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Matos
Cléusia Cassule
ULP
2020/2021
Índice
Resumo e palavras-chave
1. Introdução
2. Biografia de Bertrand Russell
3. As Causas da Infelicidade
3.3. A Competição
4. As Causas da Felicidade
4.3. A Família
5. Considerações finais
6. Referências Bibliográficas
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Resumo:
Este trabalho tem como objetivo fazer com que os leitores façam uma introspecção sobre a
vida e, como estes estavam a vivê-la. Este livro revela as causas da felicidade e as causas da
infelicidade e levanta inúmeras questões sobre as mesmas. Russell diz que as pessoas têm
muitos motivos para serem felizes, mas não o são. Então, ele mesmo afirma que tudo isto
poderia mudar e sermos como os animais, pois, assim, não nos preocupávamos com as
adversidades da vida. Bertrand afirma ,ainda, que a conquista da felicidade está nas coisas
mais simples a que nós damos importância, tal como, comer, respirar e andar. A conquista da
felicidade analisa as questões mais relevantes, como as questões familiares e o trabalho, por
exemplo. Russell também questiona como é que as pessoas lidam com a infelicidade. A
infelicidade não é como um erro num dado momento da nossa vida.
Felicidade e infelicidade são dois estados de espírito que são definidos de acordo com as
escolhas que fazemos, sejam elas as corretas ou não. Não existe um estado em que a pessoa
ficará inerte, muito ao contrário, pode experimentar cada uma dessas sensações inúmeras
vezes durante a vida.
Para se ser feliz teremos de deixar de ser egocêntricos e pensar naquilo que anda à nossa
volta, nas coisas mais simples
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Introdução
O presente trabalho tem como base o livro “A Conquista da Felicidade”. O livro divide-se
em duas partes. A primeira intitulada “As causas da infelicidade” e a segunda intitulada “As
causas da felicidade”. Russell fala sobre a felicidade vivenciada pela sua própria experiência.
O presente trabalho tem como Pergunta de Partida: “ De que forma é que a resignação e o
esforço nos levam a acreditar que a felicidade é uma conquista?”.
O objetivo geral desta pergunta de partida, levantada por nós, é compreender como é que a
conformação do Ser Humano perante as diversas situações da vida e, também, o esforço nos
levam a confirmar que a felicidade se torna uma realidade alcançada.
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Biografia de Bertrand Russell
Após a conclusão dos seus estudos, Bertrand também se envolveu na vida política. Durante
a I Guerra Mundial foi ativista pacifista. Com isto, ele acabou por ser condenado a seis meses
de prisão, por discursar contra um convite efetuado pelos Estados Unidos da América, para
lutar contra a Grã-Bretanha. Entretanto,após a II Guerra Mundial, Russel acaba novamente
por ser preso por sete dias, pelo facto de participar numa manifestação antinuclear, em
Londres.
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Causas da Infelicidade
“Ainda que por razões diferentes, em toda a parte verá pessoas infelizes'' (Russell,
2015, p.22). “ Os animais são felizes desde que tenham boa saúde e bastante comida”
(Russell, 2015, p.21). Para Bertrand, os homens também deveriam ser felizes pelo simples
privilégio de satisfazerem as suas necessidades básicas, mas, infelizmente, não o são, porque a
ansiedade, a preocupação, a concentração excessiva, a falta de empatia com os seus
semelhantes e a incapacidade de se divertirem são fatores que têm influenciado o desinteresse
pela vida e causam constante saturação e cansaço no ser humano.
Na maioria dos casos as pessoas só são infelizes por olharem para o mundo de uma
forma errada. Atualmente, as pessoas já não têm prazer na vida, isto porque o ser humano é
um ser que nunca está satisfeito, ou seja, um ser insaciável que quer sempre mais e mais, e
quando não consegue aquilo que quer tende a entristecer-se perdendo o prazer pelas coisas
realizáveis de que depende toda a felicidade, como por exemplo, comer, dormir, andar, falar,
correr, relacionar-se e respirar. Russel realça que a infelicidade deixou de fazer parte da sua
vida quando, ao invés de olhar para si e para suas deficiências, passou a olhar para a situação
do mundo , para os vários ramos do saber e para as pessoas que amava. Quando olhamos
demasiado para nós tornamo-nos egocêntricos e acabamos também por enxergar inúmeros
defeitos, por isso é que Russell decidiu ter prazer nas coisas exteriores e não na análise das
suas imperfeições. Como acima referido o egocentrismo, faz parte de uma das causas da
infelicidade, Russell realça que existem várias espécies de egocentrismo nomeadamente: o
pecador, o narcisista e por fim o megalómano. O pecador “penso sim no homem que é
absorvido pela idéia do pecado. Este homem está perpetuamente exposto à sua própria
desaprovação, que, se é religioso, interpreta como a desaprovação de Deus. Tem de si uma
imagem de como deveria ser, e essa imagem está em contínuo conflito com o conhecimento
que tem de si mesmo” (Russell, 2015, p.24). O narcisista é aquele que se admira
excessivamente e tem o desejo de ser admirado por todos, eles elevam a vaidade a um ponto
extremo e quando relacionam-se com outras pessoas o sentimento nunca é verdadeiro nem
sincero, isso porque o narcisista está cada vez mais preocupado consigo do que com os outros
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e a consequência disto é a insatisfação nos seus relacionamentos. O megalómano é aquele
que procura ser temido e não amado, ele pensa que a sua satisfação está no poder e “quando
isso acontece o homem é louco ou infeliz, se não for as duas coisas ao mesmo tempo”
(Russel, 2015, p.26).
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A Personalidade Egoísta e Egocêntrica: Byroniana
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A Competição
Para evitar esta inquietação é necessário evitar comparações. É necessário aceitar a nossa
situação e proibir a competição, quando excessiva, claro, de dominar as nossas vidas para que
possamos adotar uma alegria sã e serena, elementos essenciais ao equilíbrio ideal da vida.
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A Inveja: a Maior Causa da Infelicidade
A inveja é o desejo de possuir o que o outro tem e desgosto pelo bem alheio. Segundo
Bertrand Russell, a inveja, “ de todas as características vulgares na Natureza humana”
(Russell, 2015, p.67), é a mais “desgraçada”. A pessoa invejosa não deseja apenas tornar as
outras pessoas infelizes, como também se tornar infeliz para si mesma. A inveja é, numa das
hipóteses, incitada pelos acontecimentos infelizes na infância. Sentimentos de inveja durante
o desenvolvimento da criança podem levar a que, quando esta se mostrar ao mundo, a pessoa
espera viver injustiças. Isto, simplesmente, porque se tornou um hábito para ela viver assim.
A inveja é uma potente causa da infelicidade, porque consiste em ver sempre as coisas em
comparação com as outras em vez de se interpretá-las a si mesmas. O invejoso provoca
infelicidade não apenas a si mesmo , como também aos outros. No dia a dia sofre com aquilo
que os outros têm e ele não tem. Este até acaba por se esquecer das suas verdadeiras
qualidades. “O hábito de pensar em termos de comparação é um hábito fatal”. Nós devemos
aceitar os nossos méritos e desenvolver novas qualidades com o tempo. Nós podemos
observar o comportamento de outras pessoas e “copiar as partes boas”. No entanto, isto torna-
se menos bom quando se torna num hábito ou quando se pensa que nunca se vai alcançar os
objetivos daquela pessoa. Este mundo é uma ilusão, porque preferimos ser cópias de
celebridades e não sermos nós mesmos. Muitas das vezes invejamos alguém que nem existe,
porque tudo é modificado e não corresponde à verdadeira pessoa.
A fadiga é uma das causas da inveja. Então, se queremos diminuir a inveja, devemos
diminuir a fadiga. Um dos medicamentos para a inveja é a disciplina mental, isto é, “o hábito
de não alimentar pensamentos inúteis” (Russell, 2015, p.71). A felicidade pode obter-se
através de um conjunto de várias coisas, tais como a saúde, conhecimento, boa família,
emprego. Afinal, existirá algo mais invejável do que a felicidade?
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Causas da Felicidade
O homem Feliz
“Há coisas indispensáveis à felicidade da maioria dos homens, mas são coisas simples:
a alimentação, a casa, a saúde, o amor, o êxito no trabalho e o respeito das pessoas que os
rodeiam” (Russell, 2015. p.175). Para Bertrand um homem feliz é aquele que foca nas coisas
mais simples da vida, aquele que vive objetivamente, o que tem prioridades e afeições, o
homem feliz dá e recebe afeição, receber afeição é uma das causas poderosas da felicidade.
Homens felizes costumam trocar os pensamentos negativos pelos positivos e geralmente não
são egocêntricos.
“O homem feliz é aquele cuja personalidade não está dividida contra si própria nem
em conflito com o mundo” ( Russell, 2015, p.179). Ao contrário do homem infeliz, o homem
feliz tem gosto pela vida e não tem uma ideia errônea da natureza do universo, ele sente-se
cidadão pertencente ao universo, desfruta com liberdade a beleza do universo, sem
incomodar-se com as situações inevitáveis da vida, vivendo assim uma vida simples,
tranquila, despreocupada e a acima de tudo feliz.
Neste capítulo Russell mostra-nos que para ser feliz não precisamos de muito, apenas
das coisas mais simples e acessíveis da vida, apesar da “conquista da felicidade” ser um
grande processo de mudança de pensamentos e da forma como olhamos para os problemas e
adversidades da vida, vale a pena fazer um esforço para alcançá-la.
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O Prazer de Viver
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A Família
De todas as instituições que o passado nos legou, nenhuma está presentemente tão
desorganizada como a família. A afeição que o autor trata pode ser verificada na família.
Os pais sentem uma afeição especial pelos seus filhos, diferentemente das demais crianças.
Esta afeição sentida pelos pais é amplamente discutida por teólogos, psicólogos, filósofos e
cientistas. No entanto, é difícil verificar a busca pela felicidade em todos os casos. Russell
explica que é complicado analisar a felicidade em cada pessoa. Mas, a felicidade num sentido
fundamental deve investigar o amor. O amor, entre pais e filhos, refere-se aos cuidados que
um tem para com o outro. E “cuidado” deve ser compreendido como atenção. Enquanto que
os nossos amigos nos estimam pelos nossos méritos, as amantes pelos nossos atrativos; mas se
um dia os méritos e os atrativos começarem a diminuir, amigos e amantes poderão
desaparecer. É nos momentos de infortúnio que encontramos o nosso refúgio junto dos nossos
pais.
Portanto, a família feliz deve ser fundada no amor que traduz esta atenção especial que os
pais dedicam para os filhos.
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O Esforço e a Resignação
A felicidade é uma conquista, por isso é que ela deve ser trabalhada e cultivada. Para
isso é indispensável ter duas virtudes: o esforço e a resignação. Para alcançar a felicidade é
necessário esforço da e acima de tudo aceitar determinadas circunstâncias e situações da vida,
tanto o esforço interior como o exterior representam um papel muito importante para a
conquista da felicidade, porque já sabemos que a felicidade não é gerada espontaneamente
muito pelo contrário, ela só é conquistada com determinação e perseverança até porque as
coisas mais importantes e valiosas da nossa vida não foram conquistadas do dia para noite.
Em suma, devemos viver uma vida com esforço e resignação para alcançarmos a tão
desejada felicidade.
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Considerações finais
Em jeito de conclusão, nós escolhemos os capítulos mais relevantes do livro “A
Conquista da Felicidade” e fizemos um resumo geral daquilo que chama mais à atenção por
cada capítulo. Intitulamos os capítulos com outros nomes idênticos, para que este fosse da
nossa autoria. Russell fala que a felicidade deve ser considerada sempre como um bem
perseguido por todos. Para uma discussão ética, este livro é fundamental porque é livre de
julgamentos morais, que tentam estabelecer uma lei máxima e a partir desta, as ações. O
filósofo não quer construir leis éticas e muito menos verificá-las nas ações. Apenas quer ver a
felicidade em fundamentos simples. As infelicidades são criadas pela falta de amor à vida que
causam a desintegração do Homem. A relação do nosso interior com o exterior é a causa da
felicidade, que é um caminho a ser traçado por qualquer discussão ética. Então, devemos nos
esforçar para sermos simples e aceitar as condições em que estamos e a que nos propomos.
Isto responde à nossa Pergunta de Partida.
Assim sendo, o objetivo geral foi obtido, pois os maiores motivos da nossa insatisfação,
deve-se à expectativa de que colocamos sobre a nossa vida, sobre as pessoas, e sobre nosso
próprio desempenho. Então, é preciso sermos capazes de abandonar pouco a pouco a ideia de
que fazemos de nós mesmos e do mundo, e encarar a realidade da nossa humanidade. “Foi na
convicção de que muitas pessoas que são infelizes poderiam tornar-se felizes graças a um
esforço bem dirigido, que escrevi este livro.”
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Referências bibliográficas
Russel, B. (2015). A conquista da felicidade. Tradução: José Antonio Machado. Relógio D'água
Editores
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