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ENÁRI

OS DE
ESPOS UNIDADE 5 – Luís de Camões, Os Lusíadas TOTAL: 100 pontos

TA Microavaliação 1 – Aferição das aprendizagens,


p. 214
1.
a. Complemento oblíquo; b. Modificador do
nome apositivo; c. Complemento do nome; d.
COTAÇÕES Sujeito; e. Complemento direto + predicativo
ITENS do complemento direto; f. Modificador do
1. (14 x 2 pts) nome apositivo + complemento indireto; g.
2. (5 x 5 pts) + 5 pts correção (2,5 + 2,5) Predicativo do sujeito + sujeito; h.
3. (6 x 7 pts) Complemento do nome;
TOTAL: 100 pontos i. Modificador (do grupo verbal) + complemen-
to oblíquo; j. Complemento agente da passiva.
1. a. epopeia; b. latinos; c. externa; d. dez cantos;
2.
e. decassílabos; f. interna; g. Invocação; h. Dedica-
tória; i. planos; j. viagem; k. História de Portugal; a. … embora Camões tivesse feito algumas
l. mitológico; m. reflexões/considerações; n. alterações.
b. Quando as tempestades ocorriam, …
poeta.
c. Se as Ninfas não o ajudassem, …
2. A. V d. … caso o Rei se mostrasse indiferente ao
B. F. Surge a inclusão do plano mitológico. seu
C. F. Acompanha o plano da viagem até ao fim. trabalho.
D. V e. … que são maravilhosos.
E. V f. … que lemos em aula…
g. …, que está presente em Os Lusíadas, …
3. a. 6; b. 1; c. 2, d. 5, e. 4, f. 3.
3.
Microavaliação 2 – Educação Literária, p. 215 a. Camões foi obrigado a partir para a Índia dado
COTAÇÕES que se envolveu em vários conflitos.
ITENS b. Logo que Camões chegou à Índia, descobriu as
1. (12 + 4 + 4) mesmas fraquezas humanas.
2. (12 + 4 + 4) c. Na sua epopeia, Camões elogia os portugueses,
3. (12 + 4 + 4) ainda que os lusitanos desprezassem as artes.
4. (12 + 4 + 4) Microavaliação 4 – Escrita (curta), p. 217
5. (12 + 4 + 4)
COTAÇÕES
TOTAL: 100 pontos
ITENS
1. A apóstrofe “vós que as famas estimais” corres- 1.
ponde a uma exortação ou interpelação direta aos TOTAL: 100 pontos
portugueses seus contemporâneos que estimam a 1. A literatura do Renascimento, movimento cultural
fama. que surgiu em Itália no século XV e se prolongou até
2. Para o poeta, só entrará na Ilha de Vénus quem ao XVII, redescobre a epopeia como um género
for um modelo da ação justa e da prática elevada grandioso, que permite louvar os feitos heroicos de
dos valores ético-morais; quem conseguir um herói.
dominar a indolência, refrear a ambição, praticar Sendo a epopeia considerada a expressão mais alta
leis justas, amar a pátria e for leal ao rei entrará da poesia, Portugal, como tantos outros países
na ilha. europeus, ansiava pelo poema épico que
3. Os três grandes obstáculos à entrada na Ilha de prestigiasse a literatura nacional, pelo que, nomes
Vénus são a ambição ou a cobiça, a tirania e o da nossa literatura, como Garcia de Resende ou
ócio. António Ferreira, alertavam para a necessidade de
4. As formas verbais que se encontram no se cultivar o género épico, estimulando outros
imperativo (“despertai” e “dai”), em vez de poetas à criação da epopeia de Portugal, até porque
encerrarem uma ordem, exprimem um conselho, a nação tinha, no século XVI, as condições ideais
apontam um caminho para se alcançar a justa para a criação de um grande poema épico: as
imortalidade. viagens de descoberta de caminhos marítimos, os
perigos desconhecidos, o heroísmo dos navegantes
5. Como humanista, o poeta considera a tirania uma
igualavam ou superavam as viagens marítimas da
infâmia, uma forma inaceitável de exercer o
Eneida e da Odisseia. Além disso, a importância dos
poder e a sua oposição o que se evidencia na
Descobrimentos, para além do interesse nacional,
dupla adjetivação em “infame e urgente”.
revestia-se de um caráter universal, estimulando a
Microavaliação 3 – Gramática, p. 216 celebração dos feitos portugueses. No entanto, fazer
renascer a epopeia nos moldes clássicos e glorificar os
COTAÇÕES
feitos recentes da História de Portugal requeria um
ITENS
génio invulgar. E esse génio apareceu. Chamava-se
1. (10 x 5 pts)
Luís de Camões e escreveu a desejada epopeia dos
2. (7 x 5 pts)
tempos modernos – Os Lusíadas.
3. (3 x 5 pts)

240 Grelhas de avaliação em Excel® disponíveis em


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Assim, o poeta épico português elege como ação letra minúscula ou de letra maiúscula e erro de trans-
central da sua obra a viagem de descoberta da Índia lineação) é contabilizada como uma única ocorrência.
e Vasco da Gama para representar todo os Se da aplicação deste fator de desvalorização resultar
portugueses que se destacaram pela coragem e uma classificação inferior a zero pontos, atribui-se
determinação que os levaram à realização de feitos zero pontos à correção linguística.
inolvidáveis. (243 palavras)
Microavaliação 5 – Escrita (longa), p. 218
2. Em Os Lusíadas, Camões, a propósito de algumas si-
tuações que decorrem durante a narração da COTAÇÕES
viagem e ações com ela relacionadas, tece algumas ITENS
considerações de natureza subjetiva, onde aprecia 1.
criticamente determinados comportamentos, que TOTAL: 100 pontos
recebem a designação de reflexões do poeta.
Efetivamente, estas reflexões, desencadeadas por 1. A análise da imagem permite perceber que alguns
atitudes ou comportamentos narrados, incidem navegadores chegam a uma terra desconhecida e
sobre diversos temas, sendo que uma delas se habitada por indígenas e, como as caravelas se
reporta ao modo como o dinheiro influencia as encontram ancoradas no mar e estão mais dis-
atitudes. Por isso, no canto VIII, o poeta, a tantes da costa, depreende-se que podemos estar
propósito do resgate pedido para libertar Vasco da face à chegada dos marinheiros portugueses a um
Gama, vai dissertar acerca do poder que o vil dos muitos territórios descobertos.
metal exerce sobre os seres humanos, Os homens que estão prestes a desembarcar vêm
comprovando, através de exemplos concretos, que numa pequena embarcação a remos e causam
ninguém escapa ao poder corruptor do dinheiro, e estranheza aos muitos nativos que se encontram na
mostrando que tanto os ricos como os pobres se praia, onde, pelos movimentos, se percebe que
deixam corromper. alguns iniciam a sua fuga. Outros observam o barco
Ora, na atualidade, é possível ver inúmeros que se aproxima, revelando admiração face ao
exemplos de pessoas que se deixam subornar, espetáculo a que assistem. Enquanto os indivíduos
prejudicando terceiros ou enriquecendo que vêm no barco se encontram vestidos a rigor, os
indevidamente, e, diariamente, nos noticiários, são índios encontram-se praticamente despidos, enver-
denunciados casos de corrupção que muito gando apenas tangas, e alguns seguram uma espé-
envergonham a humanidade. cie de lança, provavelmente a única arma que têm
Em suma, toda e qualquer situação é aproveitada para se defender. A flora verdejante, onde predo-
para tirar dividendos, por isso, em todos os setores minam as palmeiras, remete para um clima tropical,
da economia e até a nível pessoal se verificam típico de alguns territórios a que os marinheiros
atropelos, desrespeito pelos valores que deviam chegaram, como é o caso do Brasil, colonizado pelos
nortear todo e qualquer ser humano, tal como portugueses.
Camões, no século XVI, já denunciava e se As cores dominantes são o azul do mar e do céu,
comprova na reflexão evocada, que confirma a que contrasta com as cores mais escuras visíveis
intemporalidade da temática explorada. (215 em terra, sugerindo a superioridade dos que
palavras) chegam relativamente aos habitantes do território
Escrita – Critérios de correção a que aportam.
Cotações: 50 pontos (Estruturação temática e Em conclusão, podemos afirmar que esta
discursiva: 30 + Correção linguística: 20) representação pictórica espelha a ação dos
ETD – A Tema e tipologia: 15 – 12 – 9 – 6 – 3 portugueses aquando das descobertas marítimas,
– B Estrutura e coesão: 10 – 8 – 6 – 4 – 2 que trouxeram conhecimentos e proeminência à
– C Léxico e adequação do discurso: 5 – 4 – 3 – 2 – nação portuguesa, e que Camões eximiamente
1 relata na sua epopeia, Os Lusíadas. (235 palavras)
CL – Desvalorizações no âmbito da correção linguís- Microavaliação 6 – Oralidade (Expressão), p. 219
tica – ver tabela COTAÇÕES
Desvalorização ITENS
Tipo de ocorrências 1.
(pontos)
• erro inequívoco de pontuação TOTAL: 100 pontos
• erro de ortografia (incluindo erro de 1. Os alunos devem abordar os tópicos apresentados,
acentuação, uso indevido de letra embora seja de aceitar outra ordenação.
minúscula ou de letra maiúscula e
erro de translineação) 1 Microavaliação 7 – Oralidade (Compreensão), p. 220
• erro de morfologia
COTAÇÕES
• incumprimento das regras de cita-
ITENS
ção de texto ou de referência a
1. (10 x 10 pts)
título de uma obra
TOTAL: 100 pontos
• erro de sintaxe
2 1.
• impropriedade lexical
1.1 C; 1.2 B; 1.3 C; 1.4 A; 1.5 C; 1.6 B; 1.7 A;
A repetição de um erro de ortografia na mesma res- 1.8 C; 1.9 B; 1.10 A.
posta (incluindo erro de acentuação, uso indevido de

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Microavaliação 8 – Leitura e Gramática, pp. 221-222 demora e esta desculpa-se, dizendo que os
COTAÇÕES veados estavam a beber água na fonte e ela teve
ITENS de esperar, por isso demorou. A mãe não esconde
1. (5 x 10 pts) que percebeu a mentira da filha.
2. (5 x 5 pts) 6. a. 2; b. 1; c. 3.
3. (5 x 5 pts) PARTE C
TOTAL: 100 pontos
Em Os Lusíadas, tal como em outras obras estudadas,
1.
está presente uma dimensão crítica, em particular no
1.1 B; 1.2 C; 1.3 A; 1.4 C; 1.5 D.
plano das reflexões do poeta.
2. Assim, logo no canto I, Camões critica a falsidade quan-
a. Complemento agente da passiva; b. Modifica- do se refere à cilada montada por Baco aos navegado-
dor do verbo; c. Complemento indireto; d. res portugueses; no canto V, assiste-se de novo a uma
Sujeito; e. Complemento do nome.
crítica, agora endereçada aos portugueses por estes
3. desvalorizarem as artes, revelando a sua falta de
a. Coordenada copulativa; b. Subordinada adje- cultura.
tiva relativa restritiva; c. Subordinada adverbial Em suma, pode concluir-se que são muitos os
final; d. Subordinada adjetiva relativa restritiva; momentos de reflexão onde a vertente crítica se
e. Subordinada adjetiva relativa restritiva. evidencia, tal como se registou anteriormente. (175
Teste de avaliação I, pp. 223-227 palavas)
COTAÇÕES GRUPO II
GRUPO I GRUPO II
1.
1. 13 pontos
1.1 8 pontos
1.1 D; 1.2 A; 1.3 C; 1.4 A; 1.5 B.
2. 13 pontos
1.2 8 pontos
2.
3. 13 pontos
1.3 8 pontos
2.1 Subordinada adjetiva relativa restritiva.
4. 13 pontos
1.4 8 pontos
5. 13 pontos
1.5 8 pontos
2.2 Subordinada substantiva completiva.
6. 13 pontos
2. 3. a. 3; b. 1; c. 2.
12 pontos
7. 13 pontos
3. 12 pontos GRUPO III
91 pontos 64 pontos A jornalista dá-nos conta de uma iniciativa levada a
GRUPO III cabo por um grupo de amigos que pretendeu
45 pontos reabilitar um conjunto de moinhos desativados e
TOTAL: 200 pontos quase invisíveis, situados numa zona de mata junto ao
GRUPO I rio Sousa, na freguesia de Jancido, em Gondomar.
PARTE A E porque guardavam na memória da infância esse
património, resolveram, por iniciativa e expensas
1. Vasco da Gama permanece na nau dado que,
próprias, deitar mãos à obra, tendo já recuperado,
pouco tempo antes, fora feito prisioneiro pelo
desde 2017, 7 dos 8 moinhos aí existentes,
Catual. A sua libertação foi conseguida a troco de
arranjando também toda a área envolvente, cortando
mercadorias. Por isso, antes de desembarcar,
mato, plantando árvores, criando trilhos e zonas de
pretende certificar-se das verdadeiras intenções
lazer.
do regedor, temendo ser alvo de uma nova
Como o trabalho ainda não está concluído, estes ami-
traição.
gos continuam a trabalhar todos os sábados, para
2. A partir da estância 97 são dados vários exemplos comcluírem o projeto inicial e um novo – o da
que comprovam a tese avançada na estrofe ante- recriação dos carris por onde era transportado o
rior, registando-se que o rei Treício matou carvão.
Polidoro para se apoderar do dinheiro que este (121 palavras)
levava; regista-se também o caso da rapariga
Teste de avaliação II, pp. 228-231
romana que, na esperança de obter anéis de
ouro, dos Sabinos, que sitiavam Roma, lhes abriu COTAÇÕES
as portas da cidade, entregando-a, assim, aos GRUPO I GRUPO II
inimigos; na estância 98 surgem também outros 1. 20 pontos
1. (7 ´ 5 pts) 35 pontos
exemplos, como transformar amigos em traidores 2. 20 pontos
2. (3 ´ 5 pts) 15 pontos
ou entregar capitães aos inimigos. 3. 20 pontos
3. a. 1; b. 1; c. 3. 4. 20 pontos
PARTE B 5. 20 pontos
4. As duas vozes presentes no poema são a da filha, 100 pontos 50 pontos
a jovem que está a mentir, e a mãe, mulher GRUPO III
perspicaz que rapidamente se apercebe da 50 pontos
mentira da donzela, sua filha. TOTAL: 200 pontos

5. A filha foi à fonte e demorou mais que o GRUPO I


esperado, pois certamente encontrou lá o amigo. PARTE A
De regresso a casa, a mãe interpela a filha pela

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CENÁRIOS DE RESPOSTA

1. Esta reflexão do poeta pode segmentar-se do da crise e da dependência em que a nação se encon-
modo seguinte: a primeira parte corresponde aos trava. Além disso, dominar as rotas comerciais e, pre-
quatro primeiros versos, uma vez que aí se ferencialmente, controlar os locais de produção trans-
configura uma espécie de introdução à forma de formara-se numa prioridade.
alcançar “As honras imortais...” (v. 4); contudo, a Desenvolvimento: Assim, a necessidade e o espírito
partir do verso cinco da primeira estância até ao aventureiro dos portugueses impelia-os para novas
fim da estância 96, são enumerados todos os as- paragens. Contudo, para tal, eram necessários
petos que não conduzem ao mérito ou à glória, progressos ao nível da construção naval e dos
pelo que poderão constituir a segunda parte; a instrumentos de navegação.
terceira parte inicia no verso um da estância 97, Graças ao desenvolvimento de novas técnicas, as
que abre com a conjunção adversativa “Mas”, de naus substituiram as caravelas, permitindo avançar
modo a introduzir uma oposição, elencando-se as com ventos contrários.
formas conducentes ao alcance da glória e da hon- Mas, nessas navegações, os portugueses
ra. Por fim, e correspondendo a uma quarta parte, confrontaram-
surge a última estância, ilustrativa da conclusão, -se com fenómenos naturais e com situações adversas,
aliás confirmada pela vocábulo “Destarte”, como se narra em Os Lusíadas, corrigindo-se, deste
sinónimo de “Deste modo” ou “Assim”. modo, realidades erradamente descritas em livros e
2. Nos três primeiros versos destacam-se a anáfora e enfatizando-se o conhecimento experiencial.
uma enumeração, dado que aí se elenca aquilo Além disso, as navegações determinaram o contacto
que não pode nem deve ser usado para se obter com outras regiões, habitadas por espécies animais e
honras e glórias. botânicas diferentes, e por povos cujas culturas ou
3. No canto I refere-se a fragilidade do ser humano, o hábitos se opunham às dos povos ocidentais.
Conclusão: Pelo exposto, facilmente se conclui que os
tal “bicho da terra tão pequeno”, que está sujeito a
Descobrimentos não só unificaram o mundo como o do-
vários perigos, tanto na terra como no mar. Ora, na
taram de mais conhecimentos, fazendo com que a
estância selecionada, também há referência aos
humanidade desenvolvesse outras capacidades. 176
sacrifícios por que os Homens terão de passar, quer
palavras.
na terra quer no mar, para alcançarem as honras e a
glória merecidas. Portanto, o espírito de sacrifício é Teste de avaliação III, pp. 232-235
referido quer na passagem textual selecionada quer COTAÇÕES
nas reflexões do poeta do primeiro canto. GRUPO I GRUPO II
PARTE B 1. 20 pontos
1. (7 x 5 pts) 35 pontos
2. 20 pontos
2. (3 x 5 pts) 15 pontos
4. O vilancete selecionado apresenta o assunto no
3. 20 pontos
mote. Por este se percebe que se irá traçar o
retrato de ‘Lianor’ e a ação que esta vai levar a 4. 20 pontos
cabo. Por isso, nos dois primeiros versos da 5. 20 pontos
primeira estrofe, refere-se o objeto que leva na 100 pontos 50 pontos
cabeça. Mas, a partir do terceiro verso, GRUPO III
predomina a descrição da indumentária que a 50 pontos
donzela está a usar, enquanto na segunda estrofe TOTAL: 200 pontos
se destacam os seus traços físicos, como a cor dos
GRUPO I
cabelos, e aquilo que os decora, a sua beleza e
formosura, que contribuem para lhe dar ainda PARTE A
mais graça. 1. Os navegadores encontram-se na Ilha dos Amores e
Ambas as estrofes terminam com a repetição do a sua estadia nesse local foi determinada por Tétis
mesmo monóstico - refrão (“Vai fermosa, e não que a colocou no caminho dos portugueses, para
segura”) que permite acentuar a formosura e a que estes aí aportassem e aí fossem presenteados e
insegurança da donzela. recompensados, pelos feitos realizados, ainda antes
5. No texto destaca-se a adjetivação, ao serviço da de chegar à Pátria.
caracterização da donzela (“fermosa”, no mote, 2. Este momento assume-se como simbólico ou alegó-
“mais branca que a neve pura;”, v. 6, – expressão rico, pois neste local os portugueses ascenderão ao
exemplificativa da comparação) e a metáfora em patamar dos deuses, isto é, simbolicamente serão
“mãos de prata” (v. 2) e “cabelos d’ouro” (v. 9). divinizados, anunciando-se a sua superioridade por
Estes recursos expressivos tornam o retrato mais aí poderem desfrutar do prémio ou recompensa
impressivo e sugestivo. pelos trabalhos passados.
GRUPO II 3. A referência aos deuses pagãos constitui uma
espécie de justificação para se poder atribuir aos
1. 1.1 B; 1.2 C; 1.3 A; 1.4 B; 1.5 D, 1.6 B; 1.7 D.
portugueses um estatuto divino, uma vez que as
2. 2.1 Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
divindades evocadas também já tinham sido
2.2 Empréstimo.
humanas. Foi graças aos seus feitos excecionais que
2.3 Sujeito.
alcançaram o patamar dos deuses, sugerindo-se que
GRUPO III os lusitanos também poderiam ascender a esse
Introdução: A situação geográfica de Portugal era nível.
propícia à navegação, mas o mais importante era sair PARTE B

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4. A composição poética “Leda serenidade deleito- cido o seu propósito de verdade, permitindo-nos
sa”, pertencente ao género lírico, é um soneto, questionar o porquê desta incursão pelo maravilhoso.
visto que apresenta catorze versos decassilábicos, E a menos que a obediência aos cânones do género o
distribuídos por duas quadras e dois tercetos. O tivessem impelido a esta inclusão, não se percebe ou
esquema rimático ABBA / ABBA / CAD / CAD, per- não se justifica esta atitude.
mite classificar as rimas “A”, “C” e “D” como inter- Conclusão:
poladas e a rima “B” como emparelhada. Conclui- Talvez o objetivo do poeta fosse ultrapassar os seus
se, assim, que este texto poético se inscreve na natecessores e quisesse enaltecer a sua gente,
vertente clássica de Camões ao adotar o estilo colocando-a a desafiar e a igualar os próprios deuses.
novo. Só assim se compreende a contemplação do
5. A figura feminina descrita no soneto é a típica maravilhoso neste poema épico. (168 palavras)
mulher petrarquista e, por isso, apresenta a cor
Teste de avaliação IV, pp. 236-239
de pele e os cabelos claros, as faces coradas
(“debaixo d’ouro e neve cor de rosa” – v. 4). Tem COTAÇÕES
os olhos claros e luminosos e um sorriso meigo GRUPO I GRUPO II
(“entre rubis e perlas, doce riso” – v. 3). Mostra- 1. 20 pontos
1. (7 x 5 pts) 35 pontos
se serena, provocando uma ligeira sensação de 2. 20 pontos
2. (3 x 5 pts) 15 pontos
prazer/desejo no sujeito poético, como se pode 3. 20 pontos
verificar logo no primeiro verso – “Leda 4. 20 pontos
serenidade deleitosa”. Além destas
5. 20 pontos
características, ela é descrita também como
100 pontos 50 pontos
sendo ajuizada, formosa e um ser superior
GRUPO III
(“Presença moderada e graciosa, / onde
50 pontos
ensinando estão despejo e siso / (…) ser fermosa;”
TOTAL: 200 pontos
– vv. 5, 6 e 8). Enfim, tal como o “eu” afirma, a
mulher descrita fá-lo render-se aos seus encantos
(“Estas as armas são com que me rende / E me
cativa Amor…”).
6. Na expressão destacada está presente uma
metáfora, com a qual o sujeito poético pretende GRUPO I
realçar, através do recurso a elementos naturais PARTE A
preciosos, o carácter excecional da mulher 1. As estâncias transcritas reportam-se à Proposição,
descrita (fisicamente). Os “rubis” permitem-nos momento em que Camões diz o que se propõe can-
imaginar os seus lábios vermelhos e as “perlas” a tar. Assim, destaca, na primeira estância, os navega-
brancura e a perfeição dos seus dentes. Entre dores lusitanos que, pela sua coragem, ousadia e
estes dois elementos físicos sobressai uma espírito de sacrifício, “Passaram ainda além da
característica psicológica da dama – a sua doçura, Taprobana,” (v. 4); na segunda estância, diz cantar
a sua meiguice – “entre rubis e perlas doce riso” – aqueles “Reis” que espalharam a Fé cristã e
v. 3). Assim, pode concluir-se que este recurso aumentaram o Império português e ainda
expressivo permite destacar algumas das imortalizará, pela palavra poética, todos aqueles
qualidades excecionais da mulher descrita – a que, pelas obras grandiosas que realizaram,
beleza e cor dos lábios e a sua serenidade. merecem ser eternamente lembra-
GRUPO II dos/reconhecidos.
1. 1.1 B; 1.2 C; 1.3 B; 1.4 A; 1.5 C, 1.6 B; 1.7 A. 2. O que distingue a epopeia camoniana das outras que
2. 2.1 Predicativo do complemento direto. lhe serviram de modelo é, fundamentalmente, a
2.2 Subordinada adverbial causal. natureza do herói cantado. Camões cantará um
2.3 O referente é “os portugueses”. herói coletivo e real, o povo português, o que se
afasta do herói ficcional e individual das outras
GRUPO III obras.
Introdução: 3. A anástrofe está presente, por exemplo, nos dois
Efetivamente, Camões coloca num patamar superior a primeiros versos.
sua epopeia, considerando-a mais verdadeira do que PARTE B
as da Antiguidade. Porém, a verdade é que o mara-
vilhoso se encontra presente em inúmeros cantos, 4. O cerco que o rei de Castela impusera sobre a
distanciando-se, assim, da veracidade reclamada. cidade, que podia resultar na perda da indepen-
Desenvolvimento: dência, obrigou a cidade a proteger-se de diversas
Recorde-se, por exemplo, o Consílio dos deuses, maneiras. Assim, as muralhas foram reforçadas,
referido no canto I, e que reúne para decidir o futuro com o objetivo de dificultar o acesso ao seu
dos navegadores portugueses, ou ainda a figura do interior. Nas setenta e sete torres que a
gigante Adamastor, em diálogo com Vasco da Gama, rodeavam foram colocados “caramanchões” onde
e também o episódio da Ilha dos Amores, onde os se armazenavam as lanças e os escudos assim
humanos e as ninfas confraternizaram. Estas e outras como outros equipamentos que pudessem ser
situações fazem-nos pensar que Camões terá esque- necessários em caso de batalha; além disso, para
a defesa, foram convocados “fidalgos e cidadãos

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CENÁRIOS DE RESPOSTA

honrados” que comandavam “beesteiros e


hom~ees d´armas” que se reuniam ao toque de
um sino. Estava, portanto, toda a cidade
mobilizada para se defender.
5. O Mestre foi imprescindível para a proteção da
cidade de Lisboa. Em primeiro lugar, foi ele quem
engendrou e delineou o plano de defesa e a distri-
buição dos defensores pelas torres. Além disso,
colocou o país e a sua independência em primeiro
lugar, relegando para segundo plano o seu
próprio bem-estar, uma vez que, de acordo com o
texto, descansava pouco para estar atento, já que
lhe cabia “a guarda e a governança da cidade”,
visitando, de noite, com frequência, as torres de
defesa para que nada pusesse em perigo a
estratégia definida. Enfim, comportava-se como
um verdadeiro líder.
GRUPO II
1. 1.1 D; 1.2 B; 1.3 B; 1.4 C; 1.5 D, 1.6 A; 1.7 C.
2. 2.1 Complemento oblíquo.
2.2 Oração subordinada adverbial temporal.
2.3 Determinante possessivo
GRUPO III
Resposta de caráter pessoal.

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