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Introdução

A tão esperada Bíblia de Checklists!

N
esse tratado que todo aluno do CRMedway recebe, fizemos
um compilado de vários checklists para que você consiga saber
exatamente o que revisar perto de suas provas e o provável
modo como os temas serão cobrados. Nesta coleção, teremos adaptações
de checklists que já caíram em outros anos e alguns checklists “extras”
exclusivos para os nossos alunos. Alguns temas aparecem mais de uma vez,
para que você tenha mais clareza sobre possíveis caminhos que uma estação
de prova prática pode tomar. Resumindo, esse material está absolutamente
completo com tudo que você precisa saber para estar preparado para as
provas práticas - e por isso mesmo o batizamos de Bíblia!

Quanto aos alunos do CRMedway Presencial, pode gerar aquela dúvida:


os checklists do presencial já estão aqui? Vou saber o que vai cair antes de
chegar no curso? De modo algum! Lá você terá mais de 30 checklists novos,
mas claro… somente após passar pelo curso! Se tiver qualquer dúvida em
qualquer momento, fique à vontade para nos contactar via plataforma do
CRMedway que estaremos ágeis para te responder.

Aproveite!
E se Você Caiu Nesse
Material por Acaso...
... tenho que te informar uma coisa. Ele faz parte de um curso todo estruturado
para ensinar nossos alunos a pensar como a banca e entender a fundo os
checklists, além de uma preparação completa para a prova multimídia: o
CRMedway. A preparação para a prova prática vai além da Bíblia!

Por isso, te convido a participar de um minicurso gratuito que nós da


Medway fizemos, voltado para essa etapa do seu processo seletivo. São 3
aulas, 100% online e gratuitas, que vão te mostrar a prova prática como ela
realmente é!

Acessar Minicurso
Quem Somos

H
oje, a Medway é um time formado por médicos recém-egressos
ou ain­da Residentes nas principais ins­tituições do Brasil! USP,
UNIFESP, UNICAMP e em todos os lugares que você sonha fazer
a sua residência médica! Mas chegar até aqui não foi nada fácil.

Durante nossa preparação, fomos obrigados a desembolsar um altíssimo


valor para a realização de um curso prático presencial (atualmente em torno
de R$ 8.000,00 para quem é aluno já matriculado no cursinho) e, mesmo
assim, quando nos deparamos com a prova prática, vimos um cenário
diferente do que havíamos treinado.

Inconformados com tal situação, nós decidimos estruturar um curso prático


que entregasse o REAL valor por trás da prova prática: o CRMedway.

Através de simulações de estações exatamente da forma como elas são cobradas


nos concursos, conseguimos transmitir a essência da segunda fase e o resultado
final foi de mais de 500 alunos inscritos e incontáveis aprovações nos principais
processos seletivos do país.

Tudo isso a um preço justo, acessível, de forma 100% online e que permitiu
com que todos os nossos alunos brigassem de “igual pra igual” com quem
fez um curso prático presencial.

Você pode conferir o que falaram do CRMedway 2020 na próxima página:


O que Nossos Alunos
Estão Falando!
Conteúdos
RECOMENDAÇÃO NÍVEL DE EVIDÊNCIA IA

E
m vez de simplesmente ler essa Bíblia, faça como o João
recomenda na nossa aula do curso do módulo zero, sobre como
e quando estudar:

• Junte um grupo de amigos

• Divida os checklists igualmente entre vocês (de preferência os que


não estavam no curso)

• Quem for o dono do checklist vai aplicar a estação com examinador


nos outros alunos e dar a orientação ao ator da estação (se houver)

• E como falamos… após ter treinado com checklists e estações existentes,


vá para o que mais importa e onde você mais vai aprender: crie suas
próprias estações e checklists!
Sumário

Síndrome do Corrimento Uretral Masculino..............13


Acidente com Material Biológico...............................19
Violência Sexual........................................................25
Spikes......................................................................31
Atestado de Óbito.....................................................36
Mordedura de Cão....................................................39
Pneumonia Comunitária...........................................44
Depressão.................................................................50
Sarampo...................................................................56
Tentativa de Suicídio.................................................62
Genograma..............................................................69
Hanseníase...............................................................73
Erro Médico..............................................................78
Dengue....................................................................82
Prevenção de IST'S...................................................88
Tabagismo................................................................92
Isolamento e Paramentação.......................................97
Estratégia de Saúde da Família e Gestão de UBS.......100
Princípios do SUS...................................................104
Rastreio Polineuropatia Distal no Diabetes...............107
Tuberculose Pulmonar..............................................111
Investigação Tuberculose Latente.............................117
Acidente Escorpiônico..............................................122
Acidente Botrópico.................................................125
Consulta de Rotina..................................................129
Vacinação................................................................134
Estudos Epidemiológicos..........................................138
Meningite Meningocócica........................................141
Consulta de Rotina Hipertensão..............................145
Infarto Agudo do Miocárdio em Unidade
Básica de Saúde.......................................................150
Acidente por Loxosceles...........................................164
Acidente Crotálico..................................................168
Consulta de Rotina: Emagrecimento.........................172
Febre Amarela.........................................................178
Testes Diagnósticos..................................................182
Técnica de Uso de Insulina em Diabetes Tipo 2........186
Infecção por Zika....................................................190
Saturnismo.............................................................194
SOAP.....................................................................198
Influenza................................................................207
Curva ROC.............................................................211
Reação Adversa à Vacina BCG.................................215
Prevenção à Saúde...................................................219
Infecção pelo Vírus HIV...........................................223
Vigilância Epidemiológica........................................228
Síndrome Gripal por Sars CoV2...............................232
Tétano Acidental.....................................................236
Capítulo 3

Os checklists abaixo não são oficiais e representam


uma forma didática de orientar o aluno, elaborada
pela Medway com base nos relatos dos candidatos.

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Síndrome do
Corrimento Uretral
Masculino
Tema: Síndrome do Corrimento Uretral Masculino
Caiu em: ISCMSP 2016 / HIAE 2020

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 8-10 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente
Cenário: mesa, duas cadeiras, papel e caneta

Início da Estação
Caso Clínico:
Paciente jovem, sexo masculino, busca demanda espontânea da sua unidade
básica de saúde com queixa de “saída de secreção pelo pênis”.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 02:
Diante da sua principal hipótese diagnóstica, escreva na folha o(s) agente(s)
etiológico(s) mais prováveis e os respectivos tratamentos antimicrobianos.

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Tarefa 03:
Dê as condutas pertinentes ao caso para o paciente.

Orientações
ao Ator:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionado diretamente
• Referir não usar preservativo em todas as relações sexuais
• Negar tratamento de doenças sexualmente transmissíveis prévias
• Negar comorbidades, alergias e vícios
• Referir múltiplos relacionamentos sexuais casuais
• Referir não ter carteira de vacinação
• Em relação à queixa, relatar saída de secreção em aspecto de leite
condensado pelo pênis há 2 dias - sem outros sintomas ou sinais associados
• Após o exame físico, questionar ativamente o médico: “Doutor(a), o que
eu tenho?”
• Negar ter dúvidas sobre o uso correto do preservativo

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Entregar a foto do exame físico genital, apenas se o candidato solicitar
o exame físico

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Fonte: https://greenlifehealths.com/wp-content/
uploads/2019/09/male-and-femal-Gonorrhea.jpg

Exame físico do paciente:


• Sinais vitais: FC 72 bpm, PA 120x80 mmHg, satO2 97%, FR 12 rpm
• Ectoscopia: ausência de lesões de pele
• Demais aparelhos: nada digno de nota

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)
Questionou sobre a queixa: aspecto da secreção, duração e
sintomas associados
Questionou ativamente sobre presença de úlceras, vesículas
e linfonodomegalias
Questionou sobre antecedentes pessoais: alergias, vícios e
comorbidades

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Questionou sobre uso de preservativo nas relações

Questionou sobre parcerias sexuais

Questionou sobre DSTs prévias

Solicitou carteira vacinal

Pediu permissão para examinar o paciente

Higienizou as mãos e calçou as luvas

Solicitou o exame físico da genitália

Definiu a hipótese diagnóstica

Esclareceu a suspeita diagnóstica ao paciente (DST)

Tarefa 02
Escreveu corretamente os agentes etiológicos

Prescreveu Ceftriaxona 500mg IM e Azitromicina 1g VO

Tarefa 03
Ofereceu anti HIV, VDRL e sorologias para hepatite B e C
Orientou sobre a necessidade de convocar as parceiras
para realização de atendimento
Orientou uso de preservativo em todas as relações sexuais
e sobre disponibilidade na UBS
Questionou sobre dúvidas a respeito do uso correto do
preservativo
Orientou necessidade de vacinação: hepatite B, dupla
adulto, tríplice viral e febre amarela

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Notificou para unidade sentinela (síndrome do corrimento
uretral masculino)
Agendou retorno para checar exames e dar seguimento

Questionou o paciente sobre dúvidas

Debriefing
Estação de preventiva sobre consulta de atenção básica de paciente com
queixa de corrimento uretral. A chave aqui é atender o paciente de forma
empática, mas não perder o foco da estação: abordagem a uma doença
sexualmente transmissível. Como em toda a estação com um ator para
interagir, devemos nos apresentar e nos definir como médicos, além de
conhecer minimamente o paciente (nem sempre o ator e o personagem
coincidem!).

Depois, vamos ao que interessa - nossa primeira tarefa: realizar o atendimento


inicial - claro que vamos fazer uma anamnese e exame físico direcionados
e dar um “toque da preventiva” e avaliar a exposição sexual do paciente.
Lembrem que mesmo que o diagnóstico seja óbvio desde o início, há um
passo a passo importante que devemos focar para não perder nossos pontos
do check list.

Depois de firmado o diagnóstico e explicado ao paciente que se tratar


de uma DST, podemos ir para a tarefa 2 - mais direta, onde o candidato
deve escrever os agentes etiológicos prováveis (Neisseria gonorrhoeae e
Chlamydia trachomatis) e o tratamento antimicrobiano indicado. E para
terminar, vamos às condutas. Diante de um paciente com uma DST, devemos
sempre buscar a possibilidade de outras - então, oferecer as sorologias para
HIV, HBV e HCV e sífilis é obrigatório. Além disso, pela possibilidade de
infecção de outras pessoas, devemos convocar as parcerias sexuais recentes
para avaliação e possível tratamento.

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E não vamos esquecer da preventiva, moçada - prevenção!!!!! Aqui, entramos
com a orientação sobre o uso correto do preservativo, além das vacinas
indicadas para a idade do paciente. A notificação para unidade sentinela
seria a cereja do bolo, aqui. A dica é sempre se questionar, em uma estação
de preventiva, se aquela condição é de notificação compulsória - com
certeza, isso vai estar no checklist! E por fim, você é o médico da UBS,
garanta o atendimento longitudinal ao paciente e marque um retorno,
fechou? Agora, ficou moleza não?! Bora em frente!

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Acidente com
Material Biológico
Tema: Acidente com Material Biológico
Caiu em: UFG 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente
Cenário: mesa, duas cadeiras, carteira vacinal e exames laboratoriais
(entregar apenas quando solicitado)

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de plantão de um hospital de média complexidade. Um
técnico de enfermagem da sua equipe refere ter se furado com uma agulha
de origem desconhecida quando foi realizar um descarte de uma material.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 02:
Após realização dos exames solicitados, paciente retorna com os resultados.
Dê as condutas pertinentes ao caso para o paciente.

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Orientações
ao Ator:
• Após a entrada do candidato na sala, mostrar-se nervoso e ansioso com
a situação e só iniciar o diálogo sobre o ocorrido após acolhimento e
empatia por parte do candidato
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionado diretamente
• Quando questionado sobre o acidente, informar que se furou em
indicador direito com agulha de origem desconhecida, quando foi
descartar material em “descarpack"
• Referir que houve saída de pequena quantidade de sangue no local do
acidente
• Referir que estava em uso de EPI (luva de procedimento)
• Informar que o acidente ocorreu há cerca de 1 hora
• Quando questionado, relatar que higienizou o local do acidente com
água e sabão, imediatamente após o acidente
• Negar comorbidades, especificamente infecção prévia por HBV, HCV e
HIV
• Negar medicações de uso contínuo e alergias
• Quando solicitado, entregar carteira vacinal completa com última dose
de tétano há 3 anos e 3 doses de hepatite B
• Quando disponível o resultado dos exames, perguntar ativamente para
o candidato: “Dr., eu me infectei?”
• Quando prescrita a PEP para infecção por HIV, questionar sobre
possibilidade de infecção mesmo em uso de profilaxia
• Após esclarecimentos sobre a PEP para HIV, questionar sobre profilaxia
de HBV e HCV
• Negar ter dúvidas ao final da consulta

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Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Ao solicitar a segunda tarefa, entregar ao candidato os resultados dos
exames:

Anti HCV NR
Anti HIV NR
HBsAg NR
Anti HBs > 10

• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada


• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Ao solicitar exame físico, informar apenas exame físico sem alterações.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)

Realizou acolhimento do funcionário, de forma empática


Questionou sobre o acidente: tipo (perfurocortante) e
material biológico envolvido (sangue)
Questionou sobre o paciente fonte

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Questionou sobre tempo decorrido desde o acidente

Questionou se o funcionário higienizou o local do acidente


Questionou sobre o uso correto de EPI no momento do
acidente
Questionou sobre comorbidades, especificando infecção
por HIV, HCV e HBV
Questionou sobre alergias e medicações de uso contínuo

Solicitou carteira vacinal

Pediu permissão para examinar o paciente e lavou as mãos

Realizou exame físico do local do acidente


Esclareceu sobre necessidade de sorologias do paciente
para definir conduta
Solicitou anti HBs, HBsAg, anti HCV e anti HIV

Tarefa 02
Explicou que o resultado dos exames negativos não
excluem a possibilidade de infecção, indicam apenas que
não há doença no momento do acidente
Prescreveu PEP para HIV: tenofovir, lamivudina e
dolutegravir por 28 dias
Orientou sobre efeitos colaterais possíveis da PEP - pelo
menos dois: diarreia, náuseas e vômitos, dor abdominal,
fadiga, cefaleia, tontura, exantema
Explicou que a PEP reduz a chance de infecção
principalmente nas primeiras 72h - mas que não é nula
Orientou que paciente é imune para hepatite B e não
necessita de profilaxia
Orientou que não existe profilaxia para HCV

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Orientou sobre não haver necessidade de vacina de tétano
Orientou sobre a necessidade de uso de preservativo nas
relações sexuais durante o acompanhamento
Notificou acidente de trabalho para a vigilância
epidemiologica
Realizou abertura do CAT

Agendou retorno para dar seguimento


Orientou sobre necessidade de acompanhamento por no
mínimo 6 meses
Questionou o paciente sobre dúvidas

Debriefing
Apesar de não ser um tema tão cobrado nas provas práticas, acidente com
material biológico é a “cara da preventiva”! Vale a pena relembrar alguns
tópicos, que podem te ajudar até mesmo na prova teórica.

Aqui, a estação se inicia com uma dificuldade de comunicação com o ator


que se apresenta muito nervoso e o nosso papel é acalmá-lo para que a
estação possa se desenrolar.

Depois do acolhimento inicial, o enfoque é entender como foi o acidente


para definir a necessidade ou não de profilaxias. Devemos entender como
foi o acidente - material biológico envolvido (sangue, líquor, sêmen, etc.),
quantidade de tecido e/ou fluido, tipo de acidente (exposição percutânea,
em mucosa, em pele não íntegra) - além do status sorológico da fonte e do
acidentado. Apenas diante desse panorama, podemos tomar condutas frente
ao acidente. Lembrando que o primeiro passo é a realização de cuidados
com a área exposta, lavando com água e sabão, em caso de exposição cutânea
ou percutânea, ou a lavagem abundante com água ou solução salina, em

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mucosas. Belezinha até aqui? Com uma anamnese direcionada, entendemos
que estamos diante de um acidente perfurocortante com fonte desconhecida
e assim, devemos "olhar" para o nosso acidentado. Claro, que vamos
questionar sobre antecedentes pessoais, incluindo alergias, medicações de
uso contínuo e comorbidades (em especial as infecções transmissíveis pelo
acidente!) - mas, além do básico, há dois tópicos obrigatórios: vacinação e
sorologias para HCV, HBV e HIV. Aqui, se encerrava a tarefa 01.

Agora, sabemos que o nosso paciente está com a vacinação em dia, com
imunidade para HBV e não infectado pelo HIV e HCV, então, vamos às
condutas. Primeiro, não há necessidade de profilaxia para HBV e não temos
nenhuma medida frente à possibilidade de infecção pelo HCV.

E para o HIV? Aqui, podemos oferecer a profilaxia pós exposição para


HIV (menos de 72h do acidente), com o uso de tenofovir, lamivudina e
dolutegravir por 28 dias - lembrando de reforçar a necessidade do uso
correto da medicação e mencionar a possibilidade de efeitos adversos.

Feito isso, devemos manter o acompanhamento do nosso paciente por 6


meses, reforçando a necessidade do uso de preservativo durante esse período.

E como não poderia deixar de pontuar numa estação de preventiva, devemos


notificar o acidente de trabalho, tanto para a vigilância epidemiológica,
como pela abertura do CAT.

Questão boa, mas pode trazer dificuldade se você não estiver por dentro do
tema. Belezinha, moçada? Vamos pra próxima.

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Violência Sexual
Tema: Violência Sexual
Caiu em: UNICAMP 2015 / USP RP 2016 / UNESP 2016 / UFPR 2017

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: atriz para interagir diretamente
Cenário: mesa, duas cadeiras, carteira vacinal (entregar apenas quando
solicitado)

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico da equipe de estratégia de saúde da família de uma unidade
básica e recebe uma paciente jovem na demanda espontânea muito chorosa
e nervosa.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 02:
Faça a prescrição antimicrobiana indicada para paciente.

Tarefa 03:
Dê as demais condutas pertinentes ao caso para a paciente.

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Orientações
à Atriz:
• Após a entrada do candidato na sala, permanecer em um canto "chorando”
e só iniciar diálogo quando o candidato se mostrar empático e garantir
sigilo da consulta
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionada diretamente
• Quando questionada sobre o ocorrido, referir que foi “abusada"
sexualmente
• Referir que foi abordada na saída da estação de metrô por um homem
desconhecido portando uma faca e ele a violentou sob ameaça
• Referir que o agressor chegou a ferir sua coxa com a faca, com uma lesão
superficial, porém com sujidades
• Referir que foi agressor único com violência vaginal e anal, sem
preservativo, com ejaculação
• Referir que a violência ocorreu na noite anterior, cerca de 12h do
momento da consulta
• Quando questionada, relata que já tomou banho e higienizou o local da
agressão
• Negar uso de métodos contraceptivos atual
• Negar doenças sexualmente transmissíveis prévias
• Negar comorbidades, medicações de uso contínuo e alergias
• Negar antecedentes patológicos ginecológicos ou obstétricos
• Quando solicitado, entregar carteira vacinal completa com última dose
de tétano há 7 anos e 3 doses de hepatite B
• Aceitar encaminhamento para apoio psicossocial
• Negar ter dúvidas ao final da consulta

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Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Quando solicitar exame físico, oferecer imagem de lesão superficial e
suja em região de coxa, com escoriações ao redor

Exame físico da paciente:


Geral: regular estado geral, chorosa, agitada, corada, hidratada,
acianótica, anictérica, perfusão periférica adequada.
Sinais vitais: FC: 102 bpm, FR: 22 irpm e PA: 124 x 82 mmHg
ACV: RCR 2T BNF sem sopros
AR: MVUA sem RA, sem esforço respiratório
Abdome flácido, peristáltico, indolor, sem massas ou visceromegalias
Genitália: hiperemia vulvar com escoriações perineais, sem presença de
semên
Pele e anexos:

Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fcliqueuniao.com.br%2Festrada-em-reforma-registra-
quatro-acidentes-em-dois-dias%2F&psig=AOvVaw0kmm_e8wH3hI9XOG_7_J27&ust=1592165606632000&source=i
mages&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCIjioarN_-kCFQAAAAAdAAAAABAJ

27
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)

Perguntou o nome da paciente

Acolheu paciente e garantiu privacidade e sigilo


Questionou sobre ocorrido: data e hora, local da violência,
agressor e tipo de violência
Questionou sobre o uso de violência física e materiais
cortantes
Questionou se foi feito uso de preservativo durante a
violência
Questionou se houve ejaculação durante a violência
Questionou sobre doenças sexualmente transmissíveis
prévias
Questionou sobre comorbidades, medicações de uso
contínuo e alergias
Questionou sobre uso atual de métodos contraceptivos

Questionou sobre antecedente ginecológicos e obstétricos

Solicitou carteira vacinal

Pediu permissão para examinar o paciente e lavou as mãos

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Solicitou o exame físico da paciente

Tarefa 02
Prescreveu azitromicina 1g via oral dose única
Prescreveu penicilina benzatina 2,4 milhões de unidades
(1,2 milhões em cada nádega)
Prescreveu ceftriaxona 500mg intramuscular dose única
Indicou nome da paciente, endereço, data e assinatura na
receita

Tarefa 03
Solicitou sorologias: HIV, HBV, HCV e sífilis
Orientou que paciente é vacinada com 3 doses para
hepatite B e não necessita de profilaxia
Prescreveu PEP para HIV: tenofovir, lamivudina e
dolutegravir por 28 dias
Orientou sobre necessidade de uma dose de vacina de
tétano (lesão de alto risco com última dose há mais de 5
anos)
Prescreveu anticoncepção de emergência: levonorgestrel
1,5 mg dose única
Orientou que, em caso de gestação indesejada, paciente
tem direito a abortamento até 20 semanas
Orientou sobre a possibilidade de realizar boletim de
ocorrência, sem obrigatoriedade
Realizou notificação imediata da violência sexual para a
vigilância epidemiológica
Agendou retorno para dar seguimento

Ofereceu encaminhamento para apoio psicossocial

29
Questionou a paciente sobre dúvidas

Debriefing
Essa estação é uma intersecção entre a preventiva e a ginecologia-obstetrícia,
então, é uma ótima pedida pelas bancas (inclusive já caiu em algumas provas
importantes!). Aqui, a queixa não é trazida no caso clínico, mas o candidato
tem que ter a sensibilidade para entender que algo aconteceu para explicar
o nervosismo da paciente. Por medo, a paciente só se abriria ao se sentir
acolhida e quando fosse garantido o sigilo abertamente. A partir desse
momento, a estação realmente “começaria”. Por mais que seja um assunto
difícil de abordar, o candidato tem que perguntar diretamente sobre a
violência para poder garantir um atendimento adequado - principalmente:
data e local da violência, informações sobre o agressor (se é conhecido,
números de agressores, etc.), tipo de violência, uso de preservativo, se
houve ejaculação e uso de materiais perfurocortantes na coerção. Após
esse momento inicial, temos que entender o panorama de saúde da nossa
paciente - principalmente em relação a saúde sexual e reprodutiva, então,
é essencial questionar sobre DSTs prévias e anticoncepção, além dos
demais antecedentes pessoais. Mais uma vez, a carteira vacinal é essencial
na estação de preventiva, pois mudará completamente a conduta do caso.
E para finalizar a tarefa 01, o candidato deveria solicitar o exame físico
da paciente - na qual haveria uma lesão superficial em coxa com sujidade
(atenção para o tétano!). Em seguida, tarefa 02 era direta - prescrever o
tratamento antimicrobiano indicado para paciente (azitromicina, penicilina
benzatina e ceftriaxona), não esquecendo das “formalidades” de uma receita
médica. Por fim, a tarefa 03 solicitava as demais condutas para a paciente
- já prescritos os antibióticos - o candidato deveria solicitar sorologias e
avaliar necessidade de profilaxias das infecções virais, de anticoncepção de
emergência e de profilaxia para tétano, além das condutas da “preventiva”:
notificação, planejamento da longitudinalidade e articulação do sistema
de saúde para garantir a integralidade no atendimento da paciente. E como
sempre, não esqueça de verificar se o paciente compreendeu tudo, beleza?!

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Spikes
Tema: Spikes
Caiu em: USP RP 2020 / HIAE 2019 / HSL 2019 / UEM 2019 / UNICAMP
2018 / PUCCAMP 2018 / UNIFESP 2016 / HSL 2016 / HSL 2015

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente
Cenário: mesa, duas cadeiras, lenço de papel e copo d’água (se solicitado)

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico do serviço de emergência de um hospital secundário e recebe
um paciente idoso de 84 anos, hipertenso, diabético, portador de demência
de Alzheimer avançada e acamado devido à sequela de AVE isquêmico há 4
anos, por quadro de febre, tosse produtiva e cansaço há 3 dias. Os familiares
o trouxeram referindo que, hoje, estava mais sonolento. Na sua avaliação
inicial, paciente apresentava-se taquidispneico, com rebaixamento de nível
de consciência, febril, taquicárdico e hipotenso. Ao exame físico, paciente
apresentava ausculta respiratória com estertores em base direita e perfusão
periférica lentificada. Considerando se tratar de um choque séptico de foco
pulmonar, coletou culturas, iniciou antibioticoterapia e infusão de volume.
Porém, apesar das medidas, paciente não apresentou melhora clínica
significativa.

Tarefa Única:
Converse com o filho.

31
Orientações
ao Ator:
• Imediatamente antes do candidato entrar na sala, caminhe de um lado
para o outro da sala, na tentativa de mostrar angústia e nervosismo;
• Ao candidato entrar na sala, permaneça em pé e vá ao seu encontro,
ansioso;
• Caso o candidato não solicite que você se sente, permaneça em pé. Caso
contrário, aceite e sente-se;
• Caso o candidato pergunte o que sabe sobre a condição do paciente,
diga de forma coloquial que ele estava com febre e cansaço e decidiu
trazê-lo para tomar algum remédio mais forte;
• Caso o candidato fale diretamente sobre a gravidade do quadro do
paciente, seja questionador e diga que não é possível já que ele estava
“bem” em casa;
• Se o candidato perguntar, diga que quer saber melhor sobre o estado de
saúde do paciente;
• Caso o candidato use palavras técnicas, pergunte o que significa e diga
que não está entendendo muito bem o que está acontecendo;
• Quando o candidato acabar de contar, pergunte diretamente: “isso é
grave, Dr(a)?’”
• Após o candidato afirmar a gravidade do caso, olhe para baixo e encene
choro;
• Caso seu momento de silêncio seja interrompido de forma não acolhedora,
reaja e diga que ele não sabe o que está passando;
• Seja reativo e questionador, caso candidato não seja acolhedor com o seu
sofrimento;
• Caso o candidato ofereça, aceite um copo d’água e um lenço de papel;
• Permita o contato físico durante o período de emoção;
• Após se emocionar, olhe novamente para o candidato e pergunte: “E
agora? Ele vai ficar bem?"
• Caso o candidato proponha medidas invasivas (IOT, por exemplo),
questione se isso “salvará” o paciente;

32
• Quando o candidato propor medidas de conforto, concorde e diga que
não quer ver o seu pai sofrer;
• Pergunte se o paciente terá que ficar sozinho nesse momento difícil;
• Negue ter dúvidas, ao ser questionado.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa Única
Apresentou-se (nome e função)
Perguntou o nome do acompanhante e seu grau de
parentesco
Solicitou que o familiar se sentasse

Fechou a porta e garantiu privacidade

Sentou ao lado do familiar (sem a mesa entre eles)


Perguntou ao filho o que ele entende sobre a situação atual
do paciente

33
Convidou o filho a saber mais sobre a situação do paciente
Explicou de forma coloquial e compreensível sobre o
estado de saúde atual do paciente
Respeitou os momentos de silêncio e o fluxo de pensamento
do familiar
Apresentou postura de atenção e olhar dirigido ao familiar

Ofereceu água ou um lenço para o familiar


Demonstrou habilidade em contornar situações de tensão
(negação, raiva, etc.)
Propôs ao filho a não intuição de medidas invasivas

Mostrou-se preocupado em garantir conforto ao paciente

Convidou familiar a permanecer com o paciente

Se colocou à disposição para dúvidas

Debriefing
Essa estação é certa no fim do ano em alguma grande prova de residência
médica! A comunicação é uma habilidade que vem cada vez mais sendo
valorizada dentro da prática médica e não preciso de dizer que saber o
protocolo SPIKES é obrigatório. Estação com interação direta com o ator
e basta seguir o passo-a-passo: (S)etting up, (P)erception, (I)nvitation, (K)
nowledge, (E)motions e (S)trategy e Summary. Aqui, temos um paciente
idoso com múltiplas comorbidades, com baixa expectativa de vida que
evoluiu com um choque séptico refratário às medidas iniciais. A chave aqui é
entender que não há indicação de instituir medidas invasivas e que devemos
compartilhar essa decisão com a família (tanto que a tarefa é conversar com
a família e não prosseguir com o atendimento). A tarefa única é conversar
com a família: preparar o local de atendimento, compreender o que eles

34
sabem da situação, convidá-los para a notícia, explicar o quadro clínico
do paciente (em linguagem acessível), respeitar o momento de emoção da
família e por fim, resumir e propor estratégias - nesse caso, conforto ao
paciente. Se seguir esse fluxo, não tem como não mandar muito bem nessa
estação!

35
Atestado de Óbito
Tema: Atestado de Óbito
Caiu em: UEM 2019 / HSL 2016

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, papel e caneta

Início da Estação
Caso Clínico:
Mulher hígida de 40 anos, G7P6, comparece à consulta médica na 38ª
semana de gestação com queixa de sangramento vaginal. Na ocasião, foi
solicitada ultrassonografia e feito o diagnóstico de placenta prévia, sendo
orientada a buscar a maternidade - porém, paciente não procurou o serviço.
Dois dias após a consulta pré natal, paciente necessitou de internação
em hospital de referência por choque hipovolêmico. Foi encaminhada ao
centro cirúrgico para realizar a cesariana de emergência, porém, apresentou
parada cardiorrespiratória e evoluiu a óbito.

Tarefa 01:
Preencha a parte VI do atestado de óbito.

Tarefa 02:
Escreva as três principais causas de morte materna no Brasil, em ordem de
importância.

36
Tarefa 03:
Descreva o cálculo do coeficiente de mortalidade materna.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Preencheu item 37 - a morte ocorreu "na gravidez”
Preencheu parte I - linha (a) do item 40 com “Choque
hipovolêmico”
Preencheu tempo na parte I - linha (a) do item 40 com
"ignorado”
Preencheu parte I - linha (b) do item 40 com “Placenta
prévia com hemorragia"
Preencheu tempo na parte I - linha (b) do item 40 com “2
dias"
Preencheu parte II -”Gestação de 38 semanas”

Tarefa 02
Doenças hipertensivas (1ª causa)

37
Hemorragia (2ª causa)

Infecção puerperal (3ª causa)

Indicou na ordem correta

Tarefa 03
Indicou numerador correto: número de óbitos de causa
materna
Indicou o denominador correto: número de nascidos vivos
Indicou que o coeficiente é interpretado em relação a
100.000 nascidos vivos

Debriefing
Atestado de óbito é um tema que cai em prova teórica e também já caiu em
prova prática, então, muita atenção! O preenchimento correto da declaração
de óbito pode ser tanto o foco de uma estação mais curta, quanto parte de
uma estação mais longa. Aqui, temos um foco bem “preventiva”, misturando
também conceitos de medidas de saúde coletiva sobre mortalidade materna.
Tínhamos o caso de uma gestante que faleceu por choque hipovolêmico
decorrente de uma placenta prévia e deveríamos preencher a declaração
de óbito - respeitando a ordem de causa básica, intermediária e imediata
e incluindo o tempo do evento até o óbito. Após, bastaria lembrar das
principais causas de morte materna no Brasil, em ordem de importância, e
citar como é calculado o coeficiente de mortalidade materna. Tranquilidade
aqui!

38
Mordedura de Cão
Tema: Mordedura de Cão
Caiu em: USP RP 2016

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 8-10 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente
Cenário: mesa, duas cadeiras, caixa de luvas e carteira vacinal (quando
solicitado)

Início da Estação
Caso Clínico:
Homem hígido, 32 anos, busca unidade de pronto atendimento após ter
sido mordido por um cão.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 02:
Indique os cuidados locais com o ferimento no momento do atendimento.

Tarefa 03:
Dê as condutas pertinentes ao caso para o paciente.

39
Orientações
ao Ator:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionado diretamente
• Referir ter sido mordido por um cachorro na mão direita há 1 hora “do
nada” (não estava interagindo com o animal)
• Referir não conhecer o cachorro ou seu histórico vacinal e dizer que era
um animal “de rua” e não sabe onde ele se encontra
• Referir dor local, mas negar outros sintomas associados - como perda de
sensibilidade ou força
• Referir ter lavado o ferimento com água corrente, sem uso de sabão
• Negar comorbidades, uso de medicações de uso contínuo, alergias e
vícios
• Quando solicitada carteira vacinal, entregar carteira completa com 3
doses de dupla adulta, sendo a última há 6 anos
• Dar permissão aos procedimentos médicos necessários
• Negar ter dúvidas sobre o tratamento e retorno

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não se comunicar com o candidato
• Ao ser solicitado exame físico, entregar foto da mão do paciente

40
Fonte: https://images.app.goo.gl/w1a7EbtRdkStkrDx6

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)

Perguntou o nome do paciente

Questionou sobre a queixa principal e tempo de evolução


Questionou sobre sintomas associados - limitação de
movimento, perda de força, alteração de sensibilidade,
formigamento, etc.
Questionou se paciente higienizou o ferimento
Questionou sobre a origem do animal e histórico de
vacinação
Questionou se paciente sabe onde o animal está (é possível
de ser observado por 10 dias?)

41
Questionou sobre comorbidades e medicações de uso
contínuo
Questionou sobre alergias

Solicitou carteira de vacinação

Pediu permissão para examinar o paciente

Lavou as mãos e calçou luvas antes do exame

Tarefa 02
Indicou lavagem do ferimento com solução fisiológica e
degermante antisséptico
Indicou desbridamento dos tecidos desvitalizados e
controle de sangramento
Não indicou realização de sutura

Indicou curativo

Tarefa 03
Indicou esquema de vacinação antirrábica com 4 doses (0,
3, 7 e 14 dias)
Indicou soro antirrábico na porta de entrada

Indicou uma dose de vacina antitetânica

Prescreveu amoxicilina-clavulanato por 7 dias


Orientou cuidados locais com a ferida e lavagem diária
com água e sabão
Orientou retorno se sinais de infecção da ferida - hiperemia
local, edema, piora da dor, febre, saída de secreção
Orientou retorno em 48h para reavaliação

42
Questionou o paciente sobre dúvidas
Realizou notificação imediata de acidente com animal
suspeito de raiva

Debriefing
Vamos para mais uma estação de preventiva e, dessa vez, esbarrando na
cirurgia: mordedura por cachorro. A nossa primeira tarefa, nessa estação,
é realizar o atendimento inicial da vítima. Como toda estação em que há
interação com um ator, devemos nos apresentar e conhecer um pouco
quem estamos atendendo (nem sempre o ator e o personagem coincidem!).
Depois, devemos direcionar nossa anamnese para o acidente - o ocorrido,
tempo de evolução, conhecimento sobre o animal, abordagem prévia do
ferimento, além de sinais e sintomas associados. Compreendido o acidente,
buscamos conhecer os antecedentes do nosso paciente, não esquecendo de
um item essencial aqui: a carteira de vacinação. Finalizamos nossa primeira
tarefa, com um passo óbvio e muito importante - o exame físico da lesão. Já
na tarefa 02, devemos propor os cuidados locais com o ferimento: lavagem,
desbridamento e curativo. E então, nossa última tarefa é indicar as demais
condutas para o caso. Bom, o que temos até aqui? Um paciente vítima de
mordedura por animal com comportamento suspeito para raiva com uma
lesão de alto risco (extremidade). O paciente deveria, inicialmente, receber
2 doses da vacina antirrábica (0 e 3 dias) e, poderíamos observar o animal por
10 dias, mas como ele já se encontra desaparecido, devemos fazer direto as 4
doses e o soro antirrábico. Além da profilaxia para raiva, devemos avaliar a
situação vacinal para tétano e indicar a profilaxia, considerando se tratar de
um acidente grave (mordedura) - como nosso paciente tem a última dose há
mais de 5 anos, está indicada uma dose de reforço. Para mordedura também
deve ser prescrito antibiótico, em geral, usamos amoxicilina-clavulanato
por 5 a 7 dias. Também deveria ser orientado sinais de alarme, retorno e
cuidados locais com a lesão. E, para terminar, não podemos esquecer que
acidente com animal suspeito de raiva é notificação compulsória imediata,
não esqueçam de notificar! É isso, moçada!

43
Pneumonia
Comunitária
Tema: Pneumonia Comunitária
Caiu em: USP RP 2018 / CERMAM 2018 (pediatria) / HSL 2017 (pediatria)
/ HIAE 2015 (pediatria)

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente
Cenário: mesa, duas cadeiras, papel, caneta e placas referentes aos exames
solicitados

Início da Estação
Caso Clínico:
Homem jovem hígido busca demanda espontânea da Unidade Básica de
Saúde por febre e tosse há 3 dias.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 02:
Diante da principal hipótese diagnóstica, escreva três outras alterações do
exame físico pulmonar que poderiam ser encontradas nesse paciente.

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Tarefa 03:
Solicite o(s) exame(s) complementar(es) pertinente(s) ao diagnóstico.

Tarefa 04:
Dê o diagnóstico e as condutas pertinentes ao caso para o paciente.

Orientações
ao Ator:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionado diretamente
• Referir ter 31 anos
• Referir tosse com catarro amarelado e 4 picos febris (38-38,5°C), iniciado
há 3 dias em piora
• Negar dispneia ou dor torácica, mas referir expectoração amarelada
• Negar internação recente ou uso de antibiótico nos últimos 90 dias
• Negar tabagismo ou alcoolismo
• Negar comorbidades e uso de medicações de uso contínuo
• Referir alergia à levofloxacina, com reação grave - dizer que não conseguia
respirar após seu uso
• Dar permissão aos procedimentos médicos necessários
• Após o candidato explicar o diagnóstico, questionar se terá que ir ao
hospital - já que seu avô até faleceu de pneumonia
• Referir que mora nas proximidades da UBS, mas que nunca fez
acompanhamento
• Aceitar marcar conduta com equipe de estratégia de saúde da família
• Negar ter dúvidas sobre o tratamento e retorno

45
Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não se comunicar com o candidato
• Entregar as placas referentes ao exame físico conforme solicitação do
candidato:
• Sinais vitais: FR 23 rpm, satO2 95%, FC 88 bpm, TAX 37,1°C, PA
120x75 mmHg e dextro 101
• Escala de coma de Glasgow 15 - orientado em tempo e espaço
• Pulmonar: estertores em terço superior do hemitórax esquerdo
• Demais aparelhos sem alterações dignas de nota
• Entregar as placas referentes aos exames complementares, conforme
solicitação do candidato:
• RX de tórax:

Fonte: https://images.app.goo.gl/GkjWdkSJjb9f7ChY8

• Ureia 30 mg/dL
• Se solicitar outro exame, referir que exame está em andamento ou não
disponível (exame de alta complexidade)

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

46
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)

Perguntou o nome e idade do paciente

Questionou sobre a queixa principal e tempo de evolução


Questionou sobre sintomas associados - dor torácica,
dispneia e expectoração
Questionou se paciente apresentou internação recente

Questionou sobre uso de antibiótico nos últimos 90 dias

Questionou sobre vícios


Questionou sobre comorbidades e medicações de uso
contínuo
Questionou sobre alergia medicamentosa
Pediu permissão para examinar o paciente e lavou as mãos
antes do exame
Solicitou nível de consciência

Solicitou pressão arterial

Solicitou frequência respiratória


Solicitou exame físico pulmonar: inspeção, palpação,
percussão e ausculta

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Tarefa 02
Citou um dos: taquipneia, retração subcostal/intercostal/
fúrcula, redução da expansibilidade pulmonar, aumento do
frêmito toracovocal, submacicez à percussão, broncofonia
e pectorilóquia
Citou mais um dos acima

Citou mais um dos acima

Tarefa 03
Solicitou RX de tórax - PA e perfil

Solicitou ureia

Tarefa 04
Explicou o diagnóstico de pneumonia adquirida na
comunidade ao paciente
Explicou que não há necessidade de transferência para
ambiente hospitalar para tratamento
Prescreveu sintomático para febre
Prescreveu antibiótico: macrolídeo, amoxicilina (com ou
sem clavulanato) ou doxiciclina por 5-7 dias
Explicou que melhora clínica ocorrerá em 48 a 72 horas
Orientou retorno ao serviço se sinais de alarme (pelo
menos dois): persistência dos sintomas após 72h, dispneia,
confusão mental, febre alta, piora clínica
Questionou o paciente sobre dúvidas

48
Questionou paciente sobre acompanhamento na UBS e
orientou marcar consulta médica
A prescrição de levofloxacino (ou quinolonas) anulará a
tarefa 04.

Debriefing
Moçada, aqui temos uma estação de Pneumonia Adquirida na Comunidade
(PAC) - tema que não costuma dar muito trabalho! Essa estação pode aparecer
na prova de clínica médica, pediatria e até mesmo preventiva - cada um com
um enfoque. A chave da abordagem ao paciente com pneumonia é definir a
gravidade da infecção - utilizando escores, como o CURB-65 - para realizar
o tratamento no ambiente adequado (domiciliar ou hospitalar). Aqui,
temos um paciente jovem com quadro típico de PAC, sem comorbidades
ou vícios, atendido na UBS. O exame físico não apresenta qualquer sinal
de alarme e é compatível com a hipótese diagnóstica. Na tarefa 02, foi
abordada a semiologia pulmonar esperada em uma pneumonia. Na tarefa
03, o candidato deveria solicitar exames pertinentes ao caso, lembrando que
saber o local de atendimento é importante para compreender os recursos
disponíveis. Por fim, na tarefa 04, entrariam o diagnóstico e as condutas
pertinentes ao caso. Aqui, era importante definir o local do tratamento
- lembrando que caso fosse necessária internação hospitalar, o paciente
deve ser transferido - e o antibiótico adequado. E, nessa estação, tinha
um item de morte súbita: prescrição de quinolona já que o paciente era
alérgico (nunca esqueçam de questionar sobre alergias!) - muito cuidado!
Deveríamos também orientar retorno precoce, se sinais de alarme, e como
estamos na UBS, é importante lembrar que o atendimento na demanda
espontânea é sempre uma oportunidade de aproximar o usuário da unidade
de saúde, portanto, não esqueça de oferecer acompanhamento longitudinal
ao paciente. Molezinha, não?

49
Depressão
Tema: Depressão
Caiu em: USP RP 2019 / HIAE 2019

Grau de dificuldade: moderado / alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente
Cenário: mesa, duas cadeiras, papel e caneta

Início da Estação
Caso Clínico:
Mulher, 41 anos, comparece à consulta em Unidade Básica de Saúde por
queixa de desânimo.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 02:
Escreva dois diagnósticos diferenciais para o quadro da paciente e os exames
laboratoriais que auxiliariam na diferenciação.

Tarefa 03:
Explique o diagnóstico e as condutas pertinentes à paciente.

50
Orientações
ao Ator:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionada diretamente
• Referir estar desanimada há 2 meses e dizer que não buscou o serviço
antes, pois achou que ia melhorar sozinha
• Ao ser questionada, referir que, na maior parte do tempo, se sente triste
e chora “fácil”
• Referir que sempre gostou de cozinhar e cuidar do jardim, mas que não
tem tido mais prazer nessas atividades
• Referir que sente culpa por estar “assim triste", já que sua vida é boa e
não tem do que “reclamar”
• Referir que não sentiu alterações no apetite ou no peso corporal
• Negar alterações de psicomotricidade
• Negar alterações de memória ou atenção
• Referir que se sente sem energia e que, mesmo dormindo mais, o cansaço
não “passa”
• Negar querer se matar, porém referir que já pensou como seria se não
existisse
• Negar episódios semelhantes prévios
• Negar episódios de mania
• Negar episódios psicóticos
• Negar antecedentes pessoais ou familiares de doenças psiquiátricas
• Negar eventos recentes na vida pessoal, familiar ou profissional
• Negar uso de drogas lícitas ou ilícitas
• Negar comorbidades, uso de medicações de uso contínuo e alergias
• Referir morar com o marido com o qual tem um bom relacionamento e
que poderia contar com ele para o que precisasse
• Dar permissão aos procedimentos médicos necessários
• Ao ser informada sobre o diagnóstico, questionar se não há necessidade
de fazer exames para confirmar

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• Aceitar tratamento proposto
• Negar ter dúvidas sobre o tratamento e retorno

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Após ser solicitado, entregar placa com exame físico dentro da
normalidade
• Não se comunicar com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)

Perguntou o nome da paciente

Questionou sobre a queixa principal e tempo de evolução


Questionou se paciente ainda sente prazer nas atividades
que antes gostava
Questionou se paciente se sente triste, na maior parte do
tempo
Questionou sobre alterações no padrão de sono da paciente

52
Questionou se paciente apresentou alteração no apetite
ou do peso
Questionou se paciente se sente culpada ou inútil
Questionou se paciente apresentou alterações de memória
ou dificuldade de concentração
Questionou se paciente se sente lentificada ou com
alteração de motricidade
Questionou se paciente se sente cansada ou com falta de
energia
Questionou se paciente pensa em morte

Questionou se paciente pensa em se matar


Questionou se paciente já se sentiu de forma semelhante
em algum momento da vida
Questionou episódios de mania prévios (redução da
necessidade de sono, hiperssexualização, aumento de
gastos, etc.)
Questionou episódios psicóticos prévios (acreditar em
uma verdade irrefutável, ouvir vozes, etc.)
Questionou uso de drogas lícitas e ilícitas
Questionou sobre eventos recentes que são causas de
tristeza (luto, por exemplo)
Questionou sobre antecedentes de doenças psiquiátricas
ou uso de medicações psiquiátricas
Questionou sobre internações psiquiátricas prévias
Questionou sobre antecedentes familiares de doenças
psiquiátricas
Questionou sobre comorbidades, medicações de uso
contínuo e alergias
Questionou sobre relacionamentos e rede de apoio

53
Pediu permissão para examinar a paciente e lavou as mãos

Tarefa 02
Citou dois entre os diagnósticos diferenciais:
hipotireoidismo, anemia, deficiência de vitamina B12,
infecção por HIV e neurossífilis
Citou dois entre os exames: TSH, hemograma, ácido
fólico, vitamina B12 , VDRL e anti-HIV

Tarefa 03
Informou o diagnóstico de depressão de forma empática
Explicou para paciente que o diagnóstico de depressão é
clínico
Orientou a prática de exercício físico

Ofereceu acompanhamento psicológico


Prescreveu antidepressivo inibidor de recaptação da
serotonina
Agendou retorno precoce

Questionou paciente sobre dúvidas

Debriefing
Estação de preventiva que cobrou um tema cada vez mais frequente nas
provas de residência médica: psiquiatria. E dentro dessa área, nada mais
justo que cobrar uma doença tão prevalente - a depressão. Mais uma
estação em que o candidato deveria interagir de forma empática com o
ator, sempre se apresentando como médico e buscando compreender o
que motivou a consulta. Ao investigar a queixa principal da paciente, a
depressão entraria como uma hipótese importante a partir daí tínhamos

54
que focar a anamnese nos critérios diagnóstico do DSM-V. Na vida real,
evitaríamos perguntas fechadas, mas em um prova de poucos minutos,
temos que conseguir as informações necessárias para fechar o diagnóstico.
Além dos sintomas apresentados pela paciente, era importante questionar
sobre antecedentes psiquiátricos pessoais e familiares para descartar
outras afecções psiquiátricas, como transtorno afetivo bipolar, transtorno
psicótico e os induzidos por uso de substâncias. Compreender sobre
a vida pessoal e rede de apoio da paciente também eram item cobrado,
dada a importância da articulação do cuidado em pacientes com doenças
psiquiátricas. A tarefa 01 era finalizada após o candidato solicitar o exame
físico da paciente. A tarefa 02, mais direta, exigia que o candidato citasse
dois diagnósticos diferenciais de depressão e os exames que poderiam ser
solicitados para descartar. Por fim, a tarefa 03 solicitava que o candidato
explicasse à paciente sobre o diagnóstico e o tratamento - incluindo
condutas medicamentosas e comportamentais. Agora, ficou moleza hein?!

55
Sarampo
Tema: Sarampo
Caiu em: HSL 2019 / SCMSCP 2019 / PUCCAMP 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente
Cenário: mesa, duas cadeiras e imagens do exame físico (quando solicitado)

Início da Estação
Caso Clínico:
Criança de 2 anos é trazida à demanda espontânea da Unidade Básica de
Saúde por manchas na pele há 2 dias.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 02:
Solicite exame complementar para confirmar o diagnóstico mais provável.

Tarefa 03:
Dê o diagnóstico à mãe e explique as condutas individuais pertinentes ao
caso.

Tarefa 04:
Dê as condutas coletivas pertinentes ao caso.

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Orientações
ao Ator:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionado diretamente
• Referir que as manchas vermelhas iniciaram há 2 dias perto do cabelo e
foram descendo até atingir todo o corpo do paciente, sem descamação
• Referir que o paciente, três dias antes das manchas, iniciou quadro de
febre alta, tosse e lacrimejamento
• Quando solicitada carteira vacinal, referir que a família voltou a morar
no Brasil recentemente e que o paciente ainda não foi vacinado
• Negar comorbidades, uso de medicações de uso contínuo e alergias
• Referir que o paciente mora somente com os pais, ainda não vai à escola,
mas tem frequentando o playground do prédio
• Referir que não apresenta carteira vacinal, nem seu marido
• Negar possibilidade de gestação
• Negar conhecimento sobre casos de sarampo ou pessoas com sintomas
semelhantes
• Dar permissão aos procedimentos médicos necessários
• Após ser informada sobre o diagnóstico, perguntar como o paciente
pode ter se infectado
• Questionar se o candidato não vai dar uma “benzetacil” para seu filho,
porque ele sempre melhora quando toma
• Questionar sobre a gravidade da doença - “Dr(a)., meu filho vai ficar
bem?”
• Concordar sobre atualização vacinal da família
• Negar ter dúvidas sobre o tratamento e retorno

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Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não se comunicar com o candidato
• Ao ser solicitada ectópica do paciente, entregar foto 01
• Ao ser solicitada oroscopia do paciente, entregar foto 02

Foto 01 Foto 02

Fonte: https://images.app.goo.gl/ Fonte: https://images.app.goo.gl/


EVeGHYk7wo5DVdzX8 X6VPgHtgyCCLnsrA9

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)

Perguntou o nome do paciente e da mãe

58
Questionou sobre o exantema (aspecto, evolução e
descamação) e tempo de evolução
Questionou sobre sintomas associados - pelo menos três
dos: tosse, febre, coriza, conjuntivite e fotofobia
Solicitou carteira vacinal do paciente
Questionou sobre comorbidades, medicações de uso
contínuo e alergias
Perguntou sobre os contactantes da criança

Solicitou carteira vacinal dos pais


Questionou se a mãe é gestante ou possibilidade de
gestação
Perguntou sobre contato com casos de sarampo ou com
sintomas semelhantes
Pediu permissão para examinar o paciente e lavou as mãos
antes do exame
Solicitou oroscopia, otoscopia, ectoscopia e sinais vitais

Tarefa 02
Solicitou anticorpos IgM e IgG para sarampo em soro e/
ou e detecção viral em amostras de urina e swab naso/
orofaríngeo

Tarefa 03
Explicou que a principal hipótese diagnóstica é de sarampo

Explicou que é uma doença de transmissão respiratória


Explicou sobre a não necessidade de uso de antibiótico
por ser uma infecção viral
Prescreveu vitamina A - 2 doses de 200.000 UI (doses (1 no
diagnóstico e outra no dia seguinte)

59
Prescreveu antitérmico para uso domiciliar
Indicou isolamento do paciente até 4 dias após
aparecimento do exantema (mais dois dias)
Orientou sobre possibilidade de complicações - citou pelo
menos duas: pneumonia, otite e encefalite
Orientou atualização da carteira vacinal, em um segundo
momento
Orientou retorno em 48h para reavaliação

Questionou a mãe sobre dúvidas

Tarefa 04
Orientou uma dose de tríplice viral para os pais
Indicou vacina de bloqueio, no prédio, aos contatos
susceptíveis em até 72h
Realizou notificação imediata de sarampo

Debriefing
Não preciso dizer que sarampo é um tema “quente” para as provas práticas,
mesmo já tendo sido cobrada em grandes instituições de residência médica.
Em 2019, foram mais de 18.000 casos confirmados de sarampo no Brasil,
sendo que o último caso tinha ocorrido há anos, então, muita atenção aqui!
É um tema de interseção entre as áreas clínicas e a preventiva, podendo
ser cobrado de diversas maneiras - mas o legal é sempre ter em mente a
abordagem individual e coletiva. Com esse pensamento, vai ser mais fácil
não esquecer nenhuma conduta necessária diante de um caso de sarampo.
Nessa estação, há um ator para interagirmos, tirarmos a história clínica,
explicar o diagnóstico e o tratamento - sempre de forma acessível e empática.
O candidato deveria não só questionar sobre o quadro clínico do paciente,

60
como também entender o contexto epidemiológico em que ele estava
inserido: um paciente não vacinado com um exantema maculopapular
avermelhado, de progressão céfalocaudal, com tosse, febre e conjuntivite
associados. Não tinha como não suspeitar de sarampo! Ao exame físico,
também encontraríamos as famosas manchas de Koplik, patognomônicas
do Sarampo. Com a hipótese clara na mente, o candidato também deveria
questionar sobre possíveis contactantes para planejar sua conduta, no
âmbito coletivo. A tarefa 02 solicitava o exame confirmatório para o caso,
tranquilo. Já na tarefa 03, o candidato deveria explicar o diagnóstico para
mãe, responder seus questionamentos e dúvidas, além de afastar o paciente
do convívio e prescrever vitamina A (indicada apenas para as crianças). E
como estamos na atenção básica, também deveríamos marcar retorno e já
planejar a atualização vacinal do paciente. Por fim, a tarefa 04 abordava
as condutas coletivas: notificação imediata, avaliação dos contactantes e
vacina de bloqueio em até 72h. Belezinha? Vamos em frente!

61
Tentativa de Suicídio
Tema: Tentativa de Suicídio

Tempo da estação: 8-10 minutos


Ator/examinador: dois atores para interagir diretamente
Cenário: mesa e duas cadeiras
Grau de dificuldade: moderado

Início da Estação
Caso Clínico:
Paciente, 19 anos, é trazida pela mãe à demanda espontânea em Unidade
Básica de Saúde por desânimo profundo. Mãe refere que paciente não sai
do quarto há dias e decidiu trazê-la para ser avaliada pelo médico.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 02:
Explique o diagnóstico e as condutas pertinentes à paciente.

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Orientações
à Atriz que
representar a paciente:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionada diretamente
• Somente iniciar diálogo com o candidato quando estiver sozinha na
consulta, caso contrário, apenas a mãe irá conversar com o médico
• Referir estar infeliz há 6 meses, não vendo mais sentido em continuar
vivendo com essa angústia
• Ao ser questionada, referir que, na maior parte do tempo, se sente triste;
que não sente mais prazer nas atividades que antes gostava; que não vê
perspectiva no futuro; que sente cansaço e sono o tempo todo e nem
sente mais fome
• Negar alterações de psicomotricidade ou de memória
• Referir pensar em morte o tempo todo, já que é o único caminho que vê
para acabar com toda essa angústia;
• Referir que deseja se matar e planeja fazer isso ainda hoje
• Referir que efetuará o plano hoje, pois sua mãe tem atividades voluntárias
na igreja e ficará sozinha durante algumas horas
• Referir que comprou pacotes de “chumbinho” e tomará vários para ter
certeza de que, dessa vez, irá conseguir
• Referir que tentou se suicidar há 4 meses ao ingerir vários dos comprimidos
de sua mãe, mas ela a levou no hospital e realizaram lavagem gástrica
• Negar sintomas psicóticos
• Negar uso de drogas lícitas e ilícitas
• Referir antecedente de depressão, porém parou o tratamento quando se
mudou para a nova casa já que perdeu acompanhamento médico
• Negar internações psiquiátricas prévias
• Referir que presenciou suicídio do pai há 3 anos
• Negar comorbidades, uso de medicações de uso contínuo e alergias
• Referir morar com a mãe com a qual tem um relacionamento próximo,

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mas conflituoso - dizer que ela não entende como se sente
• Referir que está desempregada e iria começar uma faculdade, mas ainda
não sabe o que quer fazer da vida
• Referir que tem alguns amigos, mas que desde a mudança, não os
encontra com frequência (há 3 meses)
• Dar permissão aos procedimentos médicos necessários
• Negar ter dúvidas sobre o tratamento e retorno

Orientações
à Atriz que
representar a mãe:
• Referir que trouxe a filha, pois está preocupada com “esse desânimo que
não passa”
• Aceitar aguardar a consulta da filha
• Mostrar-se preocupada com a condição da filha, mas receptiva às
condutas médicas
• Referir compreender as orientações médicas e não ter dúvidas

Orientações
ao Examinador:
• Não se comunicar com o candidato
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a
anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Após ser solicitado, entregar placa com exame físico dentro da
normalidade
• Se paciente questionar sobre avaliação das extremidades, ectoscopia ou
sinais de automutilação, mostrar placa com a foto 01:

64
Fonte: https://images.app.goo.gl/HU4c5Rp1sQWhYCoZ8

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)

Cumprimentou a paciente

Perguntou o nome da paciente


Solicitou que a mãe aguardasse a consulta fora do
consultório para que possa atender a paciente sozinha
Questionou sobre queixa da paciente e tempo de evolução
Apresentou postura acolhedora com a paciente - por meio
de postura, gestos e contato visual
Questionou sintomas depressivos - pelo menos 3: anedonia,
humor deprimido, culpa, fadiga, alterações de sono e/ou
apetite, dificuldade de concentração, desesperança

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Questionou pensamento de morte

Questionou ideação suicida

Questionou como paciente pretende se suicidar

Questionou sobre data para cometer suicídio

Questionou se já tentou se suicidar antes

Questionou sobre como foi tentativa de suicídio prévia


Questionou sobre acesso a meios letais - armas,
medicamentos, venenos, etc.
Questionou sintomas psicóticos - alterações de
sensopercepção, delírio, etc.
Questionou uso atual e prévio de drogas lícitas ou ilícitas
Questionou sobre antecedentes de doenças psiquiátricas
ou uso de medicações psiquiátricas
Questionou sobre internações psiquiátricas prévias

Questionou sobre antecedentes familiares de suicídio


Questionou sobre comorbidades, medicações de uso
contínuo e alergias
Questionou sobre funcionalidade atual: trabalho,
atividade social, estudo, etc.
Questionou com quem paciente mora e relacionamento
intradomiciliar
Questionou sobre rede de apoio e relacionamentos
pessoais
Pediu permissão para examinar a paciente e lavou as mãos

Questionou sobre sinais de automutilação

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Tarefa 02
Avaliou risco suicida como alto

Explicou a necessidade da presença da mãe na consulta


Explicou necessidade de internação em emergência
psiquiátrica
Orientou familiar sobre medidas de prevenção - vigilância
da paciente, esconder meios letais, etc.
Ofereceu acompanhamento médico e psicológico na UBS

Encaminhou paciente para serviço de psiquiatria

Questionou paciente e familiar sobre dúvidas

Debriefing
Estação de preventiva que cobrou um tema cada vez mais frequente nas
provas de residência médica: psiquiatria. E, dessa vez, foi abordada a
tentativa/planejamento de suicídio. Na estação, a paciente foi trazida
pela mãe por um “desânimo profundo” - o candidato deveria interagir
de forma empática com as atrizes (mãe e filha) e buscar entender melhor
a situação. A paciente se abriria apenas se o candidato solicitasse que a
mãe aguardasse do lado de fora da consulta. Depois disso, ao questionar
paciente sobre o motivo da consulta, ela deixaria clara sua angústia e sua
vontade de “acabar com esse sofrimento”. Apesar de o candidato também
dever investigar sintomas depressivos, o enfoque da estação era a ideação
suicida e o planejamento da paciente. Na primeira tarefa, deveria ser feito
todos os questionamentos sobre o plano suicida - incluindo acesso a meios
letais, estruturação do plano, data de execução e tentativas prévias - além
dos antecedentes psiquiátricos pessoais e familiares. Nesse momento,
também é essencial entender como são as relações da paciente, sua rede de
apoio e sua funcionalidade - dada a importância da articulação do cuidado

67
nesses pacientes. Ainda na tarefa 01, deveríamos solicitar o exame físico da
paciente- e especificar a busca por sinais de automutilação que estariam
presentes. Já na tarefa 02, o candidato deveria tomar as condutas frente
a uma paciente alto risco de suicídio - com plano suicida estruturado,
antecedente de depressão e de tentativas prévias. Aqui, era necessário
indicar internação psiquiátrica e encaminhá-la a um serviço de emergência
especializado. Nesse momento, a mãe deveria ser chamada para a consulta
e informada sobre a situação, além de ser orientada quanto aos cuidados
necessários com a filha. O candidato também deveria orientar que, em
um segundo momento, a paciente acompanhasse com equipe médica e
psicológica da unidade de saúde. Apesar de, na vida real, ser complexo
atender um paciente com planejamento suicida estruturado - na prova,
basta ter esse roteiro em mente, que você vai voar!

68
Genograma
Tema: Genograma
Caiu em: USP 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, uma cadeira, papel e caneta

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde e uma das
famílias que acompanha está enfrentando “problemas” - conforme relata a
agente comunitária de saúde responsável, durante a reunião de equipe. Para
entender melhor o contexto dessa família, você decide analisar o genograma
familiar.

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Tarefa 01:
Escreva o significado dos símbolos identificados pelas setas vermelhas de 1
a 6, apontadas no genograma.

Tarefa 02:
Cite duas regras básicas para a construção de um genograma.

Tarefa 03:
Você decide marcar uma consulta para a paciente Maria, esposa de José.
Durante o atendimento, percebe que a paciente está chorosa e com marcas
de violência física. Ao ser questionada, paciente relata sofrer violência
doméstica e diz que “não pode mais aceitar essa situação”. Indique uma
medida individual e uma coletiva para o caso de Maria.

Tarefa 04:
No dia seguinte, você atende a nora de Maria, Juliana de 23 anos. A paciente
se mostra traumatizada com o abortamento, dizendo nunca mais querer ter
filhos. Relata que queria fazer como sua mãe e “laquear” de uma vez - porém,
seu marido não pensa da mesma forma - ainda quer filhos. Identifique dois
fatores que impedem a contracepção definitiva de Juliana.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

70
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identificou relação conflituosa entre Maria e José

Identificou abortamento de Juliana


Identificou que o círculo indicava pessoas morando na
mesma casa
Identificou relação de proximidade entre Maria e Juliana

Identificou símbolo de divórcio

Identificou óbito da primogênita de Maria e José

Tarefa 02
Citou inclusão de no mínimo de 3 gerações, nome dos
membros da família, idade ou data de nascimento dos
membros da família, morte com data e causa, doenças ou
problemas significativos, data de casamento e divórcio,
membros em cronologia de idade, relações familiares e
elementos que vivem na mesma casa
Citou mais um dos acima

Tarefa 03
Encaminhamento de Maria para serviço especializado -
Centro de Referência da Mulher ou Centro de Defesa e
Convivência da Mulher
Notificação de violência doméstica para a vigilância
epidemiológica

71
Tarefa 04
Consentimento expresso do cônjuge

Idade acima de 25 anos ou pelo menos 2 filhos vivos

Debriefing
Genograma é um assunto que vem caindo cada vez mais nas provas de
residência médica, não só na parte teórica - mas também na prática,
como cobrou a USP SP em 2019. Lembrando que o genograma é uma
ferramenta muito utilizada na saúde da família e comunidade já que é uma
representação visual da interação familiar (de no mínimo três gerações!).
Ele permite avaliar como funciona a família e, assim, propor intervenções,
antecipar crises familiares a depender do ciclo de vida da família, etc – pode
apostar que é um instrumento muito valioso na abordagem familiar. Aqui,
foi cobrada a análise do genograma de uma família, para que o candidato
soubesse interpretar símbolos básicos de genograma e nas tarefas seguintes
propor intervenções e condutas. Ah, importante também ter noções básicas
da construção de um genograma — vai que cai numa próxima prova! Só pra
não esquecer, o ecomapa também é uma ferramenta gráfica importante
na ESF, mas analisa a relação da família com as instituições e membros da
comunidade. Fechou?! Bora pra próxima!

72
Hanseníase
Tema: Hanseníase
Caiu em: USP RP 2020 / UNESP 2019 / USP SP 2017

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente
Cenário: mesa, duas cadeiras, maca, álcool, algodão, agulha de insulina e
monofilamento 0,05 g

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde, em atendimento
de demanda espontânea, e recebe paciente Claúdia de 38 anos com queixa
de mancha em mão esquerda há 2 meses.

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-2-Forma-Tuberculoide-
lesao-de-pele-anestesicas-bem-delimitada-e-assimetrica_fig2_270506911

73
Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 02:
Demonstre o exame físico direcionado.

Tarefa 03:
Dê o diagnóstico e as condutas pertinentes ao caso.

Orientações
ao Ator:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionado diretamente
• Referir que notou lesão há cerca de 2 meses, tendo passado em diversos
atendimentos médicos e feito uso de pomadas, sem melhora da mancha
• Negar “piora” da lesão, referir que permaneceu igual desde que notou
seu aparecimento
• Negar prurido ou dor no local da mancha
• Referir que, uma vez, queimou-se cozinhando e só notou porque seu
esposo disse que sua mão estava encostando na tampa da panela quente
• Dizer que o local da lesão parece estar um pouco “anestesiado"
• Negar sensação de formigamento no membro superior, dor em trajeto
nervoso ou perda de força
• Negar outras manchas no corpo
• Referir que o seu irmão mais velho tratou hanseníase há 1 ano, mas que
não tinha contado direto com ele há 2 anos
• Referir que está desempregada, mas que mora com o marido e quatro
filhos
• Ao ser questionada, negar comorbidades, medicações de uso contínuo,
alergias e vícios
• Quando questionada sobre dúvidas, perguntar se a doença é contagiosa
e se poderia transmitir aos filhos

74
Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Ao finalizar a demonstração do exame físico, informar:
• Alteração da sensibilidade térmica e dolorosa, com preservação da
sensibilidade tátil
• Força motora grau 5 em todos os membros
• Ausência de espessamento de troncos nervosos
• Ausência de outras lesões dermatológicas

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)
Questionou progressão da lesão: aspecto, tamanho,
sintomas associados (prurido, dor, calor)
Questionou se o local da lesão está adormecido
Questionou se a paciente já se queimou ou se machucou
sem perceber
Questionou sobre sensação de formigamento ou queimação
no mão e/ou braço

75
Questionou sobre dor em trajeto de nervos

Questionou sobre perda de força nas mãos

Questionou sobre presença de outras lesões no corpo


Questionou se familiares, amigos ou colegas de trabalho
tem lesões semelhantes ou tem diagnóstico de hanseníase
Questionou sobre contactantes: com quem vive, trabalha,
estuda, etc.
Questionou sobre antecedentes pessoais: alergias,
comorbidades, vícios e medicações de uso contínuo

Tarefa 02
Lavou as mãos e pediu permissão para examinar a paciente
Realizou palpação de troncos nervosos periféricos - pelo
menos dois: nervo ulnar, radial, mediano, fibular comum
e tibial posterior
Realizou teste da sensibilidade térmica com algodão com
e sem álcool
Realizou teste da sensibilidade dolorosa com agulha de
insulina
Realizou teste de sensibilidade tátil com monofilamento
ou algodão
Avaliou força muscular

Tarefa 03
Deu o diagnóstico de Hanseníase Paucibacilar
Indicou o tratamento para Hanseníase Paucibacilar com
rifampicina e dapsona
Mencionou a duração do tratamento de 6 doses (cartelas)
supervisionadas em até 9 meses

76
Notificou para a vigilância epidemiológica
Convocou familiares e contactantes a comparecerem na
Unidade Básica de Saúde
Explicou que a transmissão ocorre por via respiratória

Debriefing
Não preciso dizer o quanto a Hanseníase é importante no nosso país, não
é? Uma doença endêmica que, no último ano, registrou o maior índice
relativo de casos no mundo – foram 26.875 casos novos de hanseníase no
Brasil (12,7%). Como não podia ser diferente, essa importância se reflete
nas provas – as bancas de residência médica não esquecem do tema! Nos
últimos anos, foi lembrada por grandes instituições de São Paulo, então,
muita atenção! É uma estação "bem preventiva". Você precisa avaliar o
paciente, fazer o exame físico neurológico direcionado e diante da hipótese
de hanseníase, tomar as medidas individuais e coletivas pertinentes. Não
podemos esquecer que é uma doença de notificação compulsória semanal e
que os contactantes dos últimos 5 anos devem ser investigados com exame
dermatoneurológico. Belezinha? Dividindo as condutas no plano individual
e coletivo, não tem erro! Bora pra mais uma?

77
Erro Médico

Tema: Erro Médico


Caiu em: USP SP R3 2019 / HIAE 2019

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: atriz para interagir diretamente
Cenário: mesa e duas cadeiras

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico responsável pela sala de trauma de um hospital secundário
e, durante o seu plantão noturno, recebe um motociclista, vítima de trauma
auto vs. moto. Terceiros relataram que paciente estava dirigindo alcoolizado
e colidiu com um carro, em alta velocidade. Você faz a avaliação primária do
trauma, sem alterações importantes - exceto por um rebaixamento do nível
de consciência (ECG 12) que você atribui à intoxicação. Você solicita os
exames de imagem pertinentes e volta ao conforto médico para descansar,
enquanto o paciente realiza os exames. Após algumas horas, é chamado pela
equipe de enfermagem por piora do nível de consciência desse paciente.
Dessa vez, o paciente não responde a nenhum tipo de estímulo, inclusive
doloroso, e não apresenta reflexos de tronco. Rapidamente, você checa
a TC de crânio e observa uma extensa hemorragia intraparenquimatosa.
Você solicita avaliação da equipe de neurocirurgia e é aberto protocolo
de morte encefálica e após dois testes, é confirmado óbito do paciente. A
assistente social entre em contato com as familiares que estão aguardando
a equipe médica no saguão.

78
Tarefa única:
Explique ao familiar o ocorrido.

Orientações
à Atriz:
• Imediatamente antes do candidato entrar na sala, caminhe de um lado
para o outro da sala, demonstrando nervosismo;
• Ao candidato entrar na sala, permaneça em pé e vá ao seu encontro,
ansiosa - e pergunte: “Está tudo bem com o meu Roberto? Ontem, ele
saiu para fazer entregas de delivery para ajudar nas contas da casa e não
voltou mais. Estava sentindo que algo de errado tinha acontecido! Foi
quando o hospital me ligou, ele caiu da moto né? Mas já tá tudo bem, né
Dr(a).?"
• Caso o candidato não solicite que você se sente, permaneça em pé. Caso
contrário, aceite e sente-se;
• Caso o candidato dê a notícia sem que esteja sentada, desmaie e
permaneça nesse estado por alguns segundos;
• Caso o candidato pergunte o que sabe sobre a condição do paciente,
diga que sabe que ele sofreu um acidente de moto e que estava fazendo
exames para ver se estava tudo bem;
• Quando o candidato der a notícia, chore copiosamente e diga que não
entende o que aconteceu - já que na ligação da assistente social, tinha
entendido que estava fora de perigo, já fazendo exames para voltar para
sua casa;
• Caso o candidato use palavras técnicas, pergunte o que significa e diga
que não está entendendo muito bem o que está acontecendo;
• Caso candidato não fale sobre o erro, seja questionadora e diga que
não consegue entender como de uma hora para outra ele estava fora de
perigo e depois, morto;
• Se o candidato insistir em não contar o erro, pergunte de forma raivosa,
chorando: “o que vocês fizeram com ele?”

79
• Caso o candidato não admita o erro e não seja acolhedor, deixe a cena,
de forma dramática;
• Se o paciente explicar o ocorrido de forma empática, fique em silêncio
e chore e, após, alguns segundo questione: “então, ele poderia estar vivo
agora se o senhor tivesse cuidado dele?”
• Caso o candidato ofereça, aceite um copo d’água e um lenço de papel;
• Seja reativo e questionador, caso candidato não seja acolhedor com o seu
sofrimento - enfatizando que a culpa do ocorrido é do médico;
• No fim, peça para levar o corpo para enterrar perto da família.

Orientações
ao Examinador:
• Não se comunicar com o candidato, seja de forma verbal ou não verbal
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa Única
Apresentou-se (nome e função)
Perguntou o nome do acompanhante e seu grau de
parentesco
Solicitou que o familiar se sentasse
Perguntou ao familiar o que ele sabe sobre a situação atual
do paciente

80
Deu a notícia do óbito de forma compreensível

Contou detalhadamente o que ocorreu


Demonstrou habilidade em contornar situações de tensão
(negação, raiva, etc.)
Abriu espaço para perguntas
Respeitou os momentos de silêncio e o fluxo de pensamento
do familiar
Admitiu o erro e disse que a culpa foi sua

Pediu desculpas
Explicou que não pode liberar o corpo do paciente, pois
terá que encaminhar ao IML

Debriefing
Estação que cobra do candidato habilidades de comunicação, consideradas
cada vez mais essenciais na atuação do médico. Não é a toa que tema foi
assunto de prova de R3 da Clínica Médica da USP SP em 2019 e do HIAE
em 2019 – o recado é: não dá para ser bom apenas no mundo teórico e a
nossa querida prova prática aparece aí pra isso!

O intuito da estação era que o candidato desse a notícia de um óbito e admitisse


que o paciente evoluiu de forma desfavorável por erro dele. Era obrigatório
admitir o erro para que a estação se desenrolasse de forma adequada, caso
contrário, a relação com a atriz se tornaria cada vez mais conflituosa e tensa.
Se o candidato assumisse o erro de forma empática e manejasse os momentos
de tensão e conflito, a estação ficava muito tranquila. A chave da questão
era comunicar o erro e pedir desculpas. Caso uma estação assim apareça
novamente, conte sobre o erro e maneje a situação (que é difícil!). Beleza,
moçada? Estação que é pra ser tranquila, hein!

81
Dengue

Tema: Dengue
Caiu em: SCMSP 2017 / HSL 2016 / UNICAMP 2015

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente
Cenário: mesa, duas cadeiras e placa com imagem da prova do laço

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de um pronto atendimento e recebe paciente Vinícius, 28
anos, com queixa de febre e dor de cabeça.

Tarefa 1:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 2:
Solicite e descreva dois passos do exame físico pertinentes.

Tarefa 3:
Dê as condutas pertinentes ao caso para o paciente.

82
Orientações
ao Ator:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionado diretamente
• Referir quadro de febre e dor de cabeça há 3 dias, dizer que não procurou
o serviço antes por achar que passaria sozinho
• Ao ser questionado, referir que apresenta dor importante em todo corpo
e que sua dor de cabeça migra para trás dos olhos
• Negar artralgia, exantema, náuseas, vômitos ou outros sintomas
associados
• Negar viagens recentes
• Referir que, no bairro onde mora, teve dois casos de dengue e que uma
senhora "ficou até internada”
• Referir que não notou a existência de possíveis focos de mosquitos
• Negar comorbidades, uso de medicações de uso contínuo, alergias e
vícios
• Ao receber o diagnóstico, questionar se terá que ficar internado
• Referir ter entendido as orientações e negar dúvidas ao ser questionado

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Ao ser solicitado exame físico:
• Geral: BEG, corado, hidratado, acianótico, anictérico, febril (TAX
38,0 C)
• ACV: BRNF em 2T sem sopros, FC 95 bpm, PA 120x80 mmHg

83
• AR: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios, FR 12 rpm, satO2
97%, em ar ambiente
• ABD: plano, flácido, RHA+, sem visceromegalias ou tumorações,
indolor à palpação superficial e profunda, normotimpânico
• EXT: sem edema, panturrilhas livres, pulsos amplos e simétricos,
perfusão periférica adequada
• Neuro: consciente e orientado em tempo e espaço, PIFR, sem déficits
focais, força muscular grau 5 nos quatro membros, sensibilidade
preservada
• Pele: ausência de petéquias ou outras lesões
• Ao ser solicitada pesquisa de hipotensão postural:
• PA ortostase: 110x75 mmHg
• PA decúbito: 120x80 mmHg
• Ao ser solicitada prova do laço:

Fonte: https://clinicamedicaepm.wordpress.com/2008/09/15/medico-
alagoano-inventa-uma-nova-ferramenta-para-o-diagnostico-da-dengue/

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

84
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)

Questionou sobre o tempo de febre


Questionou sintomas associados - pelo menos 3: mialgia,
exantema, náuseas, vômitos, dor retroorbitária, artralgia
e petéquias
Questionou sobre viagens a zonas endêmicas

Questionou sobre casos de dengue em região de moradia


Questionou sobre possibilidade de focos de Aedes aegypti
no domicílio: caixas d’água, vasos de planta, garrafas, etc.
Questionou sobre comorbidades e alergias

Lavou as mãos antes do exame físico

Tarefa 02
Pesquisou hipotensão postural: queda PAS ≥ 20 mmHg ou
PAD ≥ 10 mmHg
Indicou técnica correta: medir PA deitado e após 3 minutos
medir PA em pé
Indicou prova do laço corretamente: manter manguito
insuflado na média aritmética da PA por 5 minutos e
contar o número de petéquias em um quadrado de 2,5x2,5
cm
Identificou prova do laço negativa: < 20 petéquias

85
Tarefa 03
Classificou paciente como grupo A
Indicou hidratação domiciliar com 60mL/kg/dia via oral
(1/3 TRO)
Indicou dipirona ou paracetamol

Contraindicou AAS e AINES


Orientou sinais de alarme - pelo menos 3: hipotensão
postural ou lipotímia, vômitos incoercíveis, letargia, dor
abdominal importante, sangramento de mucosas
Orientou retorno após defervescência da febre ou se sinais
de alarme
Orientou cartão da dengue para acompanhamento

Notificou para vigilância epidemiológica


Indicou busca ativa de focos de dengue em domicílio e
vizinhança

Debriefing
Tema que adora cair na prova de preventiva! Doenças de notificação
compulsória que demandam ações no âmbito de saúde coletiva sempre
são uma boa pedida para as bancas de residência médica. E, não só isso, a
dengue é uma doença muito incidente no Brasil – em 2019, foram registrados
1.544.987 casos, um aumento de 488% em relação a 2018, com 782 óbitos.
Os números falam por si só: a dengue continua sendo muito importante
no contexto de saúde brasileiro – então, o candidato deve saber reconhecer
e conduzir um caso suspeito de dengue. Aqui, temos um paciente hígido
e jovem com suspeita de dengue – nossa tarefa era atender o paciente,
realizar o exame físico pertinentes, fazer a classificação de risco e conduzir

86
o caso, de acordo com o grupo do paciente. Não esquecendo da notificação
compulsória e das ações coletivas desencadeadas pela suspeita da dengue,
como a busca de focos de Aedes aegypti na comunidade. Fechou? Ah, para
a prova prática é obrigatório saber simular a prova do laço! É um passo
obrigatório no exame físico do paciente com dengue e essencial para fazer
uma classificação de risco adequada, então, não esqueçam! Até a próxima!

87
Prevenção de IST'S
Tema: Prevenção de IST'S

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: atriz para interagir diretamente
Cenário: mesa e duas cadeiras

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde do centro de
São Paulo. A próxima paciente de sua agenda é Carla, 21 anos, profissional
do sexo, que retorna com um teste rápido para HIV negativo após 40 dias
do término de profilaxia pós exposição para HIV - indicada após uma
exposição sexual de risco.

Tarefa Única:
Realize aconselhamento da paciente para prevenção de IST’s.

Orientações
à Atriz:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionada diretamente
• Ao chegar à consulta, relatar que teve que fazer uso das medicações para
"não pegar" HIV, após relação com um cliente que se recusou a fazer uso
de preservativo

88
• Dizer estar aliviada que o teste para HIV veio negativo
• Dizer que está preocupada em pegar essas doenças que passam pelo sexo,
mas que, neste momento, não consegue abandonar sua profissão
• Relatar que tenta fazer uso de camisinha em todas as relações, mas que,
às vezes, os clientes se negam a usar - dizendo “ser apertado”
• Quando oferecido, demonstrar interesse na possibilidade de usar
preservativo feminino
• Quando questionado, dizer que não tem carteira vacinal - aceitar
atualizar o calendário (hepatite B)
• Ao ser questionada, dizer que nunca testou ou tratou nenhuma doença
sexualmente transmissível
• Concordar com a testagem para HCV, HBV, sífilis e pesquisa para
gonorreia e clamídia
• Mostrar-se interessada na possibilidade do uso de PrEP e dizer entender
que teria de usar a medicação todos os dias e acompanhar na UBS
• Após oferecida a PrEP, questionar se estaria protegida “dessas doenças”
• Negar dúvidas ao fim da consulta e se comprometer em retornar em 30
dias

Orientações
ao Examinador:
• Não se comunicar com candidato, seja de forma verbal ou não verbal
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

89
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa Única
Abordou paciente de forma empática e livre de julgamentos

Orientou método de barreira e gel lubrificante

Indicou camisinha feminina

Indicou vacina para hepatite B


Indicou testagem para HBV, HCV, sífilis e pesquisa de
Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae (urina
ou secreção vaginal)
Realizou decisão compartilhada sobre Profilaxia Pré
Exposição para HIV (PrEP)
Indicou tenofovir e entricitabina

Explicou sobre necessidade do uso diário da medicação


Explicou que a proteção ocorre após 7 dias de uso para
sexo anal e 20 dias para sexo vaginal
Explicou que a PrEP não protege contra outras IST’s
Solicitou AST/ALT, clearance de creatinina, creatinina
sérica, ureia sérica e proteinúria em amostra isolada
Agendou retorno em 30 dias
Orientou necessidade de acompanhamento e testagem
regulares para HIV e outras IST’s

90
Debriefing
Quando falamos em prova de residência médica, infecções sexualmente
transmissíveis (IST's) é um tema certo – e, na prova prática, não é diferente!
Em geral, a abordagem cobrada foca no diagnóstico e tratamento dessas
infecções, mas essa estação decidiu "inovar" e abordar a prevenção às IST's.
Aqui, temos uma paciente, profissional do sexo, que busca aconselhamento
para se prevenir de IST's e o papel do candidato era orientar vacinação,
preservativo, testagens regulares e avaliar a possibilidade de início de
PrEP. Como paciente pertencente a grupo chave com antecedente de usos
recorrentes de PEP e HIV negativa, estaria indicado oferecer essa profilaxia.
Assim, cobrava-se conceitos sobre a PrEP que deveriam ser explicados em
linguagem acessível para a paciente. Muito boa estação para relembrar o
foco da nossa atuação nas IST's: a prevenção.

91
Tabagismo

Tema: Tabagismo
Caiu em: UFES 2018

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente
Cenário: mesa e duas cadeiras

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde e o próximo
paciente da sua agenda é Carlos, 54 anos, esposo de Paula. Paciente, tabagista
há muitos anos, veio à consulta por insistência da família em cessar o vício.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial direcionado à demanda do paciente.

Tarefa 02:
Indique a fase de motivação em que o paciente se encontra.

Tarefa 03:
Dê as orientações e condutas pertinentes ao caso.

92
Orientações
ao Ator:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionado diretamente
• Referir que marcou a consulta porque, com o nascimento da sua neta,
sente que chegou a hora de parar de fumar
• Referir que fuma 1,5 maço por dia há mais de 30 anos
• Contar que já tentou parar de fumar, duas vezes, mas que ficava muito
nervoso e ansioso e só podia pensar em fumar e acabou cedendo ao vício
• Referir que fuma logo ao levantar, junto com um cafézinho preto que
sua esposa já deixa pronto
• Referir que quando tentou parar de fumar, o cigarro mais difícil de
abandonar era o primeiro da manhã
• Referir que sempre odiou ir ao cinema porque não podia fumar
• Referir que fuma mais nas primeiras horas do dia
• Referir que fuma mesmo doente e que Paula não consegue acreditar.
Relatar que costumava dizer a ela: “estou doente e não morto”
• Referir que quer parar de fumar e que, pela primeira vez, está fazendo
não só pela família, mas também por si - dizer que sente que conseguirá
com a ajuda do candidato
• Definir data de cessação do tabagismo para duas semanas da consulta,
no dia do seu aniversário
• Mostrar-se comprometido com a decisão de parar de fumar e aceitar o
uso de medicamentos e de terapia cognitivo-comportamental
• Concordar em participar do grupo de tabagismo
• Ao candidato questionar sobre dúvidas, perguntar se parar de fumar
engorda
• Negar ter outras dúvidas e dizer compreender as orientações propostas
• Se despedir: “até o mês que vem, Dr(a).!”

93
Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não se comunicar com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)

Questionou o que trouxe o paciente à consulta

Realizou reforço positivo por buscar ajuda


Reforçou os malefícios do tabagismo - pelo menos dois:
neoplasia, DPOC, IAM, AVE, aneurisma de aorta, doença
arterial periférica, doença ulcerosa péptica
Questionou duração e carga tabágica
Questionou se paciente já tentou parar de fumar e motivo
da recaída
Reforçou que é normal ter recaídas no processo
Questionou quanto tempo demora para fumar quando
acorda

94
Questionou qual seria o cigarro mais difícil de abandonar

Questionou se é difícil não fumar em locais proibidos

Questionou se paciente fuma mais no período da manhã

Questionou se paciente fuma mesmo doente

Avaliou se paciente quer cessar o hábito

Tarefa 02
Indicou que paciente está na fase de preparação

Tarefa 03
Marcou data para interromper o tabagismo
Explicou os sintomas de abstinência - pelo menos dois:
irritabilidade, dificuldade de concentração, ansiedade,
grande desejo de fumar
Orientou mudanças comportamentais - evitar acesso ao
cigarro, isqueiro, cinzeiro, acompanhantes (café, álcool)
Indicou terapia farmacológica: nicotina (adesivo ou goma
de mascar) ou bupropiona
Indicou terapia cognitivo comportamental

Orientou paciente a frequentar grupo de tabagismo


Explicou que cessar o tabagismo não engorda, mas pode
aumentar o paladar
Agendou retorno em 1 mês

95
Debriefing
O tabaco é a principal causa de mortes evitáveis no mundo. Não preciso
dizer o quanto esse tema é importante e que auxiliar o paciente de forma
adequada no processo de cessação do tabagismo é essencial. E foi exatamente
isso que a nossa estação cobrou: abordagem ao paciente tabagista que
quer cessar o vício. Aqui, temos um paciente com alta carga tabágica com
tentativas prévias de cessar o tabagismo que procura a UBS com desejo de
parar de fumar. Nossa missão era entender a dependência do paciente para
avaliar a melhor abordagem, para isso, podemos usar o teste de Fagerström
– que mede o grau de dependência do paciente à nicotina e norteia o uso
de medidas farmacológica no processo. Claro que não era obrigatório saber
a pontuação do paciente, mas ter noções do que indica maior grau de
dependência era importante. Como o paciente apresentava grau elevado
de dependência, a conduta deveria incluir medidas comportamentais,
farmacológicas, além da terapia cognitivo comportamental. Fechou? Tema
importante e sem grandes dificuldades.

96
Isolamento e
Paramentação
Tema: Isolamento e Paramentação
Caiu em: UNESP 2018

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: apenas examinador
Cenário: mesa, cadeira, papel, caneta, luva de procedimento, luva estéril,
touca, avental, máscara cirúrgica, máscara N95, óculos e álcool em gel

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o pediatra de plantão de uma enfermaria e irá avaliar uma paciente,
4 anos, diagnosticada com varicela.

Tarefa 01:
Considerando a presença de antecâmara, simule a paramentação e
desparamentação, conforme o tipo de isolamento recomendado para a
paciente.

Tarefa 02:
Indique outras duas doenças que necessitem de precaução para aerossóis e
duas para contato.

97
Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não se comunicar com o candidato, seja de forma verbal ou não verbal

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Fora do quarto: higienizou as mãos
Fora do quarto: colocou máscara N95, óculos e touca (na
ordem)
Na antecâmara: higienizou as mãos

Na antecâmara: vestiu o avental

Dentro do quarto: higienizou as mãos

Dentro do quarto: calçou as luvas de procedimento

Dentro do quarto: retirou as luvas de procedimento

Dentro do quarto: higienizou as mãos

Na antecâmara: retirou o avental

98
Na antecâmara: higienizou as mãos
Fora do quarto: retirou gorro, óculos e máscara N95 (em
ordem)
Fora do quarto: higienizou as mãos

Tarefa 02
Sobre precaução de contato, citou dois dos: hepatite
A, escabiose, infecção por vírus sincicial respiratório
(bronquiolite), diarreia aguda, pediculose, colonização
por micro-organismos multirresistentes
Sobre precaução respiratória, citou dois dos: tuberculose
pulmonar, tuberculose laríngea e sarampo

Debriefing
Tenho certeza que depois da pandemia de SARS CoV2, você cansou de
ouvir falar de isolamento e paramentação! Difícil esquecer, não é? Quem
sabe as bancas também vão lembrar desse tema! Aqui, temos o caso de
uma paciente com varicela e a sua primeira tarefa é se paramentar e se
desparamentar, conforme a precaução recomendada para a doença:
aerossóis e contato. Questão tranquila, mas que o dia a dia em que nem
sempre temos disponíveis os EPI's corretos pode gerar confusão. A segunda
tarefa era indicar outras doenças que necessitem de isolamento de contato
e de aerossol! Belezinha? Seguimos então!

99
Estratégia de
Saúde da Família
e Gestão de UBS

Tema: Estratégia de Saúde da Família e Gestão de UBS


Caiu em: CERMAM 2019 / UNICAMP 2017

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente
Cenário: mesa e duas cadeiras

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é médico cotado para ocupar um cargo de decisão na Secretaria
Municipal de Saúde de um município de 6 mil habitantes. O recém eleito
prefeito da cidade te convocou para uma reunião para discutir a organização
do sistema de saúde municipal.

Tarefa Única:
Responda aos questionamentos do prefeito.

100
Orientações
ao Ator:
• Ao candidato entrar na sala, cumprimente-o: “Dr(a)., que bom vê-lo!
Temos muito a conversar”
• Diga que tem uma série de questionamentos sobre a organização do
sistema de saúde municipal e que espera que ele(a) consiga ajudar
• Assim que o candidato terminar de responder uma de suas perguntas, já
faça a próxima:
• Quantas equipes de estratégia de saúde da família temos que organizar
na nossa cidade?
• Quais são os membros obrigatórios na equipe?
• Além dos membros obrigatórios, há outros profissionais que podem
compor a equipe?
• Quantos ACS devem ter na equipe?
• Quantas horas semanais a equipe deve trabalhar?
• Quais são as portas de entrada do SUS?
• Qual a atribuição do município dentro do SUS?
• Quanto o município deve investir em saúde?
• Em que blocos esse dinheiro deve ser utilizado?
• Estamos com dificuldade de atrair os médicos para nosso município,
você tem alguma sugestão de medidas para tornar a nossa cidade
mais procurada?
• Ao finalizar as perguntas, agradeça ao candidato pelas respostas

Orientações
ao Examinador:
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não se comunicar com o candidato

101
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa única
Se apresentou e cumprimentou o prefeito
Indicou pelo menos 2 equipes de estratégia de saúde da
família (2000-3500 pessoas/equipe)
Indicou que a equipe deve ser composta de no mínimo:
médico, enfermeiro, auxiliar ou técnico de enfermagem e
agentes comunitários de saúde
Indicou cirurgião-dentista e auxiliar e/ou técnico em
Saúde Bucal podem compor a equipe
Explicou que deve ter pelo menos um agente comunitário
de saúde para cada 750 pessoas
Citou que a carga horária dos membros da equipe é de
40h/semanais
Indicou as porta de entrada do SUS - pelo menos duas:
atenção primária, urgência e emergência, atenção
psicossocial e especiais de acesso aberto
Explicou que o município é responsável pela execução das
ações e serviços de saúde no âmbito do seu território
Indicou que o investimento do município deve ser de pelo
menos 15% de sua receita
Explicou que o dinheiro é gasto em dois blocos: (I) custeio
dos gastos em saúde e (II) investimentos em saúde

102
Indicou como possibilidade de atrativos aos profissionais -
pelo menos dois: carreira médica de estado, organização de
residência médica, contratação temporária de profissionais,
realização concurso público, estabelecimento de vínculo
com universidade
Agiu de maneira cordial e respondeu de maneira clara às
perguntas

Debriefing
Mais uma estação preventiva "raiz", cobrando conceitos puramente teóricos
em forma de prova oral. Aqui, os assuntos da vez eram conceitos básicos de
Estratégia de Saúde da Família e do papel do município na saúde. A prova
prática apareceu como extensão da prova teórica e, para não comer bola,
os conceitos de preventivas tem que estar bem consolidados. Na estação,
o candidato interagia com o prefeito de uma pequena cidade e tinha que
responder "na lata" as perguntas do ator sobre temas teóricos de preventiva.
Se o assunto não estivesse em mente, a estação poderia trazer dificuldades!
Então, revisem temas importantes da preventiva para as provas práticas,
mesmo que sejam conceitos teóricos! Belezinha, moçada?

103
Princípios do SUS

Tema: Princípios do SUS


Caiu em: UNESP 2016

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa e cadeira

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico que representa a delegação brasileira em um congresso
internacional de saúde coletiva. Em uma das mesas de discussão sobre
sistemas de saúde, você é chamado para falar sobre o Sistema Único de
Saúde (SUS) do Brasil.

Tarefa 01:
Explique os princípios ético-doutrinários do SUS.

Tarefa 02:
Explique como funciona a participação social no SUS.

104
Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não se comunicar com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou corretamente os princípios: universalidade,
integralidade e equidade
Explicou universalidade - saúde como um direito de de
todas as pessoas e dever do Estado
Explicou integralidade - ações abordando pessoa como
um todo, englobando a promoção da saúde, a prevenção
de doenças, o tratamento e a reabilitação
Explicou equidade - tratar desigualmente os desiguais,
com intuito de diminuir as disparidades

Tarefa 02
Citou como formas de participação social: Conferências
de Saúde e Conselhos de Saúde
Indicou que a participação dos usuários deve ser paritário
em relação aos demais segmentos (profissionais da saúde,
prestadores de serviço e representantes do governo)

105
Explicou que os Conselhos de Saúde tem caráter
permanente e deliberativo
Explicou que os Conselhos de Saúde atuam em reuniões
mensais
Explicou que os Conselhos de Saúde atuam na fiscalização
da execução das políticas de saúde e dos gastos em saúde
Explicou que as Conferências de Saúde ocorrem a cada 4
anos
Explicou que as Conferências de Saúde tem caráter
consultivo e propõe diretrizes para políticas de saúde

Debriefing
Estação preventiva "raiz", cobrando um tema que aparece exaustivamente
na prova teórica: Sistema Único de Saúde – e que pode muito bem a
aparecer em prova prática, como na . Aqui, o candidato tinha que explicar
alguns conceitos sobre os princípios ético-doutrinários do SUS e sobre
participação social, praticamente, uma prova oral "disfarçada". Se o assunto
estivesse em mente, a estação desenrolaria sem muitas dificuldades – então,
não esqueçam de temas importantes da preventiva, mesmo que sejam
conceitos teóricos! Beleza? Em frente!

106
Rastreio
Polineuropatia
Distal no Diabetes

Tema: Rastreio Polineuropatia Distal no Diabetes

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: ator para examinar
Cenário: maca, diapasão 128 Hz, monofilamentos, martelo (exame
neurológico), palito, algodão e álcool

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família da uma Unidade Básica de Saúde. O próximo
paciente da sua agenda é o Sr. Antônio, 62 anos, hipertenso e diabético há
17 anos que vem para sua consulta de rotina.

Tarefa Única:
Realize o exame físico direcionado para rastreio de polineuropatia distal
simétrica no diabético e dê as orientações pertinentes.

107
Orientações
ao Ator:
• Dar permissão ao exame físico e retirar os calçados e meias quando
solicitado
• Negar qualquer alteração de sensibilidade ao exame
• Caso questionado, negar queixas no momento da consulta
• Relatar ter compreendido as orientações recomendadas e agendar
retorno
• Ao ser questionado, negar dúvidas

Orientações
ao Examinador:
• Não se comunicar com o candidato
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a
anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa Única
Apresentou-se (nome e função) e explicou o exame ao
paciente

108
Lavou as mãos e pediu permissão ao exame
Separou os materiais: diapasão 128 Hz, monofilamento
10g, martelo, palito, algodão e álcool
Solicitou que o paciente tirasse os sapatos e as meias
Realizou a inspeção dos pés (interdígitos e planta):
calosidade, deformidades ósseas, rachaduras, fissuras
úlceras, anormalidades ungueais e cutâneas
Palpou pulsos: pedioso, tibial posterior e poplíteo
Testou sensibilidade tátil com monofilamento 10g no
hálux, 1°, 3° e 5° metatarso
Testou sensibilidade vibratória em região dorsal da
falange distal do hálux bilateralmente (maléolo lateral
como alternativa)
Testou sensibilidade térmica com algodão com e sem
álcool no dorso do pé
Testou sensibilidade dolorosa com palito em dorso do pé
e região pré tibial
Testou reflexo aquileu

Indicou novo exame de rastreio em um ano


Orientou medidas de autocuidado dos pés - pelo menos
4: cortar as unhas de forma reta, não retirar calos, usar
hidratantes, usar meias e calçados apropriados, secar bem
os pés e interdígitos, testar temperatura da água no banho,
inspecionar regularmente os pés

109
Debriefing
Uma das principais complicações do diabetes mellitus mal controlada é
a polineuropatia distal, sendo estimada em mais de 1/3 dos diabéticos,
sendo importante fator associado à morbimortalidade desses pacientes.
Por isso, o rastreio do famoso "pé diabético" não pode faltar na consulta de
rotina do paciente com diabetes mellitus. Aqui, foi cobrado o exame físico
direcionado do pé do paciente diabético, em busca de sinais de neuropatia
periférica. Não podemos esquecer que, na presença de um ator, devemos agir
de forma cordial e pedir permissão ao exame. Os materiais necessários para
o procedimento só seriam entregues, se solicitado – muita atenção! Depois
disso só fazer o exame completo dos pés, avaliando a parte neurológica e
vascular – não esquecendo de testar todos os tipos de sensibilidade, pulsos
e reflexos, além de deformidades ósseas e alterações dermatológicas. Como
paciente apresentava o exame normal, bastava orientar novo rastreio em
um ano e medidas de autocuidado. Tranquilidade! Essa aqui não pode errar,
pessoal.

110
Tuberculose
Pulmonar
Tema: Tuberculose Pulmonar
Caiu em: UFPR 2015

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente e examinador
Cenário: mesa, duas cadeiras, placas com radiografia de tórax, descrição
do exame físico e resultado de TRM-TB e baciloscopia

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde, em atendimento
de demanda espontânea, e recebe paciente Antônio de 42 anos - trazido
pela agente comunitária de saúde para ser atendido. Paciente, em situação
de rua, apresenta queixa de tosse e febre.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 02:
Cite a hipótese diagnóstica provável e solicite os exames pertinentes ao
caso.

111
Tarefa 03:
Após resultados dos exames, paciente volta à UBS, novamente trazido pela
ACS, dê o diagnóstico e as condutas ao paciente.

Orientações
ao Ator:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionado diretamente
• Referir que sente febre interna há mais de 1 mês, mas que nunca tinha
medido antes da visita da ACS à ocupação onde mora, que deu uma
temperatura de 38,0ºC. Dizer que a febre aparece mais de tarde, sem
calafrios e nunca fez nada que melhorasse
• Referir que tem tosse há muito tempo - uns dois meses - com catarro e,
às vezes, com um pouco de sangue; uma "tosse que fica e não vai embora
por nada”
• Referir que não tem tido fome e acha que está mais magro porque as
roupas "andam caindo"
• Referir que acorda muito suado, todas as noites
• Negar tratamento prévio para tuberculose
• Ao ser questionado, negar comorbidades, medicações de uso contínuo e
alergias e dizer que fuma cigarro e bebe, às vezes
• Referir que mora na rua há mais de 20 anos e que agora conseguiu um
espaço em uma ocupação, que apesar de ser muita gente é bom no tempo
de frio
• Referir que um dos seus amigos teve tuberculose e não tratou direito,
mas que não tem mais visto ele
• Dizer que convive com muita gente na ocupação, mas que não tem
muitos amigos próximos - já que é novo no local
• Dar permissão ao exame físico
• Após ser informado da hipótese de tuberculose pulmonar, questionar
como “pegou” a doença
• Confirmar ter entendido sobre a necessidade dos exames e concordar
com retorno

112
• Questionar se precisa tomar o remédio todos os dias
• Referir ter entendido sobre a necessidade de tratamento e
acompanhamento
• Concordar com a realização dos exames indicados pelo médico
• Ao final da consulta, agradecer e se despedir do candidato

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Ao solicitar o exame físico, mostrar a seguinte placa:
• Geral: REG, descorado 2+/4+, hidratado, acianótico, anictérico, febril
(TAX 38,0 C), emagrecido
• ACV: BRNF em 2T sem sopros, FC 102 bpm, PA 110x70 mmHg
• AR: MV+ bilateralmente com sopro anfórico em ápice e terço médio
esquerdo, sem outros ruídos adventícios, sem sinais de desconforto
respiratório, FR 14 rpm, satO2 94%, em ar ambiente
• ABD: plano, flácido, RHA+, sem visceromegalias ou tumorações,
indolor à palpação superficial e profunda, normotimpânico
• EXT: sem edema, panturrilhas livres, pulsos amplos e simétricos,
perfusão periférica adequada
• Neuro: consciente e orientado em tempo e espaço, PIFR, sem déficits
focais, força muscular grau 5 nos quatro membros, sensibilidade
preservada
• Na terceira tarefa, ao solicitar TRM-TB ou baciloscopia mostrar a seguinte
placa:
• TRM-TB: Mycobacterium tuberculosis detectado e resistência à
Rifampicina não detectado
• Baciloscopia: presença de mais de 10 BAAR por campo, nos primeiros
20 campos — positivo

113
• Ao solicitar a radiografia de tórax, mostrar a seguinte imagem:

Fonte: www.rb.org.br/imagens/v48n5a04-fig05.jpg

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)
Questionou característica da febre — pelo menos dois:
duração, temperatura, acompanhantes (calafrios e
sudorese), período do dia e fatores de melhora
Questionou características da tosse — pelo menos três:
duração, presença de secreção, hemoptise, intensidade e
fatores de melhora ou piora
Questionou sobre perda de peso e anorexia

Questionou sobre sudorese noturna

114
Questionou sobre tuberculose prévia
Questionou sobre antecedentes pessoais: alergias,
comorbidades, vícios e medicações de uso contínuo
Questionou sobre condições de moradia
Questionou se conhece alguém que tem ou teve diagnóstico
de tuberculose
Questionou sobre contactantes: com quem vive, trabalha,
etc.
Lavou as mãos e pediu permissão para examinar o paciente

Tarefa 02
Explicou a hipótese de tuberculose pulmonar
Indicou duas coleta de escarro - na ocasião e na manhã
seguinte (ao despertar)
Indicou TRM-TB (ou BAAR - se TRM indisponível) e
cultura com teste de sensibilidade
Solicitou radiografia de tórax

Explicou que a transmissão ocorre por via respiratória

Marcou retorno para checar resultado

Tarefa 03
Deu o diagnóstico de tuberculose pulmonar sem resistência
à rifampicina detectada
Indicou o tratamento diretamente observado com
esquema RIPE
Mencionou a duração do tratamento de 6 meses: 2 meses
RIPE e 4 meses
Solicitou teste diagnóstico para HIV, glicemia, função
hepática e renal

115
Mencionou necessidade de acompanhamento com
baciloscopia mensal de controle
Notificou para a vigilância epidemiológica
Convocou contactantes a comparecerem na Unidade
Básica de Saúde (ou indicou busca ativa)

Debriefing
Toda doença de importância em saúde pública é sempre uma boa pedida
para a prova de preventiva! E não preciso dizer o quanto a tuberculose
é importante no Brasil, não é mesmo? Uma doença que mantém alta
incidência, com mais de 72 mil novos infectados no último ano. Então, muita
atenção aqui! A chave dessa estação era reconhecer um caso suspeito de
tuberculose pulmonar e conduzir o paciente do ponto de vista diagnóstico e
terapêutico. E quando pensamos nas condutas para esse paciente, é essencial
ter em mente tanto uma abordagem individual quanto coletiva – incluindo
investigação de contactantes, busca ativa de novos casos e notificação para
a vigilância epidemiológica. Com essa abordagem "preventiva", ficava sussa
mandar bem nessa estação! Fechou, moçada?

116
Investigação
Tuberculose Latente

Tema: Investigação Tuberculose Latente

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente e examinador
Cenário: mesa, duas cadeiras, placas com descrição do exame físico,
resultado do PPD e radiografía de tórax

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde e atenderá
a paciente Silvana, 63 anos, contactante de paciente com tuberculose
pulmonar bacilífera.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial e solicite os exames que julgar necessário.

Tarefa 02:
Paciente retorna para leitura do PPD, avalie o resultado e dê as condutas e
orientações pertinentes à paciente.

117
Orientações
à Atriz:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionada diretamente
• Negar sintomas, incluindo: tosse, febre, perda de peso e sudorese noturna
• Negar tratamento prévio para tuberculose
• Referir diabetes em tratamento regular e negar outras comorbidades,
alergias ou vícios
• Dar permissão ao exame físico
• Confirmar ter entendido sobre a necessidade dos exames e concordar
com retorno
• Referir ter entendido sobre a necessidade de tratamento e
acompanhamento
• Ao final da consulta, agradecer e se despedir do candidato

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Ao solicitar o exame físico, mostrar a seguinte placa:
• Geral: BEG, corada, hidratada, acianótica, anictérica e afebril
• ACV: BRNF em 2T sem sopros, FC 73 bpm, PA 120x70 mmHg
• AR: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios, sem sinais de
desconforto respiratório, FR 13 rpm, satO2 98%, em ar ambiente
• ABD: plano, flácido, RHA+, sem visceromegalias ou tumorações,
indolor à palpação superficial e profunda, normotimpânico
• EXT: sem edema, panturrilhas livres, pulsos amplos e simétricos,
perfusão periférica adequada

118
• Neuro: consciente e orientado em tempo e espaço, PIFR, sem déficits
focais, força muscular grau 5 nos quatro membros, sensibilidade
preservada

• Na solicitar segunda tarefa, mostrar a placa do exame de PPD da paciente

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9
GcSvKeC39ZL4ReZ-x1K8liPWCbc-s8d6YxLhxA&usqp=CAU

• Ao solicitar a radiografia de tórax, mostrar a seguinte imagem:

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcR_
AYktzak93DBThnHUzXnEIO-_P7B8oBkghg&usqp=CAU

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

119
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)

Questionou sobre febre

Questionou sobre tosse

Questionou sobre perda de peso e anorexia

Questionou sobre sudorese noturna

Questionou sobre tuberculose prévia


Questionou sobre antecedentes pessoais: alergias,
comorbidades, vícios e medicações de uso contínuo
Lavou as mãos e pediu permissão para examinar o paciente

Solicitou prova tuberculínica e retorno 72h após aplicação

Tarefa 02
Realizou a leitura correta da prova tuberculínica (> 5 mm)

Solicitou radiografia de tórax

Identificou radiografia de tórax sem alterações

Indicou tratamento para tuberculose latente

Indicou rifampicina por paciente ter mais de 50 anos

120
Indicou 120 doses de rifampicina, com duração ideal de 4
meses
Explicou que medicação deve ser administrada em tomada
única em jejum
Orientou que urina e líquidos corpóreos podem ficar
ajaranjados
Orientou buscar serviço de saúde se efeitos adversos ou
sintomas sugestivos de tuberculose
Marcou retorno em 1 mês para acompanhamento

Debriefing
Quando atendemos um paciente com tuberculose bacilífera, é obrigatório
realizar a investigação dos contactantes para avaliar a possibilidade, não só de
tuberculose doença, como também da infecção latente pelo Mycobacterium
tuberculosis. Essa estação cobrou exatamente isso: como conduzir o caso de
um contactante de tuberculose. Lembrando que o primeiro passo é excluir
a possibilidade de ele também estar doente - por meio da história clínica,
exame físico e radiografia de tórax - e após avaliar possibilidade de infecção
latente, solicitando um PPD. Caso o teste tuberculínico seja maior que 5
mm ou haja uma viragem superior a 10 mm, está indicado o tratamento
para infecção latente - podendo ser feito com isoniazida ou rifampicina
(preferencial em menores de 10 anos, maiores de 50, hepatopatas e contato
com resistente à isoniazida). Belezinha, moçada? Vamos em frente!

121
Acidente Escorpiônico

Tema: Acidente Escorpiônico


Caiu em: USP RP 2020 / USP SP 2020

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, papel e caneta

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de uma Unidade de Pronto Atendimento da cidade
de Guarulhos e recebe uma crianças de 4 anos com relato de picada por
escorpião. A família conta que a criança estava brincando em um tanque
de areia próximo à casa, quando começou a chorar, dizendo ter sido picada
pelo “bicho”, após, ela evolui com sudorese profusa, vômitos incoercíveis
e sonolência. Na admissão, paciente em regular estado geral, agitado,
sialorreico e sudoreico, com lesão hiperemiada em membro superior direito
- compatível com picada por escorpião. Estável hemodinamicamente,
taquicárdico, taquipneico com abdome e extremidades sem alterações.

Tarefa 01:
Dê as condutas pertinentes ao caso.

Tarefa 02:
Escreva duas complicações que podem ocorrer em acidentes escorpiônicos.

122
Orientações
ao Examinador:
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou internação hospitalar por ser um acidente grave

Solicitou monitorização contínua de sinais vitais

Indicou lavagem do local do acidente com água e sabão

Indicou realização de compressa morna no local da picada


Indicou infiltração de lidocaína a 2% sem vasoconstritor
no local da picada
Indicou analgesia simples — dipirona sódica 10mg/kg
6/6h
Indicou soro antiescorpiônico endovenoso

Citou 4 a 6 ampolas de soro antiescorpiônico

Realizou notificação imediata para vigilância epidemiológica

123
Tarefa 02
Indicou uma das complicações: edema agudo de pulmão,
insuficiência cardíaca, coma, choque, convulsão e bloqueio
atrioventricular total
Indicou mais uma das acima

Debriefing
Tema quente das provas de 2020! Tanto a USP SP como a USP RP cobraram
acidente escorpiônico na sua prova prática, então, muita atenção hein,
moçada. Lembrem que toda doença de notificação compulsória pode ser
lembrada na prova de preventiva, então, acidentes com animais peçonhentos
deve estar nessa listinha. Aqui, a estação cobrou a condução de um acidente
escorpiônico, contemplando tanto medidas individuais como coletivas.
Não pode comer bola e esquecer de notificar, hein! Estação tranquila se
você domina o tema, mas pode assustar muitos candidatos, então, essa é a
hora de aproveitar e se destacar. Bora pra próxima?

124
Acidente Botrópico

Tema: Acidente Botrópico

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, imagem da cobra, imagem da perna do paciente,
papel e caneta

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de uma Unidade de Pronto Atendimento do interior de
São Paulo e recebe o paciente Pedro de 25 anos, trabalhador rural, após
ter sido picado por uma serpente há 1 hora. Paciente relata dor e edema
importante, além de bolhas, no local do acidente (foto 01), acompanhado
de sangramento gengival e urina avermelhada. O paciente conseguiu matar
a serpente e a trouxe para que você pudesse avaliar a cobra responsável
pelo acidente (foto 02). Além disso, paciente refere não ter comorbidades,
alergias ou vícios e não tem carteira vacinal disponível.

Tarefa 01:
Diante do tipo de acidente ofídico, indique as condutas pertinentes ao
paciente.

Tarefa 02:
Escreva uma complicação local e uma sistêmica desse tipo de acidente.

125
Foto 01

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/
images?q=tbn%3AANd9GcTjLz22ulSBT0EIgO0jmM4SeVDvJtzJN9pEWw&usqp=CAU

Foto 02

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/
images?q=tbn%3AANd9GcRZwqaXvavLMYRCyZkJxbMHTlq8JSgJqr1zUA&usqp=CAU

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer foto 01 e 02, juntamente ao caso clínico
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

126
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou lavagem do membro com soro fisiológico e solução
antisséptica
Indicou manter membro elevado e estendido

Prescreveu analgesia simples ou tramadol

Prescreveu hidratação venosa


Indicou necessidade de soro antibotrópico ou antibotrópico-
laquético endovenoso
Indicou 12 ampolas de soro endovenoso

Indicou necessidade de profilaxia antitetânica


Indicou profilaxia correta: 3 doses de dT (1 no momento
do atendimento) e soro antitetânico ou imunoglobulina
Realizou notificação imediata para vigilância epidemiológica

Tarefa 02
Citou complicação local: síndrome compartimental, abscesso
e necrose
Citou complicação sistêmica: choque e lesão renal aguda

127
Debriefing
Entre os acidentes com animais peçonhentos, sem dúvida, os acidentes
ofídicos ganham maior destaque nas provas de residência médica. O foco,
na maioria das vezes, é diferenciar pela clínica, a cobra responsável pela
picada, e conduzir o caso - tanto no âmbito individual, como coletivo.
Entre os acidentes com serpentes, o botrópico é o mais prevalente – causado
pela famosa jararaca – cobra peçonhenta de cauda lisa. Não esqueçam que,
nesse tipo de acidente, o paciente apresenta um quadro local importante,
podendo ter sintomas hemorrágicos, não associados a manifestações
neurológicas. Importante lembrar também que o soro cobra-específico está
sempre indicado e a notificação para a vigilância epidemiológica deve ser
imediata. Outro tema que pode ser um diferencial na hora da prova, hein!

128
Consulta de Rotina

Tema: Consulta de Rotina


Caiu em: CERMAM 2018 / HIAE 2018 / USP SP 2018 / UFPR 2018 / UFPR
2017 / USP RP 2016 / HIAE 2016

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente e examinador
Cenário: mesa, duas cadeiras, placa com descrição do exame físico e carteira
vacinal

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde e o próximo
paciente da sua agenda é o Carlos, 63 anos, que vem à consulta de rotina.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 02:
Dê as condutas e orientações pertinentes ao caso.

129
Orientações
ao Ator:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionado diretamente
• Esclarecer que marcou a consulta para ver se estava tudo bem com a sua
saúde, negar queixas no momento
• Negar comorbidades conhecidas ou uso de medicações
• Negar tabagismo ou uso de outras drogas e referir consumo de álcool
socialmente
• Negar alergias
• Referir comer bem, incluindo frutas e legumes na dieta, mas que não
nega uma feijoada em dia de sábado
• Referir que tinha iniciado caminhadas, mas que não tem conseguido ir
por conta do trabalho
• Referir que, depois da separação, tem tido relacionamentos casuais e
que nem sempre usa preservativo - já que “ninguém mais engravida nessa
idade”
• Quando solicitado cartão vacinal, entregar cartão ao candidato
• Referir que os irmãos são hígido, o pai hipertenso e a mãe diabética
• Dar permissão ao exame físico
• Referir compreender as orientações, se o candidato explicar de forma
acessível - caso contrário, solicitar que o candidato explique novamente
• Concordar com a realização dos exames indicados pelo médico e com o
retorno
• Ao final da consulta, agradecer e se despedir do candidato

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior

130
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Ao solicitar o exame físico, mostrar a seguinte placa:
• Geral: BEG, corado, hidratado, acianótico, anictérico e afebril
• Antropometria: peso 82 kg, altura 1,75 m, IMC 26,77 kg/m2,
circunferência abdominal 91 cm
• ACV: BRNF em 2T sem sopros, FC 72 bpm, PA 120x70 mmHg
• AR: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios, sem sinais de
desconforto respiratório, FR 14 rpm, satO2 98%, em ar ambiente
• ABD: plano, flácido, RHA+, sem visceromegalias ou tumorações,
indolor à palpação superficial e profunda, normotimpânico
• EXT: sem edema, panturrilhas livres, pulsos amplos e simétricos,
perfusão periférica adequada
• Neuro: consciente e orientado em tempo e espaço, PIFR, sem déficits
focais, força muscular grau 5 nos quatro membros, sensibilidade
preservada
• Ao solicitar a carteira vacinal, mostrar a seguinte placa:
• 3 doses de dT - última dose em 02/2008
• 1 dose de febre amarela - dose em 09/2010

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)

Questionou sobre motivo da consulta

131
Questionou comorbidades e medicações de uso contínuo
e esporádico
Questionou sobre tabagismo, uso de álcool e outras drogas

Questionou alergias

Questionou hábitos alimentares

Questionou sobre atividade física

Questionou sobre vida sexual e comportamento de risco

Solicitou carteira vacinal

Questionou sobre antecedentes familiares

Lavou as mãos e pediu permissão para examinar o paciente

Solicitou peso, altura e circunferência abdominal

Solicitou pressão arterial

Tarefa 02
Esclareceu ao paciente que apresenta sobrepeso

Orientou dieta em déficit calórico


Orientou atividade física moderada — pelo menos 150
minutos por semana
Solicitou sorologias para HIV, HCV, HBV e sífilis
Orientou uso de preservativo em todas relações para
prevenção de IST’s
Solicitou colesterol total e frações e triglicérides

Solicitou glicemia de jejum

132
Solicitou colonoscopia ou sangue oculto nas fezes
Orientou vacina de influenza, dose de reforço de dT e 3
doses de hepatite B
Esclareceu dúvidas e marcou retorno

Debriefing
Conduzir uma consulta de rotina é uma das estações quase certas no fim
do ano! Sempre terá uma variação ou outra, mas basicamente, devemos:
construir um boa relação médico-paciente, compreender o motivo da
consulta, avaliar e tratar comorbidades e promover prevenção à saúde.
Aqui, nosso paciente não tinha nenhuma queixa ou comorbidade, então,
nossa tarefa era realizar um atendimento com foco em prevenção primária
e secundária, não esquecendo dos rastreio indicados para a faixa etária.
Belezinha? Moleza essa aqui!

133
Vacinação
Tema: Vacinação
Caiu em: UFPR 2019 / HSL 2020

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, papel, caneta e placa com o calendário vacinal dos
pacientes

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde atendendo
demanda espontânea e recebe Dona Fátima, 67 anos, com suas duas netas
Maria, 15 meses, e Júlia, 11 anos, para atualização do calendário vacinal.

Tarefa 1:
Escreva as vacinas indicadas a todos os membros da família, conforme
cartão vacinal.

Tarefa 2:
Das vacinas indicadas para Júlia, identifique quais são vacinas de agentes
inativos e atenuados.

Tarefa 3:
Após 24 horas da aplicação da vacina DTP, Maria apresentou quadro súbito

134
de hipotonia e hiporresponsividade, acompanhada de palidez. Escreva as
condutas pertinentes para o manejo da paciente.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Ao iniciar a tarefa 01, oferecer placas com os cartões vacinais:

1) Maria, 15 meses
• 1 dose BCG
• 1 dose de hepatite B
• 3 doses de pentavalente
• 3 doses de VIP
• 3 doses pneumocócica 10-valente
• 3 doses de meningocócica C
• 1 dose rota vírus

2) Júlia, 11 anos
• 1 dose BCG
• 1 dose de hepatite B
• 3 doses de pentavalente
• 3 doses de VIP
• 3 doses pneumocócica 10-valente
• 2 doses de rota vírus
• 3 doses de meningocócica C
• 1 dose tríplice viral
• 1 dose tetra viral

135
• 1 dose hepatite A
• 2 doses DTP
• 2 doses VOP
• 1 dose varicela

3) Fátima, 67 anos
• 1 dose de febre amarela
• 3 doses de dT com último reforço há 6 anos

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou para Maria — DTP, VOP, hepatite A e tríplice viral
Indicou para Maria vacina de febre amarela com intervalo
de 30 dias em relação à tríplice viral
Indicou para Maria tetra viral com intervalo mínimo de 30
dias em relação à tríplice viral
Indicou para Maria aplicação de vacina para rotavírus
(VORH) - checklist negativo
Indicou para Maria aplicação simultânea e tríplice e febre
amarela - checklist negativo
Indicou para Júlia — HPV, meningocócica C e febre amarela

Indicou para Fátima — influenza e hepatite B (3 doses)

136
Tarefa 02
Indicou como atenuado: febre amarela

Indicou como inativado: HPV e meningocócica C

Tarefa 03
Indicou observação do paciente até desaparecimento dos
sintomas
Realizou notificação imediata de evento adverso de vacinação
à vigilância epidemiológica
Contraindicou novas doses de DTP e orientou que próximas
doses sejam feitas com DTP acelular

Debriefing
Vacinação é tema certo em prova teórica, mas não podemos nos esquecer do
famoso calendário vacinal nas provas práticas! Lembrando que essa forma
de prevenção primária específica não é só para as crianças, e é por isso
que esse tema também pode aparecer na sua prova de preventiva! Estação
tranquila, bastante teórica, que cobrava do candidato o calendário vacinal
da criança, adolescente e idoso, além de contraindicações a aplicação
de algumas vacinas. Além disso, também tínhamos que saber conduzir
um evento adverso a vacina de DTP e, claro, notificar para a vigilância
epidemiológica em até 24h. Tranquilo? Vamos em frente!

137
Estudos
Epidemiológicos
Tema: Estudos Epidemiológicos

Tempo da estação: 5 minutos


Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa e cadeira
Grau de dificuldade: baixo

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é monitor de epidemiologia dos acadêmicos de medicina de uma
renomada Universidade do país. Em uma das suas atividades, você se
dispõe a sanar as dúvidas a respeito de um famoso estudo sobre infecção
por zika vírus e microcefalia. Nesse estudo, foi comparado um grupo de
recém-nascidos com microcefalia com um grupo de recém-nascidos sem
microcefalia, avaliando se as suas mães tiveram infecção pelo Zika vírus
durante a gestação.

Tarefa 01:
Cite o modelo de estudo epidemiológico realizado e explique sua
característica definidora.

Tarefa 02:
Escreva duas vantagens e duas desvantagens desse tipo de estudo.

138
Tarefa 03:
Cite a medida de associação mais comum desse tipo de estudo e sua
limitação.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não se comunicar com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou corretamente Estudo Caso-Controle
Citou que é um estudo individuado, longitudinal,
observacional e retrospectivo
Explicou que o estudo parte do desfecho para exposição
— compara frequência de exposição entre os que têm e os
que não têm a doença

Tarefa 02
Citou uma das vantagens: rápido e barato (quando comparado
à coorte), permite avaliação de mais de um fator de risco
simultaneamente, capaz de estimar risco de desenvolver o
desfecho, bom para doenças raras e com longo período de
desenvolvimento

139
Citou mais uma das vantagens acima
Citou uma das desvantagens: inadequado para exposição
ou fatores de risco raros, dificuldade em formar grupos
controles, vulnerável a viés de memória e incapaz de definir
risco do desfecho
Citou mais uma das desvantagens acima

Tarefa 03
Citou odds ratio ou razão de chances
Explicou que é uma medida de associação que estima o
risco e não é capaz de definir

Debriefing
Aqui temos uma estação preventiva "raiz", cobrando conceitos puramente
teóricos em forma de prova oral. Nessa estação, foi cobrado um dos
assuntos mais amados pelas bancas: estudos epidemiológicos. Moçada,
não tem discussão – tem que saber tudo de estudos epidemiológicos de
trás para frente. Aqui, a tarefa era identificar que se tratava de um estudo
caso-controle e responder sobre conceitos básicos desse tipo de estudo.
Essa estação foi quase uma extensão da prova teórica, então, não deixem de
revisar temas importantes da preventiva, belezinha?

140
Meningite
Meningocócica

Tema: Meningite Meningocócica


Caiu em: INC 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: examinador e manequim
Cenário: mesa, cadeira, placa com resultado do líquor e bacterioscópico

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de plantão em um serviço de emergência de São Paulo
e recebe um paciente, 16 anos, previamente hígido com queixa de febre
alta e cefaleia, acompanhada de vômitos e sonolência há 1 dia. Ao serem
questionados, familiares referem que paciente nunca foi vacinado.

Tarefa 01:
Considerando a hipótese diagnóstica principal, demonstre, no manequim,
três manobras semiológicas que podem ser pesquisadas nesse paciente.

Tarefa 02:
Diante da hipótese diagnóstica principal, você optou por coletar um líquor,
cuja análise bioquímica, citológica e bacterioscopia já estão disponíveis
(foto 01 e 02), porém ainda aguarda resultados finais de cultura. De acordo

141
com os resultados dos exames, cite as medidas individuais e coletivas
indicadas no caso.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não se comunicar com o candidato
• Ao finalizar a tarefa 01, dê ao candidato as seguintes placas:
Foto 01
Análise líquor

Aspecto turvo
1280 células com 82% de polimorfonucleares
Glicose 26 mg/dL
Proteína 178 mg/dL

Foto 02

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/
images?q=tbn%3AANd9GcRjEZatOVc4GTHdAjdCw01DqSNUXzXRWb5wBw&usqp=CAU

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

142
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Realizou a manobra de Kernig: dor ou restrição do movimento
ao realizar flexão da coxa sobre o quadril, em ângulo de 90°,
e em seguida promover a extensão da perna sobre a coxa,
com paciente em debúbito dorsal (ou variação de Laségue)
Realizou a manobra de Brudzinski corretamente: flexão
involuntária da perna sobre a coxa e desta sobre a bacia,
ao fletir a cabeça, com paciente em decúbito dorsal
Avaliou rigidez de nuca corretamente

Tarefa 02
Indicou internação hospitalar
Indicou antibioticoterapia com ceftriaxone 2g EV 12/12h
(ou penicilina cristalina)
Indicou isolamento por gotículas por até 24 horas do início
do tratamento
Indicou profilaxia pós exposição para contactantes íntimos
e comunicantes de creches ou escolas, nas primeiras 48h
Prescreveu Rifampicina 600 mg/dia VO 12/12 horas por 2 dias
(ou Ceftriaxona 250 mg IM dose única ou Ciprofloxacino
500 mg VO dose única) para os contactuantes
Realizou notificação imediata para vigilância epidemiológica
Caso indicado tratamento com penicilina cristalina, indicou
quimioprofilaxia para o próprio paciente — pontuação
negativa se não indicar

143
Debriefing
Estação muito interessante aqui! O caso trazia um paciente jovem com
quadro sugestivo de meningite e a primeira tarefa era demonstrar os sinais
semiológicos de meningismo: pesquisa de rigidez de nuca, brudzinski e
kernig (ou lasegue como alternativa). Já a segunda tarefa era a condução do
caso, após o diagnóstico de meningite meningocócica, lembrando também
das medidas coletivas: isolamento, quimioprofilaxia dos contactantes e
notificação imediata para a vigilância epidemiológica. Questão completa
sobre o tema e que, além do manejo, também exigia do candidato análise
liquórica e da bacterioscopia. Em frente!

144
Consulta de Rotina
Hipertensão
Tema: Consulta de Rotina – Hipertensão
Caiu em: CERMAM 2018 / HIAE 2018 / USP SP 2018 / UFPR 2018 / UFPR
2017 / USP RP 2016 / HIAE 2016

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente e examinador
Cenário: mesa, duas cadeiras, placa com exames laboratoriais e placa com
descrição do exame físico

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde e o próximo
paciente da sua agenda é o Elias, 64 anos, que vem à consulta de rotina.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 02:
Escreva os diagnósticos do paciente.

Tarefa 03:
Dê as condutas e orientações pertinentes ao caso.

145
Orientações
ao Ator:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionado diretamente
• Esclarecer que marcou a consulta para ver como estava a pressão, dizer
que nas duas últimas consultas, a pressão estava de 150x90 mmHg e
que tinha esperança de ela abaixar sozinha e não precisar de remédios.
Também dizer que trouxe alguns exames laboratoriais antigos para
mostrar ao candidato
• Negar queixas no momento da consulta
• Negar comorbidades conhecidas ou uso de medicações
• Negar tabagismo ou uso de outras drogas e referir consumo de álcool
socialmente
• Referir comer o que tem “na mesa”, mas que não é o maior fã de legumes
e verduras, prefere um torresmo e uma feijoada, acompanhado de uma
cervejinha
• Negar atividade física
• Quando solicitado cartão vacinal, dizer que acha que nunca teve carteira
de vacina, só quando criança
• Referir que os irmãos são hígido, o pai falecido de infarto aos 69 anos e
a mãe hipertensa
• Dar permissão ao exame físico
• Referir compreender as orientações, se o candidato explicar de forma
acessível - caso contrário, solicitar que o candidato explique novamente
• Ao candidato prescrever a medicação, perguntar por quanto tempo será
necessário tomar o remédios
• Concordar com a realização dos exames indicados pelo médico e com o
retorno
• Ao final da consulta, agradecer e se despedir do candidato

146
Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Ao solicitar o exame físico, mostrar a seguinte placa:
• Geral: BEG, corado, hidratado, acianótico, anictérico e afebril
• Antropometria: peso 93 kg, altura 1,72 m, IMC 31,43 kg/m2,
circunferência abdominal 107 cm
• ACV: BRNF em 2T sem sopros, FC 82 bpm, PA 155x95 mmHg
• AR: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios, sem sinais de
desconforto respiratório, FR 16 rpm, satO2 97%, em ar ambiente
• ABD: globoso, flácido, RHA+, sem visceromegalias ou tumorações,
indolor à palpação superficial e profunda, normotimpânico
• EXT: sem edema, panturrilhas livres, pulsos amplos e simétricos,
perfusão periférica adequada
• Neuro: consciente e orientado em tempo e espaço, PIFR, sem déficits
focais, força muscular grau 5 nos quatro membros, sensibilidade
preservada
• Ao solicitar os exames laboratoriais, mostrar a seguinte placa:
• Triglicérides: 190 mg/dL
• HDL 30 mg/dL
• LDL 200 mg/dL
• Glicemia de Jejum: 107 mg/dL

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

147
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)

Questionou sobre motivo da consulta

Questionou comorbidades e medicações de uso contínuo

Questionou sobre tabagismo, uso de álcool e outras drogas

Questionou sobre hábitos alimentares e atividade física

Solicitou carteira vacinal

Questionou sobre antecedentes familiares

Lavou as mãos e pediu permissão para examinar o paciente

Solicitou peso, altura e circunferência abdominal

Solicitou pressão arterial

Tarefa 02
Hipertensão arterial sistêmica

Dislipidemia

Obesidade

Síndrome metabólica

148
Tarefa 03
Prescreveu anti-hipertensivo: bloqueador de canal de cálcio,
IECA, BRA ou tiazídico
Orientou pelo menos três medidas não farmacológicas
para HAS: perda de peso, dieta DASH, atividade física,
moderação do consumo de álcool e restrição do consumo
de sal
Solicitou exames para avaliar lesão de órgão alvo — pelo
menos três: fundo de olho, ECG, ácido úrico, urina I (ou
microalbuminúria), creatinina e potássio
Solicitou colesterol total e frações e triglicérides

Solicitou glicemia de jejum

Solicitou colonoscopia ou sangue oculto nas fezes


Orientou vacina de influenza, dupla adulto, hepatite B e
febre amarela
Esclareceu dúvidas e marcou retorno

Debriefing
Mais uma estação de consulta de rotina, mas, dessa vez, com foco não
só preventivo como também no manejo de comorbidades – no caso,
hipertensão arterial. A estação trazia um paciente obeso com dislipidemia
e hipertensão arterial, ainda não diagnosticados e sua tarefa era iniciar seu
tratamento, investigar possíveis lesões de órgãos-alvo, além de indicar os
rastreios e vacinas para a idade. Questão tranquila e que, com certeza, vai
aparecer em alguma prova que você vai fazer! Só não esquecer que o foco é
o paciente e não só a doença, que não vai ter erro, fechou? Bora em frente!

149
Infarto Agudo do
Miocárdio em Unidade
Básica de Saúde

Tema: Infarto Agudo do Miocárdio em Unidade Básica


de Saúde
Caiu em: CERMAM 2017

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente e examinador
Cenário: mesa, duas cadeiras, placa com ECG e placa com descrição do
exame físico

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde e recebe
paciente, 58 anos, em demanda espontânea com queixa de dor torácica de
forte intensidade, início súbito, em repouso.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 02:
Escreva o diagnóstico eletrocardiográfico do paciente.

150
Tarefa 03:
Dê as condutas e orientações pertinentes ao caso.

Orientações
ao Ator:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionado diretamente
• Entrar no consultório com fácies de angústia, gemente devido à dor,
levando a mão ao peito com o punho cerrado
• Responder todas as perguntas de forma ansiosa e, por vezes,
interrompendo o discurso para queixar-se da dor
• Se apresentar como João, 58 anos
• Referir dor restroesternal iniciada há 20 minutos, de forte intensidade,
em peso, com irradiação para mandíbula e membro superior esquerdo,
sem alteração à palpacão ou posição , em repouso, com piora ao esforço
físico
• Referir ter pressão alta e colesterol, mas que não faz uso regular das
medicações porque “nunca sentiu nada”
• Quando questionado, referir tabagismo 30 anos/maço e uso social de
álcool
• Negar eventos cardiovasculares prévios
• Negar alergias conhecidas
• Quando questionado, negar uso de sildenafil
• Referir que os irmãos são hígidos, o pai teve um infarto aos 54 anos os
anos e a mãe é falecida por “problema no coração”
• Dar permissão ao exame físico
• Mostrar-se angustiado com a necessidade de transferência e questionar
se ficará bem
• Referir compreender as orientações, se o candidato explicar de forma
acessível - caso contrário, solicitar que o candidato explique novamente
• Concordar com as medicações prescritas pelo candidato e com a
transferência para centro especializado

151
Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Ao solicitar o exame físico, mostrar a seguinte placa:
• Geral: REG, sudoreico, descorado 1+/4+, hidratado, acianótico,
anictérico e afebril
• ACV: BRNF em 2T sem sopros, FC 104 bpm, PA 150x90 mmHg em
ambos membros
• AR: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios, sem sinais de
desconforto respiratório, FR 17 rpm, satO2 95%, em ar ambiente
• ABD: globoso, flácido, RHA+, sem visceromegalias ou tumorações,
indolor à palpação superficial e profunda, normotimpânico
• EXT: sem edema, panturrilhas livres, pulsos amplos e simétricos nos
4 membros, perfusão periférica adequada
• Neuro: consciente e orientado em tempo e espaço, PIFR, sem déficits
focais, força muscular grau 5 nos quatro membros, sensibilidade
preservada
• Ao solicitar eletrocardiograma, mostrar a seguinte placa:

Fonte: https://img.pebmed.com.br/wp-content/uploads/2017/04/iamanterior-
600x323.png

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

152
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)

Perguntou nome e idade do paciente

Acolheu e tranquilizou paciente

Levou paciente para sala de observação

Solicitou oxigênio - caso paciente com satO2 < 90%

Solicitou acesso venoso periférico para equipe de enfermagem

Solicitou monitorização
Solicitou eletrocardiograma em até 10 minutos do
atendimento inicial
Questionou sobre características da dor — pelo menos 4
das: duração, caráter, intensidade, irradiação, localização,
fatores de melhora e piora
Questionou sintomas associados — sudorese, náuseas,
vômitos ou dispneia
Questionou antecedentes pessoas — pelo menos 3 dos:
tabagismo, hipertensão, dislipidemia e diabetes mellitus
Questionou eventos cardiovascular prévios pessoais

Questionou alergia a medicações

Questionou uso de sildenafil nas últimas 24h

153
Questionou antecedentes familiares de doença coronariana
precoce
Higienizou as mão e pediu permissão para examinar o
paciente
Solicitou PA nos dois membros

Tarefa 02
Supradesnivelamento do segmento ST nas derivações V1
a V6, aVL e D1
Identificou IAM com supradesnivelamento de ST anterior
extenso

Tarefa 03
Indicou AAS 160-325mg

Indicou nitrato sublingual - dinitrato de isossorbida 5mg

Solicitou transporte com ambulância UTI


Solicitou encaminhamento de paciente para centro com
cateterismo (em até 120 minutos) ou trombólise
Acolheu e explicou ao paciente sobre necessidade de
transferência e

Debriefing
Não preciso dizer que saber a condução de um paciente com dor torácica
é obrigatória para a vida médica e, na prova de residência médica, não
é diferente! Aqui, temos um paciente com múltiplas comorbidades,
provavelmente, mal controladas que evolui com uma dor torácica sugestiva
de evento coronariano. Porém, muita atenção! Não estamos em um centro
terciário com todos os recursos disponíveis, mas numa Unidade Básica de
Saúde. A chave da estação é conduzir o atendimento, lembrando que você

154
está na UBS! Então, bastava realizar uma anamnese focada nas características
da dor e identificação de fatores de risco, solicitar um eletrocardiograma,
interpretar e oferecer o tratamento disponível na UBS, além de garantir
transferência do paciente para um centro especializado. Belezinha? Sem
grandes dificuldades, moçada!

155
Coqueluche

Tema: Coqueluche
Caiu em: USP SP 2016

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa e cadeira

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde, em atendimento
de demanda espontânea, e recebe o paciente Fernando, 3 anos, trazido pela
mãe Angélica, por queixa de tosse. Angélica, professora da escola municipal,
já acompanha há muitos anos na UBS e, após anos na fila de adoção,
conseguiu ter dois filhos Fernando e Miguel, de 9 meses. Como vida de
mãe não é fácil, ela já está na UBS, preocupada com o seu filho mais velho
- não para rotina, como esperava (já que nunca tiveram acompanhamento
prévio). Angélica refere que, na última semana, Fernando estava “resfriado”
com febre, tosse seca e coriza, mas desde ontem, já sem febre, começou a
apresentar uma tosse “estranha”. Ela conta que o filho tem acessos de tosse,
chegando até a vomitar depois, sem contar o barulho estranho que faz para
recuperar o fôlego depois de tossir.

Tarefa 01:
Diante da principal hipótese diagnóstica, solicite um exame de imagem e

156
um exame laboratorial que poderiam contribuir na investigação do paciente
e as alterações esperadas em cada um.

Tarefa 02:
Escreva o agente etiológico e os principais métodos de confirmação do
diagnóstico.

Tarefa 03:
Considerando confirmada sua hipótese, cite as condutas para o caso - tanto
no âmbito individual como coletivo.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Solicitou radiografia de tórax

Solicitou hemograma ou leucograma

Indicou presença de leucocitose com linfocitose absoluta

157
Indicou presença de infiltrado perihilar bilateral com
borramento da silhueta cardíaca (coração franjado, felpudo
ou borrado)

Tarefa 02
Indicou Bordetella pertussis como agente etiológico

Indicou cultura de amostra nasofaríngea


Indicou técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR)
em tempo real de amostra nasofaríngea

Tarefa 03
Indicou busca ativa de casos de coqueluche em possíveis
locais de transmissão (creche, domicílio e etc)
Indicou investigação clínica dos contactantes com contato
íntimo
Prescreveu tratamento para o paciente com azitromicina
1x/dia por 5 dias
Indicou quimioprofilaxia para o irmão (menor de um ano)
e mãe (professora)
Citou esquema de quimioprofilaxia com azitromicina 1x/
dia por 5 dias ou claritromicina 12/12h por 7 dias
Indicou atualização vacinal dos comunicantes menores de
7 anos
Realizou notificação imediata para vigilância epidemiológica

Debriefing
Se está na lista de doenças de notificação compulsória para vigilância
epidemiológica, muita atenção! É sempre uma bom tema para ser cobrado
na prova de preventiva, já que há medidas coletivas desencadeadas por uma
moléstia individual. Aqui, foi a vez da Coqueluche! Esse tema já caiu na

158
prova da USP SP e nada impede de cair em outras provas concorridas de
residência médica. A chave dessa estação era reconhecer um caso suspeito
de coqueluche em uma criança sem acompanhamento médico prévio
(leia sem vacinação!!!!), depois disso, bastava lembrar de como realizar o
diagnóstico e as condutas pertinentes ao caso. Lembrando que é essencial
ter em mente tanto uma abordagem individual quanto coletiva – incluindo
investigação de contactantes, busca ativa de casos e notificação para a
vigilância epidemiológica. É só não esquecer dessa abordagem "preventiva",
que era tranquilo! Fechou mais uma?

159
Botulismo

Tema: Botulismo

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 7 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, papel, caneta e placa com face do paciente

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico da Unidade de Pronto Atendimento de uma pequena
cidade do interior de São Paulo e recebe um paciente, 40 anos, com queixa
de náuseas, dor abdominal, diarreia há 24h que evoluiu hoje com visão
turva, dificuldade para engolir e boca seca. Relata ter notado também
uma fraqueza súbita e descendente em membros superiores. Paciente
nega viagens recentes, uso de medicações, vícios, comorbidades, alergias e
refere ter sido vacinado só quando criança. Ao ser questionado, relata que
participou de uma degustação de queijos, vinhos e conservas ontem, de
produção própria, na casa de um amigo. Ao exame neurológico, paciente
apresentava fraqueza muscular flácida simétrica em membros superiores,
sem alterações de sensibilidade, além de alterações faciais, conforme
Imagem 01.

160
Imagem 01

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcQep_
yKDPvd8Rc8RB6cHUPv5WqCz-p6zVuDJg&usqp=CAU

Tarefa 01:
Escreva a sua principal hipótese diagnóstica e agente etiológico relacionado.

Tarefa 02:
Cite a fisiopatologia dos achados clínicos do paciente e o método diagnóstico
para confirmação da hipótese.

Tarefa 03:
Dê as condutas pertinentes ao caso.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Fornecer a Imagem 01 junto com o caso clínico

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

161
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou Botulismo Alimentar como principal hipótese
diagnóstica
Citou Clostridium botulinum

Tarefa 02
Neurotoxina inibe de forma irreversível a liberação de
acetilcolina na junção neuromuscular pela membrana pré
sináptica
Solicitou identificação de toxina em amostra de sangue e/
ou fezes

Tarefa 03
Solicitou identificação de toxina em amostra bromatológica
(alimento suspeito)
Indicou busca ativa de casos

Realizou notificação imediata para vigilância epidemiológica


Indicou necessidade de orientação sobre preparo, conservação
e consumo adequado de alimentos e conservas para população
Indicou lavagem intestinal, enema ou uso de laxantes

Solicitou monitorização cardiorrespiratória

Indicou soro antibotulínico (SAB)


Solicitou transferência do paciente para serviço terciário
com UTI

162
Debriefing
Diante de um paciente com paralisia flácida aguda simétrica e descendente,
com preservação do nível de consciência e alterações bulbares - visão turva,
diplopia, ptose palpebral, disartria, disfonia e disfagia - temos que estar
atentos à possibilidade de botulismo. Se o paciente trouxer informações de
consumo de alimentos de origem duvidosa ou ferimento, aí o diagnóstico
vai estar piscando para você (presente da banca!). Essa estação cobrou
exatamente isso: um paciente com suspeita de botulismo alimentar - e, aqui,
a sua tarefa era conduzir o caso do ponto de vista diagnóstico e terapêutico.
Lembrando que esses pacientes podem apresentar disautonomia e
comprometimento respiratório! Então, devemos deixar esse paciente bem
monitorizado, caso preciso de suporte invasivo. Belezinha? Mais uma
vez, não esqueça das medidas coletivas que o diagnóstico de um caso de
botulismo gera, fechou?

163
Acidente por
Loxosceles

Tema: Acidente por Loxosceles

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 7 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, papel, caneta e placa com imagem do braço da
paciente

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de uma Unidade de Pronto Atendimento da cidade de
Ponta Grossa/Paraná e recebe uma paciente, 28 anos, com relato de ferida
em braço após provável picada por algum “bicho”. A paciente conta que,
há dois dias, estava trocando de roupa e sentiu uma dor súbita em braço
esquerdo, evoluindo com vermelhidão e inchaço local. Porém, não achou
que era “nada demais” e por isso, não buscou atendimento médico. Mas
hoje, paciente notou piora importante da lesão que se tornou arroxeada e
enegrecida com pontos pálidos no centro (imagem 1), com dor em queimação,
e decidiu vir ao Pronto Atendimento. Na admissão, paciente encontrava-se
em bom estado geral, consciente e orientada, estável hemodinamicamente,
corada, anictérica e assintomática - exceto pela lesão em membro superior
esquerdo.

164
Tarefa 01:
Escreva o nome da lesão apresentada pela paciente e o provável diagnóstico.

Tarefa 02:
Cite as condutas pertinentes ao caso.

Tarefa 03:
Indique três exames laboratoriais que poderiam ser solicitados para ampliar
a investigação clínica da paciente.

Orientações
ao Examinador:
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Entregar imagem 01, no início da estação:

Imagem 01

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcSyHZ
8SBnSIKHerjWvAFNNAMXK02LdEDsUL-w&usqp=CAU

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

165
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou acidente por Loxosceles ou aranha marrom

Citou placa marmórea

Tarefa 02
Indicou limpeza periódica do local do acidente com
antisséptico (5-6 vezes por dia)
Indicou realização de compressa fria no local da picada
Indicou analgesia simples — dipirona sódica 10mg/kg
6/6h
Indicou prednisona 40mg/dia por 5 dias

Indicou soro antiaracnídeo endovenoso


Citou 5 ampolas de soro antiaracnídeo para acidente
moderado
Realizou notificação imediata para vigilância epidemiológica

Tarefa 03
Indicou um dos exames: hemograma, bilirrubina total
e frações, ureia, creatinina, coagulograma, potássio e
haptoglobina
Indicou mais um das acima

Indicou mais um dos acima

166
Debriefing
Mais uma estação sobre acidente com animais peçonhentos, mas, dessa vez,
temos um araneísmo! Aqui, a estação cobrou a condução de um acidente por
aranha marrom ou Loxosceles, contemplando tanto medidas individuais
como coletivas. Como toda estação de preventiva, sempre se pergunte:
devo notificar? E a maioria das vezes, a resposta será sim (risos)! Não é uma
estação fácil porque não é um assunto tão discutido, mas se souber a parte
teórica, tenha certeza que você vai voar. Bora em frente!

167
Acidente Crotálico
Tema: Acidente Crotálico

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, imagem da cobra, papel e caneta

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de uma Unidade de Pronto Atendimento da região
metropolitana de Belo Horizonte/MG e recebe o paciente João de 32
anos, trabalhador rural, após ter sido picado por uma serpente há 3 horas.
Paciente, previamente hígido e sem histórico vacinal, trouxe a cobra em
uma caixa para ajudar na avaliação (foto 01).

Foto 01

https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcRaFmfd_
qJvhuNMfK1PK48fiWOAVvzKauHs8A&usqp=CAU

168
Tarefa 01:
Cite o tipo de acidente ofídico do paciente e o quadro clínico esperado.

Tarefa 02:
Dê as condutas pertinentes ao caso.

Tarefa 03:
Cite a principal complicação deste tipo de acidente e os exames laboratoriais
para sua investigação.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer foto 01, juntamente ao caso clínico
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou acidente crotálico

Citou local da picada com alterações discretas


Citou fácies miastênica com ptose palpebral e flacidez da
musculatura facial

169
Citou alterações oculares: diplopia, visão turva e/ou
oftalmoplegia
Citou mialgia

Citou urina avermelhada ou acastanhada

Tarefa 02
Indicou lavagem do local da picada com soro fisiológico e
antisséptico
Indicou hidratação endovenosa guiada por débito urinário
1 a 2mL/kg/hora
Prescreveu analgesia

Indicou soro anticrotálico endovenoso

Indicou necessidade de profilaxia antitetânica


Indicou profilaxia correta: 3 doses de dT (1 no atendimento)
e soro antitetânico ou imunoglobulina
Realizou notificação imediata para vigilância
epidemiológica

Tarefa 03
Citou lesão renal aguda por necrose tubular aguda
Indicou pelo menos dois dos: uréia, creatinina, ácido
úrico, fósforo e potássio

Debriefing
Entre os acidentes com animais peçonhentos, os acidentes ofídicos são os
queridinhos das bancas - em especial, os acidentes botrópico e crotálico.
É muito importante saber diferenciar a clínica esperada em cada um dos
acidentes, as características de cada cobra e, claro, a condução do caso -

170
tanto individual, como coletiva. Aqui, a estação exigia que o candidato
identificasse a cobra para que, então, pudesse seguir com a estação. A chave
da questão era identificar tratar-se de um acidente com cascavel, depois
disso, a estação conseguiria se desenrolar! Lembrando que, no acidente
crotálico, temos um paciente com sintomas neurológicos, lesão no local da
picada discreta e urina avermelhada, por mioglobinúria. Além dos cuidados
gerais, o soro cobra-específico deveria ser indicado, assim como, realizar a
notificação imediata para a vigilância epidemiológica. Fechou, pessoal? Em
frente!

171
Consulta de Rotina:
Emagrecimento

Tema: Consulta de Rotina: Emagrecimento


Caiu em: CERMAM 2018 / HIAE 2018 / USP SP 2018 / UFPR 2018 / UFPR
2017 / USP RP 2016 / HIAE 2016

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 7 minutos
Ator/examinador: ator para interagir diretamente e examinador
Cenário: mesa, duas cadeiras, placa com descrição do exame físico e carteira
vacinal

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde e a próxima
paciente da sua agenda é Amanda, 27 anos, que vem à consulta de rotina.

Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.

Tarefa 02:
Dê as condutas e orientações pertinentes ao caso.

172
Orientações
à Atriz:
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionada diretamente
• Esclarecer que marcou a consulta porque precisa de ajuda para emagrecer.
Relata estar insatisfeita com o seu corpo e ter visto, na internet, alguns
remédios para emagrecer - mas que para conseguir, precisaria de receita
médica e por isso, decidiu vir à UBS
• Referir já ter tentado emagrecer - deixava de comer “tudo”, mas não
conseguia manter por muito tempo, além disso, relatar nunca ter tido
auxílio de profissionais da saúde,
• Negar comorbidades conhecidas ou uso de medicações
• Negar tabagismo ou uso de outras drogas e referir consumo de álcool
socialmente
• Negar alergias
• Referir que não sente muita fome e não come muito, mas que
costuma comer pequenas porções ao longo do dia, como amendoim,
biscoitos, torradas, etc. Relatar também comer doces com frequência,
principalmente, quando está na TPM
• Referir que não gosta muito de frutas, mas que até come salada
• Referir que não realiza atividade física, porque não tem como pagar
academia com o salário que ganha
• Referir que tem um parceiro fixo, com quem tem relações sexuais com
preservativo, além disso, faz uso de anticoncepcional oral diariamente,
sem nunca ter esquecido um comprimido
• Quando solicitado cartão vacinal, entregar cartão ao candidato
• Referir que os irmãos e mãe são hígidos, mas o pai hipertenso
• Dar permissão ao exame físico
• Referir compreender as orientações, se o candidato explicar de forma
acessível - caso contrário, solicitar que o candidato explique novamente
• Após orientações, insistir para que o candidato prescreva algum remédio
para emagrecer

173
• Após candidato explicar a ausência de indicação de medicamentos
para auxiliar no emagrecimento, dizer que entendeu e que seguirá as
orientações fornecidas
• Referir ter realizado dois exames colpocitológicos nos últimos dois anos,
com resultado normal
• Ao final da consulta, concordar com o retorno ambulatorial, agradecer
e se despedir do candidato

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a
anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Ao solicitar o exame físico, mostrar a seguinte placa:
• Geral: BEG, corada, hidratada, acianótica, anictérica e afebril
• Antropometria: peso 77 kg, altura 1,60 m, IMC 30 kg/m2, circunferência
abdominal 85 cm
• ACV: BRNF em 2T sem sopros, FC 81 bpm, PA 110x60 mmHg
• AR: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios, sem sinais de
desconforto respiratório, FR 13 rpm, satO2 99%, em ar ambiente
• ABD: globoso, flácido, RHA+, sem visceromegalias ou tumorações,
indolor à palpação superficial e profunda, normotimpânico
• EXT: sem edema, panturrilhas livres, pulsos amplos e simétricos,
perfusão periférica adequada
• Neuro: consciente e orientado em tempo e espaço, PIFR, sem déficits
focais, força muscular grau 5 nos quatro membros, sensibilidade
preservada
• Ao solicitar a carteira vacinal, mostrar a seguinte placa:
• 3 doses de dT - última dose aos 15 anos
• 1 dose de febre amarela

174
• 2 doses de HPV
• 2 doses tríplice viral
• 3 doses de hepatite B

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)

Questionou sobre motivo da consulta


Questionou comorbidades, medicações de uso contínuo,
alergias e vícios
Questionou sobre tentativas prévias de emagrecimento
Questionou sobre quantidade e qualidade dos alimentos
ingeridos
Questionou sobre padrão alimentar — beliscador,
compulsivo, etc.
Questionou sobre atividade física regular
Questionou sobre antecedentes ginecológicos, sexuais e
obstétricos
Solicitou carteira vacinal

Questionou sobre antecedentes familiares

Lavou as mãos e pediu permissão para examinar o paciente

Solicitou peso, altura e circunferência abdominal

175
Solicitou pressão arterial

Tarefa 02
Orientou que para emagrecer paciente deve ingerir menos
calorias do que gasta (déficit calórico)
Orientou substituição de alimentos por opções menos
calóricas
Orientou aumentar consumo de frutas, legumes e verduras
(conforme gosto)
Orientou realizar refeições fracionadas em vez de “beliscar”
durante todo o dia
Ofereceu possibilidade de acompanhamento com
nutricionista
Orientou atividade física moderada — pelo menos 150
minutos por semana
Orientou que paciente pode buscar locais gratuitos para
se exercitar: SESC, CEU, parques, etc.
Não indicou exame colpocitológico

Orientou dose de reforço de dT

Esclareceu dúvidas e marcou retorno

Não indicou medicamento para emagrecer

176
Debriefing
Mais uma estaçãozinha de rotina para você ficar craque e voar no fim do
ano, já que é um assunto muito lembrado pelas bancas! Aqui, além de fazer
um atendimento integral da paciente, você deveria atender a uma demanda
específica: desejo de emagrecer com auxílio de remédios. A sua tarefa era
compreender a relação da paciente com a alimentação e orientar o processo
de emagrecimento com base em uma dieta sustentável com déficit calórico
aliado à atividade física. Mudança de comportamento requer vínculo e o
candidato deveria conseguir convencer a paciente de que a melhor estratégia
era a proposta por ele, não o uso de medicações, fechou? Não esquecendo
também do enfoque em prevenção primária, secundária e quaternária,
belezinha? Afinal, estamos na estação de preventiva! Bora seguir.

177
Febre Amarela

Tema: Febre Amarela


Caiu em: CERMAM 2018

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 7 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, papel, caneta e placa com o exame físico do paciente

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de uma Unidade de Pronto Atendimento de Mairiporã/SP
e recebe Fábio, 27 anos, por queixa de febre e mal estar. Paciente refere que
apresentou quadro de febre, calafrio, mialgia e prostração iniciado há 4 dias,
evoluiu com melhora ontem, porém, hoje, apresentou piora da febre, além
de sangramento nasal e gengival. Quando questionado, paciente refere que
no último final de semana, fez uma viagem de ecoturismo com um grupo de
amigos - mas que só se sentiu mal, depois de quase uma semana da viagem.
Paciente nega comorbidades, medicações de uso contínuo, uso de drogas,
alergias ou exposição sexual de risco, refere também não ser vacinado desde
a infância.

Tarefa 1:
Considerando a principal hipótese diagnóstica, indique os exames
laboratoriais que podem contribuir para avaliação e estratificação de risco
do paciente.

178
Tarefa 2:
Cite dois sinais clínicos de gravidade presentes no caso do paciente e
indique o(s) exame(s) a ser(em) solicitados para diagnóstico.

Tarefa 3:
Diante da confirmação do caso, dê as condutas do ponto de vista
epidemiológico.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a
anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Oferecer placa do exame físico junto ao caso clínico:
• Geral: REG, descorado 2+/4+, desidratado 1+/4+, ictérico 3+/4+ e febril
com TAX 38,5 C
• ACV: BRNF em 2T sem sopros, FC 57 bpm, PA 120x80 mmHg
• AR: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios, sem sinais de
desconforto respiratório, FR 18 rpm, satO2 96%, em ar ambiente
• ABD: globoso, flácido, RHA+, hepatomegalia a 3cm do RCD
dolorosa à palpação, sem tumorações, doloroso à palpação superficial
e profunda de epigástrio e hipocôndrio direito, normotimpânico
• EXT: sem edema, panturrilhas livres, pulsos amplos e simétricos,
perfusão periférica adequada
• Neuro: consciente e orientado em tempo e espaço, PIFR, sem déficits
focais, força muscular grau 5 nos quatro membros, sensibilidade
preservada

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

179
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou ureia e creatinina

Indicou hemograma

Indicou bilirrubina total e frações

Indicou transaminases

Indicou coagulograma

Indicou proteína urinária

Tarefa 02
Citou icterícia intensa como sinal de gravidade

Citou sintomas hemorrágicos como sinal de gravidade


Indicou isolamento viral ou RT-PCR em amostra de sangue
(até 5 dias de sintomas)

Tarefa 03
Proteção do paciente com febre amarela da picada de
mosquitos - citar pelo menos dois: tela na janela, uso
de repelentes, uso de mosquiteiros e roupas com maior
cobertura corporal
Indicou busca ativa de casos suspeitos de febre amarela

Indicou investigação de epizootias

180
Indicou vacinação para febre amarela para os residentes
locais não vacinados
Indicou ações emergenciais de eliminação do Aedes no local
Indicou uso de proteção individual para picada de mosquitos
para a população
Realizou notificação imediata para vigilância epidemiológica

Debriefing
As arboviroses sempre são um tema quente nas provas de Residência Médica
e, dessa vez, temos uma estação de Febre Amarela! Nosso paciente buscou
atendimento médico, apresentando uma síndrome febril ictérica que
evoluiu com manifestações hemorrágicas, com um vínculo epidemiológico
importante. No exame físico, ainda observamos o sinal de faget, o que
contribui ainda mais para nossa hipótese! O enfoque da estação foi muito
mais “preventivo” do que clínico - a preocupação foi realizar o diagnóstico,
indicar sinais de gravidade e as condutas epidemiológicas pertinentes
diante de um caso de febre amarela. Afinal, temos muita preocupação com
a reurbanização da Febre Amarela, belezinha? Bora pra próxima!

181
Testes Diagnósticos
Tema: Testes Diagnósticos

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa e cadeira

Início da Estação
Caso Clínico:
Em uma pesquisa para estabelecer o valor de um metabólito urinário como
teste diagnóstico para uma doença recém descoberta, determinou-se que
o ponto de corte ideal fosse 30 U/mL para considerar o resultado como
positivo - conforme o gráfico a seguir. Considere outros dois pontos de
corte 20 U/mL e 40 U/mL para análise das tarefas desta estação.

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcT1irs
KdUyXpIdCawV2SZe-FXElakAn8YGJsg&usqp=CAU

182
Tarefa 01:
Cite as alterações de sensibilidade e especificidade do teste, caso o ponto
de corte considerado fosse 40 U/mL e em que situação seria benéfica essa
mudança.

Tarefa 02:
Cite as alterações de sensibilidade e especificidade do teste, caso o ponto
de corte considerado fosse 20 U/mL e em que situação seria benéfica essa
mudança.

Tarefa 03:
Considere uma população com alta prevalência dessa doença, cite o que
seria esperado em relação ao valor preditivo positivo, valor preditivo
negativo, sensibilidade e especificidade.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a
anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não se comunicar com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

183
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou redução da sensibilidade

Indicou aumento da especificidade


Citou pelo menos uma das: confirmação de uma doença,
doença intratável, quando resultados falsos-positivos podem
provocar danos e situação em que é importante confirmar
ausência de doença

Tarefa 02
Indicou aumento da sensibilidade

Indicou redução da especificidade


Citou pelo menos uma das situações: banco de sangue,
doenças tratáveis, triagens diagnósticas e doenças muito
graves

Tarefa 03
Indicou maior valor preditivo positivo

Indicou menor valor preditivo negativo


Citou que não haveria mudança na sensibilidade e
especificidade (inerentes ao teste)

184
Debriefing
Aqui, temos uma estação preventiva cobrando conceitos teóricos! O tema
da vez, queridinho das bancas, foi testes diagnósticos. É um tema que cai
em toda prova teórica de residência médica, o que não significa que não
possa aparecer na sua prova prática, então, muita atenção! Não deixem de
revisar temas chaves da preventiva para a prova prática, belezinha? Nessa
estação, foram cobrados conceitos de sensibilidade, especificidade, valor
preditivo positivo e negativo, sem grandes dificuldades. Moçada, não pode
comer bola aqui, belezinha? Vamos em frente!

185
Técnica de Uso
de Insulina em
Diabetes Tipo 2

Tema: Técnica de Uso de Insulina em Diabetes Tipo 2

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 7 minutos
Ator/examinador: examinador e manequim
Cenário: mesa, cadeira, frasco de insulina NPH, frasco de insulina regular,
algodão, álcool, agulha, seringa e caixa de descarte de perfurocortantes

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde e o próximo
paciente da sua agenda é o Francisco, 65 anos, que vem para receber
orientações sobre o uso correto de insulina NPH e regular. Paciente,
em acompanhamento em atenção secundária com endocrinologista por
diabetes mellitus tipo 2 de difícil controle, buscou UBS por dificuldades na
técnica de aplicação da insulina.

Tarefa 01:
Dê as orientações pertinentes ao paciente em uso de insulinoterapia.

186
Tarefa 02:
Demonstre a forma correta de aplicação da insulina em manequim.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a
anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não se comunicar com o candidato, de forma verbal ou não verbal

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Orientou que a insulina deve ser armazenada refrigerada
(entre 2 a 8°C)
Orientou que paciente anote data de abertura do frasco de
insulina e que não use por mais de um mês
Orientou que paciente deve observar a cor da insulina
antes da aplicação - insulina regular é cristalina e NPH é
turva - e descartar o frasco em caso de alteração
Orientou que paciente pode reutilizar a seringa com agulha
acoplada desde que não tenha sido contaminada
Orientou descarte da seringa acoplada com agulha em
recipiente de material perfurocortante ou recipiente rígido
resistente que, quando cheio, deve ser encaminhado à UBS

187
Orientou que aplicação pode ser feita em: braços (parte
superior externa), coxas (anterior lateral), abdome e glúteo
Orientou rodízio do local da aplicação - evitando mesmo
local nos próximos 15 dias
Orientou sinais de hipoglicemia - pelo menos três: sudorese,
cefaleia, palpitação, tremor, apreensão, tontura, fraqueza
e confusão
Orientou em caso de hipoglicemia consumir duas colheres
de chá de açúcar, duas balas ou 100 mL de suco (10g de
glicose) e repetir em 15 minutos, se necessário

Tarefa 02
Lavou as mãos antes do preparo da insulina

Rolou o frasco de insulina para misturar o conteúdo

Limpou a tampa do frasco com álcool

Aspirou primeiro a insulina regular e depois a NPH


Verificou a presença de bolhas na seringa e retirou, caso
presente
Pinçou o local de aplicação entre dois dedos e introduziu
a agulha a 90°
Após injetar o conteúdo, aguardou 5 segundos para retirar
agulha do subcutâneo
Recapou a seringa após uso (se acoplada) ou descartou em
local apropriado

Debriefing
Não preciso dizer o quanto é importante que o paciente diabético insulino-
dependente seja orientado adequadamente sobre o uso correto da insulina
- desde seu armazenamento, aplicação, até o manejo de seus efeitos

188
colaterais. A proposta dessa estação foi explorar se o candidato conseguiria
de forma completa, orientar a insulinoterapia e demonstrar a forma correta
de aplicação. Não é um tema de grande dificuldade teórica, mas há vários
detalhes a serem lembrados, então, aproveite a estação para relembrar.
Belezinha? Situação que é cotidiana na UBS e, assim, pode aparecer na
sua prova de preventiva do final do ano, fechou? Vamos para mais uma,
moçada!

189
Infecção por Zika

Tema: Infecção por Zika


Caiu em: UFG 2018 / HSL 2017 / UNICAMP 2017

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 7 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, papel, caneta, fita métrica e manequim de bebê

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde e a próxima
paciente da sua agenda é Mariana, 28 anos, primigesta que irá viajar para
zona de risco para zika vírus e vem à consulta em busca de orientações.

Tarefa 01:
Dê as orientações pertinentes sobre transmissão e prevenção da infecção.

Tarefa 02:
Escreva três alterações que podem estar presentes na infecção congênita
pelo zika vírus.

Tarefa 03:
Considerando que microcefalia é uma das manifestações da infecção
congênita pelo zika vírus, demonstre a medida do perímetro cefálico e cite
outra infecção congênita que cause microcefalia.

190
Orientações
à Atriz:
• Ouvir com atenção as orientações fornecidas pelo candidato e, caso
utilize termos técnicos, solicitar que explique novamente
• Questionar ativamente sobre os sintomas que podem aparecer na
infecção pelo zika vírus
• Questionar o que deve fazer, caso apresente sintomas compatíveis com
infecção por zika vírus
• Questionar se a infecção é transmitida por qualquer mosquito
• Referir compreender as orientações fornecidas e negar dúvidas

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou pelo menos três dos sintomas: exantema
maculopapular, conjuntivite não purulenta, febre baixa,
artralgia, cefaleia, mialgia e prurido

191
Explicou que paciente não deve fazer uso de AAS ou AINES,
na suspeita de infecção por zika vírus
Orientou paciente a buscar serviço de saúde, em caso de
sintomas
Explicou que o vírus é transmitido pelo Aedes aegypti,
Aedes sp. ou Aedes albopictus
Informou sobre outras formas de transmissão: sexual,
transfusão sanguínea e vertical
Orientou medidas de proteção individual ao vetor - pelo
menos 3: uso de repelentes, telas em janelas e portas, uso de
roupas impermeáveis com permetrina, uso de inseticidas,
mosquiteiros, roupas com cobertura para todo corpo
Orientou a evitar relações sexuais com casos suspeitos de
infecção por zika vírus e fazer uso de preservativos

Tarefa 02
Citou pelo menos um dos: microcefalia, calcificações
intracranianas, alterações oftalmológicas, oligodrâmnio/
anidrâmnio, restrição de crescimento intrauterino,
malformações, surdez, aborto e parto prematuro
Citou mais um dos acima

Citou mais um dos acima

Tarefa 03
Realizou a medida correta do perímetro cefálico entre a
glabela e a protuberância occipital externa
Citou como causa de microcefalia: CMV, sífilis e toxoplasmose

192
Debriefing
Estação sobre infecção por zika vírus, com uma abordagem de prevenção e
orientação para uma paciente gestante. Apesar de não ser mais o “tema da
moda”, o enfoque em orientar o paciente para minimizar o risco de infecção
pode ser extrapolado para outras afecções. Para isso, é importante que esteja
claro para o paciente como o agente é transmitido, para que assim, ele possa
tomar as medidas adequadas para evitar o contágio. É importante também
que o paciente saiba os sinais e sintomas que podem aparecer, no caso da
infecção, para que ele possa buscar o sistema de saúde e tomar as medidas
necessárias. Lembrando que o zika é mais uma arbovirose de notificação
compulsória, e deve ser imediata quando falamos de gestantes, belezinha?
Estaçãozinha tranquila!

193
Saturnismo

Tema: Saturnismo

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, papel, caneta e imagem com linha gengival de
burton

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde e recebe
paciente José, 42 anos, em demanda espontânea trazido por sua esposa
Márcia por queixa de dor abdominal. Paciente relata dor abdominal,
em cólica, difusa, recorrente, com piora progressiva, associada a náuseas
e vômitos. Acompanhante relata que, além das crises de dor abdominal,
paciente também tem apresentado surtos de agressividade e dificuldade
de fazer cálculos que antes fazia de cabeça. Paciente nega comorbidades
conhecidas, medicações de uso contínuo, vícios ou alergias. Refere também
que mora com a esposa e seus dois filhos em casa de alvenaria e trabalha
em uma empresa de reciclagem de baterias automotivas há anos. Ao exame
físico, paciente apresentava abdome doloroso à palpação difusa e com
oroscopia conforme Imagem 01 – sem outras alterações dignas de nota.

Tarefa 01:
Indique a hipótese diagnóstica mais provável e o exame confirmatório.

194
Tarefa 02:
Cite outras manifestações clínicas que poderiam estar presentes no caso,
além de outras exposições ocupacionais que relacionadas.

Tarefa 03:
Dê as condutas pertinentes ao caso.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Fornecer a Imagem 01 junto ao caso clínico

Imagem 01

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/
images?q=tbn%3AANd9GcTFZIlDzBpZgYkN9tyGj9ru_cunw-tVY0Tkbw&usqp=CAU

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

195
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou como hipótese diagnóstica intoxicação por chumbo
ou saturnismo
Indicou dosagem de chumbo sérico

Tarefa 02
Citou pelo menos dois dos: hipertensão, gota, síndrome
de fanconi, encefalopatia crônica, anemia microcítica com
pontilhados basofílicos, nefrite intersticial e infertilidade
Indicou como exposição – pelo menos três: pigmentos para
tintas, petrolíferas, indústria automobilística, mineradoras,
construção naval e tipografia

Tarefa 03
Prescreveu quelante de chumbo (EDTA e dimercaprol)

Indicou afastamento da fonte de intoxicação

Realizou abertura do CAT

Realizou notificação para vigilância epidemiológica

Debriefing
Aqui temos uma estação cobrando um tema não tão comum, mas que
pode aparecer na sua prova de preventiva! Por ser um assunto que gera
repercussões não só individuais, como coletivas, a medicina do trabalho

196
pode ser cobrada na sua prova prática, então, muita atenção! Nessa estação,
temos um paciente, trabalhador da indústria de baterias (fique de olho, essa
informação não está aí à toa!), com queixa de dor abdominal recorrente,
alteração de atenção e de comportamento. Até aqui, o diagnóstico poderia
não ser tão claro, mas a banca nos dá uma informação chave para a hipótese
diagnóstica do paciente - ele apresenta, ao exame físico, a famosa linha
gengival de burton. O acúmulo do chumbo na região da gengiva gera a
alteração de coloração apresentada pelo paciente, então, diante desse achado,
temos que pensar em intoxicação por chumbo ou saturnismo. Depois de
feita a suspeita, a estação se desenrolava sem grandes dificuldades - devendo
o candidato ter noções do seu diagnóstico e tratamento. Importante
lembrar que qualquer acidente de trabalho ou doença ocupacional deve
ser notificada para a vigilância epidemiológica, além disso, também está
indicada a abertura do CAT. Fechou, moçada?

197
SOAP

Tema: SOAP
Caiu em: USP SP 2018

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: examinador e ator
Cenário: mesa, cadeira, papel e caneta

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde, em atendimento
de demanda espontânea, e recebe a paciente Lígia, 45 anos, personal trainer,
com diagnóstico recente de hipertensão arterial sistêmica. Paciente busca
atendimento, demonstrando bastante ansiedade e medo pelo fato de sua
vizinha ter aferido sua pressão arterial pela manhã e detectado que a mesma
estava 145x90 mmHg. Preocupada, fez uma busca na internet para entender
melhor a sua doença e descobriu que a hipertensão pode ser causa de infarto
do coração (sic). Como seu pai teve um infarto aos 76 anos, está muito
angustiada com a gravidade da sua doença. Paciente leu que há um exame
revolucionário para prever a chance de infartar, chamado angiotomografia
com escore de cálcio, e relata que gostaria de fazer para se prevenir.

Ao exame físico, paciente em bom estado geral, corada, hidratada e afebril,


com PA 140x90 mmHg, FC 75 bpm, SatO2 99% em ar ambiente, FR 17
irpm, altura 1,70 e peso 76 kg. Sem outras alterações dignas de nota.

198
Tarefa 01:
Preencha o prontuário (campos S, O, A) de acordo com o registro clínico
orientado por problemas (modelo SOAP).

Tarefa 02:
Dê as orientações pertinentes para a paciente, com base nas suas queixas e
anseios.

Orientações
ao Ator/Atriz:
• Agir de forma ansiosa, até ser efetivamente acalmada pelo candidato -
balançar as pernas, mexer os dedos continuamente, etc.
• Apenas dar informações sobre o caso quando questionada diretamente
• Esclarecer que marcou a consulta porque sua pressão estava alta e tem
medo da gravidade da sua doença, afinal, seu pai teve um infarto, tendo
que ficar até internado em UTI
• Quando questionada, dizer que tem medo de sofrer um infarto ou
derrame por conta da hipertensão. Dizer que teme não só morrer, mas
ficar sequelada e não poder ter a vida que gosta - praticando esportes,
viajando, etc.
• Questionar se a hipertensão necessariamente causa infarto ou AVC
• Quando questionada, referir que tem uma dieta adequada (com consumo
de carnes magras, legumes e frutas) - porém, nos últimos meses, acabou
cometendo excessos pelo estresse com problemas familiares
• Referir que pratica atividade física quase diariamente, no mínimo 4
vezes por semana
• Quando o candidato negar a realização da angiotomografia, mostrar-se
descontente e insistir na sua realização- “tenho o direito de saber o risco
que corro”
• Caso o candidato não seja empático com a solicitação da paciente e
explique de forma clara, assuma uma postura insistente sobre a realização
do exame

199
• Referir compreender as orientações, se o candidato explicar de forma
acessível
• No fim da consulta, perguntar para o candidato se não tem como ele
prescrever um calmante - porque tem ficado muito ansiosa com a família
e, agora, com “essa doença”
• Após candidato explicar a ausência de indicação de tratamento
medicamentoso para ansiedade, dizer que entendeu e que seguirá as
orientações fornecidas
• Ao final da consulta, referir que compreendeu as orientações, agradecer
e se despedir do candidato

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou na letra S: medo de infartar e morrer devido ao
diagnóstico recente de HAS
Indicou na letra O: pressão arterial e IMC

Indicou na letra A: hipertensão arterial sistêmica

200
Indicou na letra A: sobrepeso e ansiedade

Tarefa 02
Explica que o quadro da paciente não é grave
Questiona a razão de a paciente achar o quadro grave ou
pergunta se (ou por que) ela tem medo
Trata o risco advindo do quadro de hipertensão como
probabilidade (de doença) e não como certeza (da ocorrência
ou não de desfechos)
Usa fatores da história clínica e/ou da epidemiologia para
tranquilizar a paciente
• adequação da dieta ou
• prática de atividade física ou
• ausência de sintomas ou
• ausência de outras doenças conhecidas
Usa fatores positivos do tratamento e/ou do controle levando
à diminuição do risco de desfechos:
Exemplo: caso a senhora mantenha hábitos saudáveis, o
risco será ainda menor
Evita reforçar o medo
Exemplo: se não tratar, vai ter IAM, AVC ou morrer
Evita instituir tratamento medicamentoso para ansiedade ou
depressão (ansiolíticos, antidepressivos ou benzodiazepínicos)
Diz que ela não deve fazer a angiotomografia
Explica sobre efeitos colaterais do exame: uso de contraste
ou exposição à radiação
Fala sobre risco de falso-positivo no exame — identificar
lesão que não existe na realidade
Fala sobre risco de sobrediagnóstico — identificar uma
lesão sem benefício de tratamento

201
Fala sobre cascatas de exame (ex. cateterismo)

Pergunta se a paciente compreendeu as informações

Debriefing
Estação muito interessante da USP-SP, cobrada em 2018, avaliando tanto
conhecimento sobre o método SOAP, como também prevenção quaternária
e habilidades de comunicação.

Na primeira tarefa, o candidato deveria registrar as informações da consulta


pelo método SOAP - um acrônimo que representa a estrutura de uma
consulta orientada por problemas:
S - Subjetivo - registro das informações contadas pelo paciente - motivo da
consulta, história clínica, análise subjetiva da doença
O - Objetivo - registro dos dados objetivos - do exame físico ou de exames
complementares
A - Análise - lista de problemas e das hipóteses diagnósticas
P - Plano - plano terapêutico para os problemas elencados
Para quem conhecia o método SOAP, essa parte foi moleza!

A segunda parte da estação era baseada na interação com a atriz – o


candidato deveria acalmar a paciente, contornar os seus medos e convencê-
la da ausência de indicação de realizar uma angiotomografia com escore
de cálcio. Basicamente, era um exercício de prevenção quaternária que
requeria habilidades de comunicação e empatia. Belezinha, moçada? Bora
pra mais uma!

202
Morte Encefálica

Tema: Morte Encefálica

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa e cadeira

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de uma Unidade de Trauma em São Paulo e recebe
um paciente, 28 anos, vítima de trauma moto vs. automóvel. Paciente,
motorista de aplicativo, colidiu com um carro que avançou o sinal vermelho
em alta velocidade. Motociclista foi ejetado e encontrado a alguns metros
de distância do local do trauma. Paciente, vítima de TCE grave, chega ao
serviço com glasgow 3, já entubado pela equipe de resgate por rebaixamento
do nível de consciência. Paciente é atendido, conforme ATLS, mantido com
ventilação adequada, estável hemodinamicamente, porém sem melhora do
nível neurológico. Paciente é encaminhado à tomografia de crânio, sendo
evidenciado hematomas subdurais extensos, associados a múltiplos focos
hemorrágicos intraparenquimatosos de contusão cerebral. Sem condição
de abordagem cirúrgica, paciente é mantido em observação clínica, sem
mudança do status neurológico.

Tarefa 01:
Dada condição neurológica do paciente, indique os pré requisitos a serem
preenchidos para abertura do protocolo de morte encefálica.

203
Tarefa 02:
Considere que foram descartados fatores confundidores e que paciente foi
mantido em observação por mais de 6 horas, com sinais vitais estáveis, cite
os passos a serem realizados no protocolo de morte encefálica.

Tarefa 03:
Considere que você é capacitado para realização do protocolo de morte
encefálica e realizará o primeiro exame clínico do paciente, cite como
deverá ser avaliada a função do tronco cerebral.

Tarefa 04:
O paciente foi avaliado por dois médicos especialistas com constatação de
coma aperceptivo sem reflexos de tronco cerebral, com eletroencefalograma
sem sinais de atividade elétrica e teste de apneia sem movimentos
respiratórios após 10 minutos de avaliação. Sendo confirmada morte
encefálica, indique os procedimentos que devem ser realizados a partir
dessa constatação.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

204
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Presença de lesão encefálica de causa conhecida e irreversível
Ausência de fatores tratáveis que podem confundir o
diagnóstico de morte encefálica — drogas depressoras do
SNC, hipotermia, distúrbios hidroeletrolíticos
Observação hospitalar de no mínimo 6 horas
Sinais vitais estáveis: TAX > 35C, satO2 > 94%, PAS > 100
mmHg e PAM > 65 mmHg

Tarefa 02
Indicou dois exames clínicos que confirmem coma aperceptivo
e ausência de função de tronco encefálico realizado por dois
médicos diferentes
Indicou intervalo mínimo de 1h entre as avaliações clínicas
Indicou realização de um teste de apneia que confirme a
ausência de movimentos respiratórios após estimulação
Indicou exame complementar que comprove ausência de
atividade encefálica — citou pelo menos um: angiografia
cerebral, eletroencefalograma, doppler transcraniano,
cintilografia ou SPECT cerebral

Tarefa 03
Avaliou a ausência de reflexos de tronco — reflexo fotomotor,
córneo-palpebral, óculo-cefálico, vestíbulo-calórico, da tosse

205
Tarefa 04
Comunicou a família sobre o óbito - sem mencionar sobre
doação de órgãos
Comunicou a Central de Doação de Órgãos

Preencheu o termo de Declaração de Morte Encefálica


Não preencheu a declaração de óbito e solicitou
encaminhamento ao IML

Debriefing
Questão muito interessante aqui! Estação abordando um tema de grande
importância para a vida e para a prova: morte encefálica. Como temos um
protocolo muito bem definido, com alterações recentes pelo CFM, pode ser
um tema quente para sua prova. Então, tenha em mente os pré-requisitos
para abertura do protocolo, os passos a serem realizados, como deve ser
feito o exame clínico e o teste da apneia e, por fim, quais as repercussões
da constatação de uma morte encefálica. Lembrando que a declaração de
óbito deve ser emitida com a data e hora em que o protocolo é fechado,
mas caso a morte seja por causa externa, você não pode emitir a DO e deve
encaminhar o paciente, em um segundo momento, para o IML. Belezinha?
Aproveite essa estação para relembrar esse tema!

206
Influenza

Tema: Influenza
Caiu em: UNESP 2018

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: examinador e ator
Cenário: mesa e duas cadeiras

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é médico infectologista e participará de uma entrevista na rádio local
de uma cidade no interior de São Paulo para tirar dúvidas dos ouvintes
sobre a "gripe", infecção causada pelo vírus influenza.

Tarefa Única:
Responda aos questionamentos dos ouvintes.

Orientações
ao Ator:
• Ao candidato entrar na sala, cumprimente-o: “Dr(a)., estamos muito
felizes em recebê-lo(a) no programa Mais Saúde de hoje! Os nossos
ouvintes já enviaram uma série de perguntas para os nossos telefones

207
e será muito bom acabar com todas as nossas dúvidas. Afinal, o nosso
objetivo é informar e garantir a saúde dos nossos ouvintes."
• A cada pergunta, diga que a dúvida é de um ouvinte (nome fictício) –
exemplo: agora vamos ajudar a Dona Maria...
• Assim que o candidato terminar de responder uma de suas perguntas, já
faça a próxima:
• O que exatamente é influenza?
• Quando é mais comum a infecção por esse vírus?
• Como o vírus é transmitido?
• A vacina pode causar doença?
• Quem deve tomar a vacina?
• Quem não pode tomar a vacina?
• Por que a vacina muda todo ano?
• Quais são as complicações que podem acontecer?
• Existe tratamento?
• Ao finalizar as perguntas, agradeça ao candidato pelas respostas e
diga que o aguarda em um próximo programa

Orientações
ao Examinador:
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não se comunicar com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

208
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa Única
Se apresentou e cumprimentou o radialista
Definiu como infecção viral aguda do sistema respiratório
causada pelo vírus influenza – principalmente A e B
Explicou que a transmissão ocorre de pessoa a pessoa por
gotículas (espirro, tarde e fala)
Explicou que é uma doença sazonal, que ocorre anualmente
nos meses de inverno (mais frios)
Indicou que a vacina não causa doença por ser inativada
Citou que a vacina está indicada para - pelo menos três
exemplos: crianças entre 6 meses e 6 anos, gestantes e
puérperas, profissionais de saúde, idosos, professores,
indígenas, condições clínicas com risco (ex. DPOC, asma,
transplantados, diabetes, imunossuprimidos, etc.)
Explicou que há altos índices de mutação viral e a vacina é
atualizada anualmente com o tipo circulante no hemisfério
norte
Indicou que vacina não deve ser administrada nos menores
de 6 meses e nos que apresentaram anafilaxia prévia
Citou pelo menos 2 complicações: pneumonia primária
por influenza, pneumonia bacteriana ou por outros vírus,
sinusite, otite, desidratação e descompensação da doença
de base
Indicou que tratamento é feito com oseltamivir

209
Ressaltou que o tratamento só está indicado para pacientes
graves ou com risco de complicação
Agiu de maneira cordial e respondeu de maneira clara às
perguntas

Debriefing
Estação tranquila sobre conceitos teóricos de influenza! Mesmo estando no
auge da pandemia de SARS CoV2, não podemos perder de vista diagnóstico
diferenciais de síndrome gripal – afinal, mesmo em 2020, a influenza continua
existindo, apesar de muito subdiagnosticada e subnotificada. Influenza é
assunto para saber na ponta da língua: desde quadro clínico, prevenção,
tratamento, como também notificação e investigação epidemiológica.
Lembrando que o influenza A é o subtipo mais comum e mais suscetível
a alterações genômicas e por isso, causa mais epidemias, enquanto o
influenza B é menos mutagênico e afeta exclusivamente humanos. Só para
lembrar a vacina disponível no PNI protege contra uma cepa B e duas A
(H3N2 e H1N1). A intersecção desse tema com vacinação também pode ser
explorada pela banca - muita atenção hein! Vamos em frente!

210
Curva ROC

Tema: Curva ROC

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, papel, caneta e impresso com a curva ROC

Início da Estação
Caso Clínico:
Na vigência de uma pandemia, a sociedade científica se deparou com
o desafio de desenvolver um método diagnóstico eficaz e seguro para a
infecção pelo SARS CoV2. Abaixo está representado graficamente um
dos primeiros testes que surgiram, através da Curva ROC (Foto 01). Além
do desenvolvimento técnico do método, a escolha de um “cutoff-point” -
ponto de corte entre os doentes e os não doentes - é essencial para definir
as características inerentes ao teste diagnóstico.
Foto 01

211
Tarefa 01:
Indique os pontos de corte que garantem, respectivamente: maior
sensibilidade, maior especificidade e maior poder discriminatório.

Tarefa 02:
Considerando que o ponto de corte definido tenha sido “A” e a característica
por ele definida, explique a interpretação de um resultado positivo para
SARS CoV2 neste teste (1).

Tarefa 03:
Considerando que o ponto de corte definido tenha sido “C” e a característica
por ele definida, explique a interpretação de um resultado positivo para
SARS CoV2 neste teste (2).

Tarefa 04:
No contexto de uma pandemia, você optaria pelo uso do teste (1) - com
ponto de corte A - para testagem da população?
Caso a resposta seja “sim”, indique a principal vantagem de optar por este
teste.
Caso a resposta seja “não”, indique a principal desvantagem de optar por
este teste.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer foto 01, juntamente ao caso clínico
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

212
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou C como ponto de corte mais sensível

Indicou A como ponto de corte mais específico


Indicou B como ponto de corte com maior poder
discriminatório

Tarefa 02
Teste com alta especificidade apresenta poucos falsos
positivos
Indicou que provavelmente o resultado é um verdadeiro
positivo

Tarefa 03
Teste com alta sensibilidade apresenta muitos falsos positivos

Indicou que pode se tratar de um falso positivo

Tarefa 04
Não indicou o teste (1) como adequado para testagem da
população
Teste com alta especificidade apresenta maior índice de
falsos negativos
Definir um doente (infectado) como não doente pode
aumentar a chance de contágio pelo não isolamento do
paciente

213
Debriefing
Aqui temos uma estação preventiva "raiz", cobrando conceitos teóricos em
forma de prova prática. Para interpretar a curva ROC, devemos ter bem
consolidados conceitos de testes diagnósticos - em especial, de sensibilidade
e especificidade. O panorama da pandemia acendeu a discussão sobre as
características dos testes diagnósticos, então, muita atenção sobre esse
tema!

Nessa estação, a prova prática apareceu, novamente, como uma extensão


da prova teórica, então, não deixem de revisar temas importantes da
preventiva para as provas práticas, mesmo que sejam conceitos teóricos!
Fechou, moçada?

214
Reação Adversa à
Vacina BCG

Tema: Reação Adversa à Vacina BCG


Caiu em: UFPR 2019 / HSL 2020

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira e placa com imagem do braço do paciente

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde e recebe na
demanda espontânea Jéssica, 28 anos, trazendo seu filho Miguel, 4 meses,
por “machucado” em braço direito. Mãe relata que, desde a vacina que fez
na maternidade, apresenta essa lesão que, diferente do seu outro filho, não
desapareceu e está ainda maior - conforme foto 01. Mãe nega qualquer
outra queixa, seu bebê já acompanha na UBS, está em aleitamento materno
exclusivo, com desenvolvimento pondero-estatural e neuropsicomotor
adequados e vacinação em dia.

215
Foto 01

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcTCgcS-
ccYDZkwppC0ju3nRh2RhAkvbt4yAVw&usqp=CAU

Tarefa 01:
Cite sua hipótese diagnóstica e o evento desencadeador.

Tarefa 02:
Frente a sua hipótese diagnóstica, dê as condutas individuais e coletivas
pertinentes ao caso de Miguel.

Tarefa 03:
Explique as principais características da vacina BCG e a progressão esperada
da sua cicatriz.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Oferecer a foto 01 junto ao caso clínico

216
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identificou úlcera com diâmetro maior que 1 cm sem
cicatrização após 12 semanas
Diagnosticou como reação adversa associada à vacina BCG

Tarefa 02
Indicou isoniazida 10mg/kg/dia (máximo 400mg) até
regressão completa da lesão
Realizou notificação imediata para vigilância epidemiológica
Indicou acompanhamento de pelo menos 3 meses após
suspensão da isoniazida
Orientou limpeza local

Orientou não usar medicamentos tópicos

Tarefa 03
Citou que BCG é vacina intradérmica preparada por bacilos
vivos atenuados de Mycobacterium bovis
Indicou que vacina BCG protege contra formas graves de
tuberculose
Citou progressão correta: de mácula para pústula com
crosta para úlcera para cicatriz
Indicou que o tempo habitual de evolução é de 6 a 12 semanas

217
Debriefing
Estação cobrando mais uma condição de notificação compulsória (e dessa
vez, imediata!) - reação adversa à vacina! Aqui, atendemos um lactente
hígido com queixa de úlcera em local de aplicação de “uma das vacinas que
tomou na maternidade”, com evolução de 4 meses. Ao avaliar o braço do
paciente, você observa uma úlcera com diâmetro superior a 1 cm, evoluindo
há mais de 12 semanas - identificamos um dos eventos adversos local da
vacina BCG. Nesses casos, além de notificar, está indicado o tratamento
com isoniazida, limpeza local e acompanhamento do paciente por pelo
menos 3 meses após suspensão do antimicrobiano. Fechou, moçada?
Questão tranquila, não pode perder essa!

218
Prevenção à Saúde

Tema: Prevenção à Saúde

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 7 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, papel e caneta

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de família de uma Unidade Básica de Saúde e recebe Paula,
46 anos, e sua filha Marina, 15 anos, para consulta de rotina. Marina é uma
adolescente hígida e eutrófica, com boa relação familiar e dedicada aos
estudos, enquanto, Paula, sua mãe, é uma paciente com sobrepeso, sem
comorbidades conhecidas, que não faz uso de medicações de uso contínuo,
em investigação de um quadro de hipertensão, dado que apresentou níveis
pressóricos de 135x80 mmHg. Como bom médico da atenção primária à
saúde, além de acolher as demandas das pacientes, você dedicou parte da
consulta para medidas de prevenção de doenças e promoção da saúde.

Tarefa 01:
Diferencie, conceitualmente, uma medida de prevenção primária de
secundária.

Tarefa 02:
Cite três medidas de prevenção primária para a paciente Marina.

219
Tarefa 03:
Cite três medidas de prevenção secundária para a paciente Paula.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Ao iniciar a tarefa 02, oferecer seguinte cartão vacinal:

1) Marina, 15 anos
• 1 dose BCG
• 1 dose de hepatite B
• 3 doses de pentavalente
• 3 doses de VIP
• 3 doses pneumocócica 10-valente
• 2 doses de rota vírus
• 4 doses de meningocócica C
• 1 dose tríplice viral
• 1 dose tetra viral
• 1 dose hepatite A
• 2 doses DTP
• 2 doses VOP
• 1 dose varicela
• 2 doses HPV
• 1 dose febre amarela

• Ao iniciar a tarefa 03, oferecer seguinte cartão vacinal:

220
2) Paula, 46 anos
• 1 dose de febre amarela
• 3 doses de hepatite B
• 3 doses de dT com último reforço há 5 anos
• 2 doses de tríplice viral

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou que a prevenção primária atua na fase pré patogênica
de Leavell & Clark - quando não há doença
Conceituou prevenção primária como ações que visam
evitar a doença
Indicou que a prevenção secundária atua na fase patogênica
de Leavell & Clark
Conceituou prevenção secundária como ações que visam
identificar e corrigir precocemente um agravo à saúde

Tarefa 02
Citou como prevenção primária um dos: vacina dT, prática
de exercício físico, alimentação saudável, educação sexual,
orientação sobre o malefício do uso de drogas, higiene dental
Citou mais um dos acima

Citou mais um dos acima

221
Tarefa 03
Citou como prevenção secundária: medida da pressão
arterial, rastreio de tabagismo, rastreio de abuso de álcool,
realização de papanicolau (rastreio de câncer de colo
de útero), dosagem de glicemia de jejum, dosagem de
triglicerídeos e colesterol total e frações, oferecimento de
sorologias, perda ponderal, alimentação saudável e prática
de exercícios físicos
Citou mais um dos acima

Citou mais um dos acima

Debriefing
Saber identificar estratégias no processo de adoecimento que permitam
intervenções - a fim de evitar que o paciente siga a história natural da
doença é central na prática médica atual. Não só o médico de família,
mas todos nós devemos nos preocupar com prevenção de doenças - seja
ela primária, secundária, terciária ou quaternária. Lembrando que a
prevenção terciária visa à reabilitação do paciente e a quaternária evitar
excesso de intervenções médicas que possam trazer prejuízo ao doente.
Separar um tempo na sua consulta para abordar medidas preventivas pode
mudar a vida do seu paciente! E foi esse tema de grande importância que
foi cobrado nesta estação. A banca cobrou tanto o conceito de prevenção
primária e secundária, como também medidas práticas que poderiam ser
adotadas a cada uma das pacientes. Belezinha? Estação tranquila, mas de
uma importância enorme! Não pode comer bola aqui, sussa?

222
Infecção pelo
Vírus HIV

Tema: Infecção pelo Vírus HIV


Caiu em: UFPR 2015

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 7 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, papel, caneta e placa com ciclo de vida do vírus HIV

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é médico do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids de São
Paulo e recebe paciente Douglas, 27 anos, recém diagnosticado com HIV.
Paciente conta que fez sorologias no posto de saúde, por “desencargo de
consciência”, e que apresentou dois testes positivos para HIV, com resultado
confirmatório. O médico responsável não tomou nenhuma conduta, exceto
pela solicitação de alguns exames e encaminhamento para o CRT.

Tarefa 01:
Considerando os exames trazidos pelo paciente (Imagem 01), dê as condutas
pertinentes do ponto de vista individual e coletivo.

Tarefa 02:
Paciente mostra-se disposto a iniciar a Terapia Antirretroviral, compreendendo

223
a necessidade de uso ininterrupto das medicações. Cite quais as drogas de
1a escolha e indique no ciclo de vida do vírus HIV (Imagem 02) o ponto de
atuação de cada uma das drogas.

Tarefa 03:
Cite três doenças infecciosas definidoras de AIDS.

Imagem 01

Paciente: Douglas Machado Alves

Anti-HIV: amostra reagente


Carga viral HIV: 191.535 cópias RNA HIV-1/mL
CD4: 77 células/mm³

Imagem 02

https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcQEa68FK
1HV16gbTWljkKFBxhger5trr-fjgg&usqp=CAU

224
Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não se comunicar com o candidato
• Na tarefa 01, oferecer a imagem 01 e na tarefa 02, entregar a folha de
resposta com impressão da imagem 02

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Acolheu paciente e explicou sobre a doença
Solicitou sorologia para sífilis, hepatites virais, HTLV I e
II e toxoplasmose
Realizou notificação para vigilância epidemiológica em
até 1 semana
Discutiu convocar parceiros para avaliação e testagem de
IST’s
Iniciou profilaxia primária para infecção por Pneumocystis
jiroveci - com bactrim/SMX-TMP
Iniciou profilaxia primária para infecção por Toxoplasma
gondii - com bactrim/SMX-TMP
Indicou investigação de tuberculose latente para nortear
profilaxia (PPD e RX de tórax)

225
Discutiu introdução de TARV
Orientou sobre necessidade de uso de preservativo em todas
as relações sexuais - oral, anal e vaginal
Solicitou exames - citou pelo menos 3: hemograma, glicemia
de jejum, lipidograma, função renal, urina I, TGO, TGP,
FA e bilirrubina total e frações

Tarefa 02
Indicou tenofovir, lamivudina e dolutegravir
Indicou corretamente na imagem tenofovir como inibidor
de transcriptase reversa
Indicou corretamente na imagem lamivudina como inibidor
de transcriptase reversa
Indicou corretamente na imagem dolutegravir como inibidor
de integrase

Tarefa 03
Citou uma das: pneumocistose, micose disseminada,
neurotoxoplasmose, criptococose extrapulmonar, infecção
disseminada por micobactérias não M. tuberculosis,
leishmaniose atípica disseminada, reativação de doença
de chagas, isosporíase intestinal crônica, criptosporidiose
intestinal crônica, doença por CMV, TB pulmonar e
extrapulmonar, candidíase esofágica ou de via aérea inferior,
herpes simples com úlceras mucocutâneas > 1 mês ou visceral
Citou mais uma das acima

Citou mais uma das acima

226
Debriefing
Tema de grande importância não só na prova, como também na vida
médica: infecção por HIV. Aqui, a banca cobrou a visão individual e
coletiva na assistência de um paciente recém diagnosticado com HIV, além
de conceitos teóricos sobre a TARV e definição de AIDS. No atendimento
inicial ao paciente que vive com HIV, sempre devemos acolher o paciente
e se mostrar empático! Só depois disso, vamos avaliar outras co-infecções,
necessidade de profilaxia para doenças oportunistas, introdução da TARV,
notificação para vigilância epidemiológica, etc. Questão importante para
relembrar conceitos de HIV, aproveitem para relembrar, belezinha? Vamos
em frente!

227
Vigilância
Epidemiológica

Tema: Vigilância Epidemiológica

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, papel e caneta

Início da Estação
Caso Clínico:
A Vigilância Epidemiológica visa promover a detecção e prevenção de
doenças e agravos transmissíveis à saúde e seus fatores de risco. A lista
de agravos de notificação compulsória pelos profissionais de saúde é
constantemente revisada, tanto em função da situação epidemiológica das
doenças, como pela emergência de novos agentes. A pandemia do novo
coronavírus (SARS CoV2) exigiu mudanças na vigilância de síndrome
gripal e SRAG, tornando obrigatória e imediata a notificação da suspeita
de infecção por COVID-19.

Tarefa 01:
Como a vigilância epidemiológica está em constante renovação, são
necessários critérios para nortear os agravos que exigem notificação. No
caso da infecção por SARS CoV2, o conceito de surto/epidemia indica
necessidade de vigilância dessa doença. Defina os outros critérios utilizados
para guiar a vigilância epidemiológica.

228
Tarefa 02:
Cite três doenças de notificação compulsória semanal.

Tarefa 03:
Além da notificação compulsória, existe um modelo de vigilância “sentinela”
realizada em unidades de saúde selecionadas, com participação facultativa,
para monitorar indicadores de saúde chave que sirvam como alerta precoce
para a vigilância. Cite três agravos de notificação em unidade sentinela.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não se comunicar com o candidato, de forma verbal ou não verbal

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou magnitude - avalia quantidade de pessoas afetadas
Citou transcendência - avalia gravidade e relevância social
e econômica
Vulnerabilidade - avalia a capacidade de prevenção e controle
da doença
Regulamento sanitário e compromissos internacionais

229
Tarefa 02
Citou um dos: acidente com material biológico, dengue,
doença de Chagas crônica, doença de Creutzfeldt-Jakob, zika
aguda, esquistossomose, chikungunya, hanseníase, hepatites
virais, HIV/AIDS, intoxicação exógena, leishmaniose
tegumentar e visceral, malária na região amazônica, óbito
infantil ou materno, sífilis congênita ou em gestante,
violência doméstica, tuberculose, toxoplasmose congênita
ou em gestante
Citou mais um dos acima

Citou mais um dos acima

Tarefa 03
Citou um dos: dermatoses ocupacionais, distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho, perda auditiva
induzida por ruído relacionada ao trabalho, pneumoconioses,
transtornos mentais relacionados ao trabalho, câncer
relacionado ao trabalho, doença pneumocócica invasiva,
rotavírus, síndrome hemolítica urêmica, síndrome do
corrimento uretral masculino
Citou mais um dos acima

Citou mais um dos acima

Debriefing
Um dos tema de preventiva que sempre aparece nas provas de residência
médica: vigilância epidemiológica! Não preciso dizer o quanto a vigilância
trabalhou este ano com intuito de compreender a evolução da pandemia
por COVID 19 e propor medidas para conter a sua disseminação. Então,
esse tema tem tudo para aparecer! Nessa estação, a banca optou por cobrar

230
de forma mais direta os critérios para considerar um agravo de notificação
compulsória e alguns exemplos de doenças que exigem essa notificação.
Belezinha? Nas provas de preventiva, muita atenção ao conteúdo teórico
que pode fazer toda a diferença na sua classificação, fechou? Vamos para
mais uma, moçada!

231
Síndrome Gripal
por Sars CoV2

Tema: Síndrome Gripal por Sars CoV2

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 7 minutos
Ator/examinador: examinador e manequim
Cenário: mesa, cadeira, papel, caneta, tubo falcon, ampola 10mL NaCl 09%
e swab de Rayon

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico do SESMT de um Hospital de Guarulhos, responsável pelo
atendimento dos seus profissionais e colaboradores, e recebe o enfermeiro
Fernando, 42 anos, previamente hígido, por queixa de tosse há 3 dias. Paciente
refere que iniciou quadro súbito de febre, tosse seca e mialgia, acompanhada
de anosmia e disgeusia há 3 dias, evoluindo hoje com piora da tosse. Relata
não ter buscado nenhum serviço de saúde até o momento. Ao exame físico,
paciente encontra-se em bom estado geral, orientado em tempo e espaço,
febril, FC 96 bpm, PA 125x70 mmHg, eupneico em ar ambiente, satO2 95%.
No exame pulmonar, apresenta MV+ bilateralmente com esparsos roncos de
transmissão difusos, sem sinais de desconforto respiratório.

Tarefa 01:
Indique o(s) exame(s) diagnóstico(s) confirmatório(s) que você solicitaria
para o profissional.

232
Tarefa 02:
Considerando que você está com a paramentação adequada, demonstre a
coleta de amostra nasorofaríngea a ser utilizada para o diagnóstico.

Tarefa 03:
Considere que Fernando apresentou PCR para SARS CoV2 detectável, dê
as orientações ao paciente e indique as medidas coletivas pertinentes.

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou PCR para SARS CoV2 em amostra nasorofaríngea

Indicou PCR para Influenza em amostra nasorofaríngea


Indicou PCR para outros vírus em amostra nasorofaríngea
- citou pelo menos dois: vírus sincicial respiratório,
parainfluenza 1, 2 e 3 e adenovírus

233
Tarefa 02
Coletou um swab de orofaringe e dois swabs de nasofaringe
Coletou swab nasal corretamente - inseriu swab em uma
narina, paralelamente ao palato e assoalho nasal, rotacionando
até parede posterior da nasofaringe, após, manteve swab
imóvel por 10 seg e, então, retirou devagar em rotação
Coletou swab oral corretamente - friccionou o swab na
parede posterior da faringe e regiões amigdalianas direita
e esquerda
Armazenou swab em falcon com 3 a 5 mL de soro fisiológico

Identificou amostra e enviou para o laboratório

Tarefa 03
Realizou notificação imediata para vigilância epidemiológica

Indicou afastamento do profissional por 14 dias


Indicou afastamento dos contactantes domiciliares por 14
dias
Orientou sinais de alarme e retorno ao serviço de saúde -
citou pelo menos dois: dispneia, dessaturação, dor torácica,
incapacidade de permanecer acordado, lábios ou rosto
azulado e confusão mental
Orientou medidas de isolamento domiciliar - citou pelo menos
três: uso constante de máscara, lavagem frequente das mãos
com água e sabão, itens de uso pessoal exclusivos, descarte do
lixo separado, não compartilhamento de cadeiras ou sofás,
janela aberta e porta fechada do cômodo de isolamento,
distância mínima de 1m entre os moradores e limpeza dos
móveis frequente com água sanitária ou álcool 70%

234
Debriefing
Estação sobre infecção pelo COVID-19!!!! Claro que não poderíamos
deixar de fora o atendimento ao paciente suspeito para infecção por SARS
CoV 2, não é mesmo? A sua primeira tarefa é indicar o exame diagnóstico
confirmatório para uma síndrome gripal, considerando os agentes
etiológicos diferenciais - como o paciente apresenta-se no terceiro dia
de sintomas, o mais indicado seria coleta de amostra nasorofaríngea para
análise de PCR viral. Afinal, como devemos coletar esse exame? Essa é a nossa
segunda tarefa! A técnica de coleta de swab nasorofaríngeo foi cobrada, sem
oferecer grandes dificuldades. Como o resultado do nosso paciente veio
positivo, agora, devemos dar a ele o seguimento clínico e epidemiológico.
Como muitas condutas terapêuticas ainda são controversas, a estação não
explorou o tratamento do paciente, mas sim as orientações pertinentes e
medidas coletivas, tranquilo? Vamos com tudo, moçada!

235
Tétano Acidental

Tema: Tétano Acidental


Caiu em: USP RP 2016

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: examinador
Cenário: mesa, cadeira, papel, caneta e imagem com riso sardônico

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de uma Unidade de Pronto Atendimento no interior de
Minas Gerais e recebe paciente Márcio, 48 anos, trabalhador rural por queixa
de dificuldade em abrir a boca e “corpo duro”. Paciente relata passagem
prévia na mesma UPA onde foi submetido à exploração cirúrgica de ferida
em região plantar, com retirada do fragmento de madeira e drenagem de
secreção purulenta.

Ao exame, paciente consciente e orientado, com fácies de dor, com


hipertonia de masseteres e contração da musculatura cervical, além de
lesão pérfuro-contusa em região plantar, de 4cm, com crostas em bordas,
edema e hiperemia local. Paciente apresentava-se com hipertonia muscular
generalizada, com espasmos ao estímulo - conforme imagem 01.

236
Imagem 01

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/
images?q=tbn%3AANd9GcRxPSApn6NCrZ5uXPhFlsNpMvo7FMIBabTlYA&usqp=CAU

Tarefa 01:
Indique a hipótese diagnóstica mais provável, o agente etiológico associado
e o modo de transmissão.

Tarefa 02:
Cite dois indicadores de mau prognóstico no tétano acidental.

Tarefa 03:
Considerando que o tétano é uma doença prevenível, indique como
deveria ter sido feita a prevenção primária e a abordagem do acidente
perfurocortante (considere ausência de comprovação vacinal).

Orientações
ao Examinador:
• Oferecer a próxima tarefa apenas após o candidato ter finalizado a anterior
• Não pontuar o check list, caso a tarefa já tenha sido finalizada
• Não fazer contato verbal ou não verbal com o candidato
• Fornecer a Imagem 01 junto ao caso clínico
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

237
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou como hipótese diagnóstica tétano acidental

Indicou Clostridium tetani


Introdução de esporos - do meio ambiente - em solução
de continuidade da pele e mucosas (ferimentos)

Tarefa 02
Citou pelo menos um dos: período de incubação
curto, período de progressão curto, trismo, espasmos
generalizados, temperatura superior a 38oC à admissão
hospitalar, idade superior a 50 anos e rigidez de nuca
Citou mais um dos acima

Tarefa 03
Indicou prevenção primária com vacina dT (dupla adulto)
Citou realização de 3 doses - com intervalo de 60 dias - e
reforço a cada 10 anos
Indicou limpeza com soro fisiológico e solução antisséptica

Indicou desbridamento do foco de infecção


Orientou realização de vacina e imunização passiva com
soro antitetânico ou imunoglobulina

238
Debriefing
Diagnosticar o caso de uma doença prevenível é muito angustiante, não é?
Ainda mais tétano, uma condição extremamente grave e de alta letalidade!
Esse foi o tema da nossa estação: caso de um paciente com tétano acidental
após trauma em região plantar - doença totalmente evitável! A principal
medida de prevenção do tétano é a vacinação dos suscetíveis, mas não a
única - ao nos depararmos com ferimentos suspeitos, devemos oferecer
a profilaxia secundária - avaliando a necessidade de reforço vacinal
e soro/imunoglobulina antitetânica. É triste pensar que cada um dos
casos notificados de tétano acidental poderiam ter sido evitados - então,
aproveite a estação para relembrar as formas de prevenção do tétano e
também suas manifestações clínicas. Estação tranquila, mas que cobra um
tema importante. Fechou?

239
Nossa Missão

T
odos os nossos esforços na Medway são voltados para uma
única missão: melhorar a assistência em saúde no
Brasil. Através de um ensino sólido em Medicina
de Emergência e uma excelente preparação para as provas de
Residência Médica, acreditamos que tornamos nossos alunos médicos ainda
melhores do que eram antes!

Então, em 2018, criamos o CRMedway, o maior curso online preparatório para as


provas práticas do Brasil. Como o projeto deu muito certo e mais de 500 alunos
ficaram satisfeitos, em 2019 fizemos a primeira edição do CRMedway Presencial.
Foram mais de 2000 alunos conosco enfrentando o duro ano preparatório para
as provas de residência, e os resultados não podiam ser melhores!

240
Porém, nossa missão não pode parar aí. Sabemos que o caminho para uma
aprovação em São Paulo é ainda mais árduo, tanto pela alta concorrência quanto
pelo diferente formato de cobrança (mais imagens e assuntos não abordados
tradicionalmente em Cirurgia, por exemplo). Por isso, em 2020, trabalhamos
incansavelmente para oferecer também um preparo excepcional para as
principais provas teóricas do estado de São Paulo!

Convido você a conhecer um pouco mais sobre o nosso Intensivo São Paulo!

Com o Intensivo São Paulo, você:


• Terá aulas direcionadas para cada assunto mais cobrado dentro de cada grande
área, para cada instituição! Ou seja, são 40 aulas destrinchando o que cada banca
específica gosta de cobrar. Saiba exatamente o que cai (e o que não cai) na prova
que você quer prestar!
• Estudará da melhor maneira para alavancar seu desempenho: através de questões
comentadas pelo nosso time de professores, formados recentemente nas melhores
instituições de São Paulo, e com a visão de dentro da instituição! Vamos te dar uma
ideia do que cada serviço gosta de cobrar e quais os pontos fortes daquela área!
• Participará de “calls” exclusivas com nosso time de professores semanais, além de
realizar simulados específicos para cada instituição, com questões originais no
padrão de cada banca!
• Receberá Guias Estatísticos de cada processo seletivo, para priorizar os assuntos
que mais caíram nos últimos 5 anos e que você não pode deixar de dominar.
• Perderá o medo de qualquer questão com imagem radiológica, depois de assistir
nosso Curso de Imagens, incluído no Intensivo São Paulo.

• Transformará as questões de cirurgia, sabidamente o “calcanhar de Aquiles” da


maioria dos candidatos, no seu maior diferencial na hora da prova, pois montamos
um curso extra da área para você parar de vacilar nessas questões!

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241
N
osso curso é focado na prova prática como ela realmente é.
Através de uma revisão cuidadosa de mais de 500 estações dos
últimos anos, desenvolvemos uma metodologia de ensino toda
baseada em checklists, para você conquistar o máximo de pontos na sua
segunda fase no fim do ano. Sem enrolação. Sem “oba oba”. Aqui, trazemos a
essência da prova prática pra você gabaritar qualquer checklist em estações
de habilidades ou imagens e a parte de componente de audiovisual dentro
das provas de multimídia.

E em 2020, nós vamos entregar um curso ainda mais completo e com mais
novidades, tanto para quem se inscrever no CRMedway Online, quanto
para quem vier ao CRMedway Presencial!

Com o CRMedway você estará preparado para os dois componentes


principais de uma prova prática:

1. Prova de Habilidades

• Você aprenderá a organizar e estruturar o raciocínio clínico diante de


qualquer estação prática.

• Dominará, de uma vez por todas, o medo e a ansiedade que aflige todos o
s candidatos.

• Receberá mais de 300 checklists baseados em estações anteriores, para


treinar exaustivamente!

• Terá acesso às estações mais frequentes e de que forma elas são cobradas.

• Assistirá a lives das principais instituições do país com comentários das


estações cobradas nos anos anteriores .

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2. Prova de MULTIMÍDIA

• Com ele, você terá acesso a um curso de imagens completo, pra te ensinar
não apenas as imagens mais frequentes mas como fazer a descrição de
cada uma delas, dos principais exames diagnósticos: Rx, TC, RNM, USG
e outros exames frequentes!

• Você também vai dominar as imagens não radiológicas de cada uma das 5
grandes áreas (Clínica Médica, Cirurgia Geral, Pediatria, GO e Medicina
Preventiva)!

• Por fim, com + de 100 provas multimídia e diversas delas sendo realizadas
ao vivo, você também terá um treinamento profundo do componente
audiovisual e dos diversos formatos de cobrança possíveis dentro de uma
prova multimídia!

• Tudo isso com nosso com um time de professores aprovados e todas as


instituições que você sempre sonhou!

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243
C
urso completo que tem um único objetivo. Alavancar os seus
estudos e a sua performance para que você alcance um desempenho
superior a 80% nas provas ao final do ano, independente do nível
em que você se encontre hoje.

É um curso intensivo, totalmente online, em que apresentamos os principais


conceitos que diferenciam aqueles que são aprovados em todas (ou quase
todas) as instituições que prestam prova daqueles que não são aprovados em
nenhuma. Trabalhamos a fundo conceitos essenciais como Planejamento,
Organização, Motivação, Constância, Priorização, Mindset, dentre muitos
outros! Se quiser conferir de perto todo esse conteúdo, clique no botão:

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PARA SABER MAIS

Se ainda tem dúvidas se essa é a melhor solução pra você, veja o


que alguns dos nossos alunos estão falando:

244
S
ob o lema “A Emergência como ela Realmente é”, agregamos
toda nossa experiência na sala de emergência mais complexa
do Brasil e toda a didática “Medway” para ensinar tudo aquilo
que gostaríamos de ter aprendido antes de enfrentarmos nossos temidos
plantões de PS. Esteja preparado para qualquer “perrengue” que poderá
aparecer na sua emergência, seja ela do melhor hospital da cidade, seja no
postinho!

Baseado no método de simulações realísticas, você verá o atendimento


das principais patologias dentro do departamento de emergência e saberá
exatamente o que fazer quando se deparar com os pacientes graves no seu
plantão!

Além de todo o treinamento de pronto-socorro e emergência, o PSMedway


Avançado engloba também um curso completo de intubação orotraqueal
e outro de eletrocardiograma, para você dominar TODO e QUALQUER
plantão que caia na sua mão! Chega de depender de alguém para laudar o
ECG, ou de ter medo de intubar!

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Se ainda tem dúvidas se essa é a melhor solução pra você, veja o que alguns dos
nossos alunos da primeira turma estão falando:

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Ficou com Alguma Dúvida?

N
ós respondemos 100% das pessoas que entram em contato com
a gente. Seja pra pedir uma orientação quanto a melhor forma
de se preparar para a residência médica, prova prática ou para o
primeiro plantão no PS, nós estamos com você.

Então não guarde suas dúvidas! Teremos o maior prazer em te responder.

Basta enviar um email para alexandre.remor@medway.com.br que nós


mesmos te responderemos!

Grande abraço e sucesso na sua jornada!

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