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(http://sensoincomum.org)
(https://institutoborborema.com/loja/)
Intelectuais
https://www.facebook.com/renato.janineribeiro/posts/1363470260334433
Como se sabe, Renato Janine Ribeiro é apenas mais um dos tantos “especialistas” em educação
a se manifestar contra a iniciativa, que parece ter tocado um nervo sensível na política
educacional brasileira, provocando reações hidrófobas por parte dos auto-intitulados
“progressistas”. Estranhos progressistas, a bem da verdade, pois, quando o assunto é educação,
jamais se os viu tão reacionários e avessos a quaisquer mudanças no status quo. Defendem, com
unhas e dentes de aristocrata, um Antigo Regime educacional que, há décadas, vem levando
nossos estudantes para o buraco.
Sobre o conteúdo do post, admito que, fosse outra pessoa a manifestá-lo, eu talvez viesse a lhe
apontar o cinismo. Porém, em se tratando da personagem em questão, penso que o problema
deve mesmo ser mais de deficiência que de vilania.
Já no fim do comentário, Renato Janine Ribeiro recorre a uma estratégia que se tornou
padronizada na esquerda lulo-petista: esta, quando pega em flagrante delito, tem por hábito
acusar os outros de “criminalizar” as suas atividades. Que essas atividades sejam, em si mesmas,
criminosas, é algo impensável para um lulo-petista puro-sangue. O leitor deve se lembrar
da expressão “criminalização da política”, difundida pelos líderes da seita. Maquiavélicos que
são, assaltar a Petrobrás era, para eles, uma atividade política regular.
reparem bem! – de desviar a atenção das questões realmente educacionais como, por exemplo,
“nossas falhas na alfabetização”. Temos aí uma ilustração perfeita daquilo que Olavo de Carvalho
chamou de logica brasiliensis (http://www.olavodecarvalho.org/semana/091117dc.html), aquela
que, nas palavras do autor,
“constitui-se inteiramente de erros de leitura, distinção precária entre palavras e coisas, falta
de senso das proporções, imprecisões monstruosas de vocabulário, confusões entre
diferentes níveis de predicação, misturas de gêneros (e de gêneros com espécies), e demais
calamidades da mesma ordem, as quais não denotam apenas ou propriamente falta de
cultura e treino, mas falta daquele instinto lógico elementar que é próprio do ser humano
enquanto tal e que até os mais iletrados possuem por natureza. Não se trata, pois, em geral,
nem de desonestidade premeditada, nem de falha educacional, mas de uma autêntica
deficiência mental, adquirida no processo mesmo de aquisição dos meios de expressão
necessários ao ingresso nas classes ditas cultas”.
Ao acusar o Escola Sem Partido de desviar a atenção de nossos problemas educacionais, Renato
Janine Ribeiro dá provas claras daquela “autêntica deficiência mental” de que fala Olavo,
porque, no fim das contas, o que ele está fazendo é acusar o Escola Sem Partido de
se concentrar na CAUSA e não no EFEITO. Segundo o pitoresco raciocínio de Janine Ribeiro,
se você tem um carro que não anda por falta de gasolina, querer botar gasolina é o mesmo que
“desviar a atenção” do fato de que o carro não anda. Alguém avisa: “Mas há que se pôr gasolina,
ó, Janine!”. Ao que este responde, todo pimpão: “Você está desviando a atenção do problema. O
problema não é a gasolina. O problema é o carro não andar”.
Mas seria esperar demais de Renato Janine Ribeiro a compreensão do papel desempenhado por
ele e seus colegas de ideologia na catástrofe educacional brasileira. Ele jamais compreenderia –
porque, no fundo, é beneficiário daquela catástrofe – que o Escola Sem Partido está lidando
com a CAUSA de nossos problemas de alfabetização, ensino de matemática e etc., qual seja o
fato de que, há décadas, a educação brasileira, submetida ao projeto globalista de “educação não-
cognitiva” (ver, sobre isso, a obra indispensável de Pascal Bernardin
(http://www.amazon.com.br/gp/product/8563160273/ref=as_li_tl?
ie=UTF8&camp=1789&creative=9325&creativeASIN=8563160273&linkCode=as2&tag=flavmorgp
20&linkId=VP6IA43KGAYWK5PY)), vem sendo conduzida por gente interessada, não em
ensinar as crianças a ler, escrever e somar, mas em educá-las “para a cidadania” (ou seja, para
votar no PSOL), infundir-lhes “consciência crítica” (isto é, marxismo) ou fazê-las “lutar por um
mundo melhor” (quer dizer, protestar contra o impeachment de Dilma Rousseff).
sensoincomum.org/2016/07/21/escola-sem-partido-renato-janine-ribeiro/ 3/17
Ora, as crianças brasileiras são mal-alfabetizadas
31/07/2019
e não sabem fazer conta PORQUE os cursos de
O Escola Sem Partido segundo Renato Janine Ribeiro – Senso Incomum
Tomemos o exemplo de uma tese de doutorado defendida na faculdade de educação da USP, cujo
tema é a formação dos professores de matemática, e cujo título é Paulo Freire e Ubiratan
D’Ambrosio: Contribuições para a Formação do Professor de Matemática no Brasil
(http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-25062007-103230/pt-br.php). No
resumo, lê-se:
(http://cvpravc.com.br/?
ref=sensoincomum&utm_source=afiliadosensoincomum)
Que o leitor não pense tratar-se de um caso aberrante. Ao contrário, antes que por sua
excepcionalidade, ele impressiona por sua tipicidade. E é assim com qualquer disciplina. Em
matemática, ensina-se luta de classes. Em português, também. Em educação física, idem. É
preciso muita cara-de-pau para querer falar dos nossos problemas de alfabetização sem
mencionar nada disso. E mais cara-de-pau ainda para acusar de pretender “desviar o foco” um
projeto que, ao contrário, vai ao cerne do problema.
A tese acima deve ter sido aprovada com honrarias e louvores. Seu autor talvez ocupe um cargo
no MEC ou numa secretaria estadual de educação. São tipos assim que formam os professores
brasileiros e, portanto, deformam os nossos estudantes. O assunto era para ser matemática, mas
virou puro discurso marxista, gramscista e paulo-freiriano sobre luta de classes, hegemonia e
conscientização. E ainda há quem negue a natureza fortemente ideologizada de nossa educação!
Não houvera teses como essa, ora bolas, e o Escola Sem Partido não precisaria existir!
Apenas pelo resumo da tese, fica fácil entender por que os alunos brasileiros ocupam as últimas
posições nos testes internacionais. Numa das últimas avaliações do PISA (Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes), por exemplo, divulgada em abril de 2014, o Brasil
ficou em 38º colocado entre 44 participantes de uma avaliação de matemática e raciocínio
lógico. “Os estudantes brasileiros têm sérias dificuldades para resolver problemas de matemática
aplicados à vida real”, conclui uma reportagem sobre o caso (ver aqui
(http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/alunos-brasileiros-ficam-entre-os-piores-em-teste-
de-raciocinio-logico-12052532)). Saindo da matemática para leitura, o resultado é igualmente
catastrófico (ver matéria (http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/12/03/pisa-desempenho-do-
brasil-piora-em-leitura-e-empaca-em-ciencias.htm)).
Do ponto de vista dos pais daqueles estudantes, e da sociedade brasileira em geral, o fenômeno é
certamente assustador. Mas, do ponto de vista dos pedagogos e educadores brasileiros, não
parece haver grandes problemas no resultado do PISA, uma vez que – diz com todas as letras o
sensoincomum.org/2016/07/21/escola-sem-partido-renato-janine-ribeiro/ 5/17
autor da tese citada – o objetivo
31/07/2019
do professor de matemática, por exemplo, NÃO é formar um
O Escola Sem Partido segundo Renato Janine Ribeiro – Senso Incomum
educando especialista em matemática, mas alguém “inserido em sua realidade social como um
sujeito transformador e em transformação” blá blá blá…
Está claro, portanto, que o objetivo da pedagogia brasileira, do MEC e das secretarias de
educação não é o mesmo que o dos pais e o restante da sociedade. Eis o grande problema da
nossa educação, que precisamos começar a compreender e enfrentar: enquanto a sociedade
espera que os professores ensinem matemática, português, ciências etc. ao estudantes, os
profissionais que formam os professores não estão interessados em nada disso. Para eles, aquelas
disciplinas servem tão somente de meios para a doutrinação de crianças e jovens no discurso
comunista (em versão gramsciana ou paulo-freiriana) da luta de classes.
Que assim seja confessa o próprio pedagogo da USP, para quem a sua missão é “conscientizar os
futuros professores de matemática de sua tarefa como intelectuais orgânicos a serviço da
construção da hegemonia dos excluídos”. E você aí, caro e ingênuo leitor, pensando que a tarefa
do professor de matemática fosse ensinar a fórmula de Báskara…
Mas Renato Janine Ribeiro não quer ouvir falar de toda essa “bobagem conservadora”. para
usarmos a definição de Leandro Karnal sobre o Escola Sem Partido. Ele acha que nossos
estudantes não sabem ler, escrever e somar por mera obra do acaso. E, sendo assim, ele quer
aplicar mais e mais do mesmo veneno. Quer persistir com a causa esperando que, magicamente,
ela produza um outro efeito.
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31/07/2019 O Escola Sem Partido segundo Renato Janine Ribeiro – Senso Incomum
(//sensoincomum.org/2019/03/06/revista-senso-incomum-05-compreendendo-governo-bolsonaro/)
Flávio Gordon tem 37 anos, é carioca, casado, doutor em antropologia social, escritor, tradutor e autor do blog "O Brasil e o Universo: crônicas sobre a
surrealidade política e cultural brasileira" (http://obrasileouniverso.blogspot.com.br). Twitter: @flaviogordon Facebook:
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31/07/2019 ▽ • Responder • Compartilhar › O Escola Sem Partido segundo Renato Janine Ribeiro – Senso Incomum
Enfim, acho que o Projeto de Lei não deveria vir à consulta pública como veio recentemente.
Deveria ter um tempo maior para a sociedade tomar conhecimento do assunto, onde certamente a
maioria apoiará. E tem o fato que a doutrinação é muito forte, já praticada há décadas, sendo
difícil liberar as pessoas das amarras ideológicas que, muitas às vezes, entra despercebida nas
mentes deles. Afinal, a guerra de posição é uma das maiores covardias intelectuais contra o
senso crítico do ser humano...
△ ▽ • Responder • Compartilhar ›
Se isto tudo fosse importante para você, não estaria perdendo tempo militando contra o
ESP: estaria organizando frentes para combater aquilo que você reputa ser primordial para
o bem da educação. Mas não: você prefere perder seu tempo com o Escola Sem Partido... e
qual seria o motivo disto? Elementos da sua retórica já lhe denunciam: escolas estaduais
(nem um pio sobre as municipais e federais), merenda em SP (nada sobre escândalos em
outros estados), alvos tucanos, discurso vermelho...
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podcast
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OliverTalk 43: Estudar Sócrates em 2019? Ele OliverTalk 43: Estudar Sócrates em
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12/07/2019
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Escritor e editor
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