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Centro de Ciências
Departamento de Fı́sica
Relatividade Geral
Data: 12/10/2023
Professor: Geová Alencar
2023.1
Índice
1
Equação de campo de Einstein: Rµν − Rgµν = 8πTµν
2
1.1 Inı́cio
Durante o cálculo, serão utilizadas coordenadas esféricas tradicionais
ρ, θ, ϕ.
No espaço curvo, contudo, o raio não será simplesmente ρ, mas uma certa
função r = f (ρ, t) de modo que a equação ds2 = r2 (dθ2 + sen2 θdϕ2 )
p
seja respeitada.
gtt gtr gtθ gtϕ
g grr grθ grϕ
Tensor métrico: gij = rt (1.6)
gθt gθr gθθ gθϕ
0 0 0 gϕϕ
ds2 = gtt dt2 + grr dr2 + r2 gθθ dθ2 + r2 sen2 θgϕϕ dϕ2 (1.10)
Busca-se agora uma solução para cada gii . Uma possı́vel generalização
da Eq. 1.4 seria a adoção de funções arbitrárias α(ρ), β(ρ) e ξ(ρ), tais
que:
h i
ds2 = α(ρ)dρ2 + β(ρ) ρ2 dθ2 + ρ2 sen2 θdϕ2 − ξ(ρ)dt2 (1.11)
Obs: A mesma função β(ρ) pode ser adotada para ambas as derivadas
angulares devido à simetria esférica. Ainda devemos definir uma função
f (ρ, t) para o novo raio de curvatura; seja ela r2 = f (ρ) = ρ2 β(ρ), e
sejam duas novas funções A(r)dr2 = α(ρ)dρ2 e B(r) = ξ(ρ).
Substituindo:
Na forma matricial:
−e2b 0
gtt 0 0 0 0 0
0 g 0 0 0
e 2a 0 0
rr
gij = = (1.15)
0 0 gθθ 0 0 0 r 2 0
0 0 0 gϕϕ 0 0 0 r2 sen2 θ
∂Γλµν ∂Γλµν
Tensor de Ricci: Rµν = − + Γβµλ Γλνβ − Γβµν Γλβλ (1.16)
∂xν ∂xλ
1 λβ ∂gµβ ∂gνβ ∂gµν
Christoffel: Γλµν = g + µ − β (1.17)
2 xν x x
∂ 1 ∂g ∂gλβ
(ln |g|) = = g λβ (1.19)
∂xµ g ∂xµ ∂xµ
4 1. Derivação da métrica de Schwarzschild
Prova:
Adotamos g como o determinante de um tensor diagonal, tal que g = abcd
(produto dos 4 elementos diagonais). Ou seja,
∂ ∂ ∂ ∂ ∂
µ
(ln |g|) = µ
(ln |a|) + µ (ln |b|) + µ (ln |c|) + µ (ln |d|) (1.20)
∂x ∂x ∂x ∂x ∂x
Usando a regra da cadeia em cada derivada e multiplicando por abcd em
cima e embaixo, vemos que o resultado é uma regra do produto em g
multiplicada por g −1 :
∂ 1 1 ∂g
a′ bcd + ab′ cd + abc′ d + abcd′ =
(ln |g|) = (1.21)
∂xµ abcd g ∂x
Caso 1: µ = ν ̸= λ
1 ∂gµλ ∂gµλ ∂gµµ 1 ∂gµµ
Γλµµ = + µ − λ =− (1.22)
2gλλ xµ x x 2gλλ ∂xλ
Caso 2: ν = λ
1 ∂gµν ∂gνν ∂gµν 1 ∂gνν 1∂ µ
Γνµν = + − = + x (ln |gνν |) (1.23)
2gνν xν xµ xν 2gνν ∂xµ 2∂
∂ h i 1 ∂ 1 ∂gλβ 1 ∂gλλ
ln (|g|)1/2
= (ln |g|) = g λβ = g λλ (1.24)
∂xµ 2 ∂xµ 2 ∂xµ 2 ∂xµ
5
Como g λη = 0 se λ ̸= η:
1 λλ ∂gβλ ∂gλλ ∂gλλ 1 λλ ∂gλλ
Γλβλ = g + β − λ = g (1.26)
2 xλ x x 2 ∂xβ
∂2 h i ∂Γλ ∂ h i
1/2 µν β λ β 1/2
Rµν = ln (|g|) − +Γµλ Γ νβ −Γ µν ln (|g|) = 0 (1.28)
∂xµ ∂xν ∂xλ ∂xβ
2b′
2(b−a) ′′ ′ ′ ′2
R00 = e −b + b a − b − (1.29)
r
2a′
R11 = b′′ + b′2 − b′ a′ − (1.30)
r
R22 = e−2a (1 + b′ r − a′ r) − 1 (1.31)
−2a ′ ′
2 2
R33 = e (1 + b r − a r) − 1 sen θ = R22 sen θ (1.32)
∂2 h i 1 ∂2
µ ν
ln (|g|)1/2 = (a + b + 2 ln |r| + ln |sen θ|) = 0 (1.33)
∂x ∂x 2 ∂xµ ∂xν
Cada termo só é função de r ou de θ, mas se está tomando derivadas em relação
a duas variáveis; cada termo será nulo. O próximo passo é expandir o segundo
termo.
∂Γλµν ∂Γλµν ∂Γµµν ∂Γβµν ∂Γνµν
− = − − − − (1.34)
∂xλ ∂λ ∂µ ∂β ∂ν
6 1. Derivação da métrica de Schwarzschild
Tanto Γλµν quanto Γβµν serão nulos, pois os ı́ndices são distintos dois a dois. Γνµν
e Γµµν se encaixam no Caso 2 anteriormente discutido e se reduzem segundo a
Eq. 1.23. Ao final:
∂Γµµν
∂ 1 ∂gµµ ∂ 1 ∂gνν
− µ =− µ − (1.35)
∂ ∂x 2gµµ ∂xν ∂xν 2gνν ∂xµ
∂Γµµν
∂ 1 ∂gµµ ∂ 1 ∂gνν
− µ =− µ −
∂ ∂x 2gµµ ∂xν ∂xν 2gνν ∂xµ
2 2
1 ∂ gµµ 1 ∂ gνν
− − (1.36)
2gµµ ∂ µ ∂ ν 2gνν ∂ ν ∂ µ
Apenas g33 é função de mais de uma variável; assim, os dois últimos termos
são nulos para gii com i = 0, 1, 2. Supondo agora que µ = 3 e gµµ = r2 sen2 θ.
Quando tomarmos a derivada em relação a xµ = x3 = ϕ, o resultado ainda será
zero. Assim, para i = 0, 1, 2, 3:
∂Γµµν
∂ 1 ∂gµµ ∂ 1 ∂gνν
− µ =− µ − (1.37)
∂ ∂x 2gµµ ∂xν ∂xν 2gνν ∂xµ
∂ h i
Γβµλ Γλνβ − Γβµν ln (|g|)1/2
=0 (1.39)
∂xµ
Vamos expandir o terceiro termo. Omitindo os sı́mbolos nulos nos quais λ, µ e
ν são distintos, teremos:
Γβµλ Γλνβ = Γλµλ Γλνλ + Γβµβ Γβνβ + Γµµµ Γµµµ + Γνµν Γννν + 2Γνµµ + Γµνν (1.40)
1.4 Coeficientes
Externamente à massa M considerada em nossos cálculos, todos os com-
ponentes do tensor de Ricci são zero. Assim, podemos tomar as Eqs. 1.29 a
1.32 como sistemas homogêneos de a e b para determinar uma métrica exata do
espaço em volta da massa M .
2b′
−b′′ + b′ a′ − b′2 − =0 (1.48)
r
2a′
b′′ + b′2 − b′ a′ − =0 (1.49)
r
e−2a (1 + b′ r − a′ r) − 1 = 0 (1.50)
2
R22 sen θ = 0 (1.51)
Ou seja,
para r −→ ∞, b −→ 0 e a −→ 0 (1.54)
Usando a Eq. 1.52, podemos eliminar a e escrever a Eq. 1.50 na forma:
Segue-se que:
2
dt dt
= e−2b ⇒ = e−b (1.60)
dτ dτ
A mudança de variável de dt para dτ é útil devido à equação da geodésica, a
qual depende da derivada dxµ /dτ .
d2 xλ µ
λ dx dx
ν
Geodésica: + Γ µν (1.61)
τ2 dτ dτ
Vamos encontrar a geodésica para xλ = r no momento em que a partı́cula é
µ
solta (ou seja, dx
dτ = 0 para µ ̸= 0). O único termo não nulo será:
2
d2 r
dt
+ Γ100 =0 (1.62)
dτ dτ
d2 xλ
′ 2(b−a) −2b d 1 2b d 1 α α
= −(b e e =− e =− 1+ = 2 (1.63)
τ2 dr 2 dr 2 r 2r
d2 xλ α GM
= 2 = − 2 ⇒ α = −M (1.64)
τ2 2r r
Substituindo da Eq. 1.57 e lembrando que a = −b:
M 1
e2b = 1 − , e2a = e−2b = (1.65)
r 1− Mr
Finalmente, podemos usar esses valores na Eq. 1.14 e obter uma solução exata:
dr2
2 2M
ds = − 1 dt2 + 2M + r2 dθ2 + r2 sen2 θdϕ2 (1.66)
r r −1
1.5.2 Demonstração
Dada uma esfera S, para cada ponto, há um conjuto (U, x = (t, r, θ, ϕ)) tal
que U ∩ S é descrito por (t, r = constante). Vamos definir a seguinte superfı́cie
tridimensional:
Op = m ∈ M |há uma geodésica γ passando por m tal que γ(0) = p e γ̇(0) = v ∈ Tp⊥ S
Essa superfı́cie será, claramente, invariante diante de rotações, pois dois pontos
p e q distintos nunca serão parte da mesma esfera, e ortogonal a quaisquer
superfı́cies vizinhas. Além disso, as superfı́sicies ortogonais constituem um mapa
conforme das esferas. Isto é, definindo um mapa f do tipo
f : S1 → S2 , p → f (p) := Op ∩ S
11
pode-se demonstrar que f será bem definido; dois pontos não podem pertencer
à mesma esfera, um diefomorfismo local e invariante sob rotações. Ou seja,
localmente, a métrica terá a forma:
ds2 = dτ 2 (t, r) + Y 2 (t, r)dΩ2 (1.67)
Desenvolvendo a expressão:
ds2 = A(t, r)dt2 + 2B(t, r)drdt + C(t, r)dr2 + Y 2 (t, r)dΩ2 (1.68)
A B 0 0
B C 0 0
Métrica: gij =
0 0 Y 2
(1.69)
0
2 2
0 0 0 Y sen θ
Os autovalores da métrica serão:
1h p i
λ1,2 = A + C ± (A + C)2 − 4(AC − B 2 ) (1.70)
2
λ3 = Y 2 , λ4 = Y 2 sen2 θ (1.71)
Como a métrica é lorentziana, um dos valores deve ser negativo e os outros,
positivos. Ou seja, as funções devem obedecer a −AC − B 2 > 0. Definindo a
função D = D(t, r) tal que C = 2BD − AD2 , teremos:
1 p
D= B ± B 2 − AC (1.72)
A
2 2 2 2
ds = A(dt + Ddr) + 2(B − AD)(dt + Ddr)dr + Y dΩ (1.73)
Vamos definir uma coordenada u = u(t, r) e funções W e H tais que, para uma
certa função f = f (t, r) :
∂f ∂f
du = f (dt + Ddr) = dt + 2 dr (1.74)
∂t ∂r
A B − AD
W = , H= (1.75)
f2 f
Aplicando à 1.73, obtemos a seguinte forma da métrica:
ds2 = W (u, r)du2 + 2H(u, r)dudr + Y 2 (u, r)dΩ2 (1.76)
Na forma matricial:
W H 0 0
H 0 0 0
gij = (1.77)
0 0 Y2 0
0 0 0 Y 2 sen2 θ
H −1
0 0 0
H −1
0 0 0
g ij
=
0 0 −W H −2 0
(1.78)
2 2
−1
0 0 0 Y sen θ
12 1. Derivação da métrica de Schwarzschild
∂r̃ W̃ 1
= − ⇒ ∂r̃ (ln W̃ + 1) = −∂r̃ ln r̃ (1.87)
W̃ + 1 r̃
2M (ũ)
W̃ (ũ, r̃) = −1 (1.88)
r̃
Substituindo W̃ em Rũũ = 0:
1 dM (ũ)
=0 (1.89)
ũ2 dũ
Ou seja, M (ũ) é constante. Com isso, a métrica terá a forma:
2M
ds2 = − 1 − dũ2 ± 2dũdr̃ ± r̃2 dΩ2 (1.90)
r̃