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CHEFIA DE GABINETE
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA “DR. LUIZ CAMARGO WOLFMANN”
VALORIZAÇÃO HUMANA
DA PUNIÇÃO À RESSOCIALIZAÇÃO
MÁRCIO FRANÇA
Governador do Estado
LOURIVAL GOMES
Secretário de Estado
ROBERTO MEDINA
Coordenador de Unidades Prisionais da Região Oeste do Estado
VALÉRIA RONCATTI
Diretor Técnico I
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ELABORAÇÃO
COLABORAÇÃO
COORDENAÇÃO
SUMÁRIO
Apresentação ................................................................................................ 7
Módulo I – Evolução histórica da punição e do sistema prisional .......................... 8
Aula 1 – Introdução .................................................................................... 9
Aula 2 - Punição e prisão na Idade Antiga .....................................................11
Aula 3 - Punição e prisão na Idade Média .....................................................15
Aula 4 - Punição e prisão na Idade Moderna ..................................................19
Aula 5 – Formas de punição implementadas ao longo da evolução humana. ......23
Módulo II – Implementação e organização do Sistema Penitenciário ...................25
Aula 1 – Sistemas Penitenciários .................................................................26
Aula 2 – Sistema Celular ............................................................................28
Aula 3 – Sistema Auburniano ......................................................................30
Aula 4 – Sistema Progressivo ......................................................................32
Módulo III – Sistema Prisional Brasileiro ..........................................................34
Aula 1 – Breve histórico .............................................................................35
Aula 2 – Sistema Penitenciário Paulista – Complexo do Carandiru ....................37
Módulo IV – Direitos Humanos .......................................................................40
Aula 01 – Breve processo histórico ..............................................................41
Aula 02 – Em busca por proteção, igualdade e justiça. ...................................46
Aula 03 – O desenvolvimento dos Direitos Humanos no contexto carcerário. .....50
Aula 04 – A evolução carcerária como consequência da evolução humana e da
globalização. .............................................................................................53
Aula 05 – Regras de Bangkok – novo instrumento de trabalho no contexto
carcerário – Um olhar específico a um público-alvo. .......................................56
Aula 06 - Mas afinal, em que tudo isso implica para nós, agentes? ...................61
Bibliografia: .................................................................................................64
ANEXO ........................................................................................................67
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Apresentação
Olá,
Este curso é um convite a viajarmos pela história atrás da origem das penas
e, consequentemente, dos modelos de prisão até chegarmos nos modelos de sistema
prisional que temos hoje, com vistas à ressocialização da pessoa presa.
Realize o curso um módulo por vez e volte a leitura sempre que achar
necessário. Leia o conteúdo e faça os exercícios com calma e atenção. Os exercícios
não têm caráter eliminatório, mas só será possível passar para o próximo módulo
após sua conclusão.
Bom curso,
Equipe EAP-E@D
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Objetivo:
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Aula 1 – Introdução
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Nesse ponto da história, deve-se considerar que os grupos já não são mais
bandos ou clãs, em alguns casos, são grandes vilarejos ou até cidades, regidos por
seus administradores (sacerdotes).
Como essa força das divindades era algo muito presente nas civilizações
antigas, a religião e rituais religiosos tinham muito peso sobre as pessoas e a forma
de punir passa a ser encarada como Vingança Divina.
É importante ressaltar que nessa época as leis não eram escritas e eram
passadas de geração para geração verbalmente, cada qual com seu ritual e a punição
ficava a critério da “vontade divina”, normalmente interpretada por sacerdotes ou
suseranos, que, para eles, eram pessoas capacitadas pelos deuses para interpretar
suas vontades e por isso estariam capacitados para gerir as cidades. E, por sua vez,
o condenado aceitava seu destino imposto pelo medo de que, caso não se
submetesse a pena, o castigo dos deuses poderia ser ainda maior e pior, poderia
recair sobre seus semelhantes.
Não há, até então, muitos relatos sobre prisões, mas já se tem registro de
que existiam lugares específicos onde condenados eram “depositados” até o
cumprimento da pena. Dessa forma, a prisão não era o fim e sim o meio, um local
(in)adequado para o sentenciado aguardar a data de seu ditame.
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Vingança Pública.
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Direito Germânico
Direito Canônico
É diante desse cenário que a Igreja Católica começa a ganhar força. Muitos
bárbaros viraram adeptos ao cristianismo e a Igreja vai gradativamente ganhando
espaço e no fim do século III d.C. o Édito de Tessalônica torna o cristianismo a religião
oficial do Império. Um fator que impulsionou essa decisão foi o de que a Igreja era
uma das únicas instituições organizadas da época, capaz de administrar esses
conflitos, além de serem detentoras de imensas áreas de terras.
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Esses pontos elencados acima nos dão uma noção do cenário da época.
Imagine:
Essa rebeldia social fez com que a classe dominante se sentisse acuada e
buscaram no rei a proteção necessária, em contrapartida, ofereceram a ele
investimentos em tribunais de justiça, organização e segurança do reino, a unificação
da moeda e padronização no recolhimento de impostos.
Com isso, mais uma vez, as leis referentes a condenação são reformuladas,
agora com vistas a atender as necessidades dos atuais detentores do poder. Em
outras palavras, essas leis se transformaram em instrumentos de preservação e
reprodução da ordem política e social, reprimindo as forças sociais (rebeliões) para
garantir a expansão da política mercantil. Essa repressão acontece de forma violenta,
com requintes de crueldade por meio de um espetáculo de suplícios, flagelos, torturas
e mutilações.
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Diante desses fatos, surge a teoria de que o homem era ocioso por
excelência, ou seja, o homem só trabalharia se fosse obrigado a isso porque seria da
natureza do homem fazer somente aquilo que lhe trouxesse prazer. E partindo desse
pressuposto, juntamente com a imprescindibilidade de mão-de-obra e necessidade
de controle social, surgiu a ideia de dominar os ociosos que tivessem condições
(físicas) para trabalhar e usá-los de forma coercitiva e disciplinada a favor do
capitalismo. Essa ideologia deu origem a “Ética ao trabalho” (ética pensada como
garantia de condições para que o sujeito se aprimore por meios legítimos).
A partir daí é possível notar que a prisão, antes vista como local de custódia
até a execução da pena, agora era o fim por si só. A prisão era a pena e essa pena
era vista como um processo de ressocialização do infrator que só podia ser obtido
por meio do trabalho. No entanto, usualmente as estruturas eram inadequadas para
a execução do trabalho, haja vista que eram prisões em que a elite instalava seus
maquinários e equipamentos para a produção. Existia também o descaso com a
pessoa presa, por meio da obrigatoriedade de trabalhar até a exaustão e a inexatidão
de tempo em que o criminoso deveria permanecer na instituição, haja vista que seu
processo de ressocialização demoraria o tempo necessário para sua reeducação.
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Somente a Lei poderia fixar as penas e essa deveria ser gerida pelo Legislativo
(corpo colegiado responsável por elaborar as leis);
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Até a presente data são mais de 12000 (doze mil) anos de história, que
morosamente, foram contribuindo para a questão do tratamento do delinquente em
tentativas de erro e acerto no que concernem a concepção da regeneração humana.
Conhecendo a evolução histórica do sistema prisional, é possível entender porque
algumas leis não são instituídas ou foram abolidas de nossa legislação, tais como a
tortura ou castigos corporais. Pois, partindo do princípio que a missão do sistema
prisional é ressocializar, ainda que muitos acreditem que o exemplo tem maior
eficácia na regeneração do indivíduo, a experiência mostra que essas ações não
contribuíram para a diminuição da delinquência durante a evolução dos povos, pelo
contrário, auxiliou no aumento ao descontentamento e indignação social.
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Objetivo:
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Outras penitenciárias foram criadas, mas pouco a pouco esse tipo de sistema
foi declinando. Primeiro porque o mercado já não podia mais explorar a mão-de-obra
advinda desse público, decorrente da redução da capacidade de labor e também
porque a solidão levava o apenado à extenuação ou a loucura. Esse sistema acabou
ficando caro demais para o Estado, sem um retorno lucrativo ou um processo
regenerativo significativo para a sociedade.
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Esse sistema foi impulsionado após a Primeira Guerra Mundial e sua máxima
era substituir o castigo pelo prêmio, ou seja, ao invés de castigar o transgressor, ele
seria gratificado pelo bom comportamento no cumprimento da sentença.
Basicamente, esse formato dividia a pena em 3 (três) estágios: isolamento celular
dia e noite, isolamento celular a noite e trabalho durante o dia (em silêncio) e
livramento condicional.
Na Irlanda esse mesmo regime foi implantando com uma etapa a mais, o
período intermediário, que consistia em uma espécie de semiaberto, onde o preso
saía para trabalhar durante o dia em estabelecimentos fora da unidade prisional antes
de obter seu livramento condicional.
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Objetivo:
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Em abril de 1500 o Brasil foi “descoberto” por Portugal que, acreditando que
os povos que aqui viviam eram inferiores, julgou necessário catequizá-los e impor os
padrões de comportamento advindos da Europa.
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Todavia, em pouco tempo, o que fora previsto em lei estava longe de ser
cumprido. Estávamos diante de um quadro de superlotação, deterioração dos
estabelecimentos prisionais e condições insalubres para o cumprimento da pena. Até
que em 1905, visando minimizar esse quadro, é aprovada a construção de um novo
estabelecimento prisional em São Paulo e em 1920 é inaugurada a Penitenciária do
Estado.
http://www.sap.sp.gov.br/common/museu/museu.php
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dado aos presos, também conhecido como Instituto de Regeneração, foi considerado
um padrão de excelência, atraindo vários estudiosos e autoridades. A Penitenciária
era tão promissora que chegou a ser considerada cartão postal da cidade de São
Paulo.
A Penitenciária do Estado
adotou o regime progressivo da pena,
dividido em 4 (quatro) estágios, como
fora adotado na Irlanda, no pós-guerra,
primando pela regeneração por meio do
trabalho e da reeducação por meio da
recompensa, tornando a pena mais
leve.
Porém, em 1940 a
penitenciária atinge sua capacidade
https://acessajuventude.webnode.com.br/historia-do-carandiru/
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http://www.jornalgrandebahia.com.br/2017/05/nazismo-e-fascismo-em-qual-espectro-do-pensamento-politico-se-situam/
http://www.vanialima.blog.br/2012/05/bomba-de-hiroshima-e-nagasaki.html
Em circunstâncias
similares, temos explosões
de bombas em Hiroshima e
Nagasaki, que levaram a
morte de milhares de
cidadãos inocentes, um
episódio épico registrado no
decorrer da história e do
desenvolvimento das
sociedades atuais.
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Agora, portanto,
A Assembleia Geral,
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Todavia, mesmo com seu excepcional alcance, por ser uma declaração e não
um tratado, esse documento não possui efeito vinculante entre os países signatários,
deixando de haver reprimendas explícitas para o descumprimento de tais segmentos.
E declaração, o que é?
Declaração pode ter várias definições, mas no nosso caso, vamos entender
declaração como sendo uma proclamação oficial de algum ato ou vontade.
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Com certeza você já sabe qual é nosso papel profissional diante do que
estudamos até o momento e também já entendeu como e porque chegamos onde
chegamos. Mas para ilustrar melhor, imagine a cena:
Ele não conhece nosso idioma, mas durante o processo de inclusão ele
informa que pertence ao sikhismo (religião de origem indiana).
No entanto, você não se atenta a isso (considerando que você também não
tem domínio do idioma dele) e dá continuidade aos procedimentos e, dessa forma,
você corta o cabelo de Hari que fica extremamente nervoso e desorientado.
Como um bom ASP, você registra tudo e dá continuidade aos seus afazeres.
Por outro lado, Hari, quando consegue contato com seu advogado, manifesta sua
indignação e pede providências.
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O mundo em um contexto geral está em uma espiral evolutiva que não para,
a cada amanhecer uma novidade, a cada hora um acontecimento que impacta
diretamente na vida das pessoas em sentido individual e coletivo.
Para tanto, temos como ponto claro a tecnologia, uma ferramenta que auxilia
as pessoas em vertentes distintas, aproxima-as, facilitando a maneira de trabalhar,
de cumprir com nossas obrigações e nos deixando cada vez mais conectados com o
mundo.
Com isso, a humanidade, por sua vez, está cada vez mais acelerada, vivendo
em velocidade astronômica, desenvolvendo todo o seu modo de viver com a
contextualização disponibilizada pelo processo evolutivo da globalização.
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Resumindo...
Consulte a Regras de Mandela no link que consta na versão EaD e após assista
ao vídeo “UNODC Reglas Nelson Mandela” e veja, de forma sucinta, o
desenvolvimento e objetividade dessas regras.
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Para termos uma melhor visão sobre essa nova realidade, analise a tabela
abaixo e com base nesses dados estatísticos, verifique a necessidade de se assistir a
esse público específico:
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Caso ainda não conheça, leia na íntegra as Regras de Bangkok no link que
consta na versão EaD.
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As acomodações devem
oferecer instalações e materiais
exigidos para satisfazer as
necessidades de higiene específica
das mulheres, deverá ser
incentivado e facilitado por todos os
meios razoáveis o contato delas com
seus familiares, incluindo seus
filhos/as, quem detêm a guarda e
seus representantes legais.
Em meio a toda a
tramitação e estudos quanto ao
desenvolvimento dessas regras para
o tratamento das mulheres presas, o governo brasileiro esteve engajado,
participando das negociações para a elaboração das Regras de Bangkok e a sua
aprovação na Assembleia Geral das Nações Unidas – ONU, declarando-se signatário
após a conclusão do projeto.
Muito já se foi feito, porém ainda há um longo caminho a ser trilhado para
estar em consonância com as prerrogativas de todos os pactos que dizem respeito a
realidade do cárcere. O trabalho é árduo, no entanto, enquanto servidores da
Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo – SAP, somos todos
agentes de mudança e protagonistas deste cenário tão controverso.
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Aula 06 - Mas afinal, em que tudo isso implica para nós, agentes?
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precisa ficar claro para nossa função é que são instrumentos dessa mesma vertente
que nos protegem também, garantindo a nós, como cidadãos e servidores, inúmeros
direitos de sermos tratados com dignidade e respeito pelos demais.
O que deve ficar claro também é que as boas práticas e ações dignas e justas
resultam em ambientes mais harmônicos e mais coesos para todos os indivíduos
inseridos em qualquer cenário.
Lembre-se:
Até breve...
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Bibliografia:
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MAIA, Clarissa Nunes et al. (Org.). História das prisões no Brasil: Volume I. Rio de
Janeiro: Rocco, 2009.
MAIA, Clarissa Nunes et al. (Org.). História das prisões no Brasil: Volume II. Rio de
Janeiro: Rocco, 2009.
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SILVA, Dinis Carla Borghi. A história da pena de prisão. Disponível em: <
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-historia-pena-prisao.htm>.
Acesso em: 09 de março de 2018.
TALARICO, Cahuê A.; LINKE, Willy R. a Igreja como um dos Alicerces do Direito
Processual Penal. Revista Científica Intraciência, São Paulo, n. 1, nov. 2010
ZAFFARONI, Eugenio Raúl et al. Direito Penal Brasileiro: primeiro volume. 2. ed. Rio
de Janeiro: Renavan, 2003.
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ANEXO
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Adotada e proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A
III) em 10 de dezembro 1948.
Preâmbulo
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império
da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião
contra a tirania e a opressão,
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos
direitos fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa humana e
na igualdade de direitos do homem e da mulher e que decidiram promover o
progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,
Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
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dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com
espírito de fraternidade.
Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça,
cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou
social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica
ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de
um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a
qualquer outra limitação de soberania.
Artigo 3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de
escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano
ou degradante.
Artigo 6
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como
pessoa perante a lei.
Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual
proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação
que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes
remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência
por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e
deveres ou fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo 11
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido
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inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em
julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias
necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento,
não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não
será imposta pena mais forte de que aquela que, no momento da prática, era
aplicável ao ato delituoso.
Artigo 12
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar
ou na sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser
humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das
fronteiras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a
esse regressar.
Artigo 14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar
asilo em outros países.
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente
motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e
princípios das Nações Unidas.
Artigo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de
mudar de nacionalidade.
Artigo 16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça,
nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma
família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua
dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos
nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção
da sociedade e do Estado.
Artigo 17
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião;
esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de
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manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público
ou em particular.
Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui
a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país
diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será
expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto
secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.
Artigo 22
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à
realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a
organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais
indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo 23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a
condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por
igual trabalho.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e
satisfatória que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível
com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de
proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para
proteção de seus interesses.
Artigo 24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das
horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.
Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à
sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados
médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de
desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios
de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas
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Artigo 26
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos
nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A
instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução
superior, está baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano
e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a
tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos e
coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será
ministrada a seus filhos.
Artigo 27
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus
benefícios.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais
decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da qual seja autor.
Artigo 28
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos
e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente
realizados.
Artigo 29
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno
desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito
apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar
o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de
satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma
sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos
contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada como o
reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer
atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos
e liberdades aqui estabelecidos.
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