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TESTE

DE ESCOLA:______________________________________________ DATA: _____/_____/______


VALIAÇ NOME:_______________________________________________ N.o: ______ TURMA: ______

ÃO II
GRUPO I

PARTE A
Leia, agora, este conjunto de estâncias, pertencentes ao canto VI. Se necessário, consulte as
notas de vocabulário.

95 98
Por meio destes hórridos1 perigos, E com forçar o rosto, que se enfia,
Destes trabalhos graves e temores, A parecer seguro, ledo, inteiro,
Alcançam os que são de fama amigos Pera o pelouro7 ardente que assovia
As honras imortais e graus maiores; E leva a perna ou braço ao companheiro.
Não encostados sempre nos antigos Destarte o peito um calo honroso cria,
Troncos nobres de seus antecessores; Desprezador das honras e dinheiro,
Não nos leitos dourados, entre os finos Das honras e dinheiro que a ventura
Animais de Moscóvia2 zibelinos3; Forjou, e não virtude8 justa e dura.

96 99
Não cos manjares novos e esquisitos, Destarte se esclarece o entendimento,
Não cos passeios moles e ouciosos, Que experiências fazem repousado9,
Não cos vários deleites e infinitos4, E fica vendo, como de alto assento,
Que afeminam os peitos generosos; O baxo trato humano embaraçado.
Não cos nunca vencidos apetitos, Este, onde tiver força o regimento
Que a Fortuna tem5 sempre tão mimosos, Direito e não de afeitos10 ocupado,
Que não sofre a nenhum que o passo mude Subirá (como deve) a ilustre mando,
Pera algũa obra heróica de virtude; Contra vontade sua, e não rogando.

97 Luís de Camões, Os Lusíadas


Mas com buscar, co seu forçoso braço, (leitura, prefácio e notas de Álvaro J. da Costa Pimpão),
Lisboa, MNE-IC, 2000, pp. 281-282.
As honras que ele chame próprias suas;
Vigiando e vestindo o forjado aço,
Sofrendo tempestades e ondas cruas,
Vencendo os torpes6 frios no regaço 1
horríveis; 2 Rússia do Norte; 3 martas, animais das regiões frias,
Do Sul, e regiões de abrigo nuas, cujas peles são caríssimas; 4 vários e infinitos deleites; 5
Engolindo o corrupto mantimento conserva; 6 que entorpecem; 7 bala de metal para arma de fogo;
8
valor;
Temperado com um árduo sofrimento; 9
refletido; 10 afeições.

Responda de forma completa aos itens seguintes.


1
Segmente a reflexão do poeta em quatro partes, considerando o conteúdo temático
e a pontuação.

2
Identifique o recurso expressivo presente nos três primeiros versos da estância 96,
referindo a sua funcionalidade.

3
Relacione a reflexão do poeta no canto I com o conteúdo dos quatro primeiros versos
da estância 97.

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TESTE DE AVALIAÇÃO II

PARTE B
Leia o vilancete seguinte, cuja autoria é atribuída a Luís de Camões.
a este moto:

Descalça vai pera a fonte


Lianor pela verdura;
vai fermosa e não segura.

Leva na cabeça o pote,


o testo nas mãos de prata,
cinta de fina escarlata,
saínho de chamalote;
5
traz a vasquinha de cote,
mais branca que a neve pura;
vai fermosa, e não segura.

Descobre a touca a garganta,


cabelos d’ouro o trançado,
fita de cor d’encarnado,
10
tão linda que o mundo espanta;
chove nela graça tanta
que dá graça à fermosura;
vai fermosa, e não segura.
Luís de Camões, Rimas (texto estabelecido e prefaciado
por Álvaro J. da Costa Pimpão), Coimbra, Almedina, 2005, pp. 55-56.

Responda de forma completa às questões que se seguem.


4
Indique o assunto do texto e o modo como se desenvolve.

5
Proceda ao levantamento de dois recursos expressivos e dê conta do seu valor
significativo.

GRUPO II
Leia o seguinte texto.

As 7 coisas mais originais que apareceram, em Lisboa e no Porto, em 2014

Um pedaço de rio devolvido à cidade.


O calor e os turistas em calção e biquíni já lá vão, agora é o sol de inverno que convida ao
passeio ou a ficar a contemplar o rio. Removida a camada de esquecimento que cobriu a Ribeira
das Naus durante décadas e concluídas as obras de requalificação em julho passado, Lisboa
5 ganhou mais um troço de passeio ribeirinho e não demorou muito para que tanto os lisboetas,
como os estrangeiros que visitam a cidade, se apropriassem deste pedaço à beira do Tejo, entre
o Cais do Sodré e o bonito Terreiro do Paço. Se é agora uma Ribeira das Naus da qual podemos
desfrutar, é também um lugar cheio de história que foi devolvido à cidade, evocada pelos dois
relvados em ligeiro declive a lembrar as rampas para os barcos, e pela recuperação da antiga
10
Doca Seca, posta a descoberto, e da Doca da Caldeirinha, destinada à reparação de
embarcações, que hoje se atravessa por um passadiço em madeira.

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TESTE DE AVALIAÇÃO II

[…]
O Porto é uma tela
O ano de 2014 vai ficar marcado a tinta. A figura de D. Quixote de La Mancha, acompanhado
pelo inseparável e fiel escudeiro Sancho Pança, desenhada e pintada por três artistas do Coletivo
RU+A, deixou de ser símbolo de uma utopia para se tornar um caso bem real. Um ano depois do
15 licenciamento do primeiro mural legal da cidade, no cruzamento entre as ruas de Diogo Brandão
e Miguel Bombarda, o Porto vive agora tempos menos cinzentos. A honra de abrir o caminho
para uma liberdade nunca antes vista na arte urbana coube a Mesk, Fedor e Mots, os autores da
pintura, mas o que se seguiu foi uma explosão de criatividade e cor. Hoje são vários os edifícios e
as paredes que a autarquia permitiu transformar em tela gigante, como o parque de estaciona-
20
mento da estação de metro da Trindade, assinado por Mr. Dheo e Hazul Luzah, dois dos mais
conhecidos graffiters nacionais.
Entre os vários momentos altos do ano, esteve, também, a exposição de dezenas de artistas
no edifício AXA, que se estendeu a outras ruas da cidade (incluindo a Avenida dos Aliados, com
as velhinhas, e cada vez menos usadas, cabinas telefónicas a ganharem nova e colorida
roupagem), e o festival Push Porto, realizado pela organização cultural CIRCUS e que contou
25
com workshops, palestras, conferências e exposições de pinturas do melhor que a cidade tem
para oferecer.
Visão, edição online, 31 de dezembro de 2014 (consultado em janeiro de 2021, adaptado).

1
Para completar cada um dos itens de 1.1 a 1.7, selecione a opção correta.

1.1 O texto dá conta


A. dos locais mais visitados no ano de 2014.
B. de mudanças nas duas cidades mais visitadas.
C. dos pontos turísticos mais apreciados no verão.
D. da reestruturação das cidades do Porto e de Lisboa.

1.2 As referências temporais no primeiro segmento textual


A. são pouco concretas.
B. são algo imprecisas.
C. são bastante concretas.
D. percorrem todo o segmento.

1.3 O título do segundo segmento textual


A. é confirmado no corpo do texto.
B. está em total desacordo com o conteúdo.
C. é pouco apropriado, atendendo ao conteúdo.
D. é pouco sugestivo e inadequado.

1.4 O constituinte sublinhado em “que convida ao passeio” (ll. 2-3) desempenha a função
sintática de

A. complemento direto.
B. sujeito.
© Edições ASA | 2021 | Sentidos 10 C. complemento oblíquo.

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TESTE DE AVALIAÇÃO II

D. predicativo do sujeito.

1.5 O segmento sublinhado em “se apropriassem deste pedaço à beira do Tejo” (l. 6)
corresponde ao

A. complemento direto.
B. complemento indireto.
C. modificador.
D. complemento oblíquo.

1.6 A palavra “licenciamento” (l. 16) foi obtida pelo recurso à

A. composição morfológica.
B. derivação por sufixação.
C. prefixação e sufixação.
D. composição morfossintática.

1.5 O termo sublinhado em “primeiro mural legal da cidade” (l. 16) é um

A. quantificador numeral.
B. artigo indefinido.
C. adjetivo qualificativo.
D. adjetivo numeral.

2
Responda aos itens a seguir apresentados.
2.1 Classifique a oração “que a autarquia permitiu transformar em tela gigante” (l. 20).
2.2 Identifique o processo irregular de formação configurado no vocábulo “graffiters” (l. 22).
2.3 Indique a função sintática do grupo sublinhado em “Entre os vários momentos altos do
ano, esteve, também, a exposição de dezenas de artistas no edifício AXA” (ll. 23-24).

GRUPO III

Num texto bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de 300


palavras, apresenta uma exposição sobre a «urgência da implementação de
medidas ecológicas conjuntas de diminuição das emissões de gases de efeito de
estufa». Recorre aos teus conhecimentos sobre a necessidade do envolvimento
mundial num problema que é de todos.

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