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Prece

É como se fosse deixar falar a alma.


É quando deixamos de lado o que somos ou o que nos tornamos, seja nessa
experiência carnal, no tocante à personalidade ou quando ainda mais profundamente
buscamos manifestar o que por algumas décadas esquecemos, e em nossa
individualidade pedimos às forças superiores o auxílio que necessitamos para levarmos
adiante as nossas tarefas físicas ou espirituais.
A prece é, pois, uma ferramenta única que tem a marca de nossa personalidade, nas
palavras que proferimos quando em oração e é importante lembrar que neste
momento ficamos energizados, ou seja, relativamente mediunizados, pois tais palavras
carregam a nossa digital espiritual e vibram na atmosfera, carregando um pouco da
emanação que trazemos conosco.
Assim juntamos forças, que às vezes deixamos se espalhar, e conseguimos o
reequilíbrio para vencer as provas e cumprir os compromissos que nos foram
confiados.
O resultado da prece, na doutrina do amanhecer, é suprir as necessidades que temos,
no que se refere aos mecanismos espirituais nos quais estamos inseridos desde a
nossa iniciação e emplacamento.
As preces são compostas normalmente de palavras selecionadas e de conteúdo
específico, como por exemplo as preces de Simiromba, de Sabá, do Doutrinador, Prece
Luz; entre outras perfeitamente detalhadas no livro de hinos e mantras do amanhecer.
Numa linguagem mais informal, podemos concluir então que, cada prece tem o seu
preço, ou seja, um valor atribuído à necessidade.
A partir deste raciocínio, podemos reconhecer que executar uma prece não é o mesmo
que simplesmente “conversar” com Deus.
Ao proferir uma prece, o jaguar ou a ninfa, sejam eles já ingressados no mestrado ou
em processo de desenvolvimento, vibram calculadamente em direção às esferas
espirituais que compõem a atmosfera psíquica envolvida entre a áurea e o plexo,
direta ou indiretamente.
Por isso mesmo, a resposta da prece não é imediata, apesar de ser um benefício que
sem dúvida recebemos, traduzido a médio ou longo prazo, seja no campo material ou
espiritual.
A demora é diretamente proporcional à carga energética ou a energia vital que
carregamos em nosso organismo.
Quanto maior for o grau iniciático ou classificação daquele que profere a prece, maior
é também a responsabilidade ao acumular uma quantidade razoável de energia com
tanto desprendimento em sua psicosfera mental.
É por esse motivo que nossos mentores nos chamam a atenção para o trabalho
constante na lei do auxílio, pois, quanto maior for o nosso engajamento em benefício
do próximo, proporcionalmente é o merecimento.
Diante do que falamos sobre as cargas energéticas positivas, vale lembrar que é no
trabalho dentro do templo que conquistamos as concentrações de energia, como se
fossem pacotinhos de luz, que retiramos da atmosfera espiritual condensada no
interior dos castelos, no setor evangélico e demais dependências do templo.
Essa atmosfera luminosa, porém invisível aos nossos olhos, é formada a partir das
emanações provocadas pelas emissões dos mestres comandantes e pelos mantras
durante a abertura dos trabalhos.
Temos presenciado infelizmente, irmãos sol e lua, desmerecendo o valor dos
momentos iniciais durante a abertura do trabalho oficial, bem como também não
acompanham os mestres, mesmo que silenciosamente em suas emissões, buscando
captar para si parte de tudo que é organizado no espaço durante as manifestações
individuais de cada mestre ou ninfa de acordo com sua mediunidade.

Assim, voltando às especificações da prece, não devemos cobrar dos mentores que
sejam solícitos se não os solicitamos de forma precisa, sem o mínimo de postura e
conduta.
Não foi sem razão que o mestre Jesus recomendou aos discípulos que onde estivessem
seus tesouros estariam também seus corações. O mestre insistia veementemente que
cada um olhasse para dentro de si e observasse sua bagagem espiritual.
O cargueiro espiritual é o coração, onde depositamos todas as nossas conquistas, mas
pouco reparamos com cuidado em seu interior; preferindo sempre cobrar as riquezas
conquistadas com o trabalho, premeditando o tesouro.
Ainda mais além, nos incita o Cristo a impulsionar-nos dizendo: “batei e abrir-se vos á,
buscais e achareis”, demonstrando o quanto o Pai tem providenciado tudo à todos que
devidamente podem cobrar seus dividendos espirituais pelo trabalho auferido.
Não devemos abrir mão de nossos momentos de reflexão e recolhimento, buscando
em prece, ouvir as instruções espirituais e, assim como o próprio Cristo, buscar sempre
a divindade com o mesmo direito de um filho pedindo conselhos ao pai e como o
servidor que consulta seu mestre para melhor dominar a execução da tarefa.
A prece é a ambição valorosa do trabalhador que agradece a oportunidade de contar
com os braços físicos e espirituais sempre fortificados, como também é o pedido da
mínima expressão de humildade daquele que se encontra fraco diante do fardo
aparentemente impossível de suportar.
O auxílio não vem no tempo que esperamos, ele tarda. E mesmo que não nos favoreça
naquilo que pretendíamos, falhar ele não falha.

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