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Atividade Avaliativa de Redação 8º A (4º Bimestre)

A internacionalização do mundo.
Cristovam Buarque

Fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia, durante um debate,


nos Estados Unidos. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um
humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica
humanista como o ponto de partida para uma resposta minha.

De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia.


Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.
Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia,
podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a
humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos


também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da
humanidade quanto a Amazônia é para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-
se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do
mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da humanidade.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a
Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de
um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas
decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras
sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus


do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das
mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural,
como o patrimônio natural amazônico, possa ser manipulado e destruído pelo gosto de um
proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um
quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio,
mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na
fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser
internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como
Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza
específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros,
internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são
capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as
lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à
presidência dos EUA têm defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em
troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha
possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando
o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do
que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um
patrimônio da humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que
morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me


tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.
Cristovam Buarque. O artigo foi publicado em O Globo e no Correio Braziliense.

1) O encontro em que o autor foi interpelado sobre a internacionalização da Amazônia ocorreu


nos Estados Unidos. De acordo com o texto e com seu conhecimento de mundo, pode-se
afirmar que a pergunta do jovem expressa uma opinião isolada acerca do tema ou reflete
também o pensamento daqueles que têm o desejo de apropriação da nossa floresta? Explique.
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2) Em resposta ao rapaz, o articulista afirma que


“[...] como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que
sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização [...]”.

Sob que condições se poderia aceitar essa internacionalização


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3) Pelas condições apresentadas pelo brasileiro, e não pelo humanista (na visão em que se
projetou a pergunta), para se internacionalizar a Amazônia, o que ficou esclarecido para o
jovem norte americano.
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4) Comente a frase:
“Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas enquanto o mundo me tratar como brasileiro,
Lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa

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Produção de texto
Artigo de opinião
A Amazônia não está à venda
Os que se preocupam com o clima do planeta deveriam se dedicar a influenciar seus governos.
Da Amazônia nós estamos cuidando.

A mudança do clima é um problema real que o Brasil atribui grande importância. [...]
A causa principal é conhecida: pelo menos 80% do problema tem origem na queima de
combustíveis fósseis – especialmente carvão e petróleo – apenas pequena parcela resulta da
mudança no uso da terra, incluindo o desmatamento.
O desmatamento atual é em escala global é preocupante por várias razões, mas o foco do
combate a mudança do clima deve ser a alteração da matriz energética e o uso de energias limpas.
Brasil está, ainda, implementando uma política integrada de combate ao desmatamento, trata-se de
valorização da floresta em pé e de apoio ao desenvolvimento socioeconômico das comunidades que
dela dependem.
O manejo sustentável de florestas é, em todo o mundo, um campo propício à cooperação, por meio
do intercâmbio de experiências e do auxílio na capacitação técnica. Estamos abertos a essa
cooperação, sempre no estrito respeito às nossas leis e à nossa soberania. 
[...]
Celso Amorim. Folha de São Paulo.

No Dia da Amazônia, Gisele Bündchen faz apelo: "Preservar a floresta é preservar a vida"
Gaúcha de 39 anos, que é ligada a projetos ambientais, postou um texto em sua conta no
Instagram nesta quinta-feira, para marcar a data

A modelo Gisele Bündchen usou as redes sociais para falar sobre a preservação da floresta Amazônica.
A gaúcha de 39 anos, que é ligada a projetos ambientais, postou um texto em sua conta no Instagram para
marcar o Dia da Amazônia, celebrado nesta quinta-feira (5).
"A única certeza que temos é que os recursos naturais são finitos e é muito mais trabalhoso, demorado e
caro recuperar do que preservar. Por isso, a todos aqueles que dedicam suas vidas para cuidar da
Amazônia, levam educação e saúde às comunidades ribeirinhas e indígenas, estudam e pesquisam sobre
a floresta para nos trazer informação, àqueles que combatem as queimadas, aos que arriscam suas vidas
para barrar as atividades ilegais e também às organizações que tem um trabalho sério e há anos buscam
formas de proteger a floresta, minha GRATIDÃO. Vocês são nossa esperança, estou com vocês,
parabéns pelo trabalho. PRESERVAR a nossa floresta, significa preservar a VIDA", diz um trecho.
auchazh.clicrbs.com.br/donna/gente/noticia/2019/09/no-dia-da-amazonia-gisele-bundchen-faz-apelo-preservar-a-floresta-e-preservar-a-vida-
ck06nupqb02ql01l56srytaq3.html. Acesso 5 set. 2019.
https://act.greenpeace.org/page/44550/petition/1. Acesso 5 set.2019.

Desenvolva um artigo de opinião sobre as ideias expressas nos textos. As causas e consequências do
desmatamento da Amazônia, com uma resolução baseado em princípios de sustentabilidade
definidos pela sociedade brasileira.

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