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Lição 11: LUCAS-ATOS: O MODELO PENTECOSTAL PARA HOJE

A história de Lucas, o médico amado


Muito provavelmente Lucas foi um gentio de fala grega de Antioquia da Síria, que
talvez estabeleceu residência por um tempo em Filipos (cf. Atos 16:12). Na
Epístola aos Colossenses, o apóstolo Paulo se refere a ele como o “médico
amado”. Além disso, o apóstolo o distingue dos homens da circuncisão, isto é, os
judeus.
Isso parece reforçar a sugestão de que ele tenha sido gentio, possivelmente grego.
Apesar disso, alguns estudiosos se esforçam em supor que ele tenha sido um
judeu da dispersão convertido ao cristianismo.

Em várias ocasiões no livro de Atos, Lucas se coloca como uma testemunha ocular
dos acontecimentos ali narrados. Ele destaca sua participação especialmente
como um companheiro muito próximo do apóstolo Paulo (Atos 16:10-17; 20:5; 21;
27; 28).

Além da passagem em Colossenses, Paulo também faz menção a Lucas quando


ao escrever a Filemom. Mais uma vez o apóstolo ressalta que o médico era um de
seus grandes cooperadores (Filemom 24).
Não é exagero imaginar que Lucas, como médico e fiel companheiro missionário
de Paulo, também tenha o amparado não apenas como amigo e irmão em Cristo,
mas também como médico em suas aflições físicas. Lucas também estava
acompanhando o apóstolo na ocasião de sua segunda prisão em Roma. Já
próximo ao seu martírio, quando Paulo escreveu a Timóteo, o apóstolo destacou
que somente Lucas estava com ele.
Portanto, como não se sabe se Timóteo conseguiu chegar a tempo antes de Paulo
ser martirizado, Lucas talvez tenha sido o único a acompanha-lo em seus últimos
dias de vida.

Desde muito cedo, ainda na Igreja Primitiva, a tradição cristã atribuiu a ele a
autoria de dois dos livros do Novo Testamento. Se realmente Lucas foi um gentio,
então ele pode ter sido o único não judeu a escrever um livro no Novo Testamento,
apesar de também não se saber quem escreveu a carta aos Hebreus.
Em seus escritos, é possível perceber traços de sua formação e profissão. Ele
aplica um grego culto como linguagem e se mostra bastante específico ao
descrever casos de enfermidades. Pela qualidade e organização de seu trabalho,
Lucas é considerado um historiador primordial do primeiro século, cuja obra é
impecável e digna de confiança

Dois dos Pais da igreja dizem que era sírio, natural de Antioquia. Na verdade
não parece ter sido de nascimento judaico (Cl 4.11).
Era médico (Cl 4.14). Ele não foi testemunha ocular dos acontecimentos que
narra no Evangelho (Lc 1.2), embora isso não exclua a possibilidade de ter
estado com os que seguiam a Jesus Cristo.

1 – LUCAS-ATOS

1.1. Preliminares. O Evangelho segundo Lucas é o primeiro dos dois livros


endereçados a um certo Teófilo (1.3; At 1.1). Embora o autor não se identifique
pelo nome em nenhum dos dois livros, o testemunho unânime do cristianismo
primitivo e as evidências internas indicam a autoria de Lucas nos dois casos.
Segundo parece, Lucas era um gentio convertido, sendo o único autor humano
não-judeu de um livro da Bíblia. O Espírito Santo o moveu a escrever a Teófilo
(cujo nome significa “aquele que ama a Deus”) a fim de suprir uma necessidade da
igreja gentia, de um relato completo do começo do cristianismo. A obra tem duas
partes: (1) o nascimento, vida e ministério, morte, ressurreição e ascensão de
Jesus (Lucas), e (2) o derramamento do Espírito em Jerusalém e o
desenvolvimento subsequente da igreja primitiva (Atos). Esses dois livros perfazem
mais de uma quarta parte do NT. Pelas epístolas de Paulo sabemos que Lucas era
um “médico amado” (Cl 4.14) e um leal cooperador do apóstolo (2 Tm 4.11; Fm
24). Pelos escritos de Lucas, vemos que ele era um escritor culto e hábil, um
historiador atento e teólogo inspirado. Segundo parece, quando Lucas escreveu o
seu Evangelho, a igreja gentia não tinha nenhum desses livros completo ou bem
conhecido, a respeito de Jesus. Primeiramente Mateus escreveu um Evangelho
para os judeus, e Marcos escreveu um Evangelho conciso para a igreja em Roma.
O mundo gentio de língua grega dispunha de relatos orais de Jesus, dados por
testemunhas oculares, bem como breves tratados escritos, mas nenhum
Evangelho completo com os fatos na devida ordem (ver 1.1-4).

1.2. Lucas e seus detalhes.


1.2.1. Conteúdo: a história de Jesus como a primeira parte de Lucas-Atos, que é a
história da salvação de "Israel", que Cristo e o Espírito realizaram; essa parte
começa com o anúncio do nascimento de Jesus e continua até a sua ascensão.
1.2.2. Autor: de acordo com uma tradição muito antiga, Lucas, o médico e antigo
companheiro do apóstolo Paulo (v. Cl4.14), o único autor gentio na Bíblia.

1.2.3. Data: incerta; os estudiosos se dividem entre uma data anterior à morte de
Paulo (c. de 64 d.C.; v. At 28.30,31) e outra depois da queda de Jerusalém (70
d.C., pelo uso que o autor faz do Evangelho de Marcos).
1.2.4. Receptor(es): Teófilo é de outro modo desconhecido; seguindo o costume
dos prefácios desse gênero na literatura greco-romana, ele provavelmente foi o
patrocinador do livro de Lucas-Atos, subscrevendo, portanto, a sua publicação; os
leitores implícitos são cristãos gentios, cujo lugar na história de Deus é assegurado
por meio da obra de Jesus Cristo e do Espírito.
1.2.5. Ênfases: O Messias de Deus veio até seu povo, Israel, com a prometida
inclusão dos gentios; Jesus veio para salvar os perdidos, incluindo todos os tipos
de pessoas marginalizadas que para a religião tradicional estariam fora dos limites;
o ministério de Jesus é executado sob o poder do Espírito Santo; a necessidade da
morte e ressurreição de Jesus (que cumpriram promessas do Antigo Testamento)
para o perdão de pecados.

1.3. Atos e seus detalhes.


1.3.1. Conteúdo: a parte 2 do relato de Lucas sobre as boas-novas de Jesus; de
que maneira, pelo poder do Espírito, as boas-novas se espalharam de Jerusalém
até Roma.
1.3.2 Ênfases: as boas-novas da salvação de Deus por meio de Jesus são para os
judeus e os gentios igualmente, cumprindo assim as expectativas do Antigo
Testamento; o EspíritoSanto guiando a igreja com poder para disseminar as boas-
novas; a salvação para todos é a atividade de Deus e nada pode impedi-la; alguns
aceitam as boas-novas com alegria e outros as rejeitam com ira.

2 – O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO


2.1. Quem é o Espírito Santo? [Do heb. Ruhh Kadosh; do gr. Hagios
Pneumathôs] Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. É um ser dotado de
personalidade e vontade próprias. Possui os mesmos atributos morais e espirituais
que o Pai e o Filho. Não é, portanto, uma energia emanada de Deus como o
querem certos segmentos que se dizem cristãos. O Espírito Santo atuou: 1) na
criação do Universo (Gn 1.1,2); 2) na encarnação de Cristo (Lc 1.35); 3) na
fundação da Igreja e sua consequente expansão (At 2.1- 4; 13.1-5); 4) na produção
das Escrituras Sagradas (2 Pe 1.20,21). 5) E, como o Consolador enviado por
Cristo, atua na conversão do pecador (Jo 16,8-10).
2.2. Quem batiza com Espírito Santo? João respondeu a todos: "Eu os batizo
com água. Mas virá alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno
nem de curvar-me e desamarrar as correias das suas sandálias. Ele os batizará
com o Espírito Santo e com fogo. (Lc 3.16).
2.3. Definição: O que é significa a expressão “Batismo no Espírito Santo”? “É
um revestimento e derramamento de poder do Alto, com evidência física inicial de
línguas estranhas, conforme o Espírito Santo concede, pela instrumentalidade do
Senhor Jesus, para o ingresso do crente numa vida de mais profunda adoração e
eficiente serviço para Deus (Lc 24.49; At 1.8; 10.46; 1 Co 14. 15,26)”. Pr. Antônio
Gilberto. O conhecido teólogo Myer Pearlman define o Batismo com oEspírito
Santo como: “a imersão no poder energizante do Espírito Divino”. O teólogo J.
Rodman Williams se expressa da seguinte maneira: “O batismo em água significa
literalmente ser imergido na água, colocado em baixo dela, ou até mesmo ficar
ensopado nela. Com efeito, ser batizado no Espírito Santo é ficar totalmente
envolvido no Espírito dinâmico do Deus vivo. O saudoso pastor e missionário
Eurico Bergstén, diz que: “A palavra batismo tem o sentido de mergulhar, imersão,
o que realmente condiz com a maravilhosa experiência de submergir na plenitude
do Espírito Santo”.
2.4. O que não é o Batismo com Espírito Santo? A bíblia nos adverte a não crer
em todo espírito, diz o apóstolo João: “Amados, não creiam em qualquer espírito,
mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos
falsos profetas têm saído pelo mundo (1 João 4:1)”.

2.4.1. O batismo no Espírito Santo não é aprender falar em línguas. Falar em


línguas não é algo aprendido, mas sim recebido, conforme diz as escrituras “Todos
ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o
Espírito os capacitava (At 2.4)”. Devemos ter cuidado, pois as línguas não são
aprendidas, mas podem ser imitadas.
2.4.2. O batismo no Espírito Santo não é para os ímpios. A bíblia diz: “o Espírito
da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós
o conheceis, porque Ele vive convosco e estará dentro de vós (Jo 14.17)”. Se
alguém afirma falar em outras línguas e não acredita na autoridade bíblica, prega
heresias e vive de modo carnal, os sinais que o tal realiza não são provém do
poder do Espírito de Deus, mas do Diabo (2 Ts 2.9).
2.4.3. O batismo no Espírito Santo não é o mesmo que batismo no corpo de
Cristo. Muitos não compreendem devidamente o batismo com o Espírito Santo,
por não fazerem uma exegese correta de 1 Coríntios 12.1. Paulo não faz aqui
nenhuma referência ao batismo com o Espírito Santo, nem ao batismo em águas.
2.4.4. O batismo no Espírito Santo não é uma experiência exclusiva dos dias
apostólicos. A bíblia contraria veementemente essa ideia, e um texto muito
esclarecedor é Atos 2.38,39.

CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO. Quais as implicações da plenitude do Espírito


Santo recebida no dia de Pentecoste?
1. Significou o início do cumprimento da promessa de Deus em (Jl 2.28,29), de
derramar seu Espírito sobre todo o seu povo nos tempos do fim (cf. 1.4,5; Mt 3.11;
Lc 24.49; Jo 1.33).

2. Significou que os últimos dias desta era já começaram (v. 17; cf. Hb 1.2; 1 Pe
1.20).

3. Os discípulos foram do alto... revestidos de poder (Lc 24.49; cf. At 1.8), que os
capacitou a testemunhar de Cristo, a produzir nos perdidos grande convicção no
tocante ao pecado, à justiça, e ao julgamento divino, e a desviá-los do pecado para
a salvação em Cristo (At 1.8 notas; At 4.13,33; 6.8; Rm 15.19).

4. O Pentecoste é o início das missões mundiais (1.8; 2.6-11,39).

5. Os discípulos se tornaram ministros do Espírito. Não somente pregavam Jesus


crucificado e ressuscitado, levando outras pessoas ao arrependimento e à fé em
Cristo, como também influenciavam essas pessoas a receber o dom do Espírito
Santo (vv. 38,39) que eles mesmos tinham recebido no Pentecoste (v. 4).

6. Mediante este batismo no Espírito, os seguidores de Cristo tornaram-se


continuadores do seu ministério terreno. Continuaram a fazer e a ensinar, no poder
do Espírito Santo, as mesmas coisas que Jesus começou, não só a fazer, mas a
ensinar (At 1.1; Jo 14.12).

• Verdade Prática. A palavra “atividade” significa: Capacidade ou tendência para


agir, para se movimentar, para realizar alguma coisa; ação, vivacidade. A
expressão “implicação” é abordada com o sentido de: Ação ou efeito de implicar,
de obter algo como efeito, resultado, consequência. Em outras palavras, o crente
pentecostal crer que o Espírito Santo age poderosamente na vida cristã
promovendo alguns resultados: santidade, temor, poder para testemunhar,
ousadia, dons espirituais, maturidade, fé, consolação, esperança... Esse é o
modelo crido e adotado pelos cristãos pentecostais.

QUANDO A IGREJA É REVESTIDA COM O PODER DO ESPÍRITO SANTO


6 Comentários / Pastorais / Por Pr. Hernandes
A igreja depende do Espírito Santo. É o Espírito Santo quem aplica a obra da
redenção no coração dos pecadores. É impossível haver sequer um convertido
sem a obra do Espírito Santo. Charles Spurgeon diz que é mais fácil crer que um
leão tornar-se-á um vegetariano do que acreditar que um só pecador seja
regenerado sem a obra do Espírito Santo. O livro de Atos, nos capítulos 1 e 2 nos
fala sobre quatro verdades fundamentais acerca do Espírito Santo.
Em primeiro lugar, a promessa do Espírito Santo (At 1.4-8). Jesus determinou os
discípulos a não saírem de Jerusalém até que recebessem a promessa do Pai (At
1.4), o batismo com o Espírito Santo (At 1.5). Esse batismo seria também um
revestimento de poder (Lc 24.49). Os discípulos, ainda influenciados por uma visão
provinciana e política do reino de Deus, perguntaram a Jesus se seria nessa época
que o reino seria restaurado a Israel. Jesus não alimenta as idéias messiânicas
distorcidas deles e retoma o tema da promessa do Espírito, dizendo: “Mas
recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos
confins da terra” (At 1.8). Essa promessa que se cumpriu no dia de Pentecostes é
a mesma profetizada por Joel (Jl 2.28) e Isaías (Is 44.3-5).
Em segundo lugar, a busca do Espírito Santo (At 1.14). Os discípulos não
aguardaram a promessa do Espírito Santo passivos, mas em oração. Os cento e
vinte discípulos, entre eles os apóstolos, Maria, bem como seus outros filhos
oraram durante dez dias após a ascensão de Cristo. Ao fim desse tempo, o
Espírito Santo foi derramado sobre eles. Essa oração no cenáculo teve três
características: primeiro, ela foi abrangente: todos eles estavam comprometidos
com a busca do Espírito Santo; segundo, ela foi perseverante: todos eles
perseveram em oração, sem esmorecer; terceiro, ela foi unânime, ou seja, todos
tinham um só objetivo, uma só motivação, a busca do Espírito Santo. Houve
unanimidade e concordância na oração. Em todos eles havia o mesmo sentimento.
Em terceiro lugar, o derramamento do Espírito Santo (At 2.1-41). No dia do
Pentecostes, dez dias depois da ascensão de Cristo e da oração incessante da
igreja, o Espírito Santo foi derramado. Todos os discípulos ficaram cheios do
Espírito Santo. Aqueles que já tinham o Espírito Santo, pois eram convertidos,
agora são cheios do Espírito Santo e revestidos com poder para testemunhar. O
Espírito Santo desce sobre eles em línguas como de fogo e como um vento
impetuoso e todos começam a falar as grandezas de Deus. Uma multidão se
ajunta curiosa e cheia de ceticismo (At 2.12), preconceito (At 2.7) e zombaria (At
2.13). Embora o milagre tenha atraído a multidão, foi a pregação da palavra de
Deus que compungiu o coração do povo e naquela manhã cerca de três mil
pessoas foram convertidas a Cristo. Pedro pregou um sermão Cristocêntrico,
tratando da morte, ressurreição, ascensão e senhorio de Cristo. Oração e
pregação, no poder do Espírito, tornaram-se as marcas da igreja. A partir daí,
aqueles que até então estavam trancados com medo dos judeus, são trancados
nas prisões por falta de medo. Aqueles que se acovardaram diante dos perigos,
agora enfrentam açoites, prisões e até mesmo a morte com galhardia.
Em quarto lugar, a vida cheia do Espírito Santo (At 2.42-47). Depois que a igreja
ficou cheia do Espírito Santo sua vida refletiu isso e o mundo foi impactado. A
plenitude do Espírito foi percebida através da firmeza na doutrina dos apóstolos, do
engajamento na oração, da comunhão fraternal, da adoração fervorosa e do
testemunho irrepreensível. Uma igreja cheia do Espírito tem bom testemunho dos
de dentro e também dos de fora. Ela cresce em conhecimento e também em
graça. Ela tem a simpatia dos homens e a aprovação de Deus. Ela cresce em
santidade e também em números. Ela é embaixadora de Deus na terra e também
promove festa no céu.

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