Você está na página 1de 14

Projeto Baile de Carnaval – Programa Social Fazenda Bethânia

Espero que estejam bem!

Conforme conversamos sobre as práticas pedagógicas humanizadas nas datas


comemorativas, desenvolvemos uma proposta para um miniprojeto de baile de
carnaval.

O que mais nos incomoda é a questão: o que significa comemorar esta festa
dentro de um ambiente educativo e por ora inspirado por uma Pedagogia mais
humanizada?

No entanto, é a nossa postura científica diante das práticas educativas que


pode diluir hábitos e costumes muitas vezes mal direcionados nas escolas.

A comemoração do carnaval permite, por exemplo, a utilização de danças e


movimentos como ferramentas de ensino.

Ou seja, o carnaval se baseia em um movimento natural, assim como a


maioria das demais datas comemorativas, principalmente no Brasil, não só por
se tratar de um povo alegre, mas por isso ser parte do fluxo natural do tempo.

Basta uma decoração simples, com fitas coloridas, por exemplo. Pedir às
crianças que tragam suas fantasias e anunciar que haverá uma festa especial.

Com certeza vocês terão a presença de super-heróis, fadas, princesas, piratas,


palhaços, bailarinas ou de quem simplesmente escolheu confeccionar sua
máscara, somente.

Ainda temos muito que aprender sobre essa data comemorativa que encerra o
Verão, com um momento a mais de alegria com nossas crianças.
Síntese

Com ideia de valorizar a cultura popular, na semana que antecede o carnaval,


podem ser apresentados às crianças diferentes de ritmos musicais,
marchinhas, frevo, samba enredo, axé, instrumentos, roupas.

Pode-se partilhar no entendimento das crianças, que o carnaval é uma festa


alegre e com muitas cores.

Para encerrar a semana, é possível um divertido baile de carnaval ao som de


marchinhas.

As famílias podem colaborar com criatividade para as fantasias.

Como é um feriado prolongado, o ideal é realizar a programação na semana


que antecede o carnaval.

1 - Justificativa

Ainda que de forma simples, é possível trabalhar alguns símbolos do


carnaval nas oficinas do Programa.

Para participantes com idades entre 9 e 12 anos, é possível reconhecer


celebração do carnaval como uma das festas mais características da cultura
brasileira.

Os participantes mais velhos já conhecem os tradicionais bloquinhos, o


samba, o desfile das escolas, músicas, cores e alegria dessa época do ano e
sabem que eles retratam uma parcela muito importante do nosso cenário
cultural.

Tendo em vista o conteúdo escolar mais avançado nesta idade, é possível nas
oficinas de Artes Cênicas, Vivências e Inclusão Digital, abordar curiosidades
como apesar de o Brasil ser conhecido como o país do carnaval, a festa não foi
criada aqui e nem é uma criação contemporânea.

2 - Objetivos Gerais

Estimular a imaginação da criança, de modo que ela consiga fazer a conexão


entre as mais diversas linguagens com a festa do carnaval.
3 - Objetivos Específicos

 Aprimorar a coordenação motora ao criar desenhos e fazer as pinturas;


 Desenvolver a linguagem oral;
 Incentivar a imaginação ao contar as histórias;
 Propiciar a socialização e a interação com os colegas;
 Estabelecer o contato com as músicas do carnaval;
 Organizar uma roda de conversa e explicar o que é o carnaval;
 Estimular a imaginação delas e pedir para que façam desenhos a partir
do que foi relatado;
 Reconhecer o carnaval brasileiro como a maior festa do mundo;
 Conhecer a história do carnaval no Brasil e suas características;
 Coletar dados sobre o carnaval no Brasil;
 Conscientizar as crianças no sentido de que é preciso não confundir
diversão com confusão;
 Desenvolver o gosto pela leitura;
 Trabalhar o raciocínio e a memória;
 Desenvolver a linguagem oral e escrita;
 Desenvolver o gosto por poemas e músicas;
 Desenvolver a percepção e a coordenação motora;
 Estimular o ritmo;
 Despertar e educar a atenção e a observação;
 Proporcionar liberdade de auto-expressão;
 Possibilitar habilidades com as mãos;
 Formar grupos em rodas com as marchinhas de carnaval, permitindo a
socialização entre os pequenos;
 Explorar a linguagem corporal por meio da dança;
 Apresentar vídeos e fotografias dos ensaios e blocos, mostrar as cores,
os números e treinar sílabas e palavras com as crianças;
 Estimular a linguagem oral, criar grupos e deixar que eles criem
histórias de carnaval e cantem as músicas;
 Realizar oficina de pinturas e fantasias;
 Criar uma exposição com as atividades desenvolvidas pelos pequenos;
 Ensaiar uma coreografia de carnaval para apresentação;
 Promover bailinho de carnaval.
4 - Atividades possíveis

Em uma pedagogia humanizada, como acontece aqui na fazenda, as atividades


manuais são partes fundamentais da educação social. O trabalho de organizar
as atividades junto aos próprios participantes, e de maneira correta, faz com
que as necessidades da vida e os impulsos provenientes da vontade do próprio
organismo sejam prazerosos, transformando-se num trabalho pedagógico
imensamente significativo.

 Pintura de rosto;
 Confecção de máscaras;
 Brincadeiras dirigidas;
 Desfile de fantasias;
 Coleta de dados;
 Produção de paródias em concordância com os direitos humanos;
 Atividades de desenho espontâneo;
 Criação de murais e painéis colaborativos que remetem ao tema;
 Conversas informais sobre o tema carnaval (equipe técnica);
 Pesquisa na web sobre a origem do carnaval;
 Leitura e interpretação das músicas carnavalescas;
 Entrevistar pessoas e fazer enquetes sobre o carnaval;
 Decoração temática na sala de aula e na creche;
 Momento temático para a audição das marchinhas com as crianças;
 Linguagem oral e escrita;
 Organização das turmas em “blocos carnavalescos” – com música e
movimentação conjuntas, sendo o Frevo uma das opções musicais.

Abaixo, algumas sugestões de músicas para os blocos das oficinas.

*Bloco I – “Jardineira” (Benedito Lacerda/Humberto Porto)

*Bloco II – “Máscara Negra” (Zé Ketti/ Pereira Matos)

*Bloco III – “Bom Danado” (Nena Queiroga)

*Bloco IV – “Me Segura senão Eu Caio” (J. Michilles)


4.1 – Conteúdos possíveis para as oficinas de participantes com idade acima
de 12 anos

 O carnaval como opção de entretenimento;


 O carnaval em tempos pós-pandemia;
 Linguagem oral e escrita;
 Estabelecer relações entre o carnaval antigo e o moderno;
 Apreciação musical;
 Expressividade;
 Equilíbrio e coordenação;
 Estatística;
 DST’s.
 Efeito de bebidas e drogas.

5 - Sobre as músicas (marchinhas) de carnaval

Dentro da perspectiva humanista e mediadora, uma das principais


preocupações ao trabalhar o tema carnaval, é que uma das características das
marchinhas de carnaval são as letras de duplo sentido, que algumas vezes,
incluem conteúdos inadequados para crianças.

Sabemos que na época em que foram escritas, as discussões a respeito de


temas como o machismo e o racismo ainda não estavam colocados em pauta
como hoje.

Dessa forma, na hora de apresentar as músicas às crianças é sempre


importante ficarem atentas aos conteúdos das letras.

Abaixo, indicamos algumas canções interpretadas por personagens infantis,


para que os pequenos se divirtam com um conteúdo apropriado.

1. Ô balancê – Braguinha e Alberto Ribeiro, 1936 (interpretada por


Carmen Miranda)

https://youtu.be/YIp9D15VlIw

2. Me dá um dinheiro aí – Ivan Ferreira, Homero Ferreira e Glauco


Ferreira, 1959 (interpretada por Atchim e Espirro)

https://youtu.be/9ogVbCLM8Z4

3. A jardineira – Benedito Lacerda e Humberto Porto, 1938


(interpretada por Orlando Silva)

https://youtu.be/JNJk5UQslxA
4. Mamãe eu quero – Jararaca-Vicente Paiva, 1936 (interpretada
por Atchim e Espirro)

https://youtu.be/lU8ir07H1WM

5. Ô abre alas – Chiquinha Gonzaga, 1899

https://youtu.be/m_vaRKqCDYM

6. Alá-Lá-Ô – Haroldo Lobo-Nássara, 1940 (interpretada por


Atchim e Espirro)

https://youtu.be/a4Yar2tsqv0

6 - Anexos

https://casaefesta.com/moldes-de-mascara-de-carnaval/

https://alunoon.com.br/infantil/atividades.php?c=215

https://alunoon.com.br/infantil/atividades.php?c=570
MAMÃE EU QUERO
(Jararaca-Vicente Paiva – 1937)

MAMÃE EU QUERO, MAMÃE EU QUERO


MAMÃE EU QUERO MAMAR
DÁ A CHUPETA, DÁ A CHUPETA
DÁ A CHUPETA PRO BEBE NÃO CHORAR
DORME FILHINHO DO MEU CORAÇÃO
PEGA A MAMADEIRA
E VEM ENTRAR PRO MEU CORDÃO
EU TENHO UMA IRMÃ QUE SE CHAMA ANA
DE PISCAR O OLHO JÁ FICOU SEM A PESTANA
OLHO AS PEQUENAS MAS DAQUELE JEITO
TENHO MUITA PENA NÃO SER CRIANÇA DE PEITO
EU TENHO UMA IRMÃ QUE É FENOMENAL
ELA É DA BOSSA E O MARIDO É UM BOÇAL

ABRE ALAS
(Chiquinha Gonzaga, 1899)

Ó ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR


Ó ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR
EU SOU DA LIRA NÃO POSSO NEGAR
EU SOU DA LIRA NÃO POSSO NEGAR
Ó ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR
Ó ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR
ROSA DE OURO É QUE VAI GANHAR
ROSA DE OURO É QUE VAI GANHAR
AALLAH-LÁ-Ô
(Haroldo Lobo-Nássara, 1940)

Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô
MAS QUE CALOR, Ô Ô Ô Ô Ô Ô
ATRAVESSAMOS O DESERTO DO SAARA
O SOL ESTAVA QUENTE
QUEIMOU A NOSSA CARA
VIEMOS DO EGITO
E MUITAS VEZES
NÓS TIVEMOS QUE REZAR
ALLAH! ALLAH! ALLAH, MEU BOM ALLAH!
MANDE ÁGUA PRA IOIÔ
MANDE ÁGUA PRA IAIÁ
ALLAH! MEU BOM ALLAH

ME DÁ UM DINHEIRO AÍ
(Ivan Ferreira-Homero Ferreira-Glauco Ferreira, 1959)

EI, VOCÊ AÍ!


ME DÁ UM DINHEIRO AÍ!
ME DÁ UM DINHEIRO AÍ!
NÃO VAI DAR?
NÃO VAI DAR NÃO?
VOCÊ VAI VER A GRANDE CONFUSÃO
QUE EU VOU FAZER BEBENDO ATÉ CAIR
ME DÁ ME DÁ ME DÁ, Ô!
ME DÁ UM DINHEIRO AÍ!
CACHAÇA
Mirabeau Pinheiro-Lúcio de Castro-Heber Lobato, 1953

VOCÊ PENSA QUE CACHAÇA É ÁGUA


CACHAÇA NÃO É ÁGUA NÃO
CACHAÇA VEM DO ALAMBIQUE
ÁGUA VEM DO RIBEIRÃO

PODE ME FALTAR TUDO NA VIDA


ARROZ FEIJÃO E PÃO
PODE ME FALTAR MANTEIGA
TUDO MAIS NÃO FAZ FALTA NÃO
PODE ME FALTAR O AMOR
HÁ, HÁ, HÁ, HÁ!
ISTO ATÉ ACHO GRAÇA
SÓ NÃO QUERO QUE ME FALTE
A DANADA DA CACHAÇA

AURORA
Mário Lago-Roberto Roberti, 1940

SE VOCÊ FOSSE SINCERA


Ô Ô Ô Ô AURORA
VEJA SÓ QUE BOM QUE ERA
Ô Ô Ô Ô AURORA

UM LINDO APARTAMENTO
COM PORTEIRO E ELEVADOR
E AR REFRIGERADO
PARA OS DIAS DE CALOR
MADAME ANTES DO NOME
VOCÊ TERIA AGORA
Ô Ô Ô Ô AURORA
CABELEIRA DO ZEZÉ
João Roberto Kelly-Roberto Faissal, 1963

OLHA A CABELEIRA DO ZEZÉ


SERÁ QUE ELE É
SERÁ QUE ELE É

SERÁ QUE ELE É BOSSA NOVA


SERÁ QUE ELE É MAOMÉ
PARECE QUE É TRANSVIADO
MAS ISSO EU NÃO SEI SE ELE É

CORTA O CABELO DELE!


CORTA O CABELO DELE

A JARDINEIRA
Benedito Lacerda-Humberto Porto, 1938

Ó JARDINEIRA PORQUE ESTÁS TÃO TRISTE


MAS O QUE FOI QUE TE ACONTECEU
FOI A CAMÉLIA QUE CAIU DO GALHO
DEU DOIS SUSPIROS E DEPOIS MORREU

VEM JARDINEIRA VEM MEU AMOR


NÃO FIQUES TRISTE QUE ESTE MUNDO É TODO SEU
TU ÉS MUITO MAIS BONITA
QUE A CAMÉLIA QUE MORREU
O TEU CABELO NÃO NEGA
Lamartine Babo-Irmãos Valença, 1931

O TEU CABELO NÃO NEGA MULATA


PORQUE ÉS MULATA NA COR
MAS COMO A COR NÃO PEGA MULATA
MULATA EU QUERO O TEU AMOR

TENS UM SABOR BEM DO BRASIL


TENS A ALMA COR DE ANIL
MULATA MULATINHA MEU AMOR
FUI NOMEADO TEU TENENTE INTERVENTOR

QUEM TE INVENTOU MEU PANCADÃO


TEVE UMA CONSAGRAÇÃO
A LUA TE INVEJANDO FAZ CARETA
PORQUE MULATA TU NÃO ÉS DESTE PLANETA

QUANDO MEU BEM VIESTE À TERRA


PORTUGAL DECLAROU GUERRA
A CONCORRÊNCIA ENTÃO FOI COLOSSAL
VASCO DA GAMA CONTRA O BATALHÃO NAVAL

SACA-ROLHA
Zé da Zilda-Zilda do Zé-Waldir Machado, 1953)

AS ÁGUAS VÃO ROLAR


GARRAFA CHEIA EU NÃO QUERO VER SOBRAR
EU PASSO MÃO NA SACA, SACA, SACA ROLHA
E BEBO ATÉ ME AFOGAR
DEIXA AS ÁGUAS ROLAR

SE A POLÍCIA POR ISSO ME PRENDER


MAS NA ÚLTIMA HORA ME SOLTAR
EU PEGO O SACA, SACA, SACA ROLHA
NINGUÉM ME AGARRA NINGUÉM ME AGARRA

Você também pode gostar