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Universidade Licungo

Faculdade de Ciências Agrárias

Curso de Agro-pecuária

2˚ Ano

Agnaldo Paulo Rodrigues

Género

Quelimane
2021
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Agnaldo Paulo Rodrigues

Género

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de Tema


Transversal (TT) 2º Ano, Curso de Licenciatura em Ensino
de Agro-Pecuária, Departamento de Ciências e
Tecnologias, Leccionada pelo docente:

Dr. Catarina Matete

Quelimane

2021
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Índice
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1. Introdução..............................................................................................................................4

1.1.Objectivos............................................................................................................................5

1.1.1.Objectivo Geral.................................................................................................................5

1.1.2.Objectivos específicos.......................................................................................................5

1.1.3.Metodologias.....................................................................................................................5

2. Género....................................................................................................................................6

2.1. Aspectos ligados ao género no âmbito cultural...................................................................7

2.2. Aspectos ligados ao género no âmbito profissional............................................................7

2.3. Aspectos ligados ao género no âmbito Social.....................................................................8

2.4. Aspectos ligados ao género no âmbito da escolarização....................................................9

2.5. Género e outras formas de classificação social...................................................................9

2.6. Diferenças de género na organização social da vida pública e da vida privada................10

2.7. Género: relações de opressão num contexto de desigualdade social................................11

2.8. A luta feminista no enfrentamento às desigualdades de género.......................................12

Conclusão.................................................................................................................................13

Referência bibliográfica...........................................................................................................14
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1. Introdução

As questões de género reflectem o modo como diferentes povos, em diversos períodos -


históricos, classificam as actividades de trabalho na esfera pública e privada, os atributos
pessoais e os encargos destinados a homens e a mulheres no campo da religião, da política,
do lazer, da educação, dos cuidados com saúde, da sexualidade etc. O conceito de género,
hoje em dia corrente nas páginas de jornal e nos textos que orientam as políticas públicas,
nasceu de um diálogo entre o movimento feminista e suas teóricas e as pesquisadoras de
diversas disciplinas história, sociologia, antropologia, ciência política, demografia, entre
outras.

Uma figura emblemática desse movimento de ideias é a filósofa Simone de Beauvoir, que em
1949 escreveu o livro “O Segundo Sexo”. Ele daria um novo impulso à reflexão sobre as
desigualdades entre homens e mulheres nas sociedades modernas acerca do porquê do
feminino e das mulheres serem concebidos dentro de um sistema de relações de poder que
tendia a inferiorizá-los. É dela a famosa frase “não se nasce mulher, torna-se mulher”. Com
esta formulação, ela buscava descartar qualquer determinação “natural” da conduta feminina.

Quanto a estrutura organizacional o trabalho apresenta numa primeira fase a introdução, do


qual consta os objectivos e a metodologia do trabalho, na segunda fase temos a
fundamentação teórica, onde encontramos ideias que sustentam as respostas e por fim temos
a conclusão referente ao trabalho como o seu todo, e em segunda a referência bibliográfica.
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1.1.Objectivos

1.1.1.Objectivo Geral

 Compreender o conceito do género e o seu enquadramento em diversos contextos.

1.1.2.Objectivos específicos
 Conceituar o que é género;
 Identificar as perspectivas ligadas ao género em diferentes âmbitos;
 Explicar a importância do estudo do género em diversos contextos.

1.1.3.Metodologias

Metodologia é o conjunto de técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e


resolver problemas de aquisição objectiva do conhecimento de maneira sistemática (Lakatos
& Marconi, 2009). No que tange a metodologias para este trabalho foi usado uma abordagem
bibliográfica, visto que a pesquisa bibliográfica consta da verificação de livros, artigos,
jornais, todo meio didáctico já publicados.
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2. Género

Género é uma gama de características pertencentes e diferenciadas entre a masculinidade e a


feminilidade. Dependendo do contexto, essas características podem incluir o sexo biológico:
como o estado do ser do sexo masculino, do sexo feminino, ou uma variação intersexo (que
pode complicar a atribuição do sexo). Também poderia incluir as opressões sócias baseadas
no sexo, incluindo papéis sexuais e outros papéis sociais, e a identidade de género (Auad,
2006, p.65).

O sexólogo John Money introduziu a distinção terminológica entre sexo biológico e género
como um papel social em 1955. Antes de seu trabalho, era incomum usar a palavra "género"
para se referir a qualquer coisa, excepto categorias gramaticais. No entanto, o significado da
palavra dado por Money não se generalizou até a década de 1970, quando as teorias
feministas abraçaram o conceito da distinção entre o sexo biológico e a construção social de
género (Auad, 2006, p.65). Hoje, a distinção é rigorosamente seguida em alguns contextos,
principalmente nas ciências sociais e em documentos escritos pela Organização Mundial de
Saúde (OMS).

Em outros contextos, incluindo algumas áreas das ciências sociais, género inclui sexo ou o
substitui. Por exemplo, em pesquisas com animais, género é geralmente utilizado para se
referir ao sexo biológico dos animais. Essa mudança no significado de género pode ser
atribuída na década de 1980. Em 1997, a Food and Drug Administration (FDA) começou a
usar género em vez de sexo (Auad, 2006, p.65). Depois, em 2011, a FDA modificou sua
posição e começou a usar sexo como classificação biológica e género como "auto
representação de uma pessoa como homem ou mulher, ou como essa pessoa é respondida por
instituições sociais com base na apresentação de género do indivíduo."

As ciências sociais têm um ramo dedicado aos estudos de género. Outras ciências, como
sexologia e neurociência, também são interessadas no assunto. Embora as ciências sociais às
vezes abordem o género como uma construção social, e os estudos de género geralmente
abordam dessa forma, a pesquisa nas ciências naturais investigam se diferenças biológicas em
homens e mulheres influenciam o desenvolvimento do género em humanos.
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2.1. Aspectos ligados ao género no âmbito cultural

Os diferentes sistemas de género masculino e feminino, e de formas de operar nas relações


sociais de poder entre homens e mulheres são decorrência da cultura, e não de diferenças
naturais instaladas nos corpos de homens e mulheres (Durham, 1996, p.11-43). Não faltam
exemplos demonstrativos de que a hierarquia de género, em diferentes contextos sociais, é
em favor do masculino.

Para as ciências sociais e humanas, o conceito de género se refere à construção social do sexo
anatómico. Ele foi criado para distinguir a dimensão biológica da dimensão social, baseando-
se no raciocínio de que há machos e fêmeas na espécie humana, no entanto, a maneira de ser
homem e de ser mulher é realizada pela cultura. Assim, género significa que homens e
mulheres são produtos da realidade social e não decorrência da anatomia de seus corpos. Por
exemplo, o fato de as mulheres, em razão da reprodução, serem tidas como mais próximas da
natureza, tem sido apropriado por diferentes culturas como símbolo de sua fragilidade ou de
sujeição à ordem natural, que as destinaria sempre à maternidade (Durham, 1996, p.11-43).

2.2. Aspectos ligados ao género no âmbito profissional

Décadas passadas, o mercado de trabalho era um espaço de hegemonia masculina. Até a


metade do século XX, as mulheres não tinham o horizonte da carreira profissional ou a
participação na vida pública como metas preponderantes, não tendo participação significativa
na população economicamente activa (Durham, 1996, p.11-43)

Hoje, a presença das mulheres no mercado de trabalho é expressiva, embora sofram muitas
discriminações se comparadas aos homens. Um contingente expressivo de mulheres sustenta
a casa, os filhos e, às vezes, também os maridos, expulsos do mercado formal de trabalho.
Mudanças recentes na legislação civil permitem que as mulheres sejam reconhecidas como
“chefes de família”, designação antes reservada somente aos homens.

Outra alteração importante nessa direcção foi a possibilidade de as mulheres trabalhadoras


rurais terem o direito de acesso ao título de proprietárias de terra, motivado pelo fato de que
seus companheiros costumavam migrar para grandes centros urbanos à procura de trabalho
e não voltavam para os estados de origem, deixando-as sós, cultivando a terra e assumindo
a responsabilidade do sustento da família. No entanto, elas não tinham a chance de serem
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reconhecidas como donas daquela propriedade, nem mesmo de transferirem a posse da terra
para os filhos ou filhas (Durham, 1996, p.11-43)

À primeira vista, pode parecer que as escolhas ou os modos de inserção no mundo do


trabalho sejam reflexo de preferências naturais, aptidões natas, capacidades e desempenhos
distintos entre homens e mulheres. No entanto, se observarmos com atenção, veremos que a
distribuição de homens e mulheres no mercado de trabalho e as desigualdades decorrentes
podem ser socialmente compreendidas e atribuídas às assimetrias de género.

É comum encontrar em reportagens que comparam a posição de homens e mulheres no


mercado de trabalho as desigualdades existentes: Grande parte dos postos de direcção
ocupados por homens (como no próprio sistema escolar). Significativas diferenças salariais
entre homens e mulheres. Maior concentração de homens em áreas como engenharia,
informática, enquanto as mulheres se concentram em actividades de ensino e cuidado.

2.3. Aspectos ligados ao género no âmbito Social

O modo como homens e mulheres se comportam em sociedade corresponde a um intenso


aprendizado sociocultural que nos ensina a agir conforme as prescrições de cada género. Há
uma expectativa social em relação à maneira como homens e mulheres devem andar, falar,
sentar, mostrar seu corpo, brincar, dançar, namorar, cuidar do outro, amar etc. Conforme o
género, também há modos específicos de trabalhar, gerências outras pessoas, ensinar, dirigir
o carro, gastar o dinheiro, ingerir bebidas, dentre outras actividades (Louro, 1997).

Todos nós, em algum momento da vida, já nos inquietamos para tentar compreender o porquê
de tantas desigualdades entre homens e mulheres, expressas nas mais diversas situações.
É comum atribuí-las a características que estariam no corpo ou na mente de cada um. Essa
busca por causas biológicas ou psíquicas para explicar as diferenças entre homens e
mulheres, masculino e feminino, tem sido recorrente nas ciências biológicas. É frequente
encontrar nos jornais e nas revistas explicações científicas baseadas no funcionamento do
cérebro ou dos harmónios, que seria distinto em cada sexo. Tais explicações encobrem o
longo processo de socialização que nos tornou humanos/as e encobrem, também, o processo
de socialização que divide os indivíduos em géneros distintos (Louro, 1997).

No senso comum, as diferenças de género são interpretadas como se fossem naturais,


determinadas pelos corpos. Ao contrário, as ciências sociais postulam que essas diferenças
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são socialmente construídas. Isto significa dizer que não há um padrão universal para
comportamentos sexual ou de género que seja considerado normal, certo, superior ou, a
priori, o melhor. Somos nós, homens e mulheres, pertencentes a distintas sociedades, a
diversos tempos históricos e a contextos culturais que estabelecemos modos específicos de
classificação e de convivência social. Assim, o conceito de gênero pode nos ajudar a ter um
olhar mais atento para determinados processos que consolidam diferenças de valor entre o
masculino e o feminino, gerando desigualdades.

2.4. Aspectos ligados ao género no âmbito da escolarização

A escolarização é outro processo importante no qual se evidenciam as desigualdades de


género que ordenam a vida social e suas possibilidades de transformação. Há algumas
décadas, a prioridade para a dedicação aos estudos era um privilégio dos filhos homens, não
estendido às filhas mulheres. Segundo Louro (1997), somente no final de 1870 o governo
brasileiro abriu as instituições de ensino superior à entrada das mulheres. Em 1887 formou-se
a primeira médica no Brasil, Rita Lobato Velho Lopes e, em 1889, foi permitido pela
primeira vez que uma advogada brasileira fosse admitida nos tribunais. Em 2006, a ministra
Ellen Gracie destacou-se como a primeira mulher a ser incorporada ao Supremo Tribunal
Federal, ocupando a presidência desta instituição pelo período de dois anos (Louro, 1997).

O ingresso das mulheres na escola tem crescido significativamente, hoje ultrapassando o


contingente masculino. Tal interesse está certamente articulado à sua entrada maciça no
mercado de trabalho e às chances de melhoria de sua qualificação profissional e dos salários
percebidos. No entanto, os investimentos das mulheres na educação e na qualificação
profissional ainda não se reverteram em igualdade salarial. Em alguns sectores apenas se
reduziu o nível de desigualdade. Quando consideramos as mulheres negras, os dados são
ainda mais impressionantes. Quanto maior a escolarização, maior a diferença salarial entre
estas e os homens, mas também entre as próprias mulheres, estando as mulheres brancas em
posição de maior vantagem. Esta situação demonstra como a segregação social combina
elementos étnico raciais e de género (Louro, 1997).

2.5. Género e outras formas de classificação social

O olhar que lançamos às diferenças existentes entre nós, sejam elas de pertencimento à
determinada classe social, género, raça, etnia ou orientação sexual, é cultural e socialmente
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estabelecido. A defesa dos direitos humanos supõe uma postura política e ética na qual
todos/as têm igualmente o direito de ser respeitados/as e tratados/as com dignidade, sejam
homens, mulheres, negros/ as, brancos/as, indígenas, homossexuais, heterossexuais,
bissexuais, travestis, transexuais (Louro, 1997).

Tais diferenças não podem ser atribuídas à natureza, à biologia, mas sim ao processo de
socialização que nos ensina a nos comportarmos segundo determinado padrão que, no caso de
nossa discussão, é de género.

Todas essas formas de classificação interagem simultaneamente no mundo social, fazendo


com que certos entrecruzamentos sejam objecto de um tratamento menos igualitário, mais
desigual do que outros. Assim, se um determinado indivíduo é homem, negro e de classe
popular, receberá um tipo de avaliação distinto (possivelmente desvantajoso) em relação ao
de uma mulher branca e de classe social alta. Este exemplo assinala que a relativa
“desvantagem” do género em uma sociedade machista pode ser neutralizada pela
classificação de raça/etnia e/ou pelo pertencimento a uma classe social considerada superior.

2.6. Diferenças de género na organização social da vida pública e da vida privada

A divisão do “espaço público e privado” pode ser percebida, por exemplo, quando se quer
insultar uma mulher. Ela é chamada de “mulher da rua”, “vadia”, “puta”, em oposição à
“mulher da casa”, “mulher ou moça de família”, “santa”, “do lar”. A oposição “rua x casa” é
particularmente interessante para percebermos como os géneros masculino e feminino estão
associados a cada uma dessas instâncias, conformando a divisão entre o mundo da produção
(masculino) e o da reprodução (feminino) (Saffioti, 1992, p. 183-215).

Tal como o conceito sociológico de classe social, que distingue diferentes inserções sociais
conforme as condições materiais de existência de cada um, o conceito de género também nos
ajuda a compreender o modo de organização da vida social, tanto no espaço público quanto
na esfera privada. Historicamente, o espaço público era restrito aos homens como cidadãos,
tendo sido as mulheres dele excluídas durante muitos séculos, confinadas ao mundo
doméstico. Em várias sociedades, há uma divisão do trabalho entre homens e mulheres.
Chamamos isso, como já vimos, de divisão sexual do trabalho.

Essa tradicional divisão do trabalho entre os sexos tem sido, contudo, duramente criticada e
transformada. Podemos perceber este fato através da análise das mudanças ocorridas em três
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sectores, antes eminentemente masculinos, como o mercado de trabalho, a escolarização e a


participação política. A crescente participação feminina nas actividades económicas,
políticas, legislativas tem sido fruto de considerável esforço de luta do movimento feminista.

2.7. Género: relações de opressão num contexto de desigualdade social

Para o entendimento das formas de opressão vivenciadas pelas mulheres, partimos do


pressuposto de que homens e mulheres vivem sob dadas condições objectivas e subjectivas
que são produto das relações sociais. Isto significa que a construção social das respostas que
dão às suas necessidades e vontades tem na sociabilidade sua determinação central ou, de
outra forma, significa também que os indivíduos fazem a história, mas suas possibilidades de
intervenção se efectivam na dialética relação entre objectividade e subjectividade, entre ser e
consciência (Saffioti, 1992, p. 183-215).

Na sociabilidade do capital, as condições materiais se constituem num grande obstáculo que


limita o desenvolvimento pleno e livre da individualidade. Considerando que o
modo de pensar e agir é determinado na dinâmica complexa e contraditória entre
sociabilidade e individualidade, podemos verificar a prevalência de indivíduos
despotencializados em sua criatividade, em sua capacidade reflexiva, reproduzindo práticas
que reiteram processos de alienação e de subalternidade.

Neste processo, as relações de género são permeadas por uma diversidade que envolve as
relações entre homens e mulheres, mas também entre mulheres e mulheres e homens e
homens, de modo que “o tornar-se mulher e tornar-se homem constitui obra das relações de
género” (Saffioti, 1992, p. 18).

Este é um processo que resulta em diferentes formas opressivas, submetendo as mulheres a


relações de dominação, violência e violação dos seus direitos. Poder e visibilidade são
construtos históricos, determinados na e pelas relações sociais. Em cada conjuntura sócio
histórica é preciso, portanto, analisar os elementos de determinação do ponto de vista
económico, político e cultural que incidem na vida quotidiana dos indivíduos e estruturam
valores, modos de pensar, de ser e agir.

Ou seja, trata-se não apenas de reconhecer quem tem poder e visibilidade, mas em quais
condições materiais foram alicerçados e são efectivados. As relações de género são
construídas historicamente, sendo fundamental analisar como estão estruturadas as relações
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sociais, considerando o processo dinâmico dos indivíduos se relacionarem entre si. É no


movimento entre as determinações sócio estruturais, as conquistas culturais e as iniciativas
dos indivíduos em sua singularidade que se definem formas de ser e agir quanto às relações
de género (Santos, 2005). Assim, vão sendo construídos e redefinidos papéis que mulheres e
homens assumem na sociedade.

2.8. A luta feminista no enfrentamento às desigualdades de género

Compreende-se que o processo de luta, que objectiva o fim da opressão (dominação


exploração) das mulheres, está além de colocá-las em situação de igualdade de oportunidade
com o género masculino. Trata-se de estabelecer relações sociais fundadas na igualdade
substantiva. E neste sentido, tem sido fértil a interlocução entre algumas vertentes do
movimento feminista com sujeitos colectivos que actuam na organização da classe
trabalhadora por meio de sindicatos, partidos políticos, movimentos sociais e outros sujeitos
coletivos. Considerando a multiplicidade de tendências teóricas e os sujeitos colectivos no
âmbito do feminismo, destacamos, aqui, algumas questões identificadas como conquistas e/
ou desafios para articular feminismo crítico com um projecto emancipatório. Inevitavelmente
esta articulação passa pela relação com o marxismo (Auad, 2006, p.65).

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Conclusão

O conceito de género, como vimos, foi elaborado para evidenciar que o sexo anatómico não
é o elemento definidor das condutas da espécie humana. As culturas criam padrões que estão
associados a corpos que se distinguem por seu aparato genital e que, através do contacto
sexual, podem gerar outros seres: isto é a reprodução humana. Observe como se entrelaçam o
sexo, a sexualidade aqui a heterossexual e o género. Estas dimensões se cruzam, mas uma
dimensão não decorre da outra. Ter um corpo feminino não significa que a mulher deseje
realizar-se como mãe. Corpos designados como masculinos podem expressar gestos tidos
como femininos em determinado contexto social, e podem também ter contactos sexuais com
outros corpos sinalizando uma sexualidade que contraria a expectativa dominante de que o
“normal” é o encontro sexual entre homem e mulher.
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Referência bibliográfica

Auad, D. (2006). Educar meninas e meninos. s/d. Relações de género na escola. São Paulo:
Editora Contexto. p.65.

Durham, E.(1996). Família e reprodução humana. Perspectivas antropológicas da mulher.


Rio de Janeiro: Zahar Editores. v.3, p.13-43. LAVINAS, Lena. “Género, cidadania e
adolescência”. In: MADEIRA, F. R. (org.). Quem mandou nascer mulher? Estudos sobre
crianças e adolescentes pobres no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Rosa dos Tempos/Unicef.
p.11-43.

Louro, G. L. (1997). Género, sexualidade e educação. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes,.


(Sugestão de leitura do capítulo 1).

Saffioti, H.I. B. (1992). Rearticulando género e classe social. In: Olveira, A.; Bruscini, C.
(Org.). Uma questão de género. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos; São Paulo: Fundação
Carlos Chagas,. p. 183-215.

Santos, S. M. de M. (2005). O pensamento da esquerda e a política de identidade: as


particularidades da luta pela liberdade de Orientação Sexual. 333 p. Tese (Doutorado em
Serviço Social) Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, UFPE, Recife.

Marconi. M. de A. & Lakatos, E. M. (2009). Técnicas de pesquisa. 7ª Ed. São Paulo: Atlas.

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