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Esther Santos Fonseca

Proteínas
As proteínas são as moléculas mais abundantes e com maior • Para que se forme a ligação, o grupo carboxila perde
diversidade de funções nos sistemas vivos a hidroxila OH e o grupo amino perde um de seus
hidrogênios H → OH + H = H2O
Todas têm em comum a característica estrutural de serem
• Toda vez que há uma ligação peptídica, há a
polímeros lineares de aminoácidos
formação de água → síntese por desidratação

São compostos orgânicos que possuem em suas moléculas

• Um grupo amino primário


• Um grupo carboxila
• Uma cadeia lateral que os distingue dos demais →
grupo ‘’R’’
• Todos ligados ao átomo de carbono alfa

São polímeros de aminoácidos, o critério para caracterizar se


um polipeptídeo é também uma proteína é variável

• Alguns autores consideram que o polipeptídio


resultante da união de 70 aminoácidos é também
uma proteína
• Toda proteína é um polipeptídio, mas nem todo
polipeptídio é uma proteína

Proteínas simples → aquelas constituídas apenas de


aminoácidos

• Queratina, proteína encontrada na pele, cabelos e


unhas e exerce um papel de impermeabilização
A diferença entre os diversos tipos de aminoácidos é feita
pelo radical: Proteínas conjugadas (complexas) → são aquelas que
contêm outras substâncias além de aminoácidos

• Porção constituída de aminoácidos → apoproteína


• Parte constituída pela substancia diferente de
aminoácidos → grupo prostético
A hemoglobina é um exemplo de proteína conjugada que
tem como grupo prostético o pigmento heme, no qual há íons
de ferro

Ligação peptídica
Nas proteínas, quase todos esses grupos carboxila e amino
estão combinados nas ligações peptídicas

• A ligação peptídica se faz entre


Carbono do grupo carboxila de um dos amniácidos +
Nitrogênio do grupo amino de outro aminoácido
Esther Santos Fonseca

Proteínas
De acordo com a natureza química do grupo prostético, as
proteínas conjugadas podem ser distribuídas em diversos
grupos

• Estrutural → proteínas fazem parte da membrana


plasmática
o Colágeno também → proteína que confere
resistência aos ossos, tendões, cartilagens
etc
• Hormonal → insulina, hormônio produzido pelo
pâncreas e que atua no controle da taxa de glicose
é um hormônio de natureza proteica
• Defesa → imunoglobulinas (anticorpos) fazem parte
do mecanismo de defesa
• Contração muscular → actina e miosina
• Coagulação sanguínea → tromboplastina,
protrombina e fibrinogênio
• Impermeabilização de superfícies → a queratina
protege a pele, unhas e pelos
• Transporte de gases → hemoglobina
• Enzimática → a maioria das enzimas é de natureza
proteica, elas são catalisadores orgânicos que
aceleram as reações do metabolismo
Esther Santos Fonseca

Carboidratos
(C-H2O)n
Os carboidratos são as moléculas orgânicas mais literalmente um ‘’hidrato de carbono’’ ou ‘’carbo-idrato’’
abundantes da natureza, devido a seus vastos papéis em
todas as formas de vida. • que podem ser classificados de acordo com o número de
átomos de carbono que contêm.
São compostos aldeídicos ou cetônicos com muitas hidroxilas o n = 3 → trioses
Os carboidratos também podem ser chamados de: o n = 4 → tetroses etc

• Glicídeos
• Sacarídeos
• Hidratos de carbono
Aldoses

• São carboidratos contendo o aldeído como seu grupo


funcional mais oxidado
• Gliceraldeído
Cetoses Ligações glicosídicas
• Carboidratos com o grupo cetona sendo o mais oxidado • Os monossacarídeos podem se ligar por ligações
• Di-hidroxiacetona glicosídicas, criando estruturas maiores
• Esta ligação covalente é formada com
o Perda de um átomo de hidrogênio de um dos
monossacarídeos
o Saída de um radical hidroxila do outro
• Com a saída do H e o OH, forma-se uma molécula de
água, por isso → dissacarídeo formado → síntese por
desidratação

Os carboidratos podem ser classificados de acordo com o


tamanho da sua cadeia e sua complexidade

• Monossacarídeos (oses)
• Dissacarídeos → 2 unidades de monossacarídeos
• Oligossacarídeos → 3 a 10 unidades de
monossacarídeos
• Polissacarídeos → mais de 10 monossacarídeos,
podendo alcançar centenas de unidades de açúcares em
sua estrutura
MONOSSACARÍDEOS

• As oses (monossacarídeos) são os açucares simples.


• São importantes fontes de energia
• São aldeídos ou cetonas que possuem duas ou mais
hidroxilas: a fórmula empírica de muitas é
Esther Santos Fonseca

Carboidratos
DISSACARÍDEOS Maltose

• Contêm 2 ou mais unidades de monossacarídeos (oses) • O malte é um grão com alta concentração de maltose
• Também chamado de diosídeo • Formada por glicose + glicose
• Os três mais abundantes são • Resulta da hidrólise (quebra) do amido (polissacarídeo)
o Sacarose e por sua vez é hidrolisada à glicose pela enzima maltase
o Lactose
o Maltose
• As enzimas sacarase, maltase e lactase localizam-se
nas superfícies externas das células epiteliais que forram
o intestino delgado

Sacarose OLIGOSSACARÍDEO

• É o açúcar comum de mesa, é obtida comercialmente a • 3 a 10 unidades de monossacarídeos


partir da cana ou da beterraba • Rafinose → glicose + frutose + galactose encontrado em
• Formado por glicose + frutose unidaos oir uma ligação O- alimentos como o feijão
glicosídica
• Pode ser rapidamente absorvido pelo organismo →
fonte de energia imediata
• Pode ser quebrada em duas oses pela enzima sacarase

POLISSACARÍDEOS

• Mais de 10 monossacarídeos
• Desempenham papéis vitais no armazenamento de
energia e na manutenção da integridade estrutural dos
Lactose organismos
• É o diosídeo do leite • Se todas as oses forem as mesmas, os polímeros são
• Constituída de galactose + glicose por uma ligação chamados de homopolímeros, são exemplos deles
glicosídica o Amido
• A enzima lactase é a responsável pela quebra da lactose o Glicogênio
e a intolerância à lactose está relacionada com a o Celulose
ausência desta enzima no intestino • A fórmula molecular deles é a (C6H10O6)n, pois são
formados pela união de várias moléculas de glicose.
Glicogênio

• Homopolímero mais comum nas células animais


• É a forma de armazenamento da glicose
• Reservatório de energia em animais, fungos e bactérias
• Polímero muito grande e ramificado
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Carboidratos
• Servem como fonte de armazenamento de energia e
como intermediários metabólicos
• A ribose e a desoxirribose formam parte da estrutura do
RNA e do DNA
• Os polissacarídeos são elementos estruturais das
paredes celulares de bactérias e vegetais
Amido • Glicídios são unidos a muitas proteínas e lipídeos, em
• São várias maltoses unidas, e maltoses são várias que desempenham papeis importantes em interações
glicoses unidas entre as células e entre células e outros elementos do
• Reservatório nutricional dos vegetais, existem duas ambiente celular também
formas
o Amilose → tipo de amido não ramificado
o Amilopectina → amido ramificado
• Mais da metade dos glicídios ingeridos pelos seres
humanos é o amido
• A amilose e amilopectina são rapidamente hidrolisadas
pela amilase alfa, uma enzima secretada pelas
glândulas salivares e pelo pâncreas
Celulose

• Um dos compostos orgânicos mais abundantes da


biosfera
• Outro poliosídeo de glicose importante encontrado nos
vegetais
• Cumpre papel estrutural e não nutricional
• Encontrada na parede celular das plantas e de outros
organismos
GLICOPROTEÍNAS

• Os glicídios são ligados de modo covalente a muitas


proteínas diferentes, formando glicoproteínas
• Os glicídios estão num percentual em peso muito menor
do que nos proteoglicans
• Muitas glicoproteínas são componentes das membranas
celulares, onde tomam parte em vários papéis em
processos tais como a adesão celular e a ligação de
espermatozoides aos óvulos.
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Lipídeos
Os lipídeos constituem um grupo heterogêneo de moléculas o Exemplo: gorduras, óleos e ceras
orgânicas insolúveis em água (hidrofóbicas) que podem ser • Lipídeos compostos (complexos) → além de
extraídas dos tecidos por solventes apolares. possuírem átomos de C, H e O, possuem de outros
elementos, como o fósforo ou nitrogênio
Se dissolvem em solventes orgânicos como a benzina e o
o Fosfolipídeos
éter.
São uma classe de moléculas biológicas formadas por ácidos
graxos e álcool, tais como óleos e gorduras.
Ácidos graxos

• São ácidos monocarboxílicos, geralmente com


cadeia carbônica longa e sem ramificações.
• O grupo carboxila constitui a região polar
• Cadeia carbônica é a parte apolar
• Esterídeos (esteroides) → se diferem dos simples e
complexos por apresentarem em suas moléculas o
núcleo ciclo-pentano-peridrofenantreno
o Encontramos o colesterol e seus derivados
no grupo dos esteroides
o No sangue, o colesterol se associa a outros
lipídios e proteínas, formando glóbulos →
LDL e HDL
o HDL → colesterol bom, diminui a taxa de
lipídeos na corrente sanguínea, pega do
• Triglicerídeos
sangue e leva pro fígado
o Três ácidos graxos + glicerol
o LDL → colesterol ruim, altas
concentrações indicam riscos de doenças
cardiovasculares
• Carotenoides → são lipídios pigmentados
(coloridos), vermelho ou amarelo, de consistência
oleosa.
o Presentes nas células vegetais, como o
caroteno na cenoura → convertido em
• Colesterol vitamina A quando ingeridos.
o Pertencente aos grupos dos esteroides
• Fosfolipídios
• Composição das membranas biológicas →
membrana formada por fosfolipídios
• Fornecimento de energia → liberam mais energia
que os carboidratos quando oxidados
• Precursores de hormônios e de sais biliares →
relacionados com a produção de hormônios
esteroides, como a testosterona, progesterona e
estradiol.
De acordo com a natureza do ácido graxo e do álcool que • Transporte de vitaminas lipossolúveis →
formam os lipídeos, eles podem ser classificados em 4 transportam vitaminas que são solúveis em
grandes grupos gorduras, como a A, D, E e K
• Isolante térmico e físico → garante proteção contra
• Lipídeos simples → compostos resultantes da baixas temperaturas e choques mecânicos
associação de ácidos graxos com álcoois
o Quando sofrem hidrólise total, originam
somente ácidos graxos e álcoois
Esther Santos Fonseca

Alimentação saudável
A alimentação saudável é o mesmo que dieta equilibrada ou devem ser consumidos em maiores quantidades e assim
balanceada e pode ser resumida em três princípios por diante

• Variedade → comer diferentes tipos de alimentos de


diversos grupos, observando a qualidade deles
A pirâmide apresenta uma faixa de porções, onde
• Moderação → deve ingerir os alimentos com quantidade
moderada, nem de mais nem de menos. • Porções menores → baseadas nas funções energéticas
• Equilíbrio → ‘’comer de tudo um pouco’’, o ideal é de mulheres que não praticam atividade física
consumir alimentos variados, respeitando as • Porções maiores → necessidades energéticas de
quantidades de porções recomendadas para cada grupo homens que praticam atividade física
de alimentos.
Grupo dos pães, cereais, massas e vegetais C

• Alimentos responsáveis pelo fornecimento da energia,


A pirâmide mostra o que devemos comer no dia-a-dia, não é por isso, devem ser consumidos em maior quantidade
uma prescrição rígida, mas sim um guia geral que nos permite • Grupo que tem bastante carboidrato
escolher uma dieta saudável e conveniente, que garanta • Ideal → consumir 6 a 11 porções por dia
todos os nutrientes necessários para a nossa saúde e bem-
estar.
A pirâmide foi baseada nas necessidades energéticas e
nutritivas de indivíduos adultos
Grupo dos vegetais e grupo das frutas

• São os alimentos reguladores, fornecem todas as


vitaminas e minerais necessários
• Também são ricos em fibras
• Ideal vegetais → 3 a 5 porções
• Ideal frutas → 2 a 4 porções todos os dias

Grupo do leite e derivados

• Importantes fontes de cálcio


• Ideal → 2 a 3 porções diárias

Grupo das carnes, feijões, ovos e nozes


É importante salientar que a posição dos alimentos na
pirâmide não se dá por importância, e sim por necessidade e • O principal nutriente é a proteína, essencial para o reparo
quantidade, e construção de todos os tecidos do organismo
• Sugestão: preferir carnes magras, o frango sem pele e o
Assim, o grupo de pães não é mais importante que os peixe sem couro
vegetais. • O melhor é comer as carnes assadas, cozidas ou
Cada grupo apresenta um nutriente principal, de modo que as grelhadas
necessidades variam • Ideal → 2 a 3 porções por dia

• O organismo precisa de mais carboidrato (energia) do


que vitaminas e minerais, por isso, o grupo dos pães
Esther Santos Fonseca

Alimentação saudável
ALIMENTOS IN NATURA OU MINIMAMENTE
PROCESSADOS
Esses alimentos são a base para uma alimentação
nutricionalmente balanceada, saborosa, culturalmente
apropriada e promotora de um sistema alimentar socialmente
a ambientalmente sustentável.

• Alimentos in natura são obtidos diretamente de plantas


O ministério da saúde criou para ajudar as pessoas a terem ou animais (folhas frutos, ovos, leite) e são consumidos
uma dieta equilibrada. São atitudes que devemos tentar sem terem sofrido qualquer alteração depois de
seguir no dia-a-dia deixarem a natureza.
o Tendem a se deteriorar rapidamente, por isso
devem ser minimamente processados antes da
aquisição
o Processos mínimos aumentam a duração dos
alimentos in natura, preservando-os e tornando-
os apropriados para armazenamento
• Os minimamente processados são os alimentos in
natura que sofreram uma mínima intervenção. Não há
agregação de açúcar, óleos, gorduras ou outras
substancias ao alimento.
o Alimentos como arroz, feijão e carnes
o Grãos secos, empacotados, polidos ou moídos na
forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados
o Corte de carne resfriados ou congelados e leite
pasteurizado
ÓLEOS, GORDURAS, SAL E AÇÚCAR
Óleos (como os de soja, milho, girassol ou oliva), gorduras
(manteiga e gordura de coco) sal e açúcar
Podem ser utilizados em pequenas quantidades para
temperar e cozinhar os alimentos para que a alimentação não
fique desbalanceada
São produtos alimentícios fabricados pela indústria com a
extração de substancias presentes em alimentos in natura,
ou, no caso do sal, presentes na natureza.
Eles não substituem os alimentos in natura ou minimamente
processados
Riscos se usar em grandes quantidades
São produtos alimentícios com alto teor de nutrientes sujo
consumo pode ser prejudicial a saúde
Tem elevadas quantidades de calorias por grama, seu
impacto sobre a qualidade nutricional da alimentação vai
depender da quantidade utilizada para preparar os alimentos.
Gorduras saturadas → presente em óleos e gorduras
Sódio → sal de cozinha
Esther Santos Fonseca

Alimentação saudável
Açúcar livre → açúcar de mesa ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS

• Consumo excessivo de sódio e de gorduras saturadas Produtos cuja fabricação envolve diversas etapas, técnicas
→ aumentam riscos de doenças do coração de processamento e vários ingredientes. O consumo deve ser
• Consumo excessivo de açúcar → aumenta o risco de evitado.
cárie, obesidade e outras doenças crônicas
a diferença dos ultraprocessados para os processados estão,
ALIMENTOS PROCESSADOS principalmente, na lista de ingredientes. O número elevado de
ingredientes, uns com nomes poucos familiares e não usados
Produtos fabricados essencialmente com a adição de sal ou em preparações culinárias (xarope de frutose, espessantes,
açúcar a um alimento in natura ou minimamente processados corantes, aromatizantes etc) → indicativo de
para aumentar a duração ultraprocessado
• Legumes em conserva, frutas em calda Muitos são exclusivamente industriais
• Queijos e pães
• Refrigerantes
O consumo deve ser limitado, em pequenas quantidades. • Bolacha recheada
• Os ingredientes e métodos utilizados na fabricação de • Salgadinhos de pacote
alimentos processados alteram de modo desfavorável a • Macarrão instantâneo
composição nutricional dos alimentos dos quais derivam As técnicas de processamento incluem
Técnicas de processamento são utilizadas
• Tecnologias exclusivamente industriais, como a extrusão
• Cozimento, secagem, fermentação da farinha de milho para fazer salgadinhos ‘’em pacote’’
• Acondicionamento dos alimentos em latas ou vidros • Pré-processamento com fritura ou cozimento
• Métodos de preservação como salga, salmoura, cura e
defumação
Porque limitar o consumo dos alimentos processados
Adição de sal ou açúcar em quantidades muitos superiores
às usadas em preparações culinárias → doenças do
coração, obesidade e doenças crônicas

• A perda de água e a eventual adição de açúcar ou óleo


→ alimentos com baixa quantidade de cal/g → em alta
densidade calórica
No caso do consumo, prestar atenção no rótulo do produto
para dar preferencia àqueles com menor teor de sal ou açúcar
Porque evitar os ultraprocessados
Eles têm composição nutricional desbalanceada

• Os ingredientes são ricos em gorduras e açúcares, alto


teor de sódio (estende a duração e intensifica o sabor)
• Pobres em fibras, que são essenciais para prevenção de
doenças do coração, diabetes e diversos tipos de câncer
• Pobres em vitaminas, minerais e substancias presentes,
naturalmente, nos alimentos in natura ou minimamente
processados
• Favorece doenças do coração, diabetes e câncer, além
de contribuir para o risco de deficiências nutricionais
Eles favorecem o consumo excessivo de calorias
Esther Santos Fonseca

Alimentação saudável
• Tendemos, sem perceber, a ingerir mais calorias do que
necessitamos, que acabam sendo estocadas quando
A rotulagem nutricional é uma descrição destinada a informar
não são gastas → obesidade
o consumidor sobre as propriedades nutricionais de um
• A alta densidade calórica → desregulam o balanço de
alimento, compreendendo sobre a declaração no valor
energia → aumenta o risco de obesidade
energético e de nutrientes.
Mecanismos que comprometem a saciedade e controle
É um componente de uma etapa educativa, devendo ser
do apetite
estimulada a fim de que sirva como instrumento para a
• Hipersabor → com a ‘’ajuda’’ de açucares + gorduras + educação na saúde
sal = alimentos extremamente saborosos, a publicidade O conjunto de informações apresentadas nos rótulos de
chama atenção, com razão, que eles são ‘’irresistíveis’’ alimentos tem sido visto como um importante instrumento
• Comer sem atenção → são formulados para serem para a promoção da saúde e redução do risco de DCNT
consumidos em qualquer lugar, sem precisar de prato,
mesa ou talheres. Prejudicando a capacidade do • DCNT → doenças crônicas não transmissíveis
organismo de ‘’registrar’’ devidamente as calorias o Obesidade
ingeridas o Diabetes
• Tamanhos gigantes → baixo custo, comercializados em o Hipertensão arterial sistêmica
embalagens grandes, aumentando o risco de consumo o Câncer
involuntário de calorias, correndo risco de obesidade
Informações obrigatórias segundo a ANVISA
Impacto dos alimentos ultraprocessados
Modelo vertical do rótulo
Impacto na cultura

• Marcas, embalagens, rótulos tendem a ser iguais em


todo o mundo
• Alto investimento das campanhas publicitárias
• Desejo de consumir mais e mais para que as pessoas
tenham a sensação de pertencer a uma cultura moderna
e superior
Impacto na vida social

• Formulados e embalados para serem consumidos em


qualquer hora e em qualquer lugar
• Se torna algo desnecessário → preparar os alimentos,
fazer a mesa
• Isolamento social
Impacto no ambiente

• Pilhas de embalagens desses produtos → muitas não


biodegradáveis, desconfiguram a paisagem, precisando
de mais espaços e novas dispendiosas tecnologias de • A ANVISA incentiva os fabricantes de alimentos e
gestão de resíduos bebidas a dispor nos rótulos informações sobre
• Estimula monoculturas dependentes de agrotóxico e colesterol, cálcio e ferro → objetivo de aumentar o nível
fertilizantes químicos e de água, em detrimento da de conhecimento do consumidor → desde que o produto
diversificação da agricultura apresente a quantidade superior a 5% da IDR (ingestão
• Comercialização e distribuição envolvem longos diária recomendada)
percursos de transporte → grande gasto de energia e • Considerou-se como base para uma alimentação diária
aumento da emissão de poluentes de 2000 kcal ou 8400 kJ
• Degradação e a poluição do ambiente + redução da
biodiversidade + comprometimento das reservas de
água e outros recursos naturais
Esther Santos Fonseca

Alimentação saudável
Declaração simplificada
Pode ser utilizada quando o alimento apresentar A escolha dos alimentos sofre interferências diversas no
quantidades não significativas segunda a tabela comportamento alimentar humano, o qual é moldado por
obrigatória. fatores externos e internos → desde os aspectos
socioculturais até os aspectos fisiológicos, biológico e
Tabela normal: psicológico.
O fator geográfico também interfere na cultura alimentar de
uma população, uma vez que a disponibilidade do alimento
na região define os traços culturais dos consumidores.
A globalização vem promovendo intercâmbios de culturas,
matérias-primas, produtos e serviços → promovendo
influência nos hábitos alimentares culturais
A mídia, a partir do século XXI, passou a exercer tremenda
influencia para um modelo de cultura massificada e
Quantidades não significativas padronizada por razões mercadológicas e comerciais
Estados unidos e fast foods
As populações norte-americanas, famosas por seus sistemas
de comidas rápidas, os ‘’fast foods’’, com a chegada do
mercado globalizado, disseminou essa prática ideológica
para as demais nações através de lanchonetes e
restaurantes → maior consumo de fast foods, alimentos
ultraprocessados
Certas populações deixaram de cozinhar os alimentos para a
Leitura dos rótulos nutricionais compra rápida e prática oferecida pelos drives throught,
delivery e etc

• Esse modelo de consumo acarretou malefícios para a


saúde pública → maior ingestão de alimentos com
grandes quantidades de calorias, sódio e aditivos que
afetam a saúde
• Obesidades, diabetes, problemas cardiovasculares,
osteoporose, hipertensão, colesterol alto
• O público mais afetado é o infanto-juvenil indivíduos em
fase de desenvolvimento corporal e mental, que são mais
susceptíveis as mudanças e são facilmente
influenciáveis
Influencia da mídia

Valores diários recomendados - ANVISA A televisão, por ser o meio de comunicação mais difundido
entre a população → estimula e cria moldes aos hábitos de
São as quantidades dos nutrientes que a população deve consumo, de forma a inserir na alimentação, estruturas
consumir para ter uma alimentação saudável. Para cada ideológicas e simbólicas das necessidades de alimentos →
nutriente, temos um valor diário diferente. na maioria são prejudiciais ao corpo → agravo na saúde
publica

• Provocou uma mudança de hábito → comida caseira


para comida rápida → por meio de propagadas que
influenciam negativamente a escolha inadequada de
alimentos → dietas não saudáveis
Esther Santos Fonseca

Alimentação saudável
• Análise de propagandas → predominância do horário de
divulgação de 8 as 12h, 85% anunciavam produtos
contendo açucares, óleos e gorduras. Nenhum sobre
frutas e hortaliças
• O horário sugere o público alvo infantil
Distúrbios de ordem psicológica
➔ baixa autoestima, agressividade e timidez, baixo
rendimento escolar entre outros.
➔ O crescimento de casos de depressão e ansiedade entre
os adolescentes, fator importante para o aparecimento
de distúrbios alimentares, como a bulimia
➔ Recorrente a utilização de comida, principalmente fast
foods e industrializados como válvula de escape
Esther Santos Fonseca

Digestão e absorção
• Nas vilosidades estão os enterócitos e as células
calciformes do intestino
A digestão é a degradação química dos alimentos, de forma
• As células caliciformes são produtoras de muco
que ela nos leve às moléculas absorvíveis, que são os
produtos finais da digestão. Dando um zoom nas vilosidades, nos vemos as células
epiteliais do intestino → enterócitos → possuem as
Para participar do processo de absorção, é muito importante
microvilosidades, estão viradas para o lúmen do intestino.
a presença de enzimas digestivas, responsáveis por
hidrolisar as macromoléculas do alimento, quebrando-as em Obs: a função das vilosidades e microvilosidades é aumentar
moléculas menores, passiveis de serem absorvíveis. a superfície de absorção dos nutrientes no intestino
Proteínas → aminoácidos Enterócito
Carboidratos → monossacarídeos Os enterócitos são as células epiteliais da camada superficial
do intestino delgado. Elas são ligadas pelas junções
Lipídeos → ácidos graxos
ocludentes (tight junction) e pelos desmossomos, e entre elas
a gente pode ver espaços intercelulares

É o movimento dos nutrientes, água e eletrólitos do lúmen


intestinal para o sangue

Os enterócitos possuem uma membrana apical e a


membrana basolateral.

A absorção leva em consideração a estrutura da mucosa


intestinal

VIAS DE ABSORÇÃO
via celular
Na luz intestinal (buraco) eu tenho as dobras circulares (a fold
of the..) que são os pregueados que nos vimos na mucosa. eu dependo de atravessar a célula.

Dando um zoom nessas dobras, a gente tem as vilosidades, Nutriente → lúmen intestinal → cruzamento da membrana
que são as formações digitais da mucosa intestinal apical → entro no enterócito → atravesso a membrana
basolateral → chego no sangue
Esther Santos Fonseca

Digestão e absorção
Via paracelular DIGESTÃO DO AMIDO
A substância atravessa entre os enterócitos, nos espaços O amido vai sofrer a ação das enzimas luminais
intercelulares
A maior parte da digestão é a partir da amilase pancreática
Nutriente → lumen intestinal → junções ocludentes →
sangue

Hidrolise parcial
A digestão do amido começa na boca com o pH neutro →
glândula salivar → liberação de alfa-amilase → converte
amido em alfa-dextrina
A glândula pancreática exócrina libera o suco pancreático,
O objetivo da digestão dos carboidratos é chegar nas com ph = 8 (neutro) contendo alfa-amilase pancreática
estruturas mais simples, os monossacarídeos
Alfa-amilase pancreática → continua a digestão das alfa-
dextrina → converte em maltose (dissacarídeo),
maltotriose (trissacarideos) e oligossacarídeos,
chamadas de alfa limite dextrina

• ou seja, a ação das enzimas luminais promove uma


hidrólise parcial do amido, resultando em produtos
intermediários

• Os principais sítios de digestão dos carboidratos da dieta


são a boca e o lúmen intestinal.
• Os produtos finais da digestão são os monossacarídeos,
os quais serão absorvidos pelas células do intestino Hidrólise final
delgado
As responsáveis pela hidrólise final → oligossacaridades da
Hidrólise dos carboidratos borda em escova (microvilosidades do intestino delgado) que
são:
• Reintrodução dos íons de hidrogênio e hidroxila, obtidos
a partir da água (hidrólise).
• Separa os polissacarídeos em monossacarídeos
• É basicamente o inverso da ligação glicosídica
• Enzimas específicas nos sucos digestivos do trato GI
catalisam o processo de hidrólise

Na borda em escova (microvilosidades) então, continua a


O R’’-R’ é um dissacarídeo digestão dos produtos intermediários do amido + digestão da
trealose + lactose + sacarose
Esther Santos Fonseca

Digestão e absorção
Os monossacarídeos produzidos por essas hidrolises → Quando há deficiência de dissacaridases da borda estriada
glicose + galactose + frutose → irão ser transportadas pelas → dissacaridio mal digerido chega ao cólon → metabolizado
células epiteliais intestinais por bactérias colônicas

• No metabolismo dos dissacarídeos por essas bactérias,


há a geração de produtos → CO2 + Hidrogênio + gases
Vai acontecer no intestino delgado, nos enterócitos
e ácidos orgânicos → causando distensão abdominal.
• os monossacarídeos vão passar pela membrana apical Flatulência e diarreia.
ou luminal (ML) e sair pela membrana basolateral (MBL)
para cair na corrente sanguínea
transporte ativo

• mediado pela proteína Na+ dependente e por difusão


facilitada
glicose e galactose → transporte ativo → transportador
SGLT1 → entra no enterócito

• o transportador SGLT1 necessita de um gradiente


eletroquímico que vai ser realizado pela bomba de sódio
e potássio para conseguir fazer o transporte
A mais comum é a deficiência de lactase
frutose → difusão facilitada → entra pelo transportador
GLUT5 FISIOPATOLOGIA DA INTOLERÂNCIA À LACTOSE
glicose, galactose e frutose → transportada pelo GLUT2 Quando há deficiência da enzima lactase → converte a
→ vão para o sangue lactose em → glicose + galactose → ela não é digerida
adequadamente
A lactose não digerida → carreada para o cólon → sofre ação
bacteriana, onde será fermentada
Fermentação das bactérias → liberação de ácidos orgânicos
+ CO2 + metano + hidrogênio → flatulências e borborigmo
(barulho estomacal, ronco)
Acumulo de lactose não digerida → torna o intestino
hipertônico → atrai água por osmose → lubrifica as fezes,
que ficam mais liquidas → diarreia + dor abdominal

DEFICIENCIA DE ENZIMAS DIGESTIVAS


Deficiências hereditárias (genética), ou seja congênita (já
nasceu com isso) de dissacaridases especificas resultam
em intolerância a dissacarídeos → sacarose, lactose e
maltose
As alterações adquiridas de dissacarídeos → podem ser
causadas por uma variedade de doenças intestinais, má-
nutrição ou ingestão de fármacos que danificam a mucosa do
intestino delgado.

• Indivíduos que sofrem com diarreia grave → as enzimas


das microvilosidades são rapidamente perdidas →
causando deficiência enzimática
Esther Santos Fonseca

Digestão e absorção
• Ou posso ter oligopeptideos → peptidases da borda em
escova → aminoácidos + dipeptideos + tripeptideos
As proteínas da dieta são cadeias de aminoácidos
(produtos absorvíveis)
conectadas por ligações peptídicas, é feita a hidrolise para
que se tenha no final produtos absorvíveis.
Hidrolise das proteínas
As enzimas vão quebrar as ligações peptídicas e reinserir a
OH e H perdidas na formação da ligação.

DIGESTÃO DAS PROTEÍNAS


As enzimas proteolíticas, ou proteases, quebram as
proteínas da dieta em aminoácidos no estomago e no
intestino, para que se tenham produtos absorvíveis
Acontece nos enterócitos do intestino delgado e vão para o
sangue

• Os aminoácidos são absorvidos a partir do lumen


intestinal por meio de sistemas de transporte ativo
secundário dependente de NA+ e de difusão facilitada
PePT1 → faz o transporte de dipeptideos e tripeptideos

• A PePT1 também depende de um gradiente


eletroquímico para fazer sua ação → vai ser promovido
pela bomba NHE, Na+ e H+
No estômago Peptidases no citosol dos enterócitos → fazem a hidrólise
dos di e tripeptideos → transformando-os em aminoácidos
No estomago, a pepsina atua em pH ácido para promover a
hidrolise das proteínas • Os aminoácidos saem por difusão facilitada em direção
ao sangue
Pepsinogênio (enzima inativa) → cels parietais do estômago
secretam HCl → HCl promove a autocatálise do
pepsinogênio → se transforma em pepsina (forma ativa)

• A pepsina do estomago hidrolisa as proteínas em


aminoácidos e oligopeptídeos → ainda não são
absorvíveis
O conteúdo do estômago passa para o intestino delgado, no
qual agem as enzimas pancreáticas e as encimas das
células epiteliais do intestino.

• Enzimas pancreáticas → tripsina, quimiotripsina,


elastase e carboxipeptidases
• Enzimas do intestino delgado → peptidases Importância do pH para a ação das enzimas
no intestino delgado Pepsina → estomago, ambiente ácido → atividade máxima
em pH ácido
depois da ação das enzimas, vou gerar
Amilase salivar → presente na saliva, na boca → pH ótimo
• Produtos absorvíveis → aminoácidos + dipeptideos
em pH neutro
+ tripeptideos
Esther Santos Fonseca

Digestão e absorção
Tripsina → presente no intestino delgado → pH ótimo básico Processo de digestão
Devido a baixa solubilidade dos substratos, ocorre digestão
limitada desses lipídeos na língua (lipase lingual) e no
estômago (lipase pancreática). Só que é pouca digestão
Início no estômago → ação das lipases gástrica e lipase
lingual
No intestino, entretanto, os ácidos graxos são emulsificados
pelos sais biliares da vesícula biliar, aumentando a superfície
de contato para as enzimas agirem, por isso, no intestino,
ocorre a maior parte da digestão

Os lipídeos presentes nos nossos alimentos que vão sofrer a Hormônio colecistocinina → sinaliza vesícula biliar e
digestão são: pâncreas → contrai e libera sais biliares e o pâncreas libera
enzimas digestivas
Final → intestino delgado → lipase pancreática, hidrolase e
fosfolipase A2 (enzimas secretadas pelo pâncreas)

Eles são insolúveis em água, por isso, é um processo mais


complexo, porque eles são hidrofóbicos
Hidrólise dos lipídios
Quase todas as gorduras consistem em triglicerídeos → 3
moléculas de ácidos graxos condensadas com uma
molécula de glicerol → durante a condensação, 3 moléculas
de água são removidas
Emulsificação
Hidrólise → enzimas digestivas → reinserem as três
moléculas de H2O → separa ácido graxo de glicerol Hormônio colecistocinina → vesícula biliar secreta a bile →
ducto colédoco → duodeno

a qual tem a função de emulsificar os lipídios, aumentando


a superfície de contato para a ação das enzimas
pancreáticas, pois a grande gotícula é quebrada em várias
gotículas pequenas
Esther Santos Fonseca

Digestão e absorção
Os produtos da digestão enzimática: lipídios através da membrana apical para dentro da
célula
• Ácidos graxos livres
• Os ácidos biliares não entram nos enterócitos nesse
• Lisolectina momento, eles permanecem no intestino para serem
• Colesterol reabsorvidos e levados de volta ao fígado
• Monoglicerídeo
Esses produtos formam micelas com os ácidos biliares do
lúmen intestinal. As micelas são uma forma de organização
para conseguir entrar com os lipídios dentro do enterócito.

• As micelas são anfipáticas, tem uma parte polar e


apolar.
o Dentro das micelas → estão os produtos lipídicos
o parte externa temos os ácidos biliares anfipáticos
o Parte hidrofóbica → ligada aos produtos lipídicos
o Parte hidrofílica → voltada para a área externa

Micelas interagem com a membrana apical


No lúmen, as micelas interagem com os enterócitos, pela
membrana apical, dentro dela estão os produtos

• Col → colesterol
• MG → monoglicerídeo
• LisoPL → lisolectina
• AGL → ácido graxo livre
Solubilização dos produtos para dentro do enterócito
Os produtos passam por difusão e entram dentro do
enterócito, no seu citoplasma
Reesterificação no retículo endoplasmático liso

• É para que os produtos voltem a ser os lipídios originais


o Triglicerídeos
o Colesterol
o Fosfolipideos
Empacotamento em quilomícrons

• Os quilomícrons → interagem com a lipoproteína HDL


→ e dela, adquire apoproteinas
• Formados pelos lipídios originais e tem junto uma
apoproteína apoB
Exocitose

• O quilomícron é muito grande, não dá pra ele cair na


corrente sanguínea
• Ele é exocitado para a linfa para depois ir para a corrente
sanguínea

• As micelas interagem com a membrana do enterócito


e permitem a difusão dos componentes solúveis dos
Esther Santos Fonseca

Digestão e absorção
O TGI produz e secreta diversos hormônios que atuam nele
mesmo, ordenando e controlando as atividades digestivas.
Gastrina

• Secretada pelas células G do estômago


• Estimula as células parietais → secretam HCl e pepsina
para digerir proteínas
Secretina e colecistocinina

• Bolo alimentar chega no duodeno do intestino delgado


• Atuam de maneira paralela, inibindo a atividade
gástrica de esvaziamento
• Ativam as enzimas e bicarbonato pelo pâncreas e de
sais biliares pelo fígado
Peptídeo inibitório gástrico (GIP)

• Também age no intestino


• Alvo as células beta do pâncreas →estimulam a secretar
insulina → prepara para a glicose proveniente da
digestão
• Inibe o esvaziamento gástrico
Esther Santos - 77

Glicólise
2. Conversão dos blocos constitutivos em moléculas
mais simples
As reações enzimáticas nas células são organizadas em
sequencias de múltiplos passos, denominadas vias, como a Os blocos são degradados em acetil-coenzima A (CoA) e
glicólise outras moléculas simples. Parte da energia é capturada como
ATP
Em uma via, o produto de uma reação serve de substrato para
outra reação subsequente. O metabolismo é a soma das vias, 3. Oxidação da acetil-CoA
das mudanças químicas que ocorrem nas células, nos tecidos
O ciclo do ácido cítrico (Krebs) é a via final comum da
ou nos organismos.
oxidação de moléculas combustíveis como a Acetil-CoA.
A maior parte da quantidade de ATP é gerada na fosforilação
oxidativa à medida que elétrons fluem do NADH e FADH2
para o oxigênio.

As vias, em sua maior parte, podem ser classificadas como:


Reúnem moléculas pequenas, como aminoácidos, para
Catabólicas → de degradação formar moléculas complexas, como as proteínas, ou seja, são
reações de síntese.
• As vias catabólicas quebram moléculas complexas,
como proteínas, polissacarídeos ou lipídeos, produzindo Necessitam de energia que é fornecida pela quebra do ATP,
moléculas mais simples, como CO2, NH3 e H2O gerando ADP + P. Envolvem reações químicas, onde o poder
redutor é geralmente fornecido pelo doador de elétrons
Anabólicas → de síntese
NADPH.
• Sintetizam produtos finais complexos a partir de
É um processo divergente → precursores formam produtos
precursores simples, como a síntese de glicogênio (poli) complexos
a partir de glicose.

Tem o objetivo de capturar a energia química obtida na


degradação de moléculas combustíveis ricas em energia,
formando ATP.
É um processo convergente → moléculas são
transformadas em produtos finais.
Os três estágios do catabolismo:
1. Hidrólise de moléculas complexas
Elas são quebradas em seus blocos consecutivos
Proteínas → hidrólise → aminoácidos

As vias metabólicas devem ser coordenadas para garantir


que as reações estejam de acordo com as necessidades da
Esther Santos - 77

Glicólise
célula. Essa coordenação é feita por sinais regulatórios, para a reoxidação do NADH formado durante a oxidação do
incluem hormônios, neurotransmissores e gliceraldeído-3-fosfato. Prepara a célula para o ciclo de
disponibilidade de nutrientes Krebs.

• Sinais de dentro das células (intracelulares) • Glicólise anaeróbica


Regulam a velocidade de uma via metabólica pela Ocorre sem oxigênio em tecidos que não apresentam
disponibilidade de substratos. A inibição é ocasionada pelos mitocôndrias (como as hemácias) ou em células em que o
produtos. Esses sinais determinam respostas rápidas e são oxigênio esteja insuficiente. A glicose é convertida em
importantes para a regulação do metabolismo piruvato que é reduzido pelo NADH para formar lactato.
instantaneamente.

• Comunicação entre as células (intercelular)


É feita pelo pâncreas, uma glândula mista, e sua parte
Fornecem uma integração mais ampla do metabolismo, exócrina produz e secreta dois hormônios reguladores da
resposta mais lenta. Pode ser mediada pelo contato entre glicemia, a insulina e o glucagon
suas superfícies como as junções comunicantes e por
Liberação da insulina
sinalização química, como hormônios e
neurotransmissores. A glicose é o principal estimulo para a liberação de insulina
pelas células β do pâncreas. Além disso, ela exerce um efeito
• Sistemas de segundos mensageiros
permissivo para os outros moduladores de secreção da
as moléculas ‘’segundos mensageiros’’ intervêm entre o insulina. A enzima glicocinase funciona como um sensor de
mensageiro final (hormônio ou neurotransmissor) e o efeito glicose, determinando o limiar para a concentração de
final da célula. São ativadas após o reconhecimento do insulina.
mensageiro primário pelos receptores de membrana. Ex:
A liberação de insulina induzida pela glicose resulta do
sistema adnilato-ciclase.
metabolismo da glicose pela célula β.

• A glicose penetra na célula β pelo GLUT2 ligado a


membrana → sofre fosforilação imediata pela
glicoquinase, levando à formação de ATP.
• Aumento de ATP e ADP → inibe canais de K+ sensíveis
ao ATP na célula β → reduzindo efluxo de K+.
• Efluxo reduzido de K+ → despolarização da membrana
→ ativação da abertura de canais de Ca+ → elevação
de Ca+ intracelular → desencadeia a exocitose dos
grânulos secretores de insulina, bem como a liberação
do hormônio no espaço extracelular e na circulação.

Via glicolítica é utilizada em todos os tecidos para a quebra


da glicose, gerando ATP e intermediários de outras vias
metabólicas. Acontece no citoplasma da célula.
Ela é o centro do metabolismo de carboidratos, praticamente
todos os glicídios podem ser, no final, convertidos em glicose.

• Glicólise aeróbica
Ocorre nas células que possuem mitocôndrias e oxigênio,
tendo o produto final o piruvato. O oxigênio é necessário
Esther Santos - 77

Glicólise
Efeitos fisiológicos da insulina
Ela é liberada após a alimentação e consiste em diminuir as O transporte de glicose estimulado pela insulina é mediado
concentrações de glicose na circulação, estimulando a pelo GLUTs.
entrada da glicose nas células. De modo global, as ações da
insulina nos órgãos-alvo são anabólicas, promovendo a Por difusão facilitada pela família GLUT
síntese de carboidratos, lipídeos e proteínas, sendo esses
efeitos mediados pela ligação ao receptor de insulina.

Liberação do glucagon
A liberação de glucagon é inibida pela hiperglicemia, e
estimulada pela hipoglicemia. Uma refeição rica em
carboidratos inibe o glucagon e estimula a liberação de • GLUT1 → constitutivo da membrana plasmática.
insulina pelas células β do pâncreas. Os níveis elevados de Encontrado nas células do SNC, adipócitos, hemácias e
aminoácidos estimulam a liberação do glucagon. células do músculo esquelético
o Possui alta sensibilidade à glicose, ou seja,
permite a entrada de glicose nas células mesmo
em situação de hipoglicemia (faz sentido de
acordo com os tecidos em que ela está presente)

• GLUT2 → constitutivo da membrana plasmática do


pâncreas (células β), rins e fígado.
o Possui baixa afinidade pela glicose, ou seja, só
ocorre a entrada de glicose em situação de
hiperglicemia.
o Importância fisiológica nas células β do pâncreas,
que irão secretar insulina.

• GLUT 3 → constitutivo da membrana plasmática das


células do SNC (neurônios), juntamente com o GLUT1,
promove a captação de glicose para o SNC
• Efeitos fisiológicos do glucagon
• GLUT4 → está armazenado em vesículas, não está na
O principal consiste em aumentar as concentrações membrana, possui inserção transitória na membrana
plasmáticas de glicose, estimulando a produção hepática, plasmática.
novamente, de glicose pela gliconeogênese e pela o É um transportador responsivo à insulina
degradação do glicogênio, e essas ações neutralizam o o Após o estimulo da insulina, as vesículas
efeito da insulina. contendo GLUT4 são direcionadas às
membranas plasmáticas, inserindo o
transportador lá.
Esther Santos - 77

Glicólise
É uma via com 10 reações químicas, que no final, tem como
• GLUT 5 → transportador de frutose, presente na produto → 2ATP + 2NADH
membrana plasmática do intestino e espermatozoides.
Origem do NAD e FAD
Por sistema de cotransporte monossacarídeo Na+
O NAD e FAD são transportadores de H e elétrons. O corpo
Requer energia e transporta a glicose ‘’contra’’ o gradiente de produz NAD através das vitaminas do complexo B (niancina),
concentração → do meio hipotônico para o meio hipertônico. obtidas pela alimentação. O FAD vem da riboflavina, outra
vitamina do complexo B.
É mediado por carreador no qual o movimento da glicose está
acoplado ao gradiente de concentração do Na+ que é
transportado juntamente com a glicose para o interior da
celula. Ocorre nas células epiteliais do intestino
(transportador SGLTI que precisa de um gradiente Reação 01 → Fosforilalação da glicose
eletroquimico para carregar a glicose), tubulos renais e
plexo coroide. Nessa reação, a glicose é convertida em glicose-6-fosfato, ou
seja, é adicionado um fosfato proveniente do ATP

A via glicolítica é utilizada em todos os tecidos para a quebra


da glicose, com o objetivo de fornecer energia na forma de
ATP e intermediários para outras vias metabólicas.

• Glicose aeróbica
Chamada assim porque é necessário o oxigênio para a
• Em alguns tecidos, a enzima que faz isso é a hexocinase,
reoxidação do NADH formado durante a oxidação do
em outros, é a glicocinase
gliceraldeído-3-fosfato.
• Primeiro gasto de ATP
• Glicose anaeróbica • Uma cinase é uma enzima que transfere fosfato de uma
molécula para outra → ela pegou do ATP para dar a
Permite a produção de ATP em tecidos sem mitocôndrias glicose
(como os eritrócitos) ou em células que o oxigênio esta
insuficiente Objetivo: as moléculas de glicídios fosforilados não
atravessam facilmente as membranas celulares, pois não
existem carreadores específicos para esse composto. Além
disso, eles são muito polares para difundir através da
membrana fosfolipídica, ficando presos dentro da célula.

O objetivo da glicólise e do ciclo de Krebs é ir transferindo


hidrogênio e elétrons para os transportadores NAD+ e FAD+
→ viram NADH e FADH2, eles vão levar hidrogênio e Reação 02 → isomerização da glicose-6-P
elétrons para a cadeia respiratória. Ela produz 28 ATP Essa reação vai pegar a glicose-6P e transformar ela no seu
usando os hidrogênios e os elétrons do FAD e NAD isômero → frutose-6-fosfato → ambas são C6H12O6, só
muda o formato da molécula.
A reação é catalisada pela fosfoglicose-isomerase e é
facilmente reversível, não é um passo regulado.
Esther Santos - 77

Glicólise
Obs: quem vai ser usada no restante da glicólise é o
gliceraldeído, por isso, vamos ter que converter essa hi-
hidroxiacetona na próxima etapa.
Reação 05 → isomerização da di-hidroxiacetona-P
A enzima triose-fosfato-isomerase converte a di-
hidroxiacetona fosfato em gliceraldeído-3-fosfato
Objetivo: é uma preparação para as reações 03 e 04. A ideia
é transformar em frutose para facilitar a entrada de um fosfato
em outro carbono da frutose, pois a superfície para a ligação
será mais estável e possível.
Reação 03 → fosforilação da frutose-6-fosfato
A reação irreversível, catalisada pela fosfofrutocinase-1
(PKF-1) é o mais IMPORTANTE PONTO DE CONTROLE e
o passo limitante da VELOCIDADE DA GLICÓLISE.

Pois quem está na sequência das reações é o gliceraldeído.

A frutose-6-P vai ganhar outro fosfato, se transformando em


frutose 1,6-bifosfato.
Agora a molécula está simétrica e tem 2P, importante na
próxima etapa de clivagem.

• O fosfato veio do ATP → ultima reação que usa o ATP


da glicólise Tenho 2 gliceraldeídos → um veio da frutose e o outro veio
• A PKF-1 é um marcapasso da glicólise e vai controlar a da di-hidroxiacetona
velocidade da reação.
• Perceba que uma molécula de glicose → se transformou
Reação 04 → clivagem da frutose 1,6-bifosfato em 2 moléculas de gliceraldeído

A enzima aldolase cliva ao meio a molécula de frutose 1,6- Obs: a partir de agora, todas as reações serão em dobro.
bifosfato, gerando outras 2 moléculas com 3 carbonos cada,
Reação 06 → oxidação do gliceraldeiro-3-P
cada uma contendo seu grupo P. a reação é reversível e não
regulada. os produtos vão ser: Essa é a primeira reação de oxidação-redução da
glicólise. Agora, o gliceraldeído-3-P será transformado em
• Di-hidroxiacetona fosfato 1,3-bifosfatoglicerato
• Gliceraldeído-3-fosfato
• Importante → o fosfato que entrou no carbono 1 não
veio do ATP, veio de um Pi, fosfato inorgânico, ele
estava livre no citoplasma e foi acrescentado

Obs: a aldolase B, isoforma encontrada no fígado e no rim,


também cliva a frutose-1-fosfato no metabolismo da frutose
da dieta
Esther Santos - 77

Glicólise
• Esse Pi não tem energia, essa reação isoladamente é reação 08 → troca do P do carbono 3 pro carbono 2
impossível, então, para ela acontecer, tenho que ter um
a ideia é aumentar a instabilidade da ligação do P na molécula
acoplamento de outra reação que me possibilite essa
para que depois ela seja transferida para um ADP para formar
energia:
ATP
a reação é livremente reversível. Acontece em duas partes
→ uma parte na reação 08 e a outra na reação 09.

• Primeira parte → o fosfato muda de posição, do C3 →


C2, formando o 2-fosfoglicerato

O gliceraldeído-3-P é oxidado, tornando possível a entrada


do Pi no carbono que vai virar o composto 1,3-bifosfoglicerato
A reação de oxidação vai fornecer a energia necessária para
o Pi entrar na molécula.
Reação 09 → desidratação do 2-fosfoglicerato
Reação 07 → síntese do 3-fosfatoglicerato + ATP
Vai retirar uma H2O, tornando a molécula mais instável ainda
O 1,3-bifosfoglicerato perde o P do carbono 1, se
transformando em 3-fosfoglicerato • Segunda parte → a H2O sai da molécula de 3-
fosfoglicerato e torna a ligação mais instável, para
facilitar a saída do grupo P

P + ADP → ATP, o primeiro ATP produzido pela via.


Obs: tudo está acontecendo em dobro, então, na verdade, Reação 10 → formação do piruvato + ATP
foi produzido 2ATP
Agora, o fosfoenopiruvado – P (instável) → piruvato

O Pi acabou de entrar na reação 6, se transforma em P e já


vai sair de novo na reação 07 para formar o ATP

• Isso acontece porque a reação


Pi + ADP → ATP é impossível, se desse, nem precisaria de
respiração celular. Era só catalisar essa reação O P + ADP → ATP
• Por isso, preciso de outra reação para formar a energia • Segunda reação de formação do ATP
que torne possível acontecer a energia do P para formar
o ATP Obs: são 2 piruvatos e 2 ATP porque está acontecendo tudo
em dobro.
Esther Santos - 77

Glicólise

Um eritrócito maduro normal não tem mitocôndrias, sendo
completamente dependente da glicólise para a produção de
ATP. Esse ATP é importante para manter o formato
bicôncavo da célula vermelha e, a deficiência da
piruvatocinase diminui a quantidade de ATP da célula,
mudando seu formato, que acaba sendo fagocitada por
macrófagos do baço → anemia hemolítica (destruição dos
eritrócitos). A gravidade vai depender do grau de deficiência
da enzima.

As 3 primeiras → fases de investimento de energia

• Pois houve gasto de energia ATP na reação 01 e 03


04 a 06 → fase de clivagem

• A molécula foi partida ao meio


06 a 10 → fase de geração de energia

• Pois produzimos ATP na reação 07 e 10


Saldo de 2 ATP e também formou 2 NADH que vao ser
utilizados na fase de cadeia respiratória
Esther Santos - 77

Regulação da glicólise
• No fígado, ela facilita a fosforilação da glicose durante
uma hiperglicemia.
1. Produzir ATP
• A célula não pode produzir ATP nem de mais e nem de Hexocinase x glicocinase
menos, existe um ritmo adequado
• Não é modulada negativamente pela glicose-6-fosfato,
ou seja, mesmo que ela se acumule, não tenho a inibição
2. Fornecer precursores para as vias de síntese, como
da glicocinase
a síntese de lipídios
• Menor afinidade pela glicose
• Não pode produzir esses precursores nem de mais e
nem de menos, existe um ritmo adequado • Apresenta alta Vmax quando a glicose se acumula no
fígado, isso impede que grandes quantidades de glicose
A glicólise possui 10 reações químicas. Como na maioria das cheguem à circulação sistêmica após uma refeição rica
reações metabólicas, aquelas que irão servir como ponto de em carboidratos e, assim, minimiza a hiperglicemia
controle vão ser as reações irreversíveis. Na glicólise, durante o período absortivo
existem 3: o Obs: o GLUT2 assegura que a glicose sanguínea
se equilibre rapidamente entre os dois lados da
• Reação 01
membrana do hepatócito.
• Reação 03 • A glicocinase ainda continua catalisando a reação
• Reação 10 mesmo em abundância de glicose-6-fosfato, porque vai
ser importante no momento de abundância de nutrientes,
como após uma refeição, para produção de energia e de
gordura → glicogênese e lipogênese

O ponto de controle mais importante é o da


fosfofrutocinase.

Essa enzima é encontrada nos músculos e catalisa a reação


01:

Regulação pela frutose-6-fosfato e pela glicose

• Ela é inibida pelo seu próprio produto, a glicose-6- A atividade de glicocinase é inibida indiretamente pela
fosfato, que se acumula quando a metabolização dessa frutose-6-fosfato (que está em equilíbrio com a glicose-6-
hexose-fosfato está reduzida. fosfato que é um produto da glicocinase) e é estimulada
indiretamente pela glicose.
• A hexocinase possui alta afinidade para a glicose, isso
permite a fosforilação eficiente mesmo em caso de A proteína reguladora da glicocinase, PRGK, nos hepatócitos,
hipoglicemia. regula a atividade da enzima.
• Entretanto, apresenta baixa Vmáx para a glicose e,
portanto, não pode sequestrar (reter) o fosfato celular na • Na presença de frutose-6-fosfato a glicocinase se liga a
forma de hexoses fosforiladas. PGRK, inativando-se e formando o complexo
glicocinase-PRGK no núcleo da célula.
• Quando aumenta os níveis de glicose no sangue (e
consequentemente nos hepatócitos por causa da
Está presente no parênquima hepático e nas células β do
GLUT2), a glicose induz que a PRGK libere a glicocinase
pâncreas.
→ ela retorna ao citosol, e fosforila a glicose, dando
• Nas células β ela funciona como um sensor de glicose, glicose-6-fosfato.
determinando o limiar para a secreção de insulina.
Esther Santos - 77

Regulação da glicólise
A fosfofrutocinase é ativada por altas concentrações de AMP.
Pois, o que mais aumenta na célula quando ela está
consumindo energia (diminuindo ATP) é a concentração de
AMP.

Regulação pela frutose-2,6-bifosfato


A frutose-2,6-bifosfato é o mais potente ativador do PKF-
1, sendo capaz de ativar a enzima mesmo quando os níveis
de ATP estão altos (o que iria inibir). A frutose-2,6-bifosfato é
formada pela PKF-2.

Obs: a frutose-1-fosfato inibe a formação do complexo


glicocinase-PRGK

Ela é o melhor ponto de regulação da glicólise e catalisa a


reação 3

• Durante o estado alimentado


o Diminui o glucagon e aumenta a insulina, como
Regulação pelos níveis energéticos da célula ocorre em uma refeição rica em carboidratos,
causa o aumento na frutose-2,6-bisfosfato e,
A PKF-1 é inibida em altas concentrações de ATP que
portanto, na velocidade da glicólise no fígado.
atuam como sinal de ‘’riqueza’’ energética, inibindo também
Desse modo, a frutose-2,6-bifosfato atua como
a glicólise → diminuindo a velocidade e a formação de ATP
sinal intracelular, indicando abundancia de
(pois a célula não pode formar ATP em excesso)
glicose.
o Aumenta a glicólise pois eu quero acabar com o
excesso de glicose
Esther Santos - 77

Regulação da glicólise
• Durante o jejum Regulação por proação
o Níveis elevados de glucagon e baixos de
No fígado, a piruvato cinase é ativada por altas
insulina, como ocorre durante o jejum,
concentrações de frutose-1,6-bifosfato, o produto da
determinam uma diminuição de frutose-2,6-
reação fosfofrutocinase. Tem o efeito de unir as atividades
bifosfato intracelular hepática. Resultando na
enzimáticas: o aumento na atividade da fosfofrutocinase →
diminuição na velocidade geral da glicólise e
muita frutose-1,6-bifosfato sendo formada → ativação da
aumento da gliconeogênese.
piruvato-cinase
o Diminui a glicólise pois está faltando glicose no
meu corpo, então eu preciso produzi-la Regulação por níveis energéticos
(anabolismo) e não catalisá-la.
Muito ATP → inibe piruvato cinase → evitar excesso de ATP
Queda do pH
Regulação por alanina
A queda de pH faz a fosfofrutocinase trabalhar de maneira
mais lenta A piruvato cinase também é usada na síntese de alanina
(precursor)
• Ela cai também pra diminuir o ritmo da glicólise e evitar
uma queda de pH sanguíneo que culminaria em uma • Muita alanina → muito piruvato → inibe a piruvato
acidose cinase → diminuição de piruvato → objetivo de não
• Se a cel quebra muita glicólise, é possível que falte produzir precursor em excesso na célula.
oxigênio na célula → ela começa a fazer a fermentação
lática nos músculos → ácido lático → diminui o pH do
sangue causando o quadro de acidose Insulina

Alta concentração de citrato A insulina, no fígado, estimula a expressão genica das


enzimas envolvidas na utilização da glicólise, em um estado
O citrato é um produto gerado no ciclo de Krebs, formado a pós-alimentar
partir do piruvato
• Glicoquinase
• Se tem muito citrato, quer dizer que eu estou produzindo • Fosfofrutocinase
muito piruvato (precursor), e precursor não pode ser • Piruvato cinase
produzido em alta quantidade
A insulina inibe a expressão gênica das enzimas que atuam
na produção da glicose (pois eu quero diminuir o nível
glicêmico)

• Glicose-6-fosfatase (transforma a glicose-6-fosfato em


glicose)
Glucagon
Quando o glucagon plasmático está alto e a insulina está
baixa (estado em jejum e diabetes), a transcrição genica das
enzimas envolvidas na utilização da glicose estão diminuídas
(pois eu preciso de glicose)
A piruvatocinase faz a conversão do PEP em piruvato, a
• Glicoquinase
terceira reação irreversível da glicólise (reação 10)
• Fosfofrutocinase
• Piruvato cinase
O glucagon aumenta a expressão da glicose-6-fosfatase que
vai transformar a glicose-6-fosfato em glicose e liberar ela na
circulação.
Esther Santos - 77

Regulação da glicólise
Esther Santos Fonseca

Metabolismo frutose e galactose


A principal fonte de dieta da frutose é a sacarose, que, ao ser
hidrolisada no intestino pela sacarase, libera glicose e
frutose.
A frutose é encontrada no mel, frutas e xarope de milho,
utilizado para adoçar refrigerantes e muitos alimentos.

• A entrada de frutose na célula não é dependente de


insulina e, ao contrário da glicose, a frutose não
promove a secreção de insulina
Reação 01 → Fosforilação da frutose
A frutose entra na célula pelo GLUT5 e pode ter 2 caminhos
➢ Fosforilação pela hexocinase
Porém, a hexocinase tem afinidade muito maior pela glicose
do que pela frutose. Isso faz com que pouca quantidade de
frutose seja fosforilada e convertida em frutose-6-fosfato
➢ Fosforilação pela frutocinase
Principal via metabólica da frutose. A frutocinase está
presente no fígado (que processa a maior parte), nos rins e
mucosa do intestino delgado.

• Converte frutose → frutose-1-fosfato, utilizando um


ATP como doador de P
Obs: importante notar que o P tá no carbono 1 e não no Resumo → a frutose entra na via glicolítica através dos
carbono 6, isso é importante na hora da clivagem. produtos do seu metabolismo → DHAP e gliceraldeído-
Reação 02 → clivagem da frutose-1-P 3-fosfato

➢ pelo metabolismo da frutose


A frutose-1-P não é convertida em frutose-1,6-bifosfato, como
ocorre com a frutose-6-fosfato, e sim clivada pela aldolase
B (no fígado) → produzindo di-hidroxiacetona fosfato +
gliceraldeído.

Obs: a di-hidroxiacetona fosfato vai para a via glicolítica para


ser convertida em gliceraldeído-3-fosfato e continuar as
reações.
➢ Pela via glicolítica
A frutose-1,6-bifosfato é clivada por aldolase A, B e C → A deficiência de uma das enzimas-chave necessárias para a
gerando DHAP e gliceraldeído-3-P que continuam na via. entrada da frutose nas vias o metabolismo intermediário pode
resultar tanto de uma condição benigna, como a deficiência
de frutocinase (frutonosúria essencial), quanto em um
distúrbio grave do metabolismo no fígado e nos rins, devido à
Esther Santos Fonseca

Metabolismo frutose e galactose


deficiência de aldose B (intolerância hereditária à frutose,
IHF)
O metabolismo da frutose tem pouca
regulação, pois, alta ingestão de frutose não
→ desperta a secreção de insulina. Além disso,
quando seus produtos entram na via glicolítica,
• Deficiência de frutocinase, enzima que eles não passam pelos 2 pontos de regulação
promove a fosforilação (entrada de fosfato) (hexocinases e fosfofrutocinase)
na frutose, gerando frutose-1-P
Se não tiver gasto de ATP, o excesso de
• Herança autossômica recessiva
piruvato proveniente da frutose vai levar à
• Condição benigna
síntese de ác. Graxos no fígado e de gordura →
• Frutose se acumula na urina esteatose hepática (acúmulo de gordura no
fígado)


A principal fonte de galactose na alimentação é a lactose,
A aldolase B é responsável por clivar a frutose-
obtida do leite e derivados. Após a digestão da lactose na
1-fosfato, e com a deficiência dela → frutose-1-
borda em escova pela lactase → glicose + galactose
P se acumula, resultando em uma queda de Pi
(fosfato inorgânico), e, portanto, de ATP. Obs: assim como a frutose, a entrada de galactose nas
células não dependem de insulina.
Conforme o ATP cai, o AMP aumenta, sendo
degradado na ausência de Pi e gerando
hiperuricemia

A diminuição de ATP hepático afeta a


gliconeogênese, causando hipoglicemia com
vômitos e a síntese de proteínas, causando
diminuição nos fatores de coagulação do
sangue e outras proteínas essenciais.

Tratamento: dieta. A sacarose, o sorbitol e a


frutose devem ser removidos para evitar
insuficiência hepática e morte.

Reação 01 → fosforilação da galactose


A enzima galactocinase fosforila a galactose, gastando um
ATP → Galactose-1-P é formado
Reação 02 → formação de UDP-galactose
A galactose-1-fosfato não pode entrar na via glicolítica, a
menos que ela seja convertida em UDP-galactose

• Isso ocorre em uma relação de troca, na qual a enzima


galactose-1-fosfato-uridiltransferase catalisa a
reação:
Esther Santos Fonseca

Metabolismo frutose e galactose


A galactose-1-P é transformada em UDP-galactose pela
enzima galactose-1-P uridiltransferase (GALT)
A UDP-galactose sofre uma epimerização e se transforma
→ enzima UDP-galactose-4-epimerase → UDP-galactose

• Fica nesse ciclo entre essas duas UDP


Reação 03 → fosfato muda de posição e glicólise
A glicose-1-fosfato proveniente do saldo da reação 02 sofre a
ação da fosfoglucomutase → altera a posição do fosfato para
a hidroxila do carbono 6 → formando glicose-6-fosfato →
entra na via glicolítica


A deficiência de GALT leva ao acumulo de
galactose e galactose-1-fosfato no tecido →
causando a galactosemia

A Gal-1-P é citotóxica e produz lesões no fígado e


no cérebro.

A galactose acumulada é desviada para as vias


secundárias, como a produção de galactitol. O
acumulo de galactitol nos olhos causa estresse
osmótico e oxidativo → catarata
Glutationa como antioxidante
Antioxidantes

Os radicais livres são moléculas altamente instáveis e muito Antioxidantes são vitaminas, minerais e outras substâncias
reativas, sendo sua presença critica para a manutenção de químicas que têm a capacidade de “doar” um de seus
muitas funções fisiológicas normais. elétrons aos radicais livres e ainda continuarem estáveis.

• São formados via ação catalítica de enzimas, durante o Com isso, os radicais livres se tornam moléculas estáveis e
processo de transferência de elétrons que ocorrem no acabam sendo eliminados, interrompendo o estresse
metabolismo celular e pela exposição a fatores exógenos oxidativo → inibem e reduzem os danos dos radicais livres

Os radicais livres são espécies radioativas de oxigênio


(ROS), devido à redução parcial do oxigênio molecular, que
também e de ingestão de substancias exógenas (drogas e • Mecanismos de proteção dos antioxidantes
medicamentos) o Impedir a formação de radicais livres
o Capazes de interceptar os radicais livres gerados
pelo metabolismo ou por fonte exógena →
impedindo o ataque sobre lipídeos, carboidratos e
proteínas → impede lesões e danos
o Reparo das lesões causadas pelos radicais

O organismo dispõe de sistemas enzimáticos (superóxido


dismutase e catalase) e não enzimáticos (vitaminas
antioxidantes) capazes de dissipar os radicais livres.

O NADPH é derivado da vitamina B3 (niacina) e constitui uma


reserva importande de poder redutor, imprescindível não
apenas para as sínteses redutivas, mas também para os
• Essas espécies radicalares reagem praticamente com mecanismos celulares que previnem o estresse oxidativo.
qualquer composto, as macromoléculas inclusive,
causando alterações estruturais irreversíveis. • Nesses processos antioxidantes, o NADPH atua em
• Os danos oxidativos induzidos pelos radicais livres nas associação com o tripeptídio glutationa.
células e tecidos têm sido relacionados com doenças
degenerativas como cardiopatias, asterosclerose e
problemas pulmonares. Os danos no DNA
desempenham papel importante nos processos de
mutagênese e carcinogênese.

A estrutura de muitas proteínas (como a glutationa) depende


de grupos sulfidrilas de resíduos de cisteína – SH
as espécies reativas de oxigênio (radicais livres) podem
provocar a oxidação dos grupos SH a dissulfeto → -S-S-
Glutationa como antioxidante
Peroxidação de fosfolipídios
Espécie reduzida Espécie oxidada
A peroxidação de fosfolipídios da membrana plasmática
ocasiona ruptura desta, provocando lise da hemácia.

Os peróxidos H2O2 ou peróxidos orgânicos (RO2H) são
Oxidação (radicais)
reduzidos pela glutationa por ação da glutationa
a glutationa participa da redução das pontes de dissulfeto peroxidase, uma enzima peculiar que contem selênio.
→ retornando aos grupos sulfidrilas (SH)

• Esse processo redutor é catalisado pela enzima


dissulfato redutase (PDR)
Para isso, os grupos SH de 2 moléculas de glutationa (GSH) A glutationa reduz (adiciona hidrogênio) essas espécies →
são oxidados → perde hidrogênio, passando a constituir o resultando em produtos menos tóxicos para a célula, como a
grupo S-S da glutationa dissulfeto (GSSH) água → após isso, a glutationa está oxidada (GSSH)

• A restauração da forma GSH da glutationa é obtida da • O NADPH reduz a glutationa, doando hidrogênio, e a
reação com NADPH → retorna os hidrogênios, pela glutationa volta a sua forma reduzida GSH → ação da
coenzima glutationa redutase (GR) glutationa redutase

Ou seja Em mamíferos, a glutationa é um dos principais agentes


redutores de dissulfetos e peróxidos, o NADPH reduz a
GSH → glutationa reduzida glutationa oxidada, sendo o redutor primário da glutationa
GSSH → glutationa oxidada redutase e de outras enzimas que catabolizam ROS

Enzima PDR → dissulfeto redutase


A proteína está oxidada por ação de radicais livres →
glutationa agente antioxidante vai reparar o dano → ela doa
os hidrogênios (se oxida) para que a proteína volte ao grupo
SH (reduzida) e se torne ativa novamente
Enzima GR → glutationa redutase
A glutationa agora está oxidada (GSSH) → NADPH doa
hidrogênios pra ela (se oxida) → glutationa reduzida
(GSH), podendo atuar como antioxidante novamente

As hemácias são células particularmente sensíveis ao dano


oxidativo, por disporem de um leque de vias metabólicas
muito restrito.
A exposição provoca oxidação de grupos sulfidrilas (SH) de
proteínas, a peroxidação de lipídios e a oxidação do ion
ferroso da hemoglobina.
Ciclo do Acido cItrico
preparação para o ciclo de krebs • E1 → requer tiamina-pirofosfato (vitamina B1)
• E2 → ácido lipoico e coenzima A
• E3 → requer FAD e NAD+ (metabólito da niacina e
Descarboxilação oxidativa do piruvato
riboflavina, respectivamente, ambas do complexo B)
Produto final da glicólise → piruvato, deve ser transportado
para dentro da mitocôndria antes que possa entrar no ciclo
de Krebs

• Esse transporte é feito por um transportador especifico


para o piruvato, que o ajuda a cruzar a membrana
mitocondrial interna (porque ela tem duas membranas)
Uma vez na matriz mitocondrial, o piruvato perde o CO2 e
entra uma CoA (coenzima A) no lugar → acetil CoA

• Catalisado pelo complexo da piruvato-desidrogenase Regulação do complexo piruvato-desidrogenase


• Reação irreversível, por isso, não ocorre a formação de
piruvato a partir de acetil coa via gliconeogênese. • Fatores que inativam
PDH-cinase independente de AMPc fosforila o complexo →
inibe E1 → enzima inativada
A cinase é ativada alostericamente por ATP, acetil-CoA e
NADH → tendo isso, portanto → menor atividade do
complexo

• Fatores que inativam


PDH-fosfatase desfosforila → ativa E1 → complexo ativo

A saída do CO2 fornece a energia necessária para a entrada Alta concentração de piruvato → inibe PDH-cinase → E1
da CoA. Além disso, irá transferir um elétron para o NAD+ → com atividade máxima
NADH (carreador de hidrogênios e elétrons para a cadeia Cálcio → ativador de PDH-fosfatase → estimula atividade
respiratória) da E1, especialmente no musculo esquelético, onde a
COMPLEXO DA PIRUVATO-DESIDROGENASE liberação de Ca2+ na contração estimula a geração de
energia
Essa enzima não faz parte do ciclo de Krebs, mas é uma
importante fonte de acetil-CoA – o substrato de dois carbonos
que alimenta o ciclo
Enzimas componentes do complexo
É um agregado multimolecular que apresenta 3 enzimas:

• E1 → piruvato-desidrogenase ou descarboxilase
• E2 → diidrolipoil-transacetilase
• E3 → diidrolipoil-desidrogenase
Cada uma delas vai catalisar uma parte da reação geral.
Coenzimas
o complexo da piruvato-desidrogenase contem 5 coenzimas
(molécula não proteica cuja associação com uma enzima é
indispensável para o funcionamento), que atuam como
carreadores ou como oxidantes para os intermediários das
reações
Ciclo do Acido cItrico
DEFICIÊNCIA PIRUVATO-DESIDROGENASE
É a causa bioquímica mais comum da acidose
lática congênita. A deficiência nessa enzima
resulta na incapacidade de converter piruvato
em acetil CoA, fazendo com que o piruvato seja
desviado para a reação de formação de ácido
lático, via lactato-desidrogenase.
Isso gera problemas → encéfalo, o qual
depende do ciclo de Krebs para a produção da Obs: a saída do CoA forneceu a energia necessária para unir
maior parte da sua energia e é especialmente os carbonos do oxalacetato e do acetil para formar citrato.
sensível à acidose.

• Profundo retardo psicomotor com lesões no


córtex cerebral, no tronco encefálico,
levando à morte no início da infância.

ENVENENAMENTO POR ARSÊNICO


REAÇÃO 02 → ISOMERIZAÇÃO DO CITRATO
O arsênico pode interferir com a glicólise na
reação que utiliza o gliceraldeído-3-fosfato, Enzima aconitase isomeria o citrato em isocitrato.
diminuindo, então, a produção de ATP. • Também possui fator que inibe → inibida por
• O arsênico compete com o Pi para entrar no fluroracerato, um composto utilizado como raticida,
gliceraldeiro-3-fosfato → envenenamento resultando em um acumulo de citrato → efeito inibitório
→ célula morre sem energia na fosfofrutocinase da glicólise.

O envenenamento é devido, principalmente,


devido à inibição de enzimas que utilizam o
ácido lipóico como cofator, incluindo a
piruvato-desidrogenase, a α-
cetoglutaratodesidrogenase e a desidrogenas
de α-cetoácidos de cadeia ramificada..
Quando o arsênico se liga ao ácido lipóico no
complexo, o piruvato e o lactato se acumula
→ afeta especialmente o encéfalo, levando a O citrato vai ter seu OH mudado de posição, o que será
distúrbios neurológicos e morte. importante para a próxima reação.
REAÇÃO 03 → OXIDAÇÃO E DESCARBOXILAÇÃO DO
ISOCITRATO
ciclo do ácido cítrico Enzima isocitrato-desidrogenase catalisa a
descarboxilação irreversível do isocitrato, originando a
REAÇÃO 01 → SÍNTESE DO CITRATO A PARTIR DE primeira das três moléculas de NADH produzidas pelo ciclo
ACETIL-COA E OXALACETATO e a primeira liberação de CO2.
Enzima citrato-cinase catalisa a reação de condensação de • Essa enzima sofre regulação
acetil – CoA e oxalato para formar citrato.

• É um ponto de regulação
Ciclo do Acido cItrico

A carbonila formada no alfa-cetoglutarato vai ser importante


para a próxima reação
Reação 04 e 05
REAÇÃO 04 → DESCARBOXILAÇÃO OXIDATIVA DO α-
CETOGLUTARATO
Enzima α-cetoglutarato-desidrogenase catalisa a
conversão de cetoglutarato em succinil CoA.
Essa enzima também é um complexo de 3 enzimas, e o
mecanismo dessa reação é muito parecido com o da reação
de preparo para o ciclo de Krebs. No entanto, o complexo REAÇÃO 06 → OXIDAÇÃO DO SUCCINATO
não é regulado por reações de fosforilação/desfosforilação
como no complexo de piruvato-desidrogenase. Enzima succinato desidrogenase catalisa a reação de
oxidação de succinato a fumarato, ao mesmo tempo em que
• As coenzimas necessárias são: sua coenzima FAD é reduzida a FADH2
o Pirofosfato de tiamina
o Ácido lipóico • Única enzima do ácido cítrico que esta inserida na
o FAD E NAD+ membrana interna da mitocôndria. Assim funciona como
o Coenzima A o complexo II da cadeia transportadora de elétrons.
• Também é um ponto de controle
vai liberar o 2º CO2 e produz o 2º NADH do ciclo.

Cada CH2 vai perder um H que vai para o FAD → FADH2 →


levará hidrogênio e elétrons para a cadeia respiratória
REAÇÃO 05 → CLIVAGEM DO SUCCINIL-COA REAÇÃO 07 → HIDRATAÇÃO DO FUMARATO
A enzima succinil-CoA sintetase cliva a ligação tio éster de O fumarato é hidratado (entrada de H2O) resultando em
alta energia da succinil-CoA malato, uma reação livremente reversível, catalisada pela
fumarase.
• Ela vai produzir GDP para depois ATP
o A saída da COA fornece energia,
termodinamicamente possível, para a formação
do GTP
o Pi + GDP → GTP
o GTP → ADP + AT (e com isso o GTP volta a ser
GDP)
Ciclo do Acido cItrico
A entrada de água é importante pois vai formar o OH, • Citrato sintase
posicionando-o para a próxima reação • Isocitrato desidrogenase
• α-cetoglutarato-desidrogenase
REAÇÃO 08 → OXIDAÇÃO DO MALATO
REGULAÇÃO DA CITRATO-SINTASE
A enzima malato-desidrogenase catalisa a reação em
que o malato é oxidado em oxalacetato.
Essa reação produz o 3º NADH do ciclo

Fatores que ativam a citrato cinase

• Ativada alostericamente por Ca2+ e ADP (ou seja, mais


o H do OH que acabou de entrar com H2O → vão ser ativa em situações de baixo ATP)
usados para fazer o NAD → NADH +H+ Fatores que diminuem a atividade
voltando a fomar a carbonila e começando um novo ciclo. • Inibida pelo seu próprio produto → citrato
PRODUÇÃO DE ENERGIA PELO CICLO DO ÁCIDO o Além disso, o citrato inibe a fosfofrutocinase da
CÍTRICO glicólise
o Citrato ativa a acetil-CoA-carboxilase
2 átomos de carbono entram no ciclo na forma de acetil- • NADPH e ATP
CoA e o deixam na forma de CO2. • Succinil-CoA e derivados de acetil-CoA graxos.
4 pares de elétrons são transferidos durante uma volta
do ciclo: 2 pares de e- reduzem o NAD+ a NADH e 1
par de e- reduz FAD a FADH2
A oxidação de um NADH pela cadeia transportadora de REGULAÇÃO DA ISOCITRATO-DESIDROGENASE
elétrons leva a formação de 3ATPs, enquanto a oxidação
do FADH2 gera 2 ATPs.

É a enzima que sofre mais regulação, que realmente tem


uma inibição e ativação mais forte.
Fatores que inibem a atividade

• ATP e NADH, cujos níveis se elevam na presença de


abundantes reservas de energia nas células

REGULAÇÃO DO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO Fatores que ativam a enzima

O ciclo de ácido cítrico é regulado em 3 reações irreversíveis • Ativada alostericamente por ADP (um sinal de que a
catalisada pelas enzimas: quantidade de energia na célula está reduzida)
• E Ca2+
Ciclo do Acido cItrico
REGULAÇÃO EM BAIXA ENERGIA (BAIXO ATP)

• Em baixo ATP, eu tenho alto ADP → estimula os 2


pontos de controle → citrato-cinase + isocitrato-
desidrogenase → maior atividade do ciclo
REGULAÇÃO DA α-CETOGLUTARATO-
DESIDROGENASE

É um complexo que possui 3 enzimas e que seu mecanismo


se parece muito com o complexo piruvato-desidrogenase
(que acontece antes de entrar no ciclo, piruvato vira acetil-
CoA)
Fatores que inibem

• Inibido por seus produtos → NADH e succinil-CoA


• ATP (em excesso)
Fatores que ativam

• Ativado por Ca2+

REGULAÇÃO EM ALTA ENERGIA (ALTO ATP)

• Alto ATP inibe os 3 pontos de controle → enzima


citrato-cinase + isocitrato-desidrogenase + complexo da
alfa-cetoglutarato-desidrogenase.
• Ou seja → alto ATP → menor atividade do ciclo de
Krebs
Esther - 77

Cadeia respiratória e fosforilação


da membrana. É impermeável à maior parte
das substancias hidrofílicas e com carga,
Os intermediários metabólicos da glicose, molécula rica em precisando de carreadores específicos.
energia, são formados durante o processo → NADH e
FADH2 → coenzimas reduzidas (ganharam elétrons e A matriz mitocondrial
hidrogênios)
50% de proteína, incluindo as enzimas que
Cada uma dessas coenzimas deve ser reoxidada, ou seja, oxidam o piruvato, os aminoácidos, os
perder hidrogênios e elétrons por dois motivos: ácidos graxos e aquelas do ciclo do ácido
cítrico.
1. Voltando a forma oxidada (NAD+ e FAD), elas podem
participar novamente das vias de degradação dos A matriz contém NAD+ e FAD (formas
nutrientes oxidadas das coenzimas) e ADP e Pi,
2. A energia conservada nelas vão ser utilizadas, a partir da utilizados para produzir ATP.
oxidação (retirada de elétrons) para sintetizar ATP
Também contém RNAmt e DNAmt
Essas coenzimas então, irão doar seus pares de elétrons
(2 e-) a um grupo especializado de carreadores de elétrons.
As células aeróbicas produzem a maior parte do seu ATP
por oxidação das coenzimas pelo oxigênio (a chamada
‘’respiração celular’’), efetuada pela cadeia de transporte de
elétrons.
A fosforilação oxidativa vai fosforilar o ADP (ADP + Pi →
ATP) e produzir ATP através da energia derivada pela
oxidação das coenzimas
A membrana mitocôndrial possui:

→ 5 complexos que aceitam ou doam elétrons


→ carreadores de elétrons móveis → ubiquinona
(coenzima Q) e citocromo C, que levam os elétrons de
um complexo ao outro
→ carreador fosfato → transportadores de Pi do citosol
para dentro da mitocôndria
→ ATP-sintase (complexo V) → responsável por sintetizar
resumindo a produção de ATP a partir de NADH e FADH2 ATP através da energia do gradiente de prótons gerados
pela cadeia transportadora de elétrons.
→ obter elétrons ricos em energia
→ usar a energia desses elétrons para criar um acumulo de
H+ no espaço entre membranas da mitocôndria A membrana mitocondrial interna não possui proteína
→ usar a energia do movimento do H+ quando ele retorna transportadora de NADH, de modo que ele entra na
para produzir ATP pela ATP-sintase mitocôndria através de dois circuitos

→ Circuito malato-aspartato
Membranas plasmáticas → Circuito glicerol-fosfato

A mitocôndria possui duas membranas plasmáticas, uma Circuito malato-aspartato


interna e outra externa.
O NADH entra na forma de malato
A membrana externa → permeável, pois contem poros O asparato → oxalacetato → malato
especiais, para a maioria dos íons, incluindo H+, Na+, K+,
ATP, ADP, piruvato e etc. Obs: o malato tem 2H que o oxalato não tinha, esses 2H
pertencem ao NADH, que, ao doar seus hidrogênios, voltou
a membrana interna → rica em proteínas, a ser NAD+
contém as cristas que aumentam a superfície
Esther - 77

Cadeia respiratória e fosforilação


Estes componentes organizam-se em ordem crescentes de
potenciais de redução → ou seja, quanto maior o Ered,
menor o Eoxi → a energia dos elétrons retirados (oxidação)
das coenzimas vai diminuindo conforme passam pelos
transportadores 8

Dessa forma, o malato entra na mitocôndria carregando os


2H do NAD. Lá dentro:
Malato (devolve 2H para o NAD+ → NADH) → oxaloacetato
→ asparato → citosol da célula

A proteína desse complexo possui o grupo prostético


flavina mononucleotideo (FMN), derivado da vitamina
riboflavina, com estrutura semelhante à do FAD.
Circuito glicerol-fosfato
→ A NADH- desidrogenase também possui centros de Fe-
Os elétrons do NAD entram na mitocôndria pelo glicerol- S, os quais são necessários para a transferência dos
3-fosfato, e lá dentro eles vão ser devolvidos para o FAD → átomos de hidrogênio para a ubiquinona
FADH2 e não para o NAD como aconteceu no circuito malato-
Como o FAD, a FMN é capaz de receber 2 elétrons vindos do
aspartato.
NADH + H+ passando a sua forma reduzida FMNH2,
possuindo um intermediário radical livre, a semiquinona.
Obs: as proteínas que contem uma coenzima derivada da
riboflavina (FAD ou FMN) são flavoproteínas.

Dihidroxiacetona fosfato → +2H do NADH → glicerol 3P →


entra na mitocôndria → devolve 2H para o FAD → FADH2
Complexo I atua como bomba de prótons
Após isso, o complexo I → bombeia 4H+ para o espaço entre
membranas → ao mesmo tempo que passa 2e- para a
ubiquinona CoQ → CoQH2

Todos os membros da cadeia são proteínas, com exceção


da coenzima Q (ubiquinona). Eles podem:
Representa o 2º ponto de entrada de elétrons
→ Funcionar como enzimas → desidrogenases (complexo
I e II) É uma enzima peculiar pois participa do ciclo de Krebs e
→ Conter ferro como parte de um centro ferro-enxofre faz parte da cadeia respiratória. seu domínio hidrofílico
(Fe-S) consta de uma flavoproteína (FAD) e de cetros Fe-S
→ Estar coordenados com um anel porfirina → citocromos
→ Ou conter cobre → complexo IV
Esther - 77

Cadeia respiratória e fosforilação


Ela catalisa a reação do succinato → fumarato, com redução
de FAD a FADH2.
Também chamado de citocromo c oxidase, é a ultima
A oxidação (perda de elétrons) do FAD ocorre acoplada à enzima das cadeias de transporte de elétrons.
coenzima Q (ubiquinona)
Ela catalisa a passagem de elétrons do citocromo C para o
oxigênio (O2), combinada à extrusão de prótons

→ Ou seja, o complexo IV catalisa a redução do O2 à H2O,


Obs: esse complexo não contribui para a formação do acoplada ao bombeamento de prótons
gradiente de prótons, pois não há translocação de prótons → O complexo IV contribui para o gradiente de prótons
através da membrana interna.

É um derivado da quinona e é hidrofóbica, por isso está na


bicamada lipídica e consegue se movimentar.
Ela recebe átomos de hidrogênio (e-) do complexo I
(FMNH2) e do complexo II (FADH2).
A CoQ transfere elétrons para o complexo III, portanto, atua
como um elo entre as flavoproteínas (Comp. I e II) e os Esses compostos previnem a passagem
citocromos. de elétrons ligando-se a algum componente
da cadeia e bloqueando a reação de
oxidação/redução.
Desse modo, todos os carreadores são
reduzidos enquanto aqueles localizados
após o bloqueio são oxidados.
A inibição do transporte de elétrons
também inibe a síntese de ATP, pois esses
Esse complexo catalisa a transferência de elétrons da processos são acoplados.
ubiquinina ao citocromo C, acompanhada de movimento
de prontos
Na ausência de O2 não há ATP produzido por fosforilação
→ Ou seja, o complexo III transfere elétrons da CoQ para o oxidativa, pois os elétrons ficam na cadeia. O cianeto se liga
citocromo C e bombeia prótons (4H+) para o espaço ao Fe3+ do heme do componente do citocromo aa3
entre as membranas (complexo IV) e impede o transporte de elétrons para o O2
CoQH2 oxida (perde elétrons) → - 2e- → complexo III recebe → inibição da cadeia e inibição da produção de ATP
→ ao mesmo tempo, 4H+ são liberados no espaço
intermembrana → reduz o citocromo C (ganha 2 eletrons) Anemia por deficiência de ferro
Embora a anemia por falta de Fe seja caracterizada pelos
níveis deste diminuídos na hemoglobina, outras proteínas
contendo ferro também são afetadas → citocromos que
contem Fe e os centros Fe-S da cadeia respiratória,
principalmente nos músculos esqueléticos.
Dessa forma, a fadiga da anemia por deficiência de ferro em
pacientes com anorexia (peso abaixo do normal por
Apresenta um grupo heme, constituído por um anel porfirina compulsão de exericicios), resulta, em parte, da falta de
contendo um átomo de Ferr. Funciona como um carreador produção de ATP pela cadeia de transporte de elétrons.
de elétrons móvel, do complexo III → complexo IV
Esther - 77

Cadeia respiratória e fosforilação

A transferência de elétrons ao longo da cadeia de transporte O complexo V ou ATP-sintase sinteriza o ATP, utilizando a
de elétrons é energeticamente favorecida, pois o NADH é um energia do gradiente de prótons gerado pela cadeia
forte doador de epetrons, e o O2 é um ávido receptor de transportadora de elétrons.
elétrons.
Os H+ só podem voltar para dentro da mitocôndria pela
Hipótese quimiostática ATP-sintase → ao voltarem, eles forçam a rotação da ATP-
sintase → permitindo que ADP + Pi (que estavam na matriz)
Essa hipótese explixa o acoplamento da síntese de ATO ao → ATP que será liberado
transporte de elétrons.
• A fosforilação (adicionar fosfato) então, é:
→ A energia livre do eletron (que o NADH e o FADH2
carregavam) é utilizada para bombear prótons para o ADP + Pi → ATP
espaço intermembranas.
Consequência do bombeamento de prótons (H+) para o
espaço entre as membranas → produção de um gradiente
elétrico (carga positiva fora e carga negativa dentro) e um
gradiente de pH (meio externo pH mais baixo e meio interno
pH mais alto)
Dessa forma, face da membrana interna voltada para a matriz
→ carregada negativamente
Face do lado de fora da membrana interna → gradiente de
prótons → carregado positivamente Oligomicina

Assim, forma-se um potencial de membrana, que faz com É um fármaco que se liga à ATP-sintase e fecha o canal de
que haja o retorno dos prótons ao interior da mitocôndria H+, impedindo o retorno dos prótons à matriz → inibe a
(pois os H+ foram atraídos pela carga negativa do lado de formação de ATP.
dentro) → ao voltarem, os H+ liberam energia capaz de
levar à síntese de ATP
NADH → fornecem a maior parte da energia, começa a partir
do complexo I

Deficiências hereditárias da fosforilação oxidativa


13 de 120 polipeptídeos necessários para a fosforilação
oxidativa são codificados pelo DNAmt, herança FADH2 → é como se seus elétrons tivessem energia mais
materna. baixa, por isso começam pelo complexo II

Deficiências na fosforilação oxidativa, mais


provavelmente, resultam de alterações no DNAmt.
Dessa forma, tecidos que necessitam mais de ATP, tais
como (abaixo) são mais afetados.

• SNC, músculos esqueléticos e cardíaco, rins e


fígado
Esther - 77

Cadeia respiratória e fosforilação


ADP baixo → dificulta a fosforilação e a cadeia de transporte
de elétrons → acúmulo de NAD e FADH2 que não podem ser
oxidados → NAD e FADH2 inibe enzimas das vias do ciclo
de Krebs, oxidação de ácidos graxos etc.

Proteínas UCPs
São proteínas encontradas na membrana mitocondrial
interna de humanos.

→ Essas proteínas criam um ‘’vazamento de prótons’’,


ou seja, permitem que os H+ retornem à matriz sem que
a energia seja capturada como ATP.
Nesse caso, a energia é liberada como forma de calor, é
um processo denominado de termogênese sem tremor.
A UCP1 denominada termogermina, é responsável pela
produção de calor nos adipócitos marrons (gordura
marrom) nos humanos, abundante em recém nascidos,
contribuindo para o controle termogênico do corpo.

→ A UCP1 é ativada por ácidos graxos


Desacopladores sintéticos
Também nesse caso, os desacopladores promovem um
‘’vazamento de H+’’ sendo a energia liberada como calor, em
vez de sintetizar ATP.
Em doses altas, a aspirina desacopla a fosforilação oxidativa
→ febre que acompanha as superdoses toxicas dessas
drogas.

A taxa de fosforilação é determinada pela demanda de ATP.


De modo geral os elétrons não fluem através da cadeia
transportadora de elétrons até o O2, ao menos que ADP seja
simultaneamente fosforilado a ATP.
ADP alto (menor ATP, músculo ativo) → aumenta a taxa de
fosforilação oxidativa para a demanda de produzir mais
ATP nos músculos, por exemplo.

→ Dessa forma, o ADP é o fator limitante do controle


respiratório.
Mídia e suplementos alimentares
A mídia tem uma grande influência sobre os usuários de
suplementos alimentares, propagandas diárias fazem
A utilização de suplementos alimentares tem se tornado acreditar na necessidade de complementar a dieta.
popular entre praticantes de exercícios físicos, influenciados
por modismo e culto ao corpo imposto pela mídia. Outros fatores

Nos últimos anos se observa que a influencia midiática do • Insatisfação com a aparecia física
culto ao corpo perfeito tem contribuído, cada vez mais, com o • Vigorexia ou dismorfia muscular → pessoas
uso de suplementos por indivíduos praticantes de exercícios insatisfeitas com o desenvolvimento dos músculos,
físicos, com o objetivo de hipertrofia muscular. buscam de tudo para obter hipertrofia muscular.
Dentre os efeitos adversos do uso indevido de suplementos
alimentares relatados na literatura
Estudos relataram que o uso pode ser benéfico para um
• Sobrecarga renal e hepática pequeno grupo de indivíduos → atletas ou aqueles que, por
• Aumento do sono e acne algum motivo, não possuem dieta balanceada, necessitando
• Dores abdominais, desidratação de suplementação alimentar.
• Redução da densidade óssea
• alterações psicológicas e cardíacas

São alimentos que complementam, com calorias/nutrientes a


dieta diária de uma pessoa saudável, nos casos em que sua
ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente ou quando Suplementos proteicos
a deita requer suplementação.
Whey protein (soro do leite), albumina (clara do ovo), creatina
• Por exemplo, atletas competidores tem exigências (aminoácido glicina) → garantem crescimento,
nutricionais extremamente rígidas e desgastes → desenvolvimento e reconstituição tecidual do musculo
uso de suplementos esquelético para aqueles que praticam musculação/atividade
física.
A utilização de suplementos proteicos além de 15% do total
de calorias da dieta diária, sem necessidade, causa vários
efeitos adversos tais como:

• Acumulo de cálculos renais, gota


• Aumento de gordura corporal, desidratação
• Balanço negativo de cálcio e, consequentemente,
conduz perda de massa óssea.
Cafeína
Usada com a intenção de melhorar a performance em
atividade de média e longa duração.
Desempenho atlético → cafeína causa mobilização que
Conhecimento cientifico sobre a relação entre suplementação
ocorre nos ácidos graxos livres do tec.adiposo →
alimentar e saúde → estratégias de marketing das
aumentando o suprimento de gordura no musculo,
industrias alimentícias, induzindo o lançamento de alimentos
economizando glicogênio, melhorando a função
funcionais.
neuromuscular e prolongando o tempo do exercício.
Estudos constataram que a televisão, rádio, jornais e
Atua também melhorando a contratilidade dos músculos
revistas são as fontes de informação sobre alimentação mais
cardíacos e esqueléticos e beneficia atividades que
usadas pelas pessoas.
demandam concentração, por estimular o SNC.
A venda de suplementos tem crescido drasticamente nos
Entre os efeitos adversos causados pela ingestão
últimos anos, e essa prática geralmente é encorajada por desorientada de cafeína
profissionais responsáveis pelo treinamento físico
Mídia e suplementos alimentares
• Prejuízo da estabilidade de membros superiores,
induzindo-os a trepides e tremor, resultantes da
tensão muscular crônica
• Indução da insônia, nervosismo, instabilidade
• Ansiedade, náuseas e desconforto gastrointestinal.
Carboidratos
Atuam como combustíveis energéticos, particularmente
durante exercícios de alta intensidade. Os mais usados são a
maltodextrina e a frutose.

• Maltodextrina → função de reidratar o individuo


que está se exercitando e fazer a manutenção da
glicemia sanguínea.
• Frutose → devido ao seu baixo índice glicêmico,
metabolismo independente de insulina e rápida
absorção hepática, está é indicada como
suplemento pré-exercicio. Promove a melhor
utilização dos carboidratos exógenos, retardando o
consumo do glicogênio muscular e
consequentemente a exaustão.
Dentre os efeitos adversos do uso exagerado de carboidratos
como suplementação

• Acumulo de gordura corporal → o organismo possui


capacidade limitada na utilização da glicose
armazenada, para obtenção de energia.
o Depois que as células atingem sua
capacidade máxima para armazenamento
de glicogênio → açucares em excesso são
transformados e armazenados na forma de
gordura
Via da pentoses-fosfato
Também é importante → testículos, ovários, placenta e
córtex adrenal, eritrócitos (que dependem de NADPH para
A via das pentoses-fosfato ocorre no citosol da célula. manter a glutationa reduzida)
Consiste em duas reações de oxidação irreversíveis,
seguidas de uma série de interconversões reversíveis de Reação 01 → desidrogenação da glicose 6P
açúcar fosfato.
Reação irreversível, portanto, é regulada.
• Nenhum ATP é consumido ou produzido ou consumido,
Enzima: glicose-6-fosfato-desidrogenase (G6PD) catalisa a
e o carbono 1 da glicose-6-fosfato é liberado como CO2
reação de oxidação em que
• 2 NADPHs são produzidos para cada molécula de
glicose-6-fosfato que entra na parte oxidativa da via Glicose 6P → 6-fosfogliconolactona usando NADP+ como
coenzima → formação de um NADPH H+
A velocidade e o sentido das reações vão depender da oferta
e da demanda dos intermediários do ciclo.

• A via proporciona a maior parte de NADPH, que funciona


como redutor bioquímico
• A via produz também ribose-5-fosfato, necessária para a
biossíntese de nucleotídeos.

• Regulação da via das pentoses

o O NADPH inibe a G6PD, a relação NADPH/NADP+ é


suficientemente alta para inibir a enzima
o Entretanto → aumento da demanda por NADPH na
célula → menor relação NADPH/NADP+ → maior
atividade de G6PD
o A insulina aumenta a expressão do gene da G6PD e o
fluxo da via segue com a demanda da célula por NADPH
e ribulose 5P
Reação 02 → formação da ribulose-5-fosfato
6-Fosfogliconolactona → hidrolise (água) pela enzima 6-
fosfogliconolactona-hidrolase → 6P gliconato
A reação é irreversível e não limitante da velocidade da
via.
Na via da pentoses fosfato, a energia derivada da oxidação
da glicose é exclusivamente armazenada sob a forma de
pode redutor (NADPH) e não de NADH e ATP como na
glicólise.

Consiste em três reações com os produtos


Glicose-6-fosfato (oxidação) → Ribose-5-fosfato, CO2 e
2NADPH Reação 03 → descarboxilação oxidativa
O 6p gliconato → saída de CO2 → ribulose 5P + CO2 +
NADPH H+

É importante no fígado, nas glândulas mamarias e no tecido Enzima: 6-fosfogliconato-desidrogenase


adiposo, que agem na biossíntese de ácidos graxos, a qual é
dependente de NADPH.
Via da pentoses-fosfato

Fase de rearranjos moleculares


Ocorrem em todos os tipos de células que sintetizam
nucleotídeos e ácidos nucleicos. Elas catalisam a
interconversão de açucares de 3 a 7 carbonos

• Via das pentoses-fosfato e glicólise intimamente


relacionadas pois apresentam intermediários comuns →
• As desidrogenases da parte oxidativa → inibidas
glicose 6P, frutose 6P e gliceraldeído 3P
por NADPH
Permitem que a ribulose 5P (produzida na parte oxidativa) →
Destino da glicose 6P
ribose 5P (necessária para a produção de ac.nucleicos)
O destino da glicose 6P se é pra via das pentoses ou para a
ou
glicólise é determinado pelas rações ATP/ADP e
→ frutose 6P + gliceraldeído 3P → intermediários da NADPH/NADP+ intracelulares
glicólise
• Via das pentoses fosfato
O metabolismo da glicose 6P passa a ser desviado para a via
das pentoses
o ATP/ADP alta (célula com muita energia) →
fosfofrutocinase 1 a glicólise é inibida → estimulo das
desidrogenases da via das pentoses fosfato
o Aumento de insulina → síntese de ácidos graxos →
precisa de NADPH como coenzima

• Glicólise

o ATP/ADP baixa (carga energética celular baixa) →


glicose 6P vai para a via glicolítica → NADPH/NADP+ é
alta → inibe via das pentoses
o Formação de ácidos graxos → consome muito ATP →
ATP/ADP baixa → glicólise
Obs: a produção vai depender da demanda da célula.

Necessidade de NADPH e ribose 5P simultaneamente


Há o predomínio da parte oxidativa da via.

NADPH → coenzima redutora da síntese de ácidos graxos,


colesterol, hormônios esteroides e dissipação de radicais
livres
Via da pentoses-fosfato
Ribose 5P → precursora da síntese de nucleotídeos
Demanda de ribose 5P é maior
A parte não oxidativa da via é acionada. É a situação vigente
na maioria dos tecidos e músculos.

• Transaldolases e transcetolases convertem


o frutose 6P + gliceraldeído 3P → ribose 5P
demanda de NADPH é maior para ác.graxos por exemplo
• Embora a deficiência de G6PD ocorra em todas as células do
• Parte não oxidativa converte
individuo afetado, ela é mais grave nos eritrócitos, onde a via
ribulose 5P (produto da parte oxidativa → frutose 6P + das pentoses-fosfato corresponde à única forma de gerar
gliceraldeído 3P NADPH
o A frutose 6P → glicose 6P → pode retornar para a via
das pentoses
o Gliceraldeído 3P → volta para a glicólise → convertido
em acetil-CoAe ácidos graxos

É uma doença hereditária, ligada ao X, caracterizada por


anemia hemolítica, causada pela incapacidade de
destoxificar agentes oxidantes.
Obs: deficiência de G6PD pode manifestar a icterícia
neonatal, resultado do aumento na produção de bilirrubina
não conjugada.

Função da G6PD nos eritrócitos


Diminuição de G6PD → prejudica a célula formar NADPH,
que é essencial à manutenção do conjunto reduzido da
glutationa.
Menos NADPH → menos destoxificação celular de radicais
livres e peróxidos.
Oxidação dos grupos sulfidrilas (a glutationa ajuda a manter
os estados reduzidos desses grupos) → desnaturação de
proteínas → formando massas insolúveis (corpos de Heinz)
→ eritrócitos são removidos da circulação por macrófagos no
baço e fígado → anemia hemolítica.
USOS DO NADPH
A coenzima NADP+ difere da coenzima NAD+ apelas No sistema citocromo P450-moxigenase, o NADPH
pela presença de um grupo fosfato em uma das proporciona os equivalentes redutores necessários
unidades de ribose. Essa mudança permite que NADP+ para essa série de reações.
interaja com enzimas especificas.
• Relação NADP+/NADPH estacionário → favorece
uso de NADPH na redução (reduz o outro e se Onde R pode ser um esteroide, um fármaco ou outra
oxida, ou seja, perde H) substância química.
• Alta relação NAD+/NADH → favorece um papel
oxidante do NAD+ (oxida outras e se reduz, ou seja, Função no sistema mitocondrial
recebe H) O citocromo-P450 mitocondrial, associado à membrana
interna é a biossíntese de hormônios esteroides.

Os elétrons do NADPH são destinados para a • Placenta, ovários, testículos e córtex adrenal →
biossíntese redutora, em vez de transferência para o sistema usado para hidroxilar intermediários da
oxigênio, como é o caso do NADH. conversão de colesterol em hormônios esteroides,
tornando-os mais solúveis
Dessa forma, na via das pentoses-fosfato → NADPH • O fígado usa o sistema na síntese de sais biliares e
ganha energia para ser redutor a partir da glicose 6P. na hidroxilização de colecalciferol → 25-
hidroxicolecalciferol (vitamina D3)

O H2O2 é uma espécie reativa de oxigênio (ERO), criam O rim usa também.
condições para o estresse oxidativo que causam danos Função no sistema microssomal
químicos graves no DNA, proteínas e lipídios
insaturados, até a morte celular. Função extremamente importante do citocromo P450-
monoxigenase associado às membranas do reticulo
Enzimas que catalisam reações antioxidantes endoplasmático liso, especialmente no fígado, é a
O tripeptídio glutationa atua como antioxidante e o destoxificação de compostos estranhos ao organismo
NADOH regera a glutationa reduzida. Sendo assim, o (xenobióticos).
NADPH proporciona, indiretamente, elétrons para a • Fármacos, poluentes como petróleo e pesticidas
redução do H2O2
É usado para hidroxilar essas toxinas, usando
Substancias antioxidantes novamente o NADPH como fonte de equivalentes
Alguns redutores intracelulares → ascorbato, vitamina redutores.
E e o β-caroteno. • Há 2 propósitos para essas modificações
O consumo de alimentos ricos com essas substancias o Podem ativar ou inativar um fármaco
reduz o risco de câncer e outras doenças crônicas o Tonar um composto toxico mais solúvel (pois
add OH), facilitando sua excreção na urina ou
• Entretanto, testes clínicos com antioxidantes como nas fezes
suplementos alimentares não mostraram
benefícios claros.
Fagocitose → ingestão por endocitoses mediada por
receptores por células como neutrófilos e macrófagos.
As monoxigenases incorporam um átomo do O no Sendo um importante mecanismo de defesa do
substrato, criando uma OH, e o outro átomo é reduzido organismo, especialmente contra infecções bacterianas.
a H2O. Esses mecanismos podem ser dependentes ou não de
oxigênio.
USOS DO NADPH
Mecanismos independentes de oxigênios
Usam mudanças de pH nos fagolisossomos e enzimas
lisossomiais para destruit os patógenos.
Sistemas dependentes de oxigênio
• Incluem as enzimas NADPH-oxidase e
mieroperoxidase (MPO), que atuam juntas para
eliminar as bactérias.
Depois do patógeno entrar na célula, a NADPH-oxidase,
localizada na membrana celular dos leucócitos, é
ativada → reduz o O2 do tecido ao redor por superóxido
(O2-), um radical livre.

Deficiências genéticas na NADPH-oxidase


Causam a doença granulomatose crônica (DCG),
que se caracteriza em infecções graves e persistentes
e pela formação de granulomas.

O NO é um mediador nos sistemas biológicos,


funcionando como relaxante derivado do endotélio que
causa vasodilatação ao relaxar os músculos lisos do
vaso.
Além disso, o NO age como neurotransmissor, previne
a agregação plaquetária e tem função de macrófago.
Síntese do NO
A arginina, o O2 e o NADPH são substratos para a NO-
sintase citosólica.
Esther Santos - 77

Metabolismo do glicogênio
Então, o músculo usa o glicogênio quando as necessidades
de ATP estão altas (está gastando muita energia) e quando a
A glicose sanguínea pode ser obtida por 3 diferentes vias: glicose-6-fosfato é utilizada rapidamente na glicólise
• Alimentação (dieta) anaeróbica.
• Degradação do glicogênio → glicogenólise
No fígado
• Formação do glicogênio a partir de compostos que não
são carboidratos → gliconeogênese A função do glicogênio hepático é manter a concentração
de glicose sanguínea, especialmente durante o início de
Em jejum, na ausência de uma fonte de glicose na jejum, que é quando a glicose da dieta diminui ou quando o
alimentação, ela é liberada através do glicogênio hepático exercício aumenta a utilização de glicose pelos músculos.
e renal
• Ambas as rotas de glicogenólise e gliconeogênese no
Da mesma forma, o glicogênio do músculo é degradado em
fígado fornecem glicose para o sangue e,
grande quantidade durante o exercício muscular,
consequentemente, essas 2 rotas são ativadas pelo
proporcionando uma importante fonte energética a esse
glucagon.
tecido.

Ocorre no citosol e gasta 1ADP (para fosforilar a glicose) e


O glicogênio é um polímero ramificado de glicose
1UDP e é basicamente acrescentar várias moléculas de
(polissacarídeo).
glicose em um glicogênio pré formado (proteína glicogenina
• Ligação dentro da cadeia, entre as glicoses → α-1,4 ligada a algumas glicoses)
• Ligação no ponto de ramificação → α-1,6 Mas, para fazer esse acréscimo é necessário primeiramte
Apenas uma molécula de glicose não está ligado a outra ‘’ativar a glicose’’, tornando-a mais energética.
glicose, chamado carbono anomérico no início da cadeia,
Reação 01 – fosforilação da glicose
ele está ligado à proteína glicogenina.
Enzima: hexocinase
As outras glicoses da extremidade do composto são
chamadas de extremidade não-redutoras. A glicose vai ganhar um grupo fosfato que veio do ATP →
glicose-6-fosfato
• A estrutura ramificada permite a degradação e
síntese rápidas, pois enzimas podem trabalhar em
várias cadeias simultaneamente a partir de múltiplas
extremidades não-redutoras.

Reação 02 – mudar a posição do fosfato


Enzima: fosfoglicomutase
FUNÇÃO DO GLICOGÊNIO NO MÚSCULO E NO FÍGADO
Se a ligação entre as glicoses é alfa-1,4 não adianta o P estar
O glicogênio é encontrado na maioria dos tecidos celulares, no carbono 6, ele precisa ir pro carbono 1.
onde ele serve para a produção de ATP a partir da glicose.
Glicose 6P → glicose 1P
Músculo esquelético
A função do glicogênio muscular é servir como reserva de
combustível para a síntese do ATP durante a contração
muscular.
Esther Santos - 77

Metabolismo do glicogênio
SÍNTESE DO GLICOGÊNIO DO ZERO
Proteína: glicogenina
Na ausência de um fragmento de glicogênio, a proteína
glicogenina pode servir como aceptor de resíduos de glicose
advindos da UDP-glicose
A glicogenina glicolisa-se (autoglicosilação) pela ligação do
grupo OH da cadeia lateral de uma tirosina onde a glicose
inicial vai se ligar.
A proteína então estende a cadeia carbônica, utilizando UDP-
Reação 03 – síntese de UDP glicose glicose, até que a cadeia glicosil esteja longa o suficiente
para servir como uma cadeia pré-existente.
Enzima: UDP-glicose-pirofosforilase
Gasta-se uma molécula de UDP que doa 1P para a glicose
1P → UDP-glicose (com 2P)
Nesse processo, o UDP perde PPi, pois só um fosfato chega
na glicose 1P

ALONGAMENTO DA CADEIA DO GLICOGÊNIO


Enzima: glicogênio-sintase forma ligações α-1,4 no
glicogênio
Essa enzima não consegue iniciar a montagem usando a
glicose livre, ela usa a UDP-glicose. Pois, ela só consegue
alongar a cadeia de glicose a partir e uma pré-existente,
que é aquela formada por glicogenina e algumas glicoses
ligadas.
O alongamento de uma cadeia de glicogênio envolve a
transferência de um UDP-glicose para a extremidade não
redutora , formando uma nova ligação alfa-1,4.

• No momento da ligação a gliconegio-sintase remove o


Reação 04 – tornar a reação irreversível
UDP da UDP-glicose. Esse UDP pode ser novamente
Enzima: pirosfosfatase convertido em UTP pela nucleosídeo-difosfato-cinase

A reação de formação da UDP- glicose é muito fácil de ser UDP + ATP → UTP + ADP
revertida, por isso, para torna-la irreversível, é necessário
quebrar os PPi que saíram do UTP → Pi + Pi, liberando 2
fosfatos inorgânicos livres FORMAÇÃO DAS RAMIFICAÇÕES
Enzima: 4:6 transferase
A enzima transfere uma cadeia de 6 a 8 resíduos glicosila da
extremidade não redutora (clivando a ligação alfa-1,4)
para uma região mais interna, formando ligações α-1,6
Esther Santos - 77

Metabolismo do glicogênio
Após a ramificação, a cadeia pode ser novamente alongada Ao contrário da glicogênese (formação), não precisa investir
pela glicogênio-sintase ATP nem UDP, pois já está partindo de um nível de energia
maior, sem necessidade de mais.
O glicogênio é degradado por duas enzimas, a glicogênio
fosforilase e a enzima desramificadora.

• No músculo
Para em glicose-6-fosfato, pois o músculo quer a glicose só
Vantagens da ramificação
pra ele e o P não deixa atravessar a bicamada lipídica e não
• Torna o glicogênio mais solúvel em água existe carreador específico na membrana para ele
• As ramificações aumentam o número de extremidades
• no fígado
não redutoras → pode se acrescentar mais resíduos de
glicosila tira o ‘’P’’ da glicose-6P no reticulo endoplasmático liso,
• Deixam as extremidades livres → acelera a síntese a pois ele precisa lançar a glicose no sangue pata que ocorra
degradação do glicogênio todo o processo de glicólise novamente.
RESUMO DA SÍNTESE Encurtamento de cadeias
Enzima: glicogênio-fosforilase
A glicogênio-fosforilase cliva as ligações glicosídicas alfa-1,4
entre os resíduos de glicosila, a partir das extremidades não
redutoras das cadeias de glicogênio, por meio da
fosforólise simples (adição de um fosfato inorgânico, Pi) →
glicose-1P

Remoção das ramificações


Enzima bifuncional: enzima-desramificadora
A enzima desramificadora, a qual catalisa a remoção dos 4
resíduos mais próximos do ponto de ramificação, tem 2
atividades catalíticas: age como uma transferase e como uma
1,6-glicosidase. Ela quebra as ligações α-1,4 e α-1,6.
A via de degradação que mobiliza o glicogênio armazenado
no fígado e no musculo não é o inverso das reações de • Enzima como transferase
síntese. Quando tiver faltando 4 resíduos para chegar na ramificação
(eles estão sendo removidos pela glicogênio-fosforilase), a
Esther Santos - 77

Metabolismo do glicogênio
enzima desramificadora desloca 3 resíduos de glicose e grave doença de armazenamento de glicogênio do
adiciona à extremidade não redutora por ligação α-1,4 tipo II (doença de Pompe).

Conversão de glicose-1-fosfato a glicose-6-fosfato


A glicose-1P foi produzida pela glicogênio-fosforilase e ela vai
• Enzima como amilo-1,6-glicosidase
ser convertida em glicose-6P pela fosfoglicomutase.
Essa enzima vai romper (por hidrólise) a ligação alfa-1,6 e
a glicose vai sair livre, sem fosfato nenhum.

• No músculo
A reação para aqui em glicose-6P, ela não pode ser
desfosforilada devido à ausência de glicose-6-fosfatase,
em vez disso, ela entra na via glicolítica, fornecendo ATP
para a contração.

• No fígado
A glicose-6P precisa ser convertida em glicose no reticulo
endoplasmático liso para depois ir pro sangue
RE LISO NO FÍGADO

1. Glicose-6-fosfato é transportada para o RE pela enzima


glicose-6-fosfato-translocase.
2. A glicose 6P entra no REL pela proteína T1
DEGRADAÇÃO LISOSSÔMICA DO GLICOGÊNIO 3. Glicose 6P → glicose pela enzima glicose-6-fosfatase
(a mesma usada na gliconeogênese) que contém uma
Uma pequena quantidade de glicogênio é continuamente
proteína estabilizante (PE) que garante seu
degradada pela enzima lisossômica alfa(1→4)-
funcionamento.
glicosidade (maltase ácida), o objetivo dessa via é
4. Pi retirado da glicose 6P sai pela proteína T2
desconhecido.
5. Glicose sai pela proteína T3
• Deficiência dessa enzima → acúmulo de glicogênio Os hepatócitos irão liberar essa glicose derivada do
em vacúolos nos lisossomos, resultando em uma glicogênio no sangue para ajudar a manter os níveis
Esther Santos - 77

Metabolismo do glicogênio
sanguíneos de glicose até que a via gliconeogênica esteja
ativamente produzindo glicose.
Obs: no estado de jejum, primeiro acontece a quebra de
glicogênio armazenado (glicogenólise) para dar tempo de
acontecer a gliconeogênese

Devido à importância dos níveos de glicose no sangue, essas


vias que são formas de armazenamento da glicose são muito
reguladas.

• No fígado
A síntese é acelerada quando o corpo está alimentado. Já
a degradação do glicogênio é acelerada em períodos de
jejum.

• Músculo esquelético
A degradação do glicogênio acontece durante o exercício. A
síntese começa assim que o músculo entra em novamente
em descanso.
A regulação da síntese e da degradação acontece em dois
níveis.
1. A glicogênio-sintase (que junta a glicose pra forma
glicogênio) e a glicogênio-fosforilase (quebra o
glicogênio em glicose-1P) são reguladas
hormonalmentes
2. As vias de degradação e síntese são reguladas
alostericamente conforme necessidades do organismo.
ATIVAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DO GLICOGÊNIO PELA
VIA DIRECINADA PELO AMPc
A enzima regulada é a glicogênio-fosforilase
A ligação de hormônios, como glucagon e adrenalina, a
receptores da membrana acopladas à proteína G sinaliza a
necessidade de glicogênio a ser degradado, tanto para
elevar os níveis da glicose sanguínea como fornecer energia
ao musculo em exercício

• Fígado → age o glucagon


• Músculo → age adrenalina e glucagon

Ativação pela proteína-cinase A.

• Fígado e músculo
Glucagon/adrenalina → receptores à célula G nos
hepatócitos ou nos miócitos → ativação da adenilato-ciclase
Esther Santos - 77

Metabolismo do glicogênio
→ forma AMPc → ativa a proteína-cinase A dependente
de AMPc (PKA)

Ativação da fosforilase-cinase
Algumas enzimas possuem forma ativa ou inativa, algumas
ativam depois da fosforilação, outras não. Mas sempre a ativa
é ‘’a’’ e a inativa é ‘’b’’

• Forma inativa → ‘’b’’


• Forma ativa → ‘’a’’ INIBIÇÃO DA SÍNTESE DE GLICOGÊNIO POR UMA VIA
DIRECIONADA PELO AMPc
PKA → fosforila → fosforilase-cinase ‘’a’’
A enzima regulada na síntese é a glicogênio-sintase, que
Obs: o Ca2+ (liberado na contração) ativa a fosforilase- também existe na forma ativa ‘’a’’ e na forma inativa ‘’b’’
cinase sem precisar fosforilar → ativa glicogênio-
fosforilase→ inicio da degradação do glicogenio
Obs: a insulina ativa a proteína-fosfatase-1 que tira o fosfato,
por hidrolise, da glicogênio-fosforilase-cinase a → inativa →
sem degradação de glicogênio

Ativação da glicogênio-fosforilase
Também existe na forma ativa ‘’a’’ e inativa ‘’b’’
Glicogênio-fosforilase-cinase a → fosforila glicogênio-
fosforialase b → ativa, na forma ‘’a’’→ início da degradação
do glicogênio
Obs: o AMP (quando tem baixo ATP) no músculo também
ativa a glicogênio-fosforilase b → glicogênio é degradado
Obs: a insulina ativa a proteína-fosfatase-1 e inativa a
glicogênio-fosforilase → forma b → glicogênio não é
degradado

REGULAÇÃO ALOSTÉRICA DA SÍNTESE E DA


DEGRADAÇÃO DO GLICOGÊNIO
Como nos hormonais, a glicogênio-sintase e a glicogênio-
fosforilase respondem aos níveis dos metabólitos e às
necessidades das células.
Permite uma resposta rápida às necessidades celulares e
pode se sobrepor aos efeitos reguladores hormonais.
Esther Santos - 77

Metabolismo do glicogênio
Regulação da síntese e da degradação do glicogênio no
estado alimentado
No estado alimentado, preciso que a glicose da dieta entre
nas células para que se possa produzir glicogênio a partir
dela e fazer seu armazenamento.

• Glicogênio-sintase (síntese)
No fígado e no músculo, a glicogênio-sintase ‘’b’’ →
glicogênio-sintase ‘’a’’.
Ela é ativada alostericamente por glicose-6-fosfato em alta
concentração.

• Glicogênio-fosforilase (degradação)
Inibida alostericamente por glicose-6P e ATP (sinal de alto
nível energético da célula)
Obs: no fígado, mas não no músculo, também a glicose
não fosforilada (glicose normal) é um inibidor alostérico da
glicogênio-fosforilase a, tornando-a um melhor substrato
para a proteína-fosfatase-1

Ativação da glicogenólise por cálcio


ATIVAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DO GLICOGÊNIO NO
Estimulo neural → Ca2+ liberado nos miócitos MÚSCULO PELO AMP

Adrenalina se liga no fígado → Ca2+ liberado nas células Alto gasto de ATP → aumento de AMP → glicogênio-
hepáticas fosforilase ‘’a’’ (ativou) → degradação de glicogênio no
músculo
O Ca2+ → liga-se à calmodulina (proteína ligante de cálcio)
→ complexo Ca2+-calmodulina → essencial para a Obs: AMP também ativa d PKF-1 da glicólise
fosforilase-cinase ‘’a’’ (ativa) sem precisar ser fosforilada
→ glicogênio-fosforilase-a → glicogenólise
Obs: a adrenalina ao se ligar nos receptores determina o
aumento de AMPc e não de cálcio.
Gliconeogênese
Durante o jejum, prolongado ou não, muitas reações da
glicólise são revertidas no fígado e nos rins para a
manutenção de glicose no sangue. Pois, alguns tecidos como
encéfalo, os eritrócitos, os músculos e etc necessitam de
glicose a todo momento como fonte de energia.
Obs: músculo não sintetiza glicose
Jejum de uma noite
o glicogênio hepático (fígado), fonte essencial de glicose pós-
prandial (depois de uma refeição) pode satisfazer essa
necessidade apenas 10 a 18 horas na ausência de ingestão
de carboidratos.

• Jejum de uma noite → 90% da gliconeogênese no


fígado, 10% rins
Jejum prolongado
Os depósitos de glicogênio hepático são exauridos e a glicose
é formada a partir de precursores, como o lactato, o glicerol,
piruvato e aminoácidos, particularmente a alanina.

• Jejum prolongado → 60% fígado e 40% rins


Reações da gliconeogênese
As reações da gliconeogênese são praticamente as mesmas
da glicólise, exceto em 3 etapas, que são as irreversíveis,
reguladas pela glicólise. Essas 3 etapas são a conversão de

• Piruvato a fosfoenolpiruvato (PEP)


• Frutose-1,6-bifosfato a frutose-6-fosfato
• Glicose-6- fostato a glicose As três maiores fontes de carbono para a gliconeogênese em
humanos são → lactato, glicerol e aminoácidos.
Essas mudanças no metabolismo da glicose são regulados
por insulina e glucagon. USO DO GLICEROL

• Insulina O glicerol é liberado durante a hidrólise dos triacilgliceróis,


o Aumentada durante o estado alimentar no tecido adiposo, e levado ao fígado pelo sangue.
o Estimula o transporte de glicose para dentro das
• Triacilgliceróis → 1 glicerol + 3 ácidos graxos
células → glicólise
o Altera a atividade de enzimas-chave que regulam Reação 01
o metabolismo, estimulando o armazenamento
de substratos energéticos → glicogênese
• Glucagon
o Aumentado durante o jejum
o Estimula a liberação de substratos energéticos
armazenados → glicogênólise
Enzima: glicerol cinase
o Estimula a conversão de lactato, aminoácidos e
glicerol a glicose → gliconeogênese O glicerol é fosforilado (adiciona um P que veio do ATP) →
glicerol-3-fosfato
Gliconeogênese
Reação 02 Reação
Enzima: glicerol-3-fosfato desidrogenase Enzima: alanina-aminotransferase
O glicerol-3-fosfato é oxidado, perde um H que vai para o A alanina é convertida a piruvato, liberando amônia no
NAD+ → NADH, formando no final diidroxiacetona-fosfato processo (ciclo da ureia).
(DHAP)
O DHAP é um intermediário da glicólise → vai fazer as
reações reversas da glicólise até chegar na glicose, ou pode
ser usada para produzir piruvato, se seguir a via glicolítica
normal.

LACTATO O lactato, os aminoácidos e o glicerol pode formam piruvato,


que vai ser usado como ponto de partida para a
O lactato é liberado no sangue pelo músculo esquelético
gliconeogênese.
em exercício e pelas células que não possuem
mitocôndrias (eritrócitos) → glicólise anaeróbica.
Lactato → corrente sanguínea → fígado → converte lactato A maioria das reações da glicólise e da gliconeogênese são
a piruvato as mesmas, porém, existem 3 reações irreversíveis na
glicólise e, para recuperar esses produtos para prosseguir
Reação
no processo inverso, essas 3 reações vão ter que ser
Enzima: lactato-desidrogenase desviadas.

Oxidação do lactao, produzindo piruvato e NADH

DESVIO 1 – CONVERSÃO DE PIRUVATO A PEP


Na glicólise, o fosfoenolpiruvato (PEP) é convertido em
AMINOÁCIDOS
piruvato mediante 1ATP. Essa reação é irreversível
A alanina é o principal aminoácido glicogênico, mas a
serina e a glutamina também forma piruvato.
As proteínas são quebradas na digestão → aminoácidos →
corrente sanguínea → fígado → converte em piruvato
Gliconeogênese
Na gliconeogênese, na reação global, o piruvato é convertido (saída de CO2), pois o oxaloacetato possui 4C e o fosfoenol
em oxaloacetato (OAA) que vai ser convertida em PEP piruvato possui 3C.
posteriormente. Essas reações são divididas em várias
etapas para conseguir o reverso da glicólise.
Reação 01 → piruvato é carboxilado (mitocôndria)
A enzima piruvato carboxilase acrescenta CO2 no piruvato,
produzindo OAA. Essa reação gasta 1ATP

• A piruvato carboxilase necessita de biotina.


• Essa reação é realizada dentro da mitocôndria das
células hepáticas e renais e tem 2 propósitos:
o Fornecer um substrato importante para a
gliconeogênese
o Fornecer OAA para repor os intermediários do
ciclo do ácido cítrico (que usa OAA + acetil-CoA e
forma citrato

Reação 02 → o OAA é convertido em Asp ou malato


(mitocôndria)
O oxaloacetato produzido anteriormente não cruza
prontamente a membrana mitocondrial. Então ele deve ser

• descarboxilado para formar o fosfoenol-piruvato


(PEP) pela PEPCK (fosfoenol-piruvato-descarboxliase
mitocondrial)
OAA → PEP

• ou é convertido em malato ou asparatato, necessitando


de um NADH
• enzima: malato-desidrogenase mitocondrial
OAA → Malato ou Asparato + NAD+
DESVIO 02 –CONVERSÃO DA FRUTOSE-1,6-
Malato, asparato e PEP podem atravessar a membrana e BIFOSFATO A FRUTOSE-6P
irem para o citosol
As etapas remanescentes da gliconeogênese ocorrem no
Reação 03 → malato e aspartato são reconvertidos a OAA citosol. Quando o PEP foi formado, ele entrou na via
(citosol) glicolítica e seguiu o sentido reverso até formar a frutose-1,6-
Lá no citosol, o malato ou o asparato (depende da bifosfato.
necessidade da célula) são reoxidados (perde um H) pela Reação
malato-desidrogenase citosólica em OAA, necessitando
de NAD+ → NADH Enzima: frutose-1,6-bifosfatase encontrada no fígado e
nos rins
Reação 04 → OAA é convertido em PEP (citosol)
Por hidrólise, a água irá retirar o fosfato do carbono 1 da
O OAA é reconvertido em PEP pela PEPCK citosólica frutose-1,6-bifosfato, porém ele não consegue recuperar a a
(fosfoenol-piruvato-carboxiquinase), gastanto um GTP para energia do ATP gasta na reação da glicólise
adicionar o fosfato e também sobre descarboxilação
Gliconeogênese
DESVIO 3 – CONVERSÃO DE GLICOSE-6-FOSFATO E
GLICOSE
A frutose-6-fosfato formada no desvio anterior, prossegue o
caminho inverso da glicólise, passando pelas reações
reversíveis até chegar na glicose-6-fosfato.
Reação 01
Enzima: glicose-6-fosfato-translocase
Essa enzima transporta a glicose-6-fosfato pata o reticulo
endoplasmático, onde vai acontecer outra reação
Reação 02
Enzima: glicose-6-fosfatase do RE

Essa reação é um importante sítio regulatório da A reação consiste na hidrólise da glicose-6-fosfato, que vai
gliconeogênese (na glicólise também era, pois, a enzima da retirar o fosfato gerando glicose. Porém, esse desvio não
reação era a fosfofrutocinase-1) consegue recuperar o ATP que é gasto na glicólise

• regulação pelos níveis energéticos dentro da célula


o a frutose-1,6-bifosfatase é inibida por muito
ADP, que sinalizam um ‘’estado de baixa
energia’’, seguindo em direção a glicólise para
formar a energia
o alto ATP e baixa AMP estimula a
gliconeogênese, uma via que requer energia
também
• regulação pela frutose-1,6-bifosfato
o é inibida pela frutose-26biP, um efetor
alostérico cuja concentração é influenciada
pelos níveis de glucagon circulante.
o Na glicólise, a frutose-2,6biP era o principal
estimulador
Obs: os sinais que inibem (baixo ATP e alto frutose-2,6biP)
e que favorecem (alto ATP e baixo frutose-2,6-biP) a Obs: o fígado e o rim são os únicos órgãos que liberam
gliconeogênese apresentam efeito oposto sobre a glicose livre através de glicose-6-fosfato. Os músculos não
glicólise, permitido o controle reciproco. possuem glicose-6-fosfatase, e, portanto, o glicogênio
muscular não pode ser utilizado para a gliconeogênese
REGULAÇÃO DA GLICONEOGÊNESE
A regulação momento a momento da gliconeogênese vai ser
determinada principalmente pelos níveis circulantes de
glucagon e pela disponibilidade de substratos
gliconeogenicos.
GLUCAGON
Hormônio produzido pelas células α das ilhotas pancreáticas
estimula a gliconeogênese por meio de 3 mecanismos:
Alterações e efetores alostéricos

• O glucagon diminui os níveis de frutose-2,6-bifosfato,


resultando na ativação da frutose-1,6-bifosfatase e
Gliconeogênese
inibição da fosfofrutocinase-1 da glicólise → Além disso, ATP, NADH, coenzimas/cosubstratos
estimulando a gliconeogênese necessários para a gliconeogênese são fornecidos
principalmente pelo catabolismo (quebra) de aminoácidos
Deficiência de glicose-6-fosfatase
• Mais aminoácidos → gliconeogênese
A doença do armazenamento do glicogênio, é
resultato de uma deficiência herdada da glicose- ATIVAÇÃO ALOSTÉRICA PELA acetil-CoA
6-fosfatase e caracteriza-se por grave Durante o jejum acetil-CoA ativa a piruvato-carboxilase
hipoglicemia em jejum, pois a glicose livre não (produz PEP) hepática. Isso acontece como resultado da
pode ser produzida, nem pela glicogênese nem lipólise excessiva do tecido adiposo, o fígado é inundado
pela glicogenólise. Ela vai armazenar o glicogênio com ácidos graxos.
e não vai conseguir quebrá-lo.
• Acetil-CoA se acumula → ativação da piruvato-
carboxilase

Modificação da atividade enzimática por ligação INIBIÇÃO ALOSTÉRICA PELO AMP


covalente A frutose-1,6-bifosfatase é inibida por AMP – um composto
• O glucagon liga-se ao seu receptor, o qual é acoplado à que ativa a fosfofrutocinase-1
proteína G e Resultando na regulação reciproca da glicólise e da
• Aumenta os níveis de AMP cíclico → proteína-cinase gliconeogênese, como visto para a frutose-2,6-bifosfato
A ativa → piruvato cinase inativa → não converte o
PEP a piruvato → estimula a gliconeogênese

Indução da síntese de enzimas

• O glucagon aumenta a transcrição do gene da PEP-


carboxicinase (enzima que descarboxila o OAA no
citosol produzindo PEP) aumentando a disponibilidade
dela à medida que seus substratos aumentam com o
jejum
DISPONIBILIDADE DE SUBSTRATO
A disponibilidade especialmente de aminoácidos
glicogênicos, influenciam a velocidade da síntese hepática
de glicose.
Gliconeogênese
Esther Santos - 77

Lipogênese
Carboidratos e proteínas obtidos da dieta em excesso, além
das quantidades corporais necessárias podem ser
convertidos em ácidos graxos, que são armazenados como
triacilgliceróis.

• Em humanos adultos, a síntese de ác. Graxos ocorre • Acetil-Coa


principalmente no fígado e nas glândulas mamarias em
lactação e, em menor extensão, no tecido adiposo. Vai passar por uma série de reações para originar ácidos
graxos → palmitato
Esse processo citosólico incorpora carbonos da acetil-CoA
na cadeia de ácido graxo em crescimento, ATP e NADPH • Oxaloacetato
A conversão citosólica de malato → piruvato vai fornecer
NADH que será utilizado na síntese de ácidos graxos.
• Muito ATP e Acetil-CoA e citrato
o O citrato (acetil-coa + OAA) não consegue seguir O malato é oxidado e descarboxilado pela enzima málica
o ciclo de Krebs porque o ATP inibe a isocitrato citosólica.
desidrogenase
o Ao invés do citrato seguir para o ciclo de Krebs,
ele vai ser desviado para a síntese de lipídeos

Tem muito acetil-CoA mitocondrial produzida pela oxidação


do piruvato (produto final da glicólise), mas ela não
consegue atravessar a membrana interna, então, quem vai
sair para o citosol é o citrato.
Obs: além da oxidação do malato que produz NADPH, a via
Na mitocôndria das pentoses também vai contribuir com NADPH para as
reações de síntese de ácidos graxos.
• Na mitocôndria só vai acontecer a 1ª reação do ciclo de
Krebs: acetil-coa + OAA → citrato
o Enzima: citrato sintase
o Não vai continuar porque a isocritrato
desidrogenase é inibida por ATP

No citosol

• O citrato vai sair da mitocôndria e vai sofrer a reação


inversa
o Enzima: ATP-citrato-liase
o Citrato é clivado → OAA + Acetil-coa
o Ocorre quando a concentração de citrato é
alta
Esther Santos - 77

Lipogênese

O processo da síntese consiste em ir acrescentando


carbonos de 2 em 2 até formar o ácido palmítico com 16
carbonos.
Acetil-coa → vai contribuir com 2 carbonos
Malonil-coa → contribui com 14 carbonos

• A energia para as condensações carbono-carbono na


síntese de ácidos graxos é suprida pelo processo de
carboxilação e descarboxilação dos grupos acetila no
citosol, requerendo CO2 e ATP.

Ativação da enzima acetil-CoA-carboxilase


Essa enzima possui uma coenzima que é uma vitamina, a
biotina.
Ela se apresenta na célula como um dímero (duas bolinhas)
inativo e, para ser ativada, terá que se juntar com várias
outras para formar um polímero ativo.
o Glucagon e adrenalina (hormônios
contrarregulatórios) → AMP → ativa a proteína
cinase (AMPK) → fosforila e inativa a ACC
o Insulina → ACC é desfosforilada e ativada
Reação com a enzima
Catalisa a reação de carboxilação:
Acetil-CoA + CO2 → malonil-CoA

Com gasto de ATP

• Essa carboxilação é a etapa limitante e regulada na síntese


de ácidos graxos.

Regulação a curto prazo da ACC

• Sofre ativação alostérica de citrato, que provoca a


polimerização dos dímeros Regulação de longa duração da ACC
• Inativação alostérica por Acil-CoA de cadeia longa (produto
final da via) → despolimerização → inativação • Consumo prolongado de dieta com excesso de calorias
• Fosforilação reversível → inativação da acetil-CoA- (dieta hipercalórica com muito carboidrato) → provoca
carboxilase aumento na síntese de acetil-coa-carboxilase →
aumento da síntese de ácidos graxos
• Dieta com poucas calorias ou com alto conteúdo de
gordura → redução da síntese de ácido graxo por
diminuir a síntese de ACC
Esther Santos - 77

Lipogênese
Metformina Reação 03
A metformina, utilizada no tratamento da diabetes tipo 2, ACP agora está livre, o malonil-coa perde seu coa →
diminui os triglicerídeos no soro por meio da ativação da malonato
AMPK → inibição da ACC por fosforilação → inibe a síntese
o malonato (3 carbonos) se liga a ACP
de ácidos graxos
domínio: malonil-CoA-ACP- transacilase
A metformina também diminui a glicose sanguínea por
aumentar a captação de glicose mediada por AMPK no
músculo.

Resumidamente, a ácido-graxo-sintase adiciona,


sequencialmente, unidades de 2 carbonos do malonil-coa à
cadeia de acido graxo em formação para produzir palmitato.
Acetil-coa → contribui com 2 carbonos
Malonil-coa → contribui com 14 carbonos Reação 04
Após a adição, a cadeia em formação é submetida a 2 Grupo acetila sobre o resíduo de cisteina condensa com o
reações de redução que usam NADPH grupo malonila sobre a ACP, liberando CO2 que foi
adicionado pela acetil-coa-carboxilase (ACC)
Essa é uma enzima multifuncional, cada monômero de ácido-
graxo-sintase é um polipeptídeo (proteína) multicatalítico Resultado → conjunto de 4 carbonos unido ao domínio do
com 7 diferentes atividades diferentes. ACP
Na síntese de ácido graxos, 2 domínios são utilizados • A perda de energia livre com a saída do CO2 fornece
4’-fosfopanteneína → proteína carregadora de acilas (ACP) a reação

CIS-SH → grupo tiol de um resíduo do aminoácido cisteína Domínio: 3-cetoacil-ACP-sintase


na enzima

Reação 01
O acetil-coa perde seu coa → acetato (2 carbonos)
Uma molécula de acetato é transferida para o grupo -SH da
ACP
Domínio: acetil-CoA-ACP-acetiltransacilase →
Reação 02 Detalhe: na estrutura do ácido palmítico não tem o grupo
cetona na cadeia e nem ligação dupla então, as próximas
A seguir, o fragmento com 2 carbonos é transferido para um
reações convertem o grupo 3-cetoacil em seu grupo
sítio temporário, grupo -SH de cisteína
correspondete acila saturado, por meio de 2 reações usando
NADH e 1 reação de desidratação


Esther Santos - 77

Lipogênese
Reação 05 – saída da cetona e formação de álcool Malonato se liga a ACP → condensação das 2 moléculas
liberando um CO2 que foi introduzido pela ACC → grupo
O grupo cetona é reduzido a álcool. O NADPH (formado do carbonila é reduzido (acrescenta H), desidratado (sai H2O) e
malato → piruvato) vai fornecer H que vão se unir ao ácido novamente reduzido (tira a ligação dupla) → produto final é o
graxo em formação hexaniol-ACP
Domínio: 3-cetoacil-ACP-redutase Esse ciclo de reações é repetido mais 5 vezes, cada vez
incorporando 2 carbonos derivados do malonil-CoA.

Término do processo
Quando o ácido graxo atinge o comprimento de 16 carbonos,
o processo de síntese é terminado com palmitoil-S-ACP

Enzima: palmitoil-tioesterase cliva a ligação de tio éster,
Reação 06 – saída da água produzindo palmitato plenamente saturado (16:0)
Uma molécula de água é removida para introduzir uma
ligação dupla entre os carbonos 2 e 3 (carbonos alfa e beta)
A saída da H2O faz a reação se livrar do oxigênio
Domínio: 3-hidroxiacil-ACP-desidratase

Reação 07 – saída da ligação dupla


O ácido palmítico só tem ligações simples (saturado). Então
a ligação dupla (insaturação) tem que sair
Para isso, outro NADPH vai se oxidar (perder H) e esses
hidrogênios vão para o ácido graxo em formação.
A ligação dupla é reduzida → ligação simples
Domínio: enoil-AC-redutase

Resultado das 07 reações


O resultado das 7 etapas é a produção de um composto com
4 carbonos (butiril), cujos 3 carbonos terminais são
saturados e que permanece único à ACP

Tudo se repete
Após isso, as 7 etapas são repetidas, começando com a
transferência da cadeia butiril do ACP ao resíduo de
cisteina (CIS)
Esther Santos - 77

Lipogênese
O palmitato então, é alongado e dessaturado (no retículo
endoplasmático liso- REL) para produzir uma serie de ácidos
graxos.
No fígado, o palmitato e outros ácidos graxos recém
sintetizados são convertidos em triacilgliceróis que são
empacotados em VLDL para secreção.

• Fígado → A oxidação dos ácidos graxos recém-


sintetizados de volta à acetil-CoA, pela beta-oxidação
mitocondrial, é prevenida pelo malonil-coa
o A carnitina-palmitoil-transferase I, enzima
envolvida no transporte de ácidos graxos de
cadeia longa para dentro da mitocôndria é inibida
pelo malonil-coa
o Níveis de malonil-coa altos quando ACC ativada,
assim, a oxidação de ácidos graxos é inibida
quando sua síntese estiver acontecendo
o Essa inibição previne a ocorrência de um ciclo
sem que haja a necessidade

A via das pentoses-fosfato é o maior fornecedor do NADPH


para a síntese de ácidos graxos → 2 NADPH produzidos por
glicose entra nessa via
A conversão citosólica de malato a piruvato, em que o
malato é oxidado e descarboxilado pela enzima málica
citosólica também produz NADPH citosólico.
O palmitato possui 16 carbonos e é o produto final da
atividade da ácido-graxo-sintase, são carbonos
plenamente saturados, ou seja (16:0).
Após a síntese no complexo ácido-graxo-sintase, o palmitato
é ‘’ativado’’, formando palmitil-CoA
Esther Santos - 77

Lipogênese
Para que se tenha mais de 16 carbonos, o lugar em que vai A primeira ligação dupla é tipicamente inserida entre os
poder acontecer esse alongamento será no reticulo carbonos 9 e 10, produznindo 18:1 (9) e pouca quantidade de
endoplasmático liso (REL) 16:1 (9)

• A elongação requer um sistema de enzimas separadas, Ácidos graxos essenciais


em vez de uma multifuncional.
• O malonil-coa é doador de dois carbonos e NADPH Existem 2 acidos graxos que são essenciais na dieta que o
fornece elétrons corpo humano não é capaz de produzí-los: o ácido linoleico,
o substrato para a síntese de prostaglandinas, e o ácido
alfa-linolenico

Enzimas dessaturases também presentes no REL são


responsáveis pela dessaturação (adição de ligações duplas Mono, di e triacilgliceróis → 1, 2 ou 3 moleculas de ácidos
na configuração cis) dos ácidos graxos de cadeia longa. graxos estereficando uma molécula de glicerol.

As reações dessa dessaturação requerem Os ácidos graxos são esterificados por meio dos seus grupos
carboxila, resultando na perda da varga negativa e na
• NADH formação de um ‘’lipídeo neutro’’
• Citocroo b5
• Espécie de acilglicerol sólida → gordura
• Redutase ligada ao FAD
• Espécie de acilglicerol líquida → óleo
Esther Santos - 77

Lipogênese

São 3 ácidos graxos + glicerol (normalmente de tipos


diferentes)

• A presença de ácido graxo insaturado diminui a


temperatura de fusão do lipídeo.
Síntese de TG no fígado
enzima: acil-CoA-graxo-sintetase
ácidos graxos → Acil CoA graxo
acontece a adição de 3 acil-coa-graxos + glicerol-3-fosfato
(que veio da glicólise ou da glicerol-quinase) → TAG →
empacotado em VLDL e armazenado no fígado, o VLDL
também leva os TAG par os tecidos periféricos

Síntese de TAG no tecido adiposo


O glicerol-fosfato é o aceptor inicial dos ácidos graxos durante A síntese e o armazenamento de TAG vai depender da
a síntese de TAG. Existem duas vias de produção do glicose mediada por insulina (estado alimentado →
glicerol-fosfato glicólise → DHADP → glicerol-3-fosfato + 3 acil-coa-graxo
→ TAG
Fígado – principal sitio de síntese de TAG
A insulina inibe a lipase, permitindo que as células
• Pode ocorrer a partir da glicólise, usando a via glicolítica
acumulem TG para armazenamento durante o estado
para produzir DHAP → reduzida → glicerol-fosfato
alimentar
pela glicerol-fosfato-desidrogenase
• Uma outra via que só tem no fígado, mas não no tecido Hormônio epinefrina e do crescimento → ativam a lipase
adiposo é a glicerol-quinase que converte o glicerol durante o jejum
livre → glicerol-fosfato

Tecido adiposo

• Só produzem glicerol-P pela via glicolítica, u seja,


apenas no estado alimentado (que tem insulina)
• Nos adipócitos, o transportador de glicose GLUT4 é
dependente de insulina
• Baixo nível de glicose → baixo nível de insulina →
adipócitos com capacidade limitada de sintetizar glicerol-
P → não podem produzir TAG
Esther Santos - 77

Lipogênese
A VLDL nascente é secretada para o sangue, onde
amadurece e funciona entregando os lipídeos
endógenos para os tecidos

Os TAG são muito pouco solúveis em água e não


conseguem formar micelas estáveis por conta própria, eles
coalescem dentro dos adipócitos, formando gotículas
oleosas quase anidras
As pequenas gotas lipídicas no citosol são a maior reserva
energética do organismo.

• No tecido adiposo branco


TAG é armazenado na forma de gotas lipídicas quase
anidtas, funciona como ‘’depósito de gordura’’, pronto a ser
mobilizado caso o organismo necessite de energia.

• No fígado
Pouco TAG é armazenado no fígado, a maior parte é
exportada, empacotada com outros lipídeos e apoproteinas
de densidade muito baixa (VLDL)
Esther Santos - 77

Medidas antropométricas
O ponto de corte para adultos baseia-se na associação
entre IMC e doenças crônicas ou mortalidade.

Convenciona-se chamar de

• Sobrepeso → IMC de 25 a 29,9


• Obesidade → maior ou igual 30
• Excesso de peso → maior ou igual 25
(incluindo obesidade)
• Baixo peso grave → menor que 16
IMC (ÍNDICE DE MASSA CORPORAL) • Baixo peso moderado → 16 a 16,9
• Baixo peso leve → 17 a 18,4

O Ministério da Saúde aceita que o idoso (60+) o IMC


normal varia de entre 22 e 27 pela diminuição da
massa magra e maior risco de sarcopenia (diminuição
de massa, força e desempenho muscular e de
O IMC é o calculo mais usado para avaliação da incapacidade fisica)
adiposidade corporal, ele é um bom indicador, mas MASSA GORDUROSA E DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA
não totalmente correlacionado com a gordura
corporal. A relação circuferencia abdominal/quadril (RCQ) foi
inicialmente, a medida mais comum para avaliação da
É simples, prático e sem custo. Pode haver diferenças obesidade central, e no brasil demonstrou associar-se
na composição corporal em função do sexo, idade, a risco de comorbidades.
etnia, no calculo de sedentários x atletas, na presença
de perda de estatura de idosos devido a cifose, em Circuferencia abdominal
endemaciados etc
Reflete melhor o conteudo de gordura visceral que a
• O IMC não distingue massa gordurosa de massa RCQ e tambem se associa muito à gordura corporal
magra, podendo ser menos preciso em idosos total
(perda de massa magra e de peso) e
• Solicita-se o paciente em posição supina que
superestimado em indivíduos musculosos
inspire profundamene e, ao final da expiração
• Não reflete a distribuição da gordura corporal
deve ser realizada a medida.
É ideal que o IMC seja usado em conjunto com outros • Pode se realizar a medida do maior perimetro
métodos de gordura corporal. abdominal entre a ultima costela e a crista iliaca,
segundo OMS
Parâmetros avaliados

Na população brasileira, tem-se utilizado a tabela


proposta pela OMS para classificação de peso e
obesidade.

a tabela 5 apresenta sugestoes de pontos de corte da


circunferencia abdominal → risco cardiovascular
aumentado a medida de circunferencia abdominal
igual ou superior a 94 cm em homens e 80 cm em
mulheres.
Esther Santos - 77

Medidas antropométricas
• A relação entre CA e gordura corporal difere AVALIAÇÃO COMBINADA
segundo a idade e etnia
A associação circunferência abdominal + IMC pode
oferecer uma forma combinada de avaliação de risco
e ajudar a diminuir as limitações de cada uma das
avaliações de forma isolada.

• Porem, no rastreamento inicial (prevenção


primária) o IMC pode ser usad isoladamente

Outras medidas OUTRAS FORMAS DE AVALIAÇÃO


Outras medidas de circunferencia podem ser usadas: Existem várias formas de avaliar o peso e a
Braquial, coxa, cervical e panturrilha. composição corporal

• A circunferência braquial (ponro médio entre o Custo elevado e uso limitado


acrômio e o olecrano) e da panturrilha → bons
• Pesagem hidrostática (peso submerso),
marcadores de estados de deficiencia
composição corporal por absorciometria com
nutricional, sendo qua a da panturrilha indica
raios-X de dupla energia (DEXA) e ressonância
sarcopenia em idosos se menor que 31 cm.
magnética, tomografia computadorizada
• A circunferencia da coxa (medida logo após da
o Tomografia e ressonância estimam a
prega glutea) tem alta correlação com o IMC,
quantidade de gordura visceral
com gordura periferica e tem correlação inversa
com doença CV. Alternativas menos onerosas

Relação cintura-estatura • Estimativa da composição corporal pela somatória


de medidas das pregas cutaneas, ultrassonografia
A medição da relação cintura-estatura está cada vez
e analise de bioimpedância.
mais usada, sendo o ponto de corte 0,5 (a cintura
deve ser menor do que a metade da altura) Pregas cutaneas
Essa relação é uma medida simples de avaliação do A somatória de medidas de pregas cutâneas é
risco associado ao estilo de vida e excesso de peso realizada através de medidas por adipômetro. É
em adultos, mas não confirmado em crianças e baseada em equações, obtém-se a densidade
adolescentes. corporal e o percentual de gordura.
Esther Santos - 77

Medidas antropométricas
Baseia-se ma correlação entre → gordura localizada
nos depósitos adiposos subcutâneos e a gordura
corporal total.

• As mais usadas são → subescapular, triciptal,


biciptal, suprailíaca e da coxa

Ultrassonografia

Tem sido documentada para avaliar a gordura visceral


e apresenta excelente correlação com a ressonância e
a tomografia

Pode medir a espessura do tecido adiposo e tecidos


mais profundos nas regioes corporais

Bom metodo para quantificar o tecido adiposo intra-


abdominal, menos dispediosa (vantagem)

Bioimpedancia

Ou impedanciometria elétrica baseia-se no corpo


humano ser composto por água e íons condutores
elétricos (o tecido adiposo impõe resistencia a
passagem de corrente elétrica ao passo que o tecido
muscular esqueletico, rico em água, é um bom
condutor)

• No exame, uma corrente eketrica alternada de


baixa densidade é conduzida através do corpo

Utilizando equações com sexo, idade, raça, peso,


altura, estimando a massa gorda, massa livre de
gordura, água corporal total extra e intracelular

• Metodo prático que independe da habilidade do


examinador
• Mas, pode sofrer interferencias pela temperatura
do ambiente, realização de atividade física,
consumo de alimentos e bebidas entre outros.
Esther Santos - 77

Obesidade
Durante a consulta de um paciente com sobrepeso ou
obesidade, é fundamental avaliar as causas que levaram ao
excesso de peso, bem como investigar as possíveis
morbidades associadas. A etiologia da obesidade é
complexa e multifatorial, resultando da interação de genes,
ambiente, estilo de vida e fatores emocionais.

É um distúrbio dos sistemas reguladores do peso corporal e


caracteriza-se por armazenamento de excesso de gordura Diferenças anatômicas na deposição da gordura
corporal.
A distribuição da gordura corporal possui grande
A medida que a obesidade aumenta, também aumenta o risco associação nos riscos associados à saúde.
de desenvolvimento de doenças associadas → artrite, o
• Formato de maçã → obesidade abdominal
diabetes, a hipertensão, doença cardiovascular e o
câncer Uma razão cintura/quadril de mais de 0,8 para mulheres e
mais de 1,0 para homens é denominada obesidade
androide, com acúmulo de gordura no tronco → forma de
A quantidade de gordura corporal pode ser calculada maçã → maior risco de saúde
indiretamente → IMC (com exceção dos atletas) + medida da
• Formato de pera → obesidade no quadril
cintura
Uma menor razão cintura/quadril (quadril maior) reflete
A presença de excesso de gordura central está associada a
gordura distribuída ao redor do quadril ou da região das
risco aumentado para a morbidade e mortalidade
coxas, obesidade ginecoide.
IMC
Razão menor que 0,8 em mulheres e 1,0 para homens, é mais
Qualquer individuo com sobrepeso de mais de 45kg é comum em mulheres e apresenta um risco bem menor de
considerado gravemente obeso doença metabólica

• Depósitos subcutâneos e viscerais


80% a 90% da gordura armazenada no corpo → depósitos
subcutâneos (abaixo da pele) nas regiões abdominais e
gluteofemoral
10 a 20% estão nos depósitos viscerais (omental e
mesentérico), localizados dentro da cavidade abdominal,
associados ao trato digestório.
Esther Santos - 77

Obesidade
O acumulo de gordura nesses locais aumenta o risco à saúde
associados à obesidade

A maior taxa de aumento da obesidade ocorre em populações


com maior grau de pobreza e menor nível educacional →
maior palatabilidade + baixo custo de alimentos de grande
densidade energética + insegurança alimentar
Características que favorecem o aumento da ingestão
alimentar
Na ultima década, a população está aumentando o consumo
de alimentos com alta densidade calórica, caracterizados por

• Alta palatabilidade
• Baixo poder sacietógeno
• Fácil absorção e digestão
Essas características contribuem para o desequilíbrio
energético

• Mudanças sócio-comportamentais da população →


diminuição do número de refeições realizadas em casa,
aumento de fast foods e o aumento das porções
‘’normais’’ levam ao aumento do conteúdo calórico de
cada refeição • Mutações no gene do hormônio leptina (produzido no
• Estilo de vida moderno → a necessidade de se realizar tecido adiposo e diminui o apetite) ou em seu receptor
refeições em um curto espaço de tempo atrapalha os → produzem hiperfagia (aumento do apetite e do
mecanismos de saciação → sistema de prazer e consumo de alimento)
recompensa (não homeostático) se sobrepõe ao sistema
regulador homeostático
• O casamento pode influenciar o ganho de peso →
aumento da ingestão calórica e redução do gasto
energético
• Vida profissional e falta de tempo → interrupção da
prática de esportes
• Indivíduos que abandonam o tabagismo → maior ganho
de peso

As mutações raras em um único gene podem causar


obesidade em humanos.
Esther Santos - 77

Obesidade
Importância da circulação porta
Estilos de vida sedentários, encorajados pelo uso da Os depósitos viscerais de gordura → citocinas secretadas no
televisão, automóveis, computadores e aparelhos capazes de tecido adiposo, ácidos graxos livres liberados da gordura
diminuir o gasto energético → diminuem a atividade física e abdominal → entram na veia porta e, assim, tem acesso
aumentam a tendencia a ganhar peso direto ao fígado
Comportamentos alimentares, como consumo de lanches, • Ácidos graxos e citocinas inflamatórias liberadas do
tamanho das porções, variedade de alimentos → influenciam tecido adiposo visceral são captados pelo fígado →
no consumo de alimentos pode levar à resistencia a insulina e o aumento da
síntese de TAG, liberados como VLDL e que contribuem
pata a hipertrigliceridemia
Estudos mostram que os fumantes tendem a pesar menos do
que os não fumantes, e que ocorre ganho de peso depois Em contraste, ácidos graxos livres que vieram dos depósitos
de cessar o tabagismo. subcutanaeos de gordura, entram na circulação geral, e
não na veia porta, de modo que podem ser oxidados pelo
Isso acontece porque a nicotina tem efeitos termogênicos e músculo, alcançando o fígado em menor concentração.
redutores do apetite e seus efeitos sobre o apetite são
reforçados pela cafeína.
Parada de fumar → sem nicotina → aumento do apetite

Mulheres armazenam mais gordura (subcutânea e região


gluteofemoral) e tendem a mobilizar os ácidos graxos mais
lentamente que os adipócitos subcutâneos abdominais.
Os adipócitos viscerais são mais ativos metabolicamente.
Depósito subcutâneo, abdominal e visceral → apresentam
altas taxas de lipólise em indivíduos obesos e contribuem
para aumentar a disponibilidade de ácidos graxos livres → A doença hepática gordurosa não alcóolica caracteriza-se por
síntese de gordura (TAG → ácido graxo + glicerol) deposição de tecido adiposo no fígado, os hepatócitos
(células do fígado), acumulam gordura e inflamam
Função endócrina
Fisiopatologia
O tecido adiposo contem adipócitos que são células
endócrinas que secretam diversos hormônios → leptina A fisiopatologia envolve o acumulo de ácidos graxos livres
regula o apetite e o metabolismo (ALG) e triglicerídeos (TAG) como alteração e tem sido
atribuída, em parte, à resistência à insulina e à obesidade
• Adiponectina → uma citocina produzida pelos adipócitos
A teoria mais aceita descreve a agressão em 2 etapas:
→ reduz os níveis de ácidos graxos livres no sangue →
melhora o perfil lipídico, o controle glicêmico e redução • Condições como sedentarismo e dieta → acumulo de
da inflamação em pacientes diabétivos gordura visceral → ALG e citocinas inflamatórias são
• Adiponectina → aumenta a oxidação muscular dos liberados para a veia porta → chegam no fígado e
ácidos graxos e reduz a concentração de glicose causam acumulo de gordura
plasmática através do AMPK (adenosina monofosfato • Estresse oxidativo
quinase)
• A expressão de adiponectina diminui à medida que o Metabolismo lipídico e glicídico da doença hepática
tecido adiposo aumenta → obesos tem menos gordurosa não alcóolica
adiponectina → não faz tanta oxidação e não reduz a
• Ácidos graxos livres para o fígado
glicose no sangue → resistência à insulina
o Pode vim da lipólise do tecido adiposo, regulado
pela insulina, 70 a 80% (fonte principal) de ALG
para o fígado
Esther Santos - 77

Obesidade
o Pode vim da lipogênese ‘’de novo’’ hepática →
síntese de ácidos graxos a partir de glicose ou
Pessoas normais → Triacilglicerídeos depositados nos
frutose, 5% dos ácidos graxos hepáticos
adipócitos, que aumentam de tamanho 2 a 3 vezes.
• Destino dos ácidos graxos livres no fígado
o Beta-Oxidação Situação de superalimentação prolongada → pré-adipócitos
o Exportação por meio de VLDL presentes no tecido adiposo se proliferam e diferenciam em
o Armazenamento em gotículas nos hepatócitos adipócitos maduros, aumentando o número de adipócitos.
Estudos recentes mostram uma disfunção na beta- Assim, a maioria dos casos de obesidade se deve a →
oxidação mitocondrial, devido à ação da malonil-coa, um aumento no tamanho das células adiposas (hipertrofia) e do
dos substratos da lipogene ‘’de novo’’, que inibe a carnitina seu número (hiperplasia)
palmitoiltransferase-1, que medeia a entrada de ácidos
graxos de cadeia longa na mitocôndria

• Essa alteração da disfunção na beta-oxidação por


malonil-coa → favorece o armazenamento de lipídeos
→ gordura no fígado
A leptina, peptídeo análogo ao glucagon 1 e a grelina também
exercessem papel fisiopatológico na doença hepática
gordurosa não alcoolica

• A leptina (citocina secretada pelo tecido adiposo)


o na doença da esteatose apresentam-se em
concentrações elevadas → exerce ações sobre a
gliconeogênese e redução da captação de
glicose → agrava a hiperinsulinemia e efeitos
pro-inflamatórios
• O GLP-1, uma incretina intestinal, estimula a secreção
de insulina e inibição do glucagon
o porém, na doença hepática gordurosa →
redução dos seus receptores (GLP-1 R) → • Nos obesos, se o excesso de calorias não pode ser
prejudica o estímulo para a secreção de insulina acomodado no tecido adiposo, o excesso de ácidos
• Grelina (hormônio gástrico e duodenal) tem efeito redutor graxos ‘’vaza’’ para outros tecidos, como músculos e
de citocinas como interleucinas e de fator de necrose fígado.
tumoral o A quantidade dessa ‘’gordura ectópica’’ está
o porém, na doença hepática → tem mais grelina fortemente associada à resistência à insulina
desacilada (inativa) do que grelina acilada (ativa)
→ não exerce esses efeitos anti inflamatórios Adipócitos pequenos → secretam hormônios insulina-
sensível, adiponectina, leptina e etc
Adipócitos grandes (obesos) → induzidos por uma dieta
gordurosa, causam → diminuição da produção de hormônios
sensíveis à insulina → resistência à insulina → + glicose no
plasma que não consegue entrar nas células

Perca de peso em obesos


Quando um indivíduo obeso perde peso → o tamanho, mas
não o número dos adipócitos é reduzido
Adipócitos pequenos são muito eficientes para acumular
novamente gordura, e isso pode estimular o apetite e novo
ganho de peso
Esther Santos - 77

Obesidade
A obesidade resulta de uma ingestão de energia que supera
o gasto energético, no entanto, esse desequilíbrio envolve o
conhecimento de interações complexas de fatores
bioquímicos, neurológicos, ambientais e psicológicos,
As vias neurais e humorais básicas regulam o apetite podem
ser divididas em 2:
Regulação da ingestão de alimento a curto prazo → refeição • Problema nos receptores
a refeição
Elevados níveis plasmáticos de leptina (ainda no plasma, não
Regulação da ingestão a longo prazo → dia a dia, semana a entraram nas células) → hiperleptinemia, encontrada em
semana, ano a ano pessoas obesas, é atribuída a alterações no receptor de
leptina ou na deficiência do seu transporte na barreira
hemato-cefálica → resistência à leptina → não consegue
Leptina dar a resposta pro corpo de redução do apetite → come mais
→ obesidade
A leptina é um hormônio produzido pelo adipócito (gene no
cromossomo 7q31) e secretado em proporção ao tamanho
das reservas de gordura.
Ela atua em células neuronais do hipotálamo no SNC. A
ação da leptina no SNC → promove a redução da ingestão
alimentar (diminui o apetite) e o aumento do gasto
energético.
A ação da leptina é feita a partir da ativação de receptores
específicos presentes nos órgãos-alvo → hipotálamo e
pâncreas Insulina
Indivíduos obesos também são hiperinsulinêmicos (por
causa da resistência à insulina, ela se acumula no plasma,
pois não consegue entrar nas células e receptores e
desempenhar seu papel de diminuir o apetite) , assim como
a leptina, a insulina atua em neurônios hipotalâmico,
diminuindo o apetite.

Esses sinais produzidos no trato gastrointestinal, controlam a


fome e a saciedade, afetando o tamanho e o numero de
refeições ao longo de um curso temporal de minutos a horas,

Grelina

Embora o ganho de peso, se tratando de pessoas obesas, Na ausência de ingestão (entre as refeições) → células Gr
deveriam aumentar os níveis de leptina e causar redução de do TGI → produzem grelina → estimula o apetite e induz
fome
apetite, existem 2 situações em que disfunções na produção
e na absorção da leptina promovem o ganho de peso

• Baixos níveis de leptina induzem hiperfagia


Isso acontece em indivíduos com baixos níveis de leptina ou
deficiência, por causa da mutação no gene ob, no tecido
adiposo, responsável pela produção de leptina.
Esther Santos - 77

Obesidade
no caso de obesos, a atividade da grelina pode diminuir ou
aumentar dependendo dos seus hábitos alimentares.

• Qualidade dos nutrientes


Estudos mostram que são os tipos e não o volume dos
nutrientes responsáveis pelo aumento ou decréscimo
plasmático de grelina.

• Concentração diminuída
Sua concentração é diminuída após refeições ricas em
carboidratos → menos grelina e mais insulina → menos
sinais de redução de apetite → come mais → obesidade

• Concentração aumentada
Os níveis plasmáticos de grelina foram encontradas em
refeições ricas em proteína animal e lipídeos, associados ao
pequeno aumento da insulina plasmática.

CCK e PYY
Durante a refeição e à medida que o alimento é consumido,
hormônios do intestino → colecistocinina (CCK) e peptídeo
YY (PYY) podem atuar como sinais de saciedade por meio
de ações sobre o esvaziamento gástrico e de sinais neurais Privação do sono
no hipotálamo, e a refeição é encerrada Para crianças e adultos, estudos indicam que o número de
horas de sono por noite está inversamente relacionado ao
No hipotálamo
IMC e obesidade. Em humanos, a privação do sono provoca
São importantes reguladores da fome e da saciedade diminuição da secreção de leptina e leva ao aumento dos
níveis de grelina e diminuição da tolerância à glicose →
• Neuropeptídeos, como o NPY aumento da fome e do apetite → aumento do risco de
• Hormônio estimulador de alfa-melanócitos obesidade
• Neutrotransmissores como a serotonina e dopamina
Melatonina
A melatonina é um hormônio secretado pela glândula pineal
e funciona como cronobiótico (relógio biológico) → ele
atua avisando nosso corpo se é dia ou noite, ‘’hormônio do
sono’’.

• Seu pico de produção é a noite, e ambientes muito


iluminados durante a noite podem bloquear sua
produção → quem dá plantão, trabalha em turnos e
ambientes cada vez mais iluminados
A melatonina também desempenha importante regulação
para a síntese, secreção e ação adequada da insulina. Ela
atua regulando o GLUT4 e a fosforilação do receptor de
insulina e de substratos intracelulares da via de sinalização
da insulina.
É responsável, em parte, pela distribuição dioturna de
processos metabólicos para que a fase alimentar esteja
associada com alta sensibilidade à insulina durante o dia.
Esther Santos - 77

Obesidade
• Dia → tenho luz e ausência de melatonina → aumento • Na obesidade → baixos níveis de adiponenctina →
da sensibilidade à insulina contribui para a síndrome metabólica e, assim, para o
• Noite → ausência de luz e pico de produção de risco de diabetes tipo II e doença cardíaca
melatonina → fase de jejum sincronizada com a o Uma vez que a adiponetina freia a inflamação e
resistência à insulina aumenta a sensibilidade dos tecidos,
especialmente a do fígado, à insulina.
No caso se pessoas que ficam expostas a muita luz durante
a noite → redução da produção de melatonina a noite →
induzindo resistência à insulina, intolerância à glicose
A diminuição do peso corporal pode ajudar a reduzir as
(níveis de glicose elevado), perturbações do sono e a
complicações da obesidade, incluindo diabetes e
desorganização circadiana metabólica → levando a um
hipertensão.
estado de cronoruptura que leva à obesidade
• Diminuir a ingestão energética → alterações da dieta,
• Intolerância a glicose → sintomas incluem aumento da
modificações comportamentais, educação nutricional
fome → atribuída ao excesso de adiposidade corporal
• Aumentar o gasto de energia → aumento de exercício
fisico
Os efeitos predominantes da obesidade → que vieram dos Atividade física
sinais moleculares da massa aumentada de adipócitos →
incluem: O aumento na atividade física pode criar um déficit
energético, melhora as condições cardiorrespiratórias e
dislipidemia, intolerância à glicose e a resistência à insulina, reduz o risco de doença cardiovascular, independente da
expressa principalmente no fígado, no músculo e no tecido perda de peso.
adiposo.
Restrição calórica
Síndrome metabólica
1kg de tecido adiposo → 7.700 kcal
A obesidade abdominal está associada à síndrome
metabólica, que inclui Restrição calórica + atividade física → déficit energético →
diminuição de gordura corporal
• Intolerância à glicose
• Resistência à insulina Tratamento cirúrgico
• Hiperinsulinemia Procedimentos como a colocação de banda gástrica ou
• Dislipidemias (baixo HDL e alto nível de TAG) cirurgias de restrição são eficientes para a redução do peso
• Hipertensão em indivíduos gravemente obesos
Por mecanismos ainda não esclarecidos, essas cirurgias
também melhoram o controle de glicemia em indivíduos
diabéticos

Essa síndrome também está associada a um estado de


inflamação sistêmica crônica, que contribui para a
patogênese da resistência à insulina e para a aterosclerose.
Esther Santos - 77

Obesidade
Esther Santos – 77

β-Oxidação de ácidos graxos

A maior parte da gordura do nosso corpo está armazenada


sob forma de triglicerídeos (TAG), e eles são a principal
reserva de energia do organismo.
Os TAG são compostos por 3 moléculas de glicerol + ácidos
graxos

Molécula rica em hidrogênio, portanto, altamente reduzidos


e energéticos.

A lipólise é separação dos TAG → glicerol + ácidos graxos


livres

• Essa mobilização requer liberação hidrolítica do Obs: diferenças entre a regulação da síntese na ACC
ac.graxo do glicerol
Enzima: Lipase sensível a hormônio (LSH)
Essa enzima remove o ácido graxo do carbono 1 ou 3 do TAG

• Lipases adicionais, especificadas para diacilglicerol ou


monoacilglicerol removem os ácidos graxos
remanescentes

Ativação da lipase sensível a hormônio (LSH)


Ativada ao ser fosforilada por uma proteína cinase
dependente de AMPc.

• Glucagon e adrenalina
Ativação da adenilato ciclase → formação de AMPc → atia
PKA (proteína cinase dependente de AMPc) → fosforila a
LSH → ativação da LSH

• Insulina
Na presença de altas concentrações plasmáticas de insulina
e glicose → desfosforila LSH → inativação Destino do glicerol
O glicerol liberado durante a degradação do TAG não pode
ser metabolizado nos adipócitos, pois eles não possuem a
enzima glicerol-cinase que catalisa a seguinte reação:
Esther Santos – 77

β-Oxidação de ácidos graxos


• Células que não podem usar os ácidos graxos livres
(AGL)
o Eritrócitos não podem, pois eles não possuem
mitocôndrias e a beta-oxidação acontece lá
o SNC não pode utilizar também

A principal via para o catabolismo dos ácidos graxos ocorre


na mitocôndria, pela B-oxidação, em que fragmentos de 2
Assim, glicerol → corrente sanguiena → fígado → glicerol- a 2 carbonos são removidos do Acil-CoA, tendo no final os
cinase fosforila → glicerol 3P produtos → Acetil-Coa + NADH + FADH2

AGL + Acetil-Coa → acil-CoA graxo


Porém, o CoA é impermeável à membrana interna. Assim,
um carregador transfereesse acil-coa graxo do citosol para a
matriz mitocondrial → carnitina
Enzima: glicerol-fosfato-desidrogenase transforma em DHAP
Reação 01 com carnitina
O glicerol 3P vai ser oxidado a DHAP, formando NADH + H+
O CoA sai do acil-coa graxo → restando só ácido graxo
O DHAP é um composto intermediário entre a glicólise e o
piruvato Reação 02 com carnitina
• Demanda da célula Enzima: carnitina-palmitoil-transferase I (CPT-I)
Célula precisando de energia → DHAP segue pela glicólise Carnitina + ácido graxo → acil-carnitina
→ piruvato
Célula precisando de glicose → DHAP segue a
gliconeogênese → glicose

Destino dos ácidos graxos


Ácidos graxos livres → atravessam a m.p dos adipócitos →
se ligam a albumina → transportado → chega nas células
→ B-oxidaçãoO
Reação 03 com carnitina
Antes da B-oxidação acontecer, os AGL precisam ser unidos
a uma molécula de acetil coa Enzima: carnitina-acilcarnitina-translocase

Enzima: acil-Coa-sintetase dos ácidos graxos de cadeia Em seguinda, o acil-carnitina passa para a matriz
longa (tiocinase) mitocondrial, atravessando a membrana interna através de
uma proteína de membrana
AGL + Acetil-CoA → Acil-Coa (muito energética)
Essa reação gasta 2 ATP, pois 1ATP foi quebrado gerando
2P para a reação e se transformando em AMP.
Esther Santos – 77

β-Oxidação de ácidos graxos


Reação 04 com carnitina
Enzima: carnitina-palmitoiltransferase II (CPT-II)
O grupo acila (ácido graxo) ligado a carnitina → vai para CoA
→ acil-CoA
Assim, a carnitina é recuperada (reabsorvida) e volta para
o lado de fora para poder entrar com outro ácido graxo
novamente.

A malonil-CoA (da síntese) inibe a CPT-I, impedindo a


entrada de grupos acila de cadeia longa na matriz
mitocondrial. Assim, durante a síntese, o palmitato não pode
ser transferido para a mitocôndria e ser degradado.

• A oxidação de ácidos graxos também é regulada


pela razão acetil-coa/coa a carnitina pode ser tanto sintetizada quando proveniente da
o Razão alta (muita acetil-coa) → velocidade alimentação
da tiolase (adiciona CoA na molécula da B-
• Dieta
oxidação) , que requer CoA, diminui
Encontrada principalmente nas carnes

• Sintetizada no corpo
Podem ser sintetizada a partir do aminoácido lisina e
metionina, por vias enzimáticas encontradas no fígado e nos
rins, mas não são encontradas nos músculos esquelético
e cardíaco
Esther Santos – 77

β-Oxidação de ácidos graxos


• Dependentes
o musculo esquelético e cardíaco são totalmente
dependentes de carnitina distribuída pelo sangue (síntese
endógena ou dieta)

DEFICIÊNCIAS DE CARNITINA
As deficiências resultam na diminuição do tecido usar
AGCL como combustível metabólico. Afeta
principalmente o fígado, incapacitando-o de usar a
gordura como fonte de energia e sintetizar glicose durante
o jejum

• Deficiências secundárias
o Doenças hepáticas que provocam diminuição
na síntese de carnitina
o Indivíduos subnutridos ou vegetarianos
o Gestação, infecção grave, traumas
o Hemodiálise, que remove a carnitina do
sangue
• Deficiências congênitas (deficiência 1ª)
o Na reabsorção de carnitina no túbulo renal
o Captação de carnitina pela célula
• Deficiência de CPT-II (que regenera a carnitina) nos A B-oxidação consiste em 4 reações envolvendo o carbono
músculos cardíacos e esqueléticos B (beta, carbono 3), a qual resulta na diminuição da cadeia
o Levam cardiomiopatia do ácido graxo em 2 carbonos
o Fraqueza muscular
As etapas incluem
• Consequências
o Hipoglicemia grave (pois gliconeogênese e • Oxidação que produz FADH2
lipólise estão ligados) • Etapa de hidratação (entrada de água)
o Coma e morte • Segunda oxidação que produz NADH
• Tratamento • Clivagem tiólica que libera 1Acetil-Coa (exceto na
o Evitar jejum prolongado ultima clivagem que libera 2 acetil-coa porque vão
o Dieta rica em carboidratos (pra não causar restar 4 carbonos)
hipoglicemia) e baixa em AGCL
o Suplementação com ácidos graxos de cadeia
média (atravessam sem precisar da CTP) e
carnitina

AGL menores do que 12 carbonos (abundantes no leite


humano) podem atravessar a membrana interna da
mitocôndria sem necessitar de carnitina ou do sistema CTP.
Lá dentro da mitocôndria → ativados em acil-coa →
oxidados posteriormente
Obs: como sua oxidação não é dependente de CPT-I ela
não é sujeita à inibição por malonil-CoA
Esther Santos – 77

β-Oxidação de ácidos graxos


Regulação da acetil-coa na piruvato carboxilase
A acetil-CoA é um efetor alostérico positivo da piruvato- Exemplo de B-oxidação de um ácido graxo de 6 carbonos
carboxilase, ligando a oxidação dos ácidos graxos à (numero par)
gliconeogênese

• A oxidação dos ácidos graxos acontece juntamente com


a gliconeogênese (pois ambos sofrem estímulo do
glucagon) no estado de jejum ou outro estado que leve a
hipoglicemia, então na gliconeogênese a gente tem que
fazer o caminho inverso da glicólise mas há 3 desvios (os Reação 01 – produção de NADH2 (oxidação)
que tem as reações irreversíveis)
Enzima: acil-coa-desidrogenases
Um dos desvios é esse:

Na gliconeogênese, acontece essa reação: 2H do ácido graxo → FAD → FADH2


Formação do composto → enoil-coa (2-trans)

Reação 02 – hidratação
Enzima: enoil-coa-hidratase
Vai entrar uma molécula de H2O, formando o composto → 3-
hidroxiacil-coa

Reação 03 – produção de NADH (oxidação)


Enzima: 3-hidroxil-coa-desidrogenase
Um NAD+ receberá 2H da molécula → NADH + H+
Há a formação do composto → 3-cetoacil-coa
A piruvato-carboxilase converte o piruvato → OAA para
depois seguir o curso da gliconeogênese
E muito acetil-coa ativa a piruvato carboxilase


Esther Santos – 77

β-Oxidação de ácidos graxos


DEFICIÊNCIA DE ACIL-CoA-DESIDROGENASE DE
ÁCIDOS GRACOS DE CADEIA MÉDIA (DAGCM) –
SINDROME DE REYE
Na mitocôndria, existem 4 espécies dessa enzima,
cada uma específica para AG de cadeia: curta,
média, longa e muito longa.
A deficiência de DAGCM é autossômica recessiva e
resulta na diminuição da capacidade de oxidar
ácidos graxos de 6 a 10 carbonos (estes
acumulam e são medidos na urina)

• Causa hipoglicemia grave (pois os tecidos


necessitam aumentar o consumo de
glicose)
O tratamento inclui evitar o jejum (pois é no jejum
que acontece a beta-oxidação pelo estímulo do
glucagon

Reação 04 – clivagem tiólica


Enzima: B-cetoacil-CoA-tiolase
Essa enzima vai clivar a ligação entre os carbonos pela
adição de CoA em uma das moléculas, e doando o H para
outra Lembrando que a retirada de 2ATP que foram gastos para
produzir
Há a formação do primeiro → acetil-Coa
AGL + Acetil-CoA → Acil-CoA


Se o ácido graxo tiver número ímpar de carbonos, a ultima
Continuação volta vai restar 3 carbonos e não 2.

Essas etapas irão se repetir até que todo o ácido graxo seja A molécula de 3 carbonos → propionil-CoA
quebrado, a cada volta é retirado 2 carbonos do ácido graxo,
As reações da transformação do propionil-CoA em succinil-
produzindo
CoA são as seguintes:
• FADH2
• NADH
• 1acetil-coa
Obs: excessão na última volta
Na ultima clivagem tiólica, vai restar 4 carbonos, eles vao ser
partidos em 2 moléculas de 2 carbonos e cada um vai ganhar
1CoA

• Há a formação de 2acetil-coa na ultima volta


Esther Santos – 77

β-Oxidação de ácidos graxos


.
DEFICIÊNCIA DE B12 → ACIDEMIA E ACIDÚRIA
METILMALÔNICA
Em pacientes com deficiência de B12 o propinato e
metilmalonato são excretados na urina. 2 tipos
hereditário têm sido descritos

• Ausente ou deficiente, ou com menos afinidade


pela coenzima
• Pacientes incapazes de converter a B12 em
coenzima
Os dois tipos resultam em acidose metabólica,
observando retardo no desenvolvimento em alguns
pacientes.

Obs: a propinoil-CoA carboxilase necessita da coenzima


biotina

Enzima metil-malonil-coa-mutase
Essa enzima que forma o succinil-coa

• Molécula do ciclo de Krebs que pode ser usada e


entrar na respiração celular
• Esse é o único exemplo de um precursor
glicogênico gerado a partir da oxidação de ácidos
graxos
Essa enzima necessita de uma coenzima da vitamina B12

A mitocôndria hepática tem a capacidade de converter Acetil-


CoA proveniente da B-oxidação de ácidos graxos em corpos
cetônicos (acetoacetato, 3-hidroxibutirato e acetona) →
importantes fontes de energia para os tecidos periféricos →
durante o jejum prolongado
Esther Santos – 77

β-Oxidação de ácidos graxos


Esther Santos – 77

Metabolismo do colesterol

O colesterol é um esteroide característico do tecido animal O colesterol é um composto muito hidrofóbico. Ele pode
e desempenha diversas funções essenciais: existir em duas formas

• Componente estrutural das membranas


• Precursor dos ácidos biliares
• Precursor dos hormônios esteroides
• Precursor da vitamina D
O fígado tem papel central da homeostasia do colesterol, ele
é eliminado do fígado pela pela bile no lúmen intestinal, sem
sofrer modificações, ou é convertido em sais biliares ou é
secretado em VLDL
Também pode contribuir com a aterosclerose, deposição de
lipídeos nos endotélios que levam a placas que aumentam o
risco de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e Esteróis (colesterol livre)
vasculares periféricas.
Os esteroides com 8 a 10 carbonos na cadeia lateral ligada
ao C17 e um OH no C3.
O colesterol livre é o principal representante esterol dos
tecidos animais

Obs: dietas com fitoesteroides para tratamento da


hipercolesterolemia
Os esteroides vegetais, como o B-sitosterol, são pouco
absorvidos por humanos e, como o colesterol podem ser
transportado junto aos colesteróis vegetais, parecem reduzir
a absorção de colesterol presente na dieta.
Ingestão diária de ésteres de esteroides vegetais (margarina
livre de ácidos graxos trans) é uma estratégia dietética para
redução dos níveis plasmáticos de colesterol.

Ésteres de colesterol
Colesterol + ácido graxo ligado ao C3
É uma molécula ainda mais hidrofóbica que o colesterol
livre (não esterificado) e não é encontrado nas membranas
celulares.
Origem do colesterol
Devido à sua hidrofobicidade, o colesterol e seus ésteres
Tanto pela via endógena, produzido pelo próprio corpo, como devem ser transportados associados a proteínas como
pela alimentação. componentes de partículas lipoproteicas ou devem ser
solubilizados por fosfolipídeos e sais biliares da bile.
Esther Santos – 77

Metabolismo do colesterol
Todos os átomos de carbono do colesterol são derivados do
acetato e o NADPH é o doador dos equivalentes redutores.
A energia é garantida pela hidrólise das ligações tioester de
alta energia da acetil-coae do ATP.
a síntese requer enzimas citosólicas e do RE liso

em que momento ocorre a síntese

O colesterol é sintetizado durante o estado alimentado, pois


há necessidade de quebra de gordura e carboidratos para a
síntese de acetil-coa → precursor do colesterol

Em 4 tecidos que mais contribuem (mas não os únicos) →


fígado, intestino, glândula adrenal e gônadas
O colesterol é formado basicamente por carbono e hidrogênio
C → vem do acetil-coa
H → vem do NADPH

• Glicose
Vai ser metabolizada → produz piruvato → OAA + Acetil CoA

• Ciclo das pentoses


A glicose sofre um desvio também para o ciclo das pentoses
→ produz NADPH e ribose → NADPH importante para a
síntese de colesterol
Esther Santos – 77

Metabolismo do colesterol
Obs: o NADPH também vem da conversão do malato →
piruvato

• Acetil-coa → produzido na matriz mitocondrial

Resumo das vias


Pode vim da degradação do piruvato da glicose
Da degradação de ácidos graxos da dieta
Degradação de aminoácitos cetogênicos da dieta
Obs: por isso, é importante que a síntese aconteça no estado
alimentado

ETAPA CITOSÓLICA
RESTANTE DAS REAÇÕES A PARTIR DO MEVALONATO
As duas primeiras reações da síntese são similares às que
produzem corpos cetonicos, resultando na formação de
HMG-CoA

Síntese de 3-hidroxi-metilglutaril-coa (HGM-CoA)

Obs: as células do parênquima hepático possuem 2


isoformas de HMG-CoA-sintase, uma do citosol para a Reação [01]
síntese de colesterol e uma na mitocôndria para síntese de Enzima: cinase
corpos cetônicos
Mevalonato convertido → ácido 5-pirofosfomevalonato
Síntese do ácido mevalônico (mevalonato)
A reação ocorre em 2 etapas, ambas usando ATP para duar o
Enzima: HMG-CoA-redutase (regulada) grupo fosfato.
Essa reação envolve a redução do HMG-CoA → • A fosforilação e a presença do pirofosfato ajudam a manter
mevalonato em solução esses compostos insolúveis em água
• Ocorre no citosol Reação [02]
• Principal passo regulador da síntese
• Usa 2NADPH como redutor (reduz, ou seja, Enzima: descarboxilase
acrescenta H na molécula)
O 5-pirofosfatomevalonato é descarboxilado (saída de CO2)
• A liberação de CoA torna a reação irreversível usando ATP → isopentenil-pirofosfato (IPP)
Esther Santos – 77

Metabolismo do colesterol
Reação [03] • Redução da ligação entre C24 e C25

Enzima: isomerase
SÍNDROME DE Smith-Lemli-Opitz (SLOS)
O IPP sofre isomerização
Doença autossômica recessiva relacionada a biossíntese do
IPP → 3,3-dimetilalil-pirofosfato (DPP) colesterol.
Reação [04] Há uma deficiência parcial de uma enzima (7-
desidrocolesterol-7-redutase) envolvida na migração da
Enzima: transferase
ligação dupla
DPP + IPP → geranil-pirofosfato (GPP) com 10 carbonos +
A SLOS causa um defeito na síntese do colesterol
pirofosfato (P-P) que torna a reação irreversível

Reação [05]
Enzima: transferase Se não houver necessidade de colesterol pela célula, o IPP
pode ser desviado para outras vias para sintetizar:
GPP + IPP → farnesil-pirofosfato (FPP) com 15 carbonos + P-
P que torna a reação irreversível • Vitamina E, K e A
• Ubiquinina
Reação [06]
• Heme a
Enzima: esqualeno-sintase • Carotenoides

FPP + FPP reduzidas por NADPH → esqualeno (30


carbonos) + 2pirofosfato (P-P) reação irreversível
Obs: como 3ATP são usados para mevalonato → IPP, um total
de 18ATP são necessários para sintetizar o esqualeno

Reação [07]
Enzima: esqualeno-monoxigenase do RE liso
O esqualeno é uma molécula de cadeia aberta, os anéis ainda
não estão fechados.

• A reação usa O2 e NADPH para hidroxilar o esqualeno


O colesterol dentro das células é um composto esterificado
Esqualeno → Lanosterol (30C, primeiro esterol)
→ bem mais apolar
Reação [08] Pois é uma forma de armazenamento bem mais estável
Enzimas: são enzimas que estão no RE liso Enzima: acil-coa-colesterol-aciltransferase (ACAT)
Lanosterol → colesterol Vai adicionar um grupamento ácido carboxílico na hidroxila
É uma sequencias de reações que ocorrem no RE do colesterol, transformando o colesterol livre em sua forma
esterificada
• Diminuição da cadeia de 30 pra 27C
• Remoção de metilas do C4 Colesterol → éster de colesterol
• Migração de ligações duplas do C8 pro C5
Esther Santos – 77

Metabolismo do colesterol
produção de proteína-redutase → menos síntese de
colesterol
A reação da HMG-CoA-redutase é a enzima limitante da
velocidade e principal ponto de controle da biossíntese do Regulação por proteólise
colesterol

Regulação da expressão gênica por esteróis

Níveis aumentados de colesterol e sais biliares nas células


que sintetizam essas moléculas → instabilidade da redutase
→ promove a proteólise (degradação) da HMG-coa-redutase
→ diminui sua atividade → menos síntese de colesterol

Regulação por fosforilação

A proteína SREBP

• Encontrada na membrana do RE (hepatócitos, intestino,


adrenal, gônadas)
• Ela vai controlar a expressão da HMG-coa-redutase
Então, como ela fica presa na membrana do RE, ela precisa
ser quebrada para ir lá no núcleo da célula e ativar o gene
que regula a expressão da HMG-CoA-redutase

• Situação de pouco esteróis plasmáticos • AMP


Poucos Esteróis → ativam a enzima SCAP → quebra a Altos níveis energéticos (ATP) → muito acetil-coa → muito
ligação N-terminal da SREBP → SREBP liberada → vai pro AMP → desfosforila e ativa a HMG-CoA-redutase → mais
núcleo → se liga a SER (sequencia nucleotídica da HMG- síntese de colesterol
CoA-redutase) → aumenta expressão da HMG-coa-redutase
→ síntese de colesterol • Glucagon e esteróis
Glucagon → AMPc → PKA → fosforila a HMG-CoA-
• Situação de muito esterol plasmático
redutase → inativando-a → menos síntese de colesterol
Níveis elevados de esteróis → inativa o SCAP →
decréscimo na transcrição do gene da redutase → menor
Esther Santos – 77

Metabolismo do colesterol
Níveis aumentados de esteróis intracelular → aumenta a
fosforilação da enzima → inativando-a → menos síntese de
colesterol • Fezes
O núcleo esteroide é eliminado intacto pela conversão em
• Insulina
ácidos e sais biliares → excretados nas fezes
Hiperinsulinemia → ativa fosfatase → desfosforila (retira o P)
Ou pela secreção de colesterol na bile → transporta até o
da HMG-coa-redutase → ativa → maior síntese de colesterol
intestino → fezes

• Flora bacteriana
No intestino, parte do colesterol é modificado, transformando-
o em formas fáceis de serem eliminados → fezes

Níveis elevados de colesterol → xantelasmas (acumulo de


gordura próximas a pálpebra) e xantomas de tendão
(acumulo de gordura próximos do tendão)

Esses fármacos são análogos estruturais da HMG-coa-


redutase, que inibem e competem com ela
São usados para diminuir os níveis plasmáticos de
colesterol em pacientes com hipercolesterolemia.
Esther Santos - 77

Lipoproteínas
O colesterol e ésteres de colesterol (CE) são compostos
hidrofóbicos e insolúveis na água do sangue, como os TAG e
os fosfolipideos.
Por isso, para que cheguem aos tecidos do corpo e sejam
usados em processos sintéticos ou oxidativos, eles precisam
ser empacotados em lipoproteínas (solúveis).
Os principais carreadores de lipídeos são

• Quilomicrons
• VLDL que leva à IDL e LDL Uma maior razão proteínas/lipídeos levam a uma maior
• HDL densidade, como as HDL

Superfície

• Fosfolipideos (anfipáticos) e colesterol livre (que


estabiliza e garante o formado arredondado)
• Apolipoproteinas
o Fornecem sítios de reconhecimento para
receptores
o Ativam enzimas ou são coenzimas no
metabolismo das lipoproteínas

Região central

• Esteres de colesterol (colesterol que não está sendo


usado)
• TAG
Esther Santos - 77

Lipoproteínas
Quilomicrom remanescentes
Os quilomicra parcialmente hidrolisados agora estão
desprovidos de seus TAG → retem apoE e apoB-48 → vai
para o fígado e se ligam a apoE → endocitados

São as maiores lipoproteínas e as de menor densidade


devido ao seu alto conteúdo de TAG.
Sintetizados a partir dos lipídeos da deita (exógenos) dentro
das cels epiteliais do intestino delgado e secretados para
os vasos linfáticos → fígado → veia subclávia esquerda →
circulação sistêmica A LPL é estimulada pela insulina, ou seja, no estado
alimentado.
Montagem dos quilomicra
• Adipócitos
A apo B-48 é exclusiva dos quilomicrons
Possuem Km maior → sensibilidade menor, só capta os AG
• Recebem da HDL das lipoproteínas e armazenam TAG quando concentração
Apo C-II (ativa a lipase proteica) e apo E de lipoproteínas estiver elevada.

• Coração

A lipase proteica é ativada por apo C-II → hidrolise TAG → Possuem Km menor → alta sensibilidade. Uma vez que os
ácidos graxos + glicerol AG são usados como combustíveis (fontes de energia
primária) pelo coração, ele capta as lipoproteínas mesmo em
a lipoproteína-lipase (LPL) está presente em tecido adiposo, concentração baixa.
musculo cardíaco, músculo esquelético e celulares
acinares do tecido mamário. DEFICIÊNCIA DE LPL ou APO C-II
• Ácidos graxos Apresentam um grande acumulo de TAG-quilomicra no
plasma → hipertriacilglicerolemia mesmo no jejum.
São armazenados (no adipócito ou células mamárias) ou
usados para gerar energia (músculo).
Se não forem imediatamente capturados pelas células, os AG
de cadeia longa se juntam a albumina até sua captação
ocorrer.

• Glicerol Se a ingestão de ácidos graxos excede o requerimento


imediato de substratos energéticos para o fígado, esse
Usado no fígado para síntese de lipídeos, glicólise ou excesso de AG → TAG (endógenos).
gliconeogênese
Esses TAG + colesterol esterificado e livre + fosfolipídios e
apoproteinas → empacotados para formar VLDL →
Esther Santos - 77

Lipoproteínas
secretados pelo fígado → corrente sanguínea → 50% das VLDL remanescentes → captadas do sangue pelo
degradação pela lipase lipoproteína (LPL) → abastece fígado por meio da ligação da apo-E da VLDL ao receptor de
outros tecidos apo-E na membrana plasmática do hepatócito → endocitose
As VLDL possuem a apo B-100 na sua estrutura As outras 50% seguem no sangue

ESTEATOSE HEPÁTICA produção de LDL a partir de VLDL

Ou ‘’fígado graxo’’, acontece quando existe um desequilíbrio Aproximadamente, as outras 50% das VLDL remanescentes
entre a síntese hepática de TAG e secreção de VLDL. As tem seus TAG centrais removidos, formando a → IDL
condições em que ocorrem isso → obesidade, diabetes melito
• Formação de VLDL
não controlada e ingestão crônica e etanol
Com a remoção adicional de TAG dos IDL, pela ação da
triglicerídeo-lipase hepática → Há a formação de LDL

• 60% LDL → transportada de volta ao fígado, onde a apo


Liberação das VLDL
B-100 se liga a receptores → endocitose
As VLDL são secretadas no fígado → sangue → como VLDL • 40% de LDL → levados aos tecidos extra-hepáticos (cels
‘’nascentes’’ contendo apo B-100 adrenocorticais e gonadais que também usa receptores
de apo B-100 para internalizar LDL) para usar
No sangue → recebem apo C-II (que ativa a LPL) e apo E colesterol e produzir hormônios esteroides e a outra
(permite o reconhecimento e endocitose do VLDL pelo fígado) parte é usada para a síntese de membrana e de
do HDL circulante vitamina D.

ATEROSCLEROSE
ABETALIPOPROTEÍNA
É um tipo raro de hipolipoproteinemia causada por um Se tem um excesso de LDL no sangue → captação por
tecidos hepáticos e outros se torna saturada.
defeito na proteína microssomal transferidora de TAG
(PTM). Assim, o ‘’excesso’’ é capturado por macrófagos
Assim, há um impedimento do carregamento da apo B presentes próximos às células endoteliais das artérias.
com lipídeos → não existe formação dos quilomicrons Isso vai induzir uma resposta inflamatória, gerando um
(apo B-48) e da VLDL (apo B-100) → causando acúmulo processo que culmine em aterosclerose
de TAG no fígado e no intestino

Modificações da VLDL circundantes


As VLDL são transportadas do fígado (veias hepáticas) para
→ músculos esqueléticos e cardíaco, tecido adiposo e tecido
mamário em lactação.
A apo C-II ativa a LPL → hidrolise de TAG em → ácido graxo
+ glicerol

• Esses ácidos graxos são oxidados como substratos


energéticos pelos músculos, utilizados na síntese de
TAG e utilizados na produção de leite.
As partículas residuais (depois da hidrolise) são chamadas de
VLDL remanescentes.
Esther Santos - 77

Lipoproteínas

DEFICIÊNCIAS DE RECEPTORES DE LDL


Essa deficiência causa uma elevação de LDL e,
consequentemente, de colesterol plasmático.
As LDL contem alta concentração de colesterol e ésteres de Os pacientes com essa deficiência apresentam
colesterol e sofrem metabolização nas células em fez sua hiperlipidemia tipo II (hipercolesterolemia familiar) e
endocitose. aterosclerose prematura.
Endocitose mediada por receptores Essa hipercolesterolemia também pode ser gerada por uma
protease que degrada o receptor e por defeitos na apo B-100
A principal função das LDL é prover colesterol para os tecidos → reduzem ligação de LDL
periféricos ou retorná-lo para o fígado,
os receptores de membrana que captam a LDL reconhecem
a apo B-100 (e não a apo B-48 dos quilomicra) e a apo E. etapa [01]
o LDL se liga aos receptores dele e, o lado citosólico da
depressão na membrana celular é recoberto com a proteína
clatrina que estabiliza essas depressões

etapa [02]
depois da ligação o complexo LDL-receptor é internalizado
por endocitose.

Etapa [03]
A vesícula contendo LDL perde a capa de clatrina e funde-
se a outras semelhantes, formando endossomos.
Esther Santos - 77

Lipoproteínas
Etapa [04]
O pH dos endossomos diminui (aumento da ATPase
endossomal) → LDL se desliga do seu receptor

Etapa [05]
Os receptores podem ser reciclados.
Enzimas hidrolases ácidas lisossomais degradam as
lipoproteínas remanescentes → colesterol livre +
aminoácidos + ácidos graxos + fosfolipídios → também
podem ser reutilizados pela célula.

O colesterol originário dos remanescentes de quilomicra,


IDL e LDL afeta o conteúdo celular de colesterol de várias
maneiras.

• Altos níveis de colesterol Síntese de HDL nascente


Inibe a HMG-coa-redutase → síntese de colesterol diminui • Pelo fígado e pelo intestino
Síntese de receptores também é diminuída → menor É uma molécula pequena mas de alta densidade, cuja
expressão do gene de receptor de LDL → limitando entrada superfície contem fosfolipídios, colesterol livre, e uma
de colesterol-LDL nas células variedade de apoproteinas (Apo AI, apo AII, apo CI e apo CII
e apo E). contem muito pouco TAG e CE (colesterol esteres)
• Insulina
• A partir de quilomicrons e VLDL
A insulina causa um aumento dos receptores de LDL.
Consistente com a necessidade de remoção dos quilomicrons O brotamento de apoproteinas de quilomicra e VLDL quando
remanescentes e LDL, que, caso contrário, poderiam se elas são digeridas pela LPL, essas apoproteinas podem
acumular após o consumo de uma refeição. então, acumular mais lipídeos, formando HDL
Ativa a colesterol-aciltransferase (ACAT) → transfere um • A partir de apo A-I livre
ácido graxo do acil-coa para o colesterol → produzindo
colesterol esterificado (não é utilizado pela célula, apenas Essa apo A-I livre pode ser desprendida de outras
o livre) que fica armazenado. lipoproteínas circulantes. Ela irá adquirir colesterol e
fosfolipideo → HDL
Esther Santos - 77

Lipoproteínas
Reservatório de apolipoproteínas
As HDL servem de reservatório circulante de apo C-II (que os
quilomicra e VLDL recebem pra atilar a LPL) e de apo-E
(necessária para entrar no fígado)

Captação de colesterol não esterificado


As HDL captam o colesterol dos tecidos periféricos (extra-
hepáticos) e transportam novamente para o fígado.
Obs: as HDL são excelentes aceptores de CNE por ter muito
fosfolipídio para sulubilizá-lo

Esterificação do colesterol
Enzima LCAT – colesterol-aciltransferase
A enzima LCAT esterifica o colesterol captado pelas HLD
imediatamente.
A LCAT é ativada por apo A-I e transfere o ácido graxo do
C2 da fosfatidilcolina para o colesterol → CE hidrofóbico
HDL3 → partículas de HDL pobre em CE ainda

transporte alternativo de colesterol pela HDL


Quando a HDL tá muito cheia de colesterol (sendo
classificada de HDL2), ela pode aliviar esse fardo trocando Transporte reverso de colesterol
com a VLDL por uma enzima PTEC – proteína transferidora
O principal benefício das HDL é que elas conseguem
de ésteres de colesterol
remover colesterol a partir de células carregadas de
HDL → doa CE para as VLDL colesterol e retorná-las para o fígado. Benéfico
principalmente para o tecido vascular, reduzindo os níveis
VLDL → doa TAG para o HDL de colesterol no espaço subintimal.
As células contêm a proteína ABC1, a qual utiliza a hidrolise
do ATP para mover o colesterol do lado interno da membrana
para o lado externo.
Colesterol do lado externo → HDL capta → obtém a enzima
LCAT da circulação (sintetizada no fígado que esterifica) →
transfere ácido graxo para o colesterol → colesterol-éster,
aprisionando o colesterol dentro do núcleo da HDL
Esther Santos - 77

Lipoproteínas
Os macrófagos fagocíticos têm receptores não específicos
conhecidos como scaverngers que ligam vários tipos de
molécula, incluindo partículas de LDL modificadas por
oxidação.

Modificações na LDL
Essas modificações envolvem dano oxidativo, principalmente
de grupos acila poliinsaturados.
O processo que causa a oxidação da LDL envolve

• Radicais de superóxido
• Óxido nítrico (NO)
• Peróxidos de hidrogênio (H2O2)
Antioxidantes que protegem LDL contra oxidação

• Vitamina E
• Vitamina C
• Carotenoides (vitamina A)

Placa aterosclerótida
Diferentemente dos receptores de LDL, os receptores
scavengers não são submetidos a regulação pelo
aumento do nível de colesterol.
Assim, os macrófagos ficam cheios de lipídios → nesse Pode acontecer lesão da artéria → extravasamento do
momento, são chamados de células espumosas. material → estimula a coagulação sanguínea → trombos →
Acumulo de células espumosas no espaço subendotelial → oclusão total dos vasos → infarto
produz a primeira evidencia de placa aterosclerótida em
desenvolvimento, conhecida como placa de gordura

Fatores de risco

• Hipertensão arterial
• Níveis circulantes de LDL, quilomicra e VLDL altos
• Baixos níveis de HDL
• Tabagismo
• Elevação crônica de níveis de glicose no sangue
• Altos níveis de vasoconstritor angiotensina
Esther Santos - 77

Degradação dos aminoácidos


Cada um dos 20 aminoácidos comuns possui uma estrutura
única, suas vias de degradação são diferentes das vias
biossintéticas. Desses 20, apenas 11 são sintetizados (não
essenciais) e os outros 9 (essenciais) devem ser obtidos pela
alimentação.
O destino dos carbonos dos aminoácidos depende do
estado fisiológico do individuo e do tecido em que a
degradação ocorre.
Obs: o fígado é o único tecido que possui todas as vias de
síntese e de degradação dos aminoácidos.

• No fígado durante o jejum


Os esqueletos de carbono dos AA produzem → glicose,
corpos cetônicos e CO2.

• No estado alimentado
o fígado pode converter intermediários do metabolismo dos
AA em → glicogênio e TAGs.
Desse modo, o destino dos carbonos dos aminoácidos se
Os aminoácidos podem ser classificados em 2, conforme os
assemelha ao da glicose e dos ácidos graxos.
7 intermediários produzidos durante seu catabolismo.

O catabolismo dos AA envolve a remoção dos grupos amino


e a posterior quebra dos esqueletos carbonados resultantes.
Essas vias se convergem para formar 7 produtos
intermediários
1. Oxaloacetato OAA
2. Alfa-cetoglutarato
3. Piruvato
4. Fumarato
5. Succinil-coa
6. Acetil-coa
7. Acetoacetato
Esses produtos entram diretamente nas vias do metabolismo
intermediário, resultando na síntese de glicose ou lipídeos Aminoácidos glicogênicos
ou ainda na produção de energia por oxidação a CO2 no São aqueles cujos catabolismo produz piruvato ou
ciclo do ácido cítrico. intermediários do TCA – ciclo do ácido cítrico.

• São substratos para a gliconeogênese e portanto


podem originar glicose no fígado e rim

Aminoácidos cetogênicos
Produzem acetil-coa ou corpos cetônicos (acetoacetato).
O acetoacetato é um dos ‘’corpos cetônicos’’ que também
incluem o 3-hidroxibutirato e a acetona

• Leucina e lisina (essenciais) são os únicos AA


exclusivamente cetogênicos. Seus esqueletos
Esther Santos - 77

Degradação dos aminoácidos


carbonados não servem de substrato para a Glutamato → alga-cetoglutarato por transaminação ou
gliconeogênese, portanto, não podem originar glicose desaminação oxidativa (pela glutamato-desidrogenase)

As vias pelas quais os AA são catabolizados dividem-se de


acordo com qual dos 7 intermediários é produzido a partir de
um determinado aminoácido.

AMINOÁCIDOS QUE PRODUZEM OAA


Prolina
Asparagina
É oxidado → glutamato → convertido em alfa-cetoglutarato
A asparagina é hidrolisada pela asparaginase, produzindo (por trasaminaçao ou desaminação)
amônia e aspartato.
Arginina
A arginina é clivada pela arginase → ornitina → alfa-
cetoglutarato

• Essa reação ocorre principalmente no fígado, no ciclo da


ureia

Aspartato
O aspartato perde seu grupo amino por transaminação →
oxaloacetato

Histidina
Desaminado pela histidase → ácido urocânico → N-
formimino-glutamato → glutamato → alfa-cetoglutarato

Obs: deficiência de ácido fólico


Obs: os carbonos do asparato produzem fumarato no ciclo da
ureia Indivíduos com deficiência de ácido fólico excretam
quantidades aumentadas de FIGlu na urina, especialmente
AA QUE PRODUZEM α-CETOGLUTARATO VIA após a ingestão de grande quantidade de histidina.
GLUTAMATO
AMINOÁCIDOS QUE PRODUZEM PIRUVATO
Glutamina
Alanina
A glutamina → enzima glutaminase → converte em
glutamato + NH3 Perde seu grupo amino por transaminação reversível →
piruvato
Esther Santos - 77

Degradação dos aminoácidos


Obs: a alanina é o principal aminoácido gliconeogênico Tirosina
Formada a partir da fenilalanina → fumarato + acetoacetato

Serina
Obs: ambas são glicogênicas e cetogênicas
Serina → convertida em glicina + tetra-hidrofolato
AMINOÁCIDOS QUE PRODUZEM SUCCINIL-CoA
Ou
Metionina
Serina → serina-desidratase → piruvato
Metionina → SAM → SAH → homocisteína → cistationa →
Glicina cisteína + alfa-cetobutirato (este é descarboxilado
oxidativamente formando propionil-coa → succinil-coa)
Pode ser convertida em serina ou ser oxidada a CO2 e NH3

Obs: a glicina → glioxilato → oxidado a oxalato ou


transaminado produzindo glicina.

• A deficiência de transaminase causa grande produção de


oxalato e dano renal, principalmente oxalúria do tipo I

Cistina
Cistina → NADH + H+ reduz → cisteína → piruvato por
dessulfuração.

Treonina
Treonina → piruvato ou Treonina → alfa-cetoburitato →
succinil-coa
AMINOÁCIDOS QUE PRODUZEM FUMARATO • Relação da homocisteína com doenças
vasculares
Fenilalanina
Níveis elevados de homocisteína → danos oxidativos +
Fenilanalina + OH → tirosina → fumarato + acetoacetato inflamação e disfunção endotelial.
Essa reação é catalisada pela fenilalanina-hidroxilase Níveis plasmáticos de homocisteína está inversamente
(deficiência=fenilcetonúria) que requer a tetra- relacionado com os níveis de folato, B12 e B6 (enzimas
hidrobiopterina. envolvidas na conversão de homocisteína em cisteina ou
metionina)
Esther Santos - 77

Degradação dos aminoácidos


Dessa forma, suplementação com folato, B12 e B6 → diminui
homocisteína circulante.
Porem, em pacientes que já tem doença cardiovascular a
terapia vitamínica não diminui a ocorrência de eventos
cardiovasculares ou de morte.

Valina e isoleucina
Valina e isololeucina → propinil-coa → succinil coa
Essas reações necessitam de biotina e vitamina B12

Treonina
Treonina – H20 → alfa-cetobutarato → propinil-coa →
succinil-coa.
Treonina → piruvato também
AMINOÁCIDOS QUE PRODUZEM ACETIL-COA OU
ACETOACETIL-COA
Leucina, isoleucia, lisina e tripfonato (4) produzem acetil-coa
ou acetoacetil-coa diretamente, sem a formação intermediária
de piruvato (pela reação da piruvato desidrogenase).
A fenilalanina e tirosina (2) também produzem acetoacetato
durante seu catabolismo
Portanto, existem 6 aminoácidos cetogênicos. Lisina
Leucina A lisina é um aminoácido exclusivamente cetogênico e é
incomum porque não sofre transaminação (nenhum dos
Este aminoácido é exclusivamente cetogênico, formando
seus grupo amino é transferido para um alfa-cetoglutarato)
acetil-coa + acetoacetato
Tripfonato
Isoleucina
Esse é tanto cetogênico quanto glicogênico pois seu
É tanto cetogênica quanto glicogênica, pois seu
metavolisbo produz → alanina (convertida em piruvato) +
metabolismo produz → acetil-coa e propionil-coa (convertido
acetoacil-coa
em succinil-coa)

Erros inatos do metabolismo são normalmente causados por


genes mutantes. Sem tratamento, os defeitos hereditários do
metabolismo dos aminoácidos resultam em retardo mental
ou em outras anormalidades como resultado do acúmulo de
metabólitos.
Esther Santos - 77

Degradação dos aminoácidos


A fenilcetonúria é a mais importante doença do metabolismo • Fenilcetonúria
dos AA e responde ao tratamento dietético. Ela está presente
no teste do pezinho

FENILCETONÚRIA (FCU ou PKU)


Causada pela deficiência de fenilalanina-hidroxilase,
causando o acúmulo de fenilamina (aminoácido essencial, Sem a conversão de fenilalanina em tirosina pela enzima, ela
presente nos alimentos) e deficiência de tirosina. é desviada para outra via para a produção de fenilactato,
fenilpiruvato e fenilacetato → dão à urina um odor de mofo
• Outras deficiências característico (ou de ‘’camundongo’’)
A hiperfenilalanina também pode ser causada por qualquer Sintomas no SNC
uma das enzimas que sintetizam a coenzima BH4 ou na di-
hidropteridina-redutase que regenera a BH4 a partir de BH2 • retardo mental
• dificuldade para andar ou falar
• convulsões
• hiperatividade
• tremor
• microcefalia
• retardo no crescimento

Essas deficiências causam um aumento da fenilalanina


(precisa da BH4) e diminuição da síntese de
neurotransmissores como as catecolaminas e serotonina.
A restrição de fenilalanina na dieta não reverte os efeitos
sobre o SNC causados por deficiência de
neurotransmissores.
A terapia de reposição com BH4 ou L-DOPA e 5-
hidroxitripfonato melhora o quadro clinico.
CARACTERÍSTICAS DA PKU CLÁSSICA Hipopigmentação

Fenilalanina elevada Os pacientes com fenilcetonúria frequentemente apresentam


deficiência na pigmentação → cabelo e pele claros, olhos
A fenilalanina está presente em concentrações altas no azuis
tecido, plasma e urina
• a hidroxilação da tirosina (precisa da fenilalanina-
• Enzima fenilalanina-hidroxilase fucional hidroxilase para fenilalanina virar tirosina) pena
tirosinase → forma a melanina
o inibida competitivamente pelos níveis elevados de
fenilalanina na PKU
Esther Santos - 77

Degradação dos aminoácidos


RESUMO DA DEGRADAÇÃO DE AMINOÁCIDOS

A = glicogênicos
B = cetogênicos
Esther Santos Fonseca

Catabolismo de aminoácidos
o Parte da amônia → excretada na urina ou
utilizada na síntese da ureia (maior parte)
o organismo obtém nitrogênio por meio de

• Degradação de proteínas da dieta


• Degradação de proteínas corporais
• Síntese de aminoácidos não essenciais
O nitrogênio deixa o organismo na forma de

• Ureia
• Amônia
• Outros produtos derivados do metabolismo de AA

2ª fase do catabolismo
Os esqueletos carbonados dos alfa-cetoácidos são
convertidos em intermediários comuns das vias
metabólicas produtoras de energia.
Ao contrário das gorduras e carboidratos, os aminoácidos
não são armazenados pelo organismo, por isso, eles • Metabolizados em → CO2 e H2O (ciclo de Krebs),
devem ter seu nitrogênio removido, porque os aminoácidos glicose, ácidos graxos ou corpos cetônicos
não conseguem participar diretamente do metabolismo
energético (produzem produtos que entram nas vias).
Portanto, o grupo amino é removido por duas reações Estado alimentado
sequenciais Após uma refeição contendo proteínas, os aminoácidos
liberados pela digestão vão do intestino → veia porta
1ª fase do catabolismo
hepática → fígado
Envolve a remoção dos grupos alfa-amino
Esse aminoácido vai ser usado para para síntese proteica,
• Por transaminação e subsequente desaminação e formação de intermediários de outras vias
oxidativa
• O excesso de aminoácidos pode ser convertido em
o Formando → NH3 + alta-cetoácido
glicose ou TAG → acetil-coa → gordura
correspondente (‘’esqueletos carbonados’’)
Esther Santos Fonseca

Catabolismo de aminoácidos
• Amônia e aspartato → fontes de nitrogênio para o ciclo
da ureia

REAÇÕES DE TRANSAMINAÇÃO
A transaminação é o principal processo para remover o
nitrogênio dos aminoácidos.
Durante o jejum
Todos os aminoácidos, exceto lisina e treonina são
No estado de jejum, a proteína muscular é clivada a submetidos a reações de transaminações.
aminoácidos.
As enzimas que catalisam essas reações são
• Alguns deles são parcialmente oxidados pra gerar aminotransferases ou transaminases → encontradas nas
energia células do fígado, rins, intestino e músculo
• Outra parte é convertida em alanina e glutamina
Essas reações são reversíveis, podendo ser utilizadas tanto
o Glutamina → é oxidada nos linfócitos, intestino e
na degradação quanto na síntese
rins. Convertendo alguns dos carbonos e o
nitrogênio em alanina • Remoção do nitrogênio dos AA
o Alanina e outros aminoácidos → fígado → • Transferir nitrogênio para alfa-cetoácidos → formando
carbonos convertidos em → glicose e corpos aminoácidos
cetônicos. Já o nitrogênio é → convertido em
ureia → excretada na urina Na maioria dos casos, acontece assim:
o Glicose produzida pela gliconeogênese →
• Grupo amino (de um aminoácido) → transferido para o
oxidada em CO2 e H2O no ciclo de Krebs →
alfa-cetoglutarato → formando glutamato + alfa-
energia
cetoácido do aminoácido correspondente que foi
convertido

A presença do grupo alfa-amino mantém os aminoácidos a


salvo da degradação oxidativa, sua remoção é essencial
para a produção de energia de qualquer aminoácido, é um
passo obrigatório.
O catabolismo de AA envolve, em primeira instância, reações
de transminação e desaminação que fornecem
Esther Santos Fonseca

Catabolismo de aminoácidos
O glutamato produzido por transminação pode ser
desaminado oxidativamente posteriormente por uma
reação que ocorre dentro das mitocôndrias.

Destinos do glutamato
O glutamato sofre transaminação e tem 2 destinos →
formar aspartato (entra no ciclo da ureia) por outra
transaminação
Ou ele pode passar pela desaminação e perder sua NH3
que também vai para a síntese da ureia Aspartato-aminotransferase (AST)
A AST é uma exceção à regra de que as aminotransferases
afunilam os grupos amino para formar glutamato. A reação
também é reversível
A AST catalisa a reação
Glutamato (formado na reação da ALT)→ transfere amino
pata o oxaloacetato → formando aspartato (vai pro ciclo
da ureia) e alfa-cetoglutarato (novamente)

Destino do alfa-cetoácido
Esse é a cadeia carbônica propriamente dita, sem o
nitrogênio que foi retirado. Dessa forma, ele pode ir

• Para a síntese de glicose


• Para a síntese de ácido graxo
• Para gerar ATP na respiração
• etc

Cada aminotransferase é específica aos doadores do grupo


amino, pois o aceptor é quase sempre o alfa-cetoglutarato.
As duas reações mais importantes de aminotransferases são
catalisadas por

• ALT → alanina aminotransferase


• AST → aspartato aminotransferase
Elas são encontradas no coração, rins, fígado, intestino e
músculos.

Alanina-aminotransferase (ALT) Todas elas precisam de uma coenzima piridoxal-fosfato


(um derivado da vitamina B6), ligada a um grupo amino de
A enzima catalisa a
um resíduo específico de lisina
Alanina → transfere seu grupo amino para o alfa-
As aminotransferases atuam
cetoglutarato → formando piruvato (vai pro ciclo de krebs
ou gliconeogênese) e glutamato (coletor de nitrogênio da Grupo amino de um AA → transferido para a piridoxal-fosfato
alanina) → formando piridoxamina-fosfato
Piridoxamina-fosfato → transfere grupo amino para um alfa-
cetoácido → formando aminoácido e regenerando a
coenzima piridoxal-P
Esther Santos Fonseca

Catabolismo de aminoácidos
Exemplo com a AST Elas fornecem alfa-cetoácidos → entram nas vias centrais do
metabolismo energético
Fornecem NH3 → fonte de nitrogênio para o ciclo da ureia

Coenzimas
A glutamato-desidrogenase pode usar tanto NAD+ quanto
NADP+ como coenzima

• NAD+
Utilizado principalmente na desaminação oxidativa (perda de
NH3 acoplada à oxidação do esqueleto carbonado

• NADP+
É utilizado principalmente na aminação redutora (ganho de
NH3 acoplado a redução do esqueleto carbonado)

A Kc = 1 (aproximadamente), permitindo que a reação


funcione em ambos os sentidos:

• Após refeição rica em proteínas


Degradação de AA pela remoção do grupo alfa-amino

• Suprimento de AA inadequado pela dieta


Biossíntese de aminoácidos pela adição de grupo amino a
alfa-cetoácidos (esqueletos carbonados)
DESAMINAÇÃO OXIDATIVA (REMOÇÃO DE AMÔNIA)
As células do corpo e as bactérias do intestino liberam o
nitrogênio na forma de amônia (NH3) ou íon amônio (NH4+)

• NH3 passa pra urina a partir de células tubulares renais


e diminui a acidez da urina pela ligação de prótons,
formando NH4+
• NH3 vai pro ciclo da ureia
Em contraste com as reações de transaminação (transfere
grupos amino) a desaminação oxidativa resulta na liberação
de amino como amônia livre (NH3) Sentido das reações

DESAMINAÇÃO OXIDATIVA DO GLUTAMATO A sentido da reação vai depender das concentrações


relativas de
• Ocorre nas mitocôndrias
• glutamato, alfa-cetoglutarato e amônia
Apenas a reação do glutamato é reversível. O glutamato • razão de coenzimas oxidadas e reduzidas
pode incorporar N por meio de reações de transaminação
e, então, liberar amônia através da glutamato-desidrogenase após ingestão rica em proteínas

• A enzima de atuação é: glutamato-desidrogenase • níveis de glutamato no fígado estão elevados → reação


• Essas reações ocorrem principalmente no fígado e no ocorre no sentido de degradação e formação de NH3 →
rim sentido de alta-cetoglutarato
Esther Santos Fonseca

Catabolismo de aminoácidos
OUTROS AA QUE LIBERAM AMÔNIA

precisando de aminoácidos para as funções do organismo

• níveis baixos de glutamato → entrada de amônia no alfa-


cetoglutarato → forma glutamato → transaminação → As desaminaçoes da serina e treonina são reações de
grupo amino transferido para alfa-cetoácido → desidratação que requerem piridoxal-fosfato (PLP) e são
aminoácido catalisadas pela serina-desidratase
No músculo e no cérebro, mas não no fígado, o ciclo dos
nucleotídeos da purina permite que o NH4+ seja liberado dos
aminoácidos por transaminaçao

O glutamato está envolvido tanto na síntese quanto na


degradação.

• Transaminação e desaminação oxidativa


O glutamato fornece nitrogênio para a síntese de AA. Nesse
processo, ele ganha seu N por transaminação com outros
aminoácidos ou do NH4+ pela glutamato-desidrogenase.
As reações de transaminação servem para transferir os
grupos amino do glutamato pata alfa-cetoácidos para produzir
Reguladores alostéricos seus aminoácidos correspondentes.
• GTP (triofosfato de guanosina)
Inibe a glutamato-desidrogenase
Caracterizado em altos níveis energéticos

• ADP (difosfato de adenosina)


Ativador da glutamato-desidrogenase, facilita a degradação
dos AA → produção de energia a partir dos esqueletos
carbonados derivados dos aminoácidos
Níveis energéticos da célula estão baixos
Esther Santos Fonseca

Catabolismo de aminoácidos
• Fornece nitrogênio pro ciclo da amônia Glutamina
O glutamato coleta os N por reações de transaminação e A glutamina é sintetizada a partir do glutamato pela fixação
alguns desses N são liberados como NH3 pela reação da de amônia, gastando 1ATP e precisando da enzima
glutamato-desidrogenase. Esse NH3 entra no ciclo da ureia glutamina-sintetase
a segunda forma de N para a síntese da ureia é fornecida pelo Obs: a síntese de glutamina acontece quando há rápida
aspartato degradação de AA e níveis altos de amônia, por isso essa
amônia entra no glutamato para formar a glutamina
• Glutamato transfere seu grupo amino para o OAA →
formando aspartato e alta-cetoglutarato

Glutamina → sangue → fígado/rim/intestino → glutaminase


remove NH4+ → glutamato + NH3

• No rim
A liberação de NH3 e formação do íon amônio NH4+ →
formam sais com ácidos metabólicos na urina

A degradação dos aminoácidos ocorre em todos os tecidos, • No intestino


no entanto, as enzimas do ciclo da ureia são ativas
Glutamina é usada como substrato energético
principalmente no fígado. Por isso, é necessário que haja um
transporte desse nitrogênio dos aminoácidos para o fígado. • No fígado

Ciclo glicose-alanina A amônia é utilizada na biossíntese da ureia

A alanina transporta nitrogênio no sangue e é exportada


principalmente pelo músculo.
Músculo → glicose → glicólise → piruvato
O piruvato é transaminado com o glutamato → alanina →
sangue → fígado

Obs: esse glutamato veio da transaminação de algum AA


Alanina no fígado → transaminada a piruvato → utilizado
pela gliconeogênese → glicose → exportada para o
músculo para servir de energia
Alanina no fígado → nitrogênio → ciclo da ureia
Esther Santos Fonseca

Catabolismo de aminoácidos
A figura mostra a liberação inicial de ALT no soro depois de
ingerir uma toxina hepática (causa lesão nas células e
O exame da alanina AST aspartato aminotransferase é um
liberação de aminotransferases)
exame de sangue que serve para avaliar se existe alguma
lesão no fígado ou no pâncreas, sendo útil para o diagnóstico • A bilirrubina sérica elevada resulta da lesão
de doenças como hepatite, cirrose ou obstrução das vias hepatocelular, que diminui a conjugação hepática e a
biliares, por exemplo. excreção de bilirrubina.
• As aminotransferases são enzimas intracelulares, de Doença não hepática
modo que a presença de níveis plasmáticos elevados de
aminotransferases podem indicar lesões em células ricas As aminotransferares podem estar elevadas em outras
nessas enzimas. doenças sem ser o fígado, como

A AST e ALT são de especial valor diagnóstico quando • Infarto do miocárdio


aparecem no plasma • Doenças musculares

Valor de referência Pois as AST e ALT também estão presente em coração e


músculos, não só no fígado.
O valor normal de AST, também chamada de TGO, é de 5 a
40 U/L, mas pode variar de acordo com o laboratório onde é Aminotransferases baixa
realizado o exame.
• Infecções no trato urinário
Doenças hepáticas • Desnutrição com deficiência de vitamina B6 (forma a
coenzima PLP – piridoxal-fosfato, essencial para o
Níveis plasmáticos elevados de ALT e AST são vistos em funcionamento das aminotransferases)
quase todas as doenças hepáticas

• Condições que causam ampla necrose celular como


o Hepatite viral grave
o Lesão tóxica
o Colapso circulatório prolongado
• Doença hepática gordurosa não alcoólica
• Abuso de álcool
• Doenças autoimunes do fígado (menos comum)
ALT é mais específica que AST para doenças hepáticas.
No entanto, AST é mais sensível, pois o fígado contém
maiores quantidades de AST

Exemplo
Esther Santos - 77

Metabolismo da amonia
A amônia é produzida por todos os tecidos durante o Essa amônia é absorvida pelo intestino → veia porta →
metabolismo de vários compostos, sendo eliminada removida pelo fígado ao converter em ureia
principalmente pela formação de ureia no fígado.
A partir de aminas
Porém, a amônia é tóxica para o SNC, devendo ser
mantido seu nível muito baixo. Portanto, deve haver um As aminas obtidas da dieta e as monoamidas usadas como
mecanismo metabólico para remover o N dos tecidos hormônios ou neurotransmissores podem produzir amônia
periféricos e leva-lo ao fígado para a transformação em por ação da aminoxidase
ureia, para manter baixos níveis de amônia circulantes
A partir de purinas e pirimidinas
No catabolismo das purinas e pirimidinas, os grupos amino
Os AA são a maior fonte de amônia, pois a maioria das ligados aos anéis são liberados como amônia
dietas ocidentais possui excesso de AA
Esse AA → fígado → transdesaminação (ambas as
A amônia é rapidamente removida do sangue para o fígado,
reações por aminotransferases e glutamato-desidrogenase)
mantendo seus níveis baixos na circulação, visto que ela é
→ amônia
tóxica para o SNC.
A partir da glutamina Essa remoção de amônia do sangue para o fígado é feita
• Rins pela alanina e glutamina em muitos tecidos (em especial o
músculo), que carregam o N dos aminoácidos em vez de
Os rins produzem amônia a partir da glutamina, pela liberá-lo como amônia livre.
glutaminase renal e glutamato-desidrogenase
Ureia
A formação de ureia no fígado é a via mais importante de
eliminação de NH3.
Fígado → ureia → sangue → rins → filtração glomerular

Glutamina
Essa amida do ácido glutâmico fornece uma forma de
armazenamento e transporte não tóxicos para a amônia.
A formação da glutamina a partir de glutamato e de NH3
requer ATP pela glutamina-sintetase. E essa formação
A maior parte da amônia → excretada na urina como NH4+, acontece no fígado e no músculo.
fornecendo um balanço acidobásico do organismo, pela
excreção de prótons.

• Intesino
A amônia também é obtida pela hidrólise da glutamina
pela glutaminase intestinal.
As células da mucosa intestinal obtêm a glutamina pelo
sangue ou da digestão de proteínas da dieta.
Obs: o metabolismo da glutamina no intestino produz
citrulina → sangue → rins → ciclo da ureia na síntese da
arginina

Pela ação bacteriana do intestino Essa reação também acontece no encéfalo, sendo o
principal mecanismo de remoção da amônia do SNC, visto
A amônia é produzida a partir da ureia, pela ação da urease que ela é tóxica.
bacteriana no lúmen intestinal.
Esther Santos - 77

Metabolismo da amonia
• Remoção da glutamina No entanto, quando a função hepática está comprometida
por defeitos genéticos no ciclo da ureia ou por doença
A glutamina circulante é removida pelo fígado e pelos rins e hepática → níveis de NH3 aumentados
desaminada pela glutaminase.
Essa hiperamonemia é uma emergência médica, pois a
No fígadp → NH3 destoxificada em ureia amônia tem efeito neurotóxico direto no SNC, causando
No rim → usada para excreção de prótons sintomas tais como

Resumo do metabolismo da amônia • Tremores


• Discurso inarticulado
• Sonolência
• Vomito
• Edema cerebral
• Visão borrada
• Coma e morte em altas concentrações

A doença hepática é a mais comum, podendo ser causada por


hepatites virais ou hepatoxinas (álcool).
A cirrose hepática → gera uma formação de circulação colaterol
ao redor do fígado. Assim → sangue da circulação porta não
vai pro fígado → vai direto pra circulação sistêmica.
Assim, a conversão de amônia em ureia que acontece no
fígado é gravemente prejudicada, levando a níveis elevados
de amônia circulante (hiperamonemia)

Descrita por deficiências genéticas para cada uma das 5


enzimas do ciclo da ureia. Em todos os casos, a falha em
sintetizar ureia leva a hiperamonemia durante as primeiras
semanas após o nascimento. A maioria apresenta alta
morbidade (sintomas neurológicos) e mortalidade.

• Deficiência de ornitina-transcarbamoilase
o Ligada ao X e afeta mais od homens
• Deficiência por arginase
o É menos grave pois a arginina contem 2 N a
serem eliminados e pode ser excretada na
urina

Os níveis de amônia sérica são normalmente baixos (5 a


35 micromol/L)
Esther Santos - 77

Metabolismo da amonia
• Tratamento
o Inclui limitação de proteínas na dieta
• Medicamentos
o O fenilbutirano administrado oralmente é se
ligam aos AA produzindo moléculas com N
excretadas na urina.
o Fenilbutirato → convertido em fenilacetato
→ Se condensa com a glutamina →
fecilacetil-glutamina → excretada na urina
Esther Santos - 77

Ciclo
CICLO da
DA ureia
UREIA
REAÇÃO 01 – FORMAÇÃO DO CARBAMOIL-FOSFATO
A ureia é a principal forma de eliminação dos grupo amino Enzima: carbamoil-fosfato-sintetase I encontrada
oriundos dos AA. principalmente nas mitocôndrias do fígado e intestino
A ureia é produzida no fígado, outros tecidos também
possuem as enzimas do ciclo, mas apenas o fígado tem
aquela que produz a ureia.

Essa reação usa a NH3 + CO2 (do bicarbonato) + 2 ATP →


gera carbamoil-fosfato

• A NH3 veio da desaminação oxidativa do glutamato pela


N = fornecido pela NH3 livre (resultado da desaminação)
glutamato-desidrogenase mitocondrial
N = fornecido pelo aspartato • É necessário a clivagem de 2ATP para a reação
o 1ATP forneceu a energia necessária
C e O = veio do CO2 o 1ATP forneceu o fosfato da molécula
Obs: o glutamato é o precursor imediato dos dois
Obs: a carmaboil-fosfato-sintetase I é regulada, já a II
nitrogênios, NH3 por desaminação oxidativa com a participa da biossíntese das pirimidinas, ela não necessita
glutamato-desidrogenase. O N do aspartato veio da do regulador N-acetil-glutamato.
transaminaçao do OAA pela AST

Regulação no geral
As duas primeiras ocorrem na mitocôndria e as demais
enzimas estão no citosol. No geral, o ciclo da ureia é regulado pela disponibilidade de
substrato: quanto maior a velocidade de produção de
amônia, maior a velocidade do ciclo da ureia.

Por N-acetil-glutamato
O N-acetil-glutamato é um ativador essencial da
carbamoil-fosfato-sintetase I, que é o passo limitante para
o ciclo da ureia.
Esse composto é sintetizado a partir da CoA + glutamato
pela N-acetil-glutamato-sintase em uma reação ativada
pela arginina.

• Assim, a concentração intra-hepática de N-acetil-


glutamato aumenta após a ingestão de refeições ricas
em proteínas → fornece tanto o glutamato quanto o
regulador da síntese (arginina) de N-acetil-glutamato →
aumento da velocidade da ureia
Esther Santos - 77

Ciclo
CICLO da
DA ureia
UREIA
ou seja, após uma refeição rica em proteína, há um aumento
do ciclo da ureia.

indução/repressão da síntese de enzimas


a indução das enzimas do ciclo da ureia ocorre em resposta
a condições que requerem um aumento do metabolismo
proteico, como:

• Dieta rica em proteínas


Citrulina + aspartato → argininosuccinato
• Jejum prolongado
O grupo alfa-amino do asparato fornece o segundo
Nesses estados fisiológicos, enquanto os carbonos dos
nitrogênio que será incorporado à ureia
aminoácidos são convertidos em glicose, o nitrogênio dos AA
é convertido em ureia. Para formar essa molécula precisa de energia
REAÇÃO 02 – FORMAÇÃO DE CITRULINA ATP → AMP + 2Pi (contabiliza que gastou 2ATP)
Enzima: ornitina transcarbamoilase (OTC) Usou 2 fosfatos que liberou energia para a reação acontecer

Ornitina + carmaboil-fosfato → Citrulina + Pi

• O Pi que saiu do carbamoil-fosfato forneceu a energia


necessária para essa reação acontecer
Obs: a ornitina e a citrulina são aminoácidos que participam
do ciclo da ureia mas não são incorporados na síntese
proteica porque não existem códons para eles. REAÇÃO 04 – CLIVAGEM DO ARGININOSUCCINATO
A ornitina é regenerada a cada ciclo Enzima: argininosuccinato liase

Essa enzima gliva o argininosuccinato em → fumarato (que


vai pro ciclo de krebs) + arginina
REAÇÃO 03 – SÍNTESE DE ARGININOSUCCINATO • A arginina ativa a síntese do N-acetil-glutamato que
Enzima: argininosuccinato sintetase regula a CFS-I
• A arginina serve como precursor da ureia, então ela vai
A citrulina sai da mitocôndria e vai para o citosol continuar as reações
Esther Santos - 77

Ciclo
CICLO da
DA ureia
UREIA
O fumarato então é hidratado para formar malato • Amônia é reabsorvida pelo sangue
Fumarato + H2O → malato
PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL
• Malato → entra na mitocôndria → oxidado a OAA →
ciclo de Krebs Em pacientes com isso, os níveis de ureia no plasma
o O OAA pode ser convertido em aspartato por aumentam, promovendo maior transferência de ureia →
transaminação e entrar no ciclo da ureia de novo intestino
• Malato → gliconeogênese A ação da urease intestinal sobre essa ureia torna-se uma
fonte clinicamente importante de amônia contribuindo
para a hiperamoneia observada nesses pacientes (pois a
urease cliva a ureia em CO2 e NH3)
Obs: a administração oral de neomicina reduz o numero de
bactérias intestinais responsáveis pela produção de ureia

REAÇÃO 05 – CLIVAGEM DA ARGININA DANDO UREIA


Enzima: arginase

4 P de alta energia são consumidos na síntese de cada


molécula de ureia, tornando a síntese da ureia irreversível.

Durante o jejum, o fígado tem a responsabilidade de manter


os níveis de glicose no sangue. Os aminoácidos das
proteínas musculares são a maior fonte de carbono para a
Uma parte da molécula de arginina → ureia produção de glicose pela via da gliconeogênese.

Outra parte → ornitina que volta pro ciclo da ureia Pois, no catabolismo desses AA

Essa reação ocorre quase exclusivamente no fígado. • Alfa-cetoácidos → esqueletos carbonos → convertidos
Dessa forma, enquanto outros tecidos (tipo o rim) podem em glicose por entrarem nas vias centrais
sintetizar arginina por meio de todas essas reações, apenas o O principal aminoácido que serve como substrato
o fígado pode clivar a arginina produzindo ureia. para a gliconeogênese é a alanina a qual é
sintetizada nos tecidos periféricos para ser usado
como transportador de nitrogênio.
o A liberação de glucagon (no jejum) estimula o
Uma parte vai pra urina
transporte de alanina para o fígado pela
Ciclo da ureia → ureia → sai por difusão no fígado → sangue ativação da transcrição do sistema de transporte
→ rins → filtrada e excretada na urina da alanina
o 2 moléculas de alanina → glicose
Outra parte vai para o intestino o Nitrogênio da alanina → vai pro ciclo da ureia
Parte da ureia formada → fígado → sangue → intestino →
clivada em CO2 + NH3 pela urease bacteriana, microbiota
intestinal.

• Amônia vai para as fezes


Esther Santos - 77

Ciclo
CICLO da
DA ureia
UREIA

• Nitrogênios → convertidos em ureia


Desse modo, a excreção de ureia é maior durante o período
de jejum.

Jejum muito prolongado


Quando o jejum progride, entretanto

• Cérebro começa usar corpos cetônicos, para poupar a


glicose do sangue
• menos proteína muscular é clivada para fornecer AA
para a gliconeogênese
o menos produção de glicose acompanha a menor
produção de uréia

• 1º → o OAA veio do ciclo de Krebs e na transaminação


o OAA forma aspartato (pois o amino do glutamato é
transferido pra ele) que entra no ciclo da ureia.
• 2º → o fumarato liberado da clivagem da molécula de
argininosuccinato vai para o ciclo de Krebs
Esther Santos – 77

Suplementos proteicos
as proteínas são essenciais no reparo de microlesões Foi proposto que a suplementação destes aminoácidos
decorrentes da prática esportiva → objetivo de recuperação promove o aumento da resistência ao esforço físico
muscular prolongado através de 2 mecanismos:
Porém, os atletas devem ser conscientizados de que o Manutenção das concentrações de glicogênio muscular
aumento do consumo proteico além do recomendado não e hepático
leva aumento adicional de massa magra. Há um limite para
o acúmulo de protepina nos diversos tecidos. Eles retardam a depleção de glicogênio, uma das causas de
fadiga em atividades físicas prolongadas.
• Nos atletas → maximizar o desempenho nos treinos,
pois permite uma rápida recuperação e diminuição dos ➢ Sem os suplementos na atividade física prolongada
danos muculares O glicogênio muscular, durante a atividade física, é precursor
• Melhora a massa, força e função dos músculos do OAA → substrato necessário para o ciclo de Krebs (TCA)
• Positivo no envelhecimento saudável → combate à e produção de energia pelos ácidos graxos livres (AGLs).
sarcopenia nos idosos Lembrando que a condensação OAA + Acetil-coa → inicio
• Controle do peso e a regulação do apetite → uma vez do ciclo de Krebs
que o alto teor de proteína aumenta o metabolismo pós-
prandial, potenciando a sensação de saciedade Porém, com a depleção do glicogênio → menor
concentração de OAA e citrato → prejudica a produção de
Ingestão após o exercício energia pelos mecanismos oxidativos. O OAA, se torna,
assim, o fator limitante da metabolização de AGLs
Após o exercício físico de hipertrofia, a ingestão proteica
favorece o aumento de massa muscular quando • Assim, esses suplementos iriam manter a concentração
combinado com a ingestão de carboidratos, reduzindo a de glicogênio muscular e hepático, evitando a fadiga
degradação proteica. muscular e ajudando na produção de energia

• O aumento da massa muscular é consequência do ➢ Sem o suplemento com aumento da intensidade do


treinamento, assim como a demanda proteica. exercício
• Quando tomados após o treino, promovem o equilíbrio
hormonal e aceleram o processo de recuperação,
diminuindo o dano muscular Quando há o aumento da intensidade do exercício →
intensifica a via glicolítica → desviando o piruvato (que seria
metabolizado a OAA) para lactato → poderia causar fadiga
pelo aumento de lactato e de H+ → inibe a glicólise pela
Exercício físico moderado
fosfofrutoquinase → diminuição da força dos músculos
O consumo muscular de AA de cadeia ramificada (valina,
leucina e isoleucina → BCAA), aspartato e asparagina Regulação da produção de serotonina
aumenta. Os BCAA regulam a produção de serotonina a partir da
competição pelo transportador de membrana com o
Ação dos AA de cadeia ramificada
triptofano (precursor da serotonina)
Atuam no ciclo da alanina-glicose servindo de substratos
para a produção de glicose → aumenta o conteúdo de • A serotonina é um neurotransmissor responsável por
glicogênio muscular, reduzindo o transporte de glicose para o respostas fisiologias como
interior da célula muscular. o Sono
o Regula atividades sexuais
Ação da asparagina e aspartato o Gênese de fadiga central em atividades
prolongadas
No tecido muscular, eles sofrem ação da aspartato
aminotransferase → atuam como precursores de OAA no Assim → concentrações de aminoácidos de cadeia
ciclo de Krebs → mantêm a atividade do ciclo de Krebs, a ramificada = concentração de triptofano (equilíbrio) →
partir da síntese direta de oxaloacetato produção de serotonina diminuída → menos sono e menos
fadiga
Esther Santos – 77

Suplementos proteicos
Efeito sobre o volume de treinamento
Como já visto, os BCAA são substratos para a produção de A creatina possibilita que o sujeito desempenha mais
glicose através do ciclo alanina-glicose. repetições com a mesma carga → maiores ganhos de
Enquanto a asparagina + aspartato são precursores de OAA massa magra num programa de treinamento a longo prazo
no ciclo de Krebs. Efeito sobre a expressão gênica e ativação das vias de
Esses dois mecanismos permitem: trofismo muscular

• Permitem que o metabolismo oxidativo se mantenha Existem evidencias recentes que a creatina influencia a
ativo, pois fornecem substratos para iniciar o TCA (OAA transcrição genica de diversos genes envolvidos na
e acetil-coa) • Regulação osmótica
• Retarda a conversão excessiva de piruvato → lactato • Síntese e degradação de glicogênio
(pois os BCAA reagem com o piruvato formando alanina
• Remodelagem do citoesqueleto
→ glicose)
• Proliferação e diferenciação de células satélites
• Liberam precursores gliconeogênicos (alanina vira
• Reparo e replicação de DNA
glicose) para a síntese hepática de glicose
• Controle da transcrição de RNA e morte celular
Um estudo concluiu que a creatina pode atuar no crescimento
Na produção de força muscular muscular, exercendo o anabolismo no músculo, via IGF-I

Existem indícios que mesmo na ausência de treinamento de Obs: o IGF-1 (fator de crescimento similar à insulina 1) é um
força, a suplementação de creatina poderia ter um efeito hormônio que leva hipertrofia das células musculares
benéfico na força muscular, mediado por diversos
IGF-1 → regula a ativação e diferenciação de células
mecanismos, tais como
satélites (CS) → se diferenciam em fibras adultas → doam
• Aumento intramuscular de fosforilcreatina seus mionúcleos à fibra muscular → possibilita o processo
• Aumento da velocidade da regeneração de hipertrófico → mais massa muscular
fosforilcreatina no exercício
• Diminuição no tempo de relaxamento no processo
contração-relaxamento da musculatura esquelética (em
decorrência da melhora na atividade da bomba de cálcio)
• Aumento da concentração de glicogênio muscular

Efeito na hipertrofia
suplementação + treinamento de força → aumento de
hipertrofia
porem, os mecanismos fisiológicos ainda não foram
esclarecidos

efeito sobre retenção hídrica e balanço proteico


a suplementação com creatina leva o aumento no volume
total de água corporal.
Mudanças no conteúdo intracelulares de água → influencia a
tradução de proteínas contrateis + notório ganho de massa
magra e peso corporal
Esther Santos – 77

Suplementos proteicos
Consequências para o rim
Metabolismo da glutamina Certos suplementos são associados a

• Cálculos renais
• Doenças renais
• Nefrotoxicidade a proteinúria

Suplemento de creatina relatou alguns casos de lesões renais

Suplementação com glutamina


Glutamina → transportada para o meio intracelular →
promove captação de sódio → aumenta o volume da célula
→ considerado como um sinal anabólico → uma vez que
promove a síntese proteica + aumenta a disponibilidade de
substratos para os sistemas envolvidos na recuperação e
reparação tecidual
Dada a falta de regulamentação dos suplementos
Um estudo observou que a administração parenteral
alimentares, existem alguns que podem ser encontrados
(injetável) após exercícios de alta intensidade → aumentou
metais pesados que podem ser potencialmente
os estoques de glicogênio muscular → beneficiando a
recuperação da lesão induzida pelo exercício exaustivo cancerígenos, ou causar efeitos adversos como
neurotoxicidade, nefrotoxicidade e problemas no
• Relação com a glutationa sistema reprodutor. O chumbo, cádmio e mercúrio são os
principais associados a doenças renais quando os indivíduos
No meio intracelular → glutamina sofre hidrolise → eleva a são expostos a quantidades elevadas.
disponibilidade de glutamato → essencial na síntese do
principal antioxidante celular (GSH) glutationa → Alimentação hiperproteica
beneficia a recuperação causado pelo estresse metabólico
A ingestão excessiva de proteína → potencializa o
aparecimento de doenças hepáticas e renais.
Embora possuam vantagens, os suplementos proteicos ainda Sobrecarga dos rins → pois o elevado consumo de proteína
estão sujeitos a riscos quando usados de forma incorreta e a exige maior excreção pelo rim (pois proteínas com peso
longo prazo, tais como molecular elevado não são excretadas com facilidade) →
gera danos aos rins.
• Risco aumentado de problemas nos ossos (como
osteoporose)
• Agravamento de problemas renais
• Falta de regulamentação e controle de qualidade →
pode levar à presença de substancias nocivas com as
quais os suplementos podem ter sido fortificados
Esther Santos - 77

Metabolismo do Álcool
• Oxidação do ácido graxo é inibida (pois n B-oxidação
precisa de NAD+) → desvia o acetil-coa para a síntese de
O etanol é uma fonte de energia dietética metabolizada a
corpos cetônicos
acetato principalmente no fígado, com a regeneração de
• Pode causar acidose lática
NADH.
• Inibe a gliconeogênese → hipoglicemia
• as calorias do etanol são consideradas ‘’vazias’’ no sentido
de serem pobre em vitaminas, aminoácidos essenciais e Alterações no fígado
outros nutrientes, porém, elas possuem calorias que O metabolismo do etanol pode resultar em doenças hepáticas
geram energia induzidas pelo álcool, incluindo
• o NADH produzido é utilizado par a geração de ATP por
meio de fosforilação oxidativa • Esteatose hepática (fígado gordo)
• Fibrose hepática
a principal rota (80%) do metabolismo do etanol é através da
• Hepatite induzida por álcool
alcool-desidrogenase hepáitica (ALDH) = etanol oxidado em
• Cirrose
→ acetaldeído no citosol (composto tóxico e pode entrar na
corrente sanguínea) O principal produto tóxico do metabolismo do etanol é o
acetaldeído e radicais livres
acetaldeído (pela acetaldeído-desidrogenase ALDH) →
acetato na mitocôndria principalmente. • Acetaldeído → forma aductos com proteínas e outros
compostos
• A maior parte do acetato → capturada pelo musculo
• Radical hidroxietila produzido por MEOS e outros radicais
esquelético e outros tecidos
durante a inflamação → causam alterações irreversíveis
o Lá, o acetato é clivado (pela acetil-coa-sintetase
no fígado
ACS) → acetil-coa → entra no ciclo do TCA

O etanol é uma pequena molécula solúvel – CH3CH2OH –


tanto em óleo quanto em água, e dessa forma, é rapidamente
absorvido por difusão passiva (sem gasto de ATP).

• 0 a 5% de etanol
Entra na mucosa gástrica de células do trato GI alto → língua,
boca, esôfago e estômago) → metabolizado → sangue

Oxidação de 10 a 20% do etanol ingerido • Do etanol que está no sangue


o 85-95% → metabolizado no fígado
Oxidado por meio do sistema microssomal oxidante (MEOS), o 2-10% excretados pelos pulmões e rins
que tem a enzimas do
Reação do metabolismo do etanol
• Citocromo P450 no RE (especialmente CYP2E1)
o A CYP2E1 tem um Km alto para o etanol e é
induzida por ele (só metaboliza quando tiver muito
etanol, não é tão sensível)
A proporção de etanol metabolizada por essa rota é maior em
altas concentrações de etanol e após o consumo crônico da
bebida.

Efeitos agudos
Surgem principalmente pela geração de NADH, o qual
aumenta a relação NADH/NAD+ no fígado e afeta diversas
rotas
Esther Santos - 77

Metabolismo do Álcool
ADH – álcool desidrogenase
A principal rota do metabolismo do etanol no fígado é através
da ADH, uma enzima citosólica, que catalisa a reação
Etanol → acetaldeído + NADH

• Acetaldeído → se não for removido, exerce um efeito


tóxico no fígado e pode passar pro sangue e intoxicar
outros tecidos. O acúmulo no sangue pode resultar em
o Rubor
o Taquicardia
o Hiperventilação
o Náusea e vômitos Destino do acetato

Ela é uma família de isoenzimas com variações específicas no O metabolismo do acetato requer ativação de Acetil-CoA pela
comprimento da cadeia do substrato do álcool. acetil-CoA-sintetase (ACS), em uma reação similar à acetil-
coa-sintetase graxa

• ADH da classe I → possui maior especificidade pelo


etanol (menor Km) e possui altas quantidades no fígado
→ principal sítio de metabolização do álcool e de formação Obs: gasta-se 2P para essa reação, considera que gastou
do metabólito tóxico → acetaldeído 2ATP
• ADH das classes IV e II → menor contribuição para o
metabolismo. As concentrações de álcool podem ser muito No fígado, a principal isoforma da ACS I é uma enzima
altas na parte superior do TGI e a formação de acetaldeído citosólica que forma acetil-coa pela rota da síntese de
nesse local pela ADH gástrica → contribui para o risco de colesterol e ácidos graxos
câncer associado a bebidas leves • A entrada de acetato nessa roda está sob controle
regulatório envolvendo colesterol e insulina. Portanto, a
ALDH – Acetato Desidrogenase
maior parte do acetato formado passa para o sangue
Essa enzima está na mitocôndria e no citosol e catalisa a
o acetato pode ser oxidado por outros tecidos além do fígado,
reação:
principalmente no coração e no músculo esquelético, os
Acetaldeído → acetato + NADH quais tem uma alta concentração mitocondrial da isoforma da
ACS II
• 80% da oxidação do acetaldeído no fígado humano →
ALDH2 mitocondrial → apresenta alta afinidade por • ACS II presente na matriz mitocondrial → forma acetil-
acetaldeído e é altamente específica coa
• 20% → ocorre por meio de uma ALDH1 citosólica
Acetil coa formado → entra no TCA e é oxidado a CO2 ou
Obs: essa enzima é inibida por dissulfiram, um fármaco que participa na síntese de colesterol e ácidos graxos (por isso
pode ser usado em pacientes que desejam parar de beber engorda)
álcool → causando o acúmulo de acetaldeído e aqueles efeitos
→ auxilia a absterem-se do consumo de álcool
É o sistema microssomal oxidante de etanol (MEOS) que
envolve a citocromo P450 e CYP2E1 presentes no RE
Esther Santos - 77

Metabolismo do Álcool
Aqui, o etanol também é oxidado a acetaldeído. O consumo crônico de álcool aumenta os níveis hepáticos
de CYP2E1 cerca de 2 a 10x.
Etanol e NADPH doam elétrons nessa reação, que reduz O2 e
H2O • Aumento na CYP2E1 com o consumo de etanol ocorre por
meio de regulação de transcrição, pós-transcrição e pós-
translação
O retículo endoplasmático → se prolifera → aumentando as
enzimas microssomais no geral (incluindo aquelas que não
metabolizam o álcool)

• Consequências
Embora a indução de CYP2E1 aumente a depuração do etanol
no sangue, também vai acontecer que o acetaldeído pode ser
Todas as enzimas do citocromo P450 têm 2 componentes de produzido mais rapidamente do que pode ser metabolizado
proteína catalítica principais pela ALDH → aumentando o risco de danos hepáticos

• Um sistema doador de elétrons que os transfere a partir do As enzimas do citocromo P450 são capazes de formar
NADPH (citocromo P450-redutase) e o citocromo P450 radicais livres, que também podem levar ao aumento de
danos hepáticos e cirrose
• A proteína do citocromo P450 contém sítios de ligação
para O2 e o substrato (como o etanol) e realiza a reação

A rota e a velocidade de oxidação do etanol variam de indivíduo


para indivíduo. Essas diferenças metabólicas podem influenciar
CYP2E1 de um indivíduo passa a ser um acoólatra, desenvolve doenças
hepáticas ou adquire outras patologias, como
O MEOS é parte da família de enzimas do citocromo P450 e a
hepatocarcinogênese, câncer de pulmão ou de mama
enzima que apresenta maior atividade para o etanol é a
CYP2E1 Genótipo
A CYP tem um Km muito maior para o etanol do que a classe Formas polimorfas de álcool-desidrogenase e acetalceído-
I das álcool-desidrogenases. desidrogenase (ADH e ALDH) podem afetar a velocidade de
Então, uma maior porção de álcool ingerido é metabolizado oxidação e a acumulação de acetaldeído.
por meio da CYP2E1 em níveis maiores de consumo de etanol A atividade da CYP2E1 pode variar até 20x dependendo das
do que em baixos níveis → baixa afinidade, catalisa a reação diferenças de induções em variações de alelos diversos.
quando etanol está muito elevado
Histórico de bebida
Indução de enzimas P450
Consumidor crônico de álcool → ADH diminui e CYP2E1
As enzimas P450 são induzidas por seus mais específicos aumenta
substratos.
Esther Santos - 77

Metabolismo do Álcool
Sexo Saldo → 10 (TCA e cadeia) – 2 (ativação do acetil-coa) – 2,5
(gastos como NADPH) = no máximo 8 ATP formado
Após o consumo crônico de álcool, o ADH gástrico diminui tanto
nas mulheres quanto nos homens

• Mulheres
Possuem baixos níveis de ADH gástrica → níveis sanguíneos
de álcool pós consumo são maiores
As mulheres são menores → o álcool é distribuído em um
espaço 12% menor de água, pois as mulheres apresentam
mais gordura e menos água do que homens → maiores níveis
sanguíneos de álcool

Quantidade
A quantidade consumida determina a rota metabólica

• ADH e ALDH
Pequenas quantidades de etanol → metabolização mais
eficiente através de rotas de baixo Km de classe I ADH e
classe II ALDH, e uma pequena acumulação de NADH ocorre
para inibir o metabolismo do etanol via essas desidrogenases.
Pode causar: fígado gordo, hepatite induzida por álcool e
• MEOS cirrose.
Quando grandes quantidades consumidas em um curto período Também inibe a oxidação de ácidos graxos e estimula a síntese
→ etanol é mais metabolizado por MEOS (possuem um Km de TAGs, levando a um fígado gorduroso.
muito maior, funcionando com altas concentrações da
substancia) Também pode gerar cetoacidoseou acidose lática e causar
hipo ou hiperglicemia, dependendo do estado dietético.
Uma maior atividade de MEOS → pode correlacionar com a
tendencia do individuo desenvolver doenças hepáticas Efeitos agudos do etanol causado por aumento
induzidas por álcool, porque acetaldeído + radicais livres NADH/NAD+
podem ser aumentados.
• Ingestão de baixas concentrações de etanol
A proporção de oxidação do etanol é regulada pelo seu
O ATP produzido na oxidação do etanol a acetato varia suplemento (normalmente determinada pela quantidade de
conforme a rota de metabolismo do etanol. álcool consumida) e pela taxa em que NADH é reoxidado em
cadeias transportadoras de elétrons
Rotas citosólica ADH e mitocondrial ALDH
• NADH
1NADH citosólico + 1NADH mitocondrial são formados →
produzem no máximo 5ATP Não é um produto efetivo para inibir ADH ou ALDH e não existe
regulação por ATP/ADP/AMP, permitindo com que o NADH no
A oxidação de acetil-coa (que veio do acetato) no TCA e na citosol e na mitocôndria se acumule, aumentando a razão
cadeia transportadora de elétrons → +10ATP NADH/NAD+
Porém, -2ATP que foram gastos na ativação de acetato →
Modificações no metabolismo de ácidos graxos
acetil-coa pela acetil-coa sintetase
O consumo de álcool pode resultar na síntese de triacilgliceróis
Saldo → 10 + 5 -2 = 13 mols de ATP/mol de etanol
pois
Pela CYP2E1 • Oxidação de ácido graxo precisa de NAD+ e o
De forma oposta, a oxidação do etanol a acetaldeído pela metabolismo do álcool aumenta muito o NADH e não o
CYP2E1 consome energia na forma de NADPH (-2,5ATP)
Esther Santos - 77

Metabolismo do Álcool
NAD+ (queda na razão NAD+/NADH) → inibição da beta-
oxidação
• Aumento na lipogênese
o tem mais ácidos graxos (como não tem a beta-
oxidação, eles se acumulam no fígado/ ou vieram
da alimentação / ou vieram da lipólise dos estoques
dos tecidos adiposos por conta da liberação de
epinefrina após o álcool)
o tem mais gliceraldeído-3-fosfato disponível (pois a
desidrogenase que transforma glicerol-3-fosfato em
2,3 bifosfoglicerato da glicólise é inibida pela baixa Acidose lática
razão NAD+/NADH) Como dito anteriormente, o aumento de NADH vai favorecer o
o ácido graxo + glicerol → TAGs (AGL deslocamento da lactato-desidrogenase para a formação de
reesterificados por acil-coa-transferase no RE que lactato (desvio do piruvato → lactato)
fica acentuada)
O acumulo de lactato promove a acidose lática
os TAG formados são incorporados em VLDL que acumulam-
se no fígado e vão pro sangue → hiperlipidemia induzida por
etanol
esteatose hepática → transferases microssomais são
induzidas pelo consumo de etanol no momento em que o
MEOS é induzido, ou seja, o consumo crônico acentua
bastante o desenvolvimento de um fígado gorduroso

Hiperuricemia
A elevação de lactato no sangue pode diminuir a excreção de
ácido úrico pelos rins (menos ácido úrico na urina)
Cetoacidose induzida por álcool Consequentemente, pacientes com gota (cristais de ácido úrico
A abundancia de NADH favorece precipitados nas articulações) são orientados a não beber
quantidades excessivas de álcool.
• redução de piruvato → lactato
• redução de OAA → malato Álcool → aumento na degradação de purinas → formação de
ácido úrico → hiperuricemia
assim, a reduzida disponibilidade de OAA para se juntar com
acetil-coa e a cintrato-sintase formar citrato, vai impedir que o
ciclo de Krebs continue.
Então, o TCA vai ficar travado e vai haver um desvio do acetil-
coa → corpos cetônicos → cetoacidose , em vez de ir pro
TCA com o OAA.
Esther Santos - 77

Metabolismo do Álcool
Hipoglicemia As manifestações clinicas da fibrose hepática (que pode
evoluir para cirrose hepática) caracterizam-se por
• em jejum pode causar hipoglicemia transtornos gerais inespecíficos e hepatomegalia.
Aumento de NADH/NAD+ → desloca o equilíbrio de lactato-
desidrogenase para a formação do lactato → então o
piruvato formado a partir da alanina (veio dos aminoácidos)
é convertido em lactato e não pode entrar na gliconeogênese
Além disso,a abundancia de NADH favorece a redução de
OAA em malato → OAA não entra pra via glicolítica → sem
glicose → hipoglicemia

O consumo crônico do álcool resulta em um acumulo de


A hipoglicemia pode produzir muitos dos comportamentos acetaldeído, que é produzido a partir do etanol tanto pela
associados à intoxicação alcoolica álcool-desidrogenase como pelo MEOS.

• agitação Acetaldeído se acumula no fígado → após altas doses de


• prejuízo de julgamento etanol, ele é liberado para o sangue → altamente reativo, se
liga com os grupos amino, sulfidrilas, nucleotídeos e
• agressividade
fosfolipídios para formar ‘’aductos’’
o consumo de álcool por indivíduos vulneráveis (pacientes
que fazem uso de insulina, aqueles em jejum ou aqueles que Hepatite induzida por acetaldeído e álcool
fizeram exercício exaustivo e prolongado) pode produzir Um dos resultados da formação de aductos de acetaldeídos +
hipoglicemia, que pode contribuir para os efeitos aminoácidos (pois ele se liga com o grupo amino) é a
comportamentais do álcool. diminuição geral da síntese de proteínas plasmáticas
(calmodulina, ribonuclease e tubulina), até mesmo as
Hiperglicemia transitória
proteínas do coração e outros tecidos.
Entretanto, o consumo de bebida alcoolica com uma refeição
Como consequência da formação de aductos de acetaldeído
pode resultar em hiperglicemia transitória, possivelmente
de tubulina → ocorre a diminuição da secreção de proteínas
porque a alta proporção de NADH/NAD+ inibe a glicólise na
séricas e VLDL (lipoproteínas) no fígado → se acumulam no
etapa da gliceraldeído-3-P-desidrogenase
fígado, com lipídeos
Álcool e metabolização de proteínas A acumulação de proteínas → resulta em afluência de água
A alta relação NADH/NAD inibe a síntese de proteínas para dentro dos hepatócitos → inchaço no fígado → contribui
para hipertensão porta e distorção da arquitetura hepática
O etanol pode promover também um aumento na síntese de
colágeno, podendo acarretar fibrose perivenular,
considerada como lesão precursora da cirrose hepática.
Em indivíduos que mantem um consumo excessivo de álcool:

• Há um aumento das células estreladas → aumento de


colágeno → fibrose (tecido cicatricial, com relação direta
com a esteatose) → perda de hepatócitos + distorção da
arquitetura vascular → insuficiência hepática e
hipertensão portal → graves complicações da doença
hepática determinada pelo álcool.
Esther Santos - 77

Metabolismo do Álcool
Acetaldeído e danos por radicais livres Processo até chegar na cirrose
A formação de aductos de acetaldeídos realça os danos por • inicialmente, o fígado está aumentado, preenchido de
radicais livres, isso porque gordura
• depois, vem a hepatite alcoolica, que é a morte de
• acetaldeído → se liga à glutationa → diminui dua
hepatócitos e a inflamação do órgão
habilidade em proteger contra H2O2 e prevenir a
• por fim, têm-se a cirrose hepática: produção de tecidos
peroxidação lipídica → aumenta a possibilidade de dano
cicatriciais (fibras de colágeno) ao redor das células
oxidativo
mortas → o fígado se torna enrugado
• acetaldeído se liga a enzimas de defesa de radicais livres
→ impede defesa contra agentes oxidantes
com o consumo crônico → acetaldeídos + radicais livres →
danos mitocondriais → taxa de transporte de elétrons é
inibida → fosforilação oxidativa tende a se tornar desacoplada
oxidação de ácidos graxos (que acontece dentro da
mitocôndria) → diminuída → acumulo de lipídeos
danos por radicais livres → morte dos hepatócitos →
liberação das enzimas hepáticas analina-aminotransferase
(ALT) e aspartato-aminotrasferase (AST) → resultado
alterado de aminotransferase

Durante o desenvolvimento da cirrose, muitas funções


metabólicas do fígado são prejudicadas, incluindo as rotas de
biossíntese e de detoxicação

• síntese de proteínas sanguíneas, como fatores de


coagulação e albumina plasmática → diminuída →
resultando em acúmulo tóxico de amônia no sangue
→ hiperamonemia
• a conjugação e excreção de bilirrubina (produto amarelo
da degradação do heme) → descrescida → bilirrubina se
acumula
o a bilirrubina pode se acumuar nos tecidos,
incluindo esclera dos olhos e pele → paciente
O aumento do estresse oxidativo no fígado durante ingestão amarelado, chamado de ectérico
crônica de etanol surge do aumento de radicais livres,
principalmente pela CYP2E1.
FAD e FMN na redutase e heme no sistema citocromo P450
→ transferem e- desemparelhados → formação de radicais
livres como o radical hidroxietil
A indução da CYP2E1 e outras do citocromo P450 →
aumenta a formação de radicais livres → peroxidação por
radicais livres nos fosfolipideos no interior da membrana
mitocondrial → inibição do transporte de elétrons +
desacoplamento da mitocôndria → levando a inflamação e
necrose celular

A lesão hepática é irreversível no estagio de cirrose.


Esther Santos - 77

Metabolismo do Álcool
Esther Santos – turma 77

Etilismo
Os sintomas do alcoolismo de acordo com a Classificação • Polimorfismo no gene GABA
Internacional das Doenças (CID-10) estabelecem os seguintes
critérios para diagnosticar a dependência: Implica menor sensibilidade ao álcool nesses receptoes e/ou
um maior ou mais rápido desenvolvimento de tolerância da
1. Desejo intenso ou compulsão para ingerir bebidas adaptação do receptor ao consumo de álcool. Ou seja,
alcoólicas necessita de doses maiores para causar o mesmo efeito
2. Tolerância: necessidades de doses maiores para atingir o anteriormente obtidos com doses menores
mesmo efeito ou efeito cada vez menor com a mesma dose
3. Abstinência: síndrome temporária que ocorre quando o • Polimorfismo ao alelo L transportador de serotonina
álcool é interrompido/reduzido drasticamente O álcool aumenta os níveis de serotonina no cérebro →
4. Gasta muito tempo para obter, utilizar ou se recuperar dos contribui para a sensação de alegria.
efeitos do álcool
5. Abandono ou redução de atividades sociais, ocupacionais O polimorfismo do seu transportador L refere-se a um aumento
ou recreativas por causa do álcool da recaptação deste neurotransmissor (serotonina) vai
6. Desejo de reduzir ou controlar o consumo, mas sem acarretar uma diminuição dos seus níveis na fenda sináptica →
sucesso associado a consumo mais frequentes e as maiores
7. Persistência no consumo de álcool mesmo em situações quantidades de álcool ingeridas por cada consumo.
contraindicadas e provas de danos (lesões hepáticas,
humor deprimido, perturbação das funções cognitivas) Fatores ambientais

• Padrões de consumo dos pares


• Disponibilidade do álcool
O alcoolismo parece ser uma doença multifatorial: interação • Valores e costumes da comunidade e família
com componentes genéticos e ambientais que se traduz pela • Usar o álcool para lidar em situações de stress
heterogeneidade fenotípica.

Genética
O alcoolismo é uma doença da família, não só por conta da
Risco para o alcoolismo (hereditariedade) → próximo a 50% carga genética, mas também por esse problema afetar todos
os elementos da família, chamada de ‘’família alcoolica’’ (pelo
Familiares de alcoólicos de 1º grau → 2 a 7 vezes superior para
menor um é dependente)
o desenvolvimento de dependência do álcool
Os transtornos decorrentes do álcool penalizam enormemente
os membros da família, contribuindo para

• Altos níveis de conflito interpessoal


• Violência doméstica
• Inadequação parental
• Abuso e negligencia infantil
• Divórcio
• Dificuldades financeiras e legais
• Além da patologia clinica relacionada
• Mutações na ALDH2 (aldeído-desidrogenase)
• Isolamento social do doente e do restante dos membros
Comuns em indivíduos asiáticos-americanos, marcada pela familiares
diminuição da velocidade da metabolização do acetaldeído →
O cotidiano da família é marcado por instabilidade, insegurança
aparecimento de rubor facial e uma reação mais intensa ao
e conflito, resultando em um ambiente hostil, ameaçador e sem
álcool
harmonia.
• Polimofirmos de ADH (álcool-desidrogenase)
Problemas nos filhos
ADH1B*2 e ADH1*C produzem enzimas ADH com uma
A disfunção familiar manifesta-se da tendencia dos membros
capacidade de metabolização do álcool mais rápida →
de reprimir sentimentos ou exteriorizar sentimentos negativos,
aumento dos níveis de acetaldeído → aumento dos níveis de
como tristeza, desesperança, ansiedade e medo.
reposta ao alcocol
Esther Santos – turma 77

Etilismo
Os elevados níveis de conflito e agressividade, falta de suporte Essa dificuldade de se estabelecer no emprego muitas vezes
familiar, isolamento social, dificuldades econômicas, abuso culmina na demissão do colaborador dependente.
infantil e problemas depressivos no doente alcoólico pode
contribuir para problemas psicológicos nos filhos: Exclusão social e moradores de rua

• Depressão Normalmente, aqueles que abusam de substancias tóxicas


• Estresse como álcool e drogas são excluídos da sociedade e vão morar
nas ruas.
• Ansiedade
• Baixa auto estima Normalmente esses que vão morar na rua acabam se
• Isolamento social encontrando em condições de vida vulneráveis e insalubres por
• Problemas de comportamento e aprendizagem conta do abuso de álcool, se submetendo ao emprego de
• Implicações no rendimento escolar catador de lixo.

Também pode gerar problemas que refletem comportamentos O trabalho é pesado e exaustivo, mas é necessário para
de exteriorização, tais como aqueles que precisam sustentar suas famílias e até mesmo
sobreviver. Essa questão envolve muitas vezes exploração
• Impulsividade e agressividade praticada pelos donos de depósitos de lixo → oferecem como
• Hiperatividade e diminuição da timidez pagamento de um dia inteiro de trabalho um valor irrisório ou
• Comportamentos inadequados uma bebida alcoolica, incentivando o consumo de álcool por
essas pessoas.
Formas de encarar o alcoolismo num elemento da família
Prejuízo ambiental → o comércio de compra e venda de
• Otimistas → atitude construtiva ativa resíduos sólidos também produzem insalubridade e acaba por
Encoraja o doente a recuperar-se fomentar a presença de viciados nas regiões centrais das
grandes cidades, gerando a decadência desses lugares.
• Otimistas → atitude construtiva passiva
Há uma certa desistência de recuperar o problema de base,
havendo, porém, uma tentativa de reogarnizar a família e tentar É a complicação neurológica mais conhecida da deficiência de
minimizar as consequências do alcoolismo, principalmente nos tiamina → vitamina B1
filhos Doença de Wernicke → caracterizada por nistagmo, marcha
• Pessimistas → atitude destrutiva ativa atáxica, parilisia do olhar conjugado e confusão mental.
Associada com deficiência nutricional, ocorrendo
Participando e intensificando o problema de base (ex: a esposa especialmente em alcoolatras
começa a beber com o marido)
Psicose de Korsakoff → desordem mental na qual a memória
• Pessimistas → atitude destrutiva passiva de retenção é seriamente comprometida e também está
associada a à deficiência nutricional e ao alcoolismo
Apesar de haver critica para o alcoolismo, há um
comportamento de superproteção ou negligência para com os A dependência do álcool é uma doença crônica, associada à
filhos desnutrição, trauma e ampla variedade de distúrbios do SNC.

Etiopatogenia
Desemprego Alcoolismo crônico (causa mais comum), má nutrição, etc são
algumas das etiopatogenias da síndrome.
Trabalhadores que possuem problemas de abuso do álcool
costumam faltar mais ao trabalho e estão mais sujeitos a O alcoolismo causa deficiência de tiamina B1 muito grande,
atrasos. gerando sinais e sintomas neuropsiquiátricos. Essa vitamina é
encontrada principalmente no músculo esquelético, fígado,
Essa ligação trabalho-alcoolismo gera danos tanto para o
rins, coração e cérebro.
empregado quanto para o empregador, pois dificulta as
relações organizacionais, causa acidentes de trabalho e traz Fisiopatologia
prejuízos econômicos devido a faltas injustificadas e queda
produtiva consequente do trabalho. As lesões da síndrome são em suas maiorias simétricas e se
localizam próximas ao plano mediano.
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Etilismo
• Lesão em corpos mamilres (estão no cérebro)
Causa a interrupção do circuito de Papez, responsável por
formas novas memórias. Assim, é causada a amnésia
anterógrada e um estado confusional

• Lesões nos dois tálamos


Há alterações no nível de consciência e atenção, que podem
apresentar desde a sonolência até a coma

• Deficiência prolongada de tiamina ‘’Parecendo que está patinando’’


Pode ocorrer uma degeneração do córtex cerebeloso e, como
• Distúrbios de consciência e estado mental
o cérebro regula a postura e os movimentos, lesões nessas
o Estado confusional global
áreas geram uma ataxia axial e de marcha.
o Paciente apático (falta de sentimentos), desatento
Relação com o álcool e com mínima expressão verbal espontânea

Nos usuários crônicos de álcool, a deficiência de tiamina pe


bem comum por causa da Envolve intervenções complexas de vários níveis, envolvendo
• Deficiência de sua ingestão a vida familiar, profissional e social do indivíduo. Em primeiro
lugar, para iniciar o tratamento do indivíduo alcoolatra, este
• Diminuição da conversão de tiamina em tiamina pirofosfato
deve participar de terapias em grupos, como o grupo dos
(forma ativa)
alcoólicos anônimos, em conjunto com terapias
• Diminuição da capacidade de estoque hepático
medicamentosas
• Inibição intestinal na presença de álcool no lúmen intestinal
proximal Psicoterapia
• Prejuízo na absorção de tiamina devido alterações
nutricionais do usuário de álcool É de extrema importância para o reconhecimento da etiologia
do alcoolismo e posterior estabelecimento de metas e
Essa situação de absorção de tiamina é agravada pela estratégias para enfrentar a doença.
presença de doença hepática subjacente, que leva à redução
dos estoques corporais e à diminuição do metabolismo de As terapias são multidisciplinares e o acompanhamento ao
tiamina. indivíduo e sua família deve ser a longo prazo para o tratamento
eficaz
A disfunção hepática também pode acentuar os efeitos tóxicos
do álcool sobre o cérebro, possivelmente através de um Os programas têm como objetivo o tratamento
desequibíbrio no metabolismo dos aminoácidos. multidisciplinar para o controle de danos físicos e sociais para
que o individuo se mantenha em um período prolongado de
Manifestações clínicas abstinência. E essa terapia instituída deve ser tanto individual
quanto em grupo.
A síndrome de Wernicke-Korsakoff na sua fase aguda é
caracterizada pela tríade clássica → oftalmoplegia, ataxia e
distúrbios mentais e de consciência.
A atenção básica é importante pois ela é a porta de entrada dos
• Patologias oftalmológicas indivíduos no sistema único de saúde e é regida pelos
o Nistagmo horizontal ou vertical princípios do SUS.
o Paresia ou paralisia dos músculos retos externos e
do olhar conjugado Programa nacional de atenção comunitária integrada aos
o Diploplia e estrabismo convergente usuários de álcool e outras drogas
• Ataxia Programa criado que visa a assistência aos usuários de álcool
o É de marcha e de postura e drogas com o objetivo de reabilitação e reinserção social. É
o Lentidão de marcha ou dificuldade/impossibilidade dada importância à atenção psicossocial, que deve ser
de deambulação ou de uma postura sem um integrada ao meio cultural em conjunto com a assistência a
surporte saúde mental.
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Etilismo
O tratamento deve-se iniciar reconhecendo o indivíduo, suas Resultados esperados
características e necessidades, buscando estratégias de
vínculo e contato com o indivíduo e seus familiares para que se • Diminuir os impactos do álcool, acidentes de trânsito,
possam implantar programas de prevenção, educação e violência doméstica, abandono escolar
tratamento. • Ajudar as pessoas alcoólatras a controlar o vício e
recuperar a autoestima com acompanhamento médico e
Centros de Atenção Psicossocial – CAPSad familiar
São instituições assistenciais de alta resolubilidade, com o
objetivo de reduzir os danos sociais e a saúde.
São medicamentos disponíveis no tratamento da dependência
Segundo o Ministério de Saúde, os CAPsad deverão oferecer de álcool.
atendimento diário, nas modalidades intensivas, semi-intensiva
e não-intensiva, com planejamentos terapêuticos e específicos Dissulfiram (DSF)
e oferecimento de tratamento contínuo e precore para a
Foi a 1ª intervenção farmacológica aprovada pelo FDA. Para o
redução de danos.
êxito do tratamento, é importante que os pacientes já estejam
Desafio: continuidade ao tratamento. O percurso é difícil de engajados em algum programa de tratamento, sendo eficaz
atingir pois muitos dos que começam acabam tendo quando incorporado a uma abordagem de reforço comunitário
dificuldades em abandonar a bebida e recaídas. → aconselhamento, atividades de ressocialização e
recreacionais que estimulem a abstinência.
Também podem ser necessários cuidados de maior
complexidade, como nos casos de emergências médicas • Mecanismo de ação
relacionadas ao alcoolismo, como nos casos de
O DSF é um inibidor irreversível da acetaldeído-
• Intoxicação aguda desidrogenase (ADH) , ocasionando um acúmulo de
• Abstinência alcoolica acetalteído no organismo de 5 a 10 vezes acima do nível.
• E outros transtornos psiquiátricos
Necessitando assim de hospitais gerais e psiquiátricos.

É uma ideia base para que o município possa implantar em


suas UBS – unidades básicas de saúde

Equipe
Agentes comunitários, médicos, enfermeiros, auxiliares de
enfermagem, assistentes sociais (secretaria de ação social) e
professores (secretaria de educação) Naltrexona

Ações propostas de intervenção É um antagonista opioide utilizado como coadjuvante das


intervenções psicossociais no tratamento ambulatorial do
• Campanha de conscientização dos malefícios da bebida alcoolismo. Os antagonistas opioides atenuam os efeitos
nas escolas, UBS, ruas e praças prazerosos do consumo de álcool.
• Cadastramento da família e identificação de alguém
• Mecanismo de ação
alcoólatra
• Avaliação clínica e psicológica do indivíduo Reduz o consumo de álcool por bloquear o sinal pós-sináptico
• Tratamento com a ajuda dos profissionais da saúde e dos receptores opioides μ S e K nas vias mesolímbicas.
auxilio da família do paciente
• Reabilitação com ajuda de medicamentos Acamprosato
• Terapias recreativas → aulas de dança, de musica, jogos, Tem se mostrado eficaz no tratamento da dependência de
práticas esportivas álcool.
• Relatórios feito pela família sobre a evolução do paciente
e a ficha de acompanhamento da equipe do PSF
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Etilismo
• Mecanismo de ação
Inibe a atividade excitatória glutamatérgica, agindo,
provavelmente, em uma subclasse dos receptores de
glutamato (NMDA).

• Teoricamente, reduz a neurotransmissão excitatória de


glutamato e aumenta a neurotransmissão inibitória do
ácido gama-aminobutírico (GABA)
• Liga-se a e bloqueia certos receptores de glutamato,
incluindo receptores metabotrópicos de glutamato
• Como a abstinência alcoólica após administração crônica
pode levar a atividade excessiva de glutamato e atividade
deficiente de GABA, o acamprosato pode agir como “álcool
artificial” para atenuar esses efeitos
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Catabolismo das purinas


Nucleosídeos e bases livres
A degradação dos aminoácidos nucleicos da dieta ocorre no Nas células da mucosa intestinal, uma família de
intestino delgado, onde um conjunto de enzimas pancreáticas nucleotidases → hidrolisa e remove os grupos fosfato →
hidrolisa os ácidos nucleicos → nucleotídeos nucleosídeos → posteriormente degradados a bases livres
Dentro das células da mucosa intestinal: Ácido úrico
Nucleotídeos púricos → (por enzimas específicas) As bases púricas da dieta não são muito usadas para a síntese
nucleosídeos + bases livres + ácido úrico como produto final de ácidos nucleicos teciduais, em vez disso, elas são
convertidas em ácido úrico pelas células da mucosa
intestinal.
A maior parte do ácido úrico → entra no sangue → excretado
na urina

Observação
Os mamíferos expressam a enzima urato-oxidase, que cliva o
anel púrico, gerando alantoína.
Assim, o uso da orato-oxidase recombinante é uma estratégia
terapêutica promissora para diminuir os níveis de urato

Síntese de oligonucleotídeos
Reação [01]
As ribonucleases e as desoxirribonucleases, secretadas
pelo pâncreas → hidrolisam o RNA e o DNA da dieta → Enzima: AMP-desaminase ou adenosina-desaminase
oligonucleotídedos
Grupo amino é removido do AMP para produzir IMP, ou o grupo
3’ e 5’-mononucleotídeos amino é removido da adenosina para produzir inosina.

Oligonucleotídeos → hidrolisados pelas fosfodiesterases Reação [02]


pancreáticas → produzindo uma mistura de 3’ e 5’-
mononucleotídeos Enzima: 5’-nucleotidase
AMP → convertida em adenosina
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Catabolismo das purinas


IMP → convertido em inosina • Gota tofácea crônica → quando as massas nodulares de
cristais de urato monossódico (tofo) são depositadas nos
GMP → convertido em guanosina
tecidos moles do corpo
Reação [03]
Enzima: purina-nulcosídeo fosforilase
A iosina e a guanosina são convertidas pela enzima em suas
respectivas bases púricas
Inosina → hipoxantina
Guanosina → guanina

Reação [04]
Enzima: guanase • Formação de pedras de ácido úrico nos rins (urolitíase)
também podem ocorrer
A guanina é desaminada, formando xantina
A hiperuricemia é assintomática e não leva à gota
Reação [05] necessariamente, mas a gota é precedida pela hiperuricemia
Enzima: xantina-oxidase Baixa excreção de ácido úrico
A hipoxantina é oxidada → xantina → oxidada novamente – Na maioria dos pacientes, a hiperuricemia que leva à gota é
produzindo ácido úrico, que é o produto final da degradação causada pela baixa excreção de ácido úrico
de purinas em humanos
• Primária
O ácido púrico é principalmente excretado na urina
Resultando de problemas excretórios hereditários ainda não
identificados
A gota caracteriza-se por altos níveis de ácido úrico no
• Secundaria
sangue (hiperuricemia) como resultado de sua superprodução
ou de sua baixa excreção. Processos patológicos afetam a maneira como os rins
processam o urato
hiperuricemia
• Acidose láctica → causada pelo alcoolismo (lactato e
Pode resultar na deposição de cristais de urato monossódico urato competem pelo menos transportador renal)
nas articulações e em uma resposta inflamatória dos cristais →
• Degradação acelerada do ATP (como por abuso do
causa um quadro agudo e posteriormente → artrite gotosa
etanol, doenças de armazenamento do glicogênio,
crônica
ingestão de frutose e exercício muscular intensivo) →
hiperprodução de ácido úrico
• Dieta → ingestão excessiva de purinas na dieta
• Fatores ambientais
o Uso de fármacos como os diuréticos tiazídicos
o Exposição ao chumbo (gota saturnina)

Superprodução de ácido úrico


Causa menor comum de gota por hiperuricemia pela
superprodução de ácido úrico.

• Primária
Mutações no gene da PRPP-sintase resultando em

• uma enzima com Vmax aumentado para a produção


de PRPP
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Catabolismo das purinas


• Um menor Km (alta sensibilidade) para a ribose-5-
fosfato
A ingestão dietética de purinas pode contribuir
• Sensibilidade diminuída aos nucleotídeos púricos
substancialmente para os níveis de ácido úrico no sangue.
Em cada um desses casos → aumenta a disponibilidade de
O RNA tem um efeito maior que as quantidades de DNA nos
PRPP → aumenta a produção das purinas → degradação das
alimentos.
purinas → níveis elevados de ácido úrico plasmático
Redução do risco de desenvolver gota
• Secundária
Alimentos vegetais e produtos à base de soja e laticínios
É tipicamente consequencia do aumento da disponibilidade da
purinas, como em pacientes com doenças Vegetais ricos em purinas são excelentes fontes de proteínas,
mieloproliferativas, ou aquelas submetidas à quimioterapia, fibras, vitaminas e minerais, sendo essenciais a uma
os quais possuem alta taxa de renovação celular. alimentação adequada
Intolerância à frutose e doença de Von Gierke também podem Aumento do risco
levar à hiperuricemia que leva à gota
Alimentos ricos em purinas (animal) = dietas hiperproteicas,
carne e frutos do mar

O tratamento da gota basicamente divide-se em 2 etapas:


1. Manejo da crise aguda
No organismo, o alopurinol é convertido em oxipurinol, que 2. Terapia a longo prazo
inibe a xantina-oxidase → resultando no acumulo de
hipoxantina e xantina → são mais solúveis que ácido úrico,
portanto, possuem menor probabilidade de promoverem uma
resposta inflamatória

Para crises de baixa ou moderada intensidade, a monoterapia


é recomendada e pode ser iniciada tanto com anti-inflamatórios
não esteroides quanto colchicina ou corticoteroides.
Esses remédios tem ação anti-inflamatória porque a gota
aguda (conhecida como uma das experiencias mais dolorosas,
no mesmo nível do parto e de cólicas viscerais) é iniciada
A ingestão de álcool → aumenta a uricemia por incrementar a quando:
degradação de ATP em AMP que é rapidamente convertido
em ácido úrico Macrófagos no líquido sinovial → fagocitam cristais de urato →
criam cascata inflamatória → liberam mediadores e fazem
A desidratação e a acidose metabólica relacionadas ao quimiotaxia de neutrófilos.
consumo excessivo de bebidas alcoolicas reduzem a excreção
renal de ácido úricom contribuindo para a hiperuricemia Entre os remédios
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Catabolismo das purinas


• Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) →
indometacina é o mais comum
• Colchicina
• Corticosteroides sistêmicos (CS)

Ao se iniciar essa terapia, há 3 metas a se atingir


1. Reduzir os níveis circulantes de urato para baixo ponto de
saturação
2. Manter o ácido úrico circulante (AUC) menor que 6mg/dL
3. Prevenir a formação de novos cristais de urato
Todavia, não se deve ser aplicada apenas em parâmetros 2 fármacos capazes: alopurinol e febuxostate
medicamentosos, pois o tratamento não farmacológico No organismo, o alopurinol é um inibidor competitivo da
também tem uma função importante. hipoxantina oxidase e xantina oxidase (XO) → é convertido em
oxipurinol, que inibe a xantina-oxidase → resultando no
Tratamento não farmacológico
acumulo de hipoxantina e xantina → são mais solúveis que
Conscientizar o paciente da etiologia e das modificações no ácido úrico, portanto, possuem menor probabilidade de
seu estilo de vida que podem impedir que novas crises promoverem uma resposta inflamatória
aconteçam
Agentes uricosúricos
• Fatores de risco modificáveis
o Hiperuricemia • Probenecida
o Obesidade • Benzobromarona
o Hipertensão • Sulfinpirazona
o Dislipidemia São ácidos orgânicos cujo principal efeito é aumentar a
o Doença isquêmica cardiovascular excreção renal de ácido úrico, isso por inibição de
o Diabetes melitus transportadores de ânions no túbulo contorcido proximal
o Doença renal crônica (URAT1) responsáveis pela reabsorção de urato.
o Fatores dietéticos
• Orientação sobre medidas de controle devem ser feitas Pegloticase
o Redução da massa corporal
o Redução do consumo de cerveja e destilados A enzima uricase, que não está presente em mamíferos
o Redução de alimentos ricos em purinas → carne catalisa a reação de:
vermelhas e frutos do mar Ácido úrico → alantoína (produto pouco tóxico e facilmente
o Redução do consumo de alimentos riscos em excretado pelos rins)
frutose, como maça e laranja
A pegloticase (uricase peguilhada) pode exercer as mesmas
Tratamento medicamentoso funções dessa enzima → diminui ácido úrico –
• Inibidores da xantina oxidase
São drogas que diminuem a concentração de uratos por meio
da inibição da sua síntese.
A enzima xantina oxidase (XO) catalisa a conversão de
hipoxantina em xantina e xantina em urato.
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Catabolismo das purinas


Esther Santos – turma 77

Exames laboratoriais e alcool


As enzimas que catalisam a transferência de um grupo amina
(NH3) de um aminoácido para o alfa-cetoglutarato, dormando
cetoácido e ácido glutâmico. Possuem alta atividade
metabólica no coração, fígado, músculo e cérebro. Gota
Transaminase oxalacética-glutâmica (TGO) = asparatato Desencadeada pela excessiva elevação do ácido úrico –
aminotransferase (AST) hiperuricemia, é marcada por ataques transitórios de artrite
aguda iniciada pela cristalização de uratos dentro e em volta
• Está presente no citoplasma e nas mitocôndrias, então sua das juntas.
elevação indica um comprometimento celular mais
intenso • Gota 1ª
• No caso do hepatócito, eleva por um tempo mais o 90% dos casos
prolongado nos casos de hepatites alcoolicas o Defeitos de enzimas do metabolismo das purinas
• São comuns também no infarto agudo do miocárdio o Superprodução de ácido úrico
o Excreção aumentada ou diminuída pelos rins
Transaminase-glutâmico-pirúvica (TGP) = alanina • Gota 2ª
aminotransferase (ALT) o 10% dos casos
• Origem predominantemente citoplasmática, fazendo com o Está associada a doenças que elevam a produção
que se eleve rapidamente após lesão hepática, de ácidos nucleicos (DNA e RNA)
• Marcador mais sensível de lesão celular hepática o Leucemia (excessiva produção de ácido úrico)
o Erros inatos do metabolismo (excessiva produção
Determinação laboratorial de ácido úrico)
o Insuficiência renal crônica (redução da excreção de
TGO (AST) → varia de 5 a 34 U/L ácido úrico pela urina)
TGP (ALT) → varia de 6 a 37 U/L

O ácido úrico é um elemento químico proveniente da


degradação de DNA e RNA, ácidos nucleicos. Ele representa
o produto final do metabolismo das purinas e pode ser
excretado na urina.

Metabolismo normal do ácido úrico

• Produção
Formado a partir da xantina pela ação da xantina-oxidase, no
fígado, medula óssea e músculos. O ácido úrico é produzido
pelo metabolismo das purinas exógenas e endógenas
As purinas na forma exógena → obtidas pela dieta →
alimentos ricos em proteínas e ácidos nucleicos, como também
elevado consumo de álcool induzem a maior produção de
Produzida no fígado como consequência da degradação de
ácido úrico.
proteínas. Além disso, uma certa quantidade é formada no
Purinas na fonte endógena → sintetizadas a partir de cólon por ação de bactérias. A NH3 também é produzida nos
pequenos fragmentos (NH3, CO2 e glicina) e usadas túbulos renais por desaminação do ácido glutâmico nas células
anabolicamente para a produção de ácidos nucleicos. tubulares e é secretada para a urina.

Determinação laboratorial Exame laboratorial

A determinação de faz por métodos químicos que induzem a É feito a partir da coleta de sangue, sendo o teste enzimático o
oxidação do ácido úrico e produzem o composto alantoina. mais sensível.
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Exames laboratoriais e alcool

Cirrose hepática
Nos casos de cirrose grave, o fígado torna-se incapaz de
converter amônia em ureia. Dessa forma, a concentração de
ureia no sangue diminui e ocorre elevação de amônia devido
ao desequilíbrio da homeostase do nitrogênio
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Anemias nutricionais
As vitaminas são compostos orgânicos que o corpo humano Anemia → condição na qual o sangue apresenta baixa
não consegue sintetizar em quantidades adequadas, por isso, hemoglobina, reduzindo a capacidade de transportar oxigênio.
devem ser supridos pela dieta.
As anemias nutricionais podem ser classificadas de acordo
Existem proteínas hidrossolúveis e lipossolúveis com o tamanho dos eritrócitos ou com o volume corpuscular
médio.
• Hidrossolúveis
• Anemia microcítica
Complexo B + vitamina C
Causada por falta de ferro, é a forma mais comum de anemia
• Lipossolúveis
nutricional.
São liberadas, absorvidas e transportadas com gordura da
• Anemia macrocítica (ou megaloblástica)
dieta. Elas não são facilmente excretadas na urina, e certas
quantidades são armazenadas no fígado e no tecido Resulta da deficiência em ácido fólico ou B12. A deficiências
adiposo. dessas vitaminas causa o acúmulo de precursores grandes e
imaturos no eritrócito, conhecido como megaloblastos, na
Vitaminas A, D, E e K
medula óssea e no sangue.
Obs: excesso de vitamina A e D acima das recomendações
dietéticas pode levar ao acumulo de quantidades tóxicas

Importância
Muitas das hidro são precursoras de coenzimas para as
enzimas do metabolismo intermediário. Somente a vitamina K
(lipossolúvel) tem função de coenzima também.

Folato e anemia
Níveis séricos inadequados de folato podem ser causado por

• Aumento na demanda (ex. gestação e lactação)


• Patologia do intestino delgado → alcoolismo,
ÁCIDO FÓLICO metotrexano (fármaco inibidor da di-hidrofolato-redutase)

Ou folato desempenha papel chave no metabolismo dos


grupos de um carbono.

Função do ácido fólico


O tetra-hidrofolato (folato reduzido) recebe fragmentos de um
carbono de doadores como a

• Serina
• Glicina O principal resultado da falta de ácido fólico é a ameia
• Histidina megaloblástica, causada pela diminuição na síntese de
purinas e TMP, o que leva a uma incapacidade da célula
E os transfere para intermediários da síntese de aminoácidos, (incluindo precursores de eritrócitos) de produdir DNA, o que a
purinas e TMP (monofosfato de timidina), uma pirimidina impede de se dividir.
encontrada no DNA.
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Estrutura da cobalamina e suas formas de coenzima


A vitamina B12 é chamada de cianocobalamina (CN) e suas
coenzimas são a metilcobalamina e 5’-
desoxiadenosilcobalamina

Folato e defeitos no tubo neural em fetos


A espinha bífida e a anencefalia são exemplos de defeitos no
tubo neural que podem ser impedidas caso ocorra a Distribuição da cobalamina
suplementação de folato antes da concepção e no 1º trimestre A vitamina B12 é sintetizada apenas por microorganismos,
de gestação. não está presente nos vegetais.
Entretanto, existe uma relação de altas doses de ácido fólico Os animais obtêm a vitamina pré-formada a partir de sua flora
(>0,8 mg/dia) e o aumento do risco de câncer, por isso a bacteriana natural ou pela ingestão de alimentos derivados
suplementação não é recomendada para adultos de meia idade de outros animais.
e idosos.
• Fígado, ovos, ostras, camarões frescos e carnes de porco
COBALAMINA (VITAMINA B12) e galinha
Em humanos, a B12 é necessária para 2 reações enzimáticas
Hipótese da captura do folato
essenciais:
Os efeitos da deficiência de cobalamina são mais
• Remetilação em homocisteína → cisteína (que é
pronunciado em células que se dividem rapidamente → tecido
produzida durante a degradação de alguns aminoácidos)
eritropoiético da medula óssea e as células da mucosa
• Isomerização do metilmalonil-coa → produzida durante a intestinal.
degradação de ácidos graxos com número ímpar de
carbono Essa hipótese diz que a deficiência de cobalamina conduz à
deficiência das formas de tetra-hidrofolato necessários para a
síntese de purinas e de TMP (ajudam na replicação do DNA),
resultando → anemia megaloblástica.
Esses tecidos necessitam da B12 para metilar a homocisteína
à cisteina (para replicar o DNA), dependendo da transformação
do N5-metil-tetra-hidrofolato em tetra-hidrofolato.
Assim, há um acúmulo de N5-metil-tetra-hidrofolato e falta de
tetra-hidrofolato, prejudicando a síntese de DNA e causando
a anemia megaloblástica.

Indicações clínicas de vitamina B12


Ao contrário de outras vitaminas hidrossolúveis, quantidades
significativas de B12 (4 a 5 mg) são armazenadas no
organismo. Por isso, pode demorar anos para que uma pessoa
Quando há deficiência de vitamina B12: desenvolva sintomas clínicos de falta de B12 em uma situação
de gastrectomia total ou parcial e, por isso, não conseguem
• ácidos graxos incomuns se acumulam e são mais absorver a vitamina.
incorporados nas membranas celulares, incluindo as do
sistema nervoso, contribuindo para algumas
manifestações neurológicas.
Esther Santos – turma 77

Anemia perniciosa com baixo consumo ou na absorção diminuída de B12. Pois


ela transforma esse ácido em metilmalonil-coa na degradação
A deficiência de cobalamina (B12) resulta mais de falhas de de ácidos graxos de cadeia ímpar
absorção no intestino do que ausência dela na dieta (por que
ela tem grandes quantidades armazenadas).

• Mecanismo de absorção da B12


Vitamina B12 obtida da dieta → células parietais do estomago
produzem fator intrínseco (FI) → intestino → B12 se liga ao
fator intrínseco FI → complexo FI-cobalamina → se liga a
receptores específicos na superfície das células mucosas do
íleo → absorção de B12 → circulação ÁCIDO ASCÓRBICO (VITAMINA C)
A forma ativa da vitamina C é o ácido ascórbico. A principal
função do ascorbato é de agente redutor em diversas reações
diferentes.

A vitamina C é necessária para a manutenção do tecido


conjuntivo normal (coenzima na hidroxilação do colágeno)e
recomposição de tecidos danificados. Ela também facilita a
absorção intestinal de Fe da dieta.

Deficiência de ácido ascórbico


Resulta no escorbuto → gengivas doloridas e esponjosas,
dentes frouxos, vasos sanguíneos frágeis, edemas nas
articulações e anemia.
• Causas da deficiência
Idosos → a má absorção de cobalamina é frequentemente
devida à reduzida secreção de ácido gástrico (HCL), levando à
anemia perniciosa.
Maioria dos casos → destruição autoimune das células
gástricas parietais, que são responsáveis pela síntese do fator
intrínseco (FI)

• Consequências da deficiência
Muitos dos sintomas podem ser explicados pela deficiência de
Paciente frequentementes anêmicos e com o desenvolver da adicionar -OH no colágeno, resultando em um tecido conjuntivo
doença começam a aparecer sintomas neuropsiquiátricos. Os defeituoso.
efeitos sobre o SNC são irreversíveis.
Prevenção de doença crônica
• Tratamento
A vitamina C é um nutriente do grupo que inclui a vitamina E e
Tratada pela administração oral de altas doses de B12 ou o B-caroteno, conhecidos por sua função antioxidante.
injeção intramuscular (IM) de cianocobalamina (uma das
O consumo de dietas ricas em vitaminas C e E → diminui
formas)
incidência de doenças crônicas, como a doença cardíaca
• Diagnóstico coronariana e o câncer.

A deficiência pode ser medida por níveis de ácido


metilmalônico no sangue, o qual está elevado em indivíduos
Esther Santos – turma 77

PIRIDOXINA - VITAMINA B6
Vitamina B6/ piridoxina / piridozal / piridoxamina → derivados
da piridina.

• Piridoxina → plantas
• Piridoxal e piridoxamina → origem animal
Todos os 3 compostos servem como precursores da coenzima
piridoxal-fosfato → catalisa reações envolvendo
aminoácidos.

Indicações clínicas para a tiamina (B1)


A tiamina serve como coenzima na descarboxilação oxidativa
do piruvato e do alfa-cetoglutarato, compostos importantes
para tecidos do sistema nervoso.
Indicações clínicas de B6 Na deficiência de tiamina → a atividade das 2 reações de
Deficiências de B6 são muito raras, mas elas podem ser usadas desidrogenases é diminuída → diminuição na produção de
na clinica médica. ATP → prejuízo na função celular.

A suplementação de B6 na dieta é um adjuvante para o Obs: a deficiência de B1 é diagnosticada pelo aumento na


tratamento da tuberculose, que utiliza o fármaco isoniazida. atividade da transcetolase em eritrócitos, observado após
adição de pirofosfato de tiamina.
Esse fármaco pode induzir a deficiência de B6 por formar um
derivado inativo com o piridoxal-fosfato. • Beribéri

Toxicidade da piridoxina Grave síndrome de deficiência de B1, observadas onde o


arroz polido é o principal componente da dieta.
É a única hidrossolúvel com toxicidade relevante. Sintomas
neurológicos (neuropatia sensorial) têm sido observados com Em bebês → sinais de taquicardia, vomito, convulsões e morte
ingestão superior a 200 mg/dia, 100x maior do que a se não for tratada. E pode ter rápido inicio em lactentes cujas
recomendada. mães são deficientes de tiamina.

TIAMINA – VITAMINA B1 Adultos → caracterizado por pele seca, irritabilidade,


pensamento desordenado e paralisia progressiva
Forma ativa → pirofosfato de tiamina → formada pela
transferência de um grupo PiPi do ATP para a tiamina. • Síndrome de Wernicke-Korsakoff
A deficiência de tiamina, que é encontrada principalmente em
associação ao alcoolismo crônico, é devida à insuficiência
dietética ou absortiva da vitamina no intestino.
Caracterizado por consequências neurológicas → apatia,
perda de memória, ataxia e nistagmo.
NIACINA
Niacina ou ácido nicotínico é um derivado substituído da
piridina.
Formas biologicamente ativas da coenzima:

• NAD + (nicotinamida-adenina-dinucleotídeo) → NADH


O pirofosfato de tiamina serve como coenzima na formação ou (forma reduzida)
na degradação de alda-cetóis pela transcetolase e na • NADP+ (derivado do NAD+ fosforilado) → NADPH (forma
descarboxilação oxidativa dos alfa-cetoácidos reduzida)
Esther Santos – turma 77

Estas servem como coenzimas em reações de oxidação- Deficiência de riboflavina


redução
Os sintomas incluem, dermatite, queilose (fissurras no canto da
A nicotinamida, um derivado do ácido nicotínico também boca) e glossite (língua com aparência lisa e púrpura)
ocorrem na dieta → desaminada no organismo →
nutricionalmente equivalente ao ácido nicotínico BIOTINA

Distribuição da niacina É uma coenzima nas reações de carboxilação, em que serve


como carreadora do CO2 ativado. A biotina liga-se aos grupos
É encontrada em: amino de resíduos de lisina as enzimas dependentes de
biotina.
• Grãos enriquecidos e não refinados
• Cereais e leite
• Carnes magras, principalmente fígado
Obs: milho é pobre em niacina e triptofano, dietas baseadas
em milho podem causar pelagra

Indicações clinicas para a niacina

• Pelagra
A deficiência de niacina causa pelagra → envolve pele, TGI e
SNC
‘’doença dos 3Ds → dermatite, diarreia e demência (e morte se
não tratar)

• Tratamento da hiperlipidemia A deficiência não ocorre naturalmente, pois a vitamina está


amplamente distribuída nos alimentos e uma grande
Útil no tratamento da hiperlipoproteinemia do tipo IIb → VLDL
porcentagem necessária para os humanos é suprida por
e LDL elevadas.
bactérias intestinais.
A niacina inibe fortemente a lipólise do tecido adiposo – o
produtor primário dos AGL na circulação que o fígado usa para
sintetizar TAGs.
Assim, niacina causa a diminuição na síntese hepática de
TAGs necessários para a produção de VLDL. São diminuídos
no plasma tanto o triacilglicerol da VLDL como o colesterol (na ÁCIDO PANTOTÊNICO
VLDL e na LDL).
É um componente da coenzima A (CoA) que atua na
RIBOFLAVINA – VITAMINA B2 transferência dos grupos acila. A CoA contem um grupo tiol que
transporta os compostos de acila, como ésteres de tiol
As duas formas biologicamente ativas são:
ativados.
• FMN (flavina mononucleotideo) → FMNH2 (reduzida) Atua também como um domínio da proteína carreadora de acila
• FAD (flavina adenina dinucleotideo) → FADH2 (reduzida) (PCA) da síntese dos ácidos graxos.
Elas são formadas pela transferência da porção de AMP do A deficiência não está bem estabelecida.
ATP para o FMN.
Fontes de alimentos

• Ovos
• Fígado
• Leveduras

Se encontram fortemente ligadas a flavoenzimas que


catalisam oxidação ou redução de um substrato.
Esther Santos – turma 77

• Beta-caroteno
Contido em alimentos de origem vegetal, pode ser clivado
oxidativamente em 2 retinal, porém em humano a conversão é
ineficiente e o retinol tem mais atividade do que o beta-
caroteno.

Absorção e transporte da vitamina A

VITAMINA A – RETINOL (RETINÓIDES)


A família de retinóides são essenciais para a visão,
reprodução, crescimento e manutenção dos tecidos
epiteliais.
O ácido retinóico, derivado da oxidação do retinol da dieta,
medeia a maioria das reações dos retinoides, exceto para a
visão, que depende do retinal (derivado do aldeídico do
retinol).

Estrutura da vitamina A
O termo retinoides inclui as formas naturais e sintéticas da
vitamina A, as quais podem ou não ter atividade de vitamina A.

• Retinol
Encontrado em tecidos animais

• Retinal • Transporte para o fígado


Aldeído derivado da oxidação do retinol. O retinol e o retinal Esteres de retinol da dieta → hidrólise na mucosa intestinal →
podem ser facilmente interconvertidos retinol + ácidos graxos livres
O retinol presente → reesterificado → vira ácidos graxos de
cadeia longa na mucosa do intestino → secretado como
componente dos quilomicra linfático.

• Liberação a partir do fígado


• Ácido retinóico Quando necessário, o retinol é liberado do fígado → tecidos
extra-hepáticos por uma proteína ligadora de retinol (PLR).
É o ácido derivado da oxidação do retinal. Não pode ser
reduzido no organismo (não pode originar retinol ou retinal) Complexo PLR-retinol → receptores dos tecidos periféricos →
entrada.
Esther Santos – turma 77

Mecanismo de ação da vitamina A ➔ Processo que origina um impulso nervoso que é


transmitido do nervo óptico para o encéfalo:
Rodopsina exposta a luz → ocorre isomerizações fotoquímicas
→ desbotamento do pigmento visual → liberação de retinal
todo-trans e opsina.
Posteriormente, a rodopsina é regenerada por uma série de
reações, que acontecem similarmente para produzir a visão de
cores nos cones

• Crescimento
Deficiência de vitamina A → menor taxa de crescimento nas
crianças pois o desenvolvimento ósseo é mais lento

• Reprodução
Retinol e retinal são essenciais para a reprodução normal,
mantendo a espermatogênese e prevenindo a reabsorção fetal
nas fêmeas.

• Manutenção das células epiteliais


Promovido pelo ácido retinóico, essencial para a diferenciação
dos tecidos epiteliais e para a secreção normal de muco.

Alimentos com vitamina A


Fígado, rim, nata, manteiga e gema de ovo → vitamina A pré-
formada
Frutas e vegetais amarelos e verde escuros → fontes de
carotenos, precursores da vitamina A

Indicações clínicas
Retinol e precursores → usados como suplementos dietéticos
Formas de ácido retinóico → usados na dermatologia

• Deficiência dietética
Retinol é oxidado → ácido retinóico → liga-se a proteínas
A vitamina A é usada em pacientes com cegueira noturna
receptoras específicas no núcleo de células alvo (como as
(primeiro sinal), pois o limiar visual aumenta, dificultando a
epiteliais)
visão em ambientes com pouca luz. A deficiência prolongada
Complexo receptor ativado → interage com a cromatina pode levar à perda irreversível do número de células visuais.
nuclear → regula a síntese de RNA retinoide-específico →
A deficiência grave leva à xeroftalmia, ressecamento da
controlando a produção de proteínas que medeiam diversas
conjuntiva e da córnea e se não for tratada, leva à ulceração da
funções fisiológicas, como o controle da expressão do gene da
córnea → cegueira (devido à formação de tecido de
queratina
cicatrização opaco)
Funções da vitamina A • Acne e psoríase
• Ciclo visual Problemas dermatológicos, como acne e psioriase são tratados
A vitamina A é componente dos pigmentos visuais das células com ácido retinóico ou seus derivados e também no
cones e bastonetes. A rodopsina, pigmento visual dos tratamento de leucemia promielocítica.
bastonetes da retina, consiste em 11-cis-retinal ligado à opsina.
Esther Santos – turma 77

- colecalciferol (D3) encontrado em animais

Toxicidade dos retinoides

• Vitamina A
Ingestão excessiva de mais de 7,5 mg/dia → Hipervitaminose • Precursor endógeno da vitamina
A (síndrome tóxica). Dentre os sinais, a pele se torna seca e
prurítica (por causa de uma menor síntese de queratina), o O 7-desidrocolesterol (intermediário da síntese de colesterol)
fígado apresenta aumento e pode torna-se cirrótico. No sistema → convertido em colecalsiferol na derme e epiderme quando
nervoso pode surgir um aumento na pressão intracraniana, há luz solar.
podendo mimetizar sintomas de tumor encefálico.
Metabolismo da vitamina D
Gestantes não podem ingerir quantidades excessivas de
vitamina A pois pode causar má formações no feto

• Isotretinoína
Conhecido como roacutan, é absolutamente contraindicado a
gestantes por ser um teratógeno potente.
O tratamento prolongado com isotretinoína leva à
hiperlipidemia e um aumento da relação LDL/HDL → risco
aumentado de doença cardiovascular
VITAMINA D
Grupo de esteroides que apresentam funções similares às dos
hormônios.
Molécula ativa → 1,25-diOH-D3 que se liga a proteínas
receptores intracelulares e interage com DNA de células-alvo
→ estimula a expressão gênica ou reprime a transcrição.
A ação mais proeminente da molécula ativa da vitamina D é a
regulação dos níveis plasmáticos de cálcio e fósforo.

Distribuição da vitamina D

• Dieta
Fontes de vitamina D pré formada (é uma necessidade dietética
apenas em indivíduos com exposição limitada à luz do sol)
- ergocalciferol (vitamina D2) em plantas
Esther Santos – turma 77

• Formação do 1,25diOH-D3 3) Estimulo da reabsorção óssea quando preciso


• Efeito na vitamina D o intestino
Reações de hidroxilação convertem as vitaminas D2 e D3 na
forma ativa da vitamina D. O 1,25-diOH-D3 estimula a absorção intestinal de Ca e
Fosfato. Isso acontece pois ele se liga a um receptor citosólico
1ª → uma hidroxilase no fígado hidroxila na posição 25,
e o complexo formado move-se para o núcleo para interagir
formando 25-hidroxi-colecalciferol, 25-OH-D3 (forma seletivamente com o DNA.
predominante de vitamina D no plasma e de armazenamento)
Assim, há um aumento na captação de cálcio por aumento na
2ª → 25-hidroxicalciferol-1-hidroxilase no fígado, hidroxila a síntese de uma proteína ligadora de cálcio.
posição 1 da 25-OH-D3, formando 1,25-diOH-D3 (calcitriol)
• Efeito da vitamina D sobre os ossos
Obs: essas duas hidroxilases são uma proteína contendo
citocromo P450 (CYP) O 1,25-diOH-D3 estimula a mobilização de cálcio e fosfato dos
ossos por um processo que necessita da síntese proteica e da
• Regulação da 25-hidroxicalciferol-1-hidroxilase
presença de PTH.
O 1,25-diOH-D3 é o metabólito mais potente da vitamina D e
O resultado é o aumento no cálcio e no fosfato plasmático,
sua formação é fortemente regulada pelos níveis plasmáticos
assim, os ossos são reservas importantes de cálcio que podem
de fosfato e cálcio.
ser mobilizadas para manter os níveis plasmáticos.
→ Aumenta a atividade
alimentos que contêm vitamina D
Baixo fosfato plasmático
o
Indiretamente pela diminuição de cálcio plasmático
o ocorre naturalmente em peixes gordurosos, fígado e gema de
que dispara a liberação do hormônio paratireóideo ovo. O leite, a menos que seja fortificado artificialmente, não é
(PTH) uma boa fonte dessa vitamina.
o Hipocalcemia (deficiência de cálcio na dieta)
→ Diminui atividade Indicações clínicas
o Diminuída por excesso de 1,25-diOH-D3, o produto
• Raquitismo nutricional
da reação
Falta de vitamina D (exposição insuficiente à luz solar ou no
consumo da vitamina) causa a desmineralização dos ossos,
resultando em raquitismo em crianças e osteomalácia em
adultos. É mais vista nas latitudes do norte (menor síntese de
vitamina D por ter baixa exposição à luz UV)
O raquitismo → formação continua da matriz de colágeno dos
ossos, mas com mineralização incompleta → ossos flexíveis e
maleáveis
Osteomalácia → a desmineralização dos ossos preexistentes
aumenta a suscetibilidade de fraturas
Níveis séricos adequados → prevenção contra quedas em
idosos e aumento da força muscular a massa óssea

Funções da vitamina D
A função geral do 1,25-diOH-D3 é a manutenção de níveis
plasmáticos de Ca, feita com as seguintes estratégias:
1) Aumento na captação de cálcio no intestino
2) Minimização da perda de cálcio pelo rim
Esther Santos – turma 77

• Osteodistrofia renal
Diminuição na capacidade de produzir a forma ativa da
vitamina D → falência renal crônica.
A suplementação com calcitriol é uma terapia eficiente, essa é
acompanhada pela terapia de redução do fosfato para prevenir
a hiperfosfatemia (devido à falência renal) e a precipitação de
cristais de fosfato de cálcio.

• Hipoparatireoidismo
A ausência do hormônio paratireóideo causa hipocalcemia e
hiperfosfatemia. Esses pacientes podem ser tratados com
calcitriol e cálcio (suplementação)

Toxicidade da vitamina D
Como as demais lipossolúveis, ela pode ser armazenada no
organismo, sendo vagarosamente metabolizada. • Interação da protrombina com plaquetas
Doses altas → perda do apetite, náusea, sede e estupor. Os resíduos de Gla da protrombina são bons quelantes de íons
O aumento na absorção e reabsorção de cálcio pode gerar cálcio → se ligam → complezo protrombina-calcio → liga-se a
hipercalcemia, que pode levar à deposição de cálcio nas fosfolipídeos na superfície das plaquetas → aumento da taxa
artérias e nos rins. de conversão proteolítica de protrombina em trombina →
cascata de coagulação
VITAMINA K
O principal papel dela é a modificação pós-traducional de vários
fatores de coagulação sanguínea, em que ela serve de
coenzima na carboxilação de certos resíduos de ácido
glutâmico presente nessas proteínas.
Ela existe de várias formas → filoquinona nas plantas (vitamina
K1) ou menaquinona nas bactérias da flora intestinal
(vitamina K2). • Papel dos resíduos de Gla em outras proteínas

Para terapia, usa-se um derivado sintético, a menadiona. O Gla está presente na osteocalcina dos ossos e na proteína
C, envolvida em limitar a formação de coágulos sanguíneos
Alimentos
Indicações clínicas
Encontrada no repolho, couve-flor, espinafrem gema de ovo e
fígado. Também há síntese dela pelas bactérias intestinais • Deficiência de vitamina K

Funções da vitamina K Uma deficiência verdadeira é incomum pois ela também é


produzida pela flora bacteriana do intestino ou é obtida pela
• Formação do carboxiglutamato (Gla) dieta.
Vitamina K é necessária parra a síntese hepática de Uso de antibióticos → população bacteriana intestinal diminui
protrombina e dos fatores de coagulação sanguínea II, VII, → menos vitamina K endógena formada →
IX e X (inicialmente inativas). hipoprotrombinemia em indivíduos marginalmente
subnutridos (como em um paciente geriátrico debilitado) →
Carboxilação de ácido glutâmico + O2 + CO2 + hidroquinina
tendência a sangramentos (suplementar com vitamina K)
da vitamina K→ produz resíduos Gla → formação de um fator
de coagulação maduro. Além disso, cefalosporinas de 2ª geração (cefoperazona,
cefamandol e maxalactam) → causam hipo-protrombinemia
Obs: a formação de Gla é sensível à inibição por dicumarol
com mecanismos semelhantes ao da varfina → suplementar
(anticoagulante) e por varfina (análogo sintético da vitamina K)
com vitamina K
Esther Santos – turma 77

• Deficiência de vitamina K no recém-nascido


RN possuem intestinos estéreis e, inicialmente, não possuem
as bactérias que sintetizam a vitamina K. O leite humano
fornece 1/5 das necessidades diária, assim, os RN devem
receber uma dose única intramuscular de vitamina K
profilaticamente contra doenças hemorrágicas.

Toxicidade da vitamina K
A administração prolongada de doses de VK sintéticas
(menadiona) → pode produzir anemia hemolítica e icterícia
no bebê devido a efeitos tóxicos na membrana dos eritrócitos.
VITAMINA E
Consiste em 8 tocoferóis de ocorrência natural, em que o alfa-
tocoferol é o mais ativo. Sua função é como antioxidante na
prevenção da oxidação não-enzimática de componentes
celulares (como ácidos graxos poli-insaturados) pelo O2 e
radicais livres.

Alimentos
Óleos vegetais são ricos, ovos e fígado possuem quantidades
moderadas. As necessidades aumentam na medida em que
aumenta a ingestão de AG poli-insaturados

Deficiência de vitamina E
Está quase inteiramente restrita a bebês prematuros.
Adultos → associada a defeitos no transporte e absorção de
lipídeos.
Os sinais de deficiência em humanos → sensibilidade dos
eritrócitos a peróxidos e o aparecimento de membranas
celulares anormais

Indicações clínicas
Não é recomendada para a prevenção de doenças crônicas,
como doença cardíaca coronariana e câncer. Testes em
clínicos não obtiveram benefícios cardiovasculares como
também apresentaram aumento na incidência de acidente
vascular cerebral.

Toxicidade da vitamina E
É a menos tóxica das vitaminas lipossolúveis e não tem sido
observada qualquer toxicidade em doses de 300 mg/dia.
Esther Santos – turma 77
Esther Santos – turma 77

Desnutrição
• Emagrecimento: peso inferior a 60% ou mais do ideal
• Desaceleração, interrupção ou até involução do
A desnutrição é o estado nutricional do indivíduo caracterizado
crescimento
pela ingestão insuficiente de energia e nutrientes, que resulta
da complexa interação entre alimentação, condições • Alterações psíquicas e psicológicas: pessoa retraída,
socioeconômicas e estado de saúde. apática, triste e estática
• Cabelo perde a cor, pele descasca e enruga
• Anemia
• Alterações ósseas, como a má formação
• Alterações no SN: estímulos nervosos prejudicados,
número de neurônios diminuídos, depressão, apatia
• Alterações nos órgãos e sistemas: respiratório,
imunológico, renal, cardíaco, hepático etc
A pessoa desnutrida fica sujeita a infecções por causa da perda
muscular e queda nas defesas corporais.

Observada em pacientes a condições médicas que diminuem


seu apetite ou alteram o modo de digestão e absorção dos
nutrientes.

Causas primárias O organismo utiliza as reservas de energia como o glicogênio


do musculo esquelético e em ultimo recurso os TAGs.
A pessoa como pouco ou come ‘’mal’’ → alimentação
quantitativa e qualitativamente insuficiente em calorias e Observada também em pacientes hospitalizados por grandes
nutrientes traumas ou infecções graves. Pode ser observada em crianças
e idosos desnutridos.
Causas secundárias
Duas formas extremas de desnutrição são:
A ingestão não é suficiente porque as necessidades
energéticas aumentaram ou por qualquer outro fator não Kwashiorkor
alimentar.
• Visto em crianças após desmame perto de fazerem 1 ano,
Ex: verminoses, câncer, anorexia, alergia, intolerâncias quando a dieta consiste em carboidratos praticamente.
alimentares, digestão e absorção deficiente de nutrientes.
Ocorre quando a privação de proteínas é maior do que a
redução em calorias totais. Essa privação proteica é associada
à grave redução da síntese de proteína visceral.

A desnutrição leva a uma série de alterações na composição e os sintomas típicos incluem:


funcionamento do organismo. Quanto mais grave o caso, mais
graves as repercussões • Retardo no crescimento
• Edema → da falta de proteína plasmática para manter a
• Grande perda muscular e dos depósitos de gordura →
distribuição de água entre sangue e tecidos e pode
debilidade física
mascarar a perda muscular
Esther Santos – turma 77

Desnutrição
• lesões de pele
• Despigmentação de cabelo
As alterações metabólicas observadas na desnutrição, incitada
• Anorexia por fatores externos, têm como consequência aumento das
• Fígado gorduroso necessidades energéticas e proteicas, ocorrendo a má
• Diminuição da concentração plasmática de albumina absorção dos nutrientes. Resulta também:
Marasmo • Diminuição na atividade enzimática responsável pelo
metabolismo proteico e oxidativo → diminuição da
• Vista em crianças com menos de 1 ano quando o leite
massa muscular e da força do músculo esquelético →
materno é suplementado com cereais e água (geralmente
afeta o bom funcionamento do organismo
deficiente em proteínas e calorias)
• Diminuição da massa magra → diminuição do
Ocorre quando a privação de calorias é maior do que a metabolismo basal
redução de proteínas.
Formas de obtenção de energia pro corpo
Quando a diminuição do gasto energético não é suficiente para
compensar a diminuição da ingestão energética, é utilizadas
algumas fontes de energia:

• Gordura corporal é utilizada → diminuição da adiposidade


e peso corporal
• Massa corporal magra é utilizada → diminui de uma forma
mais lenta por causa do catabolismo proteico muscular
para o fornecimento de energia
• Gordura subcutânea → quando o déficit de energia é
grave → redução drástica dela e o catabolismo proteico
Os sintomas típicos incluem: gera atrofia muscular

• Parada do crescimento Variações nos níveis glicêmicos


• Perda muscular extrema (emaciação)
Outras complicações metabólicas da desnutrição são:
• Fraqueza
hipoglicemia, hiperglicemia, hipotermia e desidratação
• Anemia
No metabolismo dos carboidratos → ocorre intolerância à
Não apresentam edemas ou as mudanças nas proteínas
glicose e à lactose (por diminuição da lactase)
plasmáticas como no primeiro tipo de desnutrição.
Fígado → redução da síntese de insulina e estimulo ao
glucagon → aumento da gliconeogênese a partir de
aminoácidos livres e glicerol → produz glicose em excesso
Com a intensificação do uso dessas vias alternativas de
produção de glicose e diminuição das reservas de
macronutrientes, torna-se difícil a manutenção e o
funcionamento adequado dos níveis séricos de glicose →
originando a hipoglicemia
Aumento da gliconeogênese → aumenta lactato e piruvato →
quantidade de glicogênio permanece inalterada

Energia
Ocorre uma diminuição de ATP e um aumento de ADP e
diminuição da creatina fosfato
Diminuição de NADH no TCA → Diminuição da atividade
enzimática da cadeia respiratória (citocromo c oxidase) →
Esther Santos – turma 77

Desnutrição
redução da fosforilação oxidativa → altera o consumo de
oxigênio na mitocôndria

Alterações no tecido adiposo


O aumento de cortisol → lipólise e diminuição da lipase
lipoproteica → promove libertação excessiva de ácidos graxos
livres → originando resistência insulínica e hiperglicemia
A diminuição das reservas de glicogênio e gordura → redução
das reservas energéticas, atribuindo à massa proteica uma
grande importância, pois ela se torna a principal fonte de
energia

Proteínas
As proteínas exercem funções estruturais e agem como
catalisadores enzimáticos, regulando o desenvolvimento
celular. Além disso, participam na função imunológica e no
transporte de substância
Desnutrição → massa proteica se torna principal fonte de
energia → proteínas deixam de exercer seu papel estrutural e
enzimático → desequilíbrio metabólito → originando a
desnutrição-proteico-energética
Aumento da degradação proteica → modificação das fibras
musculares → diminuem as fibras musculares do tipo 2, assim
como a diminuição de seu diâmetro

Desnutrição à nível dos micronutrientes


Durante a resposta de fase aguda à desnutrição → há a
produção de citoquinas pro-oxidases → aumento na utilização
de vitaminas antioxidantes → vitaminas A, C e E são utilizadas
de forma a compensar o stress oxidativo

Alteração no estado imuno


Quando as 2 deficiências (macro e micronutrientes) são
evidentes, ocorrem alterações disfuncionais no sistema
imunológico:

• maior quantidade de radicais livres produzidos


• redução da síntese de proteínas e enzimas
essas alterações levam a uma maior susceptibilidade
imunológica → mais aparecimentos de infecções virais ou
bacterianas → podem agravar o quadro de desnutrição.
A resposta imunológica da desnutrição, em resposta à infecção
provoca alterações metabólicas:

• aumento do catabolismo (degradação) proteico


• alteração ao nível dos ácidos gordos l
Esther Santos – turma 77

Corpos Cetônicos
A mitocôndria do fígado (hepática) consegue converter acetil-
coa da B-oxidação em corpos cetônicos. Eles são
importantes fontes de energia para os tecidos periféricos pois:
1) São solúveis e não precisam de lipoproteínas ou albumina
para serem transportados
2) São produzidos no fígado, quando a quantidade de
acetil-coa excede a capacidade oxidativa (TCA) do fígado
3) São usados pelos tecidos extra-hepáticos (músculo
esquelético e cardíaco, córtex renal e encéfalo,
permitindo a economia de glicose pois está em um
estado de jejum)
Eles são importantes durante o jejum prolongado, pois o
corpo necessita manter a glicemia sanguínea e os corpos • O acetil-coa ativa a piruvato-carboxilase
cetônicos podem ajudar na economia de glicose. Essa enzima participa do 1º desvio da gliconeogênese:
Os compostos classificados como corpos cetônicos são: conversão de piruvato → PEP. Ela catalisa a reação dentro da
mitocôndria, em que o piruvato → OAA
• Acetoacetato
• 3-hidroxibutirato
• Acetona (produto colateral não metabolizável)
O acetatoacetato e o 3-hidroxibutirato → sangue → tecidos
periféricos (extra-hepáticos) → convertidos novamente em
acetil-coa, e6ste pode ser oxidado no TCA

DISTÚRBIOS NA B-OXIDAÇÃO DE AG
Esses distúrbios causam um quadro de

• hipocetose → devido à diminuição do fornecimento de acetil-


coa
• hipoglicemia → devido ao aumento do consumo de glicose
para energia e também porque a B-oxidação fornece o glicerol
que entra para a gliconeogênese

Durante o jejum, o fígado é inundado com ácidos graxos


mobilizados do tecido adiposo
O oxaloacetato produzido é usado pelo fígado na
o A Lipase sensível ao hormônio é estimulada pelo gliconeogênese, mais do que no ciclo do ácido cítrico.
glucagon a separar os TAGs do tecido adiposo em
ácidos graxos e glicerol Desse modo a acetil-coa é canalizada para a síntese de
corpos cetônicos (que acontece durante o jejum)
Como resultado da B-oxidação, os ácidos graxos são oxidados
a acetil-coa hepática. Obs: a oxidação dos ácidos graxos produz NADH, e o aumento
dele favorece a conversão de OAA em malato (que atravessa
• A acetil coa inibe a piruvato-desidrogenase a membrana interna e direciona para a síntese de glicose) e a
acetil-coa vai para a cetogênese
Reação que ocorre antes de iniciar o TCA, em que o piruvato é
convertido em acetil-coa. Essa enzima é inibida por ATP,
NADH e muito acetil-coa
Esther Santos – turma 77

Corpos Cetônicos
Pode ser reduzido para formar 3-hidroxibutirato, utilizando
NADH como doador de hidrogênio.
Ou pode sofrer descarboxilação espontânea no sangue →
acetona (não é metabolizada, é liberada na respiração).

• Equilíbrio acetona e 3-hidroxibutirato


É determinado pela razão NAD+/NADH. Durante a oxidação
dos ácidos graxos essa relação é reduzida (pois tem muito
NADH sendo produzido), favorecendo a síntese de 3-
hidroxibutirato

Síntese de HMG-CoA (3-hidroxi-3-metilglutaril-CoA)


1) Enzima: tiolase (enzima da oxidação de ácidos graxos)

1) Enzima: 3-hidroxibutirato-desidrogenase
Essa enzima oxida o 2-hidroxibutirato em acetoacetato,
produzindo NADH.
2) Enzima: tioforase
Acetoacetato + CoA (doada pela succinil-coa) → acetoacetil-
coa.
(na B-oxidação)
Acetoacetil-coa → 2 acetil-coa
Essa é a primeira etapa da síntese, formando aceto-acetil-CoA,
que ocorre pela reversão da reação da tiolase. Essa reação é reversível, mas o produto acetoacetil-coa é
ativamente removido por sua conversão em 2 moléculas de
Obs: a formação de CoA livre na cetogênese permite que a acetil-coa
oxidação de ácidos graxos continue
• Uso pelos tecidos
2) Enzima: HMG-CoA-sintase mitocondrial
Desse modo, os tecidos extra-hepáticos, incluindo o encéfalo,
Etapa limitante na síntese de corpos cetônicos e ela ocorre em
mas excluindo as células sem mitocôndria (eritrócitos),
quantidades significantes somente no fígado
oxidam o acetoacetato e o 3-hidroxibutirato, usando-os como
Combina acetil-coa + acetoacetil-coa → HMG-CoA. combustível energético (pois o acetil-coa pode ir pro TCA e
gerar energia)
Obs: o HMG-CoA também é precursor do colesterol
Obs: o fígado, embora produza corpos cetônicos, não possui
Síntese de corpos cetônicos tioforase e, portanto, não é capaz de usar corpos cetônicos
como combustível.
Enzima: HMG-CoA-liase
Ou seja = fígado só produz corpos cetônicos, mas não usa.
O HMG-coa é clivado → acetoacetato + acetil-coa

• Destino do acetoacetato
Esther Santos – turma 77

DIABETES MELLITUS
Causa
Não é uma doença única, mas sim um grupo heterogêneo de Causada por ataque autoimune às células B do pâncreas.
síndromes multifatoriais e poligênicas, caracterizadas por Nesse tipo, as ilhotas de Langerhans tornam-se infiltradas com
elevação da glicemia em jejum. linfócitos T ativados, levando a insulite.
Causa → deficiência relativa ou absoluta de insulina. Aos longos dos anos, esse ataque autoimune leva à depleção
É a principal causa de cegueira e amputação no adulto, e gradual da população de células B.
importante causa de: Porém, os sintomas só aparecem quando 80 a 90% das células
B foram destruídas → pâncreas falha em responder
• Falha renal
adequadamente à glicose ingerida na alimentação.
• Dano neural
• Ataques cardíacos
• Acidente vascular cerebral (AVC)
Os casos podem ser divididos em 2

• DM tipo 1 ou insulinodependentes
• DM tipo 2 ou independente de insulina

Estímulo para a autodestruição das células


Dados de 2018-2019
Requer um estímulo ambiental (como infecção viral) e um
determinante genético, que permite às células B serem
reconhecidas como ‘’estranhas’’ para o corpo.
Caracterizada por deficiência absoluta de insulina
Esther Santos – turma 77

DIABETES MELLITUS
Essas duas condições são mais frequentes em casos não
controlados de DM-1

As anormalidades metabólicas resultam da deficiência de


insulina, a qual afeta marcadamente os 3 tecidos:
• Cetoacidose diabética
• Fígado → gliconeogênese, B-oxidação, cetogênese e
Um sintoma frequentemente da cetoacidose diabética (muitos
degradação de proteínas
corpos cetônicos)é o odor frutado na respiração, resultante da
• Musculo (GLUT4) alta produção de acetona.
• Tecido adiposo (GLUT4)
O aumento da concentração de corpos cetônicos → acidemia
Como há uma incapacidade de produzir insulina, a relação
insulina/glucagon não aumenta, mantendo o fígado em Cada corpo cetônico libera um H+ quando circula no organismo
constante gliconeogênese e cetogenese → níveis de glicose → diminui pH.
não controlados.
Além disso, a excreção de glicose e corpos cetônicos na urina
O organismo reage como se estivesse sempre no estado de resultam na desidratação do organismo.
jejum, devido à falta de insulina → pode levar a morte se não
Assim = aumento de H+ no sangue + diminuição do volume
for administrada a insulina exógena
plasmático (desidratação) → cetoacidose grave
Hiperglicemia Resulta da mobilização aumentada de ácidos graxos do tecido
Causada por um aumento na produção hepática de glicose + adiposo + B-oxidação acelerada de AG no fígado → acetil-coa
diminuição da sua utilização em outros tecidos → músculo e A acetil-coa
tecido adiposo têm o GLUT4 que é dependente de insulina,
vai permanecer no interior da célula) • Substrato para a cetogênese → síntese de corpos
cetônicos → aumento de 3-hidroxiburitato e acetoacetato
• Gliconeogênese no fígado → acidose (esses corpos liberam H+ no sangue)
• Degradação de proteínas (aminoácidos) de forma • Ativa a piruvato carboxilase da gliconeogênese
descontrolada no músculo esquelético → mantem a o Piruvato → OAA que segue para a síntese de
hiperglicemia mesmo em jejum glicose
No estado pós-prandial o efeito da hiperglicemia é aumentado, A cetoacidose diabética é tratada com reposição de fluidos e
pois a gliconeogênese continua produz mais glicose, além eletrolíticos + doses baixas de insulina de ação rápida e curta
daquela obtida pela dieta. duração = corrige a hiperglicemia sem causar a hipoglicemia
Cetoacidose Hipertriacilglicerolemia
Quando a velocidade de formação de corpos cetônicos é A B-oxidação e a formação de corpos cetônicos (produto =
maior do que a do consumo, seus níveis começam a acetil-coa) não conseguem eliminar completamente os ácidos
aumentar graxos → o excesso é esterificado em TAGs → síntese de
• Corpos cetônicos no sangue → cetonemia VLDL
• “ na urina → cetonuria
Esther Santos – turma 77

DIABETES MELLITUS
VLDL e quilomicros da dieta → não podem sofrer ação da
lipase lipoproteica (LPL) no músculo e tec. Adiposo, pois ela é
É a diminuição na capacidade dos tecidos-alvo como o
sintetizada com estímulo da insulina → excesso de VLDL e
fígado, músculo e adiposo, responder às concentrações
quilomicra
circulantes (normais ou elevadas) de insulina.
• Hipertriacilglicerolemia
Por exemplo, acontece:
• Hiperquilomicronemia
• Produção não controlada de glicose hepática
.
• Captação diminuída de glicose por músculo e tecido
Causa → resistência à insulina + disfunção das células B (não adiposo (GLUT4)
envolve viroses ou anticorpos autoimunes)
Resistência à insulina e obesidade
A obesidade é a causa mais comum de resistência à insulina,
contudo, a maioria das pessoas obesas resistentes à insulina
não se tornam diabéticas. Pois, na ausência de disfunção das
células B, eles conseguem compensar a resistência com os
níveis da insulina.

Obesos são hiperinsulêmicos, por causa da resistência à


insulina, ela se acumula no plasma pois não consegue entrar
nas células-alvo que necessitam dela.
A maior concentração de insulina compensa seu efeito
diminuído (por causa da resistência), levando a níveis de
glicose similares aos magros.

Resistência à insulina e diabetes tipo 2


Sozinha ela não levará a DM, precisam também apresentar
uma diminuição na função das células B.
Mas não necessitam de administração de insulina para manter
a vida, embora possa ser necessária em algum momento para a resistência associada ao risco de desenvolver a doença é
controle da hiperglicemia. comumente observada em:
As alterações metabólicas são mais brandas, pois a secreção • Idosos
de insulina – embora inadequada – ainda acontece, impedindo • Obesos
a cetogênese excessiva, restringindo o desenvolvimento da • Sedentários
cetoacidose • 3 a 5% de mulheres grávidas → diabetes gestacional
Esses são incapazes de compensar adequadamente a
resistência a liberação aumentada de insulina

Obs: uma complicação aguda do tipo 2 na velhice é um estado


hiperglicêmico hiperosmolar caracterizado por hiperglicemia e
desidratação graves, além de estado mental alterado.
Esther Santos – turma 77

DIABETES MELLITUS
A deteriorização da função das células B pode ser acelerada
pelos efeitos tóxicos de hiperglicemia persistente e pelo
aumento de AGL

As anormalidades são resultado da resistência à insulina, que


Causas da resistência à insulina se expressa principalmente no fígado, músculo e tecido
adiposo
Aumenta com o ganho de peso e diminui com a perda de
peso.
A acumulação de lipídios intramiocelulares interfere no
recrutamento dos GLUT4 para a superfície celular →
diminuição na taxa do transportador da glicose estimulado por
insulina para o músculo → resistência à insulina
Obesos apresentam altas taxas de lipólise (principalmente dos
adipócitos viscerais) → aumento da disponibilidade de ácidos
graxos livres → implica no desenvolvimento de insulina
Adipócitos grandes (vistos em obesos) → induzidos por uma
dieta gordurosa, causam → diminuição na produção de
hormônios sensíveis à insulina → resistência à insulina →
glicose não consegue entrar nas células
Obesos apresentam baixos níveis de adiponectina

• Citocina produzida pelos adipócitos → reduz os níveis de


AGL no sangue → melhora o perfil lipídico, controle Hiperglicemia
glicêmico (reduz concentração através da AMPK) e Causada por aumento na produção de glicose hepática +
redução da inflamação diminuição no seu uso periférico
A expressão de adiponectina diminui a medida que o tecido Acontece pela insuficiência de insulina para controlar a
adiposo aumenta → não freia a inflamação e não aumente a produção de glicose no fígado e para permitir a captação desta
sensibilidade dos tecidos à insulina → resistência à insulina + pelo músculo esquelético. Assim
risco de diabetes tipo 2 + risco de doença cardíaca
• Não ocorre aumento da frutose-2,6-bifosfatase
o Estimulada pela insulina, catalisa a reação de
Inicialmente → capacidade das células B do pâncreas produção de frutose-2,6-bifosfato, principal
mantidas estimuladora da PFK-1 da glicólise → aumenta a
glicólise → diminuição dos níveis de glicose (isso
Decorrer do tempo → se tornam disfuncionais, sendo não acontece no diabetes)
incapazes de secretar insulina suficiente para corrigir a • Não ocorre regulação negativa do fosfoenolpiruvato
hiperglicemia preponderante. carboxilase, que acontece normalmente
A progressão natural da doença resulta no declínio do o Na gliconeogênese, essa enzima transforma OAA
organismo controlar a hiperglicemia com a secreção endógena → PEP e é reprimida por insulina
de insulina. o Diabéticos não reprime → gliconeogênese
continua → glicose → hiperglicemia
Esther Santos – turma 77

DIABETES MELLITUS
Cetoacidose Disfunção das células B → diminuição na secreção de insulina
+ hiperglicemia pós prandial = quadro clinico de tolerância
Não costuma manifestar-se, pois há uma produção suficiente diminuída à glicose (IGT)
de insulina para prevenir a liberação descontrolada de AG a
partir dos adipócitos. Persistência de IGT → provoca exaustão das células B →
diabetes mellitus
Mesmo que pouca, a insulina diminui a cetogênese hepática

Dislipidemia
Resumo dos elementos clíncios que levantam suspeita de
• Hipertriacilglicerolemia → característica da doença diabetes:
• Hiperquilomicronemia → não costuma se desenvolver
No fígado, os ácidos graxos → TAGs → VLDL
Alimentação → intestino → quilomicrons
Como a degradação das lipoproteínas, catalisada pela LPL é
baixa (no tecido adiposo e no músculo) → pois LPL é
estimulada por insulina → acumulo de VLDL e quilomicra

Pode ser reconhecida por

• Aparecimento abrupto de poliúria (micção frequente)


• Polidipsia (sede excessiva)
• Polifagia (fome excessiva, pois a insulina sinaliza
saciedade)
esses sintomas geralmente são acompanhados por fadiga,
perda de peso e fraqueza

Sobrepeso e sedentarismo → leva ao aumento de glicose


(hiperglicemia pós-prandial) e de ácido graxo livre (AGL) nas
células → quando metabolizados e transformados em energia
→ aumento na formação de radicais livres → stress oxidativo
As células musculares e os adipócitos podem se proteger do
stress → produzem resistência à ação da insulina →
objetivo: reduzir a entrada de glicose e AGL nas células
As células B e o endotélio dependem de insulina →
sobrecarga de glicose e AGL nas células → stress oxidativo →
induz a disfunção endotelial e das células B pancreáticas
Fonte: google
Disfunção endotelial → desenvolvimento de doenças
cardiovasculates O diagnóstico de diabetes baseia-se na detecção de
hiperglicemia. Existem 4 tipos de exames que podem ser
utilizados no diagnostico de DM
Esther Santos – turma 77

DIABETES MELLITUS
• Glicemia casual • Prevenir o desenvolvimento de complicações a longo
• Glicemia de jejum prazo
• Teste de tolerancia à glicose com sobrecarga de 75g em 2
Então, recomenda-se
horas (TTG)
• Em alguns casos, hemoglobina glicada (HbA1c) • Redução de peso e exercício + restrição alimentar (terapia
nutricional médica)
A utilização de cada um desses exames depende do contexto
diagnóstico A contração muscular que ocorre durante o exercício físico →
adrenalina → provoca um aumento de AMP → ativa Lipase
sensível ao hormônio → degradação de TAGs → B-oxidação
+ inibição da síntese de gordura

Glicemia casual
Quando a pessoa requer um diagnóstico imediato e o serviço
dispõe de um laboratório com determinação glicêmica imediata
ou de glicosímetro e tiras reagentes, a glicemia casual é
solicitada, pois fornece o resultado na propria consulta.
Diabetes: maior igual 200 mg/dL na presença de sintomas de
hiperglicemia.
Adrenalina aumenta AMP → ativa AMPK → acetil-coa-
Glicemia de jejum carboxilase inativa (sintese de TAGs)

Quando não há urgência, é preferivel uma glicemia de jejum O risco para diabetes tipo 2 pode ser significativamente
medida no plasma por laboratório. diminuído por um regime combinado de terapia nutricional
médica, perda de peso, exercício e controle rigoroso da
TTG-75g hipertensão e da dislipidemia.

O paciente recebe uma carga de 75g de glicose, em jejum e a


glicemia é medida antes e 2h após a ingestao.
Diabetes: TTG maior igual a 200

Hemoglobina glicada
Indica o percentual de hemoglobina ligada à glicose. Como ele
reflete os níveis médios de glicemia ocorridos nos ultimos 2 a 3
meses, é recomendado que seja utilizado como um exame
de acompanhamento e de estratificação do controle
metabólico.
Tem a vantagem de não necessitar de periodos em jejum para
sua realização.

O objetivo é
Além disso, agente hipoglicemiantes ou terapia com insulina
• Manter as concentrações de glicose dentro dos limites podem ser necessárias para atingir níveis satisfatórios de
glicose plasmática
Esther Santos – turma 77

DIABETES MELLITUS
O aumento intracelular de sorbitol contribui para a formação
de catarata em diabéticos
As terapias disponiveis restrigem a hiperglicemia, mas não são
capazes de normatizar o metabolismo. Com isso, há a
persistente elevação da glicemia, que pode ser associada a
complicações crônicas do diabetes:

• Aterosclerose prematura
• Doença cardiovascular
• AVC
• Retinopatia
• Nefropatia
• Neuropatia

Catarata diabética
Em células que a entrada de glicose não é dependente de
insulina, níveis elevados de glicose levam ao aumento da
glicose intracelular e de seus metabólitos.
Problema metabólico mais comum e tem prevalência de 3 a
A principal via de energia do cristalino (ou lente) é a glicose
25% das gestações, dependendo do grupo étnico, da
anaeróbica e, nível elevado de glicose dentro da lente
população e do critério diagnóstico
desvia a glicose para a via dos polióis.
DMG é uma classe clínica que inclui as pacientes grávidas, nas
• Via dos polióis
quais o início e o diagnóstico de diabetes ou da intolerância à
Nessa via, glicose é convertida em sorbitol pela enzima glicose ocorre durante o período gestacional e desaparece
aldose redutase (oxidando NADPH em NADP) após o parto.

Sorbitol → frutose pela poliol desidrogenase (mediante Ocorre com maior incidência em pacientes geneticamente
redução de NADPH em NADP). predispostos, submetidos aos mecanismos hiperglicêmicos na
gravidez.
O sorbitol não possui a capacidade de se difundir das
membranas celulares, mas a frutose sim. A instalação desse tipo de diabetes interfere muito no ambiente
em que se desenvolve o concepto, aumentando em 3x as
Assim, o sorbitol → acumula → quadro de hiperosmolaridade chances de malformações congênitas e aumento de 10x
→ gradiente osmótico para dentro da lente → aumento de H2O nos partos pré-termos
na lente → inchaço das fibras → opacificação das fibras da
lente (catarata)

A hiperglicemia detectada em qualquer momento dda gravidez


deve ser categorizada e diferenciada:

Diabetes mellitus gestacional (DMG)


Mulher com hiperglicemia detectada pela primeira vez durante
a gravidez, com níveis glicêmicos sanguíneos que não atingem
os critérios diagnosticados para DM
Esther Santos – turma 77

DIABETES MELLITUS
Diabetes mellitus diagnosticado na gestação (overt 2ª = fase catabólica → diminuição da glicemia por maior
diabetes) consumo fetal

Mulher sem diagnóstico prévio de DM, com hiperglicemia • Jejum na gestante


detectada na gravidez e com níveis glicêmicos que atingem
As concentrações de glicose podem ser mantida constantes,
os critérios da OMS para DM da gestação
pois há uma maior utilização dela para servir ao feto.
Há também menor formação de glicose pelo fígado, via
A causa exata é desconhecida, mas, de acordo com a gliconeogênese, decorrente da menor disponibilidade do
Associação Americanas de Diabetes, várias hipóteses foram aminoácido alanina
propostas:
Jejum materno prolongado → estado metabólico acelerado →
Hormonal obriga o organismo a se valer de mecanismos metabólicos
alternativos para a produção de energia → hidrolise de TAGs
Placenta produz: no tecido adiposo → conduzindo às reações que aumentam
os corpos cetônicos e os AGL
• Estrogênio, progesterona e somatotrofina coriônica (HCG)
• Estado alimentado da gestante
Esses hormônios são antagonistas da insulina, causando
aumento na resistência à insulina nos dois últimos A secreção de insulina aumenta acentuadamente →
trimestres concentrações de glicose também aumentam
DMG costuma aparecer por volta de 26ª semana → placenta Se a secreção de insulina não puder satisfazer a esse aumento
produz maior quantidade desses hormônios da demanda → hiperglicemia do DMG → efeitos nocivos no
feto
Genética
Também é possível que nas gestantes ocorra uma diminuição
Mulheres com DMG tem maior probabilidade de algum dia vir na secreção de insulina e aumento na produção hepática de
desenvolver DM tipo 2 glicose
Obesidade
DMG é mais comum em grupos em que a obesidade está São as mesmas que no estado não-gravídico:
presente, ela pode desencadear tanto a DM tipo 2 quando a
diabetes gestacional • Hiperglicemia → compromete o feto (anomalias
congênitas, natimortalidade, macrossomia, síndrome da
angustia respiratória, hipoglicemia neonatal)
As manifestações fisiopatológicas estão relacionadas às • Cetoacidose (CAD) → perigoso, pode desencadear a
adaptações metabólicas ocorridas na gravidez, decorrentes da morte fetal
solicitação contínua de glicose e de aminoácidos • Hipoglicemia → não prejudica o feto, porém é possível
essenciais para o concepto, acrescentando as necessidades evoluir para uma severa hipoglicemia, podendo gerar
de ácidos graxos e colesterol e às modificações confusão mental, convulsões e até coma
hormonais.

• 2ª e 3º trimestre Ministério da Saúde do Brasil: Deve-se proporcionar a todas as


há maior concentração de hormônios placentários, que pode gestantes a possibilidade de diagnóstico de DMG, mesmo em
desencadear a resistência à insulina, resultando no aumento aquelas sem diagnostico prévio de diabetes.
da concentração desta. Quando a demanda na produção de A presença de fatores de risco não deve ser utilizada para fins
insulina é maior do que a capacidade das células B de produzir de rastreamento de DMG, pois apresenta baixa sensibilidade
insulina → instalação do DMG
O teste com melhor sensibilidade e especificidade para o
• Fases da gravidez diagnóstico de DMS é o TOTG – teste oral de tolerância à
1ª = fase anabólica → diminuição da glicemia por maior glicose
armazenamento de glicose
Esther Santos – turma 77

DIABETES MELLITUS
• Faz o teste em jejum, depois: Diagnóstico em situação de viabilidade financeira e
• A pessoa toma um xarope bem doce contendo 75g de disponibilidade técnica parcial
glicose
• Repetir em 1h e 2h depois de tomar, conforme valores Todas as gestantes devem realizar glicemia de jejum no inicio
descritos pela OMS do pré-natal para diagnóstico de DMG e de DM diagnosticado
na gestação (diabetes prévio)
Estima-se que sejam detectados 86% dos casos

Diagnóstico em situação de local de viabilidade financeira


e disponibilidade técnica total
Todas as gestantes deem realizar glicemia em jejum e TOTG
com 75g de glicose de 24 a 28 semanas (terceiro trimestre)
O Teste oral de tolerância à glicose deve ser precedido por
dieta sem restrição de carboidratos ou com, no mínimo,
ingestão de 150g de carboidrato nos 3 dias anteriores ao teste,
com jejum de 8h
Estima-se que assim sejam detectados 100% dos casos

Obs: após diagnosticar a DMG, deve-se repetir o TOTG 6


semanas após o parto, visto que as mães irão ter maiores
chances de evoluir para DM tipo 2. Após a repetição do teste,
orientar dieta e atividade física (prevenção)
Esther Santos – turma 77

Ações para Diabéticos


Consulta de enfermagem
Considerado a elevada carga de morbimortalidade associada, Outra ação que melhora a QV das pessoas dom diabetes
a prevenção de diabetes e de suas complicações hoje é mellitus (DM). Nelas, são dadas as principais orientações sobre
prioridade de saúde pública o autocuidado.
A prevenção na atuação da atenção básica, pode ser realizada Observação e avaliação do estado de saúde do indivíduo, o
focando nos fatores de risco para diabetes, como: que possibilita um plano de cuidado individual.
• Sedentarismo Orientações de medidas que melhoram a QV: estimulo à
• Obesidade atividade física regular, hábitos alimentares saudáveis, redução
• Tabagismo, stress psicossocial do consumo de bebidas alcoólicas e abandono do tabagismo
• Hábitos alimentares não saudáveis
• Identificação e tratamento dos indivíduos de alto risco par Consulta médica
diabetes Fazem o diagnóstico de diabetes, sinaliza fatores de risco,
• Identificação de casos não diagnosticados para tratamento avalia as condições de saúde, verifica risco cardiovascular da
• Intensificação do controle de pacientes já diagnosticados pessoa.
visando prevenir complicações agudas e crônicas
Também orienta acerca da prevenção e manejo das
Vários programas de prevenção são possíveis de serem complicações crônicas.
implementados, tendo como base a modificação
comportamental, uso de fármacos e o tratamento cirúrgico. Essa consulta precisa atender 4 âmbitos básicos e essenciais:

• Medicamentos → metformina (maior segurança a longo • História da pessoa


prazo), inibidores da alfa-glicosidase, agonistas do • Exame físico
receptor semelhante ao glucagon (GLP-1) etc • Avaliação laboral
• Estratificação de risco cardiovascular

Grupos de diabéticos de educação em saúde


Grupo de apoio nutricional
Estratégia que também pode melhorar a QV, eles discutem
Foco → promover benefícios de uma alimentação saudável, diversos temas relacionados à promoção de saúde, entre eles,
orientar e auxiliar na perda de peso de forma saudável e o DM.
consciente
Esses grupos, geralmente, são realizados por meio de rodas
Grupo de caminhadas de conversas e os temas definidos a partir das dúvidas dos
Estratégia que pode melhorar a qualidade de vida (QV) das participantes.
pessoas, pois diminui o sedentarismo. Na maioria das vezes,
esta aliada ao grupo de apoio nutricional
É necessário desenvolver um plano terapêutico com metas
Consulta nutricional definidas para o paciente e para executá-lo, será implantada na
UBS a peridiocidade de acompanhamento de cada paciente,
Representa uma ação educativa, em que o profissional de acordo com sua classificação de risco.
nutricionista procura prescrever a dieta com base na realidade
socioeconômica de cada um, e, se for necessário, vai à casa Estratificação do controle metabólico
de cada um para conhecer melhor e prescrever um cardápio
alimentar compatível. A Secretaria de Saúde de MG recomenda a utilização da
estratificação dos diabéticos de acordo com seu controle
Durante o acompanhamento, é necessário promover uma metabólico:
educação em saúde com ênfase nos hábitos alimentares que,
ao serem modificados, possuem potencial para evitar ou • Controle metabólico bom
retardar as complicações do DM tipo 2 Hb glicada <7% e glicemia de jejum <130 mg/dL

• Controle metabólico regular


Hb glicada entre 7 e 9% e glicemia de jejum entre 130 e 190
Esther Santos – turma 77

Ações para Diabéticos


• Controle metabólico ruim
Hb glicada >9% e glicemia de jejum >200 mg/Dl
Periodicidade de acompanhamento
Depois disso, é preciso definir a periodicidade de
acompanhamento do paciente

• Controle metabólico bom


Acompanhamento anual

• Controle metabólico regular


Acompanhamento semestral

• Controle metabólico ruim


Acompanhamento trimestral

Avaliações
Os pacientes também passarão pelas seguintes avaliações
definidas pela Guia da Secretaria de Estado de Saúde de Minas
Gerais, na qual é enfatizada a abordagem multidisciplinar dos
diabéticos

• Avaliação oftalmológica anual


• Avaliação nutricional inicial e de seguimento
• Avaliação odontológica
• Avaliação do pé diabético
Além disso, é fornecido ao paciente um cartão de controle que
conterá o dado para o acompanhamento dele
Esther Santos – turma 77

Hormônios regulatórios
EFEITOS METABÓLICOS DA INSULINA
Seus efeitos metabólicos são anabólicos favorecendo:

• Síntese de glicogênio
• Síntese de TAG
• Síntese de proteínas
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE INSULINA

Secreção aumentada por Efeito sobre o metabolismo dos carboidratos

• Glicose No metabolismo da glicose promove seu armazenamento e


• Aminoácidos são mais proeminentes em 3 tecidos; fígado, músculo e tecido
• Hormônios gastrointestinais adiposo
o Colecistocinina e polipeptídeo inibidor gástrico
• Fígado e músculo
aumentam a secreção de insulina em resposta a
glicose, são chamados de ‘’incretinas’’. São Insulina aumenta a síntese de glicogênio
liberados pelo intestino delgado e causam um
aumento antecipatório nos níveis de insulina. Isso • Músculo e adiposo
pode ser responsável pelo fato de que a mesma Insulina aumenta a captação de glicose por aumentar o GLUT4
quantidade de glicose por dia oral induz uma → a administração intravenosa de insulina causa uma
secreção muito maior de insulina do que a diminuição imediata de glicose no sangue
administrada por via intravenosa.
• Fígado
Diminui a produção de glicose por inibir a glicogenólise e
gliconeogênese

Efeitos sobre o metabolismo de lipídeos


O tecido adiposo responde em minutos, a insulina causa uma
importante redução na liberação de ácidos graxos. (inativa a
LSH)

• Diminuição na degradação de TAG


Ela diminui porque inibe a LSH que degrada os TAG no tecido
adiposo. A insulina age promovendo a desfosforilação
Inibida por (inativando) a enzima (exceção na estrutura)
• Escassez de combustíveis da dieta • Aumento na síntese de TAG
• Estresse (febre ou infecção) → adrenalina
Aumenta o transporte e o metabolismo da glicose, fornecendo
glicerol-3-P para a síntese de TAG.
Esther Santos – turma 77

Hormônios regulatórios
Também aumenta a atividade da LPL, fornecendo AG para muscular, pois músculo não possui receptor pra glucagon) e de
esterificação um aumento na GNEO
No fígado, a insulina promove a conversão de glicose em TAG Metabolismo de lipídeos
Efeitos sobre a síntese proteica A glucagon (e as catecolaminas adrenalina e noradrenalina)
ativa a lipólise (LSH) no tecido adiposo. Os ácidos graxos
A insulina estimula entrada de aminoácidos nas células e
liberados são captados pelo fígado e sofrem B-oxidação
também a síntese de proteínas por meio da ativação de
produzindo acetil-coa, a qual é usada para a síntese de
fatores necessários para a tradução
corpos cetônicos
o glicerol fornecido durante a lipólise também vai pro fígado
Secretado pelas células alfa das ilhotas pancreáticas. contribuir para a produção de glicose

Glucagon + adrenalina + GH + cortisol → hormônios Metabolismo proteico


contrarreguladores que se opõe a muitas ações da insulina.
aumenta a captação de aminoácidos pelo fígado → aumento
Em especial, o glucagon age na manutenção dos níveis de de esqueletos carbonados → gliconeogênese
glicose sanguínea, pela ativação da glicogenólise e
gliconeogênese. assim os níveis plasmáticos de aminoácidos estão reduzidos

ESTILIMULO DA SECREÇÃO DE GLUCAGON

Secreção aumentada por

• Glicemia baixa
• Aminoácidos
• Adrenalina e noradrenalina (estresse, trauma ou exercício
intenso)
Secreção inibida por

• Aumento de glicose
• Aumento de insulina
EFEITOS METABÓLICOS DO GLUCAGON

Efeito sobre o metabolismo dos carboidratos


A administração intravenosa → aumento imediato da glicemia
→ aumento na degradação do glicogênio hepático (não do
Esther Santos – turma 77

Hormônios regulatórios
EFEITOS DO GH NO METABOLISMO
Afeta a captação e a oxidação de substratos energéticos no
tecido adiposo, músculo e fígado. Em resumo aumenta a
disponibilidade de ácidos graxos que serão oxidados para a
produção de energia.
GH economiza glicose e proteínas, assim, indiretamente, ele
diminui a oxidação de glicose e de aminoácidos

HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (GH)


Liberação de GH é modulada pelos níveis de

• Proteína → aminoácidos como arginina → estímulo de


GH
• Glicose → hipoglicemia → estímulo de GH
• Lipídeos → níveis elevados → enfraquece GH (exceto no
jejum) GH sobre o tecido adiposo
Aumenta a lipólise e diminui a lipogênese → maior liberação
de ácidos graxos e glicerol pro sangue → fígado → energia.
Também diminui a esterificação de AG reduzindo, assim, a
síntese de TAG na célula adiposa.

Efeito do GH sobre o músculo


GH estimula a lipólise → AG → sangue → inunda o músculo
→ usa como substrato energético (acetil-coa).
Obs: assim, indiretamente, ele suprime a captação de glicose
pelas células musculares, o que diminui a velocidade da
glicólise.
GH → aumenta o transporte de aminoácidos para o músculo
→ síntese proteica → aumenta a síntese de RNA e DNA

• Reforça balanço nitrogenado


O efeito positivo no balanço nitrogenado é reforçado pelo
GH porque ele poupa proteínas, uma vez que induz a lipólise
e, assim, disponibiliza ácidos graxos para o ME como fonte
alternativa de energia

Efeito do GH sobre o fígado


Quando insulina está baixa (jejum) → GH → aumenta a B-
oxidação → acetil-coa → aumenta a cetogênese
Lipólise → glicerol → fígado → substrato para a GNEO
Esther Santos – turma 77

Hormônios regulatórios
GH → inibe a glicólise, agindo em diversas etapas da via Estimula a liberação de corticotrofina CRH → estimula a
liberação de ACTH (células secretoras de hormônio
• Liberação de IGF adenocorticotrofico) da pituitária anterior → estimula a
O maior efeito dele é estimular a produção e liberação de IGF liberação de cortisol do córtex da adrenal → cortisol inibe
(somatomedinas) → IGF-1 (fator de crescimento tipo insulina - CRH e ACTH
1) → estimula a captação de timidina → crescimento e
proliferação celular → fosforilação da tirosina-quinase → inicia
o processo de replicação e crescimento celulares
EFEITOS FISIOLÓGICOS DA ADRENALINA E
NORADRENALINA
As catecolaminas são hormônios contrarregulatórios,
apresentando efeito metabólico sobre a mobilização de
substratos energéticos para a oxidação pelas células →
satisfaz o aumento da demanda energética
Ao mesmo tempo, suprimem a secreção de insulina,
assegurando que os substratos energéticos sejam utilizados
para produzir energia.

Efeitos do cortisol no metabolismo

• Estimula quebra de glicogênio (glicogenólise) no músculo


e no fígado
o Fígado tem a glicose-6-fosfatase e fornece glicose
na corrente sanguínea
o Musculo não tem glicose-6-fosfatase e usa o
glicogênio para gerar energia só pra ele
• Estimula a gliconeogênese no fígado
• Estimula a lipólise no tecido adiposo
• Reforça a secreção de glucagon
• Inibe a liberação de insulina
GLICOCORTICOIDES (CORTISOL) • Estimulam a lipólise no tecido adiposo
• Estimula a liberação de aminoácidos das proteínas
Situações de musculares
• No fígado, o cortisol estimula a gliconeogênese e a
• Emoções, dor, exercício, hipoglicemia, trauma etc
síntese de glicogênio (a degradação do glicogênio
hepático é estimulada pela adrenalina)
Esther Santos – turma 77

Estado alimentar
1. efeitos alostéricos
• Duração → 2 a 4 horas após refeição normal envolvem mais as reações limitantes da velocidade de uma
via. Por exemplo:
Esse período é considerado um período anabólico,
caracterizado pelo aumento na síntese de TAG e glicogênio • a glicólise no fígado é estimulada após refeição por um
(repor os estoques de combustíveis) + síntese proteica aumento da frutose-2,6-bifosfato, um ativador alostérico
Ocorre o aumento de: da fosfofrutocinase-1

• Glicose, aminoácidos e triacilgliceróis (quilomicra pelas


células da mucosa intestinal) da dieta
• + insulina – glucagon pelo pâncreas
A resposta metabólica é determinada por alterações no
metabolismo do:

• Fígado
• Tecido adiposo
• Músculo
• Encéfalo
• em contraste, a gliconeogênese é inibida pela frutose-
2,6-bifosfato que inibe alostericamente a frutose-1,6-
O fluxo de intermediário das rotas metabólicas é controlado bifosfatase
por 4 mecanismos, cada um deles irão operar em uma escala
diferente de tempo.
No estado alimentado, eles permitem que os substratos
disponíveis sejam capturados, formando glicogênio, TAG e
proteínas.

2. regulação das enzimas por modificação covalente


reguladas por adição ou remoção de grupos fosfato ligados
a resíduos específicos de serina, treonina e tirosina da
proteína.
No estado alimentado → a maioria das enzimas está na
forma desfosforilada e ativa
3 exceções que estão inativas quando desfosforiladas:

• glicogênio fosforilase cinase (degradação do glicogênio)


• glicogênio fosforilase (degradação do glicogênio)
• lipase sensível ao hormônio do tec. Adiposo
Esther Santos – turma 77

Estado alimentar
passa pelo sistema porta-hepático antes da circulação
sistêmica.
Estado alimentado → fígado banhado com

• Insulina do pâncreas
• Carboidratos, lipídeos e maioria dos aminoácidos
Os nutrientes serão metabolizados no fígado, armazenados
ou encaminhados para outros tecidos.
METABOLISMO DE CARBOIDRATOS
Depois de uma refeição com carboidratos → fígado consome
glicose (retendo 60g de cada 100g trazidos pelo sistema
porta).
O uso de glicose é aumentado por vários mecanismos, e não
sofre influencia da insulina porque contem GLUT2.

Aumento da fosforilação da glicose (1)


A glicocinase fosforila a glicose e a prende no hepatócito,
produzindo glicose-6-fosfato.
Ela não sofre inibição pelo seu produto, e possui uma
baixa afinidade pela glicose (alto Km), ou seja, começa a
metabolizar a glicose quando ela está em alta concentração.

• Estado de jejum
Os níveis hepáticos de glicose estão baixos, logo a
glicocinase vai estar inativa devido a sua baixa afinidade pela
3. indução e repressão da síntese de enzimas glicose
leva a uma alteração na população total de sítios ativos. As
Aumento na síntese de glicogênio (2)
enzimas que sofrem isso são aquelas necessárias em um
único estagio do desenvolvimento ou em condições A glicose-6-fosfato é convertida em glicogênio pela
fisiológicas especiais. glicogênio sintase
• Estado alimentado → insulina → aumento na síntese de • Ativada por desfosforilação
enzimas chaves → acetil-coa-carboxilase (ACC) e • Ativada pelo seu efetor alostérico glicose-6-fosfato
HMG-CoA-redutase
Aumento da via das pentoses-fosfato (3)
Muita glicose-6-P (via glicolítica) + muito NADPH na
Está em uma posição especial para processar e distribuir os lipogênese hepática → estimula via das pentoses
nutrientes da dieta pois a drenagem venosa e pancreática
Esther Santos – turma 77

Estado alimentar
Essa rote é responsável por 5 a 10% da glicose metabolizada
no fígado
METABOLISMO DE LIPÍDEOS
Aumento da glicólise (4)
O fígado faz glicólise apenas no período absortivo com uma
refeição rica em carbo. Ocorre a conversão de glicose em
acetil-coa estimulada pela alta de insulina e baixa de
glucagon → aumenta a atividade e a quantidade de enzimas
da via glicolítica como a piruvato-cinase (PEP → Piruvato)

Aumento na síntese de ácidos graxos (5)


Ocorre no período absortivo, quando o aporte energético da
dieta excede os gastos energéticos do corpo.
Favorecida por substratos sendo formados

• Acetil-coa (glicólise)
• NADPH (via das pentoses e oxidação do malato)
Também acontece a ativação da acetil-coa-carboxilase
ACC que catalisa a formação de malonil-coa por acetil-coa
(lembrando que malonil-coa inibe a oxidação dos AG)
A ACC é ativada por
Além disso a PHD (piruvato-desidrogenase) que converte
piruvato → acetil coa está ativa (sem o P) porque o • Desfosforilação (insulina estimula fosfatase)
piruvato inibe a PDH-cinase • Citrato → ativador alostérico

A acetil-coa é usada para a síntese de ácidos graxos ou


para fornecer energia pelo TCA Aumento da síntese de TAG (6)
Decréscimo da gliconeogênese e glicogenólise Para sintetizar TAG, precisa de ácido graxo + glicerol. Depois
de produzidos, o fígado os empacota em VLDL
Isto porque a piruvato-carboxilase que catalisa o primeiro
passo da gliconeogênese está inativa por baixo Acetil-coa • Origem do acil-coa graxo
(efetor alostérico dela), pois ele está sendo usado na síntese
de ácidos graxos Disponível tanto pela síntese de novo a partir de acetil-coa

Elevada razão insulina/glucagon → inativa enzimas Hidrólise dos TAG dos remanescentes de quilomicra
exclusivas da gliconeogênese, como a frutose-1,6- removidos da circulação pelos hepatócitos
bifosfatase
Esther Santos – turma 77

Estado alimentar
• Origem do glicerol-3-fosfato METABOLISMO DE CARBOIDRATOS

Fornecido pela via glicolítica Aumento do transporte de glicose (1)


METABOLISMO DE AMINOÁCIDOS GLUT4 é sensível à insulina e transporta a glicose para
dentro do adipócito.

Aumento da glicólise (2)


Aumento de glicose intracelular → aumento da via glicolítica
No tecido adiposo, a glicose serve à função sintética,
fornecendo o glicerol-fosfato para a síntese de TAG

Aumento da via das pentoses-fosfato (3)


Aumento na degradação de aminoácidos (7) Também pode metabolizar a glicose pela via das pentoses,
Os aminoácidos excedentes da dieta não são armazenados, produzindo NADPH que é essencial para a síntese de
mas sim liberados no sangue para a lipídeos.

• Síntese proteica de outros tecidos METABOLISMO DE LIPÍDEOS


• Desaminação → esqueletos de carbono → degradados Aumento da síntese de AG (4)
no fígado → a piruvato + acetil coa + intermediários do
TCA Nos humanos a síntese de AG a partir de acetil-coa
(lipogênese) ocorre mais no fígado e menos no tecido
Esses metabólitos podem ser oxidados para a obtenção de adiposo, exceto quando é realimentado após o período de
energia ou utilizados na síntese de ácidos graxos (acetil-coa) jejum.
Obs: o fígado não consegue degradar os aminoácidos de A maioria dos AG adicionados aos estoques nos adipócitos é
cadeia ramificada (BCAA) que são a leucina, valina e fornecida pela gordura da dieta (quilomicra) ou, em menor
isoleucina, pois eles são metabolizados no tecido muscular quantidade pela VLDL do fígado
Aumento da síntese proteica (8) Aumento da síntese de TAG (5 e 6)
O corpo não pode armazenar proteína da mesma maneira Dieta → lipase lipoproteica (ancorada à parede dos
que estoca gordura e glicogênio. capilares do tec. Adiposo e muscular) → hidrólise dos TAG do
Porém, um aumento transitório de síntese de proteínas quilomicra e das VLDL → fornece ácido graxo
hepáticas acontece no período absortivo para repor aquelas Uma vez que os adipócitos não possuem glicerol-cinase
que tenham sido degradadas durante o jejum anterior. (transforma glicerol em glicerol-P), o glicerol-3-P vem usado
na síntese de TAG vem do metabolismo da glicose.
Ácido graxo (dieta e fígado) + glicerol (via glicolítica) = TAG
No estado alimentado, níveis elevados de glicose e insulina
favorecem o armazenamento de TAG, com todos os carbonos
sendo fornecidos pela glicose.

Decréscimo da degradação de TAG


Insulina → inativa (desfosforila) a LSH (enzima da
exceção)→ no estado alimentar, a degradação do TAG é
inibida
Esther Santos – turma 77

Estado alimentar
A glicose é fosforilada pela hexocinase produzindo glicerol-6-
P → via glicolítica, TCA, cadeia → combustíveis para o
músculo em repouso

Aumento na síntese de glicogênio (2)


Aumento da razão insulina/glucagon + glicose-6-P →
favorece a síntese de glicogênio para ser armazenado,
especialmente quando as reservas esgotaram pós exercício
METABOLISMO DE LIPIDEOS
AG do quilomicra + VLDL → por estimulo da insuila → que
ativa a LPL.

TECIDO MUSCULAR CARDÍACO No entanto, os ácidos graxos são combustíveis secundários


para o musculo np estado alimentado, situação em que a
Difere do esquelético em 3 aspectos glicose é a principal fonte de energia
1) O coração é sempre ativo, e os ME contraem conforme METABOLISMO DE AMINOÁCIDOS
demanda
2) Coração: metabolismo 100% aeróbico Aumento na síntese proteica (3 e 4)
3) Contem depósitos insignificantes de glicogênio ou
Refeição rica em proteínas → captação de aminoácidos para
lipídeos → qualquer interrupção de fornecimento
a síntese proteica → reposição das proteínas degradadas
sanguíneo (infarto) → morte das células
desde a refeição anterior
Utiliza glicose, AG e corpos cetônicos como combustível
Aumento na captação de AA ramificados (3)
O tecido muscular é o principal para a degradação de
Singular pela sua capacidade de responder a mudanças aminoácidos ramificados, pois contem a transaminase
substanciais na demanda de ATP que acompanham a necessária para tal.
contração muscular.
Leucina, valina e isoleucina → escapam da metabolização
Apesar do potencial dele para períodos transitórios de glicose hapática → músculo → metabolização → usados para a
anaeróbica, é um tecido oxidativo síntese proteica e como substratos energéticos

Vital para o funcionamento de todo o corpo e é dada atenção


para suas necessidades energéticas.
Para fornecer energia, os substratos devem ser capazes de
atravessar as cels endoteliais (barreira hematoencefálica).

• Estado alimentar
Normalmente, a glicose serve como principal combustível

• Hipoglicemia
Se a concentração de glicose cai abaixo de 40mg/100mL a
função cerebral é prejudicada, podendo ocorrer um dano
METABOLISMO DE CARBOIDRATOS cerebral grave e irreversível

Aumento no transporte de glicose (1) • Jejum

Células musculares possuem GLUT4 dependente de Corpos cetônicos exercem um papel importante como
insulina para a captação da glicose, que acontece durante o combustível de energia, reduzindo a dependência do encéfalo
estado alimentar. por glicose
Esther Santos – turma 77

Estado alimentar

METABOLISMO DE CARBOIDRATOS (1)


No estado alimentado, ele usa exclusivamente glicose como
combustível.
Contém quase nada de glicogênio, então depende
completamente da disponibilidade de glicose no sangue (por
isso a importância da gliconeogênese pelo fígado)
METABOLISMO DE LIPÍDEOS
O encéfalo não armazena quase nada de TAG e os AG
presentes no sangue contribuem muito pouco para a
produção de energia, pois aqueles ligado à albumina não
atravessam com eficiência a barreira hematoencefálica
Esther Santos – turma 77

Estado alimentar
Esther Santos – turma 77

ESTADO DE JEJUM
1) Disponibilidade de substratos
2) Ativação e inibição alostérica de enzimas
Inicia quando não há alimento, é um período catabólico
3) Modificação covalente de enzimas
caracterizado por degradação dos estoques de glicogênio, TAG
4) Indução e repressão da síntese de enzimas
e proteínas
As mudanças metabólicas no jejum geralmente são opostas
• Incapacidade de obter alimento àquelas do estado alimentar.
• Desejo de perder peso rapidamente
• Situação clinica que o indivíduo não pode comer → • No jejum
trauma, cirurgia, tumores ou queimaduras
Enzimas fosforiladas → inativas
Na ausência de alimentos, ocorrem algumas alterações
• Estado alimentar
• Menos níveis plasmáticos de glicose
Enzimas desfosforiladas → ativas
• Menos AA e TAG
• Redução de insulina • Exceções que são inativas na forma sem P
• Aumento de glucagon o Glicogênio-fosforilase (degradação de glicogênio)
o Glicogênio-fosforilase-cinase (degradação de
Por ser um período de privação de nutrientes, coloca em glicogênio)
movimento uma intensa troca de substratos entre o fígado, o LSH do tecido adiposo
tecido adiposo, músculo e encéfalo, orientada por 2
prioridades: No jejum os substratos não vêm da dieta, mas sim da
degradação nos tecidos
1) Necessidade de manter a glicemia para suprir o
encéfalo, eritrócitos e outros tecidos dependentes • Lipólise dos TAG do tecido adiposo → ácidos graxos +
2) Necessidade de mobilizar ácidos graxos do tecido glicerol
adiposo, bem como liberar corpos cetônicos do fígado, • Proteólise do músculo → aminoácidos
para suprir energeticamente todos os tecidos

O papel principal → manter a glicose sanguínea pela síntese


e distribuição de moléculas para tecidos extra hepáticos
METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS
No jejum, inicialmente o fígado usa degradação do glicogênio
(glicogenólise) e depois a gliconeogênese para sustentar o
encéfalo fornecendo glicose, além de outros tecidos,
Obs: a presença de glicose-6-fosfatase no fígado (no reticulo
endoplasmático liso) permite a liberação de glicose livre, tanto
da glicogenólise quanto da gliconeogênese. No musculo não
tem essa enzima porque ele quer a glicose pra ele →
glicólise → ATP para a contração
A maior quantidade de estoque é na forma de gordura (TAG).
Embora a proteína seja listada como fonte de energia, cada
uma possui a sua função (componente estrutural, enzimática
etc).
Dessa forma, apenas 1/3 da proteína corporal pode ser usada
para a produção energética, sem comprometer fatalmente as
funções vitais.

São as mesmas do estado alimentado, sendo controlado por 4


mecanismos:
Esther Santos – turma 77

ESTADO DE JEJUM
Aumento da degradação de glicogênio (1) A GNEO é favorecida pela ativação de frutose-1,6-
bifosfatase (devido à queda do seu inibidor, a frutose-2,6-
A glicemia cai no jejum, causando o aumento da secreção de bifosfato)
glucagon e decréscimo na de insulina.
Menor relação insulina/glucagon → ativação (fosforilação) da
glicogênio-fosforilase → rápida mobilização dos estoques de
glicogênio hepático (glicogenólise)

Favorecida também pela indução de fosfoenol-piruvato (PEP)-


carboxicinase por meio do glucagon.

Observe que o fígado é quase exaurido de glicogênio depois


das 10 a 18 horas de jejum. Portanto, a glicogenólise hepática
é uma resposta transitória ao inicio do jejum

Observação
Embora o acetil-coa não possa ser usado como substrato para
a gliconeogênese, aquela produzida na B-oxidação do fígado
serve como ativador alostérico da piruvato-carboxilase (e
inibidor alostérico da piruvato-desidrogenase) e assim
Aumento da gliconeogênese (2) encaminha o piruvato para a gliconeogênese e o acetil-coa vai
Inicio → 4 a 6 horas depois da última refeição apara a síntese de corpos cetônicos

Plenamente ativa → quando os estoques hepáticos de METABOLISMO DE LIPÍDEOS


glicogênio são esgotados (glicogenólise)
Os esqueletos de carbono para a GNEO são derivados
principalmente de

• Aminoácidos glicogênicos
• Lactato (do músculo)
• Glicerol (hidrólise de TAG no tecido adiposo)
Esther Santos – turma 77

ESTADO DE JEJUM
Aumento da B-oxidação de ácidos graxos (3) • Importância

Hidrólise de TAG do tecido adiposo → fornece ácidos graxos + Importante porque os corpos cetônicos vão para outros tecidos,
glicerol sofrem cetólise, liberando acetil-coa que entra no TCA e
fornece energia, principalmente para o encéfalo, desde que
Ácidos graxos → fígado → B-oxidação → acetil-coa → maior sua concentração no sangue seja suficiente.
fonte energética para o fígado no estado de jejum
Reduz a necessidade de GNEO a partir dos esqueletos
além disso, a queda de Malonil-coa, devido a fosforilação carbonados de aminoácidos, tornando mais lenta a perda de
(inativação) da ACC pela proteína-cinase ativada por AMP proteínas essenciais (importantes para as funções vitais)
(AMPK) → rompe a inibição que o malonil-coa causava na
CPT-1 → permite a B-oxidação
obs: a oxidação de ácidos graxos fornece NADH e ATP
exigidos pela gliconeogênese hepática

METABOLISMO DE CARBOIDRATOS
Adipócitos possuem GLUT4 dependente de insulina para
Aumento na síntese de corpos cetônicos (4) poderem captar glicose. No jejum há glucagon e não insulina
→ menos glicose → menos síntese de ácidos graxos e TAG
Só o fígado consegue sintetizar os corpos cetônicos (mas não
consegue usar eles como combustível pois não possui a METABOLISMO DOS LIPÍDEOS
tioforase) → predominantemente o 3-hidroxibutirato
Aumento na degradação de TAG (1)
A ativação da lipase sensível ao hormônio (LSH) + hidrólise
dos estoques de TAG → aumentadas pelos níveis elevados
das catecolaminas
Terminais nervosos simpáticos → liberam adrenalina e
noradrenalina → ativa LSH e glucagon também ativa

• Primeiros dias de jejum


A cetogênese é favorecida quando a quantidade de acetil-coa
produzida elo metabolismo dos AG excede a capacidade
oxidativa do ciclo do ácido cítrico.
Obs: a cetogênese libera CoA que assegura a B-oxidação de
ácidos graxos
Esther Santos – turma 77

ESTADO DE JEJUM
Aumento na liberação de ácidos graxos (2) METABOLISMO DE LIPÍDEOS (1 e 2)

Hidrólise da gordura pela LSH → ácidos graxos + glicerol • Durante as 2 primeiras semanas de jejum

Ácidos graxos → + albumina → transportados para os tecidos Músculos usam AGL do tecido adiposo + corpos cetônicos →
→ combustível energético energia

Glicerol → usado como precursor da GNEO no fígado • Cerca de 3 semanas de jejum

Obs: os AG são também oxidados a acetil-coa, que pode entrar Encéfalo começa usar mais corpos cetônicos → ME reduz
no TCA e produzir energia para o adipócito. Eles também consumo de corpos cetônicos e oxidam quase que
podem ser reesterificados junto ao glicerol-3-P proveniente da exclusivamente os AGL
gliceroneogênese gerando TAG novamente
METABOLISMO DE PROTEÍNAS (3)
Decréscimo na captação de ácidos graxos • Primeiros dias de jejum
Jejum → não tem insulina que ativa a LPL → TAG e Há uma rápida quebra de proteína muscular (proteólise) →
lipoproteínas circulantes não estão disponíveis para o tecido aminoácidos (alanina e glutamina principais, produzidos pelo
adiposo → diminui captação de ácidos graxos catabolismo de AA de cadeia ramificada) → fígado → GNEO
A proteólise é desencadeada pela redução de insulina e
• ME no repouso durante estado alimentar mantida pelo aumento de glicocorticoides (principalmente o
cortisol), pois o músculo não possui receptor de glucagon
Usa a glicose como combustível
• Várias semanas de jejum
• ME durante exercício normal
a proteólise muscular decresce, porque há um declínio de
Usa o glicogênio estocado como fonte de energia necessidade de glicose pelo encéfalo, que começa a usar
corpos cetônicos como fonte de energia para prevenir a
• ME durante o exercício intenso
proteólise de aminoácidos essenciais
A glicose-6-fosfato derivada do glicogênio (reservas) → lactato
pela glicólise anaeróbica

• ME em repouso no jejum
A mexida que a reserva de glicogênio de esgota, os AGL
(fornecidos pela mobilização de TAG do tecido adiposo) →
principal fonte de energia
METABOLISMO DE CARBOIDRATOS
As células musculares dependem de GLUT4 que depende de
insulina para a glicose entrar, assim, durante o jejum tem pouca
insulina → metabolismo da glicose reduzido

• Primeiros dias
O SNC continua a usar exclusivamente glicose como fonte
energética. A glicemia no momento está sendo mantida pela
GNEO hepática, a partir de precursores como aminoácidos
(proteólise muscular) e glicerol (lipólise)

• Jejum prolongado (mais de 2 ou 3 semanas)


Esther Santos – turma 77

ESTADO DE JEJUM
Os corpos cetônicos atingem níveis elevados plasmáticos e
juntamente com a glicose → energia
Eles poupam a glicose e, assim, proteína muscular.
As mudanças metabólicas ocorridas no jejum asseguram que
todos os tecidos tenham suprimento adequado de moléculas
combustíveis.

Os rins expressam as enzimas da GNEO → glicose-6-


fosfatase e em fases avançadas do jejum, podem ser
responsáveis por cerca de 50% da GNEO (a outra metade da
glicose produzida é usada por eles)

• Compensam a acidose com o aumento de corpos


cetônicos
ME metaboliza AA de cadeia ramificada → glutamina → rins
→ enzimas renais glutaminase e glutamato-desidrogenase
Glutamina → alfa-cetoglutarato (substrato para a GNEO) +
amônia (NH3)
A amônia captura H+ dissociados de CC → NH4+ → urina →
diminuindo a acidez corporal

• Função dele no jejum a longo prazo


portanto, no jejum a longo prazo, ocorre troca no tipo de
descarte do nitrogênio → em vez de ureia, vai ser descartado
como NH4+ (amônio)

• Enterócitos
Quando a concentração de corpos cetônicos aumenta, os
enterócitos, que comumente consomem glutamina, passam a
consumir corpos cetonicos. Isso disponibiliza mais glutamina
para os rins
Esther Santos – turma 77

ESTADO DE JEJUM
Nutrição
Representa a energia necessária para manter as funções
normais do organismo → respiração, fluxo sanguíneo,
O aporte de energia estimado é a ingestão média de
transporte iônico e manutenção da integridade celular.
nutrientes energéticos prevista para manter o balanço
energético (calorias consumidas = energia gasta) em um adulto Em um adulto
sadio.
• TMR cerca de 1800 kcal homens (70 kg)
Difere para • TMR cerca de 1300 kcal mulheres (50 kg)
• Gênero Efeito térmico do alimento
• Idade
• Altura Durante a digestão e absorção de alimentos, a produção de
• Peso calor pelo corpo aumenta em até 30% acima do nível de
• Nível de atividade física repouso.
• Metabolismo Atividade física
A atividade muscular fornece a maior variação no gasto
energético. A energia consumida vai depender da duração e
da intensidade do exercício.

• Pessoa sedentária requer 30 a 50% acima das


necessidades calóricas no repouso para o balanço
energético
• Individuo muito ativo pode necessitar de 100% ou mais
calorias acima da TMB

O balanço nitrogenado ocorre quando a quantidade de


nitrogênio consumido é equivalente à de nitrogênio
excretado na urina, suor ou fezes. A maioria dos adultos sadio
está normalmente em balanço nitrogenado

Balanço nitrogenado positivo (+)


Quando a ingestão de nitrogênio excede sua excreção.

• Crescimento tecidual → infância, gestação ou


recuperação de uma doença debilitante

Balanço nitrogenado negativo (-)


Ocorre quando a perda de nitrogênio é maior do que a
A energia gerada pelo metabolismo dos macronutrientes é
ingestão.
utilizada para 3 processos
• Dieta proteica inadequada
• Taxa metabólica basal (ou de repouso)
• Falta de aminoácidos essenciais
• Efeito térmico do alimento
• Durante estresse fisiológico → trauma, queimadura,
• Atividade física
doença ou cirurgia
Taxa metabólica basal
É a energia gasta por um individuo em repouso no estado pós
absortivo.
Referências
Tratado de Fisiologia Médica - Guyton 11ª edição
Bioquímica Ilustrada – Harvey 5ª edição
Bioquímica Médica de Marks: uma abordagem clínica – 2ª edição

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