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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

RELATÓRIO DA PRÁTICA DE LABORATÓRIO 1 – BLOCOS CERÂMICOS

Brasília
Setembro, 2020
RELATÓRIO DA PRÁTICA DE LABORATÓRIO 1 – BLOCOS CERÂMICOS

Relatório técnico apresentado para critério de


avaliação da disciplina Materiais de Construção
Civil do Curso de Engenharia Civil da
Universidade de Brasília.

Brasília
Setembro, 2020
RESUMO

Análise de blocos cerâmicos de vedação e avaliação das conformidades com


relação as especificações da norma ABNT NBR 15270, fazendo a utilização de critérios
especificados na mesma, divididos em inspeção geral e inspeção por ensaios. Nelas
foram avaliadas as identificações, características visuais, características físicas,
características geométricas e características mecânicas dos blocos. Avaliando sempre
as situações mais criticas para melhor entendimento do comportamento desses
blocos em uma construção civil.
Foi identificado a qualidade baixa do material utilizado nos procedimentos,
identificando possíveis problemas se utilizados.

Palavras chaves: Blocos cerâmicos. NBR 15270. VED15.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO -----------------------------------------------------------------------------------------
5
2. DESENVOLVIMENTO --------------------------------------------------------------------------------
6
2.1 OBJETIVO ---------------------------------------------------------------------------------------------
6
2.2 APARELHAGEM E INSTRUMENTAÇÃO ---------------------------------------------------------
6
2.3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ------------------------------------------------------------ 6
2.3.1 Amostragem ------------------------------------------------------------------------------ 6
2.3.2 Inspeção Geral ----------------------------------------------------------------------------
6
2.3.2.1 Identificação ------------------------------------------------------------------- 6
2.3.2.2 Características visuais --------------------------------------------------------
7
2.3.3 Inspeção por ensaios --------------------------------------------------------------------
7
2.3.3.1 Características geométricas ------------------------------------------------
7
2.3.3.2 Características físicas ---------------------------------------------------------
9
2.3.3.3 Características mecânicas -------------------------------------------------
10
2.4 RESULTADOS ---------------------------------------------------------------------------------------
11
3. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ------------------------------------------------------------
15
REFÊRENCIAS --------------------------------------------------------------------------------------- 16
5

1. INTRODUÇÃO

Esse relatório tem o intuito de analisar um lote de blocos cerâmicos segundo a


norma NBR 15270 verificar se está dentro dos conformes exigidos. Serão realizadas
inspeções gerais para identificação e características visuais e inspeções por ensaios
para as características geométricas, físicas e mecânicas.
6

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 OBJETIVO

Analisar a conformidades dos blocos cerâmicos de vedação de acordo com a


norma NBR 15270-1/17, tendo em vista os métodos de ensaio contidos na NBR
15270-2/17.

2.2 APARELHAGEM E INSTRUMENTAÇÃO

 Balança (precisão 0,01g)


 Esquadro
 Pano úmido
 Paquímetro
 Pasta de cimento
 Estufa
 Prensa mecânica
 Régua de 30cm (precisão 0,5mm)
 Tanque com água na temperatura ambiente

2.3 PROCEDIEMTOS EXPERIMENTAIS

2.3.1 Amostragem
A amostragem está dividida em simples ou dupla, onde a amostragem
simples contém 13 corpos de prova e a dupla contém dois grupos de 13 corpos
de prova. Para cada experimento existem seus critérios de aceitação de acordo
com o tipo de amostragem.

2.3.2 Inspeção Geral


2.3.2.1 Identificação
É utilizada uma amostragem simples, onde os blocos são identificados de
1 a 13. Verifica-se a presença ou não da identificação do fabricante,
dimensões nominais, identificação de rastreabilidade, telefone ou endereço
de serviço ao cliente e se for bloco estrutural a presença da sigla EST. Se
qualquer um dos corpos de prova não atender as especificações da norma
já é suficiente para a rejeição do lote.

2.3.2.2 Características visuais


Se o lote passar pela inspeção de identificação é realizada a inspeção
de características visuais, por amostragem dupla. São observadas a
existência de defeitos sistemáticos como: quebras, superfícies irregulares
ou deformações. O critério de aprovação ou não do lote é segundo a tabela
1.

Tabela 1 – Aceitação e rejeição para características visuais

2.3.3 Inspeção por ensaios


As inspeções por ensaio só são realizadas após o lote for aprovado por
todas as inspeções gerais.

2.3.3.1 Características geométricas


Esse ensaio é feito com amostragem simples e seu critério para
aceitação ou rejeição é de acordo com a tabela 2.

Tabela 2 – Aceitação ou rejeição para caracteristicas geométricas


a) Medidas das faces
Com uma régua é feita a medida da altura, largura e comprimento
dos dois lados do bloco nos locais indicados na figura 1, 2 e 3, realiza-se a
média de cada medida.

Figura 1 – local de medida da largura Figura 2 – local de medida da altura Figura 3 – local de medida do
comprimento

Requisitos especificos:
 Blocos e tijolos de vedação: tolerância (altura, largura e
comprimento) = individual de ± 5mm, na média de ± 3mm;
 Blocos e tijolos estrutural: tolerância (altura, largura e
comprimento) = individual de ± 3mm.

b) Espessura do septo e das paredes externas


As espessuras das paredes externas devem ser medidas com o
auxílio de um paquímetro no local em que a parede apresenta a sua
menor espessura, dos quatro lados e realizada a média. Para cada
tipo de bloco cerâmico existe um critério para a aprovação ou
rejeição. No bloco que foi utilizado no experimento de classe VED15
a espessura da parede externa deve ser ≥ 7mm.
Para a medição do septo, de acordo com a norma mais atualizada
para a classe VED15, deve ser feita a soma das paredes em um
mesmo corte transversal (externas + internas) e obter um valor ≥
20mm para aprovação.
Requisitos específicos:
 VED15: tolerância de -0,5mm
 VED30: tolerância de -0,3mm
 EST: tolerância de -0,3mm
Para blocos e tijolos VED, a soma das paredes em um mesmo corte
transversal não tem tolerância para o valor mínimo da soma.

9
c) Desvio em relação ao esquadro
A determinação do desvio com relação ao esquadro deve ser
medida entre a face de assentamento e a maior face para o
revestimento como na figura 4 com o auxílio do paquímetro, sempre
procurando o maior ponto de desvio. Deve ter no máximo 3mm de
desvio.

Figura 4 – medida do desvio

d) Planeza das face ou flecha


É empregado o esquadro na diagonal da face e com ajuda do
paquímetro mede-se o ponto com maior distancia de acordo com a
figura 5. A flecha deve ser no máximo 3mm.

Figura 5 – medida da flecha


2.3.3.2 Características físicas
É realizada com amostragem simples de 6 corpos de prova e os critérios
de aceitação ou rejeição é de acordo com a tabela 3.

Tabela 3 – Aceitação ou rejeição de amostragem simples com 6 corpos de prova

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Para a determinação da massa seca (ms) levam-se os corpos de


prova para a estufa a (105 ± 5) °C após limpa-los com um pano e são
pesados em intervalos de 1h até que duas pesagens consecutivas se
difiram em no máximo 0,25%. A massa seca só é determinada após a
estabilização da massa e é medido em gramas.
Após a determinação da massa seca os corpos de prova são
colocados em um recipiente preenchido de água em temperatura
ambiente com o volume suficiente para a imersão de todos os blocos.
Eles podem ser mantidos por 24h e depois pesados para determinar a
massa úmida (mu) ou a água deve ser fervida por 2h para a mesma
determinação. Deve ser retirado o excesso de água com um pano limpo
antes da pesagem e é medido em gramas.
O índice de Absorção d’água (AA) é determinado em porcentagem
de acordo com a seguinte expressão:

mu −m s
AA %= x 100
ms

O requisito especifico para tijolos ou blocos VED15 é de um índice


de absorção d’água entre 8% a 25%
2.3.3.3 Características mecânicas
O ensaio é feito com amostragem simples com 13 corpos de prova
e os critérios de aceitação ou rejeição é de acordo com a tabela 4.

Tabela 4 – Aceitação ou rejeição para caracteristicas mecânicas

Os blocos são preparados com a regularização das faces de


trabalho com cimento ou argamassa, esse preparo é chamado de
capeamento e a sua espessura não pode ultrapassar 3mm.
Após o capeamento está totalmente seco, os blocos devem ser
imersos em água de temperatura ambiente por pelo menos 6h.
São medidas a largura e o comprimento conforme o item 2.3.3.1 e
determinar a área em mm².

11

O corpo de prova será colocado na prensa de forma que os


esforços sejam perpendiculares a área do capeamento como mostra a
figura 6, para medir a carga suportada pelo bloco imediatamente antes
de sua ruptura em Newtons.

Figura 6

A resistência à compressão individual é a tensão máxima que esse


corpo aguenta e pode ser calculada pela seguinte expressão:

F (N )
σ ( MPa ) = 2
A (mm )

Para um tijolo ou bloco VED15 é necessária uma resistência à


compressão individual de no mínimo 1,5 Mpa.
2.4 RESULTAD
Superfícies
CP Nº Quebra Trinca C ou NC OS
irregulares

1 X NC
2 C
3 C
4 C
5 X X NC
CP
1ª Amostragem 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
6 C
Identificação (C
NC NC
7 NC C C C NC C C NC
C C C C
ou NC)
8 X NC
9 C
10 C
11 X X NC
12 C
13 C

Os experimentos foram realizados em blocos cerâmicos de vedação com


furos horizontais e dimensões de L=90mm, H=190mm, C=190mm.
Após a realização do item 2.3.2.1 Identificação foi obtida a tabela 5.

Tabela 5 – Identificação

Nesse caso, de acordo com o critério de aceitação ou rejeição para


amostragem simples esse lote obteve 5 corpos de prova não conforme,
portanto o lote foi rejeitado.

Foi realizado primeiramente com uma amostragem simples o item


2.3.2.2 características visuais e obteve a tabela 6.
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Tabela 6 – características visuais amostra 1
Superfícies
CP Nº Quebra Trinca C ou NC
irregulares

1 X NC
2 C
3 C
4 C
5 X X NC
1ª Amostragem
6 C
7 C
8 X NC
9 C
10 C
11 X X NC
12 C
13 C

Foi obtido 4 não conformes e de acordo com a tabela 1 de aceitação ou


rejeição foi determinada a necessidade de outra amostragem para a
determinação do lote realizada conforme a tabela 7.

Tabela 7 – características visuais amostra 2

Superfícies
CP Nº Quebra Trinca C ou NC
irregulares

1 X NC
2 C
3 C
4 C
5 X X NC
2ª Amostragem
6 C
7 C
8 X NC
9 X X NC
10 C
11 X NC
12 C
13 C

Foram obtidos 5 não conforme na segunda amostragem, dando um total


de 9 não conformes somando as duas amostragens e segundo a tabela 1 de
aceitação ou rejeição para amostragem dupla a partir de 7 não conformes o
lote é rejeitado, portanto esse lote foi negado.
Medidas (mm) CP CP CP CP CP CP CP CP CP CP1 CP1 CP1 CP1 Nº Médi
de
1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2
N a 3
C
Largura (L) 87,5 89,5 88 89 87 87 88,5 88,5 88,5 88 87,5 86 89,5 0 88
Dimensõ
Altura (H) 188 189 186 189 188 187,5 189 190,5 187,5 191,5 188,5 188 190,5 0 188,7
es
efetivas Comprimen
189,5 192,5 190,5 189 190,5 191 189,5 190,5 187 189,5 192,5 188,5 193,7 0 190,3
to (C)
Da Parede 6,02 7,03 7,80 6,65 8,06 6,45 6,92 7,40 6,74 3,65 6,32 7,08 7,10 4
Ext.
Espessura Soma mín.
paredes – 20,03 20,19 20,08 19,80 20,03 19,73 19,89 20,16 20,01 19,02 19,12 20,09 20,11 5
corte transv.
Desvio Esquadro 3,04 1,75 2,17 3,28 1,68 3,09 2,78 2,17 1,86 3,19 3,14 2,88 1,20 5
(mm)
Flecha (mm) 1,87 2,1 2,98 2,78 3,15 2,25 3,16 2,48 2,07 2,76 1,03 1,18 2,99 2
6
13
A partir da realização do item 2.3.3.1 características geométricas foi
obtida a seguinte tabela 8.
Tabela 8 – características geométricas

Em amarelo estão as características geométricas que não atenderam as


normas, nos quesitos de dimensões efetivas e flecha não houveram corpos de
prova suficientes para a rejeição do lote, entretanto o lote foi rejeitado pois
nos quesitos espessura e desvio do esquadro o número de corpos de prova que
não atenderam as normas excedeu o limite para aceitação do lote.

Para o ensaio de absorção da água foi realizado o procedimento 2.3.3.2 e


os dados obtidos estão na tabela 9.

Tabela 9 – características físicas

Massa (g)

CP AA (%) C ou NC?
Seca (ms) Úmida (mu)

1 2332,1 2724,9 16,84 C

2 2331,7 2713,9 16,39 C

3 2343,2 2645,5 12,9 C

4 2288,1 2691,0 17,61 C

5 2336,0 2719,4 16,41 C

6 2293,7 2694,2 17,46 C

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Nesse ensaio todos os blocos estavam de acordo com a norma de
absorção de água (8% ≤ AA ≤ 25%), então o lote foi aceito.

Para a realização do ensaio de resistência à compressão individual foi


realizado o procedimento 2.3.3.3 e os dados obtidos estão na tabela 10.

Tabela 10 – características mecânicas


CP Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Largura 85,5 89 87,5 87,5 85 91 87 87 87 86 86 89 90


(mm)
Compriment 189 192 192 189, 189 189,
192 188 192 192 192 187 191
o (mm) 5 5
Área (mm²) 1641 1673 1680 1680 1632 1701 1661 1644 1670 1651 1629 1682 1705
6 2 0 0 0 7 7 3 4 2 7 1 5
Carga(N) 3300 3620 2400 1850 1560 4790 3500 3940 2060 1010 2360 4190 2610
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Tensão 2,0 2,2 1,4 1,1 1,0 2,8 2,1 2,4 1,2 0,6 1,4 2,5 1,5
(MPa)

Nesse experimento 6 corpos de prova que estão em amarelo obtiveram


uma tensão menor que 1,5MPa e descumpriram a norma, portanto o lote foi
rejeitado.

15
3. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O material estudado foi o bloco cerâmico de vedação VED15 para construção


civil, e os experimentos retratados nesse relatório tem o intuito de inspecionar as
características básicas desses blocos, sempre procurando as situações mais
críticas.
Nesses ensaios foi possível perceber uma baixa qualidade do material avaliado.
O único ensaio que obteve aceitação foi o de absorção de água, todos os demais
resultaram em rejeição do lote, demonstrando a baixa qualidade dos blocos
cerâmicos de vedação.
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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15270-1/17 – Componentes


cerâmicos ― Blocos e tijolos para alvenaria Parte 1: Requisitos

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15270-2/17 - Componentes


cerâmicos ― Blocos e tijolos para alvenaria Parte 2: Métodos de ensaios.

CAPUZZO, V. M. S. Materiais cerâmicos. Materiais para Construção Civil 1


Experimental, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Faculdade de
Tecnologia, Universidade de Brasília.

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