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Notas sobre Transmissibilidade e Isolamento

Determinação da Transmissibilidade empregando a da Função de Resposta em Frequência

Transmissibilidade e Isolamento
A transmissibilidade é definida como:
s s
Ft Xo 1 + (2ξr)2 k 2 + (Cω)2
tr = = = = (1)
Fo Yo (1 − r2 )2 + (2ξr)2 (k − mω 2 )2 + (Cω)2
p
sendo r=ω/ωn , ω a frequência angular de excitação e ωn a frequência angular natural, ωn = k/m, k a
rigidez, m a massa, C a constante e ξ o coeficiente de amortecimento. A amplitude da força transmitida é
Ft e Fo amplitude da força de excitação aplicada ao centro de massa. Para o caso de excitação do sitema
por deslocamento da base, Xo é a amplitude do deslocamento transmitido e Yo o deslocamento da base, a
expressão para a transmissibilidade, Eq. (1), é a mesma nos dois casos. O isolamento é definido como:

I = (1 − tr) (2)

sendo tr a transmissibilidade dada pela Eq. (1).

√2
3.5
Amplificação Isolamento

3 Tr < 1 T >1
r

ξ=0,2
Transmissibilidade

2.5

ξ=0,3
2
ξ=0.5

1.5

ξ=1,0
0.5

√2
0

Frequência relativa r = ω
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5

ωn
Figura 1: Transmissibilidade.

Mesmo para grandes equipamentos o cálculo do isolamento usa o modelo do sistema massa mola de 1
grau de liberdade. Para simplificar o cálculo de isoladores elásticos de baixo amortecimento, como as molas
helicoidais, os catálogos, para este tipo de isolador, desprezam a variável ξ
s
Ft Xo 1
tr = = = (3)
Fo Yo (1 − r2 )2

na região de isolamento ou para r > 2, Fig. (1),
1 1
tr = e I =1− (4)
r2 −1 r2 −1
O procedimento de cálculo do isolador empregando molas helicoidais é muito simples. Conhecida a
massa, a frequência de excitação e o isolamento desejado, determina-se tr e r, usando as Eqs. (4), e a
frequência natural ωn . Como k = mωn2 e a rigidez equivalente da mola é dada por:

Gd4
keq = (5)
8nD3
pode-se dimensionar o isolador para um arame de diâmetro, d, módulo de cisalhamento, G, (usualmente aço
mola), com n espiras de diâmetro médio D, todas estas variáveis determinadas a critério do projetista.
Os fabricantes em geral informam o deslocamento para a carga máxima, ∆xmax , e mı́nima ∆xmin , em
alguns casos as curvas de carga em função do deslocamento.
r
Mg g
keq ∆x = M g −→ keq = ou ωn = (6)
∆x ∆x
Este procedimento simplifica a especificação dos isoladores, Fig. (2). Os isoladores usualmente empregam

Figura 2: Dimensionamento de isoladores industriais. A esquerda tabela de deflexão ∆x, a direita curva de
carga x deflexão.

outros materiais em diferentes geometrias. Materiais maciços com tensões axiais uniformes, para diferentes
geometrias da seção transversal, têm a rigidez equivalente calculada como a da barra:
EA
keq = (7)
L
A maioria dos coxins e suportes usam elastomeros (incorretamente chamados de amortecedores), nestes
casos o procedimento dado acima é suficiente, em situações mais complexas pode-se empregar Elementos
Finitos para determinar tensões e deslocamentos de forma mais detalhada.
Há inúmeros fabricantes nacionais com linha de catálogos e produtos disponı́vel na rede (internet), para
citar alguns, sem a pretensão de citar todos: www.risasprings.com.br, www.vibranihil.com.br,
www.isomaq.com.br, www.magral.com.br. Alguns fabricantes fornecem roteiros , bem elaborados, para si-
tuações envolvendo fixação e isolamento de equipamentos sujeitos não apenas ao deslocamento mas também
à rotação em mais de um eixo. É o caso de projeto de coxins de motores de combustão e outros equipa-
mentos embarcados como compressores etc. Para uma consulta rápida a sugestão é uma busca à página
http://www.vibrationmounts.com/V100/V100Cat.htm#Tech, seções técnicas T1 e T2, que podem ser ’bai-
xadas’ em arquivo ’pdf’.
O maior problema com isolamento com materiais de baixo amortecimento ocorre na partida e na parada
dos equipamentos. Nestas situações durante a aceleração e desaceleração há a passagem pela frequência
natural, onde as amplitudes são elevadas, Fig (1). Este efeito é maior quanto maior for o tempo de per-
manência na região de amplificação, maior energia absorvida pelo sistema. Durante a desaceleração, devido
ao baixo atrito do sistema, este efeito pode ser inaceitável. Neste caso pode-se recorrer a isoladores com

Figura 3: Isolador com amortecedor de malha metálica.

amortecimento, em geral com comportamento não linear, que usam ’enchimentos’ com elastómeros ou ma-
lhas metálicas. Estes materiais dissipadores são projetados para atuar efetivamente em cursos elevados
(acima de ∆xmax ) reduzindo significativamente as amplitudes, sem no entanto alterar a transmissibilidade
na região de isolamento. Normalmente os dados de amortecimento não são fornecidos pelos fabricantes o
que torna difı́cil prever o comportamento do sistema nos transientes.

Borrachas

Propriedades de algumas Borrachas Estruturais de Engenharia [2]

Medidas Experimentais
Para quantificar experimentalmente o isolamento obtido, mesmo quando não se conhece as propriedades
fı́sicas dos sistema, pode-se recorrer a função de resposta em frequênci FRF para força FFot (ω)
(ω) entre o equipa-
mento e a base. Como a Eq. (1) pode ser empregada também para deslocamento X o (ω)
Yo (ω) as medidas podem
ser feitas com acelerômetro.
A excitação pode ser produzida pelo próprio equipamento em operação, medida passiva, na frequências
gerada pelo sistema. Para testes em uma faixa maior de frequências normalmente é empregado um equipa-
mento chamado ’shaker’. Basicamente é um dispositivo eletromagnético (hidráulico ou inercial) desenhado
para gerar força a partir do sinal de excitação. Gerado o sinal de excitação, ruı́do branco por exemplo, este
é amplificado e levado ao shaker, de tamanho apropriado, que gera a força de teste na faixa de frequências
desejadas.
Referências Bibliográficas

[1] Clarence W. de Silva, Vibration : fundamentals and practice , CRC Press, Boca Raton, Florida, 1999.

[2] Technical Catalog from Advanced Antivibration Components, Technical Section: Vibration and Shock
Isolation,www.vibrationmounts.com.

[3] Leslie Lamport, LATEX: A Document Preparation System. Addison Wesley, Massachusetts, 2nd Edition,
1994.

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