I - Como os Estados Nacionais e as organizações Internacionais, sem
abdicar do Estado Democrático de Direito e das liberdades e garantias
individuais, pode combater o terrorismo? O terrorismo tem sido utilizado como arma por aqueles que não possuem poder militar como uma forma extrema de pressão política, muitas vezes com sucesso. O processo de globalização permitiu a transformação do caráter, dimensão, capacidade letal e as formas de perceber o terrorismo. Os estados e as organizações internacionais identificam como uma "nova ameaça" à segurança pois as formas clássicas baseadas nas ações unilaterais e soberanas dos Estados, já não são mais suficientes para se contraporem a essa prática conflituosa, necessita-se portanto do envolvimento coletivo da sociedade internacional. No esforço para combater o terrorismo, os Estados devem atuar tanto por meio do incentivo a adoção de medidas coletivas no âmbito dos organismos internacionais como por meio de acordos bilaterais para troca de informações, treinamento e cooperação, incluindo inteligência, planejamento antiterrorismo e proteção contra armas de destruição em massa, contraterrorismo, tecnologia de gestão das conseqüências do terrorismo, pesquisa e desenvolvimento. O combate ao terrorismo é conduzido por meio do antiterrorismo, medidas de caráter eminentemente defensivo que objetivam a redução das vulnerabilidades aos atentados terroristas, e o contraterrorismo, medidas de caráter eminentemente ofensivo, tendo como alvo as diversas organizações terroristas em presença, a fim de prevenir, dissuadir, ou retaliar atos terroristas. Nesse contexto, os Estados nacionais, organizações e instituições internacionais devem inserir na agenda das Nações Unidas, convenções relacionadas com o terrorismo internacional. Discutindo, aprovando e colocando em prática uma série de instrumentos para prevenir, conter e combater o terrorismo. Monitorando a implementação de resoluções, estimulando o esforço global e aumentando a capacidade dos Estados no combate ao terrorismo. Reforçar o papel do sistema da ONU nessa questão e proporcionar medidas para assegurar o respeito aos direitos humanos e o estado democrático de direito como base fundamental para a luta contra o terrorismo.
Referência :
AGUILAR, Sérgio Luiz Cruz. Questões de segurança no Mercosul pós-atentados nos
EUA. A Defesa Nacional, v.794. Rio de Janeiro: Bibliex, 2002, p.85 - 97.
______. Questões do terrorismo internacional. Revista do Exército Brasileiro,
v.141. Rio de Janeiro: Bibliex, 2004, p.36 - 46.
______. O Terrorismo e as Relações Internacionais In: SALA, José Blanes.
GASPAROTO, Ana Lucia (Org.). Relações Internacionais: polaridades e novos/velhos temas emergentes. Marilia: Unesp Oficina Universitária, 2010, p. 93- 110. II - Qual o papel do Direito Internacional Público e da Diplomacia Internacional na luta contra o Terrorismo?
Alain Pellet, ex-presidente da Comissão de Direito Internacional das Nações Unidas
trouxe valiosa contribuição ao livro organizado pelo Professor Caldeira Brant, no título I da obra, “O Papel das Nações Unidas na Luta contra o Terrorismo Internacional”, denominando seu artigo “Terrorismo e Guerra. O que fazer das Nações Unidas?”, em que diz o seguinte: ... deve-se admitir que o direito internacional em vigor não está adaptado à nova dimensão e às novas formas utilizadas pelo terrorismo internacional. Os juristas são como as forças armadas – sempre atrasados frente a uma guerra. A Carta das Nações Unidas foi concebida em função da Segunda Guerra Mundial, da mesma forma que o Pacto do Atlântico Norte seguiu-se logo ao inicio da Guerra Fria. Mesmo em situações de crise como esta, algo de bom pode surgir. Os grandes avanços do direito internacional sempre foram fruto de grandes crises. Enquanto o direito em geral funciona de maneira prospectiva, estabelecendo normas para situações futuras que deverão obedecer ao regulamento pré-estabelecido, o direito internacional público resulta de tratamento retrospectivo dos grandes problemas ocorridos nas relações internacionais e, via de regra suas fórmulas não mais se adequam para as situações que se irão desenrolar no futuro. Portanto, é imprescindível que o direito Internacional público e a diplomacia internacional promovam esforços em relação as legislações internas, que devem ser freqüentemente editadas para reduzir a “Ambigüidade da Noção de Terrorismo” ; atuar tanto por meio do incentivo a adoção de medidas coletivas no âmbito dos organismos internacionais como por meio de acordos bilaterais para troca de informações, treinamento e cooperação, incluindo inteligência, planejamento antiterrorismo e proteção contra armas de destruição em massa, contraterrorismo, tecnologia de gestão das conseqüências do terrorismo, pesquisa e desenvolvimento. Para que seja possível facilitar a luta contra os fenômenos terroristas já ocorridos e garantir a proteção da humanidade da guerra, do terrorismo, das catástrofes.
III – quais os organismos internacionais tem por finalidade o combate ao
terrorismo ?
- ONU (Organização das nações unidas) – Através do comitê contra-terrorismo que é
regido pelas resoluções 1373, de 2001, e 1624, de 2005, que tem como intuito reforçar a capacidade dos Estados-Membros das Nações Unidas para prevenir atos terroristas, tanto dentro de seu território como fora de suas fronteiras. Assim, estabelecendo novas resoluções e documentos oficiais que versam exclusivamente sobre esta temática. - OEA (Organização dos Estados Americanos): fundada em 1948, conta com a participação de 35 nações do continente americano. A OEA e seus estados membros têm, por conseguinte, desenvolver políticas abrangentes para colaborar estreitamente a fim de combater a ameaça do terrorismo no Hemisfério. A Convenção Interamericana contra o Terrorismo, visa prevenir o financiamento de atividades terroristas, reforçar o controle nas fronteiras e aumentar a cooperação entre as autoridades policiais em diferentes países. Além disso, o Comitê Interamericano contra o Terrorismo desempenha um papel importante na realização de esforços neste seguimento, e é considerado um modelo para outras organizações regionais envolvidas no combate ao terrorismo.
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