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Instituto Superior de Gestão de Negócios

Curso : Recursos Humanos

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Cadeira: Relações Públicas

Titulo:

Opinião Pública

Docente: Dra.

Discentes

Adamo Maiumuna

Sílvia Pedro

Titos Zauria
Matola, Setembro 2022

Índice
I. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................2
1.2 Objectivos..........................................................................................................................................4
1.2.1 Objectivo geral...............................................................................................................................4
1.2.2 Objectivos específicos....................................................................................................................4
2. REVISÃO DA LITERATURA........................................................................................................................5
2.1 Conceito de Opinião Pública..................................................................................................................5
3. METODOLOGIA......................................................................................................................................13
3.2 Método de Procedimento...................................................................................................................14
4. CONCLUSÕES.........................................................................................................................................15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................................................16

2
I. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa é subordinada ao tema Opinião Pública e representa um requisito parcial


para a elaboração de trabalho cientifico em torno do tema descrito em itálico.

Esse tema trata, a título de aproximação do assunto a ser desenvolvido, de apresentar algumas
definições iniciais acerca da opinião pública. Estas, no entanto, não devem ser utilizadas como
limites rígidos ou instrumentos de censura para diferenciar.

A opinião pública está situada numa ciência ainda nova, a psicologia social, oriunda de um
movimento de idéias que G abriel T arde provocou e dirigiu, atraindo a atenção sôbre as relações
1
entre as duas ordens de fatos: a opinião pública e a multidão. Devem servir apenas como
primeiras aproximações ao tema na tentativa de mapear o terreno a ser explorado. Uma dessas
definições foi formulada por Figueiredo e Cervellini (1995, p. 177-178) e envolve quatro
aspectos distintos. O primeiro deles refere-se ao processo deformação da opinião pública: este
devendo originar-se no debate público, isto é, em processo (implícita ou explicitamente) de
discussão pública. O segundo diz respeito à sua forma, ou seja, à necessidade de que haja
expressão pública da opinião, já que se trata de uma condição necessária ao debate. O terceiro
aspecto envolve o objetoespecífico do debate, cuja relevância deve ser suficiente “para gerar
discussão pública”.

O quarto e último aspecto diz respeito ao sujeito da opinião pública, e a única exigência é que se
refira a um coletivo (isto é, a um grupo de pessoas com algumas características comum.

1
Fernando de Azevedo. Princípios de Sociologia.2019

3
Assim, de acordo com os autores, pode ser chamado de opinião pública: “todo fenómeno que,
tendo origem em um processo de discussão coletiva e que se refira a um tema de relevância
pública (ainda que não diga respeito à toda a sociedade), esteja sendo expresso publicamente,
seja por sujeitos individuais em situações diversas, seja em manifestações coletivas” (ibidem, p.
17).

No que diz respeito a organização do trabalho, para além desta introdução, ele apresenta a
seguinte estrutura: Parte 1 vai debruçar – se sobre o objectivo da pesquisa e a segunda parte
apresenta-se a Revisão da Literatura, que é a contextualização do tema através de pesquisas já
feitas que versam sobre a Opinião Pública. Encontra-se também nesta parte a definição dos
conceitos chaves do trabalho.

Na terceira parte traz-se uma discussão em torno dos aspectos metodológicos recorridos, onde se
destacam a natureza da pesquisa, os métodos de abordagem e procedimento usados nesta
pesquisa. E por fim, apresentamos as nossas considerações finais em forma de conclusões,
seguidas das referências bibliográficas de todo o material recorrido e usado para a realização da
presente pesquisa.

4
1.2 Objectivos

1.2.1 Objectivo geral

O principal objectivo desta investigação é refletir sobre a temática de Opinião Pública.

1.2.2 Objectivos específicos

 Enquadrar o Conceito de Opinião Pública.


 Explicar as componentes da mídia na formação da opinião pública
 Apresentar a temática de Opinião Pública e grupo de interesse e de depressão.

5
2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Conceito de Opinião Pública

Steinberg (1972) alerta que “a opinião pública não é facilmente susceptível de definição
científica. É um subproduto de processos educacionais bem como do crescimento dos meios de
comunicação de massa”.

Tarde (1991), por sua vez, entende o conceito de opinião pública como um processo
completamente diverso do enquadramento público: “a opinião está para o público (...) tal como a
alma está para o corpo” (Tarde, 1991, p.58).

Assim, o termo opinião está relacionado com a noção de julgamento, embora em um caso a
ênfase dada é sobre o valor de alguma coisa, enquanto que no outro sentido, a ênfase se situa
numa dimensão moral de julgamento, ou seja, de aprovação ou de censura. As teorias políticas
enfatizam o sentido de opinião com relação à conhecimento e sensibilidade moral. O termo
público, oriundo do latim publicus, significa “o povo”. Na sua primeira interpretação e uso se
referia a acesso comum conforme Habermas (1989). Numa segunda acepção, público se refere
ao interesse comum e bem comum, ou seja, no sentido de representar o povo.

Arendt apud Sena (2007) também busca conceituar e teorizar opinião pública e nesse esforço ela
chega à conclusão de que opinião pública diz respeito ao todo que nós partilhamos uns com os
outros de forma involuntária e onde nós podemos intervir mais e que origina uma opinião
coletiva. A opinião pública é frequentemente considerada como opinião revelada a outros ou,
pelo menos, notada por outros, de modo que as opiniões alheias, que se ocultam ou disfarçam,
podem denominar-se opiniões particulares ou clandestinas. Nessas condições, o critério para

6
distinguir entre a opinião particular e a opinião pública parece residir no domínio da
comunicação. (Speier, 1972; p.127).

Comumente a expressão opinião pública está presente no vocabulário das pessoas Informal ou
informalmente, detida ou não de cientificidade, é lugar comum citar a opinião pública como a
opinião da maioria.

2.2 Opinião pública e comunicação

Lippmann (2008) discorre sobre a legitimidade da opinião pública nas sociedades de massa
baseado na impossibilidade de conhecimento direto da realidade. Em um dos capítulos do livro
Opinião Pública, Lippmann (2008) faz a separação entre “mundo exterior” e as “imagens das
nossas cabeças”. O entendimento do autor é que os homens, mesmo em sua experiência
individual, não têm acesso direto à realidade. Nesse sentido, o autor faz uma alusão à alegoria da
Caverna, de Platão, em que os homens veem apenas sombras e são incapazes de enxergar a
realidade em sua totalidade. Todavia, sobre a realidade observada, os homens são capazes de
construir opiniões mais fidedignas ao “mundo exterior” do que em situações em que a percepção
passa pelos mass media.

A opinião pública, para o autor, seria fruto da ação de grupos de interessados ou de pessoas
agindo em nome de grupos. A opinião reconhecida como pública, então, seriam as opiniões
feitas públicas. E não as opiniões surgidas do público. Os estudos mais contemporâneos buscam
a compreensão mais global do fenômeno de formação da opinião pública e as suas respectivas
implicações não descuram os efeitos dos meios de massa na formação da opinião. Assim, é
possível dizer que as notícias de diferentes fontes podem, de vez em quando, provocar mudanças
nas preferências coletivas do público. Essa afirmação se justifica fundamentalmente porque os
meios de comunicação de massa não são constituídos por veículos de informação neutros, tendo
em vista o trabalho de enquadramento temático das questões divulgadas ao público que levam
em consideração as diferentes forças políticas envolvidas, além das especificidades do trabalho
da comunicação que envolvem corpo e cultura profissional e regras de operacionalização.

7
Assim, segundo Varão (2012) o conceito de opinião pública passa a ser reavaliado por Lasswell
em função das necessidades da Divisão Experimental da Comunicação em Tempos de Guerra
após a publicação do trabalho Radio as an Instrument of Reducing Personal Insecurity 2 e é após
essa fase que o pesquisador faz suas opções quanto ao método quantitativo. As ciências sociais
viviam um momento de crise em relação a outras ciências ditas puras. Era, portanto, necessário
marcar o lugar das pesquisas a partir da quantificação, sob pena de as ciências sociais serem
questionadas e colocadas em posição de inferioridade em relação a outras áreas de investigação.
Assim, entende-se que o maior esforço no que tange aos estudos de opinião pública se
concentram com o advento das comunicações. "Na era das comunicações de massa, a massa teria
condições de informar o governo sobre as repercussões de seus atos, num processo contínuo de
feedback". (Augras, 1970, p.15).

O papel dos meios vai passar a ser estudado por pesquisadores ligados às mais diferentes
correntes e áreas de pesquisas, o que vai acarretar, em certa medida, uma heterogeneidade dos
estudos e, por que não dizer, uma interdisciplinaridade entre as pesquisas em Comunicação e a
Sociologia, as Ciências Políticas, entre outras. Os próprios “pais fundadores” da comunicação
são oriundos de outras áreas3. Isso desenha um cenário na pesquisa em comunicação que leva em
conta os estudos do funcionamento, dos efeitos e do lugar dos meios de comunicação na
sociedade de massa. Isso desenha um cenário na pesquisa em comunicação que leva em conta os
estudos do funcionamento, dos efeitos e do lugar dos meios de comunicação na sociedade de
massa. Mais uma vez, é possível afirmar que a opinião pública está intrinsecamente ligada aos
estudos de comunicação, como pode ser observado na abordagem empírica de campo ou teoria
dos efeitos limitados que considera a comunicação em dois níveis, limitando os efeitos das
comunicações de massa a partir do reconhecimento da figura dos líderes de opinião como
relevantes na produção da influência. Bernard Berelson e Paul Lazarsfeld são os principais
nomes dessa teoria que pondera os efeitos dos meios e que realça a importância dos líderes de
opinião no modelo twostepflow.

Os estudos mais contemporâneos buscam a compreensão mais global do fenômeno de formação


da opinião pública e as suas respectivas implicações não descuram os efeitos dos meios de massa
2
Rádio como instrumento de redução da insegurança pessoal.
Chamados de forefathers (pais fundadores) por Wilbur Schramm: o cientista político, Harold Dwight
3

Lasswell, o sociólogo Paul Felix Lazarsfeld e os psicólogos Carl Iver Hovland e Kurt Zadek Lewin .

8
na formação da opinião. Assim, é possível dizer que as notícias de diferentes fontes podem, de
vez em quando, provocar mudanças nas preferências coletivas do público. Essa afirmação se
justifica fundamentalmente porque os meios de comunicação de massa não são constituídos por
veículos de informação neutros, tendo em vista o trabalho de enquadramento temático das
questões divulgadas ao público que levam em consideração as diferentes forças políticas
envolvidas, além das especificidades do trabalho da comunicação que envolvem corpo e cultura
profissional e regras de operacionalização.

2.3 Mídia na formação da opinião pública

Pensar em opinião pública nos remete à idéia de grupo, de público, de opinião e de indivíduo.
Segundo Sarah Chucid da Via, a “opinião é conjunto de crenças a respeito de temas
controvertidos ou relacionados com interpretação valorativa ou o significado moral de certos
fatos”.4 Pode-se dizer que a opinião tem sua origem nos grupos e esses grupos transformam-se
em públicos quando se organizam em torno dos temas de discussão e de interesse público.
Assim, eles discutem e procuram uma atitude comum.

Muitas são as definições para o termo opinião pública, dentre as principais destaco:

 A opinião pública pode ter ou não um caráter político;


 É mais que a pura e simples soma das opiniões, pois resulta de uma elaboração maior;
 É influenciada pelos veículos de comunicação massiva;
 Poderá ou não ter origem na opinião resultante da formação do público;
 Não deve ser confundida com a vontade popular.

2.3.1 Formação da opinião pública

Muitos são os fatores que interferem na formação da opinião pública. Dentre eles, destaco os
fatores sociais e psicológicos. A classe social e as várias relações estabelecidas interferem na
formação da opinião pública, mas são os fatores psicológicos que melhor explicam a formação
da opinião pública. Para a Psicologia, opinião é a disposição para expressar-se. Assim sendo, a
opinião é de natureza comunicativa e interpessoal.

4
DA VIÁ, Sarah Chucid. Opinião pública: técnica de formação e problemas de controle. São Paulo: Loyola, 1983,
p. 58.

9
Serve de mediadora entre o mundo exterior e a pessoa sob dois aspectos: 1) adaptação à
realidade e ao grupo; 2) exteriorização”, como explica Sarah C. da Viá. Ocorre que a adaptação à
realidade e ao grupo, bem como a exteriorização, envolvem a identificação, pois todos desejam a
aprovação social. Ainda considerando a identificação, iremos encontrar os estereótipos criados
nas sociedades de massa, onde os fatores afetivos e irracionais funcionam com maior
intensidade.

Os estereótipos apresentam algumas características que auxiliam sobremaneira a formação e


desenvolvimento da opinião pública:

 o estereótipo é persistente, pode permanecer por gerações;


 é elaborado por um grupo para definir-se ou definir outro grupo;
 apresenta uma imagem idealizada do próprio grupo;
 tem função compensatória de frustrações, assim, o outro grupo passa a ser
responsabilizado pelas frustrações.

Criar estereótipos, alterar e induzir opiniões irá requerer persuasão. Esta, por sua vez, tem na
propaganda sua melhor arma de ação, pois a propaganda pode ser definida como técnica que
manipula as representações, os estereótipos e influencia nas ações humanas, nas atitudes das
pessoas. Por outro lado, sabemos que o homem é um ser social, passível de influência e,
portanto, pode ser persuadido. Quer e deseja a aprovação social. A propaganda é considerada
suspeita, porque na área da discussão pública, molda opiniões e julgamentos, não baseada apenas
no mérito da controvérsia, mas, principalmente, agindo sobre os sentimentos. O objetivo
precípuo da propaganda é implantar uma atitude que vem a ser sentida pelas pessoas como
natural, certa e espontânea. Deseja assim a propaganda criar uma convicção e obter ação de
acordo com essa convicção”5.

Sabe-se que os grupos de interesse, as pessoas interessadas e os espectadores constituem o


público. Os grupos de interesse têm importante papel na formação da opinião pública, pois
“colocam a controvérsia e esforçam-se para obter aliados entre os desinteressados”. 6

5
Andrade, Cândido Teobaldo de Souza. Público e opinião pública. In: Curso de relações
públicas. São Paulo: Atlas, 1980, p. 15.
6
ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza. Público e opinião pública. In: Curso de relações públicas. São
Paulo: Atlas, 1980, p. 17.

10
Desta forma, o desinteresse e a não informação contribuem para a ação dos grupos de interesse.
“Esses grupos de interesse, no seu esforço para moldar opiniões, podem provocar, pela
propaganda, o estabelecimento de atitudes emocionais e sentimentos. A contrapropaganda faz
aparecer, novamente, a controvérsia e o processo de discussão. Assim, pode-se notar que a
propaganda é prejudicial somente quando existe apenas uma propaganda.

Cândido Teobaldo de Souza Andrade caracteriza a opinião pública como sendo:

 Uma opinião composta, formada das diversas opiniões existentes no público;


 Normalmente diferente da opinião de qualquer elemento do público;
 Não é, necessariamente, a opinião da maioria;
 Não é uma opinião unânime;
 Está em contínuo processo de formação das diversas opiniões existentes no público;
 Está em contínuo processo de formação e em direção a um consenso completo, sem
nunca alcançá-lo.

Ou seja, opinião pública nada mais é do que a opinião de um determinado grupo. Em razão das
influências dos grupos que formam a opinião dominante, o seu caráter público significa, na
verdade, a expressão desta dominância e não a discussão descompromissada de temas com vistas
a extrair a melhor posição. Por tudo isso, a opinião pública funciona como uma expressão
estratégica e fundamentalmente voltada muito mais a encobrir – interesses particularistas e
privados – do que a revelar. Em outras palavras, a mídia movimenta-se e nutre-se desse ambiente
indefinido constituído pelo interesse e pela opinião privados, mas que se manifestam como
públicos.7

O profissional de Relações Públicas ocupa uma posição chave na formação de uma opinião
pública esclarecida. Por sua vez, a opinião pública deve funcionar como fiscal necessário e, para
que isto ocorra, os seres racionais devem tornar-se cada vez mais racionais, mas vivemos em
uma sociedade de massas onde o interesse privado geralmente se sobrepõe ao interesse público.

A opinião pública não é resultado do impulso de multidões passageiras que, excitadas por um
fato novo e na fantasia criada pelos estereótipos e apaixonada por seus oradores, precisam
7
FONSECA, F. C. P. Divulgadores e vulgarizadores: a grande imprensa e a constituição da hegemonia ultraliberal
no Brasil. Tese (Doutorado em História). São Paulo: Universidade de São Paulo, 2000, p. 19.

11
adquirir a exata consciência de nação. A mídia movimenta-se e nutre-se deste ambiente
indefinido constituído pelo interesse e pela opinião privados que passam a manifestar-se como
públicos”. 12 Mccombs e Shaw explicam que a mídia pauta a sociedade, definindo o deve ser
discutido. É o fenômeno do agenda setting.

Em conseqüência da ação dos jornais, da televisão e dos outros meios de informação, o público sabe ou
ignora, presta a tenção ou descura, realça ou negligencia elementos específicos dos cenários públicos. As
pessoas têm tendência para incluir ou excluir dos seus próprios conhecimentos aquilo que os mass media
incluem ou excluem do seu próprio conteúdo. Além disso, o público tende a atribuir àquilo que esse
conteúdo inclui uma mesma importância que reflete de perto a ênfase atribuída pelos mass media aos
acontecimentos, aos problemas, às pessoas.8

Esse conceito é complementado pela hipótese do enquadramento. De acordo com estes autores, a
mídia fornece certos esquemas narrativos, segundo os quais torna-se possível interpretar os
acontecimentos. Na verdade, privilegia-se alguns esquemas em detrimentos a outros, ou algumas
opiniões em detrimento a outras. O controlo sobre a agenda e sobre a visibilidade dos diversos
enquadramentos, que alicerça a centralidade dos meios de comunicação.

2.4 Opinião Pública e grupo de interesse e de depressão.

Os indivíduos, por mais diversos que sejam, acabam de alguma forma encontrando outras
pessoas que não somente possuem as mesmas afinidades, mas também os mesmos ideais, visões
de mundo e interesses. São essas afinidades que fazem com que pessoas dificilmente vivam
isoladas (segundo Aristóteles o homem é um animal político) e participem de um grupo que,
dependendo de seu formato, acabem por se contrapor a outros grupos (Wootton, 1972), como por
exemplo, o caso de dois partidos políticos com propostas divergentes.

Na presente pesquisa a conceituação de Fahat (2007) sobre os grupos de interesse e pressão. Para
esse autor:

Grupo de interesse é todo grupo de pessoas físicas e/ou jurídicas, formal ou informalmente
ligadas por determinados propósitos, interesses, aspirações ou direitos, divisíveis dos de outros
membros ou segmentos de sua união.
8
SHAW, E. Agenda-Setting and Mass Communication Theory. Gazette – International Journal for Mass
Communication Studies, v. 25, n. 2, 1979, p. 96.

12
Grupo de pressão é o grupo de interesses dotados de meios humanos e materiais necessários e
suficientes – e da vontade de utilizá-los ativamente – para a promoção dos seus objetivos, até vê-
los atingidos. Atua perante toda a sociedade, ou parte dela, ou ainda, diante de órgãos do Estado
Legislativo ou Executivo -, com competência para mudar ou manter o status quo referente ao seu
interesse (grifos do autor).

Dessa forma, sob a perspectiva apresentada, o que se pode visualizar é o fato da sociedade estar
repleta de grupos que agregam pessoas e que acabam por fazer uma divisão entre os que estão
dentro e os que estão fora do agrupamento. Todavia, outra constatação também é importante,
pois no momento em que se estruturam para agir, esses grupos passam a formar grupos de
interesse, atuando de maneira ativa em prol da defesa e obtenção de seus objetivos. Contudo,
esses grupos não agem de maneira totalmente desregrada. Há, via de regra, uma organização
dentro do agrupamento que define os objetivos e os alvos a serem alcançados, além das pessoas
que podem de alguma forma auxiliar na defesa desses interesses. Quando essas pessoas, às quais
o grupo procura, estão ligadas ao poder público, seja ele executivo ou legislativo, ou quando a
obtenção de determinada demanda depende de uma atuação do poder estatal, esses grupos se
utilizarão do lobby como o meio para viabilizar suas demandas. Em decorrência disso, por mais
solado que seja, qualquer governante, em um sistema democrático, dificilmente agirá
desconsiderando os anseios que acredita virem da sociedade, sociedade essa permeada pelos
mais diversos grupos que, uma vez organizados, se articulam visando interferir junto ao poder
público para obter vantagens e evitar riscos.

13
3. METODOLOGIA

Em termos metodológicos, o presente trabalho é uma pesquisa qualitativa, pois recorre a duas
principais técnicas, nomeadamente, a pesquisa bibliográfica. Para além das técnicas arroladas;
sobretudo na definição do objecto de investigação e sua relevância social.

De acordo com Gil (1989) a metodologia corresponde ao caminho pelo qual o pesquisador segue
em busca da verdade científica, ou por outra, é um conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos usados pelo pesquisar para alcançar a verdade científica.

A pesquisa bibliográfica é de carácter obrigatório em estudos de género, porque é desenvolvida a


partir de material já elaborado sobre qualquer assunto e depara desde logo com a existência de
um número indefinido de livros e de artigos publicados9.

Certamente, a presente pesquisa não pretende esgotar o debate sobre o assunto, por isso,
dedicou-se à inventariação global da informação disponível sobre o tema, com objectivo de
selecionar um lote e consequentemente um volume de dados que permitissem atingir um nível de
percepção da realidade tão “apurada” quanto possível.

9
GIL, A. Carlos. Métodos e técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas Editora, 1999. p. 65

14
3.2 Método de Procedimento

Segundo Lakatos e Marconi (2003) os métodos de procedimento constituem etapas mais


concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos
fenómenos menos abstractos. Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenómeno e estão
limitadas a um domínio particular.

Primeiro fizemos uma pesquisa bibliográfica, que nos ajudou a realizar análises com base em
consultas ao acervo literário sobre o tema em análise. A interpretação da pesquisa bibliográfica
incluiu a análise de livros, artigos ou ensaios, manuscritos, que serviram para a elaboração da
nossa fundamentação teórica. Seguidamente, fizemos uma pesquisa de campo. Segundo Marconi
e Lakatos (1996), a pesquisa de campo é uma fase que é realizada após o estudo bibliográfico,
para que o pesquisador tenha um bom conhecimento sobre o assunto, pois é nesta etapa que ele
vai definir melhor os objectivos da pesquisa, as hipóteses, o meio de colecta de dados, o tamanho
da amostra e o modelo de tabulação e análise dos dados. Assim, o trabalho de campo permitiu
aprofundar e ampliar o conhecimento existente sobre as percepções dos estudantes sobre a
categoria género e estabelecer relações entre as constatações do campo e as teorias apresentadas
na literatura sobre a matéria.

15
4. CONCLUSÕES

Chegados a este ponto algumas conclusões se mostram possíveis de fazer. A partir do exposto, é
possível compreender o estado do surgimento do termo opinião pública em outras áreas do
conhecimento e os exercícios feitos para se tentar conceituar o que é opinião pública a partir das
diferentes matrizes conceituais de áreas e autores distintos. Os teóricos aqui apresentados
revelam a complexidade não só da conceituação, mas a escassez de trabalhos publicados que
organizem sistematicamente o assunto. Todavia, o que se pode apreender é que os estudos de
opinião pública foram constituídos por diferentes áreas ao longo da trajetória desde a origem do
termo e da situação mais prática cotidiana na ágora, por exemplo. Cientistas políticos,
sociólogos, historiadores entre outros, figuram papel importante na tentativa de esclarecer
conceitual e historicamente opinião pública . A comunicação, portanto, está vinculada à opinião
pública. Seus primeiros estudos e seus “pais fundadores” estão intrinsecamente associados aos
estudos empíricos de opinião pública em um momento em que governos dão relevo à
comunicação como instrumento de poder.

Devido às influências dos grupos que formam a “opinião pública”, o caráter público deste
significa, na verdade, a expressão de uma dominância e não a discussão descompromissada e
aberta sobre os temas, objetivando chegar a uma conclusão comum. A opinião pública, desta
maneira, volta-se mais a encobrir interesses privados do que a esclarecer. Portanto, a mídia
exerce influência na formação de opinião pública, porém com certas restrições de cunho cultural,
religioso, enfim, dos filtros de canalização social.

16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Andrade, C. T de S. (1980).Público e opinião pública. In: Curso de relações públicas. São Paulo:
Atlas.

Augras, M. (1980).Opinião Pública – Teoria e Pesquisa. Rio de Janeiro: Vozes,

Cervellini, S; (1995) Contribuições para o conceito de opinião pública. Opinião Pública,


Campinas, v. III, nº 3, p. 171-185

Da Viá, Sarah C.(1983).Opinião pública: técnica de formação e problemas de controle. São


Paulo: Loyola

Fonseca, F. C. P. (2000).Divulgadores e vulgarizadores: a grande imprensa e a constituição da


hegemonia ultraliberal no Brasil. Tese (Doutorado em História). São Paulo: Universidade de
São Paulo

Gil, A. Carlos.(1999).Métodos e técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas Editora,. p. 65


Habermas, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989

Lippmann, Walter. Opinião Pública. Rio de Janeiro: Vozes, 2008.

McCombs, Maxwell. (2009).A teoria da Agenda: a mídia e a opinião pública. Rio de Janeiro:
Vozes,

Steinberg, Charles S. (1972). Meios de Comunicação de Massa. São Paulo: Cultrix.

Shaw, E. Agenda-Setting and Mass Communication Theory. Gazette – International Journal for
Mass Communication Studies, v. 25, n. 2, 1979, p. 96.
Tarde, Gabriel. (1991).A Opinião e a Multidão. Publicações Europa-América, Biblioteca
Universitária: Lisboa,

Varão, Rafiza. (2012)Harold Lasswell e o campo da comunicação.. 244 f. Tese (Doutorado em


Comunicação) – Faculdade de Comunicação, Universidade de Brasília, Brasília. 2012.

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