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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIGRAN CAPITAL

GABRIEL SELLI SILVA

DESAFIOS E IMPLICAÇÕES NO ACESSO DE PESSOAS


TRANSGÊNERO AO ENSINO SUPERIOR

Campo Grande
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIGRAN CAPITAL

GABRIEL SELLI SILVA

DESAFIOS E IMPLICAÇÕES NO ACESSO DE


TRANSGÊNERO AO ENSINO SUPERIOR

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Psicologia Do
Centro Universitário Unigran Capital
como pré-requisito para obtenção do
título de Bacharel em Psicologia.

Orientador(a): Prof. Me.Renato Martins


de Lima

Campo Grande MS
2022

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIGRAN CAPITAL

GABRIEL SELLI SILVA

DESAFIOS E IMPLICAÇÕES NO ACESSO DE


TRANSGÊNERO AO ENSINO SUPERIOR

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________
Prof. Me. Renato Martins de Lima

______________________________________________________
Profa. Dra. Juciama Zacarias Martins

_______________________________________________________
Prof. Dr. Alberto Mesaque Martins

Campo Grande MS
2022

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................05

2. MATERIAIS E MÉTODOS.........................................................08

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................10

3.1 TRANSGENERIDADE E ESCOLARIZAÇÃO......................13

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................16

5. REFERÊNCIAS ............................................. ...............................18

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DESAFIOS E IMPLICAÇÕES NO ACESSO DE PESSOAS
TRANGÊNERO AO ENSINO SUPERIOR

RESUMO: A construção da identidade de gênero a partir da Psicologia Social na perspectiva dos estudos de
gênero perpassa as representações sociais hegemônicas de feminilidade e masculinidade, a autopercepção e
performance individual, sendo definida não só pela identificação com os papeis de gênero, mas também pela
autodeterminação. A identidade transgênero carrega estigmas por toda construção dessas representações sociais
do que é ser homem ou mulher, sendo marginalizada e excluída de todos os âmbitos sociais. O objetivo desta
pesquisa qualitativa de revisão de literatura é, investigar e analisar os desafios e implicações que essa comunidade
enfrenta no acesso ao ensino superior, desde a compreensão dos processos de exclusão e de evasão escolar,
passando pelos estigmas até as formas de deslegitimação sofridos pela população trans. Entre os resultados
observou-se a falta de qualificação dos profissionais para compreensão e acolhimento dessa comunidade, bem
como a falta de políticas públicas efetivas e produção científica que considere a construção da identidade
trangênero diante todo o contexto de construção simbólica do modelo binário de gênero.

Palavras-chave: Transgênero. Identidade. Representações Sociais.

RESUMEN: La construcción de la identidad de género de la Psicología Social desde la perspectiva de los estudios
de género corre a través de la representaciones sociales hegemónico de la feminidad y la masculinidad,
autopercepción y rendimiento individual, siendo definido no solo para identificación con los roles de género, sino
también para la autodeterminación. La identidad transgénero lleva estigmas por toda construcción de estos
representaciones sociales lo que es ser un hombre o una mujer, siendo marginado y excluido de todo esferas
sociales. El objetivo de esta investigación cualitativo de revisión de la literatura es, investigar y analizar los desafios
e implicaciones que este comunidad cara en acceso a la educación superior, de la comprensión de los procesos de
exclusión y absentismo escolar, que pasa a través estigmas hasta las formas de deslegitimación sufrido por
población transgénero. Entre los resultados se observó falta de calificaciones profesionales para entender y
recepción de esta comunidad, bien como la falta de políticas públicas efectivas y producción científica que
considere la construcción de identidad transgénero frente a todo el contexto en construcción simbólica el de modelo
binario de género.

Palabras clave: Transgênero. Identidade. Representações Sociais.

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1 INTRODUÇÃO

Olhar para o construto da identidade a partir da Psicologia Social na perspectiva das


Representações Sociais e dos estudos de gênero exige considerar o contexto histórico e cultural.
No caso, este trabalho considera o desenvolvimento das relações no ocidente e as representações
sociais hegemônicas dos modelos matriarcais, e principalmente patriarcais, onde a configuração
do núcleo familiar seria baseada na concepção da reprodução como natural e determinante dos
papéis a serem desempenhados socialmente.
O ponto de partida para conhecer o objeto de estudo desta pesquisa, a saber, a população
transgênero, é discutir e fundamentar a questão de identidade de gênero, sexo e sexualidade.
Thomas Laqueur (2001), resgata que os debates sobre sexo só foram estabelecidos a partir do
século XVIII, anteriormente sexo era considerado uma expressão única, e os termos
sexualidade, gênero e sexo unificados, sendo que sexo condizia a gênero, e gênero,
consequentemente, condizia a sexualidade. Para Foucault (1993) o discurso inicial da
sexualidade não seria sobre o sexo, mas, sim, sobre o corpo, para estabelecer o controle das
relações sociais em prol das necessidades do grupo dominante. Com o avanço científico e
movimentos sociais, mais especificamente a segunda Onda Feminista(1868), foi possível a
separação dos termos sexualidade, gênero e sexo, compreendendo gênero, feminilidade e
masculinidade, como construção variável de acordo com a cultura de cada local, sexo como a
composição das gônadas, genitais e aparelho reprodutor, e sexualidade, além de orientação
sexual, toda forma de se relacionar consigo e com o outro. Antes mesmo do nascimento, durante
os três primeiros trimestres da gestação, já é possível determinar o sexo do bebê, e assim surge
a idealização dos pais, baseado nas representações sociais e expectativas de performance e
expressão dos papéis de gênero, pressupõe a identificação de sexo e gênero antes mesmo da
existência do ser, sendo essas expectativas advindas de um modelo binário que determina a
possibilidade de apenas dois gêneros, estes de acordo com o sexo biológico e os atribui
características específicas de performance, desde a escolha do nome até ao uso da vestimenta.
Embora Jodelet traga o entendimento de que as representações sociais hegemônicas
enquanto construção de verdades a partir da interpretação da realidade que é partilhada via senso
comum entre os grupos, associando valores, crenças e culturas, o que explicaria tais
comportamentos e expectativas quanto à norma da sexualidade, no campo científico há que se
considerar as reais e legítimas possibilidades a esse respeito. Jesus (2012) faz a diferenciação
entre os termos cisgênero e transgênero baseado na concordância ou discordância, sendo que

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quando há identificação com o sexo atribuído ao nascimento o indivíduo é classificado como
cisgênero, sendo a palavra “cis” de origem latina com o significado de “posição aquém” ou
“mesmo lado”, quando não há identificação com as atribuições do nascimento o indivíduo é
denominado transgênero, este sendo um termo “guarda-chuva” que contempla as identidades
dissidentes, composta pela palavra “trans” que tem o significado de “além” com a junção com
a palavra “gênero”.
Para Joan Scott (1990) gênero seria a percepção das diferenças entre ser homem e
mulher, determinadas por uma construção mental dos papéis de poder, Ferreira (1986) classifica
gênero como a categoria dividida por nomes que segue critérios de associações psicológicas e
sexo, e perpassa os fatores biopsicossociais. A identidade de gênero é a forma com a qual o
indivíduo se identifica e se expressa. Butler (1990) postula que a identidade de gênero não existe
propriamente, esta é estabelecida diante da cultura e as expressões são performances de
características individuais validadas ou não durante o desenvolvimento de cada sociedade,
resultantes de uma produção de poder.
É claro que a crescente produção na área dos estudos de gênero causa impacto na
compreensão da construção das identidades estigmatizadas como divergentes, que divergem do
modelo binário estabelecido, este que pressupõe a existência apenas de dois sexos e que exclui
intersexos e, consequentemente, as identidades dissidentes, porém ainda há presença de uma
conduta biologizante, onde se prevalece explicações de funcionamento anatômico e neural,
condições hormonais e comportamentais diante da cirurgia de redesignação sexual, como pode
ser conferido no estudo realizado pela USP (2018) sobre funcionamento cerebral de pessoas
transgênero.
Dada a contextualização do sujeito da pesquisa há que se considerar ainda um aspecto
também relevante no que se refere à sua participação na sociedade. De acordo com o estudo
realizado pela UNESP em 2021 que buscou mapear a quantidade de pessoas adultas transgênero
determinou que há cerca de 4 milhões de pessoas transgênero e não-binárias no Brasil. Um dado
significativo, mas que ainda não despertou interesse do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IGBE) que desde 1936 considera nas pesquisas populacionais somente as
possibilidades masculino e feminino. A ressalva, atrasada, porém que pode apontar um avanço
de inclusão de identidades dissidentes, foi a inclusão inédita da orientação sexual lésbica, gay e
bissexual na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) divulgada em 2022, com o levantamento de
que 94,8% da população se declara heterossexual, os outros 5,2% que equivale a 8,2 milhões
de brasileiros estão em uma massa de homossexuais, bissexuais, não sabem ou preferem não
responder. A pesquisa ainda revela o fenômeno de subnotificação dessa população diante de

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preconceito, estigmas e até mesmo insegurança em se posicionar como não heterossexual (EBC,
2022). Faz sentido, novamente, o olhar da Teoria das Representações Sociais que compreende
esses processos de exclusão a partir de representações hegemônicas que padronizam e
estabelecem as normas e os padrões aceitáveis, incluindo identidades e sexualidades.
Dessa forma, é possível compreender que os processos de exclusão de subjetividades,
identidades, exclui também acessos, direitos e cidadanias. No caso desta pesquisa a investigação
tratará do recorte do acesso da população transgênero ao ensino superior. De acordo com a
Associação Nacional de Travestis e Transgêneros (ANTRA, 2020) cerca de 70% das pessoas
trans não conseguiram concluir o ensino médio e 0,02% estão ingressos no ensino superior, já
um recorte produzido pelo Gemaa, o Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) vinculado ao Instituto de Estudos Sociais
e Políticos (Iesp) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), utilizando a V Pesquisa
Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Instituições
Federais de Ensino Superior Brasileiras que estimou a presença de 0,3% de pessoas transgêneros
nas universidades federais brasileiras.
Falar de exclusão ao ensino é falar da história da educação no Brasil. É necessário
considerar que a construção educacional no Brasil iniciou-se com a colonização portuguesa,
sendo que as primeiras escolas eram frequentadas apenas pela alta realeza e clero, o acesso ao
ensino superior permanece centralizado, limitado por classe, identidade e gênero, conforme a
Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 201932,7% dos jovens de 18 a 24 anos estão estudando,
enquanto a comunidade trans corresponde a menos de 0,5% da média geral, e mesmo quando
ingressos encontram dificuldades para permanência, considerando que a construção binária
estrutural precária à inclusão de identidades que divergem desse modelo, cerceando direitos
básicos, como o uso e identificação por nome social prevista pelo CNCD/LGBT, na Resolução
nº 12, de 16 janeiro de 2015. Diante de todo o contexto de marginalização que as identidades
dissidentes se encontram, faz-se necessário pensar estratégias para inclusão em todos os
âmbitos, para que além da melhora da qualidade de vida dessa população e compreensão da sua
existência, também seja possível uma produção científica de “local de fala”. Ribeiro (2017)
questiona quem pode ou não falar e quem sofre ou não deslegitimação em sua fala, abrindo o
debate referente ao sistema vigente que determina posições, papéis e direitos de acordo com
nível educacional, de classe e identidade. Há desafios e implicações notórias em todo o processo
de inclusão de pessoas transgênero e em todos os locais, sendo que o ambiente estudantil
reverbera essa realidade com imposições de vestimenta e adequação aos estereótipos de gênero,
o que consequentemente eleva os níveis de evasão já nos primeiros anos de formação, do ensino

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fundamental ao ensino médio, pensar sobre a inclusão de pessoas transgênero no ambiente
acadêmico e as dificuldades no seu acesso permeia questões como essa, derivadas de uma
estrutura social determinista, que pressupõe os papéis do ser e o marginaliza quando há
divergência com o modelo padrão. Além de políticas públicas faz-se necessário pensar métodos
específicos para que além da inclusão por si só, seja possível que a própria comunidade trans
saiba reivindicar direitos e expressar suas necessidades por meio da produção científica, sendo
possível apenas com acesso digno à educação.
O presente trabalho apresenta a proposta de, a partir de um levantamento bibliográfico,
analisar os desafios e necessidades do acesso da comunidade transgênero ao ambiente
acadêmico, foram abordados os processos da compreensão de identidade de gênero, identidade
trans e estigmas, os processos de exclusão e evasão escolar, e consequentemente a falta de
acesso ao ambiente acadêmico por parte da comunidade trans, pautando estratégias de inclusão
diante do contexto de marginalização, discriminação e estigmatização, visando também a
permanência.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado a partir de uma pesquisa qualitativa, através do


levantamento bibliográfico nos bancos de dados SciELO, BDTD, CAPES e DEDALUS. Em
um primeiro momento a pesquisa utilizou como critérios de inclusão produções científicas com
os descritores: "Transgênero" e "Ensino superior”, publicados em língua portuguesa e com data
de publicação dos últimos cinco anos. Os critérios de exclusão foram: produções científicas de
língua estrangeira e produções com período anterior a 2017. A delimitação da escolha foi
respectiva ao tema “transgênero e o acesso ao ensino superior”, sendo realizada a integração
dos dados e artigos levantados diante da visão da Psicologia das Relações Sociais.
Dessa forma, no primeiro levantamento foram identificados 98 artigos, destes após
análise e segmentação por produções acerca da presença de pessoas transgênero no ensino
superior chegou-se a 25 publicações, sendo estas em suma pautadas na análise da vivência de
pessoas transgênero e compreensão do entendimento do corpo docente diante das identidades
de gênero dissidentes, além de medidas propostas para inclusão e permanência de pessoas
transgênero no ensino superior, como elaboração de projetos de cotas para pessoas transgênero,
ao delimitar para a área da psicologia não foram identificados produções científicas específicas

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acerca da identidade transgênero, o que tornou necessário a construção do levantamento de
dados do problema de pesquisa desde os processos de exclusão e evasão escolar até a
constituição da identidade transgênero, formas de deslegitimação e representações sociais.
Em um segundo momento foi utilizado o banco de dados SciELO e CAPES para a busca
referente ao processo de evasão escolar, utilizando os descritores “evasão escolar” e
“transgênero” não foram encontrados documentos para a pesquisa no banco de dados SciELO,
sendo necessário limitar a busca ao descritor “evasão escolar”, chegou-se então a 77
publicações, que ao considerar o idioma português, publicações dos últimos cinco anos e relação
com os descritores fora reduzido para 10 publicações, já no banco de dados de periódicos
CAPES com o uso dos descritores “evasão escolar” e “transgênero” foram encontrados 43
publicações, que ao considerar o idioma português, publicações dos últimos 5 anos e relação
com os descritores chegou-se ao total de 9 publicações, estas que discorrem vivências de pessoas
transgênero no sistema de ensino, formas de inclusão, exigências para performance de gênero
de acordo com o determinado ao nascimento, evasão e expulsão de pessoas transgênero, além
dos efeitos do projeto Transcidadania criado em 2015 na cidade de São Paulo com o objetivo
da reinserção social de travestis e transgêneros.
Diante da disponibilidade reduzida de material foi realizado além da integração dos
artigos e dados levantados, a assimilação de proximidades com o problema de pesquisa,
conforme Minayo (2002) o objeto das Ciências Sociais sendo histórico perpassa passado,
presente e futuro, existe diante do que já se estabeleceu e o que está sendo construído, sendo
assim, considerando que a produção científica sofre influência dos valores e necessidades
sociais da época e o avanço dos estudos de gênero, especificamente da identidade transgênero,
ser recente, o debate no âmbito acadêmico e científico surge a partir da despatologização da
transgeneridade, retirada da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados com a Saúde (CID) em 2018, a falta de produção científica acerca da temática
não só se estabelece por questões cronológicas como por toda estruturação sociocultural que
antes visava a correção da identidade transgênero ao modelo binário estabelecido.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Considerando a sociedade como normativa, ou seja, que estipula como norma certos
estereótipos reproduzidos sistematicamente e assim pressupõe os papéis sociais a serem
desempenhados, a análise dos processos de exclusão, evasão escolar, dificuldades e implicações
no acesso de pessoas transgênero ao ensino superior, bem como a compreensão do conceito
social de identidade de gênero, foi realizada diante da Teoria de Representações Sociais (TRS)
de Moscovici (1978,1988). A TRS propõe que Representações Sociais advém da interação
social e contribuem para a formação de uma realidade comum entre o grupo, são compostas
pela significação do simbólico diante do desenvolvimento econômico e sociocultural de uma
sociedade, sendo a reprodução sistêmica dessas representações geradoras das Representações
Hegemônicas, estas são compostas pelas Representações Sociais que sobressaem e são
reproduzidas de forma geracional.
No ocidente, o discurso da sexualidade inicialmente era interligado ao conceito de
gênero e sexo, que conforme Foucault (1993) mantinha o controle dos corpos de acordo com as
necessidades da classe dominante, do corpo individual à performance diante do coletivo. O
rompimento desses termos ocorreu durante a segunda Onda Feminista (1868), onde foi possível
a compreensão de gênero como performance e construção social distinto de atribuições
biológicas, sexualidade como a forma de se relacionar consigo e com o outro e o sexo como a
composição das gônadas, porém as Representações Sociais se mantiveram, sendo que somente
em 1990 a homossexualidade foi retirada oficialmente da Classificação Estatística Internacional
de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) e a transgeneridade apenas em 2018,
mantendo-se ainda no capítulo de saúde sexual.
A preposição de que aparelho reprodutivo condiz a gênero e que este indica as formas
de se relacionar e desejar, a determinação dos papéis a serem desenvolvidos, como quando se
pressupõe a prostituição e promiscuidade às travestis, a deslegitimação da não-binaridade, da
bissexualidade ou da fluidez de gêneros com o argumento de indecisão, a suposição de que o
homossexual não é homem e que lésbicas só não se relacionaram ainda com o homem certo são
estigmas sociais que foram consolidados pela reprodução constante do discurso ao longo do
desenvolvimento social. A estigmatização é um processo de desaprovação social de
características de determinados grupos ou indivíduos que não se adequam a norma e através
dela ocorre a marginalização e exclusão dos corpos ditos como “inadequados”. O processo de
exclusão é construído, conforme Sawaia et al (2001) parte desse processo consiste na

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“desqualificação” este um processo relacionado ao fracasso do sujeito pela rejeição social,
“desinserção” como um processo que funciona inverso a integração pela construção do
simbólico que determina quem está ou não apto a ocupar locais e desempenhar determinados
papéis e “desfiliação” do sujeito, que consiste no rompimento de laços e vínculos sociais.
O termo “Heterossexualidade compulsória” foi utilizado pela primeira vez em
1980/2010 pela professora Adrienne Cecile Rich em seu ensaio “Heterossexualidade
compulsória e existência lesbiana” em que questionou a exclusão de mulheres lésbicas no
movimento feminista da época. A heterossexualidade compulsória compreende a
heterossexualidade como instituição política regularizadora dos corpos, sendo possível dizer
que o mesmo ocorre no contexto de gênero, já que a composição das gônadas pressupõe o
gênero que pressupõe a adequação em uma divisão binária entre homem e mulher apenas e é
determinado socialmente de forma compulsória. A norma social, diante da necessidade da classe
dominante de normatizar, categorizar e controlar os corpos, considera a heterossexualidade e a
cisgeneridade como inatas e imutáveis, que antecedem a socialização e construção identitária
do sujeito, excluindo e marginalizando os corpos dissidentes do padrão cisheteronormativo.
Esse modelo binário de divisão de gêneros foi e ainda é utilizado por várias sociedades para
organização dos papéis sociais, ao estabelecer estereótipos quanto as formas de relação dos
indivíduos, constituição familiar e performance, essas sociedades mantém a organização de
determinados sistemas e hierarquias. Sendo um limitante dos corpos, o binarismo estabelece a
divisão entre homem e mulher de forma biológica através de estereótipos de gênero para
adequação das necessidades da classe e sexualidade dominante, contudo o indivíduo pode se
expressar de forma diferente do estabelecido como norma.
A construção da identidade individual é complexa, perpassa indivíduo, socialização e
cultura, para Louro (2003) a identidade é plural, mutável e múltipla, não é fixa, nem permanente,
podendo ser até contraditória, não é dada e sempre está sendo construída. Considerando o ser
como biopsicossocial, é possível dizer que além dos fatores biológicos, a constituição de sua
identidade recebe influência direta do contexto em que está inserido, e das significações que
este atribui ao mundo externo. As Representações Sociais ofertam durante essa construção
modelos e estereótipos para adequação a sociedade em que esse indivíduo se encontra, enquanto
marginaliza e estigmatiza as identidades que dissidem do proposto. Conforme Sierra e César
(2014) a cisheteronormatividade determina as identidades para acesso social, jurídico e
educacional, assim a comunidade LGBTI é exposta a tentativa de classificação, normalização e
correção para inserção e acesso desses âmbitos em todo o processo de desenvolvimento de sua
identidade.

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Para Silva e Jales (2020) a identidade de gênero diz respeito ao gênero que o indivíduo
se identifica, podendo ser homem, mulher, nenhum ou os dois, e essa identificação não é
determinante de sexualidade. A identidade de gênero se dá apenas pela autodeterminação, pela
forma como o indivíduo se identifica e se expressa, sendo a expressão de gênero performance
individual da identidade do sujeito, que conforme Butler (2003) não existe propriamente, não
antecede o gênero, está em constante construção, e se consolida na forma individual de se
expressar, podendo ser reproduzida ou não por determinado gênero ou grupo. A transgeneridade
ocorre quando há divergência na identificação do sujeito com o gênero designado ao nascimento
pelo atributo da composição biológica das gônadas. Remete a identidade transgênero os
indivíduos transmasculinos, homens trans, travestis e mulheres trans, porém o termo é
considerado como um termo “guarda-chuva”, que comporta além de pessoas trans, pessoas não-
binárie, de gênero fluído, e toda a variação das identidades de gênero já identificadas, sendo que
a não-binariedade remete a não idetificação com nenhum dos gêneros existentes e propostos
pelo modelo binário, enquanto gênero-fluído condiz aos indivíduos que se identificam com mais
de um gênero. Conforme Zilotto et al. (2021) a palavra “trans” significa mudança, trânsito ou
transformação, enquanto “cis” condiz ao que se mantém, que não há mudança de propriedade e
diz respeito ao indivíduo que se identifica com a designação de gênero atribuída ao nascimento,
sendo este denominado cisgênero.
A transgeneridade, antes classificada como Transtorno de Identidade de Gênero (TIG),
foi retirada em 18 de junho de 2018 da Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados à Saúde (CID 11), e agora ocupa o capítulo de saúde sexual do CID, a
decisão passou a valer a partir do dia 1° de janeiro de 2022, porém o processo de
“despatologização” é gradativo, visto que essa atualização é recente e os estigmas permanecem
presentes na sociedade, faz-se necessário não só a adequação de políticas públicas para
acolhimento e reconhecimento efetivo dessa comunidade, como também o aumento da
produção científica para a compreensão dessa identidade, que por muito tempo foi
deslegitimada e marginalizada, a discriminação constante em todos os âmbitos, desde a
deslegitimação do uso do nome social até ao acesso de banheiros, perpetuam a marginalização
e exclusão de acessos. principal do artigo, que contém a exposição ordenada e pormenorizada
do assunto tratado.

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3.1 TRANSGENERIDADE E ESCOLARIZAÇÃO

A realidade das pessoas transgênero no Brasil, conforme Tassigne Luz (2019), é


permeada de dificuldades desde o ambiente familiar até a vida em sociedade, a comunidade
transgênero é estatisticamente invisível, visto que raramente é reconhecida em pesquisas
oficiais do governo sobre saúde, educação e trabalho, o acesso ao mercado de trabalho e
escolarização é restrito e o amparo familiar quase inexistente, sendo assim a educação faz-se
instrumento essencial para a mudança e amparo dessa comunidade diante de todo o cenário de
exclusão, sendo necessário pautar políticas públicas específicas, bem como especializar os
profissionais para que saibam lidar da forma correta com essa comunidade, para que a redução
da evasão, repetência e fracasso escolar por pessoas transgênero seja de fato possível.
A Associacão Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) através de dados do
Projeto Além do Arco-Iris/AfroReggae, informou que cerca de 56% das pessoas transgênero
não concluíram o ensino fundamental e 72% não concluíram o ensino médio, sendo que apenas
0,2% se encontram cursando o ensino superior. A pesquisa “As Fronteiras da Educação: A
realidade dxs estudantes trans no Brasil”, realizada pelo Instituto Brasileiro Trans de Educação
(IBTE) em 2019, revelou que a evasão escolar de pessoas transgênero, na maior parte dos casos,
tem como motivação a transfobia enfrentada no contexto educacional, como a falta do uso do
nome social, o acesso ao banheiro de acordo com a identidade de gênero do indivíduo, além de
violências verbais e físicas. O Ministério da Educação (MEC) autorizou oficialmente em 2018
o uso do nome social nas escolas públicas, sendo que no caso de alunos menores de idade é
necessária autorização de pais ou responsáveis legais, a medida visa redução dos números de
evasão escolar dessa comunidade, porém não é suficiente, visto que, considerando o caso de
alunos menores de idade o apoio familiar ocorre em poucos casos, e em contexto geral as
violências estruturais permanecem.
Para Lima (2020) há grande resistência e dificuldade no avanço de ações afirmativas no
contexto educacional, mesmo com o aumento da visibilidade na área dos estudos de gênero
desde o começo dos anos 2000 e o desenvolvimento de secretarias, estratégias e programas
governamentais para a conscientização, inclusão, educação e mobilização diante das questões
de sexualidade e gênero, já que não houve a criação de leis específicas ou maior
desenvolvimento de projetos por parte das prefeituras, tornando a execução do proposto
precária, Lima (2020) ainda destaca o fundamentalismo religioso presente no governo, que
através de bancadas e parlamentares religiosos, foi responsável pela retirada do “Kit Escola sem

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Homofobia” em 2011, dentre outros instrumentos, como cartilhas informativas, materiais
teóricos e métodos para trabalhar a diversidade, sexualidade e gênero no contexto escolar. Vale
ressaltar que o processo de escolarização no Brasil obteve seu ínicio durante a colonização
portuguesa, no século XVI, sendo que os primeiros educadores foram padres Jesuítas que
chegaram ao país em 1849. Regidos pela Igreja Católica, os jesuítas ensinavam a ler, contar e
escrever, mas visavam especificamente a catequização dos povos índigenas brasileiros, Portugal
não permitia o desenvolvimento intelectual dos colonos e proibia a importação de livros.
Em 1808 com a vinda da familia real para o Brasil, surgiram as primeiras instituições
culturais e científicas que forneceram especialização em determinadas áreas, as primeiras
instituições foram as escolas de medicina e de formação de militares e marinheiros, contudo no
século XIX ainda haviam escolas religiosas, sendo que as primeiras universidade só surgiram
após a implementação da República no século XX. O déficit educacional no país se perpetua
durante a Ditadura Militar (1964), quando organizações estudantis e instituições classificadas
como “subversivas” foram proibidas, além de materiais e conteúdo didáticos serem censurados,
sendo assim é possível afirmar que desde o início do processo de escolarização no Brasil houve
segregação no âmbito educacional, sendo estabelecido o direito ao acesso por divisões de
gênero, classe e cor.
O ambiente escolar é o segundo meio de socialização de um ínvididuo, visto que o
primeiro é a familia, é claro que ao compreender o processo de desenvolvimento da
escolarização no país, faz-se claro que o ambiente escolar também é uma instituição reforçadora
e regularizadora de estereótipos. Andrade (2012), utiliza o termo “pedagogia da violência” para
definir a violência produzida e reproduzida por “professores do crime”, que reverberam as
formas de se comportar pautados em estereótipos de gênero de viés cisheteronormativo, a autora
relata a sua vivência e de outras travestis no contexto escolar em sua tese de doutorado,
exemplificando situações de violência advindas de colegas, por vezes reforçadas e justificadas
pelos próprios docentes, além de situações estruturais, como o uso inadequado do nome de
registro e constrangimento de pessoas transgênero em diversas situações. Essa “pedagogia da
violência” perpetua o contexto de marginalização disposto às pessoas transgênero, e reforça
para os demais presentes a conduta de violência contra essa comunidade.
A produção científica referente a temática ainda é escassa, e por vezes reverbera
estigmas. Essa marginalização social não só impossibilita acesso aos direitos básicos, como
também impossibilita a compreensão desses direitos por parte da própria comunidade, que não
é capaz de verbalizar ou compreender as próprias necessidades e necessidades de seus iguais.
A inclusão de pessoas transgênero no ensino superior não só possibilita sua reinserção social,

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como permite uma produção científica de “lugar de fala”, para que a própria comunidade
transgênero seja capaz de verbalizar necessidades para efetiva adequação do sistema atual as
subjetividades de identidades que não se enquadram na cisheteronormatividade. Em seu livro
“O que é lugar de fala” Ribeiro (2017) utiliza o termo “lugar de fala” para retratar a realidade
da mulher negra em todo cenário de exclusão, a autora aponta a necessidade da verbalização
das necessidades por parte dos corpos integrantes, para que seja possível pensar em formas
efetivas de inclusão, integração e até reinserção social, sendo a educação e o acesso ferramentas
para consolidação do proposto, o mesmo pode ser pensado para as identidades dissidentes, visto
que estão a margem, de forma que sua existência permanece invisibilizada de determinados
contextos, como em papéis de poder.

[…] não poder acessar certos espaços, acarreta em não se ter produções e
epistemologias desses grupos nesses espaços; não poder estar de forma justa nas
universidades, meios de comunicação, política institucional, por exemplo, impossibilita
que as vozes dos indivíduos desses grupos sejam catalogadas, ouvidas […] O falar não
se restringe ao ato de emitir palavras, mas de poder existir. Pensamos lugar de fala como
refutar a historiografia tradicional e a hierarquização de saberes consequente da
hierarquia social. (RIBEIRO, 2017 p. 76)

Um sistema hierárquico rígido mantém a marginalização estrutural de determinados


corpos, reforçada por estereótipos e valores determinados pela necessidade da classe dominante
ao longo do desenvolvimento sociocultural no país, com isso é possível dizer que o direito a
fala também é centralizado, sendo que a produção científica referente a temática “transgênero”
é por vezes direcionada para a compreensão de processos objetivos e funcionais, de caráter
descritivo e biológico, enquanto a necessidade dessa comunidade é de visibilidade, reinserção,
dignidade, respeito e acesso.
É claro que para pensar na inclusão e acesso de pessoas transgênero ao ensino superior,
também é necessário pensar políticas de inclusão no contexto geral da sociedade, já que os
direitos básicos ainda são negados, como o acesso ao mercado de trabalho, a saúde e a moradia.
A produção de estigmas mantém a comunidade transgênero a margem da sociedade, a falta de
acesso, a desumanização, a falta de dignidade e todo conglomerado de excludentes que
perpetuam a baixa expectativa de vida dessa comunidade, atravessada pela violência constante
e privada do direito básico de existir, é reflexo de uma construção social de regime de controle
dos corpos que mantém restrito o acesso.

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Atualmente há universidades que disponibilizam cotas para pessoas transgênero, como
a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e a
Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Conforme Cunha (2017), em uma análise das
cotas raciais, o acesso ao ensino superior é restrito por “falhas na rede pública de ensino” e a
desigualdade social, faz-se necessário, além de estipular o princípio de igualdade, propor
condições de acesso aos vulnerabilizados ao longo do desenvolvimento do país, sendo a
educação ferramenta imprescindível para a transformação social, inclusão e reinserção social.
Pautar políticas de acesso e permanência não se faz só necessário como urgente. Políticas
afirmativas, como cotas para pessoas transgênero, uso do nome social, facilitação a retificação
de nome e gênero permitem para além do acesso de pessoas transgênero, também sua
permanência, sendo consolidada pelo acolhimento por parte de docentes e a própria sociedade
no geral.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do disposto nesse trabalho é possível dizer que apesar do avanço na área dos
estudos de gênero, a estigmatização do corpo dissidente permanece presente na construção do
simbólico, enquanto o processo de exclusão mantém à margem social os corpos que não se
adequam a norma proposta pelo modelo cisheteronormativo.
Para Louro (2001) é necessário que a mudança rompa a lógica binária e seus efeitos
dominantes e deterministas. A tentativa de classificação das identidades dissidentes,
compreensão de como se constituem e a imposição de métodos para adequação dos corpos,
como através da redesignação sexual, reverberam estigmas que marginalizam e excluem as
identidades “inadequadas”. A falta de acesso a direitos básicos é reflexo do desenvolvimento
sociocultural do país dentro de um contexto colonialista e escravista que pressupõe os papéis de
dominação e extermínio do “inadequado”.
Estas questões levantam dúvidas sobre se a produção na área dos estudos de gênero e a
definição dos métodos utilizados na avaliação de resultados considera devidamente a construção
da identidade transgênero diante das relações hegemônicas, as limitações de acesso e todo
contexto estrutural de marginalização, visando inclusão além da compreensão enquanto objeto
de pesquisa.

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A efetivação da inserção, inclusão e integração da comunidade transgênero mediante
transformação social é proposto através do estabelecimento do acesso à educação, esta como
uma ferramenta imprescindível na mudança social faz-se possível através da qualificação de
profissionais e produções científicas que consideram a priori a subjetividade e todo o processo
de construção identitária do sujeito, considerando a identidade como construção social mutável,
em constante construção e de composição múltipla.
A produção científica de “lugar de fala” é, além de um facilitador da compreensão das
necessidades dessa comunidade e sua realidade, ferramenta de reinserção e produção de
transformação social que compreenda as diversas formas de existir.
Ao longo da pesquisa realizada para desenvolvimento desse trabalho foi possível
observar a quantidade reduzida de produções científicas na área da psicologia, em suma o
material utilizado diz respeito a área da educação, a compreensão da construção do simbólico

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