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VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA EM RELAÇÃO AOS E.L.

U
À FLEXÃO COMPOSTA
Hipóteses de cálculo:
➢ As secções planas mantêm-se planas após a deformação por flexão
➢ Existe compatibilidade entre as deformações das armaduras e do betão
➢ Betão:
▪ A resistência do betão em tracção é desprezada.
▪ A relação tensão-deformação em compressão é parabólica até εc2 = 2x10-3 e
é constante até à extensão máxima εcu2= 3.5x10-3
▪ Quando a secção se encontra totalmente comprimida, a extensão média deve ser limitada
a εc2
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À FLEXÃO COMPOSTA
Hipóteses de cálculo:
➢ Aço:
Pode admitir-se uma das seguintes relações tensão-deformação, para o cálculo:
▪ 1- comportamento elástico até (fyd,yd), ramo inclinado com extensão limite de
ud=0.9uk;
▪ 2- comportamento elástico até (fyd, ,yd), ramo horizontal sem extensão limite.
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À FLEXÃO COMPOSTA
Diagrama de deformacao na rotura
Zona 1
•Tração com pequena excentricidade
(s1= ud, s2 ud)

características de
Rotura com boas

ductilidade
Zona 2
•Tração e compressão com grande ou
média excentricidade
(s1 = ud, c3.5‰)
Zona 3
•Tração e compressão com grande ou
média excentricidade
(yd s110‰, c = 3.5‰)

Zona 4

Rotura tendencialmente
•Compressão com média ou pequena
excentricidade

mais frágil
(s1  yd, c= 3.5‰)

Zona 5
•Compressão com pequena excentricidade
(2‰  cmáx 3.5‰)
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À FLEXÃO COMPOSTA
Determinação dos esforços resistentes
CASO 1 - Flexão composta com tração elevada – toda a secção está tracionada
Fs = As.fyd F’s = A’s.’s

Considere-se b = A’s/As=1,0
Equações de equilibrio

NRd = Fs + F’s
MRd + NRd.(0,5h-a)= Fs·(h-2a)

MRd = 2As fyd · (0.5h-a) - NRd (0.5h-a)

Seja total = (As+ A’s).fyd/(b.h.fcd)


µ= (total - n) l
 = MRd/ (b.h2fcd)
ou
n = NRd/ b.h.fcd
total =  / l + n
l = (0.5h-a)/h
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À FLEXÃO COMPOSTA
Determinação dos esforços resistentes
CASO 2 - Flexão composta com compressão reduzida
Fc = - 0,8 x .b…fcd Equações de equilíbrio

Fs = As.fyd (1) NRd = Fc + F’s + Fs


(2) MRd + NRd (0,5h-a) = Fs · (h-2a) + Fc · (a-0,4x)
F’s = A’s. ’s

(2) MRd = 2·As·fyd · (0,5·h-a) - NRd (0,5h-a) + 0,8x · b · fcd · (a-0,4x)


total = (As+ A’s)·fyd /(b·h·fcd)
 = MRd/(b·h2fcd) n = NRd/(b·h·fcd) l= (0,5h-a)/h
 = total l - n l+ 0,8 (x/h) (0,5 - l – 0.4 x/h)

(1) NRd = -0.8x·b·fcd + A’s·’s + As·fyd n= -0.8 (x/h) +  (1 +’s/fyd)

Equações de compatibilidade
𝜀𝑠 𝜀𝑐 Caso particular: ’s = -fyd Caso limite: 𝜀𝑠 = 𝜀𝑠𝑦𝑑
= 𝜀𝑠 𝜀𝑐
𝑑−𝑥 𝑥 n = - 0,8/(x/h)  = total·l - 0,5n(1+n ) x/h ≤ (1-a/h)·3,5/(3,5+ 𝜀𝑠𝑦𝑑 ·103)
=
𝜀′𝑠 𝜀𝑐 𝑑−𝑥 𝑥
= total = [ + 0,5·n(1+ n)]/ l Para a/h = 0.1:
𝑥−𝑎 𝑥 n ≤ -0,48 para A400
n ≤ -0,44 para A500
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Determinação dos esforços resistentes
CASO 3 - Flexão composta com compressão elevada

Fc = - 0,8 x .b…fcd Equações de equilíbrio


Fs = As. s (1) NRd = Fc + F’s + Fs
F’s = - A’s.fyd (2) MRd - NRd (0,5h-a) = -F’s · (h-2a) - Fc · (h-a-0,4x)

(2) MRd = 2·A’s·fyd · (0,5·h-a) +NRd (0,5h-a) + 0,8x · b · fcd · (h-a-0,4x)

Com :
total = (As+ A’s)·fyd /(b·h·fcd);  = MRd/(b·h2fcd) n = NRd/(b·h·fcd)
Caso particular: 𝜀𝑠 =0 l= (0,5h-a)/h
NRd = Fc + F’s  = total l + n · l+ 0,8 x/h · (1 + l – 0.4 x/h)
NRd = -0.8x·b·fcd - A’s.fyd
e
n= -0.8 (x/h) – 0,5total
0,8 x/h =- n - 0,5total  = 0,5 total (l-1- n - o,25 total)- n (1 + 0,5 n )
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À FLEXÃO COMPOSTA
Determinação dos esforços resistentes
CASO 4
Fc = - 0,8 x .b…fcd
Fs = As. ’s
F’s ≈- A’s.fyd

A deformação média no betão


não pode exceder c2= 2x10-3

Equações de equilíbrio
(1) NRd = Fc + F’s + Fs
(2) MRd - NRd (0,5h-a) = -F’s · (h-2a) - Fc · (0,5h-a) MRd = 2·A’s·fyd · (0,5·h-a) +NRd (0,5h-a) + bh · fcd · (0,5h-a)
Com :
total = (As+ A’s)·fyd /(b·h·fcd);
 = total l + n · l+ l ou  = (total +1+ n) l
 = MRd/(b·h2fcd) n = NRd/(b·h·fcd) Caso particular
Ou total = /l- (1+ n) Compressão simples → MEd = 0 →  = 0 :
l= (0,5h-a)/h Para o A400NR total = - (1 + n)
Para o A500NR total = - (1 + n) · fyd/400
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À FLEXÃO COMPOSTA
Determinação dos esforços resistentes
ÁBACOS

A400NR
a = 0.1 h

 = MRd/ bh2fcd

n = NRd/(bhfcd)

 = (As+ A’s)fyd/(bhfcd )
b = A’s/As= 1.0
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À FLEXÃO COMPOSTA
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À FLEXÃO COMPOSTA

A existência de um esforço axial aumenta as resultantes de compressão


(Fc e Fs2) e, consequentemente, o MRd apesar da diminuição do
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À FLEXÃO COMPOSTA

TRACÇÃO n≥0
 = (total – n ) l b = A’s/As= 1.0
total =  / l + n

COMPRESSÃO MODERADA 0 ≥ n ≥ - 0.45


 = total l - 0.5 n (1 + n)
total = [ + 0.5 n (1 + n)] / l

TRANSIÇÃO - 0.45 ≥ n ≥ - 0.7


 = b total l - 0.5 n (1 + n)
total = [ + 0.5 n (1 + n)] / lb
b = 1,5 n2 + 2,4 n + 1,8

COMPRESSÃO ELEVADA - 0.7 ≥ n


n = NRd/ bhfcd
 = 0,9 total l – 0,35 (1 +n)
 = (As+ A’s)fyd / bhfcd
total= [ + 0,35 (1 + n)] /0.9 l
EXERCÍCIO- FLEXÃO COMPOSTA
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À FLEXÃO COMPOSTA DESVIADA
A resultante do vetor momento não se encontra segundo uma das direções principais
de inércia da secção.
É necessário decompor o vector momento segundo essas direções principais para
efetuar a análise.

Equações de
equilíbrio

Diagrama de interação tridimensional


Diagrama de extensões e de tensões
NRd, MRd,y, MRd,z (NRd, MRd,y, MRd,z)
correspondente à rotura
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À FLEXÃO COMPOSTA DESVIADA

ÁBACOS

➢ x = MRd,x/ hb2fcd
µy
➢ y = MRd,y/ bh2 fcd µ1 =máx
µx
➢ = NRd/ bhfcd
➢ a1/ h=c1/ b
µy
➢ Classe de betão µ2 =min
µx
➢ Tipo de aço
➢  = As total ·fyd /(b·h·fcd)
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À FLEXÃO COMPOSTA DESVIADA

Simplificadamente, é possível, para um dado esforço axial, Nsd, fazer a verificação da


segurança em flexão desviada, utilizando só o cálculo em flexão composta, em cada
uma das duas direções, e verificar no final a seguinte condição:
Msd,x  Msd,𝑦 
+ ≤1
MRd,x MRd,𝑦
Onde  é um coeficiente que depende da forma da secção transversal e que toma
os seguintes valores:
• Secções transversais circulares ou elípticas:  = 2
• Secções transversais retangulares:
Verificação da segurança de pilares isolados
aos estados limite últimos
➢ Comportamento de elementos esbeltos
➢ ESBELTEZA

 Onde:
 l0 representa o comprimento efectivo da encurvadura na direção
considerada (distância entre pontos de momento nulo ou pontos de
inflexão da configuração deformada)
 i representa o raio de giração da secção na direção considerada.

 Deve ser considerado o momento de inércia da secção segundo o eixo


perpendicular ao plano de encurvadura

❖ Maior l ⇒ maior sensibilidade aos efeitos de 2ª ordem.


➢ Comprimento de encurvadura

❖ Elementos não contraventados


➢ Comprimento de encurvadura

❖ Elementos contraventados
➢ Comportamento de elementos esbeltos

Teoria de 1ª ordem:
M=Ne
Teoria de 2ª ordem:
M = N (e + v)  M = N  e + N  v
N  e – momento de 1ª ordem
N  v – momento de 2ª ordem
➢ Comportamento de elementos esbeltos

❖ Os efeitos de 2ª ordem dependem da esbelteza dos pilares:

1 -l pequeno efeitos de 2ª ordem


desprezáveis (Teoria de 1ª ordem)

2 - l médio/elevado efeitos de 2ª ordem


relevantes (Teoria de 2ª ordem)

Consideram-se os efeitos de 2ª ordem desprezáveis se:


M2ªordem  0.10 M1ªordem  (N  v   N  e)
Efeitos da 1ª ordem
➢ Imperfeições geométricas
 Excentricidade inicial

 Com base na estrutura inclinada de qi a excentricidade inicial poderá ser

calculada através da seguinte expressão:


ei = qi l0 /2
 onde l0 representa o comprimento efectivo de encurvadura.

 A inclinação qi pode ser calculada através da seguinte expressão:

➢ q i = q0 × h × m
 onde,
 q0 representa o valor de inclinação base que pode ser tomado igual a
1/200;
 h representa um coeficiente de redução relacionado com o
comprimento do elemento (h = 2/ 𝑙 e 2/3  h  1);
➢ Imperfeições geométricas
 Excentricidade inicial

➢ m representa um coeficiente de redução relacionado com o número de

elementos verticais existente na estrutura (m = 0.5 (1 + 1/𝑚), onde m


representa o número de elementos verticais).
➢ Caso se tratem de colunas isoladas em estruturas contraventadas, poderá

considerar se simplificadamente que ei = l0 / 400.


➢ Imperfeições geométricas
 Força horizontal equivalente

 A força horizontal deverá actuar na posição em que provoque o máximo

momento flector e pode ser obtida através das seguintes expressões:


 Elementos não contraventados
➢ Imperfeições geométricas
 Força horizontal equivalente
Consideração dos efeitos da 2ª ordem
➢ Consideração dos efeitos da 2ª ordem

 O cálculo rigoroso dos efeitos de 2ª ordem obriga a estabelecer as condições

de equilíbrio na estrutura deformada considerando o comportamento não


linear do betão armado.

 Isto significa a realização de análises não lineares da estrutura tendo em

conta as não linearidades geométricas e as não linearidades físicas dos


materiais.
➢ Consideração dos efeitos da 2ª ordem
 Trata-se de uma metodologia que envolve um esforço de cálculo significativo e

a sua utilização no projecto de estruturas apenas se justifica em algumas


situações particulares.
 Tendo em conta a complexidade deste tipo de análises a regulamentação

permite a utilização de métodos simplificados para quantificar os efeitos


de 2ª ordem.
➢ Consideração dos efeitos da 2ª ordem

❖ Métodos de análise simplificados


 O EC2 contempla a utilização de dois métodos simplificados para calcular os

efeitos de 2ª ordem:
➢ Método da curvatura nominal

❑ Este método consiste em estimar a curvatura (1/r) na secção mais

esforçada para efeitos do cálculo da deformada de 2ª ordem da


estrutura a partir da qual é calculado o momento de 2ª ordem.
➢ Método da rigidez nominal

❑ O método consiste em estimar a rigidez de flexão EI do elemento

estrutural a qual é utilizada na análise linear de 2ª ordem.


➢ Consideração dos efeitos da 2ª ordem
❖ Métodos de análise simplificados

em que:
M – momento total
M0 – momento de 1ª ordem
M2 – momento de 2ª ordem
v – deslocamento associado à curvatura 1/r
➢ Consideração dos efeitos da 2ª ordem
❖ Métodos de análise simplificados
 v:

 l0 – comprimento do elemento (comprimento de encurvadura)

 c →factor que depende da distribuição da curvatura. Dado em função da


distribuição do momento flector ao longo da coluna:
 distribuição parabólica: c=10

 distribuição uniforme (constante): c= 8

 distribuição triangular simétrica: c=12


Consideração dos efeitos da 2ª ordem
❖ Métodos de análise simplificados

 A diferença entre os dois métodos reside na formulação da curvatura:

➢ No método da rigidez nominal a curvatura 1/r é expressa em termos de

rigidez nominal à flexão:


A rigidez EI deve ter em conta a influência
da fendilhação e da fluência.

➢ No método da curvatura nominal a curvatura 1/r associada à deformada

final do elemento é calculada admitindo que as armaduras de tracção e


compressão apresentam uma extensão igual à extensão de cedência
Consideração dos efeitos da 2ª ordem
Método da curvatura nominal
Consideração dos efeitos da 2ª ordem

 Método da curvatura nominal

 De acordo com o EC2, a excentricidade 2ª ordem pode ser calculada com base na
curvatura nominal através da seguinte expressão:
Consideração dos efeitos da 2ª ordem

 Método da curvatura nominal


 Onde:
➢ c representa um factor que depende da distribuição da curvatura ao

longo do elemento. Normalmente adopta-se c = 10, excepto se o


momento de primeira ordem for constante, situação em que se
poderá adoptar c = 8.
➢ A curvatura (1/r) pode ser determinada a partir da expressão:

 onde,
➢ Kr representa um factor correctivo que tem em consideração o nível
r

de esforço axial;
Consideração dos efeitos da 2ª ordem

 Método da curvatura nominal


➢ K representa um coeficiente destinado a ter em conta o efeito da fluência;
➢ 1/r0 representa a curvatura base

➢ O coeficiente Kr destina-se a ter em conta o facto de, em determinados

casos, a armadura não atingir a extensão de cedência, o que conduz a


uma curvatura inferior à curvatura base. Este factor de redução pode
ser determinado através de:

onde,
n representa o valor do esforço normal reduzido;
nbal representa o valor do esforço normal reduzido na zona do
máximo momento resistente (em geral, nbal  0.4);
nu = 1 + , com  = As fyd / (Ac fcd).
Consideração dos efeitos da 2ª ordem
 Método da curvatura nominal
➢ O efeito da fluência é considerado através da introdução do coeficiente
K, que pretende corrigir os casos em que a curvatura base seria inferior
à curvatura real devido ao facto de não se considerar o efeito da
fluência.

 onde,
➢ ef representa o coeficiente de fluência efectivo

➢ b = 0.35 + fck / 200 - l / 150;


➢ M0cqp representa o momento de primeira ordem para a
combinação quase-permanente de acções
➢ M0sd representa o momento de primeira ordem para a combinação
fundamental.
Consideração dos efeitos da 2ª ordem

 Método da curvatura nominal


 O efeito da fluência poderá ser desprezado, o que equivale a assumir que

ef = 0, caso sejam verificadas as três condições seguintes:


❖ (, t0)  2

❖ l  75

❖ M0sd / Nsd  h
Consideração dos efeitos da 2ª ordem
Método da curvatura nominal
Força horizontal equivalente
Consideração dos efeitos da 2ª ordem

 Método da curvatura nominal - Força horizontal equivalente


 Os efeitos de 2ª ordem poderão ser considerados, tal como no

caso das imperfeições geométricas, através de uma força


horizontal equivalente.

 Esta força poderá ser uma força concentrada ou outra força

equivalente que produza os mesmos efeitos. Por exemplo, no


caso dos elementos contraventados a consideração de uma
força uniformemente distribuída ao longo do elemento
conduz a uma distribuição de momentos próxima da
introduzida por uma deformada de 2ª ordem parabólica.
Consideração dos efeitos da 2ª ordem
 Método da curvatura nominal - Força horizontal equivalente
❖ Elementos não contraventados
Consideração dos efeitos da 2ª ordem

 Método da curvatura nominal - Força horizontal equivalente


 Elementos contraventados
Consideração dos efeitos da 2ª ordem
Método da rigidez nominal
Consideração dos efeitos da 2ª ordem
 Método da rigidez nominal
❖ Considerando a coluna bi-articulada definida abaixo com comprimento l=l0, o

momento de 2ª ordem pode ser calculado da seguinte forma

Desenvolvendo a expressão anterior em ordem a M2, tem-se:

em que:
(carga crítica do pilar)
Consideração dos efeitos da 2ª ordem
 Método da rigidez nominal
O momento total do pilar pode ser calculado da seguinte forma:

→factor de amplificação do momento de 1ª ordem


Consideração dos efeitos da 2ª ordem
 Método da rigidez nominal
 Rigidez nominal
 A rigidez de flexão EI a usar no cálculo de NB deve ter consideração o efeito

da fendilhação e da fluência. O EC2 considera a seguinte expressão para


cálculo da rigidez nominal:

 em que:

➢ Ecd valor de cálculo do módulo de elasticidade do betão, Ecd = Ecm /gcE, com gcE= 1.2

➢ Ic momento de inércia da secção transversal de betão

➢ Es valor de cálculo do módulo de elasticidade do aço das armaduras,

➢ Is momento de inércia das armaduras, em relação ao centro da área do betão

➢ Kc é um coeficiente que toma em conta os efeitos da fendilhação e da fluência,


Consideração dos efeitos da 2ª ordem
 Método da rigidez nominal
 Rigidez nominal
 Ks é um coeficiente que toma em conta a contribuição das armaduras.
➢ Nos casos em que   0,002
➢ Ks = 1
➢ Kc = k1k2 / (1 + ef )

 Em que:

  = As/Ac

 ef coeficiente de fluência efectivo;

 k1 é um coeficiente que depende da classe de resistência do betão;

 k2 é um coeficiente que depende do esforço normal e da esbelteza,

expressão
Consideração dos efeitos da 2ª ordem
 Método da rigidez nominal
 Rigidez nominal
 Nos casos em que   0,01
➢ Ks = 0
➢ Kc = 0,3 / (1 + 0,5ef )

 A maior dificuldade na aplicação deste método reside no cálculo da rigidez

nominal o qual obriga a um processo iterativo.


Verificação de segurança ao estado limite
último
 Verificação do estado limite último de flexão composta na secção
crítica:
➢ Nsd
➢ Msd = M0sd + Nsd.e2
❖ em que: M0sd = M0e + Nsd.ei
 Secção crítica
Elementos contraventados
A localização da secção crítica depende do diagrama de Msd
➢ Secção crítica
Elementos contraventados
 Verifica-se, em geral, que a secção crítica se localiza numa zona

intermédia, e não junto das extremidades, pelo que a sua determinação


requer um certo esforço de cálculo.

 O EC2 ultrapassa esta dificuldade indicando uma metodologia

simplificada para estimar o momento máximo. Essa metodologia


consiste em tomar para o momento associado às cargas actuantes um
valor constante, o qual é somado directamente aos momentos relativos
às imperfeições geométricas e aos efeitos de 2ª ordem.
➢ Secção crítica
Elementos contraventados
➢ Secção crítica
Elementos não contraventados
 Os esforços máximos ocorrem nos nós como se pode observar na figura
seguinte pelo que não se coloca o problema atrás referido
Dispensa da verificação da segurança ao
estado limite último de encurvadura
 Para o caso de elementos isolados, os efeitos de segunda ordem poderão
ser desprezados se for satisfeita a condição

 l = l0/i : representa o coeficiente de esbelteza (i representa o raio de

giração da secção transversal não fendilhada);

 A = 1 / (1 + 0.2 ef ) (se ef for desconhecido pode adoptar-se A =

0.7);

 B = 1 + 2  (se  for desconhecido pode adoptar-se B = 1.1);

 ef representa o coeficiente de fluência efectivo;

  = Asf yd / Acfcd: representa a percentagem mecânica de armadura


 C = 1.7 – rm (se rm for desconhecido pode adoptar-se C = 0.7);

❖ rm = M01 / M02 onde M01 e M02 representam os momentos de primeira ordem nas

extremidades de um elemento, sendo |M02|≥|M01|;

 n = Nsd / (Ac fcd) e representa o esforço normal reduzido

 O parâmetro C é o que apresenta, nos casos correntes, uma maior variação (entre 0.7 e
2.7) pelo que é conveniente o seu cálculo dado ter uma influência significativa no valor
de llim
Disposições construtivas
EC 2
➢ Zonas críticas
➢ Dimensões mínimas dos pilares:

bmin= 0.20m; D = 0.25m (valores recomendados)

➢ Armadura longitudinal

 Quantidades mínimas de armaduras nos pilares: variam consoante o

tipo de aço utilizado e o valor do esforço axial de dimensionamento, de


acordo com a seguinte expressão:

Trata-se de um valor dependente do valor do esforço axial, que no mínimo pode valer 0.2%.
Zonas de maior sismicidade o EC8 impõe um mínimo bastante superior de 1%, o que será, em
geral, mais adequado.
➢ Armadura longitudinal

 Quantidade máxima de armadura

As, máx = 0.04 Ac (fora das secções de emenda)


Nota: Nas secções de emenda, poderá adoptar-se uma armadura até 0.08 Ac

Valores desta ordem de grandeza devem ser evitados, pois além de serem difíceis
de implementar em termos construtivos, correspondem a soluções
potencialmente de baixa ductilidade.

As emendas das armaduras longitudinais devem ser preferencialmente, na zona


intermédia do pilar, sendo essa disposição obrigatória em zonas sísmicas.
➢ Armadura longitudinal
❖ Diâmetro mínimo dos varões:

❑ O diâmetro mínimo dos varões longitudinais, de acordo com o EC2

é de 8 mm, no entanto, não se deve adotar em pilares


diâmetros inferiores a 12 mm, excecionalmente, 10 mm.
❖ Mínimo número de varões na secção transversal

❑ 1 varão em cada ângulo da secção (saliente ou reentrante)

❑4 varões em secções circulares ou a tal assimiláveis (É


recomendável adoptar pelo menos 6 varões)
➢ Armadura longitudinal
❖ Mínimo número de varões na secção transversal
❑ A distância de um varão não cintado a um varão cintado não deve
exceder 0.15m.
❑ A distância entre dois varões cintados não deve exceder 0.20m nas
zonas críticas (EN1998.1)
➢ Armadura transversal

❖ Para uma estrutura possuir maior ductilidade, terá que respeitar maiores exigências de

pormenorização nas zonas críticas designadamente as cintas mais apertadas para:


 Confinar o betão, garantindo que este resiste a maiores deformações e ciclos de compressão-
tracão;
 controlar a encurvadura das armaduras, as quais estão também sujeitas a maiores ciclos de
compressão-tração

❖ As armaduras transversais também permitem:

 Manter as armaduras longitudinais na sua posição durante a montagem e betonagem;


 Resistir ao esforço transverso.
Nota: As cintas devem ser mantidas na zona dos nós de ligação com as vigas.

❖ Forma da armadura / cintagem mínima


 Os varões longitudinais situados nos cantos da secção devem ser abraçados por armadura

transversal.
➢ Armadura transversal

❖ Espaçamento das cintas

❑ smáx = min (20  fL,menor; bmin; 40 cm)


 O espaçamento indicado deve ser reduzido a 0.6 smáx nos seguintes casos:

❑ nas secções adjacentes a vigas ou lajes, numa altura igual à maior dimensão do pilar;

❑ nas secções de emenda de varões longitudinais, caso o diâmetro destes varões seja

superior a 14 mm. Deverão existir pelo menos três cintas ao longo do comprimento de
emenda.
• Refira-se que as disposições do EC8 nesta matéria são mais exigentes, em particular nas zonas junto às
extremidades, propondo aí como mínimo, para o espaçamento de cintas, 8 fL
❖ Diâmetro
 fcinta = máx (6 mm; 0.25 fL,maior)
Recomendável: 8 mm
➢ Armadura transversal

➢ Exemplos de disposição de armaduras transversais em secções


retangulares de pilares
➢ Muttoni, A., Schwartz, J., Thürlimann, B. 1998 : “Design of Concrete

Structures With Stress Fields”, Birkhäuser, Basel

➢ Appleton, J. 2013 : “ Estruturas de Betão – Volumes 1 e 2”, Edições Orion,

Amadora

➢ EN1992-1-1 2010 : “Projecto de estruturas de betão – Parte 1-1: Regras gerais e

regras para edifícios”, IPQ, Lisboa.

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