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1. INTRODUÇÃO
A psicologia escolar crítica tem como objetivo analisar a realidade escolar brasileira
a partir de uma perspectiva crítica, buscando identificar as causas das desigualdades
educacionais e promover a transformação social por meio da educação. Para isso, os
psicólogos escolares críticos trabalham em estreita colaboração com professores, alunos e
comunidade escolar, visando construir práticas educativas mais democráticas e
emancipatórias.
Atualmente, a psicologia escolar crítica continua sendo um campo de estudo e
atuação importante no Brasil, com diversos profissionais e instituições comprometidas com a
transformação social por meio da educação.
Este ensaio será estruturado tendo como fonte bibliográficas; Paulo freire,
Maria Helena Souza Patto, além de artigos da Unesp 1, Anped2 e uma proposta pratica de uma
escola agrícola modelo como exemplo da produção de uma pedagogia libertadora resultado
influência de uma Pedagogia critica.
DESENVOLVIMENTO
Firbida (2018), elenca e vidência dum movimento crítico que teve início na década
de 80 com o intuito de romper com a psicologia escolar no Brasil, modelo este que não estava
interessado nas dificuldades dos alunos.
Ora, é bem sabido que a estrutura de ensino além de antiga, passou pela roupagem
militar no Brasil, além de ser contaminada por uma moral liberal de preparar o aluno para o
mercado de trabalho como força de produção e sem se preocupar com o desenvolvimento do
indivíduo, ou seu histórico familiar, econômico, etc...
1
Firbida, Fabíola Batista Gomes; Vasconcelos, Mário Sérgio. The historical development of
critical school psychology in Brazil. Psicologia em Estudo, v. 23. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/11449/201906>
2
MEIRA, M. E. M.(2000). O pensamento crítico em psicologia da educação: algumas contribuições da
pedagogia histórico-crítica e da psicologia histórico-cultural. In ANUÁRIO - 2000: Psicologia da Educação.
Psicologia: análise e crítica da prática educacional (pp. 187-205). [S. l.]: ANPED.
âmbito nacional para saber como estava se configurando o exercício do psicólogo no
Brasil. Tal projeto se transformou no livro Quem é o psicólogo brasileiro de 1988.
(FIRBIDA, 2018)
Nos primeiros passos para que a mudança começasse pela grade curricular, era
necessário saber como estava a atuação dos profissionais de psicologia, para depois poder
ajustar a grade curricular no sentindo de atender a nova demanda de parametrizar a psicologia,
para introduzir um pensamento critico na psicologia e na psicologia da educação.
O objetivo seguinte era achar, ou produzir pressupostos teóricos que dessem conta de
analisar os problemas e a realidade social e diagnosticar, adequar a psicologia da educação a
sempre estar procurando se atualizar para não estar tão desatualizada quanto aos problemas
sociais de aprendizado na contemporaneidade.
A educação sem a crítica, produz um servo dos propósitos capitalista para elementos
metafísicos como economia e globalização que só beneficia quem já é rico e manipula estes
termos que nada representam para a força de trabalho que troca tempo de vida para fazer
funcionar um sistema que não traz de volta os benefícios deste esforço vital.
Dessa maneira, Patto afirma que os sistemas de ensino não são uma realidade durante
os setenta primeiros anos do século XIX. E que embora os números referentes aos vários tipos
de escola revelem um inegável progresso, é preciso lembrar que este aumento foi sensível nos
níveis secundário e superior. Mesmo nos países que já contavam com um sistema público de
ensino, a educação primária, segundo Hobs-bawrn (1982, p. 211-212), era negligenciada e
onde existia limitava-se a ensinar rudimentos de leitura, aritmética e obediência moral. Além
disso, em 1850 a maioria dos que se dedicavam ao ensino das primeiras letras era constituída
de professores privados e governantas dedicados às crianças da burguesia.
É importante salientar, segundo Patto, a teoria escolanovista, que constitui uma das
vertentes da pesquisa educacional sobre o fracasso escolar: em suas origens, a nova
pedagogia não localizava as causas das dificuldades de aprendizagem no aprendiz, mas nos
métodos de ensino. Neste sentido, ela afirma que a reflexão sobre a escola e sua eficiência
nasceu no âmbito do que mais recentemente se convencionou chamar de fatores intraescolares
do rendimento escolar. Como se sabe, a formulação dessa nova proposta pedagógica deu-se
em contraposição aos pressupostos filosóficos e pedagógicos do ensino tradicional.
Na vida e na obra de Paulo Freire há uma profunda paixão pela liberdade humana e
ao mesmo tempo, uma busca de uma pedagogia emancipatória, tendo como caraterísticas a
suas incessantes buscas de coerência entre discurso e prática e uma busca permanente de
renovar seu pensamento e prática à luz dos novos desafios de cada contexto histórico vivido.
A proposta de Freire, contrária à educação bancária, afirmava que todos nós sabemos
alguma coisa e todos ignoramos alguma coisa, por conta disso, estamos sempre ensinando e
aprendendo, salientava que a educação era direito de todos, um processo político e
pedagógico e de formação da consciência sobre a realidade, possibilitando o conhecimento e a
politização do povo, explorando as dimensões tradicionais da educação escolar e de fato,
reivindicavam em nome da cultura popular um projeto próprio de organização dessas camadas
sociais.
Criticando e opondo-se a uma educação vazia, regida pelas regras do mercado com
conteúdo descontextualizados, sem significado aos educandos, chamando-o de “educação
bancaria”. A superação desta educação bancária, vazia de diálogo e de
criticidade tem como desafio central a humanização da educação, implica em reconhecer os
sujeitos do processo educativo como seres históricos e produtores. Todavia, reforça que o
mundo, não era só saber ler ou escrever, mas ser cidadão e ter
direitos. Pronunciar o mundo é interferir no mundo, fazer parte de decisões, de sua
comunidade, de sua cidade, de seu país. (FREIRE, 1968)
A priori, uma das mais ricas experiencias que a pedagogia da alternância possibilita é
o desenvolvimento e relacionamentos sociais dentro da escola. É dentro dos domínios
escolares que se constitui um sistema social de cooperação e divisão de tarefas, o que
promove o desenvolvimento não só de habilidades técnicas, mas também, o desenvolvimento
de habilidades sociais.
A proposta pratica começa da micro relação familiar, com sua economia própria e sua
forma de subsistência alheia ao extrativismo e consumismo neoliberal. A consciência de
plantar, ou criar o suficiente para o consumo e uma venda controlada para comprar outros
pequenos insumos que não se pode plantar é uma política estimulada por elas.
Para concluir, existe também a agregação de entidades que, por sua natureza, já discorda
da ética capitalista, pois sua moral é coletiva. Como cooperativas de beneficiamentos de
produtos agropecuários, tendo como exemplo o processamento de leite de caprino. Em que o
lucro movimenta o capital da micro região, favorecendo quem planta, beneficia e produz e
não sistemas econômicos institucionais.
REFERÊNCIAS
FREIRE. P. Pedagogia do Oprimido. Paulo Freire. - 1. ed. - Rio de Janeir: Paz e Terra, 2013.