Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ARTIGO ARTICLE
Interações afetivas de crianças abrigadas: um estudo etnográfico
Abstract This study was conducted in order to Resumo Este estudo teve como objetivo observar
observe interactions among twenty children liv- as interações entre as crianças residentes em abri-
ing in a sheltered home and their care-givers. Us- go e suas cuidadoras. Foram participantes desta
ing ethnographic methodology, these children (be- pesquisa vinte crianças de 10 meses a cinco anos e
tween ten months and five years old) were observed nove meses de idade, de ambos os sexos, de um
during half-hour meetings held twice a week for abrigo para crianças e adolescentes. A metodolo-
three and a half months. The findings indicate a gia utilizada foi de cunho etnográfico. Estas cri-
lack of training among the care-givers, reflected anças foram observadas duas vezes por semana,
in verbal hostility towards the children, with lim- em encontros de uma hora e meia, durante três
ited care, few words of encouragement and little meses e meio. Os resultados apontaram falta de
physical contact. At the same time, it was noted preparo das monitoras para cuidar das crianças,
that the children searched continuously for atten- evidenciado em situações de hostilidade verbal e
tion and care from other adults visiting the home. poucas ocorrências de carinho, palavras incenti-
This underscores the need to prevent and restruc- vadoras e contato físico. Ao mesmo tempo, notou-
ture poor relationships between care-givers and se que as crianças buscavam incessantemente a
children, shaping healthy environment for their atenção, o colo e o carinho de outros adultos fre-
development. qüentadores do abrigo. Depreende-se disto a ne-
Key words Child, Care-givers, Sheltered homes cessidade de prevenir e alterar relações insatisfa-
tórias entre cuidadores e crianças, promovendo um
ambiente saudável para seu desenvolvimento.
1
Núcleo de Apoio e Palavras-chave Criança, Cuidadoras, Abrigo
Acompanhamento
Interdisciplinar (NAAI).
Rua Tancredo Neves 3500,
Cohab 5. 06329-350
Carapicuíba SP.
raqueldecamargobarros@
yahoo.com.br
2
CCBS, Universidade
Presbiteriana Mackenzie.
Rua da Consolação 896/
114, Consolação. 01302-
907 São Paulo SP.
fiamenghi@mackenzie.br
1268
Barros, R. C. & Fiamenghi Jr., G. A.
Procedimento para coleta das informações situações observadas, deixando o cuidado das
crianças a cargo dos pesquisadores.
Após o consentimento da instituição para
participar da pesquisa e aprovação do projeto pelo Procedimentos
Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Huma- para análise das informações
nos da PUC-Campinas, as crianças e suas cuida-
doras foram observadas pelos pesquisadores du- Procedendo de modo coerente com a escolha
rante uma hora e meia, duas vezes por semana do método de pesquisa etnográfico, as categorias
(nos períodos matutino e vespertino), durante foram estabelecidas após as releituras dos diários
três meses e meio, totalizando aproximadamente de campo, sempre tendo em vista os objetivos
850 horas de observação. deste estudo.
Pela manhã, a situação observada foi o mo- As informações coletadas nos diários de cam-
mento de recreação livre das crianças, logo após po diziam respeito às impressões e sentimentos
o café da manhã e pela tarde, depois de acorda- dos pesquisadores diante das situações vivencia-
rem do descanso pós-almoço até a hora do lan- das no dia-a-dia das observações, sendo que tais
che vespertino. Neste intervalo de tempo, algu- impressões acabaram por integrar-se às análises.
mas tomavam banho e outras podiam brincar na Após os temas principais terem emergido,
sala do berçário. agrupamos os eventos em duas grandes categori-
No primeiro dia de observação, os pesquisa- as que nos pareceram adequadas para a análise:
dores foram apresentados às cuidadoras pela as- a) pensando o desenvolvimento das crianças abri-
sistente social do abrigo e foram explicados os gadas e suas relações com companheiros e b) dis-
objetivos da pesquisa. Após este contato inicial, cutindo as interações afetivas entre crianças e
as observações se realizaram nos ambientes do adultos no abrigo. Essas duas categorias refletem
abrigo, independentemente da presença das cui- os objetivos propostos para esta pesquisa, isto é,
dadoras na situação observada. Na verdade, em observar as interações entre as crianças e as inte-
algumas situações, as cuidadoras se afastaram das rações entre crianças e adultos no abrigo.
1271
compreensão de sua manutenção. Podemos pen- sim! Tá outra pessoa, mudou completamente! Já
sar no fato de, por serem provenientes de um era pra ela ter se adaptado, afinal já faz tempo que
ambiente agressivo, expressam sua mágoa, triste- está aqui!”. A cozinheira diz: “Deixa eu ver quem
za e raiva dessa maneira por ainda não possuí- é ela!” (Nesse momento, a criança abaixa a cabeça
rem outras estratégias para enfrentar as situações; parecendo entristecida com o comentário).
obterem a atenção comportando-se desse modo A importância do vínculo afetivo no desen-
ou ainda, serem tratadas com hostilidade pelas volvimento da criança é praticamente inquestio-
monitoras. Estas hipóteses não estariam isoladas nável entre a maioria dos autores. Muitos, inclu-
umas das outras, mas sim, imbricadas e, talvez a sive, afirmam que ele é inato como Bowlby2, 3, 4, 5,
última seria a grande mantenedora da agressivi- Trevarthen20, Fiamenghi21, entre outros. Nesse
dade. Portanto, este comportamento poderia es- sentido, os bebês nasceriam aptos para vincula-
tar sendo reforçado como forma de se obter aten- rem-se afetivamente a alguém, especialmente à
ção na medida em que aquela que cuida, cuida mãe. E, na ausência dos pais, as crianças podem
também sendo agressiva. (e devem) apegar-se a uma pessoa, denominado
De acordo com Freud & Burlingham9, as cri- por Bowlby4 como figura de relação, capaz de for-
anças que vivem em abrigos parecem mais agres- necer uma base segura a partir da qual a criança
sivas do que outras que vivem com a família. Isto possa desenvolver-se.
ocorreria porque elas são obrigadas a conviver o Assim, Hutz & Koller6 salientam que
dia todo com mais crianças do que estas últimas Se a determinação biológica obriga seres huma-
e desde cedo precisam resguardar o que é seu, ou nos a interagir, pelo menos durante grande parte
seja, seus brinquedos, seus sentimentos, sua von- de suas vidas, são os fatores ambientais, em intera-
tade. Desse modo, as crianças institucionalizadas ção com fatores maturacionais e de personalidade,
estariam expostas a mais situações de expressão que determinarão, em grande parte, como essa in-
de sua agressividade do que aquelas que convi- teração irá ocorrer e seus efeitos para o desenvolvi-
vem em ambientes familiares, não significando mento psicológico e o bem-estar dos indivíduos.
que sejam mais agressivas. Podemos depreender disto a importância do
ambiente em que a criança está inserida como
Discutindo as interações afetivas propulsor de saúde psicológica. Entretanto, o
entre crianças e adultos no abrigo abrigo falha, continuamente, em oferecer às cri-
anças a segurança afetiva de que elas necessitam
A relação entre monitora e criança parecia para seu desenvolvimento.
estar envolta em uma atmosfera de repreensão e Infelizmente, o abuso de poder e autoridade
autoritarismo, por um lado e medo e abandono, figuravam entre as monitoras que pareciam uti-
por outro, pois ao mesmo tempo em que as ma- lizá-los até mesmo em momentos mais inespera-
nifestações de carinho eram quase inexistentes, dos como o relatado abaixo.
as atitudes hostis e ameaçadoras existiam cons- Com o rosto fechado, a monitora vai entregan-
tantemente no dia-a-dia das crianças. do o pastel pra cada um. Depois passa servindo ke-
Entretanto, apesar destes serem comporta- tchup e todos querem, mas uma das crianças fala:
mentos comuns entre as cuidadoras, havia mo- “Põe pra mim, tia!” E ela responde: “Não ponho
mentos de manifestação de afeto, bem como porque você pediu! Só vou colocar quando você não
aquelas que eram mais carinhosas com as crian- pedir mais!”. A criança diz: “Desculpa, tia! Eu não
ças, oferecendo-lhes oportunidades de atenção e vou fazer mais isto!” e ela a deixa por último para
trocas afetivas. colocar.
Contudo, os elogios e gestos de ternura eram Ameaças e punições físicas também eram apli-
raros, enquanto palavras destrutivas e ameaças cadas às crianças. De um modo geral, à surdina,
ocorriam em grande parte do tempo. Por conse- mas algumas bastante escancaradas, como o caso
guinte, era comum as cuidadoras coibirem os de um menino que chorava porque a monitora
comportamentos que não desejavam nas crian- havia lhe dado um beliscão ou outro em que a
ças utilizando-se de falas de caráter humilhante e cuidadora diz bem alto, frente a uma desobedi-
degradador, como nesta situação em que a mo- ência da criança: “Você vai levar um tapa!”.
nitora queixava-se para a cozinheira do abrigo, Desse modo, a manutenção do autoritarismo
na presença da criança: e violência ainda existia na vida das crianças que,
“A Heloísa (três anos e seis meses) está terrível, retiradas de suas famílias por maus-tratos, eram,
tá mimada. Nenhuma criança pode colocar a mão forçosamente, obrigadas a conviver com peque-
nela, no pé dela que ela reclama! Ela não era as- nos atos de violência diários.
1273
ter24, não seria facilitadora de um saudável de- tando-se de modo inadequado com as crianças,
senvolvimento humano, na medida em que, para o que poderia revelar descomprometimento ou
que ele se suceda, deve ocorrer sobre uma base ignorância em lidar com elas. Parecia-nos, desse
regular e duradoura propiciada pelo ambiente em modo que, não só as crianças, mas também elas
que a criança desenvolve-se. estavam desamparadas, desconhecendo as neces-
No que diz respeito ao colo, ouvimos das pró- sidades de carinho e afeto daquelas crianças, evi-
prias crianças e das monitoras uma não autori- denciado neste diálogo com uma das monitoras:
zação a sentarem nos colos dos voluntários, sen- Monitora: “Você é estudante?”,
do evocada a figura da coordenadora do abrigo, Pesquisadora: “Sou psicóloga!”
como no relato de uma criança falando para a Monitora: “Você fica com as crianças, mas nós
outra: é que precisamos de psicóloga, talvez mais do que
Fico com Lucas (quatro anos e sete meses) no elas!”
meu colo e ele fica bem encostadinho em mim. O despreparo das cuidadoras aparecia, princi-
Depois aproxima-se Renato (três anos e 10 meses) palmente, no modo com que lidavam com as má-
e diz pra ele bravo: “Não pode sentar no colo das criações das crianças, ou seja, tentavam coibir o
voluntárias! A (coordenadora) falou que não pode!” comportamento indesejado com palavras depre-
Por um lado, é compreensível a condenação ciativas referindo-se à criança como pessoa e não
do colo porque a criança em sua ânsia por conta- especificamente a sua atitude, como pode ser nota-
to físico, algumas vezes, desejava o colo com ex- do no seguinte exemplo: “Foi você que mordeu,
clusividade, chegando a estabelecer brigas com Lucas? Fala a verdade! Menino feio e mal educa-
colegas que tentassem competir com ela pelo do!”. Além disso, utilizavam, algumas vezes, a amea-
mesmo território ou se desentendendo com quem ça de punição física ou dela própria como forma
lhe ofertou colo por cedê-lo a outrem. de manter as crianças em seu controle, obedientes.
Pode-se até querer justificar, racionalizando Não estamos, com isso, desejando colocar a
sobre a possibilidade de evitação de situações de responsabilidade das dificuldades vivenciadas
abuso sexual, mas esta regra parecia-nos um pou- pelas crianças em situação de abrigamento nas
co exagerada, porque proibir que as crianças bus- cuidadoras. Parece-nos que os comportamentos
cassem contato físico com um adulto era, no mí- inapropriados observados nas cuidadoras são,
nimo, uma violência em seus desejos por afago e também, conseqüência das próprias fragilidades
calor humano. e inadequações em sua formação técnica, ou me-
Mediante os fatos apresentados, acreditamos lhor, da ausência dessa formação.
relevante apontar que, apesar de nossa explana- Assim, a despeito do ambiente destas crianças
ção ter evidenciado muitos comportamentos que em situação de abrigamento estar longe de ser o
julgamos errôneos das cuidadoras para as crian- ideal, vale refletirmos quais seriam as outras pos-
ças e, ao mesmo tempo, explicitar de modo mais sibilidades existentes no município ou mesmo no
positivo a relação dos voluntários com as mes- Brasil que são realmente favorecedoras de um ade-
mas, também reconhecemos que, a despeito das quado contexto de desenvolvimento para elas.
atitudes hostis, o trabalho desenvolvido pelas Em reportagem do PSI, Jornal de Psicologia
monitoras é árduo, além de exigir muita dedica- do CRP-SP 26, publicada no começo de 2004, dis-
ção, paciência e carinho pelas crianças. Ainda cutiu-se a possibilidade de, em vez de abrigos,
mais que são elas as pessoas presentes no dia-a- colocar as crianças em famílias acolhedoras, as
dia das crianças, enquanto que os voluntários quais receberiam sua guarda provisória enquan-
permanecem apenas algumas horas na semana. to esperam por adoção ou retorno à família de
origem. Com isso, segundo a reportagem, seria
favorecido o desenvolvimento da criança, por ser
Considerações finais um ambiente com possibilidades de ser mais per-
sonalizado e mais estimulante do ponto de vista
A instituição em que desenvolvemos nosso estu- afetivo e físico.
do pretendia seguir as proposições do ECA25, seus Outro desafio seria tentar manter a criança
princípios e diretrizes; entretanto, percebemos que sofreu maus-tratos em seu próprio ambiente
que apresentava falhas, principalmente no que familiar, desde que houvesse um acompanhamen-
dizia respeito à formação e capacitação de suas to de profissionais que assegurassem a proteção
cuidadoras. da criança e desenvolvessem um trabalho famili-
Por conseguinte, muitas vezes sentimo-nas ar. Esta possibilidade é o tema de discussão da
despreparadas para a função, por vezes compor- Comissão Intersetorial de Promoção, Defesa e
1275
Colaboradores
Referências
1. Keenan T. An introduction to child development. Lon- 18. Sato L, Souza MPR. Contribuindo para desvelar a com-
don: Sage Publications; 2002. plexidade do cotidiano através da pesquisa etno-
2. Bowlby J. Apego. São Paulo: Martins Fontes; 1984. gráfica em psicologia. Psico USP 2001; 12(2):29-47.
3. Bowlby J. Uma base segura: aplicações clínicas da teoria 19. Sadalla AFA. Desenvolvimento infantil e construção do
do apego. Porto Alegre: Artes Médicas; 1989. desenvolvimento moral. Texto elaborado para o Encon-
4. Bowlby J. Formação e rompimento de laços afetivos. São tro de Docentes de Educação Infantil, Belo Horizonte
Paulo: Martins Fontes; 1990. (MG); 1998.
5. Bowlby J. Cuidados maternos e saúde mental. São Pau- 20. Trevarthen C. Communication and cooperation in
lo: Martins Fontes; 1995. early infancy. A description of primary intersubjectiv-
6. Hutz CS, Koller S. Questões sobre o desenvolvimento ity. In: Bullowa M, editor. Before speech: The beginnings
de crianças em situação de rua. Est Psico (Natal) 1996; of human communication. London: Cambridge Uni-
2(1):175-97. versity Press; 1979. p. 321-347.
7. Ainsworth MDS, Bell SMV, Stayton DJ. Individual dif- 21. Fiamenghi GA. Conversas dos bebês. São Paulo: Huci-
ferences in strange-situation behavior of one-year-olds. tec; 1999.
In: Schaffer HR, editor. The origins of human social re- 22. Guirado M. Instituição e relações afetivas. São Paulo:
lation. London: Academic Press; 1971. p. 17-57. Hucitec; 1986.
8. Stern D. O mundo interpessoal do bebê. Porto Alegre: 23. Marcílio ML. O jovem infrator e a Febem de São Pau-
Artes Médicas; 1992. lo – história e atualidade. In: Levisky DL, organizador.
9. Freud A, Burlingham D. Meninos sem lar. Rio de Janei- Adolescência e violência: ações comunitárias na preven-
ro: Fundo de Cultura; 1958. ção. ‘Conhecendo, articulando, integrando e multipli-
10. Rotandaro DP. Os desafios constantes de uma psicó- cando’. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2001. p.175-185.
loga no abrigo. Psico Ciênc Prof 2002; 3:8-13. 24. Bronfenbrenner U, Crouter AC. The evolution of envi-
11. Rutter M. Maternal deprivation reassessed. Harmon- ronmental models in developmental research. In: Kes-
dsworth: Penguin Books; 1972. sen W, Mussen PH, editors. Handbook of child psycho-
12. Tizard J, Tizard B. The social development of two-year- logy: History, theory, and methods. New York: Wiley;
old children in residential nurseries. In: Schaffer HR, 1983. p. 357-414.
editor. The origins of human social relation. London: 25. ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. 10ª ed.
Academic Press; 1971. p. 147-160. (reedição). Campinas: Conselho Municipal dos Direi-
13. Cecconello AM, Koller SH. Competência social e em- tos das Crianças e dos Adolescentes; 2000.
patia: um estudo sobre resiliência com criança em si- 26. Famílias provisórias ao invés de abrigos. PSI Jornal de
tuação de rua. Est Psico (Natal) 2000; 5(1):71-93. Psicologia CRP-SP 2004; Jan/fev.
14. Kotliarenco MA, Cáceres I, Fontecilla M. Estado de arte 27. Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
en resiliencia. Washington, D.C.: Organización Pana- Unicef lança estudo sobre instituições que abrigam cri-
mericana de la Salud; 1997. anças brasileiras 2004 [acessado 2004 Out]. Disponí-
15. Munist M, Santos H, Kotliarenco MA, Ojeda ENS, In- vel em: www.unicef.org/brazil/noticia.htm
fante F, Grotberg E. Manual de identificación y promo-
ción de la resiliencia. Washington, D.C.: Organización
Panamericana de la Salud; 1998.
16. Taylor M. Ethnography. In: Banister P, editor. Qualitati-
ve methods in psychology: A research guide. Buckingham-
Philadelphia: Open University Press; 1994. p. 34-48.
17. Rockwell E. Etnografia e teoria na pesquisa educacio- Artigo apresentado em 13/06/2006
nal. In: Ezpeletta J, Rockwell E, organizadores. Pesqui- Aprovado em 24/10/2006
sa participante. São Paulo: Cortez; 1986. Versão final apresentada em 23/11/2006