Tema 9 Esta experiência visou analisar os efeitos da
Relações separação e do reencontro de bebés com as suas mães. Os bebés eram colocados com 1 O inacabamento do bebé torna-o dependente mãe dos cuidados dos pais ou de outros numa sala, depois juntava-se a eles uma pes- adultos, soa estranha ao bebé. De seguida, a mãe saía desde o nascimento e durante mais tempo que da sala ficando o bebé apenas com a pessoa os outros animais. estranha que, passado algum tempo, saía tam- 2 O choro, o sorriso, as expressões faciais e bém deixando o bebé sozinho. Após algum as tempo, regressava em primeiro lugar a pessoa vocalizações são algumas das estranha e depois regressava a mãe. Con- 3 competências básicas do bebé para comunicar. soante o tipo de reação do bebé à saída e ao regresso da mãe assim seria classificado o tipo É uma competência básica porque é funda- 1 4 mental para o desenvolvimento de uma intera- 0 de vinculação. ção equilibrada entre a mãe e o bebé. As categorias de vinculação são: vinculação O conceito continente-conteúdo, desenvolvido segura, vinculação evitante e vinculação ambi- por 1 valente ou resistente. Alfred Bion, quer dizer “a mãe pensa pelo 1 5 bebé”. É a vinculação segura. Este tipo de vinculação Os sinais emitidos pelo bebé (conteúdo) são vi- garante que o bebé sente segurança para des- venciados e interpretados pela mãe cobrir o mundo que o rodeia e que a relação (continente). com os seus progenitores se mantém mesmo após a separação. A mãe-continente comunica eficazmente com O bebé humano pela sua prematuridade ne- 6 Durante a gravidez a mãe estabelece uma rela- cessita de cuidados prolongados no tempo. A ção afetiva com o bebé centrando nele a sua relação mãe-bebé, em virtude das alterações atenção e energias. Estabelece com ele uma da estrutura familiar das sociedades ociden- relação que passa por imaginar como é que ele tais, evoluiu para uma relação onde o papel do será, conversa com ele, projecta-o no futuro. pai, embora diferente do da mãe, tem grande Na base desta relação, estão as fantasias da importância no desenvolvimento da criança. A mãe em relação ao seu bebé. 1 qualidade destas relações vai marcar as rela- 7 ções sociais que irá estabelecer no futuro.
Várias investigações têm confirmado
que, quanto melhores forem as relações de vincula- melhor será o seu equilíbrio 8 Uma relação de vinculação que proporcione um sentimento de confiança e se- gurança influenciará positivamente a sua constituição psicológica.
Havendo vinculação a criança sente-se segura
para explorar o mundo que a rodeia, pois sabe que, que se se sentir insegura, pode regressar à sua base de segurança, quer sejam os pais ou outros cuidadores. É neste processo de ex- ploração ativa confiante e segura que a auto- nomia da criança se constrói.
Harlow estudou em macacos rhesus os efeitos
da ausência da mãe. Os macacos-bebés tinham acesso a duas mães artificiais, uma de arame e outra de peluche, em que ambas forneciam ali- mento através de um biberão. Noutra situação
Vinculação é a necessidade de o bebé criar e
manter relações de proximidade e ção da afetividade criança com os adultos que cuidam dele para garantir a satisfação das suas necessidades, proteção e segurança. 1 Bowlby desenvolveu as suas investigações 4 a partir dos anos 40 do século XX, estudando os efeitos da separação dos pais em crianças londrinas durante a Segunda Guerra Mundial. Aplicou entrevistas e testes a jovens e a famí- lias procurando conhecer o efeito da separa- ção no desenvolvimento físico e psicológico das crianças. Constatou que a separação tinha tido consequências muito negativas. Os Resolução das atividades e fichas experimental, apenas a “mãe” de arame forne- processo de vinculação segura propicia equilí- cia alimento. Verificou que em ambas as situa- brio emocional e uma melhor interação social. ções as crias procuravam mais a mãe de pelu- che. Concluiu, assim, que a vinculação vai para 1 René Spitz estudou crianças institucionalizadas além da satisfação da necessidade de alimen- durante o primeiro ano de vida e as consequên- tação, implica também à satisfação da necessi- cias para o seu desenvolvimento da falta dade de contacto e conforto. de A ausência ou a perturbação das relações pre- laços afetivos. Essas crianças apresentavam 1 coces de vinculação pode conduzir consequên- perturbações, muitas vezes irreversíveis, como cias graves no desenvolvimento psicológico e atrasos de desenvolvimento físico, menor re- emocional das crianças. Nestes casos, são afe- sistência a doenças, apatia, dificuldades tadas a confiança nas próprias capacidades e de os processos de interação com os outros. O adaptação, atraso na linguagem, etc. Spitz