje tem em mãos é
resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da DINEG, de professores das várias
instituições de ensino e formação, quadros de diversas instituições públicas, empresas e organizações, que
colocaram a sua sabedoria ao serviço da transformação curricular e a quem aproveitamos desde já,
agradecer.

Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas, apelamos ao
estudo permanente das sugestões que eles contêm e que convoquem a vossa criatividade e empenho para
levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens que amanhã contribuirão para o combate à
pobreza.

Aires Bonifácio Baptista Ali.

Ministro da Educação e Cultura

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1. Introdução

A Transformação Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) é um processo que se enquadra


no Programa Quinquenal do Governo e no Plano Estratégico da Educação e Cultura e tem como
objectivos:

· Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino, proporcionando aos alunos


aprendizagens relevantes e apropriadas ao contexto socioeconómico do país.
· Corresponder aos desafios da actualidade, através de um currículo diversificado, flexível e
profissionalizante.
· Alargar o universo de escolhas, formando os jovens, tanto para o mercado de trabalho
como para a continuação de estudos.
· Contribuir para a construção de uma nação de paz e justiça social.

Constituem principais documentos curriculares:


· O Plano Curricular do Ensino Secundário (PCESG) – documento orientador que contém os
objectivos, a política, a estrutura curricular, o plano de estudos e as estratégias de
implementação;
· Os programas de ensino de cada uma das disciplinas do plano de estudos;
· O regulamento de avaliação do Ensino Secundário Geral (ESG);
· Outros materiais de apoio.

1.1. Linhas Orientadoras do Currículo do ESG

O Currículo do ESG, introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas orientadoras que visam a
formação integral dos jovens, fornecendo-lhes instrumentos relevantes para que continuem a
aprender ao longo de toda a sua vida.

O novo currículo procura por um lado, dar uma formação sólida que integre uma componente
profissionalizante e, por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências relevantes para
uma integração plena na vida política, social e económica do país.

As consultas efectuadas apontam para a necessidade de a escola responder às exigências do


mercado cada vez mais moderno que apela às habilidades comunicativas, ao domínio das
Tecnologias de Informação e Comunicação, à resolução rápida e eficaz de problemas, entre outros
desafios.

Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma
formação integral do indivíduo que assenta em quatro pilares, assim descritos:

Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e estético,
de modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os
seus próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de
tomar em diversas circunstâncias da sua vida;

Saber Conhecer que é a educação para a aprendizagem permanente de conhecimentos


científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários para a compreensão, a
interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos sociais, económicos, políticos e naturais;

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Saber Fazer que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, um espírito
empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só ao meio produtivo actual,
mas também às tendências de transformação no mercado;

Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do Homem, isto é,
saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de
diversas culturas, religiões, raças, entre outros.
Agenda 2025:129

Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se organize
em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para compreender o mundo, agir
sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e comportar-se de forma responsável.

Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas relevantes
para que os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como indivíduos e como cidadãos
responsáveis e úteis na família, na comunidade e na sociedade, em geral.

1.2. Os desafios da Escola

A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa que o papel
da escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou de transmitir grandes
quantidades de conhecimentos de história, geografia, biologia ou química, entre outros. Torna-se,
assim, cada vez mais importante preparar o aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus
conhecimentos ao longo da vida.

Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena na vida?

As competências importantes para a vida referem-se ao conjunto de recursos, isto é,


conhecimentos, habilidades atitudes, valores e comportamentos que o indivíduo mobiliza para
enfrentar com sucesso exigências complexas ou realizar uma tarefa, na vida quotidiana. Isto
significa, que para resolver um determinado problema, tomar decisões informadas, pensar critica e
criativamente ou relacionar-se com os outros um indivíduo necessita de combinar um conjunto de
conhecimentos, práticas e valores.

Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola, mas também à
sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas importantes, tendo em conta a
realidade do país.

Neste contexto, reserva-se à escola o papel de desenvolver, através do currículo, não só as


competências viradas para o desenvolvimento das habilidades de comunicação, leitura e escrita,
matemática e cálculo, mas também, as competências gerais, actualmente reconhecidas como
cruciais para o desenvolvimento do indivíduo e necessárias para o seu bem estar, nomeadamente:

a) Comunicação nas línguas moçambicana, portuguesa, inglesa e francesa;


b) Desenvolvimento da autonomia pessoal e a auto-estima; de estratégias de aprendizagem e
busca metódica de informação em diferentes meios e uso de tecnologia;
c) Desenvolvimento de juízo crítico, rigor, persistência e qualidade na realização e
apresentação dos trabalhos;
d) Resolução de problemas que reflictam situações quotidianas da vida económica social do
país e do mundo;
e) Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidade para se relacionar bem
com os outros;
f) Uso de leis, gestão e resolução de conflitos;

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g) Desenvolvimento do civismo e cidadania responsáveis;
h) Adopção de comportamentos responsáveis com relação à sua saúde e da comunidade bem
como em relação ao alcoolismo, tabagismo e outras drogas;
i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza;
j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança;
k) Desenvolvimento de projectos e estratégias de implementação, individualmente ou em
grupo;
l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências, idosos e crianças.

Importa destacar que estas competências encerram valores a serem desenvolvidos na prática
educativa no contexto escolar e extra-escolar, numa perspectiva de aprender a fazer fazendo.

(...) o aluno aprenderá a respeitar o próximo se tiver a oportunidade de experimentar


situações em que este valor é visível. O aluno só aprenderá a viver num ambiente limpo se a
escola estiver limpa e promover o asseio em todos os espaços escolares. O aluno cumprirá as
regras de comportamento se elas forem exigidas e cumpridas por todos os membros da
comunidade escolar de forma coerente e sistemática.
PCESG:27

Neste contexto, o desenvolvimento de valores como a igualdade, liberdade, justiça, solidariedade,


humildade, honestidade, tolerância, responsabilidade, perseverança, o amor à pátria, o amor
próprio, o amor à verdade, o amor ao trabalho, o respeito pelo próximo e pelo bem comum, deverá
estar ancorado à prática educativa e estar presente em todos os momentos da vida da escola.

As competências acima indicadas são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG esteja
preparado para produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os estudos nos níveis
subsequentes.

Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é, adaptar-se a
uma economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que exigem cada vez mais novas
habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção de perspectivas múltiplas na resolução de
problemas, competitividade, motivação, empreendedorismo e a flexibilidade de modo a ter várias
ocupações ao longo da vida.

1.3. A Abordagem Transversal

A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com vista um
desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade escolar é
chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de situações-problema
parecidas com as que vão enfrentar na vida.

No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e dos temas
transversais. De referir que, embora os valores se encontrem impregnados nas competências e nos
temas já definidos no PCESG, é importante que as acções levadas a cabo na escola e as atitudes
dos seus intervenientes sobretudo dos professores constituam um modelo do saber ser, conviver
com os outros e bem fazer.

Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas de tal
forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele contribuam
para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e co-curriculares
sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores.

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O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma explícita, ao longo
do ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina, são dadas indicações para a sua
abordagem no plano temático, nas sugestões metodológicas e no texto de apoio sobre os temas
transversais.

O desenvolvimento de projectos comuns constitui-se também como uma das estratégias que
permite estabelecer ligações interdisciplinares, mobilizar as competências treinadas em várias
áreas de conhecimento para resolver problemas concretos. Assim, espera-se que as actividades a
realizar no âmbito da planificação e implementação de projectos, envolvam professores, alunos e
até a comunidade e constituam em momentos de ensino-aprendizagem significativos.

1.4 As Línguas no ESG

A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo globalizado. No
currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas Moçambicanas, línguas
estrangeiras (Inglês e Francês).

As habilidades comunicativas desenvolvem-se através de um envolvimento conjugado de todas as


disciplinas e não se reserva apenas às disciplinas específicas de línguas. Todos os professores
deverão assegurar que alunos se expressem com clareza e que saibam adequar o seu discurso às
diferentes situações de comunicação. A correcção linguística deverá ser uma exigência constante
nas produções dos alunos em todas as disciplinas.

O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas tais como a promoção da leitura
(concursos literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse dos alunos, sessões
para a apresentação e discussão de temas ou trabalhos de pesquisa, exposições, actividades
culturais em datas festivas e comemorativas, entre outros momentos de prática da língua numa
situação concreta. Os alunos deverão ser encorajados a ler obras diversas e a fazer comentários
sobre elas e seus autores, a escrever sobre temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou
lidos nos órgãos de comunicação social, a expressar ideias contrárias ou criticar de forma
apropriada, a buscar informações e a sistematizá-la.

Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das línguas e, no caso
da língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras de autores moçambicanos
constitui um pilar para o desenvolvimento do espiríto patriótico e exaltação da moçambicanidade.

1.5. O Papel do Professor

O papel da escola é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos activos e responsáveis na


família, no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro, comunidade) ou no trabalho.

Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos, envolvendo-os em
actividades ou projectos, colocando problemas concretos e complexos. A preparação do aluno para
a vida passa por uma formação em que o ensino e as matérias leccionadas tenham significado para
a vida do jovem e possam ser aplicados a situações reais.

O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará mais sentido se
estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os conteúdos inerentes à
disciplina, às componentes transversais e às situações reais.

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Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante que este
consiga:

· organizar tarefas ou projectos que induzam os alunos a mobilizar os seus conhecimentos,


habilidades e valores para encontrar ou propor alternativas de soluções;
· encontrar pontos de interligação entre as disciplinas que propiciem o desenvolvimento de
competências. Por exemplo, envolver os alunos numa actividade, projecto ou dar um
problema que os obrigam a recorrer a conhecimentos, procedimentos e experiências de
outras áreas do saber;
· acompanhar as diferentes etapas do trabalho para poder observar os alunos, motivá-los e
corrigi-los durante o processo de trabalho;
· criar, nos alunos, o gosto pelo saber como uma ferramenta para compreender o mundo e
transformá-lo;
· avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas, numa
perspectiva formativa.

Este empreendimento exige do professor uma mudança de atitude em relação ao saber, à


profissão, aos alunos e colegas de outras disciplinas. Com efeito, o sucesso deste programa passa
pelo trabalho colaborativo e harmonizado entre os professores de todas as disciplinas. Neste
sentido, não se pode falar em desenvolvimento de competências para vida, de interdisciplinaridade
se os professores não dialogam, não desenvolvem projectos comuns ou se fecham nas suas
próprias disciplinas. Um projecto de recolha de contos tradicionais ou da história local poderá
envolver diferentes disciplinas. Por exemplo:
- Português colaboraria na elaboração do guião de recolha, estrutura, redacção e
correcção dos textos;
- História ocupar-se-ia dos aspectos técnicos da recolha deste tipo de fontes;
- Geografia integraria aspectos geográficos, físicos e socio-económicos da região;
- Educação Visual ficaria responsável pelas ilustrações e cartazes.

Com estes projectos treinam-se habilidades, desenvolvem-se atitudes de trabalhar em equipa, de


análise, de pesquisa, de resolver problemas e a auto-estima, contribuindo assim para o
desenvolvimento das competências mais gerais definidas no PCESG.

As metodologias activas e participativas propostas, centradas no aluno e viradas para o


desenvolvimento de competências para a vida pretendem significar que, o professor não é mais um
centro transmissor de informações e conhecimentos, expondo a matéria para reprodução e
memorização pelos alunos. O aluno não é um receptáculo de informações e conhecimentos. O
aluno deve ser um sujeito activo na construção do conhecimento e pesquisa de informação,
reflectindo criticamente sobre a sociedade.

O professor deve assumir-se como criador de situações de aprendizagem, regulando os recursos e


aplicando uma pedagogia construtivista. O seu papel na liderança de uma comunidade escolar
implica ainda que seja um mediador e defensor intercultural, organizador democrático e gestor da
heterogeneidade vivencial dos alunos.

As metodologias de ensino devem desenvolver no aluno: a capacidade progressiva de conceber e


utilizar conceitos; maior capacidade de trabalho individual e em grupo; entusiasmo, espírito
competitivo, aptidões e gostos pessoais; o gosto pelo raciocínio e debate de ideias; o interesse pela
integração social e vocação profissional.

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O ensino da disciplina de História na 11ª classe
Este é o Programa da disciplina de História da 11ª Classe. Esta disciplina, assim como as outras deve
contribuir para o desenvolvimento das competências para a vida, desenvolvendo o espírito de
solidariedade, de tolerância, consciência patriótica e vontade de participar activamente na construção de
uma sociedade moçambicana democrática.

Com os temas propostos neste Programa pretende-se dar sequência à abordagem feita no 1º Ciclo sobre
História Universal destacando, História África, o que culminará com o aprofundamento do estudo da
História de Moçambique na 12ª classe.
O Programa da 11ª Classe é constituído por cinco unidades, nomeadamente:
1- Introdução à História,
2- Invasão, Partilha e ocupação efectiva de África,
3- África no período colonial,
4- Os Movimentos de Libertação Nacional – 1880- 1980,
5- Problemas Africanos de Hoje: 1960 – aos nossos dias.

Competências a Desenvolver no 2º Ciclo do Ensino Secundário Geral

As competências cruciais a desenvolver no 2º ciclo são as seguintes:


· Usa a terminologia da disciplina de História para descrever acontecimentos sócio-históricos;
· Usa as línguas (portuguesa, inglesa, local e outras) para a recolha e sistematização de informação
de interesse sócio-histórico, cultural e patrimonial;
· Busca permanentemente informação em diferentes meios para aprofundar seu conhecimento
sobre matérias de História Universal, de África e de Moçambique;
· Relativiza os factos e revela sentido crítico perante o fluxo de informações que lhe chega através
de vários meios de comunicação;
· Usa os conhecimentos que possui sobre o mundo, adquiridos quer através das ciências naturais,
quer através das ciências sociais, para analisar e compreender as relações e os laços que unem
homens e mulheres ao seu meio ambiente;
· Participa nos esforços da comunidade e do país na luta contra a pobreza através do seu
envolvimento consciente em acções de produção em seu benefício e da comunidade;
· Tem consciência de ser e pertencer a uma nação dispondo de referências que lhe permitem
situar-se no mundo e respeitar as outras culturas;
· Promove acções visando a defesa dos direitos humanos, cidadania, democracia, tolerância e
diferenças;
· Promove o espírito de cooperação inter-pessoal, entre as comunidades e povos;
· Analisa a importância da resolução pacífica dos conflitos;
· Participa na organização dos processos político-sociais do país;
· Divulga os bons hábitos de saúde na comunidade;
· Participa nos projectos de desenvolvimento da sociedade de forma crítica e responsável;

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· Aplica os conhecimentos no desenvolvimento de projectos que beneficiem a sua comunidade e o
país;
· Apoia as pessoas portadoras de deficiência, idosos e crianças caso estejam a enfrentar alguma
dificuldade;

Objectivos Gerais do Ciclo

Os objectivos centrais deste Programa de Ensino pode assim resumir-se nos seguintes:
· Analisar criticamente e problematizar os factos sociais;
· Dominar os conceitos e outros instrumentos operatórios da História;
· Adquirir hábitos de exigência e de rigor, ensaiando metodologias de investigação;
· Reconhecer a relatividade e a constante necessidade de reconstrução do saber histórico;
· Perceber que a História de África é parte integrante da História Universal;
· Reconhecer a existência de factores externos que condicionaram o desenvolvimento do
continente, designadamente a dominação colonial;
· Reconhecer a existência de uma teoria científica sempre em evolução;
· Reflectir criticamente sobre os acontecimentos de alcance mundial e os surgidos em África ou
com ela relacionados;
· Identificar na História o papel das comunidades no contexto do património histórico nacional;
· Analisa os conteúdos da história do país como forma contribuir para fortalecer a consciência
patriótica e a unidade nacional;
· Compreender a dinâmica da História do país nos níveis sócio-politico, económico e cultural.

Objectivos de História
§ Analisar os elementos fundamentais na definição do conceito de "História" bem como as
condições que explicam o aparecimento da História, incluindo os seus pressupostos desde a
Antiguidade;
§ Analisar os pressupostos filosóficos da evolução da História desde as origens até ao século XX;
§ Reconhecer os principais representantes das teorias abordadas bem como das correntes
historiográficas estudadas;
§ Estudar comparativamente as diversas Correntes Historiográficas e seu processo evolutivo
através de quadros-resumo que mostrem os aspectos inovadores de cada corrente nova, bem
como os aspectos rejeitados das correntes anteriores;
§ Explicar a problemática da Historiografia Africana e o seu lugar na História Universal;

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§ Descrever os fenómenos ligados à invasão do continente africano -factores da invasão, partilha,
conflitos da partilha, Ocupação Efectiva e resistência à ocupação;
§ Descrever os fenómenos marcantes ligados e resultantes da colonização do continente africano -
factores e teorias sobre colonização, francesa, belga, inglesa, alemã e portuguesa;
§ Narrar os acontecimentos ligados ao Movimento de Libertação Nacional (M.L.N. ). em África;
§ Analisar os fenómenos ligados a luta dos países africanos rumo às Independência;
§ Discutir sobre os problemas com que os países africanos se debatem após a conquista da
Independência;
§ Construir gráficos, tabelas, mapas e frisos cronológicos sobre todos os temas africanos aqui
tratados;
§ Identificar as principais figuras que se destacaram nas lutas dos M.L.N. e na luta pela
Independência em África e Moçambique.
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Visão Geral dos conteúdos do Ensino Secundário Geral
11ª Classe 12ª Classe
8ª Classe 9ª Classe 10ª Classe
1. A História como 1.- O Periódo da 1. As contradições 1- Introdução à História, 1. Sobre a periodização da
Ciência Formação do Sistema Imperialistas dos finais do História de Moçambique
Capitalista Mundial século XIX até final da I
Séculos XV-XVIII Guerra Mundial

2.-Origem e Evolução 2.- O Capitalismo 2. O Mundo depois da I 2. Moçambique - Da


do Homem Industrial e o Guerra Mundial até ao final 2- Invasão, Partilha e comunidade de caçadores e
Movimento Operário da II Guerra Mundial ocupação efectiva de recolectores ao surgimento
nos séculos XVIII-XIX
África, das sociedades de exploração
3.- As Diferenciações 3.- Do Capitalismo 3. O Movimento de 3. Os Estados de
Sociais e a Formação de Industrial ao Libertação e a 3- África no Período Moçambique e a penetração
Estados no Mundo, Imperialismo Independência Nacional de Colonial mercantil estrangeira
África e Moçambique Moçambique
4. As Relações Sócio- 4. Moçambique e o Mundo 4- Movimento de 4. Da dominação colonial em
políticas na Europa e na no período entre a Libertação Nacional e as Moçambique à independência
África entre séc.VII-XV confrontação e o independências em África nacional
desanuviamento 1880-1980
5. Problemas africanos de 5. Moçambique pós-
hoje 1960- aos nossos dias independência: 1975-1992

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Visão Geral dos Conteúdos da Disciplina de História da 11ª Classe

Unidades Temáticas Conteúdos Carga


Horária
1- Introdução à História, 1. A evolução da Historiografia 24
-Noções sobre Metodologia e Epistemologia da História
2. A África entre os séc. XV-XIX (revisão) 9
2- Invasão, Partilha e ocupação -A Conferência de Berlim e a partilha de África
efectiva de África, -Antecedentes: o Tratado de Zaire
-A partilha e conquista de África
-A resistência africana
3- África no período colonial 3. Características Gerais do Colonialismo em África 21
-Tipos de colónias: de povoamento; de exploração e
protectorados
-A função das colónias para as metrópoles
-Impacto da dominação colonial em África: ao nível
político, ao nível social e ao nível económico
-Significado do colonialismo em África
4- Os Movimentos de Libertação 4. Os Movimentos de Libertação Nacional em África 18
Nacional e as Independências em -O Nacionalismo Africano
África 1880-1980 -As potências europeias diante do movimento
nacionalista
-Os países africanos rumo à independência
-Nos territórios Ingleses - Gana
-Nos territórios Franceses
-A Conferência de Brazaville
-O papel do RDA e de Houphouet-Boigny
-As independências nas colónias francesas à luz da lei
quadro
-Os territórias belgas -Do Congo ao Zaire
-A actividade política dos nacionalistas
-A crise do pós-independência e a separação de Catanga

-As Rodésias
5- Problemas Africanos de Hoje 5. A Unidade africana 9
1960 – aos nossos dias · Da OUA à UA (1963-2000):
· As principais zonas de tensão em África:
- O Sudão
- Marrocos
- O Congo
· Da SADCC (1980) à SADC (1992)

Avaliação 18
Total 99

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Distribuição da Carga Horária

Trimestre Unidade Temática Carga


Horária
1º Unidade 1 Introdução à História
Trimestre 24

Avaliação 6
Unidade 2 A Invasão, Partilha e Ocupação Efectiva de África
2º 6
Trimestre

Unidade 3 África no período colonial e o Movimento de Libertação Nacional – 18


1880- 1980
Avaliação 6
3º Unidade 4 Os Movimentos de Libertação Nacional e as Independências em
Trimestre 18
África 1880-1980

Unidade 5. Problemas africanos de hoje 1960-aos nossos dias 9

Avaliação 6

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Plano temático

Unidade Temática: 1- Introdução à História


Objectivos específicos Conteúdos Competências Básicas Carga Horária
O aluno:

· Definir História; 1. Historiografia


· Explicar a evolução do pensamento histórico da 1.1 O conceito de "História" e a evolução historiográfica até Elabora tabelas comparativas
Antiguidade até ao século XX; ao século XIX da evolução do pensamento
· Caracterizar a historiografia greco-romana; 1.1.1. Historigrafia Antiga histórico;
· Explicar a importância da Bíblia como fonte 1.1.2. Historigrafia Medieval
histórica; 1.1.3. Historigrafia Renacimento 24
· Diferenciar a historiografia judaica da cristã; 1.1.4. Historigrafia Iluminismo Usa correctamente o
· Caracterizar a historiografia do iluminismo; 1.2. A Historiografia do século XIX e XX vocabulário histórico
1.2.1. A escola dos Annales para expressar as suas ideais.
· Caracterizar a historiografia do século XIX;
1.2.2. A História Estrutural
· Explicar o contributo da Escola dos Annales
1.3. A Historiografia Africana: as principais correntes Avalia a importância das
para o desenvolvimento do pensamento
1.4. Noções sobre Metodologia e Epistemologia da História; fontes históricas na
histórico;
1.4.1. Noções sobre Metodologia: reconstituição da História
· Mencionar os principais representantes de cada
1.4.1.1. Objecto da História
corrente historiográfica;
1.5. Fontes da História; Analisa fontes de natureza
· Caracterizar a historiografia africana; 1.5.1. Os métodos da História: diversa, distinguindo
-Identificar o objecto de estudo de história 1.5.1.1. A Análise e as suas operações (Heurística, Crítica e informação implícita e
-Definir correctamente documento ou fonte Hermenêutica) explícita, assim como os
histórica; 1.5.1.2 A síntese respectivos limites para o
-Identificar os diferentes tipos de fontes; 1.5.2 A Metadisciplinaridade ou Interdisciplinaridade. conhecimento do passado
-Analisar diferentes documentos históricos; 1.5.2.1 Noções sobre Epistemologia da História:
-Explicar a importância do método histórico; 1.5.3 As relações entre o sujeito e o objecto do
-Analisar as relações recíprocas entre as parte conhecimento da História
envolvidas na produção do conhecimento. 1.5.3.1 A Relatividade do conhecimento Histórico.

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Sugestões Metodológicas: Unidade Temática: 1- Introdução à História
Nesta primeira unidade pretende-se que os alunos adquiram a noção da evolução da ciência histórica para que estes se apercebam do
seu caractér dinâmico.

Assim, em relação ao período da Antiguidade até ao século XIX, após uma breve abordagem sobre o conceito de história, partindo dos
conhecimentos que os alunos trazem das classes anteriores, o professor poderá destacar o facto de a noção de história ser algo
dinâmico, que foi se modificando ao longo dos tempos. Assim propõe-se uma referência geral à evolução da Historiografia desde o
seu surgimento até ao século XIX. O importante é pois, um tratamento exaustivo de cada fase, mas apenas a identificação dos
principais momentos de evolução da história, através da indicação dos aspectos essenciais que marcam cada fase.

Para o século XIX, época do surgimento da História Científica, propõe-se uma abordagem mais exaustiva, identificando as principais
correntes do Século XIX (Romantismo, Positivismo, Historicismo e Socialismo Científico). Para tal sugere-se a elaboração de tabelas
destacando:
· as correntes
· as características;
· os principais representantes.

Para cada período da evolução do pensamento histórico, sugere-se a elaboração de tabelas destacando:
· as correntes de Historiografia Oriental;
· as características e os principais representantes. Deverá recorrer aos conhecimentos que os alunos possuem das classes
anteriores, particularmente da oitava, nona e décima classes, sempre que se procurar contextualizar determinada corrente
historiográfica.

No que respeita a historiografia africana, o professor deverá levar os alunos discutir as seguintes correntes:
· Eurocêntrica;
· Afrocêntrica;
· Africanista.

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No debate sobre a historiografia africana pode-se estabelecer uma relação com o Tema Transversal: Identidade cultural e
moçambicanidade.
O professor poderá orientar os alunos a realizarem trabalhos de pesquisa ou debate centrando na análise critica das três correntes e
estabelecendo uma relação com a necessidade dos moçambicanos terem orgulho próprio e amor a pátria.

Em relação à metodologia e epistemologia da História, sugere-se que trabalhe em grupo com os vários tipos de fontes para melhor
compreender o processo histórico. Deverá discutir com seus alunos a importância da História como ciência, sublinhando a
subjectividade e a relatividade do conhecimento histórico.

Indicadores de desempenho
-Organiza informações sobre o surgimento da História Científica;
-Utiliza as fontes históricas para explicar o processo histórico.

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Unidade Temática 2: A Invasão, Partilha e Ocupação Efectiva de África

Objectivos Específicos Conteúdos Competências Básicas Carga


O aluno: Horária
2.1. A África entre os séc. XV-XIX (revisão); Analisa os mapas de África
· Descrever a situação Socio-política e 2.2. A invasão do Continente Africano antes e depois da
sócio-económica de África entre os Séc. 2.2.1. As viagens exploratórias (objectivos, principais Conferência de Berlim;
XV-XIX; itinerários)
2.2.2. A Conferência de Berlim e a partilha de África
· Caracterizar África no periódo pré- · Antecedentes: o Tratado de Zaire Relaciona a cedência de
colonial; · Causas, objectivos e principais decisões da Portugal perante os ingleses
Conferência de Berlim (revisões) em África com a fragilidade
· Explicar o processo da expansão e o 2.3. A partilha e conquista de África; económica portuguesa;
poderio europeu no séc. XIX; 2.4. A resistência africana contra a ocupação europeia; 9
2.4.1. As causas da resistência Analisa criticamente casos
· Analisar as resistências africanas e sua 2.4.2. As formas de resistência de violação dos Direitos
importância. 2.4.3. As consequências da Resistência Africana Humanos à luz da
2.4.4. Exemplos de resistências Declaração Universal dos
2.4.5. África do Norte; Direitos Humanos;
2.4.6. África Oriental;
2.4.7. África Austral.
Reconhece a falta de unidade
como uma das razões do
fracasso das primeiras
resistências.

Sugestões Metodológicas: Unidade Temática 2: A Invasão, Partilha e Ocupação Efectiva de África

Nesta unidade sugere-se que se aborde de uma forma objectiva as relações existentes entre África e Europa no período compreendido
entre os séculos XV e XIX, recorrendo aos conhecimentos que os alunos possuem de classes anteriores.
Em relação ao período subsequente, deve-se destacar que até 1880, em cerca de 80% do seu território, a África era governada por
seus próprios reis, rainhas e chefes de clãs e de linhagem; que estava organizada em impérios, reinos, comunidades e unidades

17
políticas de porte e natureza variados. Referir também, que no período 1880-1910, foi assaltada na sua soberania, independência e
valores culturais, o que explica a resistência dos africanos.

Sugere-se que se trabalhe com mapas políticos de África antes e depois da Conferencia de Berlim, que se localize nos mesmos as
principais zonas de interesse e de conflitos entre as potências europeias.

No que respeita às resistências africanas, sugere-se que os alunos elaborem tabelas e mapas referentes a cada uma das regiões
estudadas, indicando: o território, colonizador, resistentes, formas de resistências, principais acontecimentos e consequências.

Em relação ao período colonial, sugere-se que se trabalhe com a seguinte periodização, baseada na História Geral de África, volume
VII:
1º Período 1880-1919: é o período da defesa da soberania e das independências africanas mediante o recurso à estratégia do confronto,
da aliança ou da submissão temporária;
2º período 1919-1935: é o período da adpatação, sendo a estratégia utilizada, a do protesto contra as práticas opressivas do sistema de
dominação;
3º período. 1935- é o período dos Movimentos de Libertação Nacional.

Recomenda-se também, que se consulte a obra História Geral de África, volume I, de Joseph Ki-Zerbo, para os restantes períodos da
História africana.

Nesta unidade, o conteúdo sobre a soberania

relacionam-se com o Tema Transversal: Cultura de paz, direitos humanos e democracia. O professor deverá levar os alunos discutir a
ideia da soberania. Os alunos podem realizar trabalhos sobre os Órgãos de Soberania, atribuições de cada um dos Órgãos (Presidente
da República, Assembleia da República, o Conselho de Ministros, os Tribunais e o Conselho Constitucional).
O professor deverá orientar os alunos a consultar a Constituição da República em vigor.

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Indicadores
Relaciona a dominação europeia no final do Século. XIX com a expansão do capitalismo industrial e financeiro;
Recolhe informação sobre a resistência e ocupação efectiva de África;
Resume a informação sobre a resistência e ocupação efectiva de África

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Unidade Temática 3. África durante o período colonial
Objectivos Específicos Conteúdos Competências Básicas Carga
O aluno: Horária

· Mencionar as características gerais do colonialismo 3.1. Características Gerais do Colonialismo em África; Recolhe informações sobre o
em África; colonialismo em África;
· Formas de Administração colonial
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· Descrever os diferentes tipos de colónias em África; · Tipos de colónias: de povoamento; de
exploração e protectorados
· Diferenciar a actuação das potências europeias nas
· A função das colónias para as metrópoles Avalia o significado do
colónias.
· As estruturas política-administrativas colonialismo em África;
· Comparar a actuação das potências europeias
· A economia colonial: a função das colónias
· Explicar o papel das colónias para a Metropole para a metrópole; as actividades económicas; o Analisa o impacto socio-
papel das companhias económico colonialismo em
· Avaliar o impacto da dominação colonial em
África.
Àfrica em todos os aspectos · Impacto da dominação colonial em África: ao
· Explicar o significado do colonialismo para nível político, ao nível social e ao nível
África económico
· Significado do colonialismo em África.

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Sugestões metodológicas: Unidade Temática 3. África Durante o Período Colonial

Nesta unidade o professor orientará os alunos a recolher informação sobre as caracterìsticas gerais do colonialismo em África, consultando
a História Geral de África Vol.VII de A.Adu Bohaen, A descoberta de África de Fage e Mãe Negra de Basil Davidson, assim como outros
materiais.
Em grupos, os alunos caracterizarão um tipo de colonização que será posteriormente apresentado a turma, seguida de discussão. Os alunos
deverão fazer o estudo comparativo destes sistemas usando tabelas e esquemas e ter em atenção as principais ideias dos grandes defensores
do colonialismo, para que deduzam delas a essência e a razão de ser do colonialismo.
Sugere-se ainda que os alunos identifiquem no mapa os territórios colonizados pela Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha e Portugal.

Sugere-se que os alunos discutam o impacto do colonialismo em África, destacando os aspectos positivos e negativos.
Isto deverá permitir analisar os aspectos ligados a emergência do nacionalismo africano começando pelos levantamentos dos camponeses à
acção dos intelectuais até a formação dos partidos políticos.
Nesta unidade Temática, o colonialismo pode relacionam-se com o Tema Transversal: Cultura de paz, direitos humanos e
democracia. Os alunos podem abordar o impacto do colonialismo português em Moçambique destacando a violação dos direitos
humanos e suas consequências. O professor poderá orientar os alunos a realizarem pequenos trabalhos sobre a actuação do
colonialismo português em Moçambique do ponto de vista politico, económico e cultural.

Indicadores de desempenho

- Relaciona os diferentes tipos de colónias: Colónias de povoamento e colónias de exploração.

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Unidade 4: Os Movimentos de Libertação Nacional e as Independências em África 1880-1980
Objectivos Específicos Conteúdos Competências Básicas Carga
O aluno: Horária
- Explicar o surgimento do 4.1. Aspectos Gerais dos Movimentos de Libertação Nacional em África;
nacionalismo em África; · Conceito Explica o surgimento do
· As origens do Ncionalismo Movimento de Libertação 18
· A base ideológica (pan africanismo e negritude) Nacional (MLN);
· As causas
· As forças motrizes
4.2 As potências europeias diante do movimento nacionalista;
- Caracterizar os diferentes tipos de 4.3 Os países africanos rumo à independência ;
nacionalismo; · O Gana
· A acção de J.B. Danquah e a Convenção Unitária da Costa do
Ouro (United Gold Cost Convention – UGCC) Compara os diferentes
tipos de nacionalismo em
· O papel de Kwame Nkrumh
África por regiões e/ou
· A proclamação da Independência potência colonizadora.
· Os novos ideais (self relience e feed yourself)

4.4 O MLN nos territórios franceses;


· As caractrísticas das colonias francesas
· A Conferência de Brazaville
· O papel do RDA e de Houphouet-Boigny
- Explicar o processo de surgimento · A Lei-quadro (1956) e a viragem
das independências. · As independências das colónias francesas à luz da lei quadro
4.5 A Independência do Congo ao Zaire;
· A actividade política dos nacionalistas
· O papel de Patrice Lumumba
· A crise do pós-independência e a separação de Catanga
4.6As Rodésias e Niassalândia;
· A Federação e o Nacionalismo
· Os caminhos rumo à Independência

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Sugestões Metodológicas: Unidade 4. Os Movimentos de Libertação Nacional e as Independências em África
Nesta unidade sugere-se que os alunos trabalhem com o conceito de nacionalismo, diferenciando o nacionalismo africano do europeu.
Deverá fazer referência ao movimento pan-africanista e à negritude.

Ao analisar o nacionalismo africano, deve-se ter em conta os factores internos e externos que o influenciaram o recrudescimento das
lutas pela independência em África, salientando casos concretos em cada uma das regiões do continente.

Sugere-se que ressaltem os aspectos do nacionalismo e mencionar o papel dos nacionalistas no processo de libertação dos países
africanos, por exemplo Kwame Nkrumah, Leopoldo Senghor, Patrice Lumumba, entre outros

Tal como no estudo do Colonialismo em África, mais do que a descrição de processos ligados à descolonização em África, pretende-
se com esta Unidade explorar os aspectos gerais do nacionalismo africano.

A descrição de alguns exemplos será útil para a compreensão da acção dos nacionalistas
Africanos. Esta Unidade pode ser estudada através da realização de pequenos trabalhos individuais ou em grupo.

Sugere-se que os alunos produzam pequenos trabalhos sobre os líderes africanos e o seu papel nos processos de Libertação em África.
Estes trabalhos devem ser apresentados na sala de aula sob orientação do professor.

Nesta unidade, o conteúdo sobre o nacionalismo relacionam-se com o Tema Transversal: Identidade cultural e moçambicanidade. Os
alunos podem recolher informações relacionadas com a importância da Independência de Moçambique e o papel desempenhado por
alguns nacionalistas na luta pela Independência e pela Identidade cultural e moçambicanidade.

Para a abordagem da matéria sobre o nacionalismo sugerimos que o professor oriente os alunos a realizarem pequenos trabalhos sobre
o papel de alguns nacionalistas moçambicanos que se destacaram na luta contra o sistema colonial: Por exemplo Eduardo Mondlane,
Filipe Samuel Magaia, Noémia de Sousa, José Craveirinha, Rui de Noronha, Tómas Nduda e outros.

Em relação ao MLN, professor prestar atenção os aspectos ligados à emergência do Nacionalismo Africano começando pelos
esporádicos levantamentos de camponeses à acção dos intelectuais, até à formação dos partidos políticos.

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A elaboração de mapas políticos, tabelas e quadros resumos à medida que a abordagem vai prosseguindo é indispensável, para que os
alunos verifiquem a expansão da acção colonial e consequente surgimento do movimento de libertação no terreno.

Indicadores de desempenho
Diferencia o nacionalismo africano do europeu;
Descreve o processo de conquista das independências nas diferentes regiões da África;
Explica a importância e o significado das independências em África.

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Unidade Temática 5: Problemas africanos de hoje 1960- aos nossos dias
Objectivos Específicos Conteúdos Competências básicas Carga
O aluno: Horária
· Explicar o fundação da OUA 5.1 A Unidade africana; Argumenta a
(1963) e a sua transformação · Da OUA a UA (1963-2000) necessidade da criação
em OA em (2000); · Criação da OUA: os objectivos da OUA e da mudança
· Principais actividades da OUA para UA 9
· Interpretar a Carta da OUA; · A UA: objectivos

· Analisar as principais zonas de 5.2 As principais zonas de tensão em África (periodizar 1964-2004); Explica a necessidade de
tensão em África; · O Sudão mudança de SADCC
· Marrocos para SADC
· Explicar a fundação da · O Tchad
SADCC e a sua transformação · O Congo
em SADC; 5.3 Da SADCC (1980) a SADC (1992);
§ Objectivos da SADCC
· Mencionar as principais § Principais realizações políticas, económicas, sociais e culturais
realizações no âmbito politico · Transformação da SADCC em SADC
económico e cultural (SADCC § Objectivos
e SADC). § Principais realizações

Sugestões Metodológicas: Unidade Temática 5- Problemas africanos de hoje, 1960- aos nossos dias
Considerando que esta unidade se refere a uma história recente o professor poderá utilizar material extraído de jornais, revistas que
contenham discursos de cimeiras, reportagens (OUA, UA, SADCC, SADC ). A partir desta informação o professor poderá orientar os
alunos para realizarem trabalhos em grupo para posterior apresentação e debate.
No que diz respeito as principais zonas de conflito não se pretende uma abordagem detalhada mas, apenas que se faça uma breve
referência a existência de diversas regiões de conflito no continente e usar como exemplos os que aparecem no Programa de Ensino.
Poderá fazer referência a outros exemplos.
Uma outra alternativa será de o professor orientar os alunos para recolha de informação sobre um dos tópicos desta unidade com
orientação clara sobre a bibliografia a consultar.

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O professor deverá providenciar um mapa político - administrativo do continente para que os alunos possam localizar os países que
fazem parte da SADCC e posteriormente SADC.
É importante que o professor aproveite estas aulas para falar dos principais feitos dos presidentes da região, destacando os
impulsionadores da SADCC.
Deve ser vincadas as mudanças mais recentes que ocorreram em África e em particular na região da África Austral e em Moçambique.
Estas mudanças concorrem para a implementação dos objectivos de SADC.
Nesta unidade, os conteúdos relacionam-se com os Temas Transversais:
Cultura de Paz, direitos humanos e democracia;
Saúde reprodutiva (Educação Sexual, ITS,HIV/SIDA);
Saúde e nutrição;
Ambiente e uso sustentável dos recursos naturais;
Desastres naturais;
Preservação do Património cultural;
Identidade cultural e moçambicanidade...
Para abordagem dos temas acima sugeridos o professor poderá recomendar os alunos a realizarem trabalhos de pesquisa que mostrem
os esforços de Moçambique e dos Países da região na promoção do desenvolvimento sustentável da paz e segurança, uso racional dos
recursos naturais, protecção do meio ambiente, alívio a pobreza, entre outros objectivos da SADC. Os alunos poderão consultar
documentos tais como: Jornais, Revistas, Rádio, Televisão, Internet, Agenda do Professor página 11 /2008 (os objectivos da SADC)...
Estes trabalhos poderão ser apresentados e debatidos na sala de aula.

Indicadores de desempenho
Destaca o papel da OUA e a sua transformação em UA;
Explica o papel da SADCC e a sua transformação em SADC;
Explica o papel da SADC no âmbito político económico e sócio-cultural;
Caracteriza os desafios actuais da União Africana e do continente africano.

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Avaliação
A avaliação é um instrumento do processo de ensino aprendizagem através do qual se
pode verificar como estão sendo cumpridos os objectivos e a finalidade da educação,
permitindo melhorar ou adaptar as estratégias de ensino, aos conteúdos e as condições
concretas existentes.

A avaliação permite ao professor tirar conclusões dos resultados obtidos para o


desenvolvimento do trabalho pedagógico subsequente e verificar a necessidade de
reajuste curricular de acordo com as necessidades educativas dos alunos.

A avaliação deve focalizar-se em todas as actividades realizadas pelos alunos de forma


que se obtenha uma imagem fiável do desempenho do aluno e do professor, em termos
de competências básicas descritas no Programa de Ensino.

A avaliação na disciplina de História

Para cada uma das avaliações propostas o professor deverá ter em conta o regulamento de
avaliação que prevê a realização de duas ACS e uma ACP obrigatórias por cada
trimestre. Assim, deverá privilegiar a avaliação contínua no decurso da própria aula que
poderá consistir na elaboração de esquemas, gráficos cronológicos, leitura e interpretação
de mapas ou globo terrestre etc. Para o caso de visitas de estudo os alunos poderão
elaborar relatórios a serem apresentados em grupos.

O professor poderá adoptar outras iniciativas de avaliação que visam estimular o


processo de ensino aprendizagem com o objectivo de obter melhores resultados.

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