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E.E.

Olívia ângela Furlani


HISTÓRIA PROFª. LAURA 1º BIMESTRE

Colonialismo
e
Imperialismo
3ºANO e.m.
COLONIALISMO E IMPERIALISMO
Você já ouviu falar em COLONIALISMO e/ou IMPERIALISMO?

Quando estudamos os livros didáticos do ensino fundamental e


do ensino médio, alguns capítulos trazem como "palavras-chave"
os conceitos de colono, colonizado, colonização e colonialismo.
Por exemplo, no tópico de "História do Brasil", ao investigarmos
o processo sócio histórico de construção da nação brasileira, o
primeiro assunto tratado recai sobre o início da colonização
portuguesa no século XVI (16). Aprendemos quem foram os
colonos - e os colonizados -, qual a relação das metrópoles
europeias para com a colônia brasileira, bem como as práticas e
mentalidades que vieram a caracterizar o colonialismo moderno.
De forma resumida, esta política, predominante entre os séculos
XVI e XVII, consolidou a ocupação e a exploração de territórios
(colônias) na América, na África e na Ásia por países europeus.
Por outro lado, se avançarmos mais alguns capítulos do livro de História, iremos nos deparar com uma espécie de
"nova versão" do colonialismo. Atualizada após os eventos da Independência dos Estados Unidos da América e do
advento da Revolução Industrial, tal versão está incorporada em conceitos como imperialismo, imperialista ou, ainda,
neocolonialismo ("neo" = novo, logo "novo colonialismo"). Nesse sentido, podemos afirmar que o imperialismo dominou
as relações geopolíticas dos séculos XIX (19) e XX (20) com mecanismos inéditos de controle proporcionados pelas
inovações tecnológicas. No entanto, os territórios coloniais sofreram um rearranjo: enquanto antigas colônias da
América1 conquistaram a independência politica de suas respectivas metrópoles, África e Ásia centralizaram os 1
interesse dos colonizadores. Como veremos adiante, a África será "repartida" na Conferência de Berlim ao passo que a
Ásia assistirá à ampliação de territórios coloniais já instalados e ao estabelecimento de zonas de influência sobre o
grande império chinês.

1 Na América do Norte, os EUA conquistam sua independência do Império Britânico em 1789. Por sua vez, o Brasil se torna ex-
colônia do Império Português em 1808. Já os países vizinhos da América Latina, outrora pertencentes ao Império Espanhol,
percorreram um processo de independência entre 1809 a 1829 que resultou na soberania de países como México,
Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina, Chile, entre outros.

"Enquanto um grande homem africano


dorme encostado em uma árvore, vários
países europeus estão fincando suas
bandeiras na África: Inglaterra, Portugal,
Bélgica, Turquia, Itália, Alemanha, Espanha
e França. Ao iniciar o século XX (20), só
restavam dois Estados independentes: a
Etiópia e a Libéria. “The sleeping sickness”
(A doença do sono), de Gordon Ross, 1911,
Biblioteca do Congresso, Estados Unidos."

DOMINGUES, Joelza Ester. “O fardo do Homem Branco”:


exaltação do imperialismo. Blog: Ensinar História. 06 de
agosto de 2020. Disponível em
<https://ensinarhistoria.com.br/o-fardo-do-homem-
branco-exaltacao-do-imperialismo/>.
Qual a relação entre os termos?

Em primeiro lugar, a colonização é um fenômeno que não deve ser dissociado do imperialismo. Afinal, como veremos
com maior profundidade, o imperialismo nada mais é que a política colonial em sua nova versão.
Além do mais, ambos são fundamentais à compreensão da natureza de certas nações. Isto quer dizer que, uma vez
entendidas as formas de dominação política, econômica e cultural implementadas pelas políticas colonialista e
imperialista, torna-se possível visualizar:

A formação (e/ou desaparecimento) de determinadas nações;

Exemplo: Durante o período colonial, para efeitos administrativos, as possessões espanholas na América foram
divididas em quatro vice-reinados. Naquela época, a configuração das fronteiras políticas que separavam um território
do outro, assim como o próprio nome destes territórios, diferia do que conhecemos hoje. Após as guerras de
independência no século XIX, a América Hispânica foi fragmentada em diversos Estados, cujos contornos remetem às
estruturas administrativas implantadas durante o processo de colonização. Assim, o Vice Reino da Nova Granada,
depois de fragmentado em 1819, passou a corresponder aos atuais Panamá, Colômbia, Venezuela e Equador.

A) Mapa da América Latina no século


XVIII (18)

O círculo em vermelho mostra a


dimensão do Vice-Reino da Nova
Granada sob o domínio do Império
Espanhol.
B) Mapa da América Latina no século
XIX (21)

Os círculos em vermelho correspondem


aos nomes atuais dos territórios que
formavam o antigo Vice-Reino da Nova
Granada.

A estrutura econômica
Mesmo com a independência, os países emancipados politicamente (ou seja, aqueles que deixarem o status de colônia,
como o Brasil e outros países da antiga América espanhola) no século XIX (19) detinham uma estrutura parecida com a
das novas colônias da África e da Ásia: exportavam gêneros agrícolas e importavam produtos industrializados.

Exemplo: Para comprar um Iphone 13 no Brasil de 2022, prepare o bolso! Para se ter uma noção, os preços oficiais
do aparelho no país começam em R$ 6.599 no modelo mini, chegando a R$ 15.499 no modelo Pro Max (1TB). Já
nos Estados Unidos, começam em US$ 729, chegando a US$ 1.599 na versão mais cara.
O motivo do alto preço dos produtos da Apple no Brasil
pode ser explicado principalmente por dois fatores:
impostos e câmbio. Aproximadamente 40% do preço de
um iPhone é somente para pagar a carga tributária
cobrada pelo Brasil. São diversos impostos cobrados
como o: IPI, imposto de importação, PIS, Cofins e ICMS.
O segundo motivo é devido ao preço do dólar que está
em alta desde o ano passado. No último ano, o real foi a
moeda que mais desvalorizou no mundo — mais de
40%. Isso significa que o custo de todos os produtos
importados subiram significativamente.

Para saber +
https://exame.com/pop/apple-iphone-
brasil-mais-caro-do-mundo/
A estrutura social
Exemplo: O desfecho do processo de independência na América Latina, por exemplo, não significou a radical
transformação da situação socioeconômica vivida pelas populações latino-americanas. A dependência econômica
em relação às potências capitalistas e a manutenção dos privilégios das elites locais fizeram com que muitos dos
problemas da antiga América Hispânica permanecessem presentes ao longo da História latino-americana.

Foto de funcionários da Ável Investimentos,


credenciada da corretora XP, causou
repercussão negativa pela falta de diversidade
dentro de assessoria digital. Num país que conta
56% de pretos e pardos (segundo classificação
do IBGE) não há um funcionário que deixe de ser
branco. Além disso, só há 5 mulheres na foto,
mesmo elas correspondendo a mais de 50% dos
brasileiros.

Para saber +
https://www.geledes.org.br/a-
supremacia-branca-brasileira-que-
logicas-sustentam-o-arranha-ceu-cheio-
de-brancos/

Estereótipos e preconceitos raciais


Exemplo: As bases do racismo brasileiro se assentam nos quase quatro séculos em que a escravidão africana
vigorou. No decorrer dos períodos colonial e imperial, foi a escravidão que se encarregou de posicionar os negros e
os brancos em mundos diferentes. Com a assinatura da Lei Áurea, em 1888, os brancos criaram mecanismos menos
explícitos do que as senzalas e os grilhões para manter os negros num lugar de subordinação.

Para saber +
https://www.youtube.com/watch?v=4nyGUQJiAdo

Entre outras questões.


Segundo o historiador Marc Ferro, “nunca a herança da colonização pareceu tão marcante como hoje” como o
terrorismo, o racismo, os fluxos migratórios, guerras civis, genocídios e outros dramas cruéis oriundos do período
colonial.

NO ENTANTO, POR MAIS QUE DIALOGUEM E, ATÉ CERTO PONTO, SE COMPLEMENTEM, NÃO DEVEM
SER TRATADOS COMO SINÔNIMOS, OU SEJA, PALAVRAS COM O MESMO SENTIDO. AS MOTIVAÇÕES,
OS TERRITÓRIOS E O CONTEXTO SÓCIO-POLÍTICO-ECONÔMICO APRESENTARAM DIFERENÇAS.

Por isso, para uma visão mais ampla sobre os temas discutidos, é necessário que adentremos, num primeiro momento,
na temática do colonialismo.
Colonialismo
"Colonização" remete à ocupação de uma terra estrangeira, à sua exploração agrícola, à instalação de colonos.
Ao longo da história humana sempre existiram colônias, mas a partir do século XVI (16) essa dinâmica colonizadora
começou a se alterar e intensificar.
Alguns pontos fundamentais:
A história da colonização não se deve iniciar com os grandes descobrimentos ultramarinos, ou seja, com a busca de
um caminho para as Índias. Os descobrimentos deram uma nova dimensão ao fenômenos da colonização, mas o
expansionismo lhe é anterior.

Descoberta do Brasil, 1922. Oscar


Pereira da Silva Óleo sobre tela, c.i.e.
333,00 cm x 190,00 cm. Acervo do
Museu Paulista (São Paulo, SP)

Tradicionalmente, as histórias da
colonização expressam os diferentes
pontos de vista da Metrópole porque
ela é justamente é o prolongamento
dessa metrópole. A história que o
colono escreveu não é a da colônia
saqueada, mas a de sua própria nação.
A colonização europeia da Idade
Moderna não foi a única e nem a
primeira.

Por volta de 750 a.C. os gregos começaram um período de expansão territorial que durou cerca de 250 anos,
estabelecendo colônias em todas as direções. Já no século VII (7), os árabes e os turcos conquistaram o
Mediterrâneo, parte da África Negra e da Ásia Ocidental. Chineses exploraram as costas orientais da África, no
século XV (15), e colonizaram o Tibete. No século passado de nossa era, a Índia colonizou o Sri Lanka, parte da
península indochinesa e o arquipélago de Sonda.

Do mesmo modo que uma colonização diferiu da outra, a resposta das sociedades conquistadas também variou
segundo o seu passado e sua identidade própria.

Considerando o que foi exposto acima


quanto ao alcance da colonização na história
do mundo, e que nosso foco de investigação
será o imperialismo, iremos nos voltar a um
momento específico desta prática
expansionista. A partir de agora, sempre
que nos referirmos a "colonialismo" ou a
"políticas colonialistas", estaremos falando
sobre o chamado COLONIALISMO
MODERNO. Este tipo de colonialismo
ocorreu entre os séculos XVI (16) e XVII (17)
através da expansão portuguesa e
espanhola. num primeiro momento, seguida
pela inglesa, holandesa e francesa nos Embora a divisão "quadripartite" (em 4 partes) da História receba
territórios ultramarinos da África, Ásia e, críticas por se basear em eventos do mundo europeu ocidentalizado,
principalmente, da América. ela ainda é muito utilizada como recurso didático. No entanto, lembre-
se que essa é uma divisão limitada e rasa da narrativa do homem.
COLONIALISMO (SÉCULOS 16 e 17): CAUSAS

POLÍTICAS
Estratégia de expansão como mecanismo de esquecimento para apagar o rastro de derrotas nas histórias das nações
(Desvio de atenção

Política alternativa ou de substituição


PORTUGAL: glorificação e incentivos dos descobrimentos como alternativa para "apagar" a derrota na batalha de
Alcácer Quibir (1578), a maior derrota da história de Portugal, e a unificação da península pela coroa espanhola
(União Ibérica – 1580 a 1640).

derrota portuguesa glória portuguesa

A batalha de Alcácer-Quibir (ou a Batalha dos Três reis), Desembarque de Mem de Sá, Estácio de Sá
norte de Marrocos, 4 de agosto de 1578, do Ward and e Manuel da Nóbrega na Baía de
Locks Ilustrated History of the World, publicado em 1882. A Guanabara. A imagem busca reforçar a
imagem traz um momento da icônica batalha entre as imponência dos conquistadores
tropas portuguesas, comandadas pelo rei D. Sebastião, e o portugueses em terras brasileiras. A pose
sultão do Marrocos. As tropas portuguesas foram destemida dos navegantes em contraste ao
dizimadas. O rei D. Sebastião perdeu a vida no combate e a medo e o receio dos indígenas vão ao
maior parte da nobreza portuguesa foi massacrada; os encontro da imagem que a coroa
sobreviventes caíram prisioneiros dos marroquinos. Note portuguesa objetivava passar.
que, na figura, o protagonismo recai no lado muçulmano,
considerando as vestimentas, as feições e os instrumentos
dos soldados marroquinos.

França: A Terceira República Francesa (regime republicano que vigorou na França entre 1870 e 1940)
quer esquecer a derrota na batalha de Sedan, e a perda da Alsácia-Lorena no finald a guerra Franco-
prussiana. por meio de uma política imperial conquistadora.

derrota francesa

Bismarck (figura central, de branco), político e diplomata prussiano proclama o Império


Alemão no Palácio de Versalhes. O locale, que a proclamação foi celebrada consisntia no
antiigo palácio dos reis da França. por isso, a imagem que retratao evento acima foi
considerada humilhante para a nação francesa.

glória francesa

A França, simbolizada pela mulher com


armadura, é recebida pelas populações
coloniais. Em seu escudo está escrito:
“progresso”, “civilização” e “comércio”.
Capa de livro escolar, ilustração de G.
Dasher, 1900.
ECONÔMICAS
Ascensão do capitalismo mercantil ou comercial. O termo capitalismo mercantil (ou comercial) é usado para indicar
um período da História europeia (séculos 16 ao 18) em que as principais atividades por meio das quais o capital (ou
seja, o dinheiro) se reproduzia eram mercantis. O objetivo era o lucro sobre as mercadorias comercializadas, as quais
eram mediadas por uma economia centrada nas trocas comerciais com o aumento de taxas alfandegárias
(protecionismo) e a busca do superávit (balança comercial favorável).
A política econômica sustentada por esse tipo de capitalismo, seguida pelos estados europeus, ficou conhecida como
mercantilismo.

Mercantilismo
+ EXPORTAÇÕES - IMPORTAÇÕES
Se um país possuir, em termos de valor, um superávit Se um país possuir, em termos de valor, um déficit de
de exportações sobre as importações, terá exportações sobre as importações, terá diminuído a
aumentado a quantia de dinheiro dentro de sua quantidade de dinheiro dentro de sua fronteira e,
fronteira e, portanto, atingido o alvo da conquista portanto, não atingindo o alvo da conquista
mercantilista. É como se esse país fosse o "vendedor" mercantilista. Nesse caso, o país é o cliente e precisa
enquanto os demais países seriam os compradores, desembolsar o dinheiro para pagar o comprador. No final
os" clientes". No final das transações, o dinheiro das transações, ele terá sua quantia total de dinheiro
ficará com o vendedor. diminuída devido à compra adquirida.

Balança comercial favorável: A taxa de exportação deverá ser maior que a de importação, auxiliando a manter as
reservas de ouro no interior das fronteiras de um Estado.
Metalismo (bulionismo): necessidade de acumular metais preciosos (ouro e prata). Os mercantilistas pensavam que
a riqueza de um país era representada pela quantidade de metais preciosos acumulada.

Intervencionismo estatal: forte intervenção do Estado na economia com o intuito de desenvolver a produção
agrícola, comercial e industrial. O Estado passa a adotar medidas de caráter protecionista, ou seja, estimular a
exportação e inibir a importação por meio da imposição de pesadas tarifas alfandegárias.
Monopólios: elemento essencial do protecionismo econômico. O Estado garante o exclusivismo comercial sobre um
determinado produto e/ou uma determinada área.

Por exemplo, D. Manuel decreta o monopólio real do pau-brasil em 1501. Desse modo, cabia ao rei conceder a
permissão necessária para explorar comercialmente a madeira, pois o "direito" sobre a comercialização do Pau- Brasil
cabia apenas a ele.

A árvore Pau-Brasil (Caesalpinia echinata), é uma espécie nativa das florestas tropicais
brasileiras. Presente no bioma da Mata Atlântica, se estende desde o litoral do Rio Grande
do Norte até o Rio de Janeiro. A espécie foi a primeira madeira a ser considerada "de lei" no
Brasil como uma tentativa de impedir que fosse contrabandeada, pois navios espanhóis,
franceses e ingleses aportavam na costa do país durante o período de colonização. O
interesse dos europeus estava em seu alto valor de mercado, uma vez que seu material era
muito utilizado na fabricação de móveis e violinos, assim como na construção civil e naval
pelo seu aspecto ser bem duro e resistente. Além disso, sua coloração avermelhada era
utilizada na tinturaria de roupas e acessórios da nobreza.
Mas o monopólio, sozinho, não era suficiente para garantir a exclusividade na obtenção dos produtos; outros estados
poderiam simplesmente ignorá-lo e contrabandear. Por isso, em função da concorrência na obtenção de especiarias e
metais encontrados nas áreas de exploração comercial, estas áreas tornaram-se colônias, ou seja, foram não somente
exploradas, mas também POVOADAS. A partir de então, trata-se de organizar um sistema produtivo voltando para as
necessidades econômicas da metrópole. Nesse sentido, a colônia atua, ao mesmo tempo, como (1) mercado
consumidor forçado DA metrópole e (2) mercado fornecedor forçado de produtos PARA a metrópole. Essa relação
entre metrópole e colônia foi chamada de "pacto colonial".

Matérias primas, produtos tropicais e metais preciosos

Metrópole Pacto colonial Colônia


Monopólio/exclusividade

Produtos manufaturados e escravizados

IDEOLÓGICAS
Na raiz da expansão marítima que levou à colonização europeia, encontra-se o gosto pela aventura, o projeto de
"cristianização dos infiéis" e a sede de riqueza pelas especiarias e metais de alto valor comercial.
A pintura abaixo, de autoria do brasileiro Victor Meirelles, revela muito sobre a herança do colonizador. No dia 26 de
abril de 1500 era celebrada a primeira Missa daquele que viria a ser o país com o maior número de católicos batizados
no mundo. O evento, ocorrido em 1500, foi retratado pela visão de um artista do século XIX (19). É interessante notar
que mesmo em 1860 (data de finalização da obra), 360 anos após o evento ilustrado, o pintor enfoque na glorificação
da evangelização de populações autóctones pelo branco europeu e cristão. A Missa retratada foi celebrada pelo frei
Henrique Soares de Coimbra, que mais tarde seria feito bispo de Ceuta, cidade no norte da África conquistada pelos
portugueses. Como foi tradição até o século 20, o padre rezava de costas para a congregação. Pedro Álvares Cabral é o
que está ajoelhado, segurando a bandeira com a cruz. Os indígenas, ao redor, são retratados em inocente e infantil
curiosidade. A obra nada mais é do que um retrato fiel da política colonial: a imposição da língua, dos valores e dos
costumes europeus ao indígenas.

Primeira Missa no Brasil, 1860


Victor Meirelles
Óleo sobre tela
356,00 cm x 268,00 cm
Imperialismo
“Civilizar, colonizar, irradiar sua cultura, propagar-se, tais são os primeiros impulsos do imperialismo” nas palavras do
historiador francês Marc Ferro.
O termo que nomeia o fenômeno da força de reprodução de um povo pelos espaços possui raízes antigas. Cunhado
originalmente na língua latina, imperius significava o “poder supremo” em Roma. No entanto, o período histórico que
nos interessa reside no IMPERIALISMO COLONIAL cuja fase inicial tem como marco a Conferência de Berlim (1884).
A "era do imperialismo" que iremos estudar se deu durante
os séculos XIX (19) e XX (20). Nela, reencontramos
comportamentos que reproduzem os da época das grandes
conquistas coloniais dos séculos XVI (16) e XVII (17).
Entretanto, a partir de 1870, o sentimento geral é de que
uma nova era começou. Daí o argumento de o imperialismo
ser a política colonial moderna em sua nova versão.
Uma caricatura de Otto von Bismarck (em pé, com a faca
na mão) na Conferência de Berlim de 1884, muitas vezes
tomada como o ponto de partida da Corrida pela África.
Bismarck foi o estadista mais importante da Alemanha do
século 19 e o responsável pela organização da
conferência mencionada.

Qual a diferença entre Colonialismo e Imperialismo?

A diferença fundamental entre a expansão colonial dos séculos 16 a 17 e o imperialismo dos éculos 19 a 20 é que a
revolução industrial transforma de cabo a rabo a relação entre metrópoles e colônias.

Em sua primeira versão, a expansão colonial se aproximou das colonizações anteriores no sentido de que era
pequena a diferença econômica, militar e técnica entre colonizados e colonizadores, e fraco o intercambio.

Até o século XVIII o consumo dos produtos extra-europeus representava apenas entre 2% e 10% do consumo total
europeu.

Depois, a colonização chegou brutal com os efeitos da revolução industrial. O Imperialismo promoveu profundas
mudanças estruturais.

Um pouco sobre a Revolução Industrial...


A Revolução Industrial consistiu no advento de novas tecnologias destinadas à produção e em métodos produtivos
que resultaram em transformações profundas na estrutura econômica, social e até mesmo política, inicialmente, na
Inglaterra, no século XVIII, e atingindo outros países a partir da segunda metade do século XIX.
Ela pode ser dividida em fases:

1
A Primeira Revolução Industrial situou-se entre 1760 e 1850, tendo se restringido à Inglaterra.
Destacou-se pela organização dos trabalhadores na unidade fabril e pelo advento da maquinofatura,
com o surgimento da máquina a vapor, dos teares mecânicos e da máquina de fiar. A principal
indústria do período era a têxtil.
2
A Segunda Revolução Industrial teve início em meados do século XIX e perdurou até a primeira metade
do século XX, quando teve início a Segunda Guerra Mundial. As inovações tecnológicas que surgiram
nesse período (motor à combustão e elétrico; lâmpada incandescente; trens a vapor e ferrovias;
automóveis; navios de aço; telégrafo, telefone e televisão; plásticos, lubrificantes e outros produtos
sintéticos derivados do petróleo) propagaram-se para outros países além da Inglaterra, sendo eles:
Alemanha, França, Bélgica, Itália, Holanda, Japão e Estados Unidos.

3
A Terceira Revolução Industrial aconteceu a partir do final da Segunda Guerra Mundial até
aproximadamente 1980. Ficou conhecida também como Revolução Técnico-Científica, marcada pelo
aprimoramento das telecomunicações, da informática e da robótica, da eletrônica bem como da
biotecnologia. O sistema de organização do trabalho e da produção passou a ser o toyotismo.

4
Identifica-se, por fim, uma Quarta Revolução Industrial, que diz respeito à aceleração das tecnologias
da informação e da comunicação, com destaque para a inteligência artificial, robótica,
nanotecnologias e correlacionados. A chamada Indústria 4.0 foca no aumento da vivência nos espaços
virtuais e na maior integração entre os mundos digital e físico.

IMPERIALISMO (SÉCULOS 18 e 19): CAUSAS

ECONÔMICAS

“A política colonial é filha da política industrial. Para os estados ricos, a exportação é uma fator essencial de prosperidade
pública."
Se no colonialismo o capitalismo mercantil era quem ditava as regras do jogo, agora entramos numa nova fase desta
economia chamada de capitalismo industrial. No imperialismo, movido pelo capital da indústria, os monopólios
mercantis são substituídos pela política do livre-mercado. A expansão da industrialização através da Segunda
Revolução Industrial resultou no surgimento de novas demandas nas economias capitalistas. Essencialmente, essas
demandas se resumiam em:
(A) ampliação do mercado consumidor;
(B) busca de novas matérias primas.

Tendo em vista a otimização do processo produtivo viabilizado pela Revolução Industrial, a capacidade de produção de
mercadorias atingiu grandes proporções, tornando-se maior do que a capacidade de consumo da população do países.
Além disso, os próprios inventos da época exigiam uma grande quantidade de matérias primas específicas. que seriam
cultivadas e exploradas por meio da mão de obra dos países subjugados. Desse modo, a saída para não perder os lucros
foi procurar novos mercados e locais para a realização de investimentos.

Exemplo: Com a Revolução


Industrial e o advento dos
automóveis, dentre outras
tecnologias, era vital a fabricação de
rodas. O demógrafo (estudioso dos
fenômenos populacionais) John
Charles Caldwell comenta a
respeito: “O desenvolvimento da
bicicleta de pneus, nos últimos anos
da década de 1880, e do automóvel
com rodas pneumáticas, na década
seguinte, ocasionou enorme
demanda de borracha."

Em Timtim na África, história em quadrinhos publicada entre 1929 e 1930, produto da mentalidade de um país
colonizador (a Bélgica, no caso), a menção à borracha nos quadrinhos ocorre quando o jovem,, fugindo de um búfalo,
depara-se com uma seringueira. Tintim extrai da árvore a seiva necessária para a confecção do látex formando, em
seguida, uma catapulta para a solução do impasse com o animal em fúria.

As ferrovias movidas a vapor constituem


mais um aparato resultante dos avanços da
industrialização. Ao contrário das nações
ricas, onde as ferrovias foram construídas
de maneira a integrar seus territórios, as
ferrovias estabelecidas nos países
explorados tiveram sua estrutura projetada
para interligar as áreas produtoras de
matérias-primas em direção dos portos,
para facilitar o escoamento desses
produtos.

Os europeus tinham possessões na África e na Ásia desde os séculos XV e XVI, mas


estas limitavam-se às suas costas; O interior desses continentes era um grande
desconhecido para eles. No entanto, à medida que se dinamizava a economia capitalista,
com a aceleração cada vez maior do processo de reprodução do capital, fazia-se
necessário o estabelecimento de novas áreas para a sua aplicação. A República
Democrática do Congo - anteriormente nominada Estado Livre do Congo (que de "livre" não
tinha nada!) - local onde o personagem tem suas aventuras, foi um território africano
ocupado por essas lógica exploratória.

O país preenchido em verde demarca a Bélgica, país do norte europeu. Já em laranja


temos a República Democrática do Congo belga, dominada pelos belgas entre o final
do século XIX (19)
Antes da Conferência de Berlim (1884),
apenas a costa da África era explorada. Isso
nos leva à seguinte questão: por que a África
não foi facilmente ocupada no século XVI
(16)? A literatura disponível levanta questões
climáticas, de topografia, de dificuldade de
navegação nos rios, de doenças. Deve-se
observar que nos séculos XVI (16) e XVII (17)
os europeus enfrentaram muitas revoltas no
interior africano. Nos outros continentes os
europeus também enfrentaram revoltas, mas
as superaram. Atrás da faixa litorânea da
África Ocidental havia uma série de Estados
poderosos com exércitos bem organizados, e
os europeus não tinham ainda a superioridade
militar que teriam mais tarde. Até o século
XIX os europeus ainda seriam derrotados por
zulus, abissínios, ashantis entre outros.

Apesar dos inúmeros insucessos, os europeus mantinham-se agarrados em pontos do


litoral africano. E nesse litoral, africanos forneciam aos europeus o que estes queriam
comprar, incluindo-se aqui escravos, Porém, como vemos no segundo mapa, as áreas
dominadas apresentaram uma drástica mudança. A questão do porquê os europeus
passaram a se envolver na conquista formal da África não é uma tarefa simples. As
causas político-econômicas, estratégicas e demográficas aqui apontadas são fatores
fundamentais à compreensão, mais há ainda um outro detalha crucial: as tentativas e
viagens feitas por mercadores e aventureiros. A fase dos descobrimentos e dos
pioneiros - como Pierre Savorgnan de Brazza Brazza e Henry Morton Stanley -
precedeu aos governos que os substituíram.

Na imagem ao lado, Henry Morton Stanley (1841-1904) ao


lado do seu criado africano Kalulu em 1872. Stanley foi um
jornalista que se tornou famoso pela sua viagem através da
África em busca do explorador britânico David Livingstone e
pelo seu papel na criação do Estado Livre do Congo. Logo
abaixo, uma cena de "Tintim na África", Repare como Tintim
assume o papel do colonizador aventureiro e trata ao menino
Coco como seu criado.

DEMOGRÁFICAS
O aumento da expectativa de vida promovido pela Revolução Industrial fez com que a questão demográfica passasse a
ter importância vital na Europa. Diversos governos europeus na américa já estimulavam a emigração rumo à América e
passaram a ver também a colonização da Ásia e da África como uma "válvula de espace" para seus problemas
populacionais. Territórios como Argélia, África do Sul e Austrália passaram a receber grande contingente de imigrantes,
os quais, em alguns destinos (por exemplo, na Austrália) chegaram a ser maior que a população nativa.

ESTRATÉGICAS
Fatores estratégicos contribuíram com a expansão imperialista na medida em que o desenvolvimento do comércio
marítimo internacional e a expansão da navegação a vapor (consumidora em larga escala do carvão) levavam as grandes
potências mundiais a tentar estabelecer postos militares e de abastecimento em locais onde as feitorias se cruzavam e
circulava grande números de navios.
IDEOLÓGICAS
A ocupação dos territórios africanos e asiáticos e o
domínio sobre suas populações eram incorporadas em
em duas expressões. A primeira, utilizada pelos
franceses, consistia numa missão civilizadora, isto é, uma
iniciativa de levar aos povos "atrasados" e "incultos"
daqueles continentes, os grandes avanços da civilização
europeia. A segunda, de origem inglesa, suscitava o
fardo do homem branco, ou seja, sua responsabilidade
em levar o "progresso" moral e científico às sociedades
por eles subjugadas. Tais concepções denotam o
etnocentrismo europeu, ou seja, a certeza sobre a
superioridade de sua cultura (neste caso, a europeia) e a
decorrente convicção de que outras civilizações, por
serem diferentes, são "inferiores".

Britânia, personificação feminina da Grã-Bretanha, carregando uma grande bandeira branca rotulada “Civilização”
(civilization, em inglês) com soldados e colonos britânicos atrás dela, avançando sobre uma horda de nativos, um deles
carregando uma bandeira rotulada “Barbárie” (barbarism).

Outro ponto importante ao entendimento tema diz respeito ao racismo científico. A


ciência, atrelada aos avanços tecnológicos, auxiliou o discurso de dominação da Europa
em relação aos povos afro-asiáticos. A novidade no século XIX (19), foi a criação de uma
concepção de raça como um atributo biológico e cientificamente “legítimo”. A ciência
amparando a noção de raça criou critérios morfológicos, como cor de pele, formato do
nariz e crânio, para biologicamente justificar uma inferioridade característica em
determinadas raças. Foi o caso de teorias de Francis Galton (eugenia) e das concepções
de raça hierarquizadas, ainda no século XVIII (18), por Carl Von Linnè.
Paralelamente, o filósofo inglês Herbert Spencer desenvolveu o darwinismo social.
Utilizando parâmetros da teoria darwinista aos fenômenos sociais, o darwinismo social
justificava a vitória do mais “forte” sobre o mais “fraco” – como uma “seleção natural”. De
acordo com essa teoria, as sociedades e as nações se encontravam em luta e, no futuro,
apenas os mais adaptadas iriam sobreviver, ao passo que os inferiores seriam dominados
ou eliminados.
A presença de missionários católicos nas terras de Moçambique data do século XVI (16), mas a grande corrida para
salvar as almas negras, na linguagem dos próprios missionários, se deu nos finais do século XIX (19) e nas primeiras
décadas do século XX. A partir das evidências apontadas em alguns relatórios missionários, nota-se que os africanos
deveriam ser catequizados, principalmente, para retirá-los de seu estágio de “inferioridade” e transformá-los,
através da fé, em homens e mulheres civilizados. Conquistar corpos e almas negras era a tarefa das muitas missões
católicas e protestantes espalhadas pelo território de Moçambique. Salvar os africanos, segundo visões e imagens da
época, de sua indolência, preguiça, de sua condição animalesca, de costumes pagãos e supersticiosos era o objetivo
dos missionários não apenas católicos, mas, também, protestantes de várias nacionalidades.

Em "Timtim" há uma passagem sobre


as missões na África. Note como a
escola, que deveria ser uma instituição
laica (aquela que não adota uma
religião oficial e não proíbe ou
privilegia qualquer tipo de
manifestação religiosa) está
diretamente subordinada à crença
religiosa cristã, representada pelo
missionário e seu crucifixo.
Imperialismo na África e na Ásia
O domínio imperialista se fazia través da conquista militar seguida do estabelecimento de uma administração
metropolitana no território dominado. Sempre que possível, a potência colonizadora buscava atrair o apoio das elites
locais ou mesmo criar um corpo de funcionários nativos, fiéis à autoridade da metrópole. Dessa forma, garantia-se que a
exploração econômica da colônia se daria com as necessidades do capitalismo industrial. No entanto, cada continente
colonizado apresenta suas próprias particularides.

ÁFRICA
Tendo como ponto de partida os séculos XV (15) ao XIX (19), podemos afirmar que, até então, a África tinha exercido
dois papéis auxiliares no esquema europeu: fornecedora de ouro para pagar as importações de especiarias da Ásia e
supridora de escravos para trabalhar nas plantações americanas. Além disso, sua ocupação se restringia ao litoral do
continente. Já no século XIX (19), a situação se alterou de maneira radical com o processo de roedura, de partilha e da
efetiva colonização do continente africano.
O ponto chave para entendermos como se deu a divisão das novas colônias africanas entre as potências industriais é
a Conferência de Berlim.

Conferência de Berlim (5 de novembro de 1884 a 26 de fevereiro de 1885)


Elaborada dentro de pouco mais de três meses, a conferência reuniu quatorze países com ambições coloniais. Este
evento constituiu o marco fundamental da corrida colonialista. A pretensão por trás era dominar os territórios
africanos considerados estratégicos à exploração financeira de recursos naturais e humanos. Para tanto o documento
final dispôs resoluções sobre os Rios Níger e Congo, principais eixos de escoamento de produtos no interior, em prol
de um comércio livre entre as nações signatárias. Os argumentos se pautavam na justificativa de civilizar certas regiões
indígenas e na importância da indústria e do comércio.

Embora esse episódio da história seja conhecido pela "partilha da África", não podemos prontamente entender a
conferência de Berlim como uma partilha do continente africano. Mas, seria um igual equivoco ignorar o fato de que,
em última instância, ela preparava o cenário geral para tal partilha. Assim, a conferência não teria se organizado com
este propósito, mas colocamos a rejeição desta ideia entre parênteses, pois apesar da discordância em se praticar uma
partilha no momento imediato, o futuro é posto como possibilidade.

A ata da conferência se deu na capital do


Império Alemão em 26 de fevereiro de
1885, 3 contou com a assinatura de
representantes europeus, bem como da
Ásia e da América, num total de 14
potências signatárias, das quais França,
Alemanha, Áustria-Hungria, Bélgica,
Dinamarca, Espanha, Grã Bretanha, Países
Baixos, Itália, Portugal, Rússia, Suécia-
Noruega, Turquia (Império Otomano) e
Estados Unidos da América.

The Berlin Conference discussing the issue of


Congo, Germany, illustration by Tilly from
L'Illustration, Journal Universel, No 2181,
Volume LXXXIV, December 13, 1884. DeA /
Veneranda Biblioteca Ambrosiana, Milan
Repare como os Rios Níger e Congo dão acesso ao litoral da costa ocidental. Isso facilitava o transporte dos
produtos explorados na África. Assim, as zonas ao redor dos rios e seus afluentes eram de extrema importância.

A Bélgica consolidou seu domínio sobre o imenso território do Congo, situado na África Central, cuja posse era
reivindicada como propriedade pessoal de seu rei, Leopoldo II, desde 1875. A França passou a controlar um grande
território no norte da África e nas fronteiras do Saara Ocidental, enquanto Portugal continuava mantendo o controle
sobre Angola e Moçambique, possessões coloniais desde há muito portuguesas.
A Inglaterra foi a grande beneficiada com a partilha do continente, pois passou a controlar um extenso território, que
incluía, entre outros, o Egito e o vale do rio Nilo (o que lhe garantiria o controle sobre o canal de Suez), a Somália
britânica (e o acesso ao Mar Vermelho), o sul da África (e a ligação Índico-Atlântico, além de imensos depósitos
minerais), a Nigéria (um dos territórios mais populosos da África).
Chama a atenação as reduzidas dimensões dos territórios africanos controlados por Alemanha e Itália. Esses países,
unificados tardiamente, ainda nçaotinham influência política suficiente apa exigir possessões coloniais. Chama a
tenção também a autonomia da Etiópia, reino independente situado na África Oriental, em território montanhoso e
de difícil acesso, que só foi conquistado pelos europeus no século XX.

Guerra dos bôeres (1899-1902)


Considera-se que uma das mais importantes disputas
coloniais da história da partilha da África foi a Guerra dos
Bôeres, na África do Sul. A primeira ocupação efetiva da
região foi dos colonos originários dos Países Baixos,
Dinamarca e Alemanha. Em 1652, a Companhia Holandesa
das Índias Orientais fundou um assentamento no cabo da
Boa Esperança, na extremidade sul da África. A companhia
incentivou agricultores holandeses, conhecidos como
bôeres, e a fixar-se na região. Os bôeres faziam uso de mão
de obra escrava. Em meio ao avanço dos colonizadores,
entre os séculos XVII (17) e XVIII (18), os povos nativos da
região (boxímanes/bosquímanos e hotetontes) foram sendo
dizimados. Bosquímanos Hotentotes armados para uma
expedição 1804. Samuel Daniell (1775-1811).
Coissã ou coisã (khoisan) é a designação unificadora de
dois grupos étnicos do sudoeste de África que partilham
algumas características físicas e linguísticas distintas da
maioria Bantu da África. Esses dois grupos são os sãs,
também conhecidos por bosquímanos ou boximanes,
caçadores-coletores, e os cóis, pastores que foram
chamados "hotentotes" pelos colonizadores europeus.
Aparentemente, estes povos têm uma longa história,
estimada em vários milhares de anos, mas agora estão
reduzidos a pequenas populações, localizadas
principalmente no deserto do Kalahari, na Namíbia, mas
também no Botsuana, em Angola e no deserto do Karoo.

Para saber +
Um hotentote, uma mulher hotentote, um cafre e,
https://www.youtube.com/watch?v=Ab8SGOVIX1k uma mulher cafre. Aquatinta 1805. Samuel Daniel
(1775-1811).
Cafre ou kafir foi um termo que se tornou ofensivo (especialmente na sua versão inglesa, kaffir) que designa uma
pessoa negra, na África do Sul e outros países africanos. Os termos 'cafar', 'cafre' e 'Cafreria' permaneceram em uso, na
Europa, pelo menos até o final do século XVIII, época em que a expansão dos Boers, iniciada no Cabo, atingiu a região
habitada pelos Xhosa, povo genericamente designado pelos colonizadores como cafre (Kaffir). Assim, as guerras
travadas na atual província sul-africana do Cabo Oriental, entre os colonizadores holandeses (e, depois, britânicos) e os
Xhosa, foram chamadas Guerras Cafres (1779 - 1879).

Soldados representando três gerações de


Soldados holandeses na Guerra dos Bôeres.
combatentes na Guerra dos Bôeres, África do Sul.

Desde o fim das Guerras Napoleônica (1814), o controle inglês sobre a


África do Sul havia passado ao domínio inglês. A Grã-Bretanha passou
a dominar a região do cabo em 1806 e fundou colônias ali. Os
britânicos aboliram a escravidão por volta de 1833. Insatisfeitos com o
domínio britânico somado à extinção do trabalho escravo, cerca de 12
mil bôeres foram para o interior do país e fundaram duas repúblicas
próprias, chamadas Transvaal e Orange.
Em 1867, com a descoberta de diamantes na região, os ingleses foram
atraídos para as repúblicasbôeres independentes. As sucessivas
migrações de súditos da Coroa britânica em direação às repúblicas
bôeres veio a resultar no conflito entre bôeres (também chamados de
afrikanders) e ingleses (uitlanders). A guerra teve como resultado a
vitória dos ingleses, que anexaram o Orange e o Transvaal aos seus
domínios sul-africanos, formando em 1910 a União Sul- Africana.
Para saber +
https://www.youtube.com/watch?
v=t-xUq5NRpQE
Mapa político da África (2014)
ÁSIA
A partilha da Ásia diferiu em muitos aspectos distintos da África. As
potências não negociaram, como fizeram coma África na conferência
de Berlim. Nesse caso predominaram os interesses dos colonizadores já
instalados em ampliar os seus territórios coloniais (como o caso da
Inglaterra, que iniciou a ocupação da índia em 1763, e da Holanda, que
começou a se instalar nas Índias Orientais a partir de 1605). Houve
espaço também para novas iniciativas isoladas (por exemplo, o
estabelecimento francês no sudeste asiático a partir de 1858) e
estabelecimento de zonas de influência sobre o grande império chinês.
Portanto, podemos afirmar que partilha da Ásia deu-se na:
divisão em áreas de influência econômica na China;
ocupação efetiva na índia (ingleses) e na Indochina (franceses).

As grandes potências imperialistas na Ásia serão a Inglaterra, a França e


a Rússia, seguidas pela Alemanha e pelo Japão.

Na China: o bolo dos reis, e também o dos imperadores. 1898. Meyer, Henri, 1844-1899 [ilustrador]. Michel, P. H.
G. V., fl.1883-1903, francês [gravador]. Na imagem, o bolo representa o império chinês. Os indivíduos ao redor
figuram as potências colonizadoras repartindo o território chinês enquanto o imperador da China, ao fundo,
aparenta desespero.
Indochina (Camboja, Laos e Vietnã)
Domínio francês

Região no sudeste da Ásia que foi colônia francesa entre meados do século 19 e meados do século 20. Ela englobava
três países atuais: o Vietnã, o Laos e o Camboja. O nome Indochina surgiu porque essa região fica justamente
espremida entre duas grandes culturas asiáticas, a indiana (a oeste) e a chinesa (ao norte). Essas duas civilizações
milenares tiveram forte influência sobre a vida e os costumes dos vários reinos que governavam a Indochina antes da
expansão colonial europeia. O domínio francês no território, visando a extração de matérias-primas como a borracha,
estabeleceu-se gradualmente entre 1858 e 1893. No século 20, a região seria palco de vários acontecimentos
polêmicos.

Indonésia
Domínio holandês

Arquipélago formado por um número muito grande de ilhas, a Indonésia tem uma extensão de 5 mil quilômetros. O
primeiro povo europeu a ocupar essas ilhas foram os portugueses, ainda no século XVI. Contudo, no século seguinte,
os holandeses e sua Companhia das Índias Orientais desenvolveram uma exploração agrícola com base no sistema de
plantation.

China
Zonas de influência da Inglaterra, França,
Rúsia, Estados Unidos, Alemanha e Japão

A posição das nações europeias na China, em princípios do século XIX, limitava=se a algumas feitorias em suas costas,
pporém sem nenhuma influência política nem qualquer poderio militar. A China, ao contrário de outros territórios
cobiçados pelas potências colonizadoras, já era um impéroi centralizado desde, pelomenos, o speuclo XIV. Após o

primeiro contato com portugueses no século XVI, os chineses progressivamente passaram a optar pelo isolamento em
relação ao Ocidente.
No entanto, a situação mundial, como vimos, muidara radicamente no século XIX, com a Inglaterra surgindo como a
maior potência do mundo. Em virtude da expansão industrial e da necessidade de expandir o mercado mundial, a
doutirna do liberalismo econômico fazia grandes progressos na capital: era anti-natural para os governos fecharem seu
país à livre-circulação de mercadorias.
O comércio com a China fora durante muito tempo algo de sentido único. Os europeus praticamente nada tinham a
vender em troca das imensas quantidades de seda, de chá e de ruibarbo (erva medicinal empregada como purgativo) que
compravam. Era, portanto, necessário encontrar uma solução para tal situação. Desse modo, a política das potencias
europeias irá se dirigir para a tentativa de penetrar o mercado chinês, controlá-lo e e inverter a situação do comércio,
aumentando as vendas para a China.

Guerra do ópio (1840-1842)


No período, a China e a Índia eram os principais alvos dos
comerciantes e empresários europeus, pois as matérias primas e o
mercado consumidor desses territórios existiam em grandes
quantidades. Enquanto os britânicos conseguiam entrar na Índia
com certa facilidade – em termos comerciais –, a China vinha
sendo uma pedra na bota da Rainha. Não havia interesse em
produtos europeus ou no livre comércio, e ambos eram visto como
ameaças desnecessárias.

Armazém britânico de ópio.


O único produto inglês que criou mercado na China era o ópio
produzido nas Índias Britânicas. Além de gerar dependência
química, o entorpecente tem um efeito relaxante muito
atraente. Por isso, na década de 1830, o produto tornou-se
popular no país, o que fazia a Inglaterra lucrar
exorbitantemente. Por isso, a venda do mesmo foi proibida.
O estopim da guerra envolveu um programa desenvolvido pelo
Imperador Daoguang de confisco nos portos chineses. Em uma
dessas batidas da guarda chinesa, um dos enviados do
Imperador foi assassinado por marinheiros britânicos sob
efeitos do ópio. Como resposta, o Imperador expulsou os
britânicos do porto, que tiveram que retornar para a ilha
europeia. Daoguang também apresou a carga de ópio de
diversos navio singleses em Cantão, destruindo publicamente
20 mil caixas da mercadoria. mandou destruir toda a carga de Muitas substâncias com grande atividade
ópio que havia. farmacológica podem ser extraídas de uma planta
Esse incidente serviu de pretexto para a Inglaterra declarar chamada Papaver somniferum, conhecida
guerra à China. Quando os barcos britânicos chegaram em popularmente com o nome de papoula do oriente.
Londres, o governo ficou sabendo da atitude do mandatário Ao se fazer cortes na cápsula da papoula, quando
chinês e declarou guerra. Então, enviou uma frota bem ainda verde, obtém-se um suco leitoso, o ópio (a
equipada de navios para tomarem os portos chineses, palavra ópio em grego quer dizer suco).
forçarem a entrada do ópio no território asiático e Quando seco este suco passa a se chamar pó de
dominassem parte do território. Como a China era ópio. Nele existem várias substâncias com grande
militarmente inferior ao Império Britânico, o resultado foi a atividade. A mais conhecida é a morfina, palavra
derrota e a colonização da China, marcadas pelo Tratado de que vem do deus da mitologia grega Morfeu, o
Nanquim. O tratado estabeleceu a abertura de cinco portos deus dos sonhos.
chineses para o livre comércio, além da entrega da ilha de
Hong Kong para a Inglaterra, que a transformou em colônia.

OBS.: Mais tarde, novos conflitos envolvendo o comércio ilegal e a atuação de missionários europeus resultaram na
assinatura da França, Rússia e Estados Unidos na China. A partilha do território chinês entre essas potências (e mais
tarde entre a Alemanha e o Japão) acabou por transformar o país em "quintal do mundo".

Revolta dos boxers (1900-1901)


Revolta de caráter nacionalista contra a dominação ocidental na
China. A expansão do nacionalismo chinês diante das crescentes
humilhações impostas ao país desde o Tratado de Nanquim (1842),
resultou na organizações de grupos antiocidentais e anticristãos,
dentre os quais a "Sociedade dos Punhos Harmoniosos e Justiceiros".
Aquilo que os ocidentais chamavam de Boxers eram, na realidade,
uma variedade de sociedades secretas nascentes cujos membros
praticavam kung fu, conhecido como "boxe chinês". Eles utilizavam

roupas e turbantes vermelhos, brancos e amarelos e por conta de sua


crença usavam apenas armas chinesas tradicionais como lanças,
espadas, escudos de vime, mosquetes de fósforos dentre outras.
A imagem dos Punhos Harmoniosos e Justiceiros se tornou um
sinônimo para os combatentes do oriente, em que lutadores de
kung fu fogem de balas e vencem confrontos apenas com armas
brancas. Numa charge de W. A. Rogers, publicada pelo New York
Times em junho de 1900, o Tio Sam usa dois navios de guerra
como luvas de boxe, para enfrentar um (assustado) guerreiro
chinês, que se defendia com uma espada.
Em junho de 1900, simpatizantes do movimento, com o apoio de tropas
do exército imperial chinês, atacaram estabelecimentos estrangeiros. O
movimento se espalhou rapidamente pelo norte da China. Diante dessa
situação, um exército internacional, a Aliança das Oito Nações (composta
de tropas inglesas, francesas, alemãs, italiana, austríacas, russas e
estadunidenses) sufoca a revolta, obrigando os chineses a assinar o
Protocolo dos Boxers (7 de setembro de 1901).

Para saber +
https://www.360meridianos.com/especial/punhos-
harmoniosos-e-justiceiros-china

Japão
Comércio com os Estados Unidos

No processo de expansão imperialista, o Japão representa um


caso peculiar. Assim como a China, o Japão teve breve contato
com os europeus e se fechou para a influência estrangeira em
seguida. No século XIX, a estrutura política japonesa lembrava
o feudalismo europeu, com o poder baseado nos aristocratas
(os daimios), por sua vez mantidos no poder através do serviço
de guerreiros contratados (os samurais). Havia ainda um
comandante militar supremo, o xogun, responsável pela
defesa das ilhas no caso de invasão estrangeira e cujo cargo
era hereditário. A autoridade do imperador, ou micado,
sediado em Kyoto, era meramente formal, pois o poder se Onna-bugheisha: as mulheres samurais do Japão
concentrava nas nãos do xogun, por sua vez sempre em feudal.
conflito com a aristocracia local.
Para saber +
Em 1853, uma poderosa frota norte-americana entrou na baía
https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/
de Tóquio e forçou o Japão a assinar um acordo de livre
2016/03/28/era-meiji-1868-1912-no-japao-
comércio. Em seguida, outros países europeus tomaram
reformas-sociais/
iniciativas semelhantes. tentando repetir no Japão o que
havia sido feito na China anos antes.
Porém em 1868 a população, tomada de um sentimento fortemente nacionalista, insurgiu-se contra o xogunato. O
jovem imperador Mitshuhito (1852-1912) foi colocado na vanguarda do movimento que centralizou o poder,
desarmando grupos de militares e aristocratas e promovendo um verdadeiro pacto entre as elites, visando combater a
crescente influência estrangeira no país. Tinha início a Era Meiji, período de modernização e ocidentalização no Japão.

O Estado japonês passou então a coordenadar o desenvolvimento de iniciativas


industriais, contratando técnicos (sobretudo engenheiros) estrangeiros e enviando grande
número de estudantes japoneses para o exterior. O desenvolvimento da zaibatsus,
grandes conglomerados manufatureiros e banqueiros controlados por famílias, acabou
por possibilitar a industrialização do país.

Na imagem, o xogum Keiki, o último xogum existente no Japão. A Restauração Meiji,


que aconteceu em 1868, foi o processo de derrubada do xogunato e restabelecimento
do poder para a família imperial japonesa.
Carente de recursos naturais, o Japão em pouco tempo passou a ser
agente de uma agressiva política imperialista; seu primeiro alvo foi a
China. Entre 1894-95, ocorreu a Guerra Sino-Japonesa, de que o
Japão saiu vitorioso. Essa guerra abriu caminho para a dominação
japonesa sobre a Coreia, Manchúria e Taiwan. Em seguida, entre
1904-05 ocorreu a Guerra Russo-japonesa. A espetacualr vitória
japonesa sobre uma potência europeia resultou não apenas na
anexação de territórios até então russos na China, mas também na
consolidação do Japão como grande potência.

Para saber +
https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2016/03/28/era-
meiji-1868-1912-no-japao-reformas-sociais/

Meiji (1852–1912), nascido como Mutsuhito) e também chamado de


Meiji, o Grande, foi o 122.º imperador do Japão na lista tradicional de
sucessão, tendo reinado de 3 de fevereiro de 1867 até sua morte.

O imperialismo norte-americano
Os principais alvos da expansão imperialista norte-americana a aprtir do final do século XIX foram a América Latina
e a Ásia.

A origem das ambições da América Latina pode ser buscada na Doutrina Monroe (1823) e na ideologia do Destino
Manifesto. Durante o governo de Theodore Roosevelt (1858-1919) foi elaborado o Corolário Roosevelt, que
complementava a antiga doutrina: os Estados Unidos não apenas rejeitavam a influência europeia no continente
como também se reservavam o direito de se valer da força para intervir nos países latino-americanos caso seu
interesses fossem ameaçados. Inaugurava-se um período de seguidas intervenções na América Latina,
principalmente na América Central, no México e no Caribe. Essa política ficou conhecida com a "política do grande
porrete" (Big Stick Policy).

Em 1898, os Estados Unidos lançaram a primeira grande guerra no


Caribe, a Guerra Hispano-Americana. Usando como pretexto a
libertação das últimas colônias espanholas na América - Cuba e Porto
Rico -, os Estados unidos intervieram na guerra entre os espanhóis e
nacionalistas cubanos e derrotaram uma Espanha há muito decadente.
Seguiu-se a essa derrota a anexação de Porto Rico e a proclamação de
uma independência de fachada em Cuba.

De fato a República de Cuba passou a ser dominada economicamente


pelos Estados Unidos, a ponto de sua constituição ter uma emenda
constitucional redigida por um senador estadunidense, A Emenda Platt
dispunha sobre o direito norte-americano à intervenção armada no
país sempre que achasse necessário e sobre a cessão de parte do
território cubano aos Estados Unidos para que ali fosse estabelecida
uma base, a de Guantánamo.

A diplomacia do Big Stick se resume na expressão "fale de forma mansa, mas carregue um grande porrete". Esta
política de negociação cuidadosamente mediada ("fala mansa") apoiada pela ameaça de um poderoso militar ("grande
porrete") foi anunciada pelo então presidente dos EUA, Theodore Roosevelt (foto ao lado), em 2 de setembro de
1901.
O Destino Manifesto foi uma doutrina que motivou os
Política do grande porrete. A Grande Frota Branca, um
norte-americanos a expandirem os seus domínios pela
grupo de navios de guerra americanos que percorreu o
América do Norte. Essa doutrina era baseada na crença
mundo em uma demonstração de força pacífica, é o
de que a expansão territorial era vontade divina, sendo
principal exemplo da diplomacia do Big Stick durante a
que o domínio norte-americano não se baseava apenas
presidência de Roosevelt.
na conquista de novas terras, mas envolvia também a
cultura e a religião. O termo foi criado pelo jornalista
John Louis O’Sullivan, em 1845.

Um dos mais significativos exemplos do intervencionismo dos Estados


Unidos na América Latina deu-se no contexto da construção do canal do
Panamá. Em 1903, o governo norte-americano encorajou um grupo de
latifundiários do istmo (porção de terra estreita cercada por água em dois
lados e que conecta duas grandes extensões de terra) do Panamá a
proclamar sua independência da Colômbia. Os Estados Unidos
imediatamente reconheceram o novo país e enviaram tropas para garantir
sua segurança. Em seguida, o novo governo concedeu aos estadunidenses,
em caráter perpétuo, o direito de construir e administrar um canal ligando o
Atlântico ao Pacífico, Somente em 1999 os Estados Unidos entregaram a
Zona do Canal ao estado panamenho.
Além de Porto Rico, a vitória na Guerra Hispano-americana de 1898 resultou na anexação, pelos Estados Unidos, do
arquipélago das Filipinas, no leste asiático. O crescente envolvimento dos Estados Unidos Nos negócios chineses
(incluindo a participação na repressão à Revolta dos Boxers de 1900) e a anexação do arquipélago havaiano, em 1898,
são exemplos da expansão do imperialismo norte-americano na direção do Oceano Pacífico e leste asiático.

Usado há mais de 100 anos para encurtar a distância


entre o Atlântico e o Pacífico, o atalho é peça-chave no
comércio marítimo. raças ao Canal do Panamá, navios
podem atravessar em dez horas uma faixa de terra de
80 km na América Central que separa o Atlântico do
Pacífico. A alternativa, que é contornar a América do
Sul, leva duas semanas. Trata-se de um marco da
engenharia do século 20, criado para facilitar o
comércio marítimo mundial.

Para saber +
https://super.abril.com.br/tecnologia/infografico-
como-funciona-o-canal-do-panama/

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