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Colonialismo
e
Imperialismo
3ºANO e.m.
COLONIALISMO E IMPERIALISMO
Você já ouviu falar em COLONIALISMO e/ou IMPERIALISMO?
1 Na América do Norte, os EUA conquistam sua independência do Império Britânico em 1789. Por sua vez, o Brasil se torna ex-
colônia do Império Português em 1808. Já os países vizinhos da América Latina, outrora pertencentes ao Império Espanhol,
percorreram um processo de independência entre 1809 a 1829 que resultou na soberania de países como México,
Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina, Chile, entre outros.
Em primeiro lugar, a colonização é um fenômeno que não deve ser dissociado do imperialismo. Afinal, como veremos
com maior profundidade, o imperialismo nada mais é que a política colonial em sua nova versão.
Além do mais, ambos são fundamentais à compreensão da natureza de certas nações. Isto quer dizer que, uma vez
entendidas as formas de dominação política, econômica e cultural implementadas pelas políticas colonialista e
imperialista, torna-se possível visualizar:
Exemplo: Durante o período colonial, para efeitos administrativos, as possessões espanholas na América foram
divididas em quatro vice-reinados. Naquela época, a configuração das fronteiras políticas que separavam um território
do outro, assim como o próprio nome destes territórios, diferia do que conhecemos hoje. Após as guerras de
independência no século XIX, a América Hispânica foi fragmentada em diversos Estados, cujos contornos remetem às
estruturas administrativas implantadas durante o processo de colonização. Assim, o Vice Reino da Nova Granada,
depois de fragmentado em 1819, passou a corresponder aos atuais Panamá, Colômbia, Venezuela e Equador.
A estrutura econômica
Mesmo com a independência, os países emancipados politicamente (ou seja, aqueles que deixarem o status de colônia,
como o Brasil e outros países da antiga América espanhola) no século XIX (19) detinham uma estrutura parecida com a
das novas colônias da África e da Ásia: exportavam gêneros agrícolas e importavam produtos industrializados.
Exemplo: Para comprar um Iphone 13 no Brasil de 2022, prepare o bolso! Para se ter uma noção, os preços oficiais
do aparelho no país começam em R$ 6.599 no modelo mini, chegando a R$ 15.499 no modelo Pro Max (1TB). Já
nos Estados Unidos, começam em US$ 729, chegando a US$ 1.599 na versão mais cara.
O motivo do alto preço dos produtos da Apple no Brasil
pode ser explicado principalmente por dois fatores:
impostos e câmbio. Aproximadamente 40% do preço de
um iPhone é somente para pagar a carga tributária
cobrada pelo Brasil. São diversos impostos cobrados
como o: IPI, imposto de importação, PIS, Cofins e ICMS.
O segundo motivo é devido ao preço do dólar que está
em alta desde o ano passado. No último ano, o real foi a
moeda que mais desvalorizou no mundo — mais de
40%. Isso significa que o custo de todos os produtos
importados subiram significativamente.
Para saber +
https://exame.com/pop/apple-iphone-
brasil-mais-caro-do-mundo/
A estrutura social
Exemplo: O desfecho do processo de independência na América Latina, por exemplo, não significou a radical
transformação da situação socioeconômica vivida pelas populações latino-americanas. A dependência econômica
em relação às potências capitalistas e a manutenção dos privilégios das elites locais fizeram com que muitos dos
problemas da antiga América Hispânica permanecessem presentes ao longo da História latino-americana.
Para saber +
https://www.geledes.org.br/a-
supremacia-branca-brasileira-que-
logicas-sustentam-o-arranha-ceu-cheio-
de-brancos/
Para saber +
https://www.youtube.com/watch?v=4nyGUQJiAdo
NO ENTANTO, POR MAIS QUE DIALOGUEM E, ATÉ CERTO PONTO, SE COMPLEMENTEM, NÃO DEVEM
SER TRATADOS COMO SINÔNIMOS, OU SEJA, PALAVRAS COM O MESMO SENTIDO. AS MOTIVAÇÕES,
OS TERRITÓRIOS E O CONTEXTO SÓCIO-POLÍTICO-ECONÔMICO APRESENTARAM DIFERENÇAS.
Por isso, para uma visão mais ampla sobre os temas discutidos, é necessário que adentremos, num primeiro momento,
na temática do colonialismo.
Colonialismo
"Colonização" remete à ocupação de uma terra estrangeira, à sua exploração agrícola, à instalação de colonos.
Ao longo da história humana sempre existiram colônias, mas a partir do século XVI (16) essa dinâmica colonizadora
começou a se alterar e intensificar.
Alguns pontos fundamentais:
A história da colonização não se deve iniciar com os grandes descobrimentos ultramarinos, ou seja, com a busca de
um caminho para as Índias. Os descobrimentos deram uma nova dimensão ao fenômenos da colonização, mas o
expansionismo lhe é anterior.
Tradicionalmente, as histórias da
colonização expressam os diferentes
pontos de vista da Metrópole porque
ela é justamente é o prolongamento
dessa metrópole. A história que o
colono escreveu não é a da colônia
saqueada, mas a de sua própria nação.
A colonização europeia da Idade
Moderna não foi a única e nem a
primeira.
Por volta de 750 a.C. os gregos começaram um período de expansão territorial que durou cerca de 250 anos,
estabelecendo colônias em todas as direções. Já no século VII (7), os árabes e os turcos conquistaram o
Mediterrâneo, parte da África Negra e da Ásia Ocidental. Chineses exploraram as costas orientais da África, no
século XV (15), e colonizaram o Tibete. No século passado de nossa era, a Índia colonizou o Sri Lanka, parte da
península indochinesa e o arquipélago de Sonda.
Do mesmo modo que uma colonização diferiu da outra, a resposta das sociedades conquistadas também variou
segundo o seu passado e sua identidade própria.
POLÍTICAS
Estratégia de expansão como mecanismo de esquecimento para apagar o rastro de derrotas nas histórias das nações
(Desvio de atenção
A batalha de Alcácer-Quibir (ou a Batalha dos Três reis), Desembarque de Mem de Sá, Estácio de Sá
norte de Marrocos, 4 de agosto de 1578, do Ward and e Manuel da Nóbrega na Baía de
Locks Ilustrated History of the World, publicado em 1882. A Guanabara. A imagem busca reforçar a
imagem traz um momento da icônica batalha entre as imponência dos conquistadores
tropas portuguesas, comandadas pelo rei D. Sebastião, e o portugueses em terras brasileiras. A pose
sultão do Marrocos. As tropas portuguesas foram destemida dos navegantes em contraste ao
dizimadas. O rei D. Sebastião perdeu a vida no combate e a medo e o receio dos indígenas vão ao
maior parte da nobreza portuguesa foi massacrada; os encontro da imagem que a coroa
sobreviventes caíram prisioneiros dos marroquinos. Note portuguesa objetivava passar.
que, na figura, o protagonismo recai no lado muçulmano,
considerando as vestimentas, as feições e os instrumentos
dos soldados marroquinos.
França: A Terceira República Francesa (regime republicano que vigorou na França entre 1870 e 1940)
quer esquecer a derrota na batalha de Sedan, e a perda da Alsácia-Lorena no finald a guerra Franco-
prussiana. por meio de uma política imperial conquistadora.
derrota francesa
glória francesa
Mercantilismo
+ EXPORTAÇÕES - IMPORTAÇÕES
Se um país possuir, em termos de valor, um superávit Se um país possuir, em termos de valor, um déficit de
de exportações sobre as importações, terá exportações sobre as importações, terá diminuído a
aumentado a quantia de dinheiro dentro de sua quantidade de dinheiro dentro de sua fronteira e,
fronteira e, portanto, atingido o alvo da conquista portanto, não atingindo o alvo da conquista
mercantilista. É como se esse país fosse o "vendedor" mercantilista. Nesse caso, o país é o cliente e precisa
enquanto os demais países seriam os compradores, desembolsar o dinheiro para pagar o comprador. No final
os" clientes". No final das transações, o dinheiro das transações, ele terá sua quantia total de dinheiro
ficará com o vendedor. diminuída devido à compra adquirida.
Balança comercial favorável: A taxa de exportação deverá ser maior que a de importação, auxiliando a manter as
reservas de ouro no interior das fronteiras de um Estado.
Metalismo (bulionismo): necessidade de acumular metais preciosos (ouro e prata). Os mercantilistas pensavam que
a riqueza de um país era representada pela quantidade de metais preciosos acumulada.
Intervencionismo estatal: forte intervenção do Estado na economia com o intuito de desenvolver a produção
agrícola, comercial e industrial. O Estado passa a adotar medidas de caráter protecionista, ou seja, estimular a
exportação e inibir a importação por meio da imposição de pesadas tarifas alfandegárias.
Monopólios: elemento essencial do protecionismo econômico. O Estado garante o exclusivismo comercial sobre um
determinado produto e/ou uma determinada área.
Por exemplo, D. Manuel decreta o monopólio real do pau-brasil em 1501. Desse modo, cabia ao rei conceder a
permissão necessária para explorar comercialmente a madeira, pois o "direito" sobre a comercialização do Pau- Brasil
cabia apenas a ele.
A árvore Pau-Brasil (Caesalpinia echinata), é uma espécie nativa das florestas tropicais
brasileiras. Presente no bioma da Mata Atlântica, se estende desde o litoral do Rio Grande
do Norte até o Rio de Janeiro. A espécie foi a primeira madeira a ser considerada "de lei" no
Brasil como uma tentativa de impedir que fosse contrabandeada, pois navios espanhóis,
franceses e ingleses aportavam na costa do país durante o período de colonização. O
interesse dos europeus estava em seu alto valor de mercado, uma vez que seu material era
muito utilizado na fabricação de móveis e violinos, assim como na construção civil e naval
pelo seu aspecto ser bem duro e resistente. Além disso, sua coloração avermelhada era
utilizada na tinturaria de roupas e acessórios da nobreza.
Mas o monopólio, sozinho, não era suficiente para garantir a exclusividade na obtenção dos produtos; outros estados
poderiam simplesmente ignorá-lo e contrabandear. Por isso, em função da concorrência na obtenção de especiarias e
metais encontrados nas áreas de exploração comercial, estas áreas tornaram-se colônias, ou seja, foram não somente
exploradas, mas também POVOADAS. A partir de então, trata-se de organizar um sistema produtivo voltando para as
necessidades econômicas da metrópole. Nesse sentido, a colônia atua, ao mesmo tempo, como (1) mercado
consumidor forçado DA metrópole e (2) mercado fornecedor forçado de produtos PARA a metrópole. Essa relação
entre metrópole e colônia foi chamada de "pacto colonial".
IDEOLÓGICAS
Na raiz da expansão marítima que levou à colonização europeia, encontra-se o gosto pela aventura, o projeto de
"cristianização dos infiéis" e a sede de riqueza pelas especiarias e metais de alto valor comercial.
A pintura abaixo, de autoria do brasileiro Victor Meirelles, revela muito sobre a herança do colonizador. No dia 26 de
abril de 1500 era celebrada a primeira Missa daquele que viria a ser o país com o maior número de católicos batizados
no mundo. O evento, ocorrido em 1500, foi retratado pela visão de um artista do século XIX (19). É interessante notar
que mesmo em 1860 (data de finalização da obra), 360 anos após o evento ilustrado, o pintor enfoque na glorificação
da evangelização de populações autóctones pelo branco europeu e cristão. A Missa retratada foi celebrada pelo frei
Henrique Soares de Coimbra, que mais tarde seria feito bispo de Ceuta, cidade no norte da África conquistada pelos
portugueses. Como foi tradição até o século 20, o padre rezava de costas para a congregação. Pedro Álvares Cabral é o
que está ajoelhado, segurando a bandeira com a cruz. Os indígenas, ao redor, são retratados em inocente e infantil
curiosidade. A obra nada mais é do que um retrato fiel da política colonial: a imposição da língua, dos valores e dos
costumes europeus ao indígenas.
A diferença fundamental entre a expansão colonial dos séculos 16 a 17 e o imperialismo dos éculos 19 a 20 é que a
revolução industrial transforma de cabo a rabo a relação entre metrópoles e colônias.
Em sua primeira versão, a expansão colonial se aproximou das colonizações anteriores no sentido de que era
pequena a diferença econômica, militar e técnica entre colonizados e colonizadores, e fraco o intercambio.
Até o século XVIII o consumo dos produtos extra-europeus representava apenas entre 2% e 10% do consumo total
europeu.
Depois, a colonização chegou brutal com os efeitos da revolução industrial. O Imperialismo promoveu profundas
mudanças estruturais.
1
A Primeira Revolução Industrial situou-se entre 1760 e 1850, tendo se restringido à Inglaterra.
Destacou-se pela organização dos trabalhadores na unidade fabril e pelo advento da maquinofatura,
com o surgimento da máquina a vapor, dos teares mecânicos e da máquina de fiar. A principal
indústria do período era a têxtil.
2
A Segunda Revolução Industrial teve início em meados do século XIX e perdurou até a primeira metade
do século XX, quando teve início a Segunda Guerra Mundial. As inovações tecnológicas que surgiram
nesse período (motor à combustão e elétrico; lâmpada incandescente; trens a vapor e ferrovias;
automóveis; navios de aço; telégrafo, telefone e televisão; plásticos, lubrificantes e outros produtos
sintéticos derivados do petróleo) propagaram-se para outros países além da Inglaterra, sendo eles:
Alemanha, França, Bélgica, Itália, Holanda, Japão e Estados Unidos.
3
A Terceira Revolução Industrial aconteceu a partir do final da Segunda Guerra Mundial até
aproximadamente 1980. Ficou conhecida também como Revolução Técnico-Científica, marcada pelo
aprimoramento das telecomunicações, da informática e da robótica, da eletrônica bem como da
biotecnologia. O sistema de organização do trabalho e da produção passou a ser o toyotismo.
4
Identifica-se, por fim, uma Quarta Revolução Industrial, que diz respeito à aceleração das tecnologias
da informação e da comunicação, com destaque para a inteligência artificial, robótica,
nanotecnologias e correlacionados. A chamada Indústria 4.0 foca no aumento da vivência nos espaços
virtuais e na maior integração entre os mundos digital e físico.
ECONÔMICAS
“A política colonial é filha da política industrial. Para os estados ricos, a exportação é uma fator essencial de prosperidade
pública."
Se no colonialismo o capitalismo mercantil era quem ditava as regras do jogo, agora entramos numa nova fase desta
economia chamada de capitalismo industrial. No imperialismo, movido pelo capital da indústria, os monopólios
mercantis são substituídos pela política do livre-mercado. A expansão da industrialização através da Segunda
Revolução Industrial resultou no surgimento de novas demandas nas economias capitalistas. Essencialmente, essas
demandas se resumiam em:
(A) ampliação do mercado consumidor;
(B) busca de novas matérias primas.
Tendo em vista a otimização do processo produtivo viabilizado pela Revolução Industrial, a capacidade de produção de
mercadorias atingiu grandes proporções, tornando-se maior do que a capacidade de consumo da população do países.
Além disso, os próprios inventos da época exigiam uma grande quantidade de matérias primas específicas. que seriam
cultivadas e exploradas por meio da mão de obra dos países subjugados. Desse modo, a saída para não perder os lucros
foi procurar novos mercados e locais para a realização de investimentos.
Em Timtim na África, história em quadrinhos publicada entre 1929 e 1930, produto da mentalidade de um país
colonizador (a Bélgica, no caso), a menção à borracha nos quadrinhos ocorre quando o jovem,, fugindo de um búfalo,
depara-se com uma seringueira. Tintim extrai da árvore a seiva necessária para a confecção do látex formando, em
seguida, uma catapulta para a solução do impasse com o animal em fúria.
DEMOGRÁFICAS
O aumento da expectativa de vida promovido pela Revolução Industrial fez com que a questão demográfica passasse a
ter importância vital na Europa. Diversos governos europeus na américa já estimulavam a emigração rumo à América e
passaram a ver também a colonização da Ásia e da África como uma "válvula de espace" para seus problemas
populacionais. Territórios como Argélia, África do Sul e Austrália passaram a receber grande contingente de imigrantes,
os quais, em alguns destinos (por exemplo, na Austrália) chegaram a ser maior que a população nativa.
ESTRATÉGICAS
Fatores estratégicos contribuíram com a expansão imperialista na medida em que o desenvolvimento do comércio
marítimo internacional e a expansão da navegação a vapor (consumidora em larga escala do carvão) levavam as grandes
potências mundiais a tentar estabelecer postos militares e de abastecimento em locais onde as feitorias se cruzavam e
circulava grande números de navios.
IDEOLÓGICAS
A ocupação dos territórios africanos e asiáticos e o
domínio sobre suas populações eram incorporadas em
em duas expressões. A primeira, utilizada pelos
franceses, consistia numa missão civilizadora, isto é, uma
iniciativa de levar aos povos "atrasados" e "incultos"
daqueles continentes, os grandes avanços da civilização
europeia. A segunda, de origem inglesa, suscitava o
fardo do homem branco, ou seja, sua responsabilidade
em levar o "progresso" moral e científico às sociedades
por eles subjugadas. Tais concepções denotam o
etnocentrismo europeu, ou seja, a certeza sobre a
superioridade de sua cultura (neste caso, a europeia) e a
decorrente convicção de que outras civilizações, por
serem diferentes, são "inferiores".
Britânia, personificação feminina da Grã-Bretanha, carregando uma grande bandeira branca rotulada “Civilização”
(civilization, em inglês) com soldados e colonos britânicos atrás dela, avançando sobre uma horda de nativos, um deles
carregando uma bandeira rotulada “Barbárie” (barbarism).
ÁFRICA
Tendo como ponto de partida os séculos XV (15) ao XIX (19), podemos afirmar que, até então, a África tinha exercido
dois papéis auxiliares no esquema europeu: fornecedora de ouro para pagar as importações de especiarias da Ásia e
supridora de escravos para trabalhar nas plantações americanas. Além disso, sua ocupação se restringia ao litoral do
continente. Já no século XIX (19), a situação se alterou de maneira radical com o processo de roedura, de partilha e da
efetiva colonização do continente africano.
O ponto chave para entendermos como se deu a divisão das novas colônias africanas entre as potências industriais é
a Conferência de Berlim.
Embora esse episódio da história seja conhecido pela "partilha da África", não podemos prontamente entender a
conferência de Berlim como uma partilha do continente africano. Mas, seria um igual equivoco ignorar o fato de que,
em última instância, ela preparava o cenário geral para tal partilha. Assim, a conferência não teria se organizado com
este propósito, mas colocamos a rejeição desta ideia entre parênteses, pois apesar da discordância em se praticar uma
partilha no momento imediato, o futuro é posto como possibilidade.
A Bélgica consolidou seu domínio sobre o imenso território do Congo, situado na África Central, cuja posse era
reivindicada como propriedade pessoal de seu rei, Leopoldo II, desde 1875. A França passou a controlar um grande
território no norte da África e nas fronteiras do Saara Ocidental, enquanto Portugal continuava mantendo o controle
sobre Angola e Moçambique, possessões coloniais desde há muito portuguesas.
A Inglaterra foi a grande beneficiada com a partilha do continente, pois passou a controlar um extenso território, que
incluía, entre outros, o Egito e o vale do rio Nilo (o que lhe garantiria o controle sobre o canal de Suez), a Somália
britânica (e o acesso ao Mar Vermelho), o sul da África (e a ligação Índico-Atlântico, além de imensos depósitos
minerais), a Nigéria (um dos territórios mais populosos da África).
Chama a atenação as reduzidas dimensões dos territórios africanos controlados por Alemanha e Itália. Esses países,
unificados tardiamente, ainda nçaotinham influência política suficiente apa exigir possessões coloniais. Chama a
tenção também a autonomia da Etiópia, reino independente situado na África Oriental, em território montanhoso e
de difícil acesso, que só foi conquistado pelos europeus no século XX.
Para saber +
Um hotentote, uma mulher hotentote, um cafre e,
https://www.youtube.com/watch?v=Ab8SGOVIX1k uma mulher cafre. Aquatinta 1805. Samuel Daniel
(1775-1811).
Cafre ou kafir foi um termo que se tornou ofensivo (especialmente na sua versão inglesa, kaffir) que designa uma
pessoa negra, na África do Sul e outros países africanos. Os termos 'cafar', 'cafre' e 'Cafreria' permaneceram em uso, na
Europa, pelo menos até o final do século XVIII, época em que a expansão dos Boers, iniciada no Cabo, atingiu a região
habitada pelos Xhosa, povo genericamente designado pelos colonizadores como cafre (Kaffir). Assim, as guerras
travadas na atual província sul-africana do Cabo Oriental, entre os colonizadores holandeses (e, depois, britânicos) e os
Xhosa, foram chamadas Guerras Cafres (1779 - 1879).
Na China: o bolo dos reis, e também o dos imperadores. 1898. Meyer, Henri, 1844-1899 [ilustrador]. Michel, P. H.
G. V., fl.1883-1903, francês [gravador]. Na imagem, o bolo representa o império chinês. Os indivíduos ao redor
figuram as potências colonizadoras repartindo o território chinês enquanto o imperador da China, ao fundo,
aparenta desespero.
Indochina (Camboja, Laos e Vietnã)
Domínio francês
Região no sudeste da Ásia que foi colônia francesa entre meados do século 19 e meados do século 20. Ela englobava
três países atuais: o Vietnã, o Laos e o Camboja. O nome Indochina surgiu porque essa região fica justamente
espremida entre duas grandes culturas asiáticas, a indiana (a oeste) e a chinesa (ao norte). Essas duas civilizações
milenares tiveram forte influência sobre a vida e os costumes dos vários reinos que governavam a Indochina antes da
expansão colonial europeia. O domínio francês no território, visando a extração de matérias-primas como a borracha,
estabeleceu-se gradualmente entre 1858 e 1893. No século 20, a região seria palco de vários acontecimentos
polêmicos.
Indonésia
Domínio holandês
Arquipélago formado por um número muito grande de ilhas, a Indonésia tem uma extensão de 5 mil quilômetros. O
primeiro povo europeu a ocupar essas ilhas foram os portugueses, ainda no século XVI. Contudo, no século seguinte,
os holandeses e sua Companhia das Índias Orientais desenvolveram uma exploração agrícola com base no sistema de
plantation.
China
Zonas de influência da Inglaterra, França,
Rúsia, Estados Unidos, Alemanha e Japão
A posição das nações europeias na China, em princípios do século XIX, limitava=se a algumas feitorias em suas costas,
pporém sem nenhuma influência política nem qualquer poderio militar. A China, ao contrário de outros territórios
cobiçados pelas potências colonizadoras, já era um impéroi centralizado desde, pelomenos, o speuclo XIV. Após o
primeiro contato com portugueses no século XVI, os chineses progressivamente passaram a optar pelo isolamento em
relação ao Ocidente.
No entanto, a situação mundial, como vimos, muidara radicamente no século XIX, com a Inglaterra surgindo como a
maior potência do mundo. Em virtude da expansão industrial e da necessidade de expandir o mercado mundial, a
doutirna do liberalismo econômico fazia grandes progressos na capital: era anti-natural para os governos fecharem seu
país à livre-circulação de mercadorias.
O comércio com a China fora durante muito tempo algo de sentido único. Os europeus praticamente nada tinham a
vender em troca das imensas quantidades de seda, de chá e de ruibarbo (erva medicinal empregada como purgativo) que
compravam. Era, portanto, necessário encontrar uma solução para tal situação. Desse modo, a política das potencias
europeias irá se dirigir para a tentativa de penetrar o mercado chinês, controlá-lo e e inverter a situação do comércio,
aumentando as vendas para a China.
OBS.: Mais tarde, novos conflitos envolvendo o comércio ilegal e a atuação de missionários europeus resultaram na
assinatura da França, Rússia e Estados Unidos na China. A partilha do território chinês entre essas potências (e mais
tarde entre a Alemanha e o Japão) acabou por transformar o país em "quintal do mundo".
Para saber +
https://www.360meridianos.com/especial/punhos-
harmoniosos-e-justiceiros-china
Japão
Comércio com os Estados Unidos
Para saber +
https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2016/03/28/era-
meiji-1868-1912-no-japao-reformas-sociais/
O imperialismo norte-americano
Os principais alvos da expansão imperialista norte-americana a aprtir do final do século XIX foram a América Latina
e a Ásia.
A origem das ambições da América Latina pode ser buscada na Doutrina Monroe (1823) e na ideologia do Destino
Manifesto. Durante o governo de Theodore Roosevelt (1858-1919) foi elaborado o Corolário Roosevelt, que
complementava a antiga doutrina: os Estados Unidos não apenas rejeitavam a influência europeia no continente
como também se reservavam o direito de se valer da força para intervir nos países latino-americanos caso seu
interesses fossem ameaçados. Inaugurava-se um período de seguidas intervenções na América Latina,
principalmente na América Central, no México e no Caribe. Essa política ficou conhecida com a "política do grande
porrete" (Big Stick Policy).
A diplomacia do Big Stick se resume na expressão "fale de forma mansa, mas carregue um grande porrete". Esta
política de negociação cuidadosamente mediada ("fala mansa") apoiada pela ameaça de um poderoso militar ("grande
porrete") foi anunciada pelo então presidente dos EUA, Theodore Roosevelt (foto ao lado), em 2 de setembro de
1901.
O Destino Manifesto foi uma doutrina que motivou os
Política do grande porrete. A Grande Frota Branca, um
norte-americanos a expandirem os seus domínios pela
grupo de navios de guerra americanos que percorreu o
América do Norte. Essa doutrina era baseada na crença
mundo em uma demonstração de força pacífica, é o
de que a expansão territorial era vontade divina, sendo
principal exemplo da diplomacia do Big Stick durante a
que o domínio norte-americano não se baseava apenas
presidência de Roosevelt.
na conquista de novas terras, mas envolvia também a
cultura e a religião. O termo foi criado pelo jornalista
John Louis O’Sullivan, em 1845.
Para saber +
https://super.abril.com.br/tecnologia/infografico-
como-funciona-o-canal-do-panama/