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TEORIAS DO JORNALISMO

Profa. Dra. Erica Franzon


Unidade 2: Paradigmas e Teorias
➢ Teoria do Gatekeeper
➢ Teoria do Agendamento ou Agenda Setting
➢ Hipótese da Espiral do Silêncio (definidores primários/fontes)

Livros
Teoria do Jornalismo, Felipe Pena (2012)
➔ Teoria do Gatekeeper (p. 133 – 135)
➔ Teoria do Agendamento (p. 142 – 146)
➔ Hipótese da Espiral do Silêncio (p. 153 – 157)

Teorias do Jornalismo - Nelson Traquina (2005)


➔ Teoria da ação social ou a teoria do “gatekeeper” (p.149 – 152)
Unidade 2: Paradigmas e Teorias

TRAQUINA (2005) PENA (2012)


● Teoria do Espelho ● Teoria do Espelho
● Teoria da ação pessoal ou do ● Teoria do Newsmaking
“Gatekeeper” ● Teoria do Gatekeeper
● Teoria Organizacional ● Teoria Organizacional
● Teoria da ação política ● Teoria Gnóstica
● Teorias construcionistas ● Teoria do Agendamento
● Teoria estruturalista ● Teoria instrumentalista
● Teoria interacionista ● Teoria etnográfica
● Teoria dos definidores primários e
a espiral do silêncio
● Teoria da Nova História
● Teoria dos Fractais biográficos ou a
biografia sem-fim
Atividade prévia

A atividade prévia envolve a leitura sobre as teorias do Gatekeeper,


Agendamento e Hipótese da Espiral do Silêncio (PENA, 2012)

Teoria da ação social ou a teoria do “gatekeeper” (TRAQUINA,


2005)

➢ Questionário sobre teorias do jornalismo no Connect.


1. Qual é o papel dos jornalistas
na produção das notícias?

2. Por que as notícias são como


são?
Teoria do Gatekeeper
Primeira teoria acadêmica no
Jornalismo

David Manning White (1950):


primeiro a aplicar o conceito de
Gatekeeper ao Jornalismo

O termo surgiu em 1947, no


campo da psicologia, criado pelo
psicólogo Kurt Lewin.
O processo de Diante de um
produção da grande número de
informação é um acontecimentos,
processo de só viram notícias
escolhas, no qual aqueles que
o fluxo de notícias passarem pelo
passa por portão e quem
diversos “gates” decide isso é um
(portões) até a selecionador, que
sua publicação. A análise da construção é o próprio
da notícia apenas a jornalista.
partir de quem a produz.
David Manning White

● Concluiu que a forma de escolher as


notícias foram subjetivas e arbitrárias;

● Muitas são rejeitadas por falta de


espaço ou repetidas;

● Algumas não são publicadas por falta


de tempo, pois chegaram tarde.
Teoria do Gatekeeper
A teoria esbarra em alguns limites:

● Esquece que as normas profissionais interferem no


processo;

● Desconsidera a estrutura burocrática e a organização;

● Pressupõem que as notícias são como são porque os


jornalistas assim as determinam;
Considerações
● A teoria do Gatekeeper não deixa de ter sua importância em razão
do aprimoramento que teve após o primeiro teste.

● Não está desconectada da realidade, embora o pesquisador só


tenha levado em consideração o papel do editor.

● Foi uma contribuição importante e continua sendo abordada.

● Ao longo do tempo foi aprimorada para entender níveis diferentes


desse portão >> redes sociais >> milhares de porteiros
Retomando
● A teoria do Gatekeeper centraliza a análise no
processo de seleção de notícias;

● O jornalista é um selecionador/protagonista na
escolha do que é ou não é notícia;

● É uma dinâmica que dá ênfase à decisões


individuais (do jornalista - os porteiros)

● A teoria foi revista por não levar em conta outros


fatores no processo de produção da notícia.
Teoria do Agendamento ou Agenda Setting
“Essa é uma teoria que trata dos efeitos das notícias”
Defende a ideia de que os consumidores de notícias tendem a
considerar mais importantes os assuntos veiculados na
imprensa > sugerindo que a mídia pauta nossas conversas.
➢ Origem americana, o primeiro estudo desenvolvido pelos
pesquisadores Maxwell McCombs e Donald Shaw em 1972, embora
sua essência tenha sido indicada em 1922 por Walter Lippmann em sua
obra clássica Public Opinion.
Teoria do Agendamento ou Agenda Setting
● Walter Lippman, Public Opinion (1922) >> Relação entre
agenda midiática e a agenda pública.

● Lippman aponta que a mídia é a principal ligação entre os


acontecimentos do mundo e o que pensamos sobre eles.

● A imprensa funciona como agente modeladora do


conhecimento, usando estereótipos como forma simplificada e
distorcida de entender a realidade.
Teoria do Agendamento ou Agenda Setting
Imagens em nossa mente
Na obra de Lippmann ela fala dos veículos noticiosos, “nossas janelas
ao vasto mundo além de nossa experiência direta”, determinam
conhecimento sobre o mundo.

● Segundo Lippmann, a Opinião Pública responde não ao ambiente,


mas ao pseudo ambiente construído pelos veículos
noticiosos.

Saber mais sobre Lippman> https://www.youtube.com/watch?v=dWolp9NJta0


Teoria do Agendamento ou Agenda Setting
No campo de estudos sobre os efeitos da mídia, há a teoria
hipodérmica (bala mágica), que defende que os efeitos
produzidos pela mídia atingem da mesma forma todas as pessoas.

● Mauro Wolf (Teorias da Comunicação) diz que cada pessoa


reage à sua maneira às ordens dos meios de comunicação.

● A curiosidade pelos efeitos dos meios de comunicação na


opinião pública produziu uma vasta literatura sobre o agenda
setting. >> Os estudos são aplicados, em sua maioria, em
períodos de campanhas eleitorais.
Teoria do Agendamento
Quando a teoria do agendamento ganha corpo, a partir dos
trabalhos de McCombs e Shaw (1972), o estudo dos efeitos
assume outra direção:

➢ O objetivo não é mais analisar o papel da mídia na mudança


de opiniões, mas a influência na forma como as pessoas
apreendem (e aprendem) as informações e formam seu
conhecimento sobre o mundo.

➢ Televisão - muda nossa forma de aprendizado - velocidade


das edições - não dá tempo para reflexões profundas.
Retomando
Defende a ideia de que os consumidores de notícias tendem a
considerar mais importantes os assuntos que são veiculados na
imprensa, sugerindo que os meios de comunicação agendam
nossas conversas

● Surgiu nos EUA nos anos 70.


Espiral do Silêncio
O termo Espiral do silêncio foi utilizado pela pesquisadora
alemã Noelle Neumann (década de 1970);

● Descreve o mecanismo psicológico em que as pessoas


tendem a seguir as opiniões dos outros, até que uma
opinião prevaleça;
● Enquanto isso, outras opiniões isoladas são rejeitadas por
todos. Caem no silêncio, na espiral do silenciamento.
Espiral do Silêncio
Distorções do noticiário:

Não seriam fruto de uma conspiração dos profissionais da


imprensa, mas uma subordinação às opiniões das fontes que
têm posições institucionalizadas - definidores primários.

● A interpretação das fontes institucionalizadas define o


rumo de qualquer notícia.
● Exemplos: governadores, prefeitos, presidentes de
empresas, delegados de polícia - definidores primários.
Espiral do Silêncio
Influência nas rotinas produtivas:

● Critérios de noticiabilidade e objetividade também influenciam


no processo;
● A preferência pela opinião dos poderosos funciona como uma
defesa para o jornalista (se esconde nas palavras do outro);
● Fechamento: preferência a uma fonte
● As pessoas tendem a esconder opiniões contrárias à ideologia
majoritária - optam pelo silêncio.
Espiral do Silêncio

“O resultado é um processo em espiral que incita os


indivíduos a perceber mudanças de opinião e a
segui-las até que uma opinião se estabelece como
atitude prevalescente, enquanto as outras opiniões
são rejeitadas ou evitadas por todos, à exceção dos
duros de espírito. Propus o termo espiral do silêncio
para descrever este mecanismo psicológico.”

( Noelle Neuman, citada por Jorge Pedro Sousa)


Considerações
Os meios de comunicação tendem a priorizar as opiniões
dominantes.

A teoria da espiral do silêncio aproxima-se da teorias dos


definidores primários - ambas defendem que uma minoria
privilegiada (as fontes institucionais) têm mais acesso aos veículos
de informação.

● Opiniões consensuais se perpetuam


● A maioria silenciosa não se expressa e não é ouvida
● Conclui-se que o conceito de opinião pública está distorcido
Retomando
Espiral do silêncio é uma teoria da ciência política e comunicação de
massa proposta em 1977 pela alemã Elisabeth Noelle-Neumann.

Neste modelo de opinião pública, a ideia central é que os indivíduos


omitem sua opinião quando conflitantes com a opinião dominante
devido ao medo do isolamento, da crítica, ou da zombaria
Obrigada!
erica.franzon@unisagrado.edu.br

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